MEDRESUMOS 2017 - CAC - Anatomia Topográfica II

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br Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

MÓDULO: CORRELAÇÕES ANÁT0MO-CLÍNICAS (CAC) – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II


Arlindo Ugulino Netto

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MÓDULO: CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA DO PESCOÇO 2017


Arlindo Ugulino Netto.

INTRODUÇÃO E ESTRUTURAS SUPERFICIAIS

O pescoço é o segmento de transição entre a cabeça e o tórax, por onde passam vasos e nervos que se dirigem
do tórax para a cabeça, ou vice-versa. Em seu plano mediano encontram-se vísceras que fazem parte do aparelho
digestivo, respiratório e glândulas endócrinas, além de glândulas exócrinas em sua extensão cranial.
A pele do pescoço é caracterizada por ser fina, delicada e com escassez de tecido subcutâneo, sendo claro a
presença de rugas. Além disso, apresenta linhas de tensão (clivagem ou fenda) importantes do ponto de vista clínico,
uma vez que, seguindo essas linhas como referência em incisões, a cicatrização é mais fácil de ser atingida
perfeitamente.

ANATOMIA DE SUPERFÍCIE
Primordialmente, é importante identificar relevos cartilagíneos, ósseos, vasculares e musculares como forma de
localizar estruturas importantes para o estudo dessa região:
 Relevos cartilagíneos: proeminência laríngea (encontro das lâminas da cartilagem tireoide), cartilagem cricoide.
Entre essas duas regiões há a presença do ligamento cricotireoideo, local em que, nos casos de emergência,
é realizada a cricotireoidectomia.
 Relevos ósseos: são identificados dois:
o Osso Hioide: demarcada pelo osso hioide, osso móvel sustentado por ligamentos.
o Projeção do processo espinhoso da 7ª vértebra cervical (vértebra proeminente).
 Relevos vasculares: veia jugular externa, lateralmente.
 Relevos musculares: marcado pelo músculo esternocleidomastoideo (cabeça esternal, cabeça clavicular), que
delimita pontos importantes para punções venosas. É visível também a incisura jugular.

OSSOS RELACIONADOS AO PESCOÇO


O esqueleto do pescoço é constituído pelas
vértebras cervicais, pelo osso hioide, pelo manúbrio do
esterno e pelas clavículas. Relacionam-se, também, com
essa região, a mandíbula, o osso temporal, occipital, a
escápula e o osso hioide.

VÉRTEBRAS CERVICAIS TÍPICAS


 Vértebras típicas (3ª a 6ª)
o Corpo vertebral pequeno
o Forame vertebral triangular
o Processos espinhosos curtos e bífidos
o Processos transversos apresentam o
forame transversário.

VÉRTEBRAS CERVICAIS ATÍPICAS


 C1 ou Atlas:
o Massas laterais: processo transverso; face articular superior; face articular inferior.
o Arco anterior: tubérculo anterior; fóvea do dente do áxis.
o Arco posterior: tubérculo posterior; suco p/ artéria vertebral. Não possui processo espinhoso.
 C2 ou Áxis: possui uma estaca denominada dente (processo odontoide) que se projeta superiormente a partir de
seu corpo. Além disso, possui os processos articulares e o processo transverso.
 C7 ou Vértebra proeminente: processo espinhoso longo e não bífido; forames transversários pequenos.

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OSSO HIOIDE
É um osso móvel em forma de “U” que se situa na parte anterior do pescoço, ao nível da
vértebra C3, no angulo entre a mandíbula e a cartilagem tireoidea. Está dividido em:
 Corpo do hioide
 Corno maior
 Corno menor

O hioide não se articula com qualquer outro osso. Ele é suspenso pelos ligamentos estilo-
hioideos aos processos estiloides dos temporais e firmemente ligado à cartilagem tireóidea da
laringe.

FÁSCIAS DO PESCOÇO
As estruturas do pescoço são circundadas por uma camada de tecido subcutâneo (tela subcutânea) e são
compartimentalizadas por camadas da fáscia cervical.

TECIDO SUBCUTÂNEO CERVICAL E O PLATISMA


O tecido subcutâneo do pescoço é uma camada de tecido conjuntivo adiposo situada entre a derme e a pele e a
lâmina superficial da fáscia cervical. Contem nervos cutâneos, vasos sanguíneos e linfáticos, linfonodos superficiais e
quantidades variáveis de gordura. Anterolateralmente, contém o platisma.

PLATISMA
O platisma (do grego, placa plana) é um músculo dérmico situado no tecido
subcutâneo. Assemelha-se a uma lâmina larga e fina de músculo.
 Origem: fáscia que recobre as porções mais superiores dos Mm. Deltoide e
peitoral maior.
 Inserção: margem inferior da mandíbula onde suas fibras sofrem decussação
sobre o mento e se fundem com os músculos periorais.
 Inervação: nervo facial.
 Ação: tensiona a pele do pescoço, produzindo pregas cutâneas verticais.

O platisma cobre a face anterolateral do pescoço, e encobre a veia jugular externa


(que desce do angulo da mandíbula até o meio da clavícula) e os principais nervos
cutâneos do pescoço.

FÁSCIA CERVICAL
A fáscia cervical consiste em três lâminas (bainhas) fasciais: superficial, pré-traqueal e pré-vertebral. Essas
lâminas, além de sustentar vísceras, músculos, vasos e linfonodos profundos, formam compartimentos importantes do
ponto de vista anátomo-clínico, além de proporcionar uma condição escorregadia que permite a movimentação de
estruturas do pescoço no ato da deglutição e ao virar a cabeça.

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LÂMINA SUPERFICIAL DA FÁSCIA CERVICAL


A lâmina superficial da fáscia cervical circunda todo o pescoço profundamente à pele e
ao tecido subcutâneo. Divide-se em partes superficiais e profundas para revestir os
músculos esternocleidomastoideo (anteriormente) e o trapézio (posteriormente).
Essa lâmina envolve as glândulas parótidas e submandibular.
Está fixada, superiormente: linha nucal superior, processos mastoides, arcos
zigomáticos, margem inferior da mandíbula, hioide, processos espinhosos cervicais.
Inferiormente, fixa-se: manúbrio do esterno, clavículas, acrômio e as espinhas das escápulas.

LÂMINA PRÉ-TRAQUEAL DA FÁSCIA CERVICAL


A lâmina pré-traqueal da fáscia cervical está situada na porção mais anterior do
pescoço. Estende-se inferiormente do hioide até o tórax, onde se funde ao pericárdio fibroso
que cobre o coração. Está dividida em duas laminas:
 Lâmina muscular: envolve os mm infra-hioideos.
 Lâmina visceral: envolve a glândula tireoide, traqueia e esôfago. Continua-se superiormente com a fáscia
buco-faríngea (circundando superficialmente a faringe) e, lateralmente, funde-se com as bainhas
carotídeas.

Seu espessamento ao nível do osso hioide, em forma de polia, forma o tendão intermediário do M. digástrico.
Essa lamina aprisiona e redireciona também o músculo omo-hiódeo com dois ventres.

LÂMINA PRÉ-VERTEBRAL DA FÁSCIA CERVICAL


A lâmina pré-vertebral é uma bainha tubular que circunda a coluna e seus músculos adjacentes (anteriormente:
longo da cabeça, longo do pescoço; lateralmente: escalenos; posteriormente: músculos profundos do pescoço).
Ela está fixada superiormente à base do crânio, estendendo-se até o nível de T3, onde se funde à fáscia
endotorácica. Estende-se lateralmente como bainha axilar, que circunda os vasos axilares, o plexo braquial e troncos
simpáticos.

OBS: A bainha carotídea é um revestimento fáscial tubular que se estende da base do crânio até a raiz do pescoço.
Funde-se anteriormente com as lâminas superficial e pré-traqueal e posteriormente com a lâmina pré-vertebral. Seu
conteúdo é: artérias carótidas comum e interna; veia jugular interna; nervo vago; alguns linfonodos cervicais profundos; o
ramo para o seio carótico do nervo glossofaríngeo e fibras nervosas simpáticas.
OBS²: O espaço retrofaríngeo é o espaço interfascial entre a lâmina pré-vertebral e a fáscia bucofaríngea (circunda a
faringe superficialmente) que permite o movimento da faringe, esôfago, laringe e traqueia durante a deglutição.

MÚSCULOS RELACIONADOS COM O PESCOÇO

MÚSCULO ESTERNOCLEIDOMASTOIDEO (ECM)


 Origem ou inserção inferior: Cabeça esternal (face anterior do manúbrio esternal) e Cabeça clavicular (face
superior do terço medial da clavícula)
 Inserção superior: Processo mastoide e Metade lateral da linha nucal superior.
 Ação: Isoladamente inclinam a cabeça para o mesmo lado. Em conjunto fletem o pescoço.
 Inervação: n. acessório (motora) e ramos do Plexo cervical (C2 e C3, sensitiva).

MÚSCULO TRAPÉZIO
 Origem: Terço medial da linha nucal superior; Protuberância occipital externa; Processos espinhosos das
vértebras torácicas; Ligamento nucal.
 Inserção: Terço lateral da clavícula; Acrômio; Espinha da escápula.
 Ação: Elevação do ombro, Depressão do ombro, Abdução do braço.
 Inervação: Nervo acessório e ramos do plexo cervical (C3 c C4).

NERVOS SUPERFICIAIS DO PESCOÇO E PLEXO CERVICAL


Os nervos superficiais do pescoço são formados a partir do entrelaçamento dos ramos anteriores dos quatro
primeiros nervos cervicais (C1 a C4). A disposição é variável e irregular, sendo mais frequentemente:
 Ramos de C1 e C2 originam a raiz superior da alça cervical. Ramos de C2 e C3 originam a raiz inferior da alça.
A alça cervical segue sobre a v. Jugular interna para inervar os músculos infra-hioideos.
 Ramos de C3, C4 e C5 se unem para formar o nervo frênico que tem trajeto descendente sobre o m. escaleno
anterior e passa entre a A. e V. subclávia para penetrar no tórax e inervar o m. Diafragma.

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 De C1 a C4 partem outros ramos musculares que chegam aos músculos escalenos, pré-vertebrais, m.
trapézio e m. ECM.

RAMOS CUTÂNEOS DO PLEXO CERVICAL


São nervos que emergem na borda posterior no terço médio do músculo
esternocleidomastoideo (ponto nervoso do pescoço):
 N. occipital menor (C2): parte para a região da nuca para suprir a pele do pescoço
e o couro cabeludo póstero-superior à orelha.
 N. auricular magno (C2 e C3): ascende sobre o músculo ECM até o polo inferior da
glândula parótida, onde divide-se para suprir a pele da bainha que circunda a
glândula, o processo mastoide, as superfícies da orelha e uma área de pele que se
estende do angulo da mandíbula até o processo mastoide. Acompanha a veia
jugular externa
 N. cervical transverso (C2 e C3) segue para a região anterior do pescoço.
 N. supraclaviculares (C3 e C4): partem como um tronco comum sob a cobertura do
m. ECM, dividindo-se logo após em: mediais, intermédios e laterais.

VEIAS SUPERFICIAIS DO PESCOÇO


São veias superficiais situadas acima do músculo ECM:
 Veia jugular externa (mais lateral);
 Veia jugular anterior (próxima à linha mediana do pescoço);
 Arco jugular (anastomose entre as duas jugulares anteriores).

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VEIA JUGULAR EXTERNA


Começa perto do angulo da mandíbula (imediatamente abaixo da orelha) pela união da divisão posterior da veia
retromandibular com a veia auricular posterior. A VJE cruza o ECM em direção obliqua, profundamente ao platisma,
e entra na parte anteroinferior da região cervical lateral. Em seguida, perfura a lamina superficial da fáscia cervical, que
forma o teto dessa região, na margem posterior do ECM, descendo até a parte inferior da região cervical lateral e
termina na veia subclávia (ou na jugular interna). Drena a maior parte do couro cabeludo e a região da face.

VEIA JUGULAR ANTERIOR


Inicia-se na região submentoniana (abaixo do queixo) e submandibular, a partir de veias superficiais da região.
Passa a ter trajeto descendente na face anterior do pescoço. Passa sob o m. ECM e desemboca na v. jugular externa.

ARCO VENOSO JUGULAR


União inconstante das duas Vv. Jugulares anteriores.

LIMITES DO QUADRILÁTERO DO PESCOÇO


Para estudo anatômico, observa-se o pescoço como dois quadriláteros
unidos na linha mediana anterior voltados antero-posteriormente. Seus limites são:
 Limite superior: Borda inferior da mandíbula, linha que se estende do ângulo
da mandíbula ao processo mastoide.
 Limite posterior: Borda anterior do m. trapézio.
 Limite anterior: Linha mediana anterior do pescoço.
 Limite inferior: clavícula.

A partir do músculo ECM, divide-se ainda o pescoço em dois trígonos


maiores e subdivisíveis: trígono anterior e trígono posterior.

TRÍGONOS DO PESCOÇO
 Trígono anterior: limite superior: Mandíbula; anterior: Linha mediana anterior do pescoço; posterior: M. ECM.
Esse trígono está subdividido em:
 Trígono submandibular;
 Submentual;
 Carótico;
 Muscular.

 Trígono posterior (lateral): limite anterior: M. ECM; posterior: M. Trapézio; inferior: Clavícula. Esse trígono está
subdividido em:
 Trígono occipital
 Trígono subclávio ou omoclaviular.

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TRÍGONO ANTERIOR DO PESCOÇO

Este trígono delimita a região cervical anterior, limitada pela margem


anterior do ECM, linha mediana anterior do pescoço e mandíbula.
 Limite anterior: linha mediana do pescoço.
 Limite posterior: margem anterior do m. ECM.
 Limite superior: margem inferior da mandíbula.
 Ápice (voltado inferiormente): incisura jugular
 Teto: tecido subcutâneo e platisma.
 Assoalho: faringe, laringe e glândula tireoide.

O trígono anterior encontra-se dividido em 4 trígonos menores a partir de


dois músculos: digástrico e omo-hioide.
 Trígono submandibular
 Trígono submentual
 Trígono carótico
 Trígono muscular

TRÍGONO SUBMANDIBULAR OU DIGÁSTRICO


Área entre a mandíbula e os ventres do músculo digástrico. Tem como assoalho os músculos milo-hioideo, o m.
hioglosso e o M. constrictor médio da faringe.
Seu conteúdo consiste em: Glândula submandibular; linfonodos submandibulares; ducto submandibular; nervo
hipoglosso (NC XII); partes da artéria e veia faciais; e artéria submentual.

TRÍGONO SUBMENTUAL
Área ímpar situada abaixo do mento (queixo) e limitada inferiormente pelo corpo do hioide (base do triângulo) e
lateralmente pelos ventres anteriores dos mm digástricos direito e esquerdo. Tem como assoalho os mm. milo-hioide
direito e esquerdo e a rafe mediana.
Seu conteúdo consiste em: pequenos linfonodos submentuais e pequenas veias que formam a v. jugular
anterior.

TRÍGONO CARÓTICO
Área vascular limitada pelo: Ventre superior do M. omo-hioideo
(anteriormente); Ventre posterior do M. digástrico (superior); Margem anterior do M.
ECM (posteriormente).
O conteúdo deste trígono consiste na própria bainha carótida e suas
estruturas. É nessa região que é palpável a pulsação do pulso carótico.

BAINHA CAROTÍDEA
Condensação fascial tubular, de cada lado do pescoço, formada pelas
extensões fasciais das 3 lâminas da fáscia cervical, que se estende da base do
crânio até a raiz do pescoço. Envolve a veia jugular interna, a artéria carótida comum
e o nervo vago.
 Artéria carótida comum na porção inferior e artéria carótida interna na porção
superior (medialmente)
 Veia jugular interna (lateralmente)
 Nervo vago (posteriormente)
 Linfonodos cervicais profundos

OBS: Os seios caróticos são dilatações da parte proximal da artéria carótida interna que funcionam como
baroceptores. São inervados pelo NC IX (glossofaríngeo).
OBS: O glomo carótico é um quimiorreceptor (monitora o nível de O2 sanguíneo) que se situa profundamente e
medialmente à bifurcação da carótida comum.

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TRÍGONO MUSCULAR
Tem como limites: ventre superior do omo-hioideo; Margem anterior do MECM e linha mediana anterior do
pescoço. Tem como conteúdo: músculos infra-hioideos; vísceras do pescoço; glândula tiroide e glândulas paratireoides.

MÚSCULOS DO TRÍGONO ANTERIOR

MÚSCULOS SUPRAHIOIDEOS
Músculos que estão acima do hioide e o conectam com o crânio. São eles:
milo-hioideo, gênio-hioideo, estilo-hioideo e digástrico.

