Trabalho de Conclusão de Curso - Cassielly Spindola e Izadora Fernandes Goes

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

CASSIELLY SPINDOLA
IZADORA FERNANDES GOES

GESTÃO DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL: ESTUDO DE CASO

Palhoça/SC
2019
CASSIELLY SPINDOLA
IZADORA FERNANDES GOES

GESTÃO DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL: ESTUDO DE CASO

Trabalho de Conclusão do Curso


apresentado ao Curso de Engenharia Civil
da Universidade do Sul de Santa Catarina
como requisito parcial à obtenção do título
de Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Ricardo Moacyr Mafra – MSc.

Palhoça/SC
2019
Dedicamos este trabalho aos nossos
queridos familiares que sempre nos
apoiaram. E em especial aos nossos
queridos pais pela fé e confiança em nós
depositada.
AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Deus, pelo dom da vida e por iluminar nossos caminhos


durante essa jornada.
A nossos pais e familiares, por todo amor, dedicação, apoio e incentivo para
que conseguíssemos alcançar nossos objetivos.
Aos nossos namorados por todo amor e apoio.
Aos nossos queridos amigos, que sempre estiveram ao nosso lado mesmo
nos momentos mais complicados e difíceis dessa trajetória.
Com muito carinho ao nosso orientador Prof. Ricardo Moacyr Mafra, pelo
apoio, contribuição e ensinamentos.
Aos demais professores do curso pelos ensinamentos durante as aulas.
As empresas que abriram as portas e não pouparam esforços em contribuir
com este trabalho.
Por fim à nossa banca, pela disposição de estar presente em um dia tão
importante.

A todos, muito obrigada.


“Tudo o que você precisa é de fé e confiança” (Peter Pan)
RESUMO

A construção civil é fundamental para o crescimento econômico do país, porém


consome muitos recursos naturais podendo ocasionar sérios impactos ambientais.
Com o passar dos anos o setor foi se atualizando trazendo novas tecnologias e
equipamentos mais modernos para as obras, mas ainda há muito para ser feito
quando se trata da destinação adequada e reutilização dos resíduos gerados pela
construção civil. Desenvolver novos projetos, ações e práticas para os resíduos
sólidos gerados é de extrema importância, pois isso trará melhorias no
desenvolvimento sustentável do país. Na busca para diminuir os impactos ambientais
foram criadas normas, leis e resoluções com o propósito de regulamentar e apresentar
as reponsabilidades dos geradores de resíduos sólidos, estabelecendo diretrizes e
critérios a serem adotados e dando autonomia para os estados e municípios na gestão
dos resíduos da construção civil. Perante a isto, foi realizada uma pesquisa com as
empresas da área da construção civil da Grande Florianópolis com objetivo principal
de estudar e verificar a gestão dos resíduos sólidos gerados nas obras. Após analisar
todas as respostas, observou-se que a maioria das empresas não possuem o
conhecimento adequado sobre o gerenciamento de resíduos e que falta fiscalização
por parte do poder público nessa área. Através dessa análise foi possível recomendar
algumas ações e práticas para serem seguidas por gestores públicos, empresários e
população em geral sobre o gerenciamento de resíduos sólidos gerados da
construção civil.

Palavras-chave: Impactos ambientais. Resíduos sólidos. Planos de gerenciamento.


Destinação. Classificação.
ABSTRACT

Construction is indispensable to the country's economic growth, but it consumes many


natural resources and can cause serious environmental impacts. Over the years the
sector has been updated bringing new technologies and more modern equipment to
the works, but there is still much to be done when it comes to the proper disposal and
reuse of waste generated by construction. Developing new projects, actions and
practices for solid waste generated is extremely important, as this will bring
improvements in the sustainable development of the country. In order to reduce
environmental impacts, rules, laws and resolutions were created with the purpose of
regulating and presenting the responsibilities of solid waste generators, establishing
guidelines and criteria to be adopted and giving autonomy to states and municipalities
in the management of construction. In view of this, a survey was conducted with
companies in the construction area of Greater Florianópolis with the main objective of
studying and verifying the management of solid waste generated in the works. After
analyzing all the answers, it was observed that most companies do not have adequate
knowledge about waste management and that there is a lack of supervision by the
government in this area. Through this analysis it was possible to recommend some
actions and practices to be followed by public managers, entrepreneurs and the
general population about the management of solid waste generated from construction.

Keywords: Environmental impacts. Solid waste. Management plans. Waste disposal.


Classification.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1- Classificação de Resíduos ......................................................................... 24


Figura 2 - Processo Construtivo e Impactos Ambientais ........................................... 26
Figura 3 - Quantidade de resíduos de construção civil por região de gestão integrada
de resíduos sólidos do Estado .................................................................................. 30
Figura 4 - Plano Integrado de Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil.... 36
Figura 5 - Classificação da pesquisa ......................................................................... 41
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Evolução da quantidade de resíduos sólidos gerados no município de


Florianópolis. ............................................................................................................. 32
LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Identificação dos resíduos mais comuns e sua classificação segundo a


Resolução 307 do CONAMA ..................................................................................... 43
Tabela 2 - Análise das Leis, Resolução e Normas quanto à gestão de resíduos sólidos
.................................................................................................................................. 44
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Etapas de elaboração de Projeto de Gerenciamento de RCC segundo


Resolução 307/2002 do CONAMA ............................................................................ 37
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas


Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária
ATT - Área de Transbordo e Triagem
CO2 - Dióxido de Carbono
COMCAP - Companhia Melhoramentos da Capital.
CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente
CREA/SC - Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
NBR - Norma Brasileira Regulamentadora
PEGIRS/SC - Plano Estadual de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos
PERS – Plano Estadual dos Resíduos Sólidos
PIB - Produto Interno Bruto
PMGIRS – Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de
PNRS - Política Nacional de Resíduos Sólidos
RCC - Resíduos da Construção Civil
RCD - Resíduos de Construção e Demolição
SDS - Secretaria do Desenvolvimento Econômico Sustentável
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 16

1.1 OBJETIVO........................................................................................................... 17

1.1.1 Objetivo Geral ............................................................................................. 17

1.1.2 Objetivo Específico .................................................................................... 17

1.2 JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 17

1.3 DELIMITAÇÃO DO TRABALHO...................................................................... 18

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ........................................................................ 19

2. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................ 20

2.1 PANORAMA ATUAL DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL ..................... 20

2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL ......................... 21

2.3 IMPACTOS AMBIENTAIS ASSOCIADOS À MÁ GESTÃO DOS RCC ............... 25

2.4 PLANO NACIONAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS (PNRS) .................................. 28

2.5 PLANO ESTADUAL DE GESTÃO INTEGRADO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE


SANTA CATARINA (PEGIRS/SC) ............................................................................ 29

2.6. PLANO MUNICIPAL DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE


FLORIANÓPOLIS (PMGIRS) .................................................................................... 30

2.7. RESOLUÇÃO CONAMA – 307 .......................................................................... 32

2.8. NBR 10004/2004 ................................................................................................ 33

2.9. NBR 15112/2004 ............................................................................................... 33

2.10. NBR 15113/2004 .............................................................................................. 34

2.11. NBR 15114/2004 .............................................................................................. 34

2.12. GESTÃO E GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL 35

2.12.1 Caracterização e Triagem .............................................................................. 37

2.12.2 Acondicionamento .......................................................................................... 37

2.12.3 Coleta e Transporte ........................................................................................ 38

2.12.4. Destinação .................................................................................................... 38


3. METODOLOGIA ................................................................................................ 40

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ...................................................................... 40

3.2 SOBRE A AMOSTRA .......................................................................................... 41

3.3 INSTRUMENTO PARA COLETA E TRATAMENTO DE DADOS ....................... 42

4. RESULTADO E DISCUSSÕES ......................................................................... 43

4.1 IDENTIFICAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS MAIS


COMUNS GERADOS PELA CONSTRUÇÃO CIVIL ................................................. 43

4.1.1 IMPACTOS AO MEIO AMBIENTE ................................................................... 44

4.2 APRESENTAÇÃO DAS LEIS, RESOLUÇÃO E NORMAS ................................. 44

4.3 AVALIAÇÃO DA GESTÃO E DO GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS


DENTRO DAS EMPRESAS ...................................................................................... 46

5. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÃO FINAL ..................................................... 53

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 55

APÊNDICE A ............................................................................................................ 61
16

1. INTRODUÇÃO

A construção civil é uma das atividades mais antigas que se tem


conhecimento e desde os primórdios da humanidade foi executada de forma
artesanal, gerando grande quantidade de resíduos de diversas naturezas. É
considerada também responsável pelo consumo excessivo de recursos naturais
provenientes de fontes não-renováveis.
Com a urbanização acelerada, que resultou no rápido adensamento das
cidades, e consequentemente no crescimento das atividades do setor construtivo,
além da larga exploração dos recursos naturais, a geração de resíduos da construção
e demolição obteve índices preocupantes, produto do desperdício nas obras de
construções, reformas e demolições (BRASILEIRO, MATOS, 2015).
As atividades da construção civil apresentam grandes quantidades de
materiais de construção e de atividades nos canteiros de obras, o que acaba gerando
um elevado índice de resíduos produzidos nas áreas urbanas, depositados de
maneira indistinta e desregrada em locais de fácil acesso, como em terrenos baldios
(KARPINSK, et al., 2009). Para o autor faz-se necessário uma política abrangente
para o correto destino dos resíduos gerados.
As políticas ambientais relacionadas ao tema devem focar-se no adequado
manuseio, visando um possível reaproveitamento ou redução, reciclagem e sequente
disposição desses resíduos. A Resolução 307 do Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA) de 2002, foi a principal ação efetiva em termos legais, para a
superação dos problemas ambientais, que definiu responsabilidades e deveres,
justificando um novo sistema de gestão, o qual obriga os geradores a reduzir,
reaproveitar e reciclar, tratar e utilizar os resíduos de construção e demolição (RCD)
(KARPINSK, et al., 2009).
O gerenciamento dos resíduos é constantemente discutido em relação às
questões ambientais uma vez que desperdiçar materiais significa desperdiçar
recursos naturais. Para Pinto (1999), o maior desafio do setor é apresentar soluções
ambientais para a atividade construtiva que direcionem para um desenvolvimento
mais sustentável, e com menos impactos ambientais. Colocando a indústria da
construção civil na busca por um desenvolvimento mais sustentável, desse modo, as
leis e resoluções têm como objetivo apresentar responsabilidades e deveres tanto
para pequenos como grandes geradores orientando suas ações.
17

As empresas de construção civil que fazem a gestão apropriada de seus


resíduos juntamente com as ações de redução e reutilização ainda é insatisfatório,
apesar de existir as legislações pertinentes a gestão dos resíduos. Há necessidade
de investigar uma série de fatores do começo, quando são gerados, ao final, quando
devem ser descartados para que não se prejudique o meio ambiente.
Neste trabalho é realizado uma pesquisa com algumas empresas de
construção civil escolhidas aleatoriamente e independente do tamanho, comparando
a forma que as mesmas gerenciam os resíduos de construção e demolição. Além
disso, esta pesquisa tem como importância auxiliar as empresas a fazerem uma
autoavaliação de seu gerenciamento.

