Trabalho de Conclusão de Curso - Cassielly Spindola e Izadora Fernandes Goes
Trabalho de Conclusão de Curso - Cassielly Spindola e Izadora Fernandes Goes
Trabalho de Conclusão de Curso - Cassielly Spindola e Izadora Fernandes Goes
CASSIELLY SPINDOLA
IZADORA FERNANDES GOES
Palhoça/SC
2019
CASSIELLY SPINDOLA
IZADORA FERNANDES GOES
Palhoça/SC
2019
Dedicamos este trabalho aos nossos
queridos familiares que sempre nos
apoiaram. E em especial aos nossos
queridos pais pela fé e confiança em nós
depositada.
AGRADECIMENTOS
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 16
1.1 OBJETIVO........................................................................................................... 17
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 55
APÊNDICE A ............................................................................................................ 61
16
1. INTRODUÇÃO
1.1 OBJETIVO
1.2 JUSTIFICATIVA
A construção civil é um setor que vem crescendo com o passar dos anos
em Florianópolis, e com isso gerando mais resíduos sólidos. Muitas empresas não
possuem um plano de gerenciamento dos resíduos gerados, o que podem levar a má
destinação podendo afetar diretamente o meio ambiente.
A pesquisa se deu na região da Grande Florianópolis, limitando-se a
identificar o problema, e recomendar o gerenciamento adequado dos resíduos sólidos
seguindo as normas, planos e resoluções pertinentes.
Gil (2002) afirma que, [...] A delimitação do problema guarda estreita
relação com os meios disponíveis para investigação. Por exemplo, um pesquisador
poderia ter interesse em pesquisar a atitude dos jovens em relação à religião. Mas
não poderá investigar tudo o que todos os jovens pensam acerca de todas as religiões.
Talvez sua pesquisa tenha de se restringir à investigação sobre o que os jovens de
determinada cidade pensam a respeito de alguns aspectos de uma religião específica
[...] (GIL, 2002).
Diante desta problemática e com vistas a natureza desta pesquisa, foi
aplicado um questionário com 7 empresas aleatórias da região com o intuito de
analisar a gestão dos resíduos gerados por cada uma dessas empresas da construção
civil, e com a finalidade de identificar se as mesmas estão atuando de acordo com as
19
2. REFERENCIAL TEÓRICO
1
I - Resíduos da construção civil: são os provenientes de construções, reformas, reparos
e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos,
tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas,
madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos,
tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha;
II - Geradores: são pessoas, físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, responsáveis por
atividades ou empreendimentos que gerem os resíduos definidos nesta Resolução;
III - Transportadores: são as pessoas, físicas ou jurídicas, encarregadas da coleta e do transporte dos
resíduos entre as fontes geradoras e as áreas de destinação;
IV - Agregado reciclado: é o material granular proveniente do beneficiamento de resíduos de construção
que apresentem características técnicas para a aplicação em obras de edificação, de infraestrutura, em
aterros sanitários ou outras obras de engenharia;
V - Gerenciamento de resíduos: é o sistema de gestão que visa reduzir, reutilizar ou
reciclar resíduos, incluindo planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos e
recursos para desenvolver e implementar as ações necessárias ao cumprimento das etapas previstas
em programas e planos;
VI - Reutilização: é o processo de reaplicação de um resíduo, sem transformação do mesmo;
VII - Reciclagem: é o processo de reaproveitamento de um resíduo, após ter sido submetido à
transformação;
VIII - Beneficiamento: é o ato de submeter um resíduo à operações e/ou processos
que tenham por objetivo dotá-los de condições que permitam que sejam utilizados como matéria-prima
ou produto;
IX - Aterro de resíduos da construção civil: é a área onde serão empregadas técnicas
de disposição de resíduos da construção civil Classe “A” no solo, visando a preservação de materiais
segregados de forma a possibilitar seu uso futuro e/ou futura utilização da área, utilizando princípios de
engenharia para confiná-los ao menor volume possível, sem causar danos à saúde pública e ao meio
ambiente;
X - Áreas de destinação de resíduos: são áreas destinadas ao beneficiamento ou à
disposição final de resíduos.