1. Músculo digástrico
 Inserção Superior: Fossa digástrica da mandíbula (Ventre Anterior);
incisura mastoide do temporal (Ventre Posterior).
 Inserção Inferior: Tendão intermediário para o corpo e corno maior do
hioide
 Inervação: Nervo Facial (ventre posterior) e n. milo-hioide (ventre
anterior)
 Ação: Elevação do osso hioide e abaixamento da mandíbula (abertura
da boca e deglutição: encurta o assoalho da boca e ajuda a abertura da
faringe). O ventre anterior traciona o osso hioide para frente e o ventre
posterior para trás

OBS: Seus ventres são divididos por um espessamento da lamina pré-traqueal da fáscia cervical.

2. Músculo Milo-hioideo
 Inserção Superior: Linha milo-hioidea da mandíbula
 Inserção Inferior: Rafe (espessamento) mediana e corpo do hioide
 Inervação: n. milo-hioide (Ramo do nervo Trigêmeo - V par craniano)
 Ação: eleva o hioide e encurta o assoalho da boca e língua

3. M. Gênio-hioideo
 Origem: Espinha geniana inferior da mandíbula
 Inserção: Corpo do hioide
 Inervação: fibras de C1 (via NC XII, o n. hipoglosso)
 Ação: encurta o assoalho da boca e alarga a faringe.

4. Músculo Estilo-hiódeo
 Origem: Processo estiloide do temporal
 Inserção: Corpo do hioide
 Inervação: Ramo cervical do nervo facial
 Ação: Retrai o hioide alongando o assoalho da boca

MÚSCULOS INFRA-HIOIDEOS
São músculos fitáceos, em forma de fita, situados abaixo do hioide, em dois planos:
 Superficiais: Omo-hioideo e Esterno-hioideo
 Profundos: Esterno-tireoideo e Tireo-hioideo.

1. Músculo Omo-hiódeo
 Origem: Margem superior da escápula
 Inserção: Margem inferior do hioide
 Inervação: Ramos da alça cervical (C1-C3)
 Ação: Abaixa, retrai e fixa o hioide.

2. Músculo Esterno-hioideo
 Origem: Manúbrio do esterno e extremidade medial da clavícula
 Inserção: Corpo do hioide
 Inervação: Ramos da alça cervical (C1 a C3)
 Ação: Abaixa o hioide

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3. Músculo Esternotireoideo
 Origem: Face posterior do manúbrio do esterno
 Inserção: Linha oblíqua da cartilagem tireóidea
 Inervação: Ramos da alça cervical (C2 e C3)
 Ação: Abaixa o hioide e a laringe

4. M. Tíreo-hioideo
 Origem: Linha oblíqua da cartilagem tireóidea
 Inserção: Margem inferior do corpo e corno maior do hioide
 Inervação: C1 (via NC XII)
 Ação: Abaixa o hioide e eleva a laringe

VASOS DO TRÍGONO ANTERIOR


Estão contidos no trígono anterior do pescoço: sistema de artérias carótidas (comum, que se bifurca em
externa e interna); veia jugular interna e suas tributárias e veias jugulares anteriores (superficial).

ARTÉRIA CARÓTIDA COMUM


Inicia-se no lado direito a partir da bifurcação do tronco
braquiocefálico e no lado esquerdo diretamente do arco aórtico.
Possui trajeto ascendente no pescoço, dentro da bainha carotídea,
situada medialmente à veia jugular interna. Termina-se na altura da
margem superior da cartilagem tireóidea pela divisão em seus ramos
terminais: artérias carótidas interna (corre na bainha carotídea até a
base do crânio) e externa (sai da bainha carotídea para emitir ramos
para face e pescoço).
É nessa bifurcação que se encontra os seios e glomos
caróticos.

ARTÉRIA CARÓTIDA INTERNA


Inicia-se a partir da bifurcação da artéria carótida comum ao
nível da margem superior da cartilagem tireóidea. Tem seu trajeto
ascendente, dentro da bainha carotídea, medialmente à veia jugular
interna. Ela não emite ramos no pescoço.
Termina no pescoço após penetrar no crânio pelos canais
caróticos, situados na porção petrosa do osso temporal.

ARTÉRIA CARÓTIDA EXTERNA


Inicia-se a partir da bifurcação da artéria carótida comum ao nível da margem superior da cartilagem tireóidea.
Corre póstero superiormente à região entre o colo da mandíbula e o lóbulo da orelha. Seu término dar-se na intimidade
da glândula parótida pela divisão em seus ramos terminais: artérias maxilar e temporal superficial.

RAMOS DA ARTÉRIA CARÓTIDA EXTERNA


1. Artéria faríngea ascendente (medialmente):
é o primeiro ramo (posterior) da ACE,
possuindo um trajeto ascendente na faringe.
Emite ramos para a faringe e Mm. pré-
vertebrais.
2. A. Tireóidea superior (anteriormente): ramo
com trajeto mais inferior. Corre ântero-
inferiormente para alcançar a glândula tireoide,
profundamente aos músculos infra-hioideos.
Emite ramos p/ estes músculos, para o ECM e
para a tireoide. Emite a A. laríngica superior.
3. A. Facial (anteriormente): origina-se em um
tronco comum com a artéria lingual ou
superiormente a ela. Emite o ramo tonsilar,
para o palato e Gl. Submandibular. Passa sob
os Mm. digástrico e estilo-hioide, onde encurva-
se em torno da margem inferior da mandíbula e
para entrar na face. É possível palpar sua
pulsação.

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4. A. Lingual (anteriormente): surge no contorno anterior e forma uma alça sobre o M. constrictor médio da
faringe. Corre profundamente ao m hioglosso para emitir ramos para a língua, glândula sublingual e assoalho
da boca.
5. A. Occipital (posteriormente): origina-se na face posterior da a. carótida externa, acima da a. facial. Passa
profundamente ao ventre posterior do M. digástrico, cruzando a artéria carótida interna e os NC IX, X e XI.
Atravessa o músculo ECM, passando no ápice do trígono lateral e termina no escalpo.
6. A. auricular posterior (posteriormente): sobe posteriormente entre o meato acústico externo e o processo
mastoide para suprir os mm adjacentes, Gl. parótida, nervo facial, estruturas do temporal e escalpo.

OBS: Ramos terminais ACE


 Temporal Superficial: Tem trajeto ascendente posteriormente a glândula parótida, cruza anteriormente o arco
zigomático e emite ramos para a porção temporal do couro cabeludo.
 Artéria maxilar: ramo mais calibroso, origina-se na Gl. Parótida posteriormente ao colo da mandíbula, tem
trajeto anterior e medial até situar-se profundamente à mandíbula. Emite ramos profundos para a face: A.
alveolar inferior, A. mentual, A. bucal, A. infra-orbital, artéria temporal profunda anterior e posterior e outros.

VEIA JUGULAR INTERNA


É a maior veia do pescoço. Inicia-se
no forame jugular na fossa posterior do crânio
como continuação direta do seio sigmoide
(onde recebe toda drenagem venosa do
encéfalo). Tem trajeto descendente na bainha
carotídea lateralmente à artéria carótida
interna e comum. Passa sob o m. ECM e
termina na região posterior à extremidade
esternal da clavícula, unindo-se com a veia
subclávia omolateral para formar a veia
braquiocefálica.
 Dilatação em sua origem: Bulbo
superior da veia jugular interna
 Dilatação na extremidade inferior:
Bulbo inferior da veia jugular interna
(válvula de 2 folhetos)
 Tributárias: veias facial e lingual; veia
faríngea; veia tireóidea superior e
média; veia occipital (irregular).

Drena o sangue proveniente do


encéfalo, da parte anterior da face, de
vísceras cervicais e de músculos profundos
do pescoço.

OBS: As veias do trígono anterior podem ser classificadas como superficiais (jugular anterior e jugular externa) e
profundas (jugular interna).

NERVOS DO TRÍGONO ANTERIOR


São oriundos do plexo cervical e nervos cranianos.
 Nervo cervical transverso: Fibras de C2 e C3. Supre a pele que recobre o trígono anterior Surge na margem
posterior do MECM, cruza este músculo, seguindo anteriormente em direção ao trígono anterior.
 Nervo Hipoglosso (XII NC): Surge no trígono submandibular profundamente ao ventre posterior do m
digástrico. Supre os mm intrínsecos e extrínsecos da língua (genioglosso, hioglosso, estiloglosso, palatoglosso).
Passa entre a A. carótida externa e a v jugular externa. Emite raiz superior da alça cervical e ramo para o m
gênio-hioideo (fibras de C1).
 Nervo Glossofaríngeo (IX NC): Sai do crânio pelo forame jugular. Desce entre a a. carótida interna e v. jugular
interna, profundamente ao processo estiloide e músculos associados. Aprofunda-se em direção aos músculos da
faringe, atingindo a base da língua e área da tonsila palatina.
o Relaciona-se com a língua e a faringe (plexo faríngeo)
o Ramos sensitivos para: seio carótico; terço posterior da lingual; parte oral da faringe; tonsila palatina.
o Ramo motor para o M. estilofaríngeo
 Nervo Vago (X NC): Deixa o crânio pelo forame jugular. Tem trajeto na bainha carótica. Origina os ramos
faríngeo, laríngeo superior e ramos cardíacos.

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LINFONODOS CERVICAIS PROFUNDOS


Acompanham o trajeto da veia jugular interna. O mais importante é o linfonodo jugulodigástrico, que é palpável
em casos de amidalite, por drenar justamente a tonsila palatina. Os linfonodos recebem o nome da região onde se
encontram.

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TRÍGONO POSTERIOR DO PESCOÇO

O trígono posterior (lateral) do pescoço possui um conteúdo menor que o


anterior. Dentre as estruturas contidas nele, podemos citar: o nervo acessório, a artéria
occipital, porções do plexo braquial e a artéria subclávia.
Tem como limites:
 Limite anterior: Margem posterior do M. esternocleidomastoideo.
 Limite posterior: Margem anterior do M. trapézio.
 Limite inferior: Margem superior do terço médio da clavícula.
 Teto: o trígono posterior está coberto pela pele, panículo adiposo, pelo m.
platisma e pela lâmina superficial da fáscia cervical.
 Assoalho: o assoalho do trígono posterior está formado por músculos, que estão
cobertos pela lâmina pré-vertebral da fáscia cervical: M. semi-espinal da cabeça,
M. esplênio da cabeça, M. levantador da escapula, M. escaleno médio e M.
escaleno posterior. O M. escaleno posterior nem sempre é visível. Algumas
vezes é possível observa-se a parte interior do músculo escaleno anterior.

Para localização mais precisa das estruturas, a região cervical lateral é dividida em um grande trígono occipital
superiormente e um pequeno trígono omoclavicular pelo ventre inferior do músculo omo-hióideo:
 Trígono occipital
 Trígono omoclavicular (supraclavicular, sublcávio)

TRÍGONO OCCIPITAL
É assim denominado porque a artéria occipital aparece em seu ápice. O nervo mais importante que cruza esse
trígono é o nevo acessório (NC XI). O trígono occipital é a porção superior do trígono posterior.
Seus limites são:
 Anterior: Margem posterior do m. esternocleidomastoideo
 Posterior: margem anterior do m. trapézio
 Inferior: Ventre inferior do m. omo-hióideo.

TRÍGONO OMOCLAVICULAR
O trígono omo-hióideo forma a parte inferior do trígono posterior, corresponde a fossa supraclavicular maior,
superficialmente.
Seus limites são:
 Anterior: Margem posterior do m. esternocleidomastóideo
 Superior: Margem inferior do m. omo-hióideo
 Inferior: Margem superior do terço médio da clavícula.

OBS: A fossa supraclavicular menor é a área que corresponde ao espaço entre os dois tendões do músculo
esternocleidomastóideo. Por esse espaço, passa a veia jugular interna, podendo ser aí acessada por punção (a
chamada “punção venosa central”).

CONTEÚDO DO TRÍGONO OMOCLAVICULAR


 Artéria subclávia (3ª parte);
 Artéria supra-escapular;
 Linfonodos supraclaviculares;
 Veia jugular externa e sua tributária (veia supra-escapular e veia cervical transversa);
 Nervos supra-claviculares;
 Artéria cervical transversa (ramo profundo, também denominado artéria dorsal da escápula);
 *Algumas vezes a veia subclávia.

CONTEÚDO DO TRÍGONO CERVICAL LATERAL


A parte inferior da VJE cruza esse trígono superficialmente e a artéria subclávia situa-se profundamente nele.
Esses vasos são separados pela lâmina superficial da fáscia cervical. Como a terceira parte da artéria subclávia está
localizada nessa região, o trígono omoclavicular frequentemente é denominado trígono subclávio.

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VEIA JUGULAR EXTERNA


É formada pela união das Vv. Retromandibular (ramo posterior) e Auricular Posterior, formando próximo ao
ângulo da mandíbula (imediatamente inferior à orelha). Cruza o M. Esternocleidomastóideo em direção oblíqua,
profundamente ao platisma, entrando na parte anteroinferior do trígono posterior do pescoço. Desemboca na veia
Subclávia ou na veia jugular interna. É responsável por drenar couro cabeludo e face. Imediatamente acima da clavícula,
a VJE recebe as veias cervicais transversas, supra-escapular e jugular anterior.

VEIA SUBCLÁVIA (3ª PARTE)


Principal meio de drenagem do membro superior. Curva-se através da parte inferior da região cervical lateral.
Passa anterior ao músculo escaleno anterior e ao nervo frênico e une-se na margem medial do músculo com a VJI para
formar a veia braquiocefálica, posteriormente à extremidade medial da clavícula.

A. CERVICAL TRANSVERSA DO PESCOÇO


Origina-se do tronco tireocervical (ramo da a. Subclávia). Segue superficial e lateralmente cruzando o nevo
frênico e o músculo escaleno anterior, um pouco acima da clavícula. Em seguida, cruza os troncos do plexo braquial
para seguir profundamente ao trapézio. O ramo superficial da artéria cervical transversa acompanha o nervo acessório.
O ramo profundo segue anterior aos músculos rombóides como artéria dorsal da escápula (pode originar-se
diretamente da subclávia) acompanhando o nevo de mesmo nome. Supre Mm. da região Escapular

A. SUPRA-ESCAPULAR
Origina-se do tronco tireocervical. Segue ínfero lateralmente cruzando o músculo escaleno anterior e o nevo
frênico. Em seguida, atravessa sobre a terceira parte da artéria subclávia e os fascículos do plexo braquial. E então,
passa posteriormente à clavícula, passando pela incisura da escápula, para suprir músculos na face posterior deste osso
(Mm. Supra e Infra Espinhais).

A. OCCIPITAL
Ramo da a. Carótida Externa, que entra na região cervical lateral, atingindo o ápice do trígono Posterior.
Ascende sobre a face para suprir metade posterior do couro cabeludo.

N. ACESSÓRIO (NC XI)


Passa profundamente ao músculo ECM, inervando-o antes de entrar na região cervical lateral na junção dos
terços superior e médio da margem posterior do músculo. Em trajeto póstero-inferior, passa profundamente à lâmina
superficial da fáscia cervical, seguindo sobre o músculo levantador da escápula, do qual é separado pela lâmina pré-
vertebral da fáscia. O NC XI então desaparece profundamente à margem anterior do trapézio na junção de seus dois
terços superiores com seu terço inferior.

RAMOS DO PLEXO CERVICAL (C1 - C4)


Emerge em um ponto médio da borda posterior do M. Esternocleidomastóideo  Divide-se em vários ramos.
 N. Occipital Menor (C2-C3): Ramo mais superior. Supre pele do pescoço e couro cabeludo atrás da orelha e
parte superior da orelha.
 N. Auricular Magno (C2-C3): Abaixo do N. Occipital Menor. Ascende verticalmente em direção à Parótida.
Supre a pele do pescoço e uma área sobre a parte Inferior da Orelha até Processo Mastóide.
 N. Cervical transverso (C2-C3): Cruza transversalmene o M. Esternocleidomastóide. Supre a pele do trígono
anterior do pescoço.
 Nn. Supraclaviculares (C3-C4): Ramos lateral, intermédio e medial. Supre a pele do pescoço, tórax e ombro e
articulações acrômio-clavicular e esterno-clavicular.

N. FRÊNICO (C3-C4)
Os nervos frênicos originam-se principalmente do nervo C4, mas recebem contribuição dos nevos C3 e C5.
Seguem inferiormente: no lado esquerdo, o nervo frênico cruza anteriormente a primeira parte da artéria subclávia; do
lado direito, situa-se no músculo escaleno anterior e cruza anteriormente à segunda parte da artéria subclávia. Nos dois
lados, o nervo frênico segue posteriormente à veia subclávia e anteriormente a artéria torácica interna. Entra no tórax
suprindo a pleura mediastinal e o pericárdio. Representa o único suprimento motor para o Diafragma.