1.1 OBJETIVO

1.1.1 Objetivo Geral

Analisar a gestão dos resíduos gerados por uma gama de empresas da


construção civil localizadas na Grande Florianópolis, a fim de identificar se as mesmas
estão atuando em acordo com a política nacional de resíduos sólidos, as
regulamentações do CONAMA e as Normas pertinentes.

1.1.2 Objetivo Específico

- Identificar os resíduos sólidos mais comuns gerados pela construção


civil e suas classificações e como impacta o meio ambiente;
- Apresentar as leis, planos e normas que abordam especificamente os
resíduos sólidos da construção civil;
- Avaliar os procedimentos de gestão dos resíduos sólidos nas empresas
pesquisadas.

1.2 JUSTIFICATIVA

A construção civil, como é conduzida nos dias de hoje, apresenta-se como


grande geradora de resíduos. No Brasil, grande parte dos processos construtivos são
essencialmente manual e a execução se dá praticamente no canteiro de obras, os
resíduos de construção e demolição, além de potencialmente degradadores do meio
ambiente, ocasionam problemas logísticos e prejuízos financeiros (NAGALLI, 2014).
18

Os resíduos sólidos oriundos da construção civil, quando descartados a céu


aberto em locais não habilitados e sem controle de contaminação, tendem a gerar
impactos ambientais muitas vezes irreversíveis (PINTO, 1999). A pertinência deste
tema está na aplicação efetiva das leis a fim de verificar quais são as empresas que
na prática atual estão em acordo com a legislação ambiental.
Desta forma, observa-se a necessidade da avaliação da gestão dos
resíduos da construção civil. Segundo Nagalli (2014) gestão é um processo amplo
composto por políticas públicas, leis e regulamentos que indicam e direcionam a
atuação dos agentes do setor.
O presente trabalho justifica-se pelos benefícios que uma gestão dos
resíduos adequada pode proporcionar para o meio ambiente, e para as empresas do
setor da construção civil, identificando as falhas geradas e corrigindo-as de forma
eficaz.

1.3 DELIMITAÇÃO DO TRABALHO

A construção civil é um setor que vem crescendo com o passar dos anos
em Florianópolis, e com isso gerando mais resíduos sólidos. Muitas empresas não
possuem um plano de gerenciamento dos resíduos gerados, o que podem levar a má
destinação podendo afetar diretamente o meio ambiente.
A pesquisa se deu na região da Grande Florianópolis, limitando-se a
identificar o problema, e recomendar o gerenciamento adequado dos resíduos sólidos
seguindo as normas, planos e resoluções pertinentes.
Gil (2002) afirma que, [...] A delimitação do problema guarda estreita
relação com os meios disponíveis para investigação. Por exemplo, um pesquisador
poderia ter interesse em pesquisar a atitude dos jovens em relação à religião. Mas
não poderá investigar tudo o que todos os jovens pensam acerca de todas as religiões.
Talvez sua pesquisa tenha de se restringir à investigação sobre o que os jovens de
determinada cidade pensam a respeito de alguns aspectos de uma religião específica
[...] (GIL, 2002).
Diante desta problemática e com vistas a natureza desta pesquisa, foi
aplicado um questionário com 7 empresas aleatórias da região com o intuito de
analisar a gestão dos resíduos gerados por cada uma dessas empresas da construção
civil, e com a finalidade de identificar se as mesmas estão atuando de acordo com as
19

regulamentações do CONAMA, as Normas pertinentes e a Política Nacional de


Resíduos Sólidos.

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

Este trabalho está constituído por cinco capítulos assim distribuídos:


Capítulo 1 consta todos os aspectos inerentes a motivação. Será
apresentada a introdução, expondo o contexto e visão geral do tema, os objetivos a
serem alcançados do trabalho, a justificativa do trabalho juntamente com o problema
da pesquisa, a delimitação e a estrutura utilizada para este trabalho.
O capítulo 2 apresentará o referencial teórico composto pelos seguintes
tópicos: panorama atual dos resíduos da construção civil, classificação dos resíduos
da construção civil (RCC), impactos ambientais associados à má gestão dos RCC,
Plano Nacional dos Resíduos Sólidos, Plano Estadual de Resíduos Sólidos de Santa
Catarina, Plano Municipal de Resíduos Sólidos de Florianópolis, Resolução CONAMA
– 307, NBR e gestão e gerenciamento dos resíduos da construção civil.
O capítulo 3 é visto a classificação da metodologia utilizada neste trabalho,
que especifica a classificação da pesquisa e a caracterização do estudo de caso. É
abordado também os instrumentos utilizados para a coleta e tratamento de dados da
pesquisa.
O capítulo 4 contém os resultados e as discussões do estudo realizado
tendo como fundamento exposto o capítulo anterior.
O capítulo 5 apresenta as recomendações para um gerenciamento
adequado para as empresas da construção civil começarem suas mudanças e as
considerações finais deste trabalho com sugestões para futuras pesquisas.
E para finalizar o trabalho o capítulo 6 apresenta as referências
bibliográficas.
20

2. REFERENCIAL TEÓRICO

Com o embasamento para a análise da gestão de resíduos gerados nas


construtoras, descreve-se a seguir a revisão bibliográfica onde estão apresentados os
conceitos inerentes ao tema, essenciais para a pesquisa.

2.1 PANORAMA ATUAL DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Segundo Baptista Junior (2011) a construção civil é uma das mais


importantes atividades para o desenvolvimento econômico e social de um país.
Contudo, ainda é vista como uma grande geradora de impactos ambientais, quer seja
pelo consumo de recursos naturais, pela mudança da paisagem ou pela geração de
resíduos (PINTO, 2005).
A construção civil contém uma cadeia produtiva que é responsável por uma
grande quantidade de resíduos de construção e demolição (RCD) depositados em
encostas de rios, vias e logradouros públicos, criando locais de deposições irregulares
nos municípios. Esses resíduos comprometem a paisagem urbana, invadem pistas,
dificultam o tráfego de pedestres e de veículos, como também a drenagem urbana;
além de facilitar a atração de resíduos não inertes, com a proliferação de vetores de
doenças e degradação de áreas urbanas, afetando assim a qualidade de vida da
sociedade como um todo.
Como tem originado graves problemas ambientais, sobretudo nas cidades
em processo mais dinâmico de expansão ou renovação urbana, é perceptível a
necessidade da implantação de políticas públicas especificamente voltadas para o
gerenciamento desses resíduos.
Por consequência, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA)
elaborou a Resolução 307/02, que considera os geradores de resíduos da construção
civil responsáveis pelos resíduos das atividades de construções, reformas, reparos e
demolições de estruturas e estradas, bem como por aqueles resultantes da remoção
de vegetação e escavação de solos, por sua destinação final. Além de que, considera
a necessidade de implementação de diretrizes para minimizar os impactos ambientais
gerados. (KARPINSK, et al., 2009).
Os resíduos da construção civil segundo a Resolução 307 do CONAMA de
02 de julho de 2002, são definidos como:
21

“Resíduos da construção civil: são os provenientes de construções, reformas,


reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da
preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos,
concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e
compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros,
plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos
de obras, caliça ou metralha (BRASIL, 2002).

Vale destacar que o conjunto de normas da Associação Brasileira de


Normas Técnicas – NBR 15.112, NBR 15.113, NBR 15.114, NBR 15.115, NBR 15.116
(ABNT, 2004a, 2004b, 2004c, 2004d, 2004e) – que se referem a esses resíduos
reafirmam essa definição, analogamente à disposição na Resolução 307/2002 do
CONAMA (CÓRDOBA, 2010).
Para Nagalli (2014) este tema vem ganhando importância e destaque no
cenário nacional, especialmente pela aprovação da Política Nacional de Resíduos
Sólidos (PNRS) em 2010, que regulamentou o setor dispondo sobre princípios,
objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão e
gerenciamento dos resíduos sólidos, buscando a qualidade produtiva, da segurança
e ambiental em todas as obras.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos tem como finalidade regularizar a
forma como o país se porta na questão dos resíduos sólidos, tendo uma visão de
gestão integrada, na qual quem produz, consome e cuida da destinação final, são
corresponsáveis. Os efeitos disso são, além do fim dos lixões a céu aberto, a redução
de extração de matérias-primas. Ainda, gera uma consciência mais sustentável na
população e, consequentemente, nas empresas (FRAGMAQ, 2014).
O desafio de resolver este problema, mostra como a sociedade está em
busca de mudanças, motivada pelo alto custo econômico e ambiental. Se o
gerenciamento dos resíduos for realizado de forma adequada, os resíduos podem
ganhar valor comercial e ser utilizados de forma positiva na construção civil.

2.2 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Os resíduos sólidos de construção civil no Brasil, tem como legislação


referente a Resolução 307 do CONAMA, de 5 de julho de 2002, que tem como objetivo
diminuir os impactos ambientais produzidos e para que isso se torne possível
estabelece diretrizes, critérios e procedimentos a serem adotados por governos
municipais e agentes envolvidos no manejo e destinação do RCC (BRASIL, 2002).
22

A Resolução 307 do CONAMA classifica os diferentes tipos de resíduos


gerados em obras de construção civil.
No artigo 21 são adotadas as seguintes definições:
Segundo o artigo 32 os resíduos da construção civil deverão ser
classificados da seguinte forma:

1
I - Resíduos da construção civil: são os provenientes de construções, reformas, reparos
e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos,
tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas,
madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos,
tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha;
II - Geradores: são pessoas, físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, responsáveis por
atividades ou empreendimentos que gerem os resíduos definidos nesta Resolução;
III - Transportadores: são as pessoas, físicas ou jurídicas, encarregadas da coleta e do transporte dos
resíduos entre as fontes geradoras e as áreas de destinação;
IV - Agregado reciclado: é o material granular proveniente do beneficiamento de resíduos de construção
que apresentem características técnicas para a aplicação em obras de edificação, de infraestrutura, em
aterros sanitários ou outras obras de engenharia;
V - Gerenciamento de resíduos: é o sistema de gestão que visa reduzir, reutilizar ou
reciclar resíduos, incluindo planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos e
recursos para desenvolver e implementar as ações necessárias ao cumprimento das etapas previstas
em programas e planos;
VI - Reutilização: é o processo de reaplicação de um resíduo, sem transformação do mesmo;
VII - Reciclagem: é o processo de reaproveitamento de um resíduo, após ter sido submetido à
transformação;
VIII - Beneficiamento: é o ato de submeter um resíduo à operações e/ou processos
que tenham por objetivo dotá-los de condições que permitam que sejam utilizados como matéria-prima
ou produto;
IX - Aterro de resíduos da construção civil: é a área onde serão empregadas técnicas
de disposição de resíduos da construção civil Classe “A” no solo, visando a preservação de materiais
segregados de forma a possibilitar seu uso futuro e/ou futura utilização da área, utilizando princípios de
engenharia para confiná-los ao menor volume possível, sem causar danos à saúde pública e ao meio
ambiente;
X - Áreas de destinação de resíduos: são áreas destinadas ao beneficiamento ou à
disposição final de resíduos.