2
I - Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como:
a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura,
inclusive solos provenientes de terraplanagem;
b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos,
blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto;
c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos,
meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras;
II - Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel/papelão,
metais, vidros, madeiras e outros;
III - Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações
economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação, tais como os produtos oriundos
do gesso;
IV - Classe D - são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como: tintas,
solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados oriundos de demolições, reformas e reparos de
clínicas radiológicas, instalações industriais e outros.
IV - Classe D: são resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes,
óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e
reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e
23
materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde. (nova redação dada pela
Resolução n° 348/04).
24
3
O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - IBAMA, no uso das atribuições que lhe confere o artigo
48 do Decreto nº 88.351, de 1º de junho de 1983, para efetivo exercício das responsabilidades que lhe são atribuídas
pelo artigo 18 do mesmo decreto, e Considerando a necessidade de se estabelecerem as definições, as
responsabilidades, os critérios básicos e as diretrizes gerais para uso e implementação da Avaliação de Impacto
Ambiental como um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente, RESOLVE:
27
Fonte: COMCAP.
depósitos públicos ou privados, porém, nos dias de hoje há um controle mais rigoroso,
podendo assim gerar custos associados a cada tipo de resíduos.
O Conselho Nacional do Meio Ambiente através da Resolução 307 de
05/07/02- DOU de 17/07/02, para reduzir os impactos ambientais gerados pelos os
resíduos sólidos, criou diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos
da construção civil (BRASIL, 2002).
Em 2015 foi publicada a Resolução 469 do CONAMA, que altera a
Resolução 307/2002 do CONAMA, com o objetivo de definir medidas novas para a
gestão dos RCC. A Resolução estabelece que as latas de tintas utilizadas na
construção civil devem ser submetidas à Logística Reversa, conforme requisitos do
PNRS, destinando adequadamente as embalagens e os resíduos (MAFRA, 2019).
Segundo ABNT (2004) a norma NBR 15112 fixa os requisitos exigíveis para
projeto, implantação e operação da área de transbordo e triagem de resíduos da
construção civil e resíduos volumosos.
Para Nagalli (2014) a NBR 15112/2004 regulamenta as questões
estruturais do processo de gestão de resíduos, com isso cada município precisa se
adaptar as condições da norma, visto que nem todas as estruturas como Área de
Transbordo e Triagem estão nas gestões municipais.
Nagalli (2014) ainda cita, que a norma proíbe a destinação dos resíduos
que não fazem parte da construção civil ou resíduos volumosos para Área de
34
Nagalli (2014) destaca que essa norma se aplica somente aos resíduos de
demolição sendo aqueles transformados em agregados para a utilização em
edificações e obras de infraestrutura, contando que tenham sidos primeiramente
triados e separados. Com isso é restrito à questão da fabricação de agregados o
conceito e a aplicação do termo área de reciclagem.
Para conseguir diminuir o volume de resíduos que precisam de disposição
final e a utilização excessiva dos recursos naturais, a reciclagem e reutilização dos
RCD podem colaborar muito nessa questão. A maioria das ferramentas utilizadas nas
35
políticas públicas de diminuição dos RCD pode ser aplicada em vários estágios dos
processos de construção, demolição, projeto e manejo dos resíduos (SCHNEIDER,
2004).
2.12.2 Acondicionamento
A coleta dos resíduos da construção civil começa pela limpeza da obra com
a varrição de cada área/ambiente, removendo os resíduos das lixeiras, colocando-os
em sacos de lixos maiores respeitando a separação correta dos mesmos (GAEDE,
2018).
A coleta de resíduos pode ocorrer nos períodos diurno e noturno, a regra
consiste em evitar ao máximo perturbar a população. A coleta diurna torna-se atrativa
por ser mais econômica e possibilita uma melhor fiscalização. O que a torna
desvantajosa é que pode interferir no trânsito de veículos e causar desgastes dos
trabalhadores em regiões de climas quentes, com a consequente redução de
produtividade (MANSUR, MONTEIRO, 2005).
Já a coleta noturna é indicada para áreas comerciais ou turísticas, não
interfere no trânsito e evita a exposição dos resíduos durante o dia à espera da coleta.