PARTE SUPRACLAVICULAR DO PLEXO BRAQUIAL


Originam-se entre os Mm. Escaleno Anterior e Médio.

LINFONODOS CERVICAIS SUPERFICIAIS


Linf. Parotídeos, Occipitais e Mastoideos que drenam para os Linf. Jugulares Profundo e Superficiais, que daí,
drenam para os Linf. Supraclaviculares.

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MÚSCULOS DO TRÍGONO POSTERIOR

1. M. semi-espinal da cabeça
 Origem: processos transversos de C4 a T6.
 Inserção: entre as linhas nucais superior e inferior.
 Inervação: ramos posteriores dos nervos espinais
 Ação: dorsiflexão e rotação da cabeça.

2. M. Esplênio da cabeça
 Origem: Processos espinhosos das vértebras C4-T3 e lig. Nucal.
 Inserção: metade lateral da linha nucal superior e processo mastóideo.
 Inervação: ramos posteriores dos nervos cervicais.
 Ação: Flexão posterior da cabeça e rotação.

3. M. Levantador da escápula
 Origem: tubérculos posteriores dos processos transversos das vértebras C1-C4.
 Inserção: ângulo superior da escápula.
 Inervação: nervo dorsal da escapula e Nn. C3 e C4 (esses dois últimos servem para prospecção).
 Ação: eleva o ângulo superior da escapula inclinando a cavidade glenoidal para baixo e gira o pescoço.

4. M. Escaleno médio
 Origem: processo transverso de C2-C7.
 Inserção: primeira costela, posterior ao sulco da a. subclávia.
 Inervação: ramos anteriores dos nervos cervicais.
 Ação: elevação da primeira costela e flete lateralmente o pescoço.

OBS: Entre os músculos escaleno anterior e escaleno médio passam o plexo braquial e a artéria subclávia. Já a veia
subclávia passa anteriormente ao músculo escaleno anterior.

5. M. Escaleno posterior
 Origem: processos transversos de C4-C6.
 Inserção: margem superior da segunda costela.
 Inervação: ramos anteriores dos nervos cervicais.
 Ação: eleva a segunda costela e flete lateralmente o pescoço.

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RAIZ E ESTRUTURAS PROFUNDAS DO PESCOÇO

A raiz do pescoço consiste na área de junção entre o tórax e o pescoço, ou seja, é o lado cervical da abertura
superior do tórax. Logo, podemos defini-la como a área imediatamente superior à abertura superior do tórax e às
entradas das axilas (DRAKE et al, 2005).
Tem como limites:
 Lateral: 1ª par de costelas e suas cartilagens
 Anterior: manúbrio do esterno
 Posterior: corpo vertebral de T1

ESTRUTURAS PROFUNDAS DO PESCOÇO


 Plexo Braquial;
 Veia jugular interna;
 Vasos Subclávios;
 Vísceras do pescoço;
 Nervos;
 Músculos pré-vertebrais.

MÚSCULOS PRÉ-VERTEBRAIS
São músculos que formam os assoalhos dos trígonos. Situam-se posteriormente à lâmina pré-vertebral da fáscia
cervical, no assoalho dos trígonos do pescoço. Podem ser distribuídos em dois grupos: Músculos vertebrais anteriores
(assoalho do trígono anterior) e Músculos vertebrais laterais (assoalho do trígono lateral).

MÚSCULOS VERTEBRAIS ANTERIORES


1. Músculo Longo da Cabeça
 Inserção superior: porção basilar do occipital
 Inserção inferior: Processos Transversos de C3 a C6
 Inervação: Ramos anteriores de nervos espinhais C1/C2
 Ação: Flexão da cabeça

2. Músculo Longo do Pescoço


 Porção oblíqua superior: Tubérculo anterior do atlas aos Processos transversos C3 a C6
 Porção vertical: Corpos vertebrais C2 a C4 para os corpos vertebrais de C5 a T3
 Porção oblíqua inferior: Corpos das vértebras T1 a T3 até os Processos transversos de C5 a C6
 Inervação: Ramos anteriores de Nervos Espinhais (C2 a C6)
 Ação: Flete o pescoço e Rotação para o lado oposto

3. M. Reto Anterior da Cabeça


 Inserção Superior: Parte basilar do occipital
 Inserção Inferior: Massa lateral do Atlas
 Inervação: Ramos dos nervos espinhais
 Ação: Estabiliza a cabeça

4. M. Escaleno Anterior
 Origem: Processos transversos de C4 a C6
 Inserção: 1ª costela
 Ação: Eleva a 1ª costela; Flete o pescoço lateralmente; Gira o pescoço
 Inervação: Nervos espinhais cervicais

MÚSCULOS VERTEBRAIS LATERAIS


1. M. Reto Lateral da Cabeça
 Inserção Superior: Processo jugular do occipital
 Inserção Inferior: Processo transverso do Atlas
 Inervação: Ramos dos nervos espinhais (C1-C2)
 Ação: Flete e estabiliza a cabeça

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5. M. Esplênio da Cabeça
 Origem: Porção inferior do ligamento nucal; Processos espinhosos de C4 a T3
 Inserção: Processo mastoide; Terço lateral da linha nucal superior
 Inervação: Ramos posteriores dos nervos espinhais
 Ação: Individualmente fletem lateralmente e giram o pescoço para o mesmo lado; Em conjunto
estendem o pescoço.

6. M. Levantador da Escápula
 Origem: Processos transversos de C1 a C4
 Inserção: Porção superior da margem medial da escápula
 Inervação: Nervo dorsal da escápula e Nervos espinhais cervicais
 Ação: Eleva a escápula.

7. M. Escaleno Médio
 Origem: Processos transversos de C2 a C7
 Inserção: Face superior da 1ª costela
 Ação: Flete o pescoço lateralmente; Eleva a 1ª costela
 Inervação: Ramos anteriores dos nervos espinhais cervicais

8. M. Escaleno Posterior
 Origem: Processos transversos de C4 a C6
 Inserção: Margem externa da 2ª costela
 Ação: Flete o pescoço lateralmente; Eleva a 2ª costela
 Inervação: Ramos anteriores dos nervos espinhais C7 e C8

OBS: Os músculos escalenos são considerados auxiliares da respiração, sendo de uso necessário em pacientes com
crise de asma, que forçam essa musculatura para expandir a caixa torácica.

ARTÉRIAS NA RAIZ DO PESCOÇO

TRONCO BRAQUIOCEFÁLICO
É o maior ramo do arco aórtico, medindo cerca de 4 a 5 cm. Origina-se atrás do manúbrio do esterno na linha
mediana e geralmente não possui ramos. Tem trajeto ascendente e lateralmente para a direita, sendo recoberto
superficialmente pelos músculos esterno-hioideo e esternotireoideo.

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ARTÉRIAS SUBCLÁVIAS
Seus ramos suprem o pescoço, membro
superior e encéfalo. A A. subclávia direita origina-se
do TBC, posterior à articulação esternoclavicular
direita. A A. subclávia esquerda origina-se do arco
aórtico, 1cm distal à artéria carótida comum E, sobe
no mediastino superior e entra na raiz do pescoço
posterior à articulação esternoclavicular esquerda.
O seu trajeto inicial na região cervical dar-se
posteriormente à articulação esternoclavicular de
cada lado, tendo, inicialmente, um trajeto ascendente.
Curvam-se lateralmente sobre a 1ª costela, passando
posteriormente ao músculo escaleno anterior.
Passam a ter trajeto descendente em direção ao
terço médio da clavícula, para penetrar no canal
cérvico-axilar, com o nome de artéria axilar (passa
a chamar-se artéria axilar após ultrapassar a borda
externa da 1ª costela).
A artéria subclávia está dividia em três
porções em relação ao m. escaleno anterior:

1ª Porção: desde sua origem até a borda medial do músculo escaleno anterior. Tem como ramos principais:
 Artéria vertebral: Sobe no espaço piramidal (bem do
ápice) entre os músculos escalenos (anterior) e longos
(longo do pescoço). Penetra nos forames
transversários de C6 até C1. Entram no crânio pelo
forame magno e se unem na margem inferior do tronco
encefálico para formar a artéria basilar.
 Artéria torácica interna: Origina-se da face
anteroinferior da a. subclávia. Trajeto descendente em
direção ao tórax, para irrigar a parede torácica anterior.
Não emite ramos no pescoço.
 Tronco tireocervical: Origina-se medialmente ao m.
escaleno anterior. Dá origem a três ramos: artéria
tireoide inferior, artéria supra-escapular e artéria
cervical transversa. Seus ramos terminais são: a A.
cervical ascendente e a própria A. tireóidea inferior.
o Artéria supra-escapular: geralmente é o
primeiro ramo do tronco tireocervical, com
trajeto lateral e posterior, passando então pela
incisura da escápula para suprir dos músculos
na região posterior desse osso.
o Artéria cervical transversa: Trajeto posterior passando sobre o assoalho do trígono lateral, passando
sobre os troncos do plexo braquial, emitindo dois ramos: um profundo (geralmente, representando a a.
dorsal da escápula) e um superficial. Envia ramos para músculos da região cervical lateral, para
músculos mediais da escápula e para o trapézio.
o Artéria cervical ascendente: Trajeto ascendente sobre o M. escaleno anterior, geralmente medial ao
nervo frênico, para suprir os músculos da parte superior do pescoço e do trígono lateral,
o Artéria tireóidea inferior: principal ramo do tronco tireocervical por ser a artéria visceral primária do
pescoço. Tem trajeto ascendente e medial em direção ao polo inferior da glândula tireoide.

2ª Porção: exatamente posterior ao músculo escaleno anterior. Seu principal ramo é:


 Tronco costocervical: Origina-se da face posterior da 2ª parte da A. subclávia. Divide-se em:
o A. intercostal suprema: supre os dois primeiros espaços intercostais.
o A. cervical profunda: supre os músculos cervicais profundos posteriores.

3ª Porção: lateral ao músculo escaleno anterior, estendendo-se até a margem externa da 1ª costela.
 Artéria dorsal da escápula: pode originar-se como ramo profundo da A. cervical transversa (tronco
tireocervical), podendo ser um ramo independente da 3ª porção da subclávia. Passa lateralmente através do
plexo braquial, anteriormente ao m. escaleno médio e aprofunda-se no m. levantador da escápula. Alcança a
escápula para suprir os m. romboides.

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VEIAS NA RAIZ DO PESCOÇO

VEIA JUGULAR ANTERIOR


Origina-se próximo ao hioide com a confluência das veias submandibulares superficiais. Desce sob o tecido
subcutâneo ou profundamente à lâmina superficial da fáscia cervical lateral entre a linha mediana anterior do pescoço e
a margem anterior do músculo ECM. Desemboca na veia jugular externa ou na veia subclávia. Acima do manúbrio do
esterno, as VJA direita e esquerda, frequentemente, se unem através da linha mediana para formar o arco venoso
jugular ao nível da incisura jugular.

VEIA JUGULAR EXTERNA


Origina-se perto do angulo da mandíbula (imediatamente abaixo da orelha) pela união da divisão posterior da
veia retromandibular (sua divisão posterior) com a veia auricular posterior. A VJE cruza o ECM em direção obliqua,
profundamente ao platisma, e entra na parte antero-inferior da região cervical lateral. Em seguida, perfura a lamina
superficial da fáscia cervical, que forma o teto dessa região e termina na veia subclávia (ou na jugular interna).
Drena a maior parte do couro cabeludo e a região da face. Recebe, ao longo de seu trajeto descendente, como
tributárias, as veias supra-escapulares, as veias cervicais transversas e as jugular anterior.

OBS: A veia retromandibular é formada pela união da veia temporal superficial e veia maxilar. Seus ramos terminais
consistem em duas partes: anterior (drena para a veia facial, contribuindo na formação da veia jugular interna) e
posterior (contribui na formação da veia jugular externa). Ou seja, a divisão anterior da veia retromandibular desemboca
na veia facial, que por sua vez, desemboca na veia jugular interna; enquanto a divisão posterior, junto à veia auricular
posterior, originam a veia jugular externa.

VEIA JUGULAR INTERNA


Continuação do seio sigmoide a partir do forame jugular, recebendo como tributárias: v. facial, v. lingual, v.
faríngea, v. occipital, v. tireóidea superior e v. tireóidea média. Termina na raiz do pescoço pela união com a veia
subclávia para formar a veia braquiocefálica.

VEIA SUBCLÁVIA
Continuação da veia axilar (origina-se na margem lateral da 1ª costela), une-se com a veia jugular interna para
formar a veia braquiocefálica.

OBS: O ângulo venoso é o ângulo formado na região de anastomose da VJI com a VSC, onde desembocam o ducto
torácico e o tronco linfático direito.

VASOS LINFÁTICOS NA RAIZ DO PESCOÇO


A drenagem da linfa é geralmente feita por linfonodos profundos situados ao longo da Veia Jugular Interna.

NERVOS NA RAIZ DO PESCOÇO

NERVO VAGO

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É o X par de nervos cranianos. Surge no pescoço a partir do forame jugular, de onde passa a ter trajeto
descendente na bainha carotídea, posteriormente à artéria carótida comum e a veia jugular interna.
O nervo vago D passa anteriormente à
primeira parte da artéria subclávia e
posteriormente à veia braquiocefálica. O nervo
vago esquerdo desce entre a artéria carótida
comum e artéria subclávia esquerda,
posteriormente a articulação esternoclavicular.

NERVOS LARINGEOS RECORRENTES


Ramos do nervo vago, na porção inferior
do pescoço. O direito circunda posteriormente a
artéria subclávia direita, enquanto o esquerdo
circunda posteriormente o arco aórtico. Ambos
têm trajeto ascendente até a face póstero-medial
da glândula tireoide e sobem no sulco traqueo-
esofágico para suprir todos os músculos
intrínsecos da laringe, exceto o músculo
cricotireoideo.

NERVO FRÊNICO
Forma-se a partir de ramos de C3 a C5,
na margem lateral do músculo escaleno anterior,
com trajeto descendente sobre este, encoberto
pela veia jugular interna e M. ECM, para entrar no
tórax e suprir o músculo diafragma.

TRONCOS SIMPÁTICOS
Situam-se na região anterolateral a coluna vertebral. Diferentemente da porção torácica do tronco simpático, na
região cervical, ele está associado a três gânglios simpáticos cervicais:
 Gânglio cervical superior: Situa-se ao nível de C1 e C2. Envia nervos para a carótida externa e interna.
 Gânglio cervical médio: Situa-se na face anterior da artéria tireóidea inferior ao nível da cartilagem cricoide e
do processo transverso de C6, imediatamente anterior à artéria vertebral.
 Gânglio cervical inferior: Funde-se com o 1º gânglio torácico para formar o grande gânglio cervicotorácico ou
gânglio estrelado, que se situa anteriormente ao processo transverso de C7, posteriormente à origem da artéria
vertebral.

OBS: Síndrome do desfiladeiro torácico: Síndrome neurovascular associada com compressão do plexo braquial,
artéria subclávia e veia subclávia na saída torácica superior. Pode resultar de uma variedade de anomalias, como
costela cervical (síndrome da costela cervical), bandas faciais anômalas e anormalidades da origem ou inserção dos
músculos escaleno médio ou
anterior. É comum também em
tumores que invadem a raiz do
pescoço (câncer de pulmão,
por exemplo, como o chamado
“tumor de Pancoast”). Os sinais
clínicos podem incluir dor na
região dos ombros e pescoço
que se irradia para o braço,
paresia ou paralisia dos
músculos enervados pelo plexo
braquial, parestesia, perda da
sensibilidade, redução dos
pulsos arteriais na extremidade
afetada, isquemia e edema.

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VÍSCERAS CERVICAIS

As vísceras do pescoço estão dispostas em três camadas, denominadas de acordo com a sua função primária.
Da região superficial para profunda, são elas:
1. Camada Endócrina: tireoide; paratireoides. São glândulas sem ductos que fazem parte do sistema
endócrino do corpo, sendo elas secretoras de hormônios (T3, T4, calcitonina; paratormônio).
2. Camada respiratória e fonação: laringe; traqueia. Têm como função: encaminhar o ar para o trato
respiratório; desviar o alimento para o esôfago; manter via aerífera aberta, com meios de fechá-la
temporariamente; e produzir a voz (fonação).
3. Camada alimentar: faringe; esôfago.

Essas vísceras estão envoltas pela parte visceral da lâmina pré-traqueal.