2
I - Classe A - são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados, tais como:
a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura,
inclusive solos provenientes de terraplanagem;
b) de construção, demolição, reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos,
blocos, telhas, placas de revestimento etc.), argamassa e concreto;
c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos,
meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obras;
II - Classe B - são os resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel/papelão,
metais, vidros, madeiras e outros;
III - Classe C - são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações
economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem/recuperação, tais como os produtos oriundos
do gesso;
IV - Classe D - são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como: tintas,
solventes, óleos e outros, ou aqueles contaminados oriundos de demolições, reformas e reparos de
clínicas radiológicas, instalações industriais e outros.
IV - Classe D: são resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como tintas, solventes,
óleos e outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos de demolições, reformas e
reparos de clínicas radiológicas, instalações industriais e outros, bem como telhas e demais objetos e
23

Segundo a NBR 10.004/2004, esta norma classifica os resíduos sólidos


quanto aos seus riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública, para que
possam ser gerenciados adequadamente. Os resíduos sólidos podem ser
classificados em:
a) Resíduos Classe I – Perigosos: aqueles que apresentam periculosidade,
ou uma das características como inflamabilidade, corrosividade,
reatividade, toxicidade, patogenicidade.
b) Resíduos Classe II – Não perigosos
- Resíduos Classe II A – Não Inertes: aqueles que não se enquadram na
classificação de Resíduos Classe I – Perigosos ou de resíduos Classe II
B – Inertes. Os resíduos Classe II A podem ter propriedades como:
biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água.
- Resíduos Classe II B – Inertes: quaisquer resíduos que, quando
amostrados de uma forma representativa, segundo a ABNT NBR 10007,
e submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou
deionizada, à temperatura ambiente, conforme ABNT NBR 10006, não
tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações
superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto,
cor, turbidez, dureza e sabor (ABNT, 2004)

A seguir, na Figura 1, o fluxograma apresentado pela NBR para subsídio


na classificação.

materiais que contenham amianto ou outros produtos nocivos à saúde. (nova redação dada pela
Resolução n° 348/04).
24

Figura 1- Classificação de Resíduos

Fonte: NBR 10.004/2004

De acordo com Lima e Lima (2009), é de extrema importância os


funcionários serem treinados e se tornarem conhecedores da classificação dos
resíduos, para que assim consigam fazer uma separação adequada dos mesmos e
tenham a consciência da importância ambiental que essa tarefa representa.
25

2.3 IMPACTOS AMBIENTAIS ASSOCIADOS À MÁ GESTÃO DOS RCC

O setor da construção civil é a atividade humana com maior impacto sobre


o meio ambiente. Estima-se que 50% dos recursos naturais extraídos estão
relacionados à atividade de construção. É ainda, a responsável por aproximadamente
15% do produto interno bruto (PIB) brasileiro, com investimentos que ultrapassam R$
90 milhões por ano, geração de 62 empregos indiretos para cada 100 empregos
diretos, contribuindo para a redução do déficit habitacional e da infraestrutura,
indispensável ao progresso (MORAIS, 2006).
Mesmo possuindo um papel tão representativo na economia nacional, é
natural a construção civil também ser um dos grandes vilões ambientais. Visto que é
o maior consumidor de matérias-primas (até 50% do total de recursos consumidos
pela sociedade), envolvendo processos com grande consumo de energia (cerca de
80% da energia utilizada na produção de um edifício é consumida na produção e
transporte de materiais), gerando poluição em quase todos seus processos (da
extração de matérias-primas à produção de produtos como cimento e concreto), e até
mesmo na fase de uso dos edifícios os impactos ambientais são numerosos (dados
mostram que o volume de recursos consumido na fase de manutenção da edificação
é praticamente igual ao consumido durante a construção) (MORAIS, 2006;
BRASILEIRO, MATOS, 2015).
Os impactos que os resíduos causam são além de ambientais, influenciam
também o meio social, econômico e visual. Uma área pode ser desvalorizada por meio
de poluição sonora, visual, sombreamento de área que necessita de insolação,
empecilho para a ventilação, entre outros (SPADOTTO et al., 2011).
A produção e rejeito de resíduos da construção civil é um dos principais
impactos ambientais, seja pela quantidade descartada diariamente ou pelo uso
irracional das jazidas de recursos naturais (BAPTISTA JUNIOR, 2013).
A Resolução 001 do CONAMA, de 23 de janeiro de 1986 define impacto
ambiental como sendo:

Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio


ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das
atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam a saúde, a
segurança e o bem-estar da população; as atividades sociais e econômicas;
26

a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; a qualidade


dos recursos ambientais.3

Segundo Barreto (2005) os impactos ambientais negativos ao meio


ambiente estão relacionados a todas as etapas do processo construtivo, desde a
extração das matérias-primas necessárias à fabricação de seus materiais, passando
pela execução dos serviços nos canteiros de obra, até a destinação final dos resíduos
gerados, provocando uma grande mudança na paisagem urbana (Figura 2).

Figura 2 - Processo Construtivo e Impactos Ambientais

Fonte: BAPTISTA JUNIOR, 2011.

Durante a etapa de extração de matéria prima, quando se trata de extração


de minérios, os principais problemas podem ser englobados em quatro categorias:
poluição da água, poluição do ar, poluição sonora, e subsidência do terreno (FARIAS,
2002).
A etapa de fabricação de materiais de construção provoca muitos impactos
negativos. Como exemplo, a indústria cimenteira, que no Brasil é responsável pela
geração de mais de 6% do total de CO2 gerado (ROTH, 2009).
Roth (2009), ainda cita que na fase de execução das obras de construção
civil o ar é afetado pelas partículas em suspensão, pelos ruídos e gases emitidos por
máquinas, veículos e equipamentos; o solo e subsolo são atingidos pela retirada de

3
O CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE - IBAMA, no uso das atribuições que lhe confere o artigo
48 do Decreto nº 88.351, de 1º de junho de 1983, para efetivo exercício das responsabilidades que lhe são atribuídas
pelo artigo 18 do mesmo decreto, e Considerando a necessidade de se estabelecerem as definições, as
responsabilidades, os critérios básicos e as diretrizes gerais para uso e implementação da Avaliação de Impacto
Ambiental como um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente, RESOLVE:
27

vegetação, cortes e escavações do terreno, aterros e terraplanagem; e as águas são


contaminadas pelo lixo, rejeitos humanos e petróleo utilizado na operação de
máquinas.
Quando os resíduos são descartados de forma incorreta acarretam uma
série de impactos ambientais. O uso e destinação final imprópria podem contaminar
córregos, águas superficiais e subterrâneas, afetando a vida humana. (NAGALLI,
2014).
Nagalli (2014) cita alguns dos principais impactos associados à mà gestão
dos resíduos da construção civil:
- Saúde pública afetada: gestão imprópria dos resíduos de construção e
demolição, como gerador de doenças, afeta os sistemas públicos de
saúde e as pessoas do entorno da obra.
- Contaminação de solos e águas: ultrapassar os limites da obra, a
contaminação de solos e águas, poluição das cadeias alimentares (e
bioacumular), prejudica as atividades agrícolas etc.
- Assoreamento de cursos d’água: o transporte de sólidos, decorrentes da
má gestão de RCD, aos sistemas ou redes de drenagem podem acelerar
o assoreamento de cursos d’água.
- Subutilização de áreas (bota-fora): a ausência de processos de controle
de compactação e umidade na execução de aterros ou a mistura de
resíduos em granulometrias inadequadas podem levar à má utilização e
até comprometer a futura ocupação de áreas de aterro.
- Não educação ambiental dos trabalhadores e prejuízos associados: a
construtora, enquanto agente empregador, pode contribuir com o poder
público com a conscientização de seus trabalhadores. Na medida em
que a educação ambiental é estabelecida nas obras, seus agentes
podem replicar tais conceitos na sociedade de maneira ativa.
- Vibrações e ruídos: decorrem usualmente de processos de demolição
pelo uso de equipamentos de impacto ou com motores a combustão.
Podem também estar associados à queda de materiais ou resíduos
durante as atividades desconstrutivas.
Constata-se que o controle e a prevenção desses impactos estão além da
gestão dos resíduos da construção, requerendo atenção de toda a equipe de obra. E,
devido a esse fator, a fim que se garanta a adequada gestão, foram elaborados
28

Planos, Normas e Resoluções. Nós próximos tópicos serão descritas as legislações


pertinentes a cada setor da sociedade e suas devidas regulamentações.

2.4 PLANO NACIONAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS (PNRS)

O PNRS trata dos diferentes tipos de resíduos gerados, novas alternativas


de gerenciamento e gestão, e metas futuras para os diferentes tipos de cenários
encontrados com seus projetos, programas e ações em âmbito nacional (MACHADO,
2013).
A Lei 12.305/2010 PNRS, em seu artigo 15 §I a XI, deve sofrer atualizações
a cada 4 anos em um horizonte de 20 anos sendo supervisionado pelo Ministério do
Meio Ambiente, conforme descrito:

“I - diagnóstico da situação atual dos resíduos sólidos;


II - proposição de cenários, incluindo tendências internacionais e
macroeconômicas;
III - metas de redução, reutilização, reciclagem, entre outras, com vistas a
reduzir a quantidade de resíduos e rejeitos encaminhados para disposição
final ambientalmente adequada;
IV - metas para o aproveitamento energético dos gases gerados nas
unidades de disposição final de resíduos sólidos;
V - metas para a eliminação e recuperação de lixões, associadas à inclusão
social e à emancipação econômica de catadores de materiais reutilizáveis e
recicláveis;
VI - programas, projetos e ações para o atendimento das metas previstas;
VII - normas e condicionantes técnicas para o acesso a recursos da União,
para a obtenção de seu aval ou para o acesso a recursos administrados,
direta ou indiretamente, por entidade federal, quando destinados a ações e
programas de interesse dos resíduos sólidos;
VIII - medidas para incentivar e viabilizar a gestão regionalizada dos
resíduos sólidos;
IX - diretrizes para o planejamento e demais atividades de gestão de
resíduos sólidos das regiões integradas de desenvolvimento instituídas por
lei complementar, bem como para as áreas de especial interesse turístico;
X - normas e diretrizes para a disposição final de rejeitos e, quando couber,
de resíduos;
XI - meios a serem utilizados para o controle e a fiscalização, no âmbito
nacional, de sua implementação e operacionalização, assegurado o controle
social.” (BRASIL, 2010).

O Plano Nacional de Resíduos Sólidos (2012) caracteriza que a falta de


hábito de separação dos resíduos e a falta de conhecimento da natureza dos mesmos,
podem impulsionar alguns obstáculos para um gerenciamento correto. Com isso, ter
o devido conhecimento sobre os resíduos gerados levará um melhor encaminhamento
para o plano de gestão e o gerenciamento dos RCC.
O Plano Nacional de Resíduos Sólidos (2012, página 20) ainda cita que:
29

Os RCC devem ter um gerenciamento adequado para evitar que sejam


abandonados e se acumulem em margens de rios, terrenos baldios ou outros
locais inapropriados. Normalmente os RCC representam um grave problema
em muitas cidades brasileiras. Por um lado, a disposição irregular desses
resíduos pode gerar problemas de ordem estética, ambiental e de saúde
pública. De outro lado, constitui um problema que se apresenta às
municipalidades, sobrecarregando os sistemas de limpeza pública.