Porém a coleta realizada nesse período pode causar incômodos devido aos ruídos,
dificulta a fiscalização e aumenta o custo da mão de obra (MANSUR, MONTEIRO,
2005).
A logística do transporte de RCC se bem preparada, organiza a obra, reduz
os gatos com o gerenciamento dos resíduos, e até mesmo o risco aos trabalhadores.
Acontecem dois tipos de transporte em uma obra: interno e externo. O transporte
externo oferece a condição de levar os resíduos da obra a um destino externo, como
reciclagem ou aterros. Enquanto o interno acontece no interior dos limites imediatos
da obra (NAGALLI, 2014).
2.12.4. Destinação
3. METODOLOGIA
4. RESULTADO E DISCUSSÕES
Continua – Tabela 1
Classificação e definição na construção
Resíduos mais comuns
civil
Considerado um resíduo de Classe D
por ser um material perigoso que pode
causar danos à saúde humana e animal
Tintas e solventes
e ao meio ambiente. A sua destinação
deverá ser realizada em conformidade
com as normas técnicas específicas.
Fonte: Elaboração das Autoras, 2019
4.1.1 IMPACTOS AO MEIO AMBIENTE
Tabela 2 - Análise das Leis, Resolução e Normas quanto à gestão de resíduos sólidos
Aplicação para gestão de resíduos
Leis, resolução e normas
sólidos
O Plano Nacional de Resíduos Sólidos
foi sancionado em 2010 e procura
organizar a forma com que o país lida
com o lixo e exigir dos setores públicos
Plano Nacional dos Resíduos Sólidos
e privados transparência no
gerenciamento de seus resíduos.
Tem como intuito a redução de produção
de resíduos sólidos e reaproveitamento.
45
Continua – Tabela 2
Aplicação para gestão de resíduos
Leis, resolução e normas
sólidos
Se adequando à realidade do estado, o
plano tem como objetivo auxiliar nos
desafios encontrados no setor,
proporcionando subsídios concretos
Plano Estadual de Gestão Integrada de
para que o estado alcance uma elevada
Resíduos Sólidos
qualidade de vida tendo uma gestão
adequada sobre os resíduos gerados,
possibilitando uma perfeita harmonia
com a preservação do meio ambiente.
O Plano Municipal de Gestão Integrada
de Resíduos Sólidos de Florianópolis –
PMGIRS foi instituído pelo decreto
municipal nº 17.910 em 22 de agosto de
2017, após ter sido elaborado por
técnicos da Secretaria Municipal de
Plano Municipal de Gestão Integrada de
Infraestrutura e da COMCAP.
Resíduos Sólidos de Florianópolis
Através do manejo diferenciado e pela
reciclagem promove correção dos
problemas ambientais decorrentes da
deposição inadequada de resíduos da
construção e demolição na malha
urbana.
A Resolução 307 do Conselho Nacional
do Meio Ambiente (Conama) foi criada
em 2002 a que tem como principal
objetivo criar, em médio prazo,
Resolução 307/2002 do CONAMA mecanismos para reduzir e disciplinar a
geração do entulho, além de
regulamentar a destinação, quando
inevitável, desses resíduos e fazer sua
classificação corretamente.
Esta norma da ABNT tem o intuito de
estabelecer os critérios para
classificação dos resíduos sólidos
quanto aos seus riscos potenciais ao
meio ambiente e a saúde do homem.
Sua classificação envolve a
NBR10004/2004 identificação do processo ou atividade
que lhes deu origem, além de seus
constituintes e características com
listagens de resíduos e substâncias cujo
impacto à saúde e ao meio ambiente é
conhecido.
46
Continua – Tabela 2
Aplicação para gestão de resíduos
Leis, resolução e normas
sólidos
A norma NBR 15112/2004 estabelece
requisitos exigíveis para o descarte para
áreas de transbordo e triagem dos
resíduos da construção civil e resíduos
volumosos.
NBR 15112/2004
Visando também que cada município
necessita se adaptar as normas
ambientais e gestões municipais dos
mesmo para a locação das áreas de
transbordo e triagem.
A fim de tornar mais frequente a
reutilização ou reciclagem de RCC, a
NBR 15113/2004 norma NBR 15113 aborda requisitos
mínimos para a implantação e operação
de aterros de resíduos sólidos.