GLÂNDULA TIREOIDE
Situa-se profundamente aos músculos esternotireoideo e
esterno-hioideo, ao nível das vértebras C5 a T1. Consiste em dois
lobos (direito e esquerdo) e um istmo unindo-os.
 Os lobos localizam-se ântero-lateralmente à laringe e
traqueia.
 O istmo une os dois lobos anteriormente ao 2º e 3º anéis
da traqueia.

OBS: O termo “tireoide” (do grego Thyreos, escudo e Eidos,


semelhante) é devido à semelhança da glândula e da cartilagem com
escudos utilizados por soldados romanos.
OBS²: Na língua, no ápice do sulco terminal, existe o forame cego,
que representa a invaginação da faringe que se dá na formação
embrionária para formar a tireoide. Após sua formação, essa
glândula é tracionada inferiormente ao pescoço, fazendo surgir uma
ligação: o ducto tireoglosso, que desaparece gradativamente.
Pessoas que nascem com esse ducto devem sofrer intervenção
cirúrgica para retirada de cistos.

A tireoide é uma glândula altamente vascularizada, o que prova que sangramentos nesse nível são intensos. Ela
está envolta por uma fina cápsula fibrosa fixada à cartilagem cricoide e tireoide por tecido conectivo denso.
Superficialmente, encontra-se revestida pela camada visceral da lâmina pré-traqueal da fáscia cervical.

ARTÉRIAS DA TIREOIDE
A glândula, altamente vascularizada, é suprida
pelas artérias tireóideas superior e inferior, situadas
entre a cápsula fibrosa e a bainha fascial frouxa
(lâmina pré-traqueal).
 Artéria tireóidea superior: ramo da artéria
carótida externa (primeiro de seus ramos),
descendo até os polos superiores da glândula.
Dividem-se em ramos anterior e posterior que
suprem a face anterossuperior da glândula.
 Artéria tireóidea inferior: são os maiores
ramos dos troncos tireocervicais (oriundos da
a. subclávia), que seguem supero-medialmente
para chegar à face posterior da glandula,
suprindo principalmente os pólos inferiores.
 Artéria tireóidea ima: é inconstante, tendo
uma frequência de 10% na população. Origina-
se do tronco braquiocefálico ou do arco aórtico.

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VEIAS DA TIREOIDE
Três pares de veias geralmente formam um plexo venoso tireoide na superfície anterior da tireoide e da
traqueia.
 V. tireóidea superior: acompanham as artérias tireóideas superiores e drenam para a veia jugular interna.
 V. tireóidea média: seguem um trajeto paralelo às artérias tireóideas inferiores e drenam para a veia jugular
interna.
 V. tireóidea inferior: geralmente, correm sozinhas ou com a artéria tireóidea ima. Drena para a veia
braquiocefálica, posteriormente ao manúbrio.

DRENAGEM LINFÁTICA DA GLÂNDULA TIREOIDE


É feita por uma rede capsular de vasos linfáticos que drenam para os linfonodos: linfonodos pré-laríngeos, pré-
traqueais, paratraqueais, e cervicais profundos inferiores (em última instância).

INERVAÇÃO DA TIREOIDE
Os nervos da tireoide são derivados de fibras vasomotoras dos gânglios simpáticos cervicais (superiores,
médios e inferiores). Eles chegam às vísceras através dos plexos cardíacos e periarteriais tireoideos. A secreção
endócrina da tireoide é controlada pela hipófise (por meio do hormônio TRH).

GLÂNDULAS PARATIREOIDES
Comumente são 4 (duas superiores e duas inferiores) localizadas posteriormente à
glândula tireoide. As superiores estão ao nível da margem inferior da cartilagem cricoide. As
inferiores, localizadas no polo inferior da glândula tireoide. Suas secreções estão relacionadas
ao metabolismo do cálcio.

VASOS DAS GLÂNDULAS PARATIREOIDES


 Supridas por ramos das Artérias Tireóideas Inferiores.
 Veias paratireoides drenam para o plexo venoso na face anterior da Glândula tireoide.
 Vasos linfáticos, semelhantemente à tireoide, drenam para linfonodos: paratraqueais e
cervicais profundos (última instância).

INVERVAÇÃO DAS GLANDULAS PARATIREOIDES


É feita através de ramos tireoideos dos gânglios simpáticos cervicais. A secreção dos hormônios dessas
glândulas é controlada por outros hormônios.

LARINGE
Órgão complexo da fonação formado por 9 cartilagens interconectadas por membranas, ligamentos e
articulações sinoviais. Situa-se na parte anterior do pescoço ao nível de C3 a C6, presa ao osso hioide e à raiz da língua.

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ESQUELETO DA LARINGE
É formada por 3 cartilagens ímpares (tireóidea, cricoidea e epiglótica) e por 3 cartilagens pares (aritenoide,
corniculada e cuneiforme).
 Cartilagem tireoide: Composta por duas lâminas que se fundem anteriormente no plano mediano, em seus 2/3
inferiores para formar a proeminência laríngea (cujo relevo é mais visível em homens). Têm-se como meios de
fixação dessa cartilagem:
o Membrana tireo-hioidea (fixação superior com o hioide): ligamento tireo-hioideo mediano e ligamentos
tireo-hioideos laterais.
o Articulação cricotireóidea (sinovial): entre corno inferior e face lateral da cartilagem cricoide.

 Cartilagem cricoide: tem forma de anel, possuindo um arco anterior e uma lâmina posterior. É uma cartilagem
espessa e resistente, representando o único anel completo de cartilagem. Possui duas superfícies articulares:
duas inferiores para os cornos inferiores da cartilagem tireoide; e duas superiores para as cartilagens
aritenoides. Tem como meios de fixação:
o Ligamento cricotireoideo mediano: espessamento na membrana cricotireóidea que serve como fixação
superior com a margem da cartilagem tireóidea.
o Ligamento cricotraqueal: fixação inferior com o 1º anel traqueal.

OBS: O cone elástico é a parte inferior da parte membranácea da laringe. É uma estrutura formada pelo: ligamento
cricotireoideo mediano e lateral e pelo ligamento vocal (margem superior espessada do ligamento cricotireoideo).
OBS²: O ligamento vocal estende-se da junção das lâminas da cartilagem tireóidea ao processo vocal da aritenoide.
Corresponde à margem superior do ligamento cricotireoideo, sendo revestido pela prega vocal. É a vibração desse
ligamento que vai dar os sons das vogais na fonação.

 Cartilagem aritenoidea: cartilagem com forma piramidal articulada com as faces articulares superiores da
cartilagem cricoide, na porção lateral da margem superior da lâmina da cartilagem cricoide. É constituída por:
Ápice (superiormente), Processo vocal (anteriormente) e pelo processo muscular (lateralmente).
o Ápice: sustenta a cartilagem corniculada
o Processo vocal: fixa o ligamento vocal e presta inserção ao músculo vocal.
o Processo muscular: fixa os músculos cricoaritenoideos posterior e lateral
o Articulações cricoaritenoides: articulação sinovial que permitem a mobilidade das aritenoides, importante
nos movimentos das pregas vocais.

 Cartilagem epiglótica: única cartilagem da laringe do tipo elástica (o restante é do tipo hialina). Situa-se atrás
da raiz da língua e do osso hioide. Forma a margem superior e parede anterior do ádito da laringe. Sua
extremidade superior é livre e sua extremidade inferior é mais afilada (percíolo epiglótico) e está fixada ao ângulo
formado pelas lâminas da cartilagem tireoide pelo ligamento tireoepiglótico. Tem como meios de fixação:
o Ligamento tireoepiglótico: fixa às lâminas da cartilagem tireóidea.
o Ligamento hioepiglótico: fixa a face anterior ao hioide.
o Membrana quadrangular: fixa as faces laterais da cartilagem aritenoide. A partir dessa membrana, têm-
se a formação do: ligamento vestibular (margem livre inferior da membrana quadrangular); as pregas
vestibulares (estende-se da cartilagem tireóidea à aritenoidea, acima da prega vocal); ligamento
ariepiglótico (margem superior livre da membrana quadrangular) e prega ariepiglótica (contém as
cartilagens corniculadas e cuneiformes em sua região posterior).

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OBS: A prega ariepiglótica é formada pelas:


 Cartilagens corniculadas: fixam-se nos ápices da cartilagem aritenoide
 Cartilagens cuneiformes: não se fixam a outras cartilagens.
OBS²: Adito da laringe: margem da epiglote + prega ariepiglotica + tubérculos cuneiformes e corniculados.

CAVIDADE DA LARINGE (PORÇÕES)


É limitada desde o ádito da laringe (margem superior da laringe) até a margem inferior da cartilagem cricoide. O
vestíbulo é a entrada da laringe. A glote (ou rima da glote) é o espaço delimitado pelas pregas vocais. O ventrículo da
laringe corresponde à escavação entre as pregas vestibulares e pregas vocais. A cavidade infraglótica é a porção da
laringe abaixo das pregas vocais.
 Comunica-se superiormente com a porção laríngea da faringe (laringofaringe).
 Continua-se inferiormente com a traqueia.

APARELHO VOCAL DA LARINGE


O som resulta da variação da relação de contração e relaxamento das pregas vocais (tensão e comprimento das
pregas), na largura da rima da glote (consiste no espaço entre as pregas vocais e processos vocais da aritenoide) e na
intensidade do esforço respiratório.
As pregas vestibulares (falsas cordas vocais) estão localizadas superiormente as pregas vocais, mantendo uma
função protetora. Elas envolvem os ligamentos vestibulares.
As pregas vocais (cordas vocais verdadeiras) são compostas pelo ligamento vocal e o músculo vocal. São as
principais responsáveis pela vibração que produz os sons (de vogais).

MÚSCULOS INTRÍNSCECOS DA LARINGE


De acordo com sua funcionalidade, esses músculos são classificados em: músculos extrínsecos da laringe
(Supra-hioideos e Infra-hioideos) e músculos intrínsecos da laringe, que alteram o comprimento e tensão das pregas
vocais e tamanho e formato da rima da glote. Estes últimos podem funcionar como: esfincteres, adutores, abdutores,
tensores e relaxadores.
Os músculos intrínsecos podem originar-se na cartilagem cricoide (músculos cricotireoideos, músculos
cricoaritenoideos laterais e músculos cricoaritenoideos posteriores) ou podem unir as cartilagens tireoide e aritenoide,
como os músculos tireoaritenoideos (fibras paralelas ao ligamento vocal), o músculo vocal (fibras fixadas ao ligamento
vocal), os músculos cricoaritenoideos laterais, os músculos aritenoideos oblíquos e os músculos ariepiglóticos. Podem
também unir as cartilagens aritenoideas entre si (músculo aritenoideo transverso e músculo aritenoideo oblíquo) e unir
as cartilagens aritenoides e epiglote, com faz o músculo ariepiglótico (fibras do aritenoideo oblíquo que se estendem até
a epiglote na prega ariepiglótica).

Esses músculos podem ser classificados como:


 Adutores: aproximam as pregas. Músculos cricoaritenoideos laterais.
 Abdutores: alargam a rima da glote. Músculos cricoaritenoideos posteriores
 Esfincteres: fecham e abrem a glote durante a deglutição. Músculos cricoaritenoideos laterais, Músculos
aritenoideos oblíquos, Músculos ariepiglóticos.
 Tensores: tensionam as cordas vocais ao inclinar a cartilagem tireóidea anteriormente (gerando a voz alta).
Músculos cricotireoideos

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 Relaxadores: deixam as cordas flácidas tracionando as aritenoides (gerando voz baixa). Músculos
tireoaritenoideos.

INERVAÇÃO DA LARINGE
A inervação dos músculos intrínsecos da laringe se dá por meio de ramos do nervo vago: o nervo laríngeo
recorrente (n. laríngeo inferior) inerva todos eles, exceto o M. cricotireoideo (este é inervado pelo nervo laríngeo
externo, ramo do nervo laríngeo superior).
 Laríngeo superior: Ramo interno: sensitivo para região interna da laringe, superior as pregas vestibulares; Ramo
externo: inerva o músculo cricotireoideo
 Laríngeo inferior: Continuação do nervo laríngeo recorrente (nervo motor da laringe)

OBS: Compressões no nevo laríngeo recorrente (como por exemplo, pelo arco aórtico no tórax, por meio de uma
dilatação) causa rouquidão devido a prejuízos motores dos músculos intrínsecos da laringe.

VASOS DA LARINGE
 Artérias:
 Laríngea superior: ramo da a. tireóidea superior (carótida externa).
 Laríngea inferior: ramo da a. tireóidea inferior (tronco tireocervical).

 Veias:
 Laríngea superior: drena para a veia tireóidea superior e dela, para a veia jugular interna.
 Laríngea inferior: drena para a veia tireóidea inferior e dela, para a v. braquiocefálica.

VASOS LINFÁTICOS DA LARINGE


 Acima das pregas vocais:
o Linfonodos cervicais profundos posteriores
 Abaixo das pregas vocais:
o Linfonodos pré-traqueais
o Linfonodos paratraqueais

TRAQUEIA
A traqueia é um tubo fibrocartilagíneo sustentado por anéis incompletos que matem a sua luz sempre aberta.
Tem diâmetro de 2,5cm e comprimento 11 cm. Inicia-se ao nível de C6 na extremidade inferior da laringe e termina ao
nível do ângulo esternal ou T4/T5 dividindo-se em brônquios principais D e E. Seus principais componentes são:
 Anéis traqueais
 Ligamento anular da traqueia (entre os anéis)
 Parede membranácea (posterior) com o músculo traqueal

RELAÇÕES DA TRAQUEIA
 Anteriores: Istmo da Gl. tireoide, Arco venoso jugular, M. esternotireoideo e esterno-hioideo.
 Laterais: Artérias carótida comum, Lobos da Gl. tireoide e Nervos laríngeos recorrentes no sulco
traqueoesofágico.
 Posteriores: Esôfago.

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ARTÉRIAS DA TRAQUEIA
Artérias que suprem a traqueia são derivadas de ramos viscerais das artérias tireóideas inferiores.

INERVAÇÃO DA TRAQUEIA
A inervação é feita tanto por ramos simpáticos (gânglios cervicais) quanto parasimpáticos.

FARINGE
É um tubo comum aos sistemas digestório e respiratório, que vai da base crânio à margem inferior da cartilagem
cricoide, iniciando o canal alimentar. Está divida em três partes: Naso-faringe, Oro-faringe e Laringo-faringe.

NASOFARINGE
Situada acima do palato mole, é a extensão posterior das cavidades nasais, através das coanas. Nela, podem
ser encontradas:
 Tonsila faríngea (adenoide)
 Prega salpingofaríngea e músculo salpingofaríngeo.
 Recesso faríngeo

ORO-FARINGE
Estende-se do palato mole até a epiglote. Anteriormente comunica-se com a cavidade oral; Inferiormente: Base
da lingual e Epiglote; Superiormente: Palato mole; e Lateralmente: Arco palatoglosso, Arco palatofaríngeo, Tonsila
palatina (amígdala).
A orofaringe recebe o bolo alimentar da cavidade oral e o direciona para a laringofaringe para realizar a
deglutição em três estágios:
 1° estágio: músculos da língua e palato mole impulsionam o bolo alimentar para a orofaringe
 2° estágio: elevação do palato mole; elevação da laringe e encurtamento da faringe (músculos supra-hioideos e
longitudinais da faringe).
 3° estágio: músculos constrictores da faringe impulsionam o bolo alimentar para o esôfago.

LARINGOFARINGE
Localiza-se posteriormente à laringe (nível de C4 a C6), comunicando-se com o ádito da laringe. Estende-se da
margem superior da epiglote e pregas faringoepiglóticas até a margem inferior da cartilagem cricoide, onde se continua
como esôfago.
Suas paredes póstero-laterais são constituidas por músculos constrictores médio e inferior e pela fáscia
bucofaríngea (continuação da lâmina pré-traqueal posteriormente). Internamente, estão situados na faringe os
músculos palatofaríngeo e estilofaríngeo.

OBS: Recesso piriforme: pequena depressão lateralmente ao ádito da laringe, limitada pela cartilagem tireóidea e
membrana tireohioidea.