2.5 PLANO ESTADUAL DE GESTÃO INTEGRADO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE


SANTA CATARINA (PEGIRS/SC)

É finalidade do PEGIRS/SC permitir que o Estado programe e execute as


melhorias almejadas pela população, através do direcionamento e da priorização de
ações e orientando os investimentos e os recursos federais a serem aplicados no
desenvolvimento sustentável da região (BIASUS, 2018)
O Plano alega uma política com a intenção de determinar diretrizes e
normas de prevenção da poluição, proteção e recuperação da qualidade do meio
ambiente (SANTA CATARINA, 2012).
Correa (2018) alega que o plano vai além de finalizar um documento, ele
corresponder a um processo implementação e monitoramento das ações e metas
recomendadas.
O estado de Santa Catarina, para atingir melhorias na questão da gestão
dos resíduos sólidos, lançou em novembro de 2012 o Plano Estadual de Gestão
Integrada de Resíduos Sólidos (PEGIRS/SC), por meio de um acordo entre Secretaria
do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDS) e Ministério do Meio Ambiente
(MMA). O Plano iniciou cerca de um ano antes, tendo oficinas, seminários e várias
outras atividades em algumas de regiões hidrográficas de Santa Catarina. Com esse
estudo foi possível definir os lugares mais críticos, de cada região hidrográfica, no
assunto geração de resíduos (SANTA CATARINA, 2012).
Para avaliar a quantidade de resíduos gerados na construção civil no
estado de Santa Catarina, buscou-se dados sobre as áreas construídas pertencentes
ao ano de 2016, para todos os municípios catarinenses, fornecidos pelo Conselho
Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina (CREA/SC) (SECRETARIA
DE ESTADO DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO SUSTENTÁVEL, 2018).
A Figura 3 ilustra a quantidade de resíduos de construção civil por região
de gestão integrada de resíduos sólidos do Estado de Santa Catarina em 2016.
30

Figura 3 - Quantidade de resíduos de construção civil por região de gestão integrada


de resíduos sólidos do Estado

Fonte: Plano Estadual de Resíduos Sólidos de Santa Catarina, 2018.

2.6. PLANO MUNICIPAL DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE


FLORIANÓPOLIS (PMGIRS)

O PMGIRS analisa e desempenha o planejamento de todas as ações e


práticas que devem ser realizadas para obter os resultados esperados nos prazos
estabelecidos. O prognóstico dos resíduos sólidos contempla a formulação de
projeções e cenários que possibilitam o conhecimento das demandas futuras pelo
serviço de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos no município, bem como a
possibilidade de implementação de uma gestão associada no âmbito regional
(COMCAP, 2011).
Segundo o PMGIRS da Cidade de Florianópolis deverá ser implementado,
pelos diferentes órgãos envolvidos, de forma a:

- Proteger a saúde pública e a qualidade do meio ambiente;


- Incentivar a reutilização, a reciclagem e a recuperação dos resíduos
sólidos urbanos, reduzindo a quantidade de rejeitos encaminhada a
aterros sanitários;
31

- Garantir a adequada disposição final dos resíduos mediante utilização de


técnicas ambientalmente sustentáveis e propiciadoras do aproveitamento
de energia;
- Definir o papel do setor privado e da sociedade civil na gestão dos
resíduos e suas responsabilidades no cumprimento dos objetivos da
política de meio ambiente da cidade;
- Gerar benefícios sociais e a busca da sustentabilidade econômica dos
serviços ligados ao gerenciamento de resíduos, promovendo o
desenvolvimento sustentável;
- Criar mecanismos de geração de trabalho e de renda promovendo a
inclusão social dos catadores de materiais recicláveis e das pessoas que
trabalham no segmento da recuperação e reciclagem;
- Incentivar as parcerias do governo com organizações que permitam
otimizar a gestão integrada de resíduos sólidos;
- Garantir a recuperação de áreas degradadas pela disposição inadequada
de resíduos sólidos e de rejeitos, pela própria municipalidade ou pelo autor
da degradação, quando identificado;
- Garantir o acesso da população à informação, à participação e ao controle
social nas questões relativas à gestão integrada de resíduos sólidos;
- Garantir a regularidade, a continuidade, a funcionalidade e a
universalidade dos serviços públicos de manejo de resíduos sólidos;
- Incentivar o uso de matérias-primas e insumos derivados de materiais
recicláveis e reciclados, bem como o desenvolvimento de novos produtos
e processos, com vistas a estimular a utilização das tecnologias
ambientalmente saudáveis;
- Incentivar a valorização dos resíduos sólidos por processos de tratamento
considerados técnica, econômica e ambientalmente sustentáveis
(COMCAP, 2011).

Ao longo dos anos, Florianópolis sofreu um crescimento populacional de


grande porte e, não obstante a isso, veio o problema dos resíduos sólidos, que
sofreram um aumento considerável. Conforme cita o plano de gerenciamento de
resíduos:

- Segundo dados do Censo 2010 do IBGE, a população total do município


de Florianópolis passou de 342.315, em 2000, para 421.203 habitantes,
em 2010, o que representa um crescimento de 23%. Por sua vez, a
geração de resíduos sólidos também aumentou no mesmo período,
passando de 106.162 toneladas, no ano de 2000, para 155.771 toneladas,
no ano de 2010. Estes valores representam um crescimento de 47% na
geração de resíduos sólidos e demonstra que a taxa de geração per capita
anual de resíduos sólidos também teve aumento no mesmo período,
passando de 0,31 ton/hab..ano para 0,37 ton/hab..ano (crescimento de
19%) (COMCAP, 2011).

O gráfico 1 também ilustra o aumento da quantidade de resíduos sólidos


gerados na capital entre os anos de 1985 e 2010:
32

Gráfico 1 - Evolução da quantidade de resíduos da construção civil gerados no


município de Florianópolis.

Fonte: COMCAP.

2.7. RESOLUÇÃO CONAMA – 307

A principal ação efetivada, recentemente, em termos legais no âmbito


federal é a Resolução 307 do CONAMA de julho de 2002. Essa resolução estabelece
prazos para o enquadramento de municípios e de geradores de resíduos de
construção e demolição (RCD) e, também, estabelece que esses resíduos não
poderão ser dispostos em aterros de resíduos domiciliares, em áreas de “botafora”,
em encostas, corpos d’água, lotes vagos e em áreas protegidas por lei. Os RCD,
dependendo da sua classificação, devem ser reutilizados ou reciclados na forma de
agregados, ou encaminhados às áreas de aterro de resíduos da construção civil,
sendo dispostos de modo a permitir a sua utilização ou reciclagem futura; ou deverão
ser armazenados, transportados e destinados em conformidade com as normas
técnicas específicas (KARPINSKI et al.,2009).
De acordo com Gonzáles e Ramires (2005), a Resolução 307/02 fala que
os RCD antigamente poderiam ser removidos com um pequeno controle de carga para
33

depósitos públicos ou privados, porém, nos dias de hoje há um controle mais rigoroso,
podendo assim gerar custos associados a cada tipo de resíduos.
O Conselho Nacional do Meio Ambiente através da Resolução 307 de
05/07/02- DOU de 17/07/02, para reduzir os impactos ambientais gerados pelos os
resíduos sólidos, criou diretrizes, critérios e procedimentos para a gestão dos resíduos
da construção civil (BRASIL, 2002).
Em 2015 foi publicada a Resolução 469 do CONAMA, que altera a
Resolução 307/2002 do CONAMA, com o objetivo de definir medidas novas para a
gestão dos RCC. A Resolução estabelece que as latas de tintas utilizadas na
construção civil devem ser submetidas à Logística Reversa, conforme requisitos do
PNRS, destinando adequadamente as embalagens e os resíduos (MAFRA, 2019).

2.8. NBR 10004/2004

A ABNT (2004) determina que a NBR 10004/2004 tem como objetivo


classificar os resíduos sólidos quanto aos seus riscos possíveis ao meio ambiente e à
saúde pública, para que possam ser gerenciados corretamente.
A norma ainda cita sobre a classificação dos resíduos sólidos:

- A segregação dos resíduos na fonte geradora e a identificação da sua


origem são partes integrantes dos laudos de classificação, onde a
descrição de matérias-primas, de insumos e do processo no qual o resíduo
foi gerado devem ser explicitados. A identificação dos constituintes a
serem avaliados na caracterização do resíduo deve ser estabelecida de
acordo com as matérias-primas, os insumos e o processo que lhe deu
origem (ABNT, 2004).

2.9. NBR 15112/2004

Segundo ABNT (2004) a norma NBR 15112 fixa os requisitos exigíveis para
projeto, implantação e operação da área de transbordo e triagem de resíduos da
construção civil e resíduos volumosos.
Para Nagalli (2014) a NBR 15112/2004 regulamenta as questões
estruturais do processo de gestão de resíduos, com isso cada município precisa se
adaptar as condições da norma, visto que nem todas as estruturas como Área de
Transbordo e Triagem estão nas gestões municipais.
Nagalli (2014) ainda cita, que a norma proíbe a destinação dos resíduos
que não fazem parte da construção civil ou resíduos volumosos para Área de
34

Transbordo e Triagem, e recomenda que resíduos predominantemente perigosos não


sejam encaminhados para essas áreas.

2.10. NBR 15113/2004

Segundo ABNT (2004) a norma NBR 15113 fixa:

- Os requisitos mínimos exigíveis para projeto, implantação e operação de


aterros de resíduos sólidos da construção civil classe A e de resíduos
inertes. Visa a reservação de materiais de forma segregada, possibilitando
o uso futuro ou, ainda, a disposição destes materiais, com vistas à futura
utilização da área e a proteção das coleções hídricas superficiais ou
subterrâneas próximas, das condições de trabalho dos operadores dessas
instalações e da qualidade de vida das populações vizinhas.

Para Soares (2010), deve-se sempre optar por soluções de reutilização ou


reciclagem de RCD, caso não seja possível, recomendasse aplicar alternativas do
Aterro de Resíduos de Construção Civil, apresentado na Resolução 307 do CONAMA
e normatizado pela NBR 15113 de 2004. Este tipo de aterro deve ser planejado de
modo que sirva para correção de nível de terrenos, para posterior ocupação
(disposição definitiva); ou para reservação (disposição temporária) dos resíduos de
concretos, alvenarias, argamassas, asfalto e de solos limpos, para que possam ser
reaproveitados no futuro.

2.11. NBR 15114/2004

A norma NBR 15114/2004 se aplica segundo ABNT (2004):

- Na reciclagem de materiais previamente triados para a produção de


agregados com características para a aplicação em obras de
infraestrutura e edificações, de forma segura, sem comprometimento das
questões ambientais, das condições de trabalho dos operadores dessas
instalações e da qualidade de vida das populações vizinhas (ABNT, 2004).