A norma NBR 15114/2004 trata da
aplicação da reciclagem de materiais já
previamente triados para serem
transformados em agregados para a
aplicação em obras de infraestrutura e
edificações.
NBR 15114/2004 Com essa norma sendo colocada em
prática futuramente o volume de
resíduos que necessitam de disposição
e a pressão sobre recursos naturais final
diminuirá, trazendo muitos benefícios
para o meio ambiente.
adequada dos resíduos, principalmente dos perigosos. E esta questão teve respostas
positivas, 85,72% têm conhecimento de como é praticada a classificação dos resíduos
e ainda citaram quais resíduos são considerados perigosos, como as tintas, solventes,
produtos químicos como impermeabilizantes, entre outros.
5. O PNRS exige que as empresas possuam um Plano de Gerenciamento
de Resíduos Sólidos, e a maioria, 71,42% confirmou não possuir. E, conforme
constatado no decorrer desta pesquisa, apenas duas empresas sinalizaram que estão
elaborando e implantando o PGRS atualizado. E, segundo consta, o Plano de
Gerenciamento tem como objetivo caracterizar os resíduos e indicar os procedimentos
para triagem, acondicionamento, transporte e destinação, como foi citado no tópico
2.12 do referencial teórico. Este plano como visto, é de extrema importância na gestão
dos resíduos e deve existir nas empresas independentemente de haver um Plano
Municipal.
6. Nesta questão houve algumas controvérsias visto que a pesquisa foi
realizada na Grande Florianópolis, 42,86% das empresas responderam que a
prefeitura solicita o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos para obter o
licenciamento ambiental, e neste processo são avaliados impactos causados pelo
empreendimento como sua capacidade de gerar líquidos poluentes, ruídos e os
resíduos sólidos também. É importante lembrar que as licenças ambientais
estabelecem condições para que o empreendimento cause o menor impacto possível
ao meio ambiente.
Conforme o artigo 24 da Lei 12.305/2010 “o plano de gerenciamento de
resíduos sólidos é parte integrante do processo de licenciamento ambiental do
empreendimento ou atividade pelo órgão competente do Sisnama.” Ou seja, se
apenas uma empresa pesquisada dispõe de um Plano de Gerenciamento, unicamente
ela possui as devidas licenças.
Nos empreendimentos e atividades não sujeitos a licenciamento ambiental,
a aprovação do plano de gerenciamento de resíduos sólidos cabe à autoridade
municipal competente, conforme § 1o do mesmo artigo.
7. O resultado da pesquisa quando o assunto é controle dos resíduos
visando o reaproveitamento ou separação para reciclagem é alarmante pois apenas
42,85% executam este controle. No entanto, o Plano Nacional de Resíduos Sólidos
contempla metas para redução, reutilização e reciclagem com vistas a reduzir a
quantidade de resíduos e rejeitos encaminhados para a disposição final
49
existe uma fiscalização para que sejam cobradas as exigências estipuladas pelo
PNRS.
53
REFERÊNCIAS
BIAUSUS, Adenilso. Plano estadual de resíduos sólidos de Santa Catarina, jun 2018.
Disponível em: <www.sds.sc.gov.br>. Acesso em 23 mai 2019.
CORREA, Luiz A. G. Plano estadual de resíduos sólidos de Santa Catarina, jun 2018.
Disponível em: <www.sds.sc.gov.br>. Acesso em 23 mai 2019.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
JACOBI, P.R.; BESEN, G.R.. Gestão de resíduos sólidos em São Paulo: desafios
da sustentabilidade: Estudo Avançados 25 (71), 2011. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/ea/v25n71/10> Acesso em 3 abr, 2019
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APÊNDICE A
Caro empresário,
DADOS DA EMPRESA
Empresa: __________________________________________
Município da empresa: ______________________________
9) O recolhimento dos resíduos por coleta seletiva acontece por uma empresa
especializada?
( ) Sim ( ) Não
63
13) Aponte alguma consideração que não tenha sido questionada e que seja
considerada importante pela empresa a respeito dos resíduos sólidos:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
________________________________________