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MÚSCULOS DA FARINGE
 Camada circular externa:
 Constrictor superior da faringe
 Constrictor médio da faringe
 Constrictor inferior da faringe
 Camada longitudinal interna
 Músculo palatofaríngeo
 Músculo estilofaríngeo
 Músculo salpingofaríngeo

1. M. Constrictor superior da faringe


 Origem: lado da língua, linha milo-hioidea da mandíbula, rafe pterigomandibular, hâmulo pterigoideo
do esfenoide.
 Inserção: Rafe mediana da faringe, Tubérculo faríngeo do occipital
 Inervação: Plexo nervoso faríngeo (Ramos faríngeos do nervo vago e glossofaríngeo e Ramos
simpáticos do gânglio cervical superior)
 Ação: Constricção da faringe na deglutição

2. M. Constrictor médio da faringe


 Origem: ligamento estilo-hioideo; Corno maior e menor do hioide.
 Inserção: Rafe mediana da faringe
 Inervação: Plexo nervoso faríngeo (Ramos faríngeos do nervo vago e glossofaríngeo e Ramos
simpáticos do gânglio cervical superior)
 Ação: Constricção da faringe na deglutição

3. M. Constrictor inferior da faringe
 Origem: Linha oblíqua da cartilagem tireoide, Arco da cartilagem cricoide.
 Inserção: Rafe mediana da faringe
 Inervação: Plexo nervoso faríngeo (Ramos faríngeos do nervo vago e glossofaríngeo e Ramos
simpáticos do gânglio cervical superior)
 Ação: Constricção da faringe na deglutição.

4. M. salpingofaríngeo
 Origem: tuba auditiva
 Inserção: funde-se com o M. Palatofaríngeo
 Inervação: Nervo acessório via ramo faríngeo do nervo vago e Plexo faríngeo
 Ação: Elevam a faringe e laringe durante a deglutição e fonação, ou seja, encurtam e alargam.

5. M. palatofaríngeo
 Origem: palato duro e aponeurose palatina

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 Inserção: Margem posterior da cartilagem tireóidea; Face lateral da faringe e esôfago


 Inervação: Nervo acessório via ramo faríngeo do nervo vago e Plexo faríngeo.
 Ação: Elevam a faringe e laringe durante a deglutição e fonação, ou seja, encurtam e alargam.

6. M. estilofaríngeo
 Origem: processo estiloide do temporal
 Inserção: Margem posterior e superior da lâmina da cartilagem tireóidea; Funde-se com o M.
Palatofaríngeo
 Inervação: Nervo glossofaríngeo (IX par craniano)
 Ação: Elevam a faringe e laringe durante a deglutição e fonação, ou seja, encurtam e alargam.

VASOS DA FARINGE
 Irrigação arterial: um ramo da artéria facial, a artéria tonsilar atravessa o músculo constritor superior e entra
no pólo inferior da tonsila. A tonsila também recebe brotos arteriais das artérias palatinas ascendente, artéria
lingual e palatina descendente. Além delas, recebe irrigação da artéria faríngea ascendente (ramo da
carótida externa).
 Drenagem venosa: a grande veia palatina externa desce do palato mole e passa perto da superfície lateral da
tonsila antes de entrar no plexo venoso faríngeo.

DRENAGEM LINFÁTICA DA FARINGE


Os vasos linfáticos seguem lateral e inferiormente até os linfonodos perto do
ângulo da mandíbula e para o linfonodo jugulo digastrico (linfonodo tonsilar). Além
disso, as tonsilas faríngeas, tubárias, palatinas e linguais formam o anel linfático (de
Waldeyer), uma faixa circular incompleta de tecido linfoide ao redor da parte superior da
faringe.

NERVOS DA FARINGE
A inervação da faringe é realizada pelo plexo faríngeo, de modo que suas
fibras motoras e sensitivas são destinadas à inervação dos músculos acima citados e
suas fibras sensitivas são provenientes do nervo glossofaríngeo (para as três partes da
faringe) e do nervo maxilar (para a mucosa da porção anterossuperior da nasofaringe).

ESPAÇOS OU RECESSOS DA FARINGE


 Espaço entre o músculo constrictor superior e a base do crânio ou Recesso faríngeo: dá passagem ao m
levantador do véu palatino, tuba auditiva e artéria palatina ascendente.
 Espaço entre os Mm. constrictores superior e médio: dá passagem ao músculo estilofaríngeo, nervo
glossofaríngeo e ligamento estilo-hioideo.
 Espaço entre os Mm. constrictores médio e inferior: dá passagem ao ramo interno do nervo laríngeo superior e
vasos laríngeos superiores.
 Espaço abaixo do M. constrictor inferior: dá passagem ao nervo laríngeo recorrente e artéria laríngea inferior.

ESÔFAGO
Tubo muscular contínuo com a laringofaringe, ao nível de C6, que se estende pelo pescoço, tórax até alcançar o
abdome. Possui musculatura voluntária no 1/3 superior. No pescoço, situa-se entre a traqueia e a coluna cervical, na
linha mediana. Tem trajeto para a esquerda à medida que desce no tórax.

RELAÇÕES DO ESÔFAGO
 Anteriormente: traqueia.
 Lateralmente: bainha carótica; Nervo laríngeo recorrente no sulco traqueoesofágico; lobos da glândula tireoide.
 Posteriormente: vértebras cervicais.

VASOS DO ESÔFAGO
 Irrigação arterial: Artérias tireóideas inferiores.
 Drenagem venosa: Veias tireóideas inferiores.
 Vasos linfáticos drenam para: linfonodos paratraqueais e linfonodos cervicais profundos inferiores.

NERVOS DO ESÔFAGO
 Fibras somáticas: nervos laríngeos recorrentes.
 Fibras vasomotoras: troncos simpáticos cervicais.

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MÓDULO: CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA DO TÓRAX 2017


Arlindo Ugulino Netto.

PAREDE TORÁCICA

A parede torácica, além de proteger o conteúdo da cavidade torácica, possui a função de participar no
mecanismo da respiração. Durante a respiração, os músculos do tórax, juntamente com o diafragma e os músculos
abdominais, variam o volume dessa caixa.
A parede torácica é constituída pela pele, tecido subcutâneo, fáscia, músculos e arcabouço ósseo do tórax.

OBS:
 Caixa torácica: tórax ósseo.
 Cavidade torácica: espaço interno e seu conteúdo.
 Parede torácica: caixa torácica, pele, fáscia, músculos.

A fáscia superficial (ou tecido subcutâneo) é composta de tecido conjuntivo frouxo e está intimamente ligada
pelos retináculos da pele, contendo quantidades variáveis de gordura, glândulas sudoríparas, vasos sanguíneos e
linfáticos – nas mamas, as glândulas mamárias.
A fáscia de revestimento ou fáscia torácica é uma membrana fibrosa fina, densa, sem gordura aderida e está
frouxamente presa ao tecido subcutâneo. Ela reveste intimamente os músculos e tendões associados e ajuda a manter
as partes do tórax unidas e apresenta uma barreira contra infecções.

ESQUELETO DA PAREDE TORÁCICA


O esqueleto do tórax forma a caixa torácica
osteocartilagínea, a qual protege as vísceras torácicas e alguns
órgãos abdominais. O esqueleto torácico inclui:
 12 pares de costelas e cartilagens costais
 12 vértebras torácicas e discos intervertebrais
 Osso Esterno

COSTELAS
As costelas são em número de 12 pares. São ossos
alongados, em forma de semi-arcos, ligando as vértebras torácicas
ao esterno. Podem ser classificadas de duas maneiras:
a) Articulam-se diretamente (verdadeiras), indiretamente
(falsas) ou não se articulam com o osso esterno (flutuantes):
 7 Pares Verdadeiras (1ª a 7ª): Articulam se
diretamente ao esterno.
 3 Pares Falsas Propriamente Ditas (8ª a 10ª): Articulam-se indiretamente (cartilagens)
 2 Pares Falsas Flutuantes (11ª a 12ª): São livres

b) Costelas típicas (3ª a 9ª), que apresentam as seguintes estruturas:


 Cabeça: cuneiforme e com duas faces articulares, separadas pela crista da cabeça da costela. A face
articular inferior articula a costela com sua vértebra numericamente correspondente. A face articular
superior articula a costela com a vértebra superior a ela.
 Colo: une a cabeça ao corpo no nível do tubérculo.
 Tubérculo: junção do colo e do corpo e possui uma face articular lisa, para a articulação com o processo
transverso da vértebra e uma face não-articular rugosa, para a fixação do ligamento costotransversário.
 Corpo: fino, plano e curvo.
 Ângulo da costela: parte mais fina da costela, onde ela se volta antero-lateralmente.

c) Costelas Atípicas (1ª, 2ª e 10ª – 12ª) são mais diferentes:


 A primeira costela é mais larga, mais curta e mais curva das sete costelas verdadeiras. Possui apenas
uma única face articular em sua cabeça para T1.
 A segunda costela é mais típica, seu corpo é mais fino, menos curvo e significativamente mais longa que
a primeira, apresentando também duas faces articulares em sua cabeça para T1 e T2. Sua característica
atípica é a presença da tuberosidade do músculo serrátil anterior.
 As 10ª – 12ª costelas, como a primeira, apresentam apenas uma face articular.
 A 11ª e a 12ª são curtas e não possuem colo nem tubérculo.

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OBS: Espaços intercostais. São espaços que separam as costelas entre si. Cada espaço é numerado de acordo com
a costela que forma a borda superior do espaço. Os espaços intercostais são ocupados por músculos e membranas
intercostais, e dois conjuntos (principal e colateral) de vasos e nervos intercostais identificados pelo mesmo número
atribuído ao espaço. De superior para mais inferior, a sequência inicial da posição dessas estruturas no espaço é: veia,
artéria e nervo intercostal.
OBS²: Cartilagem costal. Cartilagens que prolongam as costelas anteriormente, contribuindo para elasticidade da
parede torácica.

OSSO ESTERNO
O osso esterno (do Grego, peito) é um osso plano, alongado, que forma
a região intermediária da parte anterior da caixa torácica. É um importante osso
hematopoiético. O esterno está divido em três porções: manúbrio, corpo e
processo xifoide. Nessas porções, encontramos as seguintes estruturas:
 Manúbrio
 Incisura jugular (ao nível de T3-T4)
 Sínfise manúbrio-esternal
 Ângulo do esterno (entre T4 e T5)
 Corpo: Incisuras costais e Cristas transversas
 Processo xifoide (ao nível de T10)
 Ligamentos do Esterno

VÉRTEBRAS TORÁCICAS
São vértebras típicas porque são independentes, possuem corpos, arcos vertebrais e sete processos para conexões
musculares e articulares. Como características específicas das vértebras T1 a T2 temos:
 Fóveas costais nos corpos e processos transversos
 Fóvea costal superior e inferior
 Processos espinhosos longos

ABERTURAS DO TÓRAX
A caixa torácica é “vasada” superior e inferiormente, permitindo a passagem de
estruturas em geral e a comunicação do tórax com o pescoço e abdome.
 Abertura Superior do tórax (6,5cm x 12,5cm): a entrada anatômica do tórax é
delimitada da seguinte forma:
 Posteriormente, pela vértebra T1
 Lateralmente, pelo 1º par de costelas e suas cartilagens costais.
 Anteriormente, pela borda superior do manúbrio.
 Estruturas que ultrapassam essa abertura: esôfago, traqueia, nervos e vasos
que suprem e drenam a cabeça, pescoço e membros superiores.

 Abertura Inferior do tórax: a saída anatômica do tórax é muito mais espaçosa


que a superior. Essa abertura é separada do abdome pelo músculo diafragma. É
limitada da seguinte forma:

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 Posteriormente, pela 12ª vértebra.


 Póstero lateralmente, pelos 11º e 12º pares de costela.
 Antero lateralmente, as cartilagens costais unidas das 7ª a 10ª costelas.
 Anteriormente, pela articulação xifoesternal.

ARTICULAÇÕES DA PAREDE DO TÓRAX


Os movimentos da parede torácica são frequentes devido ao ato de respiração, por tanto, qualquer distúrbio que
reduza a mobilidade destas articulações, interfere diretamente e principalmente na respiração. As articulações da parede
torácica ocorrem entre:
 As vértebras: articulações intervertebrais.
 As costelas e as vértebras: articulações costovertebrais.
 As costelas e as cartilagens costais: articulações costocondral. Ocorre a junção da extremidade lateral da
cartilagem costal com a extremidade esternal da costela, havendo uma continuidade do periósteo com o
pericôndrio. Não possui movimento.
 As cartilagens costais: articulações intercondrais. Ocorre entre as cartilagens costais 6ª e 7ª, 7ª e 8ª, 8ª e 9ª. Há
presença de cápsula articular e ligamentos intercondrais.
 O esterno e as cartilagens costais: articulações esternocostais. Ocorre entre as cartilagens costais da 1ª a 7ª
costelas e o esterno. Para o 1ª par, as articulações cartilagíneas primárias (sincondroses). Para o 2º ao 7º par de
costelas, as articulações são sinoviais.
 O esterno e a clavícula: articulações esternoclaviculares.
 As partes do osso esterno: sincondroses manúbrioesternal e xifoesternal.

OBS: A cabeça de cada costela articula-se com a parte superior da vértebra correspondente (de mesmo número), com a
parte inferior da vértebra superior a ela e o disco adjacente que une as vértebras. Já a crista da cabeça da costela fixa-
se no disco por meio de um ligamento intra-articular. Porém a cabeça da 1ª, 11ª e 12ª (as vezes, a 10ª) articula-se
apenas com a vértebra correspondente.
OBS: As articulações costotransversárias (sinoviais planas) é a junção entre o tubérculo das costelas e a fóvea costal
dos processos transversos.

MOVIMENTOS DA PAREDE TORÁCICA


Movimentos da parede torácica e do diafragma produzem aumentos no volume intratorácico e nos diâmetros do
tórax, consequentemente, mudanças de pressão resultam na introdução de ar nos pulmões (inspiração): a pressão
interna do tórax diminui, fazendo com que haja entrada de ar.
Durante a expiração passiva, o músculo diafragma, os músculos intercostais entre outros relaxam, diminuindo o
volume intratorácico, aumentando a pressão interna do tórax. Consequentemente, o tecido elástico dos pulmões se
retrai, expelindo a maior parte do ar.
O diâmetro vertical da parte central da cavidade torácica aumenta durante a inspiração à medida que o
diafragma desce, comprimindo as vísceras abdominais abaixo dele. Na expiração passiva, o diafragma relaxa e as
vísceras abdominais o empurram para cima. O diâmetro transverso do tórax aumenta ligeiramente com a contração dos
músculos intercostais, os quais elevam a parte mais lateral das costelas, resultando, consequentemente, em um
movimento anteroposterior do esterno.

GLÂNDULAS MAMÁRIAS
Normalmente as mamas estão mais desenvolvidas em mulheres, uma vez que tanto homens quanto mulheres
possuem mama (inclusive, ambos podem apresentar câncer de mama). Entretanto, nos homens, a mama quase não
apresenta gordura (o tecido adiposo é o responsável pelo tamanho do seio) e as glândulas mamárias não se
desenvolvem. Ao contrário das mulheres, que apresentam glândulas mamárias como acessórios para a reprodução e
amamentação da prole.
As mamas encontram-se superficiais e proeminentes na parede torácica
anterior. Na sua porção mais apical, encontra-se a papila mamária circundada por
uma área de pele circular pigmentada, denominada de aréola.

MAMAS FEMININAS
A base circular da mama estende-se verticalmente da 2ª a 6ª costela e
transversalmente da margem lateral do esterno até a linha axilar média, entretanto
uma pequena parte da glândula mamária pode se estender ao longo da borda ínfero-
lateral do músculo peitoral maior até a axila, formando um processo axilar da mama.
As mamas crescem durante a puberdade devido ao desenvolvimento das
glândulas mamárias e pela deposição de gordura, a qual irá dar o contorno
arredondado e volume aos seios.

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Os ductos lactíferos dão origem a brotamentos que formam 15 a 20 lóbulos de tecido glandular, que constituem
as glândulas mamárias. O seio lactífero é uma porção dilatada de cada ducto.

GLANDULAS MAMÁRIAS
As glândulas mamárias são glândulas sudoríparas modificadas, por tanto, não possuem cápsula ou bainha
especial. Os alvéolos que secretam leite estão dispostos como uvas em cacho. Durante a gestação, a glândula mamária
aumenta e novos tecidos glandulares são formados. Entretanto, durante o ciclo menstrual, pode haver aumento da
mama devido uma maior deposição de gordura por hormônios gonadotróficos (LH e FSH).

OBS: Dois terços do leito da mama são formados pela fáscia peitoral sobre o musculo peitoral maior.
OBS: O espaço retro-mamário é um espaço virtual entre a mama e a fáscia peitoral. É um espaço plano de tecido
conjuntivo frouxo, contendo uma pequena quantidade de gordura, que permite um certo grau de movimento a mama.
OBS: Ligamentos suspensores da mama: ligamentos subcutâneos que firmam a glândula a derme.