Nagalli (2014) destaca que essa norma se aplica somente aos resíduos de
demolição sendo aqueles transformados em agregados para a utilização em
edificações e obras de infraestrutura, contando que tenham sidos primeiramente
triados e separados. Com isso é restrito à questão da fabricação de agregados o
conceito e a aplicação do termo área de reciclagem.
Para conseguir diminuir o volume de resíduos que precisam de disposição
final e a utilização excessiva dos recursos naturais, a reciclagem e reutilização dos
RCD podem colaborar muito nessa questão. A maioria das ferramentas utilizadas nas
35

políticas públicas de diminuição dos RCD pode ser aplicada em vários estágios dos
processos de construção, demolição, projeto e manejo dos resíduos (SCHNEIDER,
2004).

2.12. GESTÃO E GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Segundo Castilhos Junior (2003), o gerenciamento de resíduos sólidos


urbanos deve ser integrado, englobando etapas articuladas entre si, desde ações
visando a não geração de resíduos até a disposição final, compatíveis com os demais
sistemas do saneamento ambiental, sendo essencial a participação do governo,
iniciativa privada e sociedade civil organizada.
Existem diversas denominações para resíduos sólidos, e naturezas,
origens diferenciadas e diversas composições. A gestão dos diversos tipos de
resíduos tem responsabilidades definidas em legislações específicas e implica
sistemas diferenciados de coleta, tratamento e disposição final (JACOBI, BESEN,
2011).
Há diversos instrumentos normativos que disciplinam a questão dos RCC,
tendo como suporte os princípios de competência administrativa e legal; normas
jurídicas que disciplinam a conduta dos geradores dos RCC e administradores
públicos (GAEDE, 2008).
O tratamento inadequado para os resíduos origina graves problemas
ambientais, especialmente nas cidades em processo mais dinâmico de expansão ou
renovação urbana, o que comprova a precisão, em todos os municípios, a implantação
de políticas públicas especificamente voltadas para o gerenciamento desses resíduos
(PINTO, GONZÁLES, 2005).
O poder público tem como dever gerenciar adequadamente os próprios
resíduos gerados por suas atividades, e também disciplinar o fluxo dos resíduos no
município. A administração pública municipal tem a responsabilidade de gerenciar os
resíduos sólidos, desde a sua coleta até a sua disposição final, que deve ser
ambientalmente segura (JACOBI, BESEN, 2011).
Neste contexto o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) criou a
Resolução 307 que contém recursos para solucionar e superar essa realidade,
definindo responsabilidades e estabelecendo critérios tornando obrigatória em todos
municípios do país e no Distrito Federal a implantação pelo poder púbico local de
Planos Integrados de Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil, como forma
36

de minimizar os impactos ambientais resultantes das atividades relacionadas à


geração, transporte e destinação desses materiais (PINTO, GONZÁLES, 2005).
Sendo assim, é de competência dos municípios a elaboração de planos
integrados que compõe: o Programa Municipal de Gerenciamento (para geradores de
pequenos volumes) e os Projetos de Gerenciamento em obra (para aprovação dos
empreendimentos dos geradores de grandes volumes) (JACOBI, BESEN, 2011;
PINTO, GONZÁLES, 2005).
A implantação do Programa Municipal de Gerenciamento de Resíduos da
Construção Civil se dá através de uma rede de serviços onde os pequenos geradores
e transportadores podem exercer suas responsabilidades na destinação correta de
seus resíduos. Os grandes geradores ficam com a tarefa de realizar os Projetos de
Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, que estabelece as técnicas
necessárias para o manejo e destinação ambientalmente correta dos RCC. O
gerenciamento do fluxo dos grandes volumes de RCC inclui, também, o compromisso
com transportadores cadastrados e áreas de recepção licenciadas (PINTO,
GONZÁLES, 2005). De acordo com os autores, os princípios citados podem
materializar-se em duas ações principais, observadas na Figura 4.

Figura 4 - Plano Integrado de Gerenciamento dos Resíduos da Construção Civil

Fonte: PINTO, GONZÁLES, 2005

O Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil, deve


caracterizar os resíduos e indicar procedimentos para triagem, acondicionamento,
37

transporte e destinação (JACOBI; BESEN, 2011). O quadro 1 a seguir elenca essas


etapas.

Quadro 1 - Etapas de elaboração de Projeto de Gerenciamento de RCC segundo


Resolução 307/2002 do CONAMA
Etapa Descrição
Caracterização Nesta etapa o gerador deverá identificar e quantificar os
resíduos;
Triagem Deverá ser realizada, preferencialmente, pelo gerador, na
origem, ou ser realizada nas áreas de destinação
licenciadas para essa finalidade, respeitadas as classes de
resíduos estabelecidas no artigo 3º desta Resolução;
Acondicionamento O gerador deve garantir o confinamento dos resíduos após
a geração até a etapa de transporte, assegurando em todos
os casos em que seja possível, as condições de reutilização
e de reciclagem;
Transporte Deverá ser realizado em conformidade com as etapas
anteriores e de acordo com as normas técnicas vigentes
para o transporte de resíduos;
Destinação Deverá ser prevista de acordo com o estabelecido na
Resolução.
Fonte: Adaptado de GAEDE, 2008

2.12.1 Caracterização e Triagem

A caracterização dos RCC é uma etapa singularmente importante no


sentido de identificar e quantificar os resíduos e desta maneira planejar qualitativa e
quantitativamente a redução, reaproveitamento, reciclagem e a destinação final dos
mesmos (LIMA, LIMA, 2009).
No momento da segregação ocorre a separação de cada tipo de resíduo
gerado, com a identificação das melhores alternativas de tratamento e destinação
final. A segregação ainda impede a mistura de resíduos incompatíveis, reduz o volume
de resíduos perigosos ou especiais a serem tratados ou dispostos, e aumenta a
“qualidade” dos resíduos que podem ser reutilizados ou reciclados (GAEDE, 2008).
A segregação compreende em separar e selecionar os resíduos de acordo
com a sua classificação. Esta etapa deve decorrer no mesmo local que os resíduos
são gerados. (BARBOSA, 2011).

2.12.2 Acondicionamento

A RDC nº 306 de 2004 da Anvisa define acondicionamento como o ato de


embalar os resíduos segregados, em sacos ou recipientes que evitem vazamentos e
38

resistam às ações de punctura e ruptura. A capacidade dos recipientes de


acondicionamento deve ser compatível com a geração diária de cada tipo de resíduo.
A importância do acondicionamento adequado evita acidentes, reduz a
contaminação devido à barreira física, evita a proliferação de vetores, minimiza o
impacto visual e olfativo, reduz a heterogeneidade dos resíduos, facilita a execução
da coleta, assim como seu armazenamento e o seu transporte (SIQUEIRA, 2006).

2.12.3 Coleta e Transporte

A coleta dos resíduos da construção civil começa pela limpeza da obra com
a varrição de cada área/ambiente, removendo os resíduos das lixeiras, colocando-os
em sacos de lixos maiores respeitando a separação correta dos mesmos (GAEDE,
2018).
A coleta de resíduos pode ocorrer nos períodos diurno e noturno, a regra
consiste em evitar ao máximo perturbar a população. A coleta diurna torna-se atrativa
por ser mais econômica e possibilita uma melhor fiscalização. O que a torna
desvantajosa é que pode interferir no trânsito de veículos e causar desgastes dos
trabalhadores em regiões de climas quentes, com a consequente redução de
produtividade (MANSUR, MONTEIRO, 2005).
Já a coleta noturna é indicada para áreas comerciais ou turísticas, não
interfere no trânsito e evita a exposição dos resíduos durante o dia à espera da coleta.
Porém a coleta realizada nesse período pode causar incômodos devido aos ruídos,
dificulta a fiscalização e aumenta o custo da mão de obra (MANSUR, MONTEIRO,
2005).
A logística do transporte de RCC se bem preparada, organiza a obra, reduz
os gatos com o gerenciamento dos resíduos, e até mesmo o risco aos trabalhadores.
Acontecem dois tipos de transporte em uma obra: interno e externo. O transporte
externo oferece a condição de levar os resíduos da obra a um destino externo, como
reciclagem ou aterros. Enquanto o interno acontece no interior dos limites imediatos
da obra (NAGALLI, 2014).

2.12.4. Destinação

Mesmo com a criação das normas, planos e resoluções que estabelecem


a necessidade do tratamento, separação e destinação final adequada para os
39

resíduos da construção civil, muitos municípios ainda dispõem de aterros sanitários,


aterros controlados e lixões sem realizar o tratamento correto, o que representa risco
à sociedade como um todo e aos trabalhadores envolvidos nas atividades afins
(JACOBI, BESEN, 2011).
Para Lima e Lima (2009), a destinação adequada dos RCC deve ser
realizada de acordo com o tipo de resíduo. Os RCC classe A deverão ser conduzidos
para áreas de triagem, áreas de reciclagem ou aterros da construção civil. Já os
resíduos classe B podem ser comercializados com empresas, cooperativas ou
associações de coleta seletiva que comercializam ou reciclam esses resíduos ou até
mesmo serem utilizados como combustível para fornos e caldeiras. Para os resíduos
das categorias C e D, deverá ocorrer o envolvimento dos fornecedores para que se
configure a corresponsabilidade na destinação dos mesmos.
De acordo com Galbiati (2005) um programa de coleta seletiva de lixo deve
ser incluído no Plano de Gerenciamento Integrado de Resíduos Sólidos do Município,
articulando-se, de maneira integrada, com as demais técnicas a serem adotadas para
o tratamento e destinação dos resíduos da construção civil. Destaca-se que qualquer
que seja o processo de tratamento dos resíduos sempre haverá uma parcela de
rejeitos, não podendo ser eliminados, necessitando assim de aterros sanitários, que é
a forma de destinação final dos resíduos sólidos que contempla os requisitos de
proteção ambiental. Sem essa providência, os resíduos se tornam foco de doenças,
causam poluição do ar e até mesmo de águas subterrâneas.
Com isso, Pinto e Gonzalez, (2005) concluem que o poder público deve
preservar seu papel de agente gestor do Plano de Gerenciamento dos Resíduos
Sólidos, criando processos gerenciais adequados e fiscalizando devidamente as
obras de modo a resguardar os padrões de gestão.
Para que a nova política de gestão adotada dê certo, é necessário
capacidade e transparência na apuração dos custos provenientes do manejo dos
RCD, a transferência dos repasses aos geradores e transportadores desses resíduos
e, principalmente, uma fiscalização rigorosa que garanta o funcionamento das ações
propostas (KARPINSK, et al., 2009).
A separação correta e a destinação final dos diferentes tipos de resíduos
da construção civil possibilitam a valorização da obra através da reutilização,
reciclagem e redução dos custos. Uma gestão adequada expressa responsabilidade
40

ambiental e causa benefícios na economia e até mesmo na qualidade dos processos


e produtos.

3. METODOLOGIA

3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA

A classificação da pesquisa é representada quanto a natureza, tipo de


abordagem do tema, objetivo e procedimento adotado, conforme a figura 5 onde pode-
se observar grifado as classificações da pesquisa deste estudo.
Quanto à natureza, esta pesquisa é considerada aplicada, pois busca a
solução de problemas, envolve verdades e interesses locais. Para Almeida (2014), a
pesquisa cientifica aplicada objetiva gera conhecimentos para aplicação prática,
dirigidos à solução de problemas específicos.
A pesquisa possui uma abordagem qualitativa, onde se buscou coleta de
dados a partir da técnica de análise documental, onde se caracterizou pela utilização
de documentos e fontes de dados para a pesquisa. Segundo Martins (2004), este tipo
de pesquisa é definido como aquela que privilegia a análise de microprocessos,
através do estudo das ações sociais individuais e grupais, realizando um exame
intensivo dos dados, e caracterizada pela heterodoxia no momento da análise.
O objetivo da pesquisa é mista, descritiva e explicativa. A pesquisa
descritiva exige do investigador uma série de informações sobre o que deseja
pesquisar. Esse tipo de estudo pretende descrever os fatos e fenômenos de
determinada realidade (TRIVIÑOS, 1987). A pesquisa explicativa preocupa-se em
identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos
fenômenos (GIL, 2007).
O procedimento empregado foi o estudo de caso, que tende a permitir a
proximidade entre o pesquisador e os fenômenos estudados. Yin (2015) cita que o
estudo de caso é uma investigação empírica que investiga um fenômeno
contemporâneo (o “caso”) em profundidade e em seu contexto de mundo real,
especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto puderem não ser
claramente evidentes.
41

Figura 5 - Classificação da pesquisa

Fonte: Elaboração das Autoras, 2019

3.2 SOBRE A AMOSTRA

Foram catalogadas 15 empresas que trabalham no ramo da engenharia


civil na região da Grande Florianópolis, escolhidas aleatoriamente e independente do
seu tamanho e número de funcionários. Destaca-se que nenhuma empresa foi
especificamente escolhida e tampouco a quantidade de empresas entrevistas.
Com o auxílio do Word foi elaborado um questionário composto por 13
perguntas, que está disponível para consulta no apêndice A. A realização do
questionário sucedeu através de envio de e-mails explicando o estudo de caso, seus
objetivos e o sigilo do nome das empresas que aceitasse participar e também através
de visita até o local das obras.
As perguntas deste questionário vão desde o conhecimento das empresas
sobre as Leis, Normas e Resoluções vigentes, passando sobre o conhecimento em
relação as empresas que recolhem os resíduos até chegar na gestão dos mesmos
gerados.
Das 15 empresas selecionadas, apenas 7 delas responderam ao
questionário. As outras 8 empresas apresentaram um grande bloqueio quando foi
mencionado o propósito do questionário pois foi perceptível que mesmas não
cumprem as normas.
42

3.3 INSTRUMENTO PARA COLETA E TRATAMENTO DE DADOS

A revisão bibliográfica desta pesquisa utilizou os bancos de dados:


Google® Acadêmico, sites governamentais para verificação das Leis vigentes, SciElo,
livros no formato físico ou E-book e estudos publicados pela Unisul. Este levantamento
bibliográfico tem como intuito classificar os resíduos sólidos gerados pela construção
civil, investigar os impactos gerados no meio ambiente, identificar leis e normas
vigentes e analisar como é realizada a gestão dos resíduos gerados.
Para a revisão bibliográfica, foram utilizados os seguintes termos: resíduos
sólidos, impacto ambiental, classificação RCC, CONAMA 307, plano nacional dos
resíduos sólidos, plano estadual de gestão integrado de resíduos sólidos de Santa
Catarina, plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos de Florianópolis,
NBR 10004/2004, 15112/2004, 15113/2004 e 15114/2004, gestão e gerenciamento
dos resíduos da construção civil.
A construção desta pesquisa envolveu três etapas:
1. Identificar os resíduos sólidos mais comuns gerados pela construção civil,
suas classificações e como impacta o meio ambiente.
Como base em pesquisas foi analisado os resíduos mais comuns gerados
em obras podendo assim avaliar suas classificações e impactos ambientais por eles
causados, com o intuito de auxiliar em um descarte correto destes resíduos.

2. Apresentar as leis, planos e normas que abordam especificamente os


resíduos sólidos da construção civil.
Com o auxílio de pesquisas, foram catalogados leis, planos e normas no
capítulo 2, visando informar sobre as regulamentações dos resíduos sólidos
produzidos na construção civil.

3. Avaliar os procedimentos de gestão dos resíduos sólidos nas empresas


pesquisadas.
Para obter as informações dessa pesquisa, optou-se em elaborar um
questionário para analisar como as empresas de construção civil da Grande
Florianópolis estão administrando a gestão dos seus resíduos sólidos gerados em
suas obras.
43

4. RESULTADO E DISCUSSÕES

4.1 IDENTIFICAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS MAIS


COMUNS GERADOS PELA CONSTRUÇÃO CIVIL

Apesar dos resíduos da construção civil serem considerados como


resíduos inertes (Classe II B), estes resíduos possuem resoluções específicas, como
a Resolução 307/2002 do CONAMA que estabelece diretrizes e os classifica. A Tabela
1 detalha os resíduos mais comuns gerados pela construção civil e suas devidas
classificações segundo a Resolução 307/2002.

Tabela 1- Identificação dos resíduos mais comuns e sua classificação segundo a


Resolução 307 do CONAMA
Classificação e definição na construção
Resíduos mais comuns
civil
É considerado resíduo de Classe A.
Sendo um resíduo proveniente de
construção, demolição ou reformas.
Pode ser reutilizado na própria obra.
Caso ele não possa ser utilizado na
Bloco ou Tijolo de alvenaria
mesma construção, pode ser
encaminhado para outra unidade de
reciclagem de materiais ou aterros
próprios para materiais de construção
civil.
Classificado com Classe B, é um resíduo
reciclável que serve para outras
destinações. Pode ser reutilizado ou
Madeira encaminhado para áreas de
armazenamento temporário, sendo
dispostos de movo a permitir a sua
utilização futura.
Considerado da Classe C, é um resíduo
que ainda não foi desenvolvida
tecnologia ou aplicação
economicamente viável que permita sua
reciclagem/recuperação, portanto é
preciso atenção especial com esse
Gesso e derivados
material durante o processo de
execução de uma obra para que não
haja desperdício. O gesso deve ser
armazenado, transportado e destinado
em conformidade com as normas
técnicas específicas.
44

Continua – Tabela 1
Classificação e definição na construção
Resíduos mais comuns
civil
Considerado um resíduo de Classe D
por ser um material perigoso que pode
causar danos à saúde humana e animal
Tintas e solventes
e ao meio ambiente. A sua destinação
deverá ser realizada em conformidade
com as normas técnicas específicas.
Fonte: Elaboração das Autoras, 2019
4.1.1 IMPACTOS AO MEIO AMBIENTE

A construção civil pode causar diversos impactos ambientais. Desde o


consumo exagerado de recursos naturais para a produção de insumos para o canteiro
de obras até o descarte inadequado de resíduos gerados nas obras.
Uma má gestão dos resíduos sólidos gerados pela construção civil
pode contaminar o meio ambiente, trazendo sérios impactos ambientais. Os resíduos
sólidos sendo mal geridos, causam poluição visual, poluição do solo, do ar e do lençol
freático podendo agir negativamente na saúde das pessoas e animais, mesmo que
seja no bairro, na rua ou na empresa.
Os resíduos estando bem alocados e geridos, contribuirá para a
preservação do meio ambiente, evitando assim os impactos socioambientais e à
saúde pública.

4.2 APRESENTAÇÃO DAS LEIS, RESOLUÇÃO E NORMAS

A legislação brasileira estabelece diretrizes e meta para o bem comum da


população e meio ambiente. A seguir será apresentada a Tabela 2, com as leis,
normas e resoluções que visam a destinação e classificação correta dos resíduos
sólidos gerados pela construção civil.

Tabela 2 - Análise das Leis, Resolução e Normas quanto à gestão de resíduos sólidos
Aplicação para gestão de resíduos
Leis, resolução e normas
sólidos
O Plano Nacional de Resíduos Sólidos
foi sancionado em 2010 e procura
organizar a forma com que o país lida
com o lixo e exigir dos setores públicos
Plano Nacional dos Resíduos Sólidos
e privados transparência no
gerenciamento de seus resíduos.
Tem como intuito a redução de produção
de resíduos sólidos e reaproveitamento.
45

Continua – Tabela 2
Aplicação para gestão de resíduos
Leis, resolução e normas
sólidos
Se adequando à realidade do estado, o
plano tem como objetivo auxiliar nos
desafios encontrados no setor,
proporcionando subsídios concretos
Plano Estadual de Gestão Integrada de
para que o estado alcance uma elevada
Resíduos Sólidos
qualidade de vida tendo uma gestão
adequada sobre os resíduos gerados,
possibilitando uma perfeita harmonia
com a preservação do meio ambiente.
O Plano Municipal de Gestão Integrada
de Resíduos Sólidos de Florianópolis –
PMGIRS foi instituído pelo decreto
municipal nº 17.910 em 22 de agosto de
2017, após ter sido elaborado por
técnicos da Secretaria Municipal de
Plano Municipal de Gestão Integrada de
Infraestrutura e da COMCAP.
Resíduos Sólidos de Florianópolis
Através do manejo diferenciado e pela
reciclagem promove correção dos
problemas ambientais decorrentes da
deposição inadequada de resíduos da
construção e demolição na malha
urbana.
A Resolução 307 do Conselho Nacional
do Meio Ambiente (Conama) foi criada
em 2002 a que tem como principal
objetivo criar, em médio prazo,
Resolução 307/2002 do CONAMA mecanismos para reduzir e disciplinar a
geração do entulho, além de
regulamentar a destinação, quando
inevitável, desses resíduos e fazer sua
classificação corretamente.
Esta norma da ABNT tem o intuito de
estabelecer os critérios para
classificação dos resíduos sólidos
quanto aos seus riscos potenciais ao
meio ambiente e a saúde do homem.
Sua classificação envolve a
NBR10004/2004 identificação do processo ou atividade
que lhes deu origem, além de seus
constituintes e características com
listagens de resíduos e substâncias cujo
impacto à saúde e ao meio ambiente é
conhecido.
46

Continua – Tabela 2
Aplicação para gestão de resíduos
Leis, resolução e normas
sólidos
A norma NBR 15112/2004 estabelece
requisitos exigíveis para o descarte para
áreas de transbordo e triagem dos
resíduos da construção civil e resíduos
volumosos.
NBR 15112/2004
Visando também que cada município
necessita se adaptar as normas
ambientais e gestões municipais dos
mesmo para a locação das áreas de
transbordo e triagem.
A fim de tornar mais frequente a
reutilização ou reciclagem de RCC, a
NBR 15113/2004 norma NBR 15113 aborda requisitos
mínimos para a implantação e operação
de aterros de resíduos sólidos.
A norma NBR 15114/2004 trata da
aplicação da reciclagem de materiais já
previamente triados para serem
transformados em agregados para a
aplicação em obras de infraestrutura e
edificações.
NBR 15114/2004 Com essa norma sendo colocada em
prática futuramente o volume de
resíduos que necessitam de disposição
e a pressão sobre recursos naturais final
diminuirá, trazendo muitos benefícios
para o meio ambiente.

Fonte: Elaboração das Autoras, 2019

Após analisar estas normas, resoluções e leis pode-se perceber o quanto


a aplicação delas são fundamentais, pois elas servem de base para que as empresas
sigam corretamente o gerenciamento de resíduos sólidos.
Observas-se que muitas delas se completam e juntas unem forças para
que seja possível o crescimento das cidades preservando o meio ambiente.

4.3 AVALIAÇÃO DA GESTÃO E DO GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS


DENTRO DAS EMPRESAS

A apresentação dos resultados consiste nas análises das respostas dos


questionários aplicados com as empresas. Alguns resultados serão mostrados em
porcentagem para uma melhor compreensão. O texto abaixo apresentará um resumo
47

abordado as perguntasse respostas do questionário anexo, com as suas devidas


análise e recomendações.
1. O questionário deu início sobre o conhecimento das empresas em
relação a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS) de 2010 e 71,43%
responderam que sim. Mesmo a maioria tendo respondido de forma positiva, isso não
garante que estas cumpram as orientações que o Plano exige.
A Lei 12.305/2010 estabelece normas e diretrizes para o gerenciamento e
disposição final dos resíduos sólidos, trata também das responsabilidades do poder
público, dos gerados e até mesmo das empresas, exigindo a elaboração de Planos
de Resíduos Sólidos. Com isso, é preocupante ainda existir empresas que não
possuem o conhecimento visto que é um instrumento importante para os resíduos.
2. Com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, o município passou a ter
obrigações e metas na gestão dos resíduos sólidos definidas por planos estaduais e
municipais.
Esses Planos são conhecidos por apenas 42,86% das empresas
pesquisadas, porém nenhuma delas são colocados em prática. O Plano Municipal da
cidade base da pesquisa, Florianópolis, exige alguns pontos bem claros, os quais
foram citados no tópico 2.6 do referencial teórico apresentado anteriormente. Com
isso, nota-se que existe falta de comunicação entre as empresas e a prefeitura, que
pode auxiliar com esse instrumento que é tão essencial para o Município.
3. A Resolução 307 do CONAMA possui extrema importância para as
empresas de construção civil pois além de estabelecer diretrizes, classificar os
resíduos sólidos e servir como base para a destinação correta, também garante os
procedimentos adequados para guiar a correta gestão dos resíduos e diminuir os
impactos ambientais causados por estes.
O nível de conhecimento sobre a Resolução é alarmante e considerado
intermediário, pois sua publicação ocorreu no ano de 2002, sendo considerada antiga,
por este motivo deveria ser de conhecimento geral. Apenas 57,14% têm ciência da
mesma.
4. A Resolução 307/2002 classifica os diferentes tipos de resíduos gerados
na construção civil, e de acordo com ela os resíduos perigosos são classificados na
Classe D.
Foi realizado o questionamento sobre a classificação dos resíduos pois é
de extrema importância ter consciência, para que seja feita uma destinação final
48

adequada dos resíduos, principalmente dos perigosos. E esta questão teve respostas
positivas, 85,72% têm conhecimento de como é praticada a classificação dos resíduos
e ainda citaram quais resíduos são considerados perigosos, como as tintas, solventes,
produtos químicos como impermeabilizantes, entre outros.
5. O PNRS exige que as empresas possuam um Plano de Gerenciamento
de Resíduos Sólidos, e a maioria, 71,42% confirmou não possuir. E, conforme
constatado no decorrer desta pesquisa, apenas duas empresas sinalizaram que estão
elaborando e implantando o PGRS atualizado. E, segundo consta, o Plano de
Gerenciamento tem como objetivo caracterizar os resíduos e indicar os procedimentos
para triagem, acondicionamento, transporte e destinação, como foi citado no tópico
2.12 do referencial teórico. Este plano como visto, é de extrema importância na gestão
dos resíduos e deve existir nas empresas independentemente de haver um Plano
Municipal.
6. Nesta questão houve algumas controvérsias visto que a pesquisa foi
realizada na Grande Florianópolis, 42,86% das empresas responderam que a
prefeitura solicita o Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos para obter o
licenciamento ambiental, e neste processo são avaliados impactos causados pelo
empreendimento como sua capacidade de gerar líquidos poluentes, ruídos e os
resíduos sólidos também. É importante lembrar que as licenças ambientais
estabelecem condições para que o empreendimento cause o menor impacto possível
ao meio ambiente.
Conforme o artigo 24 da Lei 12.305/2010 “o plano de gerenciamento de
resíduos sólidos é parte integrante do processo de licenciamento ambiental do
empreendimento ou atividade pelo órgão competente do Sisnama.” Ou seja, se
apenas uma empresa pesquisada dispõe de um Plano de Gerenciamento, unicamente
ela possui as devidas licenças.
Nos empreendimentos e atividades não sujeitos a licenciamento ambiental,
a aprovação do plano de gerenciamento de resíduos sólidos cabe à autoridade
municipal competente, conforme § 1o do mesmo artigo.
7. O resultado da pesquisa quando o assunto é controle dos resíduos
visando o reaproveitamento ou separação para reciclagem é alarmante pois apenas
42,85% executam este controle. No entanto, o Plano Nacional de Resíduos Sólidos
contempla metas para redução, reutilização e reciclagem com vistas a reduzir a
quantidade de resíduos e rejeitos encaminhados para a disposição final
49

ambientalmente adequada. A maioria das empresas responderam que possuem


conhecimento sobre o PNRS, porém nesta questão pode-se observar que o Plano não
é posto em prática.
Ao elaborar esta questão pensou-se em deixar um espaço para que as
empresas informassem como é realizado o controle de seus resíduos gerados, uma
das empresas que pratica respondeu que apenas o gesso é separado dos outros
materiais e que as latas de tintas e baldes são reutilizadas para outros fins. Outra
afirmou que reaproveitam vidros, madeiras e papelão. Conforme a Resolução
469/2015 do CONAMA, as embalagens de tintas utilizadas na construção civil devem
ser submetidas à Logística Reversa, conforme os requisitos do PNRS, focando no
retorno de materiais já utilizados, visando o reaproveitando ou descarte apropriado e
a preservação ambiental.
Destaca-se outra empresa que revelou que reaproveita os resíduos apenas
quando é para reduzir custos de algum procedimento, pois não é uma prática comum.
Analisando e comparando as respostas observa-se quem respondeu de
forma negativa apenas utiliza e joga fora o material, sem reaproveitamento e muitas
vezes sem a destinação devida, não seguindo os itens propostos pelo PNRS.
8. A questão destaca se as empresas buscam conscientizar os
funcionários e de que maneira isso acontece, e 57,14% das empresas responderam
de forma positiva. Uma empresa comentou que no início de cada obra realiza reuniões
com os funcionários para alertá-los quanto à separação dos resíduos e o
reaproveitamento de materiais
Dentre as empresas que participaram da pesquisa, uma delas relatou que
informa aos funcionários verbalmente os riscos biológicos e as multas que podem
receber caso algum resíduo químico seja jogado junto ao entulho normal.
A reciclagem de resíduos da construção civil é responsabilidade de toda a
empresa. Todos os colaboradores devem se conscientizar da necessidade de
preservar o meio ambiente para gerações futuras. Porém, não são todos os
funcionários que possuem essa conscientização e com isso, as empresas devem
instruí-los com treinamentos e palestras para que saibam da importância e como é
realizada a separação dos resíduos.
Mesmo sendo a maioria, não se tem 100% das respostas afirmativas. Três
empresas não conscientizam seus colaboradores. Incentivar a conscientização com
50

novos procedimentos implica em adotar medidas que tornem ambiental, econômica e


socialmente vantajosa a gestão dos resíduos dentro das empresas.
9. Dentre as empresas que colaboraram com a pesquisa, 85,71%
responderam que é realizado o recolhimento dos resíduos por coleta seletiva. Este
processo é implementado mediante a separação prévia dos resíduos sólidos gerados
no local das obras. Mas pode-se perceber durante as entrevistas que a maioria das
empresas não separam seus resíduos, apenas os perigosos e com isso, ocorreu o
questionamento sobre os papa entulhos. Foi constatado que as empresas jogam
todos os resíduos da construção civil nas caçambas sem separá-los, pois não seria
economicamente viável ter um papa entulho para cada tipo de resíduo.
Segundo a NR18, os entulhos e quaisquer sobras de materiais devem ser
regulamente coletados e removidos, consta ainda que é proibido manter entulho
acumulado ou exposto em locais inadequados do canteiro de obras. Ou seja, antes
do recolhimento dos resíduos pelo papa entulho, os rejeitos no canteiro de obras
devem estar devidamente separados para uma coleta adequada.
Visto isso, pode-se notar que a prioridade das empresas são os custos e
não a implantação do sistema de coleta seletiva para se atingir a meta de disposição
final ambientalmente apropriada.
10. Dando continuidade sobre o recolhimento dos resíduos foi questionado
o local que a empresa especializada os deposita. Obteve-se apenas duas respostas
informando que são destinados em aterros licenciados pela Fundação Municipal de
Meio Ambiente de Biguaçu.
A Política Nacional dos Resíduos Sólidos prevê que os resíduos de
construção civil não poderão ser lançados em mares, corpos hídricos e in natura a
céu aberto. Já a Resolução 307 do CONAMA, apresentado no referencial teórico, cita
que os resíduos de construção civil não poderão ser dispostos em aterros de resíduos
domiciliares, em áreas de “botafora”, em encostas, corpos d’água, lotes vagos e em
áreas protegidas por lei. A Resolução ainda cita que é de responsabilidade dos
mesmos a não geração de resíduos, e posteriormente, o processo de tratamento para
sua devida destinação final, para que não prejudique o meio ambiente.
Foi observado nesta questão que 5 das 7 empresas questionadas não
sabem o local que os resíduos são descartados, podendo ser em lixões, aterros de
resíduos sólidos urbanos ou aterros próprios para resíduos da construção civil. E o
mais agravante encontra-se na falta de interesse das empresas em saber se o local
51

depositado possui licença ambiental emitida pelo Município para estar em


funcionamento.
11. Com relação a questão ambiental percebe-se uma enorme falta de
interesse sobre o assunto pois apenas uma empresa respondeu que possui uma
assessoria terceirizada para questões ambientais.
Foi deixado um espaço para que fosse comentado quais são as medidas
tomadas, e a foi respondido que é contratada uma empresa especializada na
disposição final de resíduos e/ou rejeitos da construção civil em aterros.
12. O assunto sobre a fiscalização por parte das Prefeituras a respeito dos
resíduos sólidos é assustador. Conforme questionado, todas as empresas informaram
que nunca ocorreu uma devida vistoria em suas obras.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos prevê que seja realizada uma
fiscalização por parte dos órgãos competentes para que seja cumprido o que contém
no Plano Nacional, Estadual e, em alguns casos, Municipal.
Dessa forma, com todas as respostas negativas, percebe-se que há uma
falha por parte das Prefeituras quando o assunto é fiscalização das obras. Essa falha
pode ser explicada de diversas formas como por exemplo por falta de recursos ou até
mesmo por ainda não ser considerada prioridade para tal Município.
13. Foi deixado um espaço para as empresas apontarem considerações que
não foram questionadas e que fossem consideradas importantes. Uma empresa de
reformas informou que contratam dois tipos de papa entulho, um para os resíduos que
eles consideram normais, que são os de alvenaria e o outro são para entulhos
químicos que eles consideram o gesso. Para contratar os papa entulhos a empresa
exige que os mesmos sigam as exigências das normas.
Uma empresa comentou sobre a concorrência desleal sobre suas vendas.
Como existe uma falha do poder público quanto a fiscalização das obras a respeito
dos resíduos sólidos, acaba favorecendo as empresas que praticam irregularidades.
As que cumpre com todas as exigências, que agem corretamente quanto a destinação
dos resíduos acabam aumentando o preço do produto vendido, visto que os custos
cobrados pelas empresas coletoras são altos.
Foi realizada uma análise geral com base nas respostas obtidas, e pode-
se observar que a falta de coleta seletiva no Município incomoda as empresas, pois o
Município base da pesquisa não possui um local de descarte próprio. Com essa
dificuldade, as empresas acabam deixando de lado esse processo visto que não
52

existe uma fiscalização para que sejam cobradas as exigências estipuladas pelo
PNRS.
53

5. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÃO FINAL

Um dos maiores problemas da atualidade é a preocupação com a


sustentabilidade e com o uso eficiente de recursos. Inserido nesta problemática a
questão principal do presente trabalho refere-se a abordar da gestão de resíduos
sólidos nas empresas de construção civil da Grande Florianópolis
O grande crescimento das cidades e a falta de preparo dos órgãos do
governo e das empresas para essa gestão, provocam consequências severas que
podem ser observadas na poluição dos solos, no aumento de enchentes, no uso
intenso de recursos naturais, além de impactos visuais e sociais.
Pelos pontos levantados através do embasamento teórico, foi possível
realizar um questionário referente a gestão dos resíduos sólidos que foi aplicado nas
construtoras, o qual resultou em algumas recomendações a serem seguidas.
Pela análise dos dados coletados percebemos que a maioria das empresas
entrevistadas não apresentam um plano de gestão de resíduos, é de extrema
importância que as empresas desenvolvam e apliquem um plano de gestão, pois ele
que descreve como é realizado o manuseio e o descarte adequado dos resíduos
gerados na obra.
O alto nível de recursos naturais usado na construção civil é alarmante e
podem trazer sérios riscos para o meio ambiente. Conforme pesquisado, foi
observado que as empresas pesquisadas não têm a prática de reutilizar os materiais
das obras, e isso gera desperdício e mais custos. Então, desta forma, recomendasse
que as empresas adotem práticas de reciclagem e reaproveitem os materiais, gerando
com isso uma grande economia financeira e uma consciência sobre o uso excessivo
de recursos naturais.
É importante buscar informações nos dispositivos legais sobre o
gerenciamento de resíduos sólidos, visto que é fundamental para um bom
funcionamento de uma empresa de construção civil, neles contêm informações
essenciais para manter uma obra no caminho correto em sua fase de execução, como
o descarte adequado, o manuseio dos resíduos, a classificação pertinente e as
obrigações que o responsável da obra precisara dispor.
Os setores públicos e privados devem aumentar o debate público sobre a
questão dos resíduos, uma vez que é um assunto de extrema relevância para a
população. Necessita, além de investimento financeiro, muitos estudos para novas
54

possibilidades de descartes dos resíduos, pesquisas para novas alternativas de


materiais de construção utilizando produtos recicláveis e a criações de aterros
públicos evitando assim os gastos excessivos com aterros privados.
Além disso, é necessário que a sociedade entenda tudo o que envolve esse
assunto, que devesse cuidar e preservar o meio ambiente, e que é dever de todos
cobrar e fiscalizar dos empresários e órgãos públicos melhorias nesta área.
O gerenciamento correto dos resíduos nas obras é um elemento
fundamentos para obter os resultados positivos no setor e isso só será possível com
uma gestão dos resíduos adequada por parte dos geradores e poder público com a
implantação de forma correta e com a merecida importância dada em todas as etapas
dos processos.
Esperamos, que este trabalho ajude as empresas, estados, municípios e a
população em geral com a questão do gerenciamento dos resíduos sólidos, que sirva
de estímulo para o conhecimento da importância de seus papéis no desenvolvimento
sustentável das nossas cidades, e que tragam à tona esse assunto que é tão essencial
na vida cotidiana de todos.
Esse trabalho foi muito importante para nossa futura vida profissional, pois
aborda um tema muito recorrente na área da construção civil, mostrando a importância
de as empresas possuírem as informações necessárias, fazendo que com isso
possam reconhecer os problemas enfrentados e ajudará a tomar as decisões
concretas nos momentos necessários.
A partir deste trabalho recomenda-se como novas pesquisas:
- Investigar novas alternativas para o reaproveitamento dos resíduos
gerados nas obras;
- Verificar a redução de gastos nas empresas se fossem reutilizados e
reciclados os materiais das obras e a redução de desperdício de materiais;
- Realizar um estudo sobre a logística reversa aplicada na construção civil;
- Pesquisa para verificar o custo para o Município com a implantação de
aterros públicos de resíduos sólidos da construção civil.
55

REFERÊNCIAS

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Sul, 2009. Disponível em:
<http://www.sinduscondf.org.br/portal/arquivos/GestaodeResiduosPUCRS.pdf>
Acesso em: 26 mai 2019

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simples, prática e objetiva. São Paulo: Atlas, 2014.

ÂNGULO, S.C.; JOHN, V.M. Variabilidade de agregados graúdos de resíduos de


construção e demolição reciclados. São Paulo 2001. Disponível em:
<http://www.pcc.usp.br/files/text/publications/bt_00279.pdf> Acesso em 15 mai 2019

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Disponível em:
<http://portal.anvisa.gov.br/documents/33880/2568070/res0306_07_12_2004.pdf/95
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004: Resíduos sólidos


- Classificação. Rio de Janeiro, 2004.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15112. Resíduos


sólidos da construção civil e resíduos inertes: Áreas de Transbordo e Triagem de RCD.
Junho, 2004a.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15113. Resíduos


sólidos da construção civil e resíduos inertes: Aterros - Diretrizes para projeto,
implantação e operação. Junho, 2004b.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15114. Resíduos


sólidos da construção civil: Área de reciclagem - Diretrizes para projeto, implantação
e operação. Junho, 2004c.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15115. Agregados


reciclados de resíduos sólidos da construção civil – Execução de camadas de
pavimentação – Procedimentos. Junho, 2004c

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15116. Agregados


reciclados de resíduos sólidos da construção civil - Utilização em pavimentação e
preparo de concreto sem função estrutural - Requisitos. Junho, 2004c

BAPTISTA Junior., J. V. Uma proposta para logística de reciclagem do resíduo da


construção civil na cidade do Rio de Janeiro. 2011. Dissertação (Mestrado
Profissional em Engenharia Urbana e Ambiental) — Pontifícia Universidade Católica
do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2011. Disponível em: <http://www.urb.puc-
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56

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Acesso em: 17 abr. 2019.
61

APÊNDICE A

Questionário Aplicado às Empresas

Universidade do Sul de Santa Catarina


Curso: Engenharia Civil
Alunas: Cassielly Spindola e Izadora Fernandes Goes

Caro empresário,

Esse questionário faz parte de uma análise sobre o gerenciamento dos


resíduos sólidos da construção civil na Grande Florianópolis para constituir o
trabalho de conclusão de curso para à obtenção do título de Engenharia Civil da
Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL.
Garantimos o sigilo total das informações obtidas nessa análise.
Desde já agradecemos a receptividade e a atenção na sua empresa.
Palhoça, 21 de agosto de 2019

DADOS DA EMPRESA
Empresa: __________________________________________
Município da empresa: ______________________________

QUESTIONÁRIO PARA ENTREVISTA

1) A empresa tem conhecimento da Política Nacional dos Resíduos Sólidos de


2010?
( ) Sim ( ) Não
Se sim, ela atende as necessidades da sua empresa?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
________________________________________

2) A empresa tem conhecimento se o Estado possui um Plano Estadual de Resíduos


Sólidos?
( ) Sim ( ) Não

2.1 E, se o Município possui Plano Municipal de Resíduos Sólidos?


( ) Sim ( ) Não
Caso a empresa tenha conhecimento, o plano é posto em prática?
___________________________________________________________________
__________

3) A empresa tem conhecimento da Resolução CONAMA nº 307 , a qual trata da


classificação e destinação correta dos resíduos gerados pela construção civil?
( ) Sim ( ) Não
62

4) A Resolução CONAMA nº 307 classifica os diferentes tipos de resíduos gerados na


construção civil. A empresa tem conhecimento de quais são os resíduos considerados
perigosos?
( ) Sim ( ) Não
Se sim, comente quais são:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
________________________________________

5) A empresa possui um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos?


( ) Sim ( ) Não ( ) Em elaboração
Caso afirmativo, informar desde quando: ___/___/____

6) As Prefeituras solicitam o Plano de Gerenciamento dos Resíduos Sólidos para


liberação das licenças ambientais?
( ) Sim ( ) Não

7) A empresa realiza o controle dos resíduos visando o reaproveitamento dos matérias


nas obras ou separação para reciclagem?
( ) Sim ( ) Não
Caso afirmativo, destacar como é feito esse controle e quais são os matérias
reutilizados nas obras:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
________________________________________

8) Os trabalhadores são conscientizados pela empresa com informações sobre a


necessidade de separação dos resíduos para uma destinação correta?
( ) Sim ( ) Não
Caso afirmativo, informar como é realizada esta conscientização:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
________________________________________

9) O recolhimento dos resíduos por coleta seletiva acontece por uma empresa
especializada?
( ) Sim ( ) Não
63

10) O local onde a empresa especializada deposita os resíduos é conhecida por


vocês?
( ) Sim ( ) Não
Caso afirmativo, informar o local da destinação dos resíduos:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

10.1) A empresa tem conhecimento se o local possui regularização ambiental?


( ) Sim ( ) Não

11) A empresa possui alguma assessoria terceirizada para questões ambientais?


( ) Sim ( ) Não
Se sim, comente quais são as medidas tomadas:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
________________________________________
12) A empresa recebeu alguma vez fiscais por parte da Prefeitura para vistoria das
obras a respeito dos resíduos sólidos?
( ) Sim ( ) Não
Caso afirmativo, destacar como foi realizada a fiscalização:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
________________________________________

13) Aponte alguma consideração que não tenha sido questionada e que seja
considerada importante pela empresa a respeito dos resíduos sólidos:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
________________________________________

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