Psicanálise e Transtorno de Personalidade Boderline
Psicanálise e Transtorno de Personalidade Boderline
Psicanálise e Transtorno de Personalidade Boderline
DESENVOLVIMENTO
Outrossim, André Green também contribui com estudos sobre o TPB, foi ele que
introduziu os conceitos de angustia de separação e intrusão; contudo, afirma que
existem a angústia separação e a angústia de invasão ou engolfamento pelo objeto.
“Ambas, abandono e perda, ou engolfamento, seriam ‘doenças das fronteiras do ser’ e
implicariam possibilidades aterrorizadoras de morte e dissolução”. Essa problemática
corresponde à fragilidade da estrutura psíquica onde os limites internos e externos são
pouco definidos. Ambas as angústias são constantes, independentemente da
proximidade de um objeto “externo”, podendo ser vivenciada forte angústia de
separação, mesmo estando próximo do outro; e angústia de intrusão, mesmo que o
objeto esteja distante. Elas são correlatas à angustia de castração e de penetração, nas
quais sucedem fantasias de perda de uma parte, ou perda do todo; e ameaça à
identidade, por uma fantasia de intrusão de uma parte ou do todo. Não só isso, Green
cita outro aspecto característico da estrutura de personalidade borderline: a dificuldade
que esses sujeitos apresentam em dar significado às situações traumáticas, de excesso,
nas quais o psiquismo, diante desses obstáculos, acaba por se desorganizar. Diante da
impossibilidade de assimilação, o sujeito adentra à repetição, mecanismo que tenta
estabelecer uma ligação, um sentido, mas que persiste em um interminável fracasso.
Freud, entretanto, estava interessado nas neuroses, na compreensão da histeria e
da castração e não se aprofundou na questão do borderline. Apesar disso, seus estudos
de narcisismo, desorganização do ego e tendência da repetição foram conceitos que
contribuiram para o entendimento dos Boderlines, posteriormente.
Outra questão eminente do TPB é seu tratamento; dentro dos numerosos estudos
publicados existem muitas terapias que se aplicam ao transtorno, como a Terapia
Comportamental Dialética e a Terapia Comportamental Cognitiva, entre outras.
Considerando o que já foi exposto, é na terapia que o paciente pode receber ataque ao
seu self não constituído, e por esse motivo, o analista ajudará o paciente na constituição
de seu self; com isso, a análise se dá ao longo de vários anos, respeitando o tempo
singular do paciente no processo dessa constituição. Contudo, o trabalho
psicoterapêutico ocupa um lugar fundamental na vida desses pacientes à medida que
eles constroem vínculos por meio da relação de confiança. No trabalho psicoterapêutico,
o terapeuta funciona como um espelho para que eles consigam se enxergar. Outrossim,
no espaço terapêutico é criado um ambiente no qual o paciente pode tornar
representável o irrepresentável, transformar em palavras o que possivelmente é atuado.
Por meio do relacionamento terapêutico, é possível reformular as representações
distorcidas, tornando-as mais integradas, além de transformar a capacidade reflexiva, as
habilidades de conexão afetiva e as relações interpessoais.
CONCLUSÃO
Além disso, o fato do terapeuta manter uma relação empática com o paciente,
faz possível que ele expresse verdadeiramente a sua identidade e diminua assim o seu
sofrimento. Entende-se para este fim, que é imprescindível aprofundar a compreensão
do transtorno de personalidade borderline; não apenas se atendo aos sintomas, mas
tendo como objetivo analisar e compreender o funcionamento do aparelho psíquico, o
modo como esses indivíduos se vinculam, além da técnica mais eficaz para tratá-los.
Com isso, certamente, os boderlines poderão viver melhor em seu contexto social.