VASCULATURA DA MAMA
O suprimento arterial e feito por ramos derivados da artéria torácica interna (ramo da A. subclávia), artéria
torácica lateral e toracoacromial (ramos da A. axilar), além de artérias intercostais posteriores.
A drenagem venosa da mama é principalmente levada para a veia axilar, podendo também ser drenada para a
veia torácica interna.

A linfa segue da papila, aréolas e lóbulos da glândula segue para o plexo linfático subareolar. 75% da linfa é
drenada para linfonodos axilares. O restante (25%) é drenada para linfonodos paraesternais, mama oposta e linfonodos
abdominais.

OBS: É importante conhecer a drenagem linfática das mamas devido ao seu papel na metástase das células
cancerígenas.

Os vasos linfáticos na pele da mama (exceto na papila mamária e aréola) drenam para linfonodos axilares,
cervicais profundos inferiores e infraclaviculares e também para linfonodos paraesternais de ambos os lados.

NERVOS DA MAMA
Os nervos mamários originam-se dos ramos cutâneos anteriores e laterais do 4º ao 6º nervos intercostais. Os
ramos dos nervos intercostais conduzem fibras sensitivas para a pele da mama e fibras simpáticas para os vasos
sanguíneos localizados nas mamas e para o músculo liso, situado na pele da papila mamária.

MÚSCULOS DA PAREDE TORÁCICA


1. Peitoral Maior
 Origem: Porção clavicular: metade medial da clavícula; Porção esternocostal: Esterno e seis primeiras
cartilagens costais; Porção abdominal: Aponeurose do músculo oblíquo externo do abdome.
 Inserção: Crista do tubérculo maior do úmero.
 Inervação: Nervos peitorais mediais e laterais
 Ação: Adução do braço; Flexão do braço.

2. Peitoral Menor
 Origem: Face externa da 3ª a 5ª costelas, próximo à união com as cartilagens costais
 Inserção: Processo coracoide da escápula
 Inervação: Nervo peitoral medial do plexo braquial
 Ação: Depressão da escápula; Eleva as costelas.

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3. Serrátil Posterior Inferior


 Inserção superior: PE de T11 a L2
 Inserção inferior: Margens inferiores das 4 costelas inferiores
 Inervação: Nervos intercostais (Ramos anteriores do 9º ao 12º nervos espinhais)
 Ação: Abaixa as costelas

4. Serrátil Posterior Superior


 Inserção superior: Ligamento nucal e PE de C6-7 a T2-3.
 Inserção inferior: margens superiores da 2ª a 4ª costelas.
 Inervação: nervos intercostais (2º ao 5º).
 Ação: Eleva as costelas

5. Serrátil Anterior
 Origem: Face externa das 9 costelas superiores (digitação)
 Inserção: Margem medial da escápula e ângulos superior e inferior
 Inervação: Nervo torácico longo (plexo braquial)
 Ação: Traciona ventralmente a escápula (protrusão da escápula)

6. Músculo levantador das costelas


 Inserção superior: PT torácicos
 Inserção inferior: Entre o tubérculo e o ângulo das costelas imediatamente caudais (levantador curto). Os
quatro mais caudais se inserem na segunda costela abaixo de sua origem (levantador longo).
 Inervação: Ramos posteriores dos nervos espinhais C8 a T11
 Ação: Elevam as costelas

7. Músculos Intercostais
 Músculos Intercostais externos
o 11 pares situados nos espaços intercostais (EIC)
o Fibras oblíquas no sentido antero-inferior
o Desde o tubérculo das costelas até as junções costocondrais, onde se continuam com a membrana
intercostal externa.

 Músculos Intercostais internos


o 11 pares situados nos espaços intercostais, profundamente aos m. intercostais externos
o Fibras oblíquas no sentido póstero-inferior
o Desde o esterno até o ângulo das costelas, onde se continuam com a membrana intercostal interna

 Músculos intercostais íntimos


o Parte profunda dos músculos intercostais internos, separados destes pelos vasos e nervos
intercostais.

8. Músculo transverso do tórax


 Origem: Superfície interna do esterno (1/3 inferior do corpo e processo xifoide)
 Inserção: Faces internas da 2ª a 6ª cartilagens costais
 Inervação: Nervos intercostais
 Ação: Abaixa as costelas

9. Músculo subcostal
 Origem: Face interna das costelas inferiores, próximo aos ângulos
 Inserção: Margens superiores da 2ª e 3ª costelas abaixo da origem
 Inervação: Nervos intercostais
 Ação: Provavelmente elevam as costelas

NERVOS INTERCOSTAIS
Correspondem aos ramos anteriores do respectivo nervo espinhal. Correm ao longo dos espaços intercostais
entre a pleura parietal e a membrana intercostal interna, passando pelos sulcos das costelas.
Há 11 nervos intercostais, que são classificados em típicos e os que contêm alguma particularidade. Estes são
nervos espinais, de natureza mista.

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As raízes nervosas deixam os sulcos ântero e póstero-lateral da medula espinal. As radículas nervosas
provenientes dos sulcos anterolateral possuem uma característica própria: tem função motora. Enquanto, as radículas
provenientes dos sulcos póstero-lateral também possuem uma característica própria, são nervos que possuem função
sensitiva. Então, após formadas estas duas radículas se conjugam e formam o nervo espinal, os quais estão em 31
pares ao longo da coluna vertebral em seu plano mais mediano. Após formado este segue passando pelo forame
intervertebral e então se divide em dois ramos: um ventral (ramo anterior primário) e um dorsal (ramo posterior primário).
O ramo anterior primário segue então para a inervação da parede do tórax, e este é então denominado de nervo espinal
torácico. E o ramo dorsal segue para musculatura do dorso, do pescoço e para o tecido celular subcutâneo.
A partir do ramo anterior de nervo espinal torácico este se comunica a partir de um ramo comunicante branco
com o tronco simpático, o qual irá formar a sinalização pré-sináptica, enquanto do tronco simpático sai o ramo
comunicante cinzento, sendo este comunicante do tronco para o próprio nervo, com então estímulos pós-sinápticos.
Observa-se em nível de dissecção que o ramo comunicante branco está mais lateral, e o cinzento mais medial e
posterior.
o o
Há somente 3 pares de nervos intercostais típicos: do 3 ao 6 nervo intercostal.

NERVOS INTERCOSTAIS TÍPICOS


Após se comunicar com o tronco simpático, o nervo intercostal adentra
no espaço intercostal (espaço entre duas costelas o qual possui o nome da
costela sobrejacente) na parte mais medial deste espaço.
Então, ao adentrar, localiza-se entre a fáscia endotorácica e a
membrana intercostal interna. Após adentrar, segue lateralmente, e ao passar
em uma região denominada de sulco das costelas, este formará o ramo
colateral (próximo ao ângulo da costela, inervam músculos intercostais), o qual
será atribuído de inervar a pleura parietal e alguns músculos intercostais.
Segue então passando entre os Mm. Intercostais internos e íntimos
onde então passará no sulco das costelas, em nível da linha axilar média,
forma o ramo cutâneo lateral do nervo intercostal, o qual inervará com
função sensitiva a pele da parede lateral do tórax e abdome.
Enquanto segue para formar seu ramo terminal envia pequenos ramos
musculares (Ramos musculares: para os músculos intercostais, subcostal,
transverso do tórax, levantador das costelas e serrátil posterior) para os
músculos da parede torácica. Termina como ramo cutâneo anterior (próximo
ao esterno, inervando a pele anterior do tórax e abdome), ao passar entre o
espaço intercostal e seguindo anterior ao osso esterno e formando o ramo
cutâneo anterior que provém do próprio nervo intercostal e este tem função
sensitiva para pele da face anterior do tronco.

NERVOS INTERCOSTAIS ATÍPICOS


 O 1 par de nervos intercostais não possui nem ramo cutâneo lateral nem anterior, pois a explicação utilizada
o

seria que a maioria das fibras são encaminhadas para formação do plexo braquial, daí a pequena parte que
“sobra” forma o primeiro par de nervos intercostais. Mas, quando formado os ramos cutâneos laterais estes
anastomosam suas fibras com o N. intercostobraquial e este será discutido adiante.


o o
O 2 e 3 pares de nervos intercostais, após passarem no sulco das costelas, formam um amplo ramo cutâneo
lateral, sendo este denominado de nervo intercostobraquial. Este se funde com o ramo cutâneo medial do braço
e formará a sensibilidade da região medial e posterior do braço, isto após este mesmo nervo adentrar
passando(perfurando) o M. serrátil anterior. Além de fundir-se com o ramo cutâneo medial do braço este tem
função de inervar o assoalho da axila (pele e tecido celular subcutâneo).


o o
Do 4 - 11 pares de nervos intercostais, após originarem os ramos cutâneos laterais, cruzam a margem costal
por trás para suprir a pele e os músculos abdominais, não estando entre as costelas são denominados de nervos
toracoabdominais da parede anterior abdominal. Perfuram a bainha do M. reto próximos ao plano mediano.

ARTÉRIAS DA PAREDE TORÁCICA


O suprimento da parede do tórax provém de:
 Aorta torácica: através das artérias intercostais posteriores e subcostais
 Artéria subclávia: através da artéria intercostal suprema e da artéria torácica interna
 Artéria axilar: através das artérias torácicas superior e lateral, A. tóraco-acromial, A. toracodorsal.

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As artérias intercostais seguem na parede torácica entre as costelas. Cada espaço intercostal é composto por três
artérias, exceto o 10° e 11° espaço intercostal, em que há uma artéria intercostal posterior, e dois pares de artérias
intercostais anteriores.

ARTÉRIAS INTERCOSTAIS POSTERIORES


Do 1° e 2° espaços intercostais partem a artéria intercostal suprema, proveniente de um ramo do tronco
costocervical da artéria subclávia.
Da aorta torácica vão partir artérias intercostais direita e esquerda. As da direita, percorrem um caminho maior
cruzando vértebras, passando posterior ao esôfago, ducto torácico, veia ázigo, pulmão direito e pleura. Todas emitem
um ramo posterior que acompanha o ramo posterior do nervo espinhal para suprir a medula espinhal, coluna vertebral e
músculos e pele do dorso.
As artérias intercostais continuam-se ao longo do espaço intercostal emitindo um ramo colateral que cruza o espaço
intercostal para passar na borda superior da costela inferior. A artéria intercostal prossegue sua trajetória acompanhando
os nervos intercostais passando superiormente à esses nervos, próximo ao ângulo da costela, no sulco da costela,
passando entre os músculos intercostais internos e intercostais íntimos e suprindo a esses músculos. Por fim, emite
ramos terminais e colaterais que se anastomosam com as artérias intercostais anteriores e que suprem a pele
sobrejacente a esses músculos e a pleura parietal.

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ARTÉRIA TORÁCICA INTERNA (A. MAMÁRIA INTERNA)


Originadas da artéria subclávia, descem até o tórax posteriormente à clavícula e primeira cartilagem costal sendo
cruzado pelo nervo frênico ipsilateral, continuando sua trajetória descendente sobre a superfície interna do tórax, infero-
lateralmente ao esterno, entre as cartilagens costais e o músculo transverso do tórax para dividir-se em artérias
epigástricas superior e musculofrênica, terminando-se à nível do 6º espaço intercostal. Originam diretamente as artérias
intercostais anteriores, que suprem os seis espaços intercostais superiores.

ARTÉRIAS INTERCOSTAIS ANTERIORES


Essas artérias intercostais anteriores estão ausentes nos dois espaços intercostais inferiores (supridos pelas
artérias intercostais posteriores). Um par de artérias intercostais anteriores supre as partes anteriores dos 9 espaços
intercostais superiores. Dessas artérias, uma passa próxima a margem inferior da costela superior ao espaço, e outra
próximo a margem superior da costela inferior.
As artéria intercostais anteriores que suprem os 6 espaços intercostais derivam das artérias torácicas internas.
As do 7° - 9° espaço intercostal derivam das artérias musculofrênicas. As Aa. intercostais anteriores suprem os
Mm. intercostais e envia ramos através deles para suprir os Mm. peitorais, as mamas e a pele.
Os 2 EIC inferiores apresentam apenas as artérias intercostais posteriores.

ARTÉRIA SUBCOSTAL
Ramo da aorta torácica, seguindo ao longo da margem inferior da 12ª costela distribuindo-se para a parede
abdominal anterolateral.

VEIAS DA PAREDE TORÁCICA


As veias intercostais situam-se no sulco das costelas e acompanham as artérias e nervos intercostais.
As veias intercostais posteriores se anastomosam com as veias intercostais anteriores e a maioria das
posteriores desembocam no sistema ázigo, que conduz o sangue para a veia cava superior. Já as veias intercostais
anteriores drenam para a veia torácica interna.
Nos espaços de 1 a 3 as veias intercostais posteriores unem-se para formar a veia intercostal superior que
normalmente desemboca na veia braquiocefálica do lado correspondente, entretanto, pode desembocar na veia cava
superior. As veias torácicas internas são acompanhantes das artérias torácicas internas.

SISTEMA VENOSO ÁZIGO


O sistema venoso ázigo drena o sangue do dorso, parede torácica e
abdominal, sendo formado pelas veia ázigo, veia hemiázigo e veia hemiázigo
acessória.
1. A veia ázigo é formada pela união da v. subcostal e v. lombar
ascendente, no lado direito da coluna vertebral para desembocar na veia cava
superior. Recebe a drenagem das veias: Intercostais posteriores direitas, Veia
hemiázigos, Veia hemiázigos acessória, Ramos esofágicos, Veias bronquiais
direitas e Veia intercostal superior direita.
2. A veia hemiázigo é formada pala união das veias subcostal e lombar
ascendente esquerdas. Situa-se lateralmente à esquerda da coluna vertebral e
drena as veias: Intercostais posteriores esquerdas (9-11) e pode receber a
Veia hemiázigo acessória. Termina cruzando anteriormente a coluna vertebral
para desembocar na veia ázigo na altura de T8-9.
3. A hemiázigo acessória é formada pela união de 3 ou mais veias
intercostais posteriores esquerdas, geralmente do 4° ao 8° EICE. Pode drenar
para a veia hemiázigo ou cruzar anteriormente a coluna vertebral (nível de T7
ou T8) para desembocar diretamente na veia ázigo.

OUTRAS VEIAS
• Veia intercostal superior esquerda: União da 2ª e 3ª veias intercostais posteriores que drena para a veia
braquiocefálica E.
• Veia intercostal suprema esquerda: Continuação da veia intercostal posterior esquerda do 1° EICE que drena
para a veia braquiocefálica E.

ANATOMIA TOPOGRÁFICA DO TÓRAX 2016

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CAVIDADES PULMONARES, PULMÕES E PLEURA

As cavidades pulmonares correspondem aos compartimentos laterais do tórax, situado lateralmente, dos dois
lados, ao mediastino.

PLEURAS
Cada pulmão é revestido por um saco composto de
membranas compostas continuamente:
 Pleura visceral: reveste os pulmões, incluindo as
faces dentro das fissuras horizontal e oblíqua (não
pode ser separada do pulmão).
 Pleura parietal: reveste as cavidades pulmonares.
 Cavidade Pleural: espaço entre as lâminas da pleura.
 Líquido Pleural

OBS: A pleura visceral é continua com a pleura parietal no


hilo do pulmão, onde as estruturas contendo a raiz do pulmão
entram e saem dele.
OBS: A pelura parietal é dividida em parte costal (reveste a
face interna da parede torácica - esterno, costelas,
cartilagens costais, músculos e membranas intercostais - e
fáscia endotorácica); parte mediastinal (reveste a face
lateral do mediastino), parte diafragmática (recobre a face
superior do diafragma) e cúpula da pleura (recobre o ápice
do pulmão, ultrapassa a abertura superior do tórax até a raiz
do pescoço; Fica 2 a 3 cm acima do 1/3 medial da clavícula).
OBS: Fáscia frenicopleural: lâmina da fáscia endotorácica que separa a pleura parietal, das fibras musculares do
diafragma.

LINHAS DE REFLEXÃO PLEURAL


São linhas de mudança de direção da pleura parietal, sendo elas:
 Linha Esternal: entre a parte costal e mediastinal anteriormente.
 Linha Costal: entre a parte costal e diafragmática.
 Linha vertebral: entre a parte costal e mediastinal posteriormente.

RECESSOS PLEURAIS
Espaços pleurais potenciais, não ocupados pelos
pulmões, sendo eles:
 Recesso costodiafragmático (figura ao lado): na área
de reflexão costal da pleura sobre as cúpulas diafragmáticas.
 Recesso costomediastinal: na área de reflexão
esternal da pleura parietal.

OBS: Margem inferior do pulmão


 Linha hemiclavicular – Costela VI
 Linha axilar média – Costela VIII
 Coluna vertebral – T10

OBS: Margem inferior da cavidade pleural.


 Linha hemiclavicular – Costela VIII
 Linha axilar média – X Costela
 Coluna vertebral – T12

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PULMÕES
Órgãos vitais para a respiração, pois sua principal função é realizar trocas gasosas pela íntima relação entre o ar
inspirado e o sangue venoso nos capilares pulmonares. Em vivos são leves, esponjosos e macios.
Os pulmões estão separados um do outro pelas estruturas do mediastino. A raiz do pulmão é formada por
estruturas que entram e emergem do pulmão no seu hilo (área na face medial de cada pulmão, na qual as estruturas da
raiz do pulmão entram e saem do pulmão, em torno do qual a pleura forma uma cobertura chamada de manguito
pleural). Com isso, diz-se que eles estão fixados ao coração e traqueia pelas estruturas que compõem a raiz do pulmão.

ESTRUTURA DOS PULMÕES


 Pulmão direito  Ápice pulmonar
o Fissura horizontal  Faces
o Fissura oblíqua o Costal
o Lobos o Mediastinal
 Superior o Diafragmática
 Médio  Margens
 Inferior o Anterior
 Pulmão esquerdo o Inferior
o Fissura oblíqua o Poste
o Lobos: Superior e inferior

FACE COSTAL DOS PULMÕES


Adjacente ao esterno, costelas e cartilagens. É grande, lisa e convexa. Em sua porção posterior, há uma parte
vertebral dessa face costal.

FACE MEDIASTINAL DOS PULMÕES


Adjacente ao coração e pericárdio. É mais côncava (mais à esquerda) e inclui: Hilo pulmonar, manguito pleural e
o Ligamento pulmonar.
 Face Mediastinal do Pulmão Direito: Área esofágica, Área traqueal, Sulco da VBC direita, Sulco da 1ª costela,
Sulco do arco da veia ázigo, Sulco da VCS, Impressão cardíaca do ventrículo direito, Sulco esofágico e
Impressão da VCI.
 Face Mediastinal do Pulmão Esquerdo: Área esofágica, Área traqueal, Sulco da a. subclávia, Sulco da 1ª
costela, Sulco do arco da aorta, Sulco da aorta descendente, Impressão cardíaca do ventrículo esquerdo,
Impressão da VCI e Área esofágica (inferior).

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FACE DIAFRAGMÁTICA DOS PULMÕES


Consiste na base do pulmão, que repousa na cúpula diafragmática, sendo ela côncava (mais à direita, devido ao
fígado).

TRAQUEIA
Estende-se da margem inferior da laringe (C6) até a bifurcação em brônquios principais direito (o qual é mais
largo e menor e corre mais verticalmente à medida que passa para o hilo pulmonar) e esquerdo (passa abaixo do arco
aórtico e anterior ao esôfago), ao nível do ângulo do esterno.
Posteriormente a entrada dos brônquios principais no hilo pulmonar, estes ramificam-se de forma constante
dentro dos pulmões para formarem a árvore brônquica.

BRÔNQUIOS
Os brônquios principais entram nos hilos dos pulmões para se ramificar e formar a árvore bronquial.

OBS: Árvore Brônquica:


Brônquios principais  Brônquios lobares (3 no pulmão D e 2 no E)  Brônquios segmentares
 Bronquíolos terminais (20-25)  Bronquíolos respiratórios  Ductos alveolares (2-11)
 5 ou 6 sacos alveolares  Alvéolo: unidade estrutural básica da respiração

SEGMENTAÇÃO BRONQUICA – PULMÃO D e E

 Lobo superior (D):  Lobo Superior (E):


o Segmento Apical (1) o Segmento Apicoposterior (1+2)
o Segmento Posterior (2) o Segmento Anterior (3)
o Segmento Anterior (3) o Segmento lingular superior(4)
 Lobo Médio (D): o Segmento lingular inferior (5)
o Segmento Lateral -4  Lobo Inferior (E):
o Segmento Medial -5 o Segmento Superior (6)
 Lobo Inferior(D): o Segmento Basal Medial (7)
o Segmento Superior -6 o Segmento Basal Anterior (8)
o Segmento Basal Medial -7 o Segmento Basal Lateral (9)
o Segmento Basal Anterior -8 o Segmento Basal Posterior(10)
o Segmento Basal Lateral-9
o Segmento Basal Posterior-10

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

RAIZ PULMONAR

SEGMENTO BRONCOPULMONAR
É a maior subdivisão de um lobo pulmonar com forma piramidal: ápice para a raiz, base para a pleura. Existem
septos de tecido conectivo que são removíveis cirurgicamente. A irrigação, drenagem e aeração são independentes.

VASCULATURA PULMONAR – HEMATOSE


Cada pulmão possui uma artéria pulmonar grande
(conduz sangue venoso do coração para o pulmão) e duas veias
pulmonares (que drenam esse sangue, já rico em O2).
As artérias pulmonares D e E, que são ramos do tronco
pulmonar, dão origem as artérias lobares (seguem anteriormente
ao brônquios) e, que por sua vez, darão origem as artérias
intrasegmentares.
Os capilares pulmonares dão origem às veias
intrasegmentares, que originarão as veias Intersegmentares,
que por sua vez originarão as veias pulmonares D e E. Elas têm
trajeto, independente dos brônquios, em direção ao hilo. As veias
da pleura visceral drenam para as veias pulmonares e as veias da
pleura parietal unem-se às veias sistêmicas na parte adjacente da
parede do tórax.

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

Veias pulmonares
o 2 veias direitas
 Superior: originada pela fusão das veias dos lobos superior e médio
 Inferior

o 2 veias esquerdas
 Superior
 Inferior

VASCULATURA PULMONAR – SUPRIMENTO SANGUÍNEO


As artérias brônquicas são responsáveis pelo suprimento
arterial para o pulmão, incluindo a raiz do pulmão e pleura visceral,
uma vez que as artérias pulmonares são ricas em CO 2 e as veias
pulmonares, ricas em O2, levam sangue para realizar a hematose.
 Artéria Bronquial Esquerda (em n° de duas) são ramos
da aorta torácica.
 Artéria Bronquial Direita (geralmente única) pode ser
ramo da a bronquial esquerda, ou de uma A. intercostal
posterior (3ª principalmente), ou de tronco comum da A.
bronquial E superior.

OBS: As artérias brônquicas pequenas fornecem ramos para a


parte superior do esôfago e depois passam ao longo das faces
posteriores dos brônquios principais, suprindo-os e a seus ramos
distalmente desde os bronquíolos respiratórios. A pleura parietal é
suprida pelas artérias que suprem a parede torácica.

VASCULATURA PULMONAR – DRENAGEM VENOSA


As veias bronquiais drenam o sangue venoso das primeiras divisões dos brônquios.
 Veia Bronquial Esquerda drena para a veia hemiázigo ou para intercostal superior esquerda.
 Veia Bronquial Direita drena para a veia ázigo.

DRENAGEM LINFÁTICA PULMONAR


O plexo linfático superficial situa-se profundo a pleura visceral e drena o tecido do pulmão e da pleura
visceral. Vasos linfáticos provenientes do plexo drenam para os linfonodos broncopulmonares situados no hilo
pulmonar.
O plexo linfático profundo localiza-se na submucosa dos brônquios e no tecido conectivo peribronquial. Está
envolvido com a drenagem das estruturas contidas no hilo pulmonar. Os vasos linfáticos desse plexo drenam
inicialmente para os linfonodos pulmonares (localizados nos brônquios lobares), Os vasos linfáticos desses linfonodos
continuam a seguir os brônquios e os vasos pulmonares até o hilo onde drenam para os linfonodos
broncopulmonares. A partir deles, a linfa proveniente de ambos os plexos linfáticos drenam para os linfonodos
traqueobronquiais.
A linfa proveniente dos linfonodos traqueobronquiais passa para os troncos linfáticos broncomediastinais
direito e esquerdo:
 Direito: segue para formar o ducto linfático direito
 Esquerdo: segue para o ducto torácico

A linfa da pleura parietal drena para os linfonodos da parede torácica e os poucos vasos linfáticos da pleura
parietal drenam para os linfonodos axilares.

INERVAÇÃO PULMONAR
Os nervos pulmonares originam dos plexos pulmonares situados anterior e posteriormente à raiz dos pulmões
e essas redes nervosas contêm fibras parasimpáticas do nervo vago (são motoras para o músculo liso da árvore
bronquial) e das fibras simpáticas provenientes do tronco simpático (são inibidores para o músculo bronquial, motores
para os vasos pulmonares e inibidores das glândulas alveolares da árvore brônquica – célula secretora de surfactante).
Os nervos da pleura parietal derivam dos nervos intercostais e frênico. A parte costal e porção periférica da
parte diafragmática são supridas pelos nervos intercostais. Eles medeiam a sensação de toque e dor. A porção central
da parte diafragmática e parte mediastinal é suprida pelos nervos frênicos.

41
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

MEDIASTINO
ANATOMIA TOPOGRÁFICA DO TÓRAX 2016
Mediastino é o espaço existente entre os dois
pulmões (compartimentos laterais: pulmões e pleuras), ou
seja, é o compartimento central da cavidade torácica.
Estende-se da abertura superior do tórax ao diafragma.
Contém todas as vísceras torácicas, exceto os pulmões:
coração, grandes vasos, traqueia, brônquios, etc.
O mediastino é uma região altamente móvel que
consiste em estruturas viscerais ocas, preenchidas por
líquido ou ar, unidas por tecido conjuntivo frouxo, infiltrado
por gordura (MOORE; DALLEY, 2001).
Para estudo anatômico, o mediastino está dividido
em duas partes: mediastino superior e mediastino
inferior (anterior, médio e posterior).

MEDIASTINO SUPERIOR
O mediastino superior compreende ao espaço
acima de uma linha imaginária traçada a partir do ângulo
do esterno continuando até o disco intervertebral entre T4
e T5, chamado de plano transverso do tórax.
O conteúdo do mediastino superior, antero-posteriormente, se dá pelas seguintes estruturas: timo, grandes
vasos do coração (veias braquiocefálicas, veia cava superior, arco da aorta e seus ramos), nervo vago e frênico, plexo
cardíaco, nervo laríngeo recorrente esquerdo, traqueia, esôfago, ducto torácico (drenagem linfática), músculos pré-
vertebrais.

TIMO
Órgão linfoide primário situado na parte mais anterior do mediastino superior, posteriormente ao manúbrio do
esterno, podendo alcançar o pescoço e o mediastino anterior. Involui após a puberdade, sendo substituído por gordura.
Sua irrigação é feita pelas artérias tímicas, que são ramos intercostal e mediastinal das artérias torácicas
internas. A drenagem venosa é feita pelas veias tímicas, que drenam direto para as VBC, podendo drenar para a veia
torácica interna e tireóidea inferior. A drenagem linfática é realizada por linfonodos dessa região: paraesternais (ao lado
do manúbrio), braquiocefálicos (juntos das VBC), traqueobronquiais (profundos à traqueia).

GRANDES VASOS

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VEIAS BRAQUIOCEFÁLICAS
São formadas a partir da união das veias subclávias e jugulares internas (drenam a cabeça) de cada lado, ao
nível das articulações esternoclaviculares, posteriores a estas articulações.
A veia braquiocefálica esquerda é maior que a direita e cruza anteriormente os três ramos principais do arco
aórtico para unir-se à veia braquiocefálica direita e formar a veia cava superior ao nível da 1ª cartilagem costal direita.
As veias braquiocefálicas têm como tributárias: veia vertebral, veia intercostal suprema, veia tireóidea inferior,
veia intercostal suprema E (primeiro espaço intercostal), veias tímicas, veias pericárdicas, ducto linfático D no ângulo
venoso D (encontro da v. jugular interna com a v. subclávia), ducto torácico no ângulo venoso E.

VEIA CAVA SUPERIOR


Se forma a partir da União das veias braquiocefálicas D e E ao nível da 1ª cartilagem costal D. Possui um curto
trajeto descendente para desembocar no átrio direito, já no mediastino médio.
Situa-se no lado direito do mediastino superior, anterolateral (à direita) à traqueia e póstero-lateral à aorta
ascendente. O nervo frênico direito está a sua direita. Termina no mediastino médio, desembocando no átrio direito ao
nível da 3ª cartilagem costal.

ARCO AÓRTICO
É a segunda porção da aorta torácica, sendo a continuação da aorta ascendente (mediastino médio) ao nível do
ângulo esternal.
Arqueia-se posteriormente para esquerda, passando anteriormente à artéria pulmonar direita e à traqueia.
Atinge o ápice lateralmente e à esquerda da traqueia e esôfago (cerca de 2,5 cm abaixo da fúrcula esternal) onde
continua-se como porção torácica da aorta descendente ao nível da margem inferior de T4 ou 2ª articulação
esternocostal.
Tem como ramos principais: Tronco braquiocefálico, artéria carótida comum esquerda e artéria subclávia E.

OBS: O nervo vago é originado do 10º par de nervos cranianos (sistema nervoso autônomo) responsável pela
inervação parassimpática. Relaciona-se com o arco aórtico ao passar lateralmente (esquerda) por ele, onde envia um
ramo, o nervo laríngeo recorrente esquerdo, nervo que inerva a laringe, que em seu percurso inicial, circunda
inferiormente o arco aórtico, tomando um trajeto ascendente entre a traqueia e o esôfago para torna-se responsável pela
inervação de músculos relacionados à fonação. Devido a essa relação, pacientes com tumor na aorta ou aneurismas
aórticos, apresentam rouquidão, justamente por pressionar este nervo recorrente. O mesmo cuidado deve-se ter ao
realizar-se a retirada da tireoide, preocupando-se com a dissecação eficiente desses ramos nervosos.
OBS²: Os nervos vagos também enviam ramos importantes como o plexo cardíaco, plexo esofágico (troncos vagais
anteriores e posteriores) e plexo pulmonar.
OBS³: Ligamento arterial. É um vestígio do ducto arterial fetal que une a raiz da artéria pulmonar esquerda à porção
inferior do arco aórtico. Caso não seja fechado, deve-se intervir cirurgicamente, por meio de prostaglandinas ou
cateterismo.

NERVOS

NERVO VAGO DIREITO


Entra no tórax anteriormente à artéria subclávia direita, depois de descer pelo pescoço na bainha carotídea,
junto as carótida e jugular direita. Corre póstero-inferiormente no lado direito da traqueia, passa posteriormente à veia
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BC direita, veia cava superior e raiz (hilo) do pulmão D, dirigindo-se ao esôfago para formar o plexo esofágico. Envia um
nervo laríngeo recorrente direito que circunda o tronco braquiocefálico inferiormente (assim como o nervo laríngeo
recorrente esquerdo circunda o arco aórtico).
Ainda no mediastino superior, emite diversos ramos ao nível da raiz pulmonar para formar os plexos: plexo
pulmonar, plexo cardíaco e plexo esofágico.

NERVO VAGO ESQUERDO


Desce no pescoço posteriormente à A. carótida comum E (bainha carotídea), e entra no mediastino entre as
artérias carótida comum E e subclávia E. Ao nível do arco da aorta, desvia-se posteriormente do nervo frênico E, do qual
é separado pela veia intercostal superior E, onde passará posterior a ela.
O N. laríngeo recorrente E circunda inferiormente o arco aórtico, lateralmente ao ligamento arterial. Passa
posteriormente à raiz do pulmão E, onde emite ramos para o Plexo Pulmonar.

NERVO FRÊNICO DIREITO


No pescoço, os dois nervos frênico, passam anteriores ao M. Escaleno anterior e posterior aos nervos vagos.
Entra no mediastino superior entre a artéria subclávia e a origem da veia braquiocefálica. Passa do lado direito da: veia
braquiocefálica direita e da veia cava superior. Passa anteriormente ao hilo do pulmão.
Desce ao lado direito do Pericárdio, do átrio D e da Veia cava inferior, perfurando o diafragma próximo ao
forame da veia cava (é o nervo da respiração).

NERVO FRÊNICO ESQUERDO


No mediastino, desce entre as artérias carótida comum e subclávia esquerdas, cruzando a face E do arco da
aorta, sobre a veia intercostal superior E (anterior a ela). Desce anteriormente à raiz do pulmão E, onde corre ao longo
do pericárdio sobre o átrio e ventrículo esquerdos. Perfura o diafragma à esquerda do pericárdio.

OBS: A paralisia frênica pode se dar de um lado apenas (hemidiafrágma), em que só um lado do diafragma se contrai,
fazendo com que a parte paralisada se projete superiormente, dificultando a respiração.

TRAQUEIA NO MEDIASTINO SUPERIOR


Desce no mediastino superior,
anteriormente ao esôfago. É levemente inclinada
para a direita do plano mediano devido à presença
da aorta.
Termina dividindo-se em brônquios
principais D e E, ao nível do ângulo esternal, não
fazendo parte do mediastino posterior.

ESÔFAGO NO MEDIASTINO SUPERIOR


É um tubo fibromuscular que estende-se da
faringe (a nível da cartilagem cricoide da laringe)
até o estômago, sendo ele achatado
anteroposteriormente.
No mediastino superior, localiza-se entre a
traqueia e a coluna vertebral (T1-T4) passando do
lado direito do arco aórtico. Tem o ducto torácico (o
vaso linfático que desemboca no ângulo venoso
esquerdo) à sua esquerda.
Na porção mais inferior, o esôfago se desloca
mais para a esquerda, passando pelo hiato
esofágico do músculo diafragma. Nesse momento,
a aorta se desvia para a direita, tornando-se mais
mediana.

MEDIASTINO INFERIOR - ANTERIOR


É o espaço que compreende a subdivisão anterior do mediastino inferior. Tem como limites: anteriormente, o osso
esterno e o m. transverso do tórax; posteriormente, o pericárdio; inferiormente, o m. diafragma; e superiormente, linha do
plano transverso do tórax (ângulo do esterno).
Seu conteúdo, geralmente, não é muito importante. Contem estruturas como: Gordura, Vasos linfáticos, Linfonodos,
Ramos dos vasos torácicos internos, Ligamentos esternopericárdicos e parte do Timo em recém-nascidos e crianças.

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MEDIASTINO INFERIOR -MÉDIO


Contém o pericárdio e o coração. Será descrito na apostila CORAÇÃO E PERICARDIO.

MEDIASTINO INFERIOR – POSTERIOR


De extrema importância anatômica devido às estruturas que nele estão contidas. Situado anteriormente às
vértebras T5-12; posteriormente ao pericárdio e m. diafragma; e lateralmente limitado pelas pleuras parietais e pulmões.
Tem como conteúdo: Aorta descendente torácica, Ducto torácico, Linfonodos mediastinais posteriores
(traqueobronquiais), Veias ázigo e hemiázigo, Esôfago, Plexo esofágico, Troncos simpáticos torácicos, Nervos
esplâncnicos torácicos.

VEIAS ÁZIGO, HEMIÁZIGO E HEMIÁZIGO ACESSÓRIA


A veia ázigo é observada do lado direito, sendo formada
pela junção da veia lombar ascendente e veia subcostal, com
trajeto ascendente rente a coluna. Ascende no mediastino
posterior no lado direito de T5-12. Ao nível de T4 curva-se sobre a
face superior da raiz do pulmão D (arco da veia ázigo) para
desembocar na VCS. Tem como tributárias: Veias intercostais
posteriores direitas, Veia mediastinal, Veias esofágicas, Veia
bronquial.

OBS: Em caso de defeitos do sistema porta do fígado, uma


alternativa de caminho para o sangue lá drenado é o sistema
ázigo, podendo ocorrer dilatações nas veias esofágicas, gerando
varizes no esôfago. Pacientes com cirrose geralmente possuem
essa patologia associada.
A veia hemiázigo tem uma formação semelhante a ázigo,
sendo com trajeto esquerdo á coluna vertebral, recebendo as
veias intercostais E (geralmente do 9º ao 11º espaço intercostal,
uma vez que do 4º ao 8º espaço é drenado para hemiázigo
acessória, 2º a 4º, veia intercostal superior esquerda e, 1º espaço,
veia intercostal suprema que vai para a veia braquiocefálica
esquerda), veias esofágicas inferiores e veias mediastinais.
A hemiázigo acessória começa na extremidade medial do 4° EICE, recebendo a drenagem das veias intercostais
posteriores esquerdas (4ª a 8ª). Ela pode se anastomosar com a veia hemiázigo ou cruzar e desembocar diretamente na
veia ázigo (ao nível de T9), bem como pode também se continuar e unir-se com a veia intercostal superior esquerda e
desembocar na veia braquiocefálica.

PARTE TORÁCICA DA AORTA DESCENDENTE


Continuação do arco da aorta, começando na margem inferior do corpo
de T4. Desce no mediastino posterior, no lado esquerdo de T5 a T12,
passando posteriormente à raiz do pulmão E, pericárdio e esôfago.
Aproxima-se do plano mediano no terço inferior, onde situa-se
posteriormente ao esôfago. Termina na margem inferior de T12 penetrando no
hiato aórtico, onde passa a chamar-se aorta abdominal.
A porção descendente da artéria aorta, no tórax, tem como ramos:
 Artérias bronquiais: uma direita e duas esquerdas, que levam sangue
rico em O2 para nutrir os brônquios e pulmões. As artérias pulmonares levam
sangue para trocas gasosas no pulmão, e não para nutrição do órgão.

OBS: Em casos de infarto pulmonar, ocorre obstrução de artérias brônquicas.


Quando se fala em “embolia pulmonar”, fala-se em artérias pulmonares.

 Artérias pericárdicas: pequenos ramos para o pericárdio


 A. intercostais posteriores (9 pares do 3º ao 11º EIC)
 A. subcostais (inferiores à 12ª costela).
 Aa. frênicas superiores: duas na parte posterior das cúpulas
diafragmáticas, que irrigam superiormente o músculo diafragma.
 Aa. esofágicas: para o 1/3 médio do esôfago.
 Aa. mediastinais: para linfonodos e tecidos do mediastino posterior.

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ESÔFAGO NO MEDIASTINO POSTERIOR


Situa-se no mediastino posterior, anteriormente à coluna vertebral; posterior e à direita da aorta; posterior ao
pericárdio e átrio esquerdo. O ducto torácico passa exatamente posterior ao esôfago, passando entre ele e a coluna
vertebral.
O esôfago desvia-se para esquerda e cruza o hiato esofágico, ao nível de T10, para chegar ao abdome. O
esôfago apresenta três constrições causadas por compressão em diferentes níveis, sendo eles: no arco da aorta, no
Brônquio principal E e no diafragma.

DUCTO TORÁCICO
É um grande ducto linfático que drena toda linfa dos membros
inferiores, abdome e uma parte esquerda do tórax, membro superior e
cabeça. Inicia-se na cisterna do quilo, tendo um trajeto ascendente,
entrando no mediastino posterior pelo hiato aórtico, passando
anteriormente às vértebras T12 a T6, e posteriormente ao esôfago,
tendo a aorta à esquerda e a veia ázigo à direita. Entre T4 e T6, volta-se
para esquerda no mediastino superior. No mediastino superior, recebe o
ducto subclávio e o tronco mediastinal ao lado esquerdo, para
desembocar no ângulo venoso esquerdo.
É responsável por drenar a linfa das seguintes regiões: Abdome,
Pelve, Membros inferiores, Lado esquerdo da cabeça, pescoço, tórax e
MSE. Do lado direto, há a presença do ducto linfático direito que
recebe o tronco jugular, tronco subclávio e tronco mediastinal direito,
para desembocar no ângulo venoso direito.

OBS: Na punção da veia subclávia, é preferencial usar a direita, uma


vez que o ducto linfático direito é muito menos importante que o ducto
torácico. Uma lesão ao ducto torácico gera um quilotórax, que é a
presença de linfa na cavidade torácica.

LINFONODOS MEDIASTINAIS POSTERIORES


Situam-se posteriormente ao pericárdio e relacionam-se com o esôfago e a aorta. Drenam a linfa do esôfago,
face posterior do pericárdio e diafragma, e EIC posteriores.

NERVOS DO MEDIASTINO POSTERIOR

TRONCOS SIMPÁTICOS
Há a presença de troncos simpáticos torácicos que situam-se lateralmente de cada lado da coluna vertebral.
Apresentam vários gânglios que se comunicam com os nervos intercostais através dos ramos comunicantes brancos
(lateral) e cinzentos (medial).

NERVOS ESPLÂNCNICOS TORÁCICOS INFERIORES


Dos troncos simpáticos, formam-se três nervos ao nível do tórax: os nervos esplâncnicos torácicos inferiores,
que vão ser responsáveis pela inervação simpática das vísceras abdominais. São eles:
 Nervo Esplâncnico Maior (TS G. 5 a 9)
 Nervo Esplâncnico Menor (TS G. 10 a 11)
 Nervo Esplâncnico Mínimo (TS G. 12)

*TS G  Gânglio simpático do tronco.

TRONCOS VAGAIS
Troncos vagais anterior (anterior ao esôfago abdominal) e posterior (posterior ao esôfago abdominal) formados a
partir do plexo esofágico (formado pelos nervos vagos).

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CORAÇÃO E PERICÁRDIO

O coração é o órgão central do aparelho circulatório que trabalha como uma bomba muscular cuja função é
impelir o sangue para todas as partes do corpo.
É composto por 4 câmaras:
 Câmaras direitas (átrio e ventrículo direitos): recebem o sangue venoso e encaminham para os pulmões
 Câmaras esquerdas (átrio e ventrículo esquerdos): recebem o sangue oxigenado dos pulmões e bombeiam-no
para todo o corpo.

OBS: Curiosidades:
 Bate cerca de 100 mil vezes por dia (frequência média normal: 60 a 100 batimentos por minuto);
 Bombeia 74 mil litros de sangue/dia;
 Aos 70 anos já bateu cerca de 2,5 bilhões de vezes;
 Sistema circulatório mede cerca de 111.000 km.

PERICÁRDIO
Saco fibrosseroso de parede dupla que envolve o coração e as raízes dos grandes vasos, estando situado no
mediastino médio, composto por dois sacos:
 Pericárdio fibroso: saco fibroso externo.
 Pericárdio seroso: saco seroso interno, dividido em duas lâminas (uma parietal e outra visceral).

PERICÁRDIO FIBROSO
 Fixado ao centro tendíneo do diafragma pelo Ligamento pericardiofrênico
 Fixado ao esterno pelos Ligamentos esternopericárdicos
 Posteriormente liga-se às estruturas do mediastino posterior por tecido conjuntivo frouxo
 Revestido internamente pela lâmina parietal do pericárdio seroso

OBS: O pericárdio fibroso não se separa do pericárdio seroso parietal durante a dissecação.
OBS: A cavidade do pericárdio entre as camadas opostas das lâminas parietal e visceral do pericárdio seroso são
contínuas, assim como as pleuras parietais e visceral do pulmão.

PERICÁRDIO SEROSO
Composto por duas laminas:
 Parietal: Serosa brilhante aderida ao pericárdio fibroso.
 Visceral: constitui a Lâmina externa da parede do coração (o epicárdio), reflete-se do coração e grandes vasos
como a lâmina parietal.

OBS: Seio transverso do pericárdio: Passagem transversal no saco pericárdico,


com abertura posterior à margem esquerda do tronco pulmonar, podendo-se
introduzir o dedo posteriormente ao tronco pulmonar e à artéria aorta. Em caso de
cirurgias cardíacas, é possível clampear essas estruturas por este acesso, desviando
a circulação por um sistema extracorpóreo. O seio transverso é limitado:
 À direita, pela VCS;
 Anteriormente pela aorta ascendente e tronco pulmonar;
 Posteriormente pela VCS e porção superior dos átrios;
 Inferiormente pela reflexão do pericárdio seroso, acima da desembocadura
das veias pulmonares.

OBS: Seio oblíquo do pericárdio: recesso amplo


situado na base do coração, com abertura inferior à
desembocadura da veia pulmonar inferior esquerda. Ele
se forma na medida em que as veias do coração se
desenvolvem e expandem, formando uma reflexão
pericárdica (o próprio seio oblíquo) que as circunda, um
recesso semelhante a uma bolsa na cavidade
pericárdica posterior à base do coração, formada pelo
átrio esquerdo. É limitado:

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 Lateralmente pela desembocadura das veias pulmonares e veia cava inferior;


 Superiormente pela reflexão do pericárdio seroso;
 Posteriormente pelo pericárdio que cobre a face anterior do esôfago.

IRRIGAÇÃO DO PERICÁRDIO
O suprimento sanguíneo do pericárdio é feito a partir da artéria pericardiofrênica (ramo delgado da A. torácica
interna, proveniente da A. subclávia, que se termina em A. musculofrênica e epigástrica superior). Contribuições
menores são feitas pelas A. musculofrênicas (ramo terminal da artéria torácica interna), Aa. Bronquiais, esofágicas e
frênicas superiores (ramos da aorta porção torácica). A lâmina visceral do pericárdio seroso é suprida pelas artérias
coronárias.

DRENAGEM VENOSA DO PERICÁRDIO


As veias pericardiofrênicas drenam o pericárdio, sendo elas tributárias da veia torácica interna ou da
braquiocefálica. Os outros ramos se dirigem para as tributárias do Sistema Venoso Ázigos.

SUPRIMENTO NERVOSO DO PERICÁRDIO


 Nervos frênicos (C3 e C5): fibras sensitivas.
 Nervos vagos.
 Troncos simpáticos: fibras vasomotoras.

CORAÇÃO
É o órgão mais importante do sistema circulatório. É uma bomba propulsora de sangue divida em câmaras: dois
átrios e dois ventrículos. Ele bombeia o sangue tanto para a pequena circulação (circulação pulmonar) quanto para a
grande circulação (circulação sistêmica).
 Átrio direito: recebe o sangue “venoso” das veias cavas superior e inferior proveniente da grande circulação, e
bombeia para o ventrículo direito, através da valva tricúspide.
 Ventrículo direito: recebe o sangue do átrio direito e o bombeia para o tronco pulmonar, através da valva
pulmonar para dar início à pequena circulação.
 Átrio esquerdo: recebe o sangue “arterial” das veias pulmonares, e bombeia para o ventrículo esquerdo, através
da valva mitral.
 Ventrículo esquerdo: recebe o sangue do átrio esquerdo e o bombeia para a aorta, através da valva aórtica.

CICLO CARDÍACO
 Diástole: relaxamento ventricular
o Valvas atrioventriculares abertas
o Valvas aórtica e pulmonar fechadas

 Sístole: contração ventricular


o Valvas atrioventriculares fechadas
o Abertura das Valvas aórtica e pulmonar

PAREDE CARDÍACA
 Endocárdio: endotélio vascular
 Miocárdio: camada muscular
 Epicárdio: lâmina visceral do pericárdio seroso

ESQUELETO FIBROSO DO CORAÇÂO


A sustentação histológica do coração se dá por um arcabouço fibroso de colágeno denso, sendo composto por:
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 4 anéis fibrosos para as 4 valvas


 2 trígonos fibrosos D e E formados pela conexão dos anéis e partes membranáceas dos septos.

O esqueleto fibroso do coração tem como função:


 Mantém os orifícios valvares abertos e impede a dilatação excessiva;
 Inserção para as valvas e músculo cardíaco;
 Isolador elétrico para separar os feixes nervosos dos átrios e ventrículos.

APRESENTAÇÃO EXTERNA DO CORAÇÃO


2/3 de seu volume situa-se à esquerda da linha mediana. O órgão apresenta forma de uma pirâmide de 3 lados,
caída para o lado, com o ápice voltado anteriormente e para esquerda e a base voltada posteriormente.
Para estudo anatômico, apresenta 3 faces: face diafragmática (sulco interventricular posterior); face
esternocostal (sulco interventricular anterior) e face pulmonar.
 Esternocostal: formada pelo VD.
 Diafragmática: VE e VD, apoiada sobre o centro tendíneo do diafragma.
 Pulmonar: VE (ocupa a impressão cardíaca do pulmão esquerdo).

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BASE DO CORAÇÃO
Voltada para os corpos vertebrais T6 a T9. Estende-se superiormente até o tronco pulmonar e inferiormente até
o sulco atrioventricular ou coronário. É composto pelo AE e AD. Nela, é visível um sulco que divide os átrios dos
ventrículos: o sulco coronário ou átrio ventricular.

ÁPICE DO CORAÇÃO
Situa-se posteriormente ao 5° EICE, sendo composto pela porção ínfero-lateral do VE.

M ARGENS DO CORAÇÃO
 Direita: AD, VCS e VCI
 Esquerda: VE e AE
 Superior: Átrios e Aurículas
 Inferior: VD e VE

ATRIO DIREITO DO CORAÇÃO


 Seio venoso: região lisa entre a desembocadura
das cavas.
 Septo interatrial: parede entre os AD e AE
o Fossa oval: resquício embrionário do
forame oval.
o Limbo da fossa oval: saliência que forma a
borda da fossa
 Aurícula direita
 Músculos pectíneos: rugosidades da parede da
aurícula
 Crista terminal (entre a parte rugosa e lