Seguranca Do Paciente Comunicacao Efetiva
Seguranca Do Paciente Comunicacao Efetiva
Seguranca Do Paciente Comunicacao Efetiva
2- Introdução
Segundo o dicionário Aurélio, comunicação é a derivação feminina do verbo
comunicar, pôr em comunicação, participar, fazer saber, pegar, transmitir. Estar em
comunicação. Corresponder-se. Propagar-se. Transmitir-se.
Um dos desafios para garantir a segurança do paciente no ambiente hospitalar é
enfatizar a comunicação efetiva como meta a ser atingida pela equipe interdisciplinar, como
também, proporcionar um ambiente de trabalho harmonioso com assistência livre de danos.
3- Justificativa
A importância da comunicação e do trabalho da equipe interdisciplinar de saúde é
visto como determinante da qualidade e da segurança na prestação de cuidados aos
indivíduos (SANTOS et al ,2010).
As falhas de comunicação são a principal causa de eventos adversos ao paciente.
Estudo aponta que falhas no trabalho em equipe e na comunicação entre os profissionais de
saúde têm sido um dos principais fatores que contribuem para os erros na atenção à saúde,
eventos adversos (EAs) e, consequentemente, diminuição da qualidade dos cuidados
(BAGNASCO et al, 2013).
Uma pesquisa realizada em hospitais afiliados à Harvard identificou a comunicação
como um fator crítico em 30% dos casos de negligência examinado pelo CRICO Strategies.
Os casos, incluindo 1.744 mortes, envolvem histórias graves e falhas na comunicação. Por
exemplo, um profissional do hospital recebeu ligações de um paciente diabético no
consultório médico, mas não retransmitiu as mensagens para o médico do paciente. O
paciente entrou em deterioração clínica e morreu com cetoacidose diabética (BAILEY,
2016). No Brasil, estudo realizado em três hospitais de ensino evidenciou a incidência de
eventos adversos de 7,6%, dos quais 66,7% foram considerados evitáveis (OMS, 2008).
Nesse sentido, esse protocolo deverá ser aplicado em todos os serviços de saúde
da Rede SES/DF com o objetivo de minimizar a ocorrência de incidentes e eventos
adversos relacionados à falha de comunicação entre a equipe multiprofissional.
6- Critérios de Inclusão
Todos os profissionais que prestam assistência direta ou indiretamente aos pacientes
nos serviços de saúde em qualquer nível de atenção na SES/DF.
7- Critérios de Exclusão
Não se aplica.
8- Conduta
A segurança do paciente depende do trabalho em equipe e é melhorada apenas
quando a informação é compartilhada (SALAS et al 2003).
Sabe-se que alguns fatores podem afetar a qualidade da comunicação. São eles:
privação do sono em jornadas de trabalho longas, descontinuidade da assistência,
atendimentos que extrapolam a capacidade instalada da Unidade/Setor de Saúde, ausência
de protocolos que padronizem a comunicação. No setor saúde, a comunicação não é
apenas uma troca de informação e sim a construção de sentidos, o que nos faz repensar,
conhecer, compreender o processo comunicacional no cenário da assistência.
A meta da comunicação efetiva tem o objetivo desenvolver de forma colaborativa
uma política e/ou procedimentos para as prescrições verbais ou telefônicas e para informar
resultados de exames. A recomendação de ouvir e repetir para o interlocutor a
informação/ordem/prescrição recebida é considerada uma medida de segurança para
garantir uma comunicação clara, precisa, completa e sem ambiguidade para o receptor.
Algumas publicações referenciam a predominância de falhas, incidentes e eventos
adversos relacionados à comunicação ineficaz entre os profissionais da saúde, conforme
descrição:
Erros relacionados à suspensão de cirurgias, de procedimentos/exames e o tempo
prolongado do jejum;
Erros relacionados à cadeia medicamentosa (falhas de redação e interpretação da
prescrição, dispensação e preparo dos medicamentos, uso de siglas, abreviaturas,
rasuras, entre outros);
Erros relacionados à emissão das informações nas situações críticas como:
passagem de plantão, rounds, ferramentas para troca de equipes e transferências
▪ REGISTRO EM PRONTUÁRIO
Um dos quesitos que mais impacta na segurança do paciente é o registro assertivo,
pois informações fidedignas são imprescindíveis para uma assistência segura. Portanto faz-
se necessário que os registros em prontuários sejam completos, atualizados, precisos,
fidedignos, legíveis e com terminologia própria da profissão (CREFITO, 2012; COFEN,
2016; CFN, 2005).
▪ PRESCRIÇÃO VERBAL
Ferramenta SBAR:
Trata-se de uma técnica utilizada para a comunicação de informação crítica
permitindo compartilhar informações do paciente de forma concisa.
É um modelo estruturado e particularmente útil para a comunicação entre os
membros da equipe de saúde sobre alterações e condição de um paciente e/ou a
deterioração dos sinais clínicos do paciente com linguagem crítica e conscientização.
É uma ferramenta de comunicação, dando início a uma estratégia de segurança do
paciente com o intuito de melhorar a comunicação da equipe. Visa a evitar falhas na
comunicação verbal e escrita, criando um modelo mental compartilhado em torno de todo o
quadro clínico do paciente e situações que requerem avaliação rápida ou troca de
informação crítica (WACHTER 2010; CHASSIN e BECHER, 2002).
S – SITUAÇÃO: O que está acontecendo com o paciente? Identifique-se / Identifique
a unidade do paciente / Explique resumidamente o problema / Qual é, quando aconteceu ou
iniciou e qual a sua gravidade / Determine a causa da sua preocupação.
B – BACKGROUND/ HISTÓRIA PRÉVIA: Qual é o contexto e histórico clínico?
Forneça informações pertinentes dos antecedentes relacionados com a situação que podem
incluir: diagnóstico de internação, data de admissão, lista das medicações em uso, alergias,
sinais vitais mais recentes, data e hora em que foi realizado qualquer exame laboratorial e
os resultados dos exames anteriores para comparação, resumo do tratamento até o
momento.
A – AVALIAÇÃO: O que mudou? Diga o que você considera que seja o problema:
mudanças que ocorrem em relação à avaliação anterior, a condição do paciente instável ou
se agravando.
R – RECOMENDAÇÃO: O que eu faria para corrigi-lo? Diga qual a sua
recomendação ou solicitação: tratamentos específicos, exames necessários, o paciente
precisa ser avaliado agora?
Olá Doutor, o Sr. Pedro está tendo uma dor torácica. Ele estava andando no
corredor e comeu bem no jantar.
Ele estava um pouco sudoreico quando teve a dor, mas já lhe dei todos os
medicamentos, inclusive a insulina e o antibiótico.
Ele foi submetido a uma colectomia ontem e está em uso de uma bomba de PCA
(analgesia controlada pelo paciente).
É um homem de 68 anos, com história prévia de doença cardíaca, que sofreu uma
colectomia ontem, sem complicações (História Prévia‐ Background).
8.3.1 Fármaco(s)
Não se aplica.
9- Benefícios Esperados
Reduzir a ocorrência de erros relacionados à falha de comunicação entre a equipe
de saúde. Espera-se que todo o processo de troca de informação entre pessoas deverá
resultar em compreensão sobre o que está sendo comunicado em todas as Unidades de
Saúde da Rede SES/DF.
10- Monitorização
Todos os incidentes envolvendo falhas na comunicação devem ser notificados pelos
pacientes e/ou profissionais de saúde na Ficha de Notificação de Eventos Adversos do
Núcleo de Qualidade e Segurança do Paciente e/ou sistema NOTIVISA (aba cidadão).
EQUIPE: ____________________________________________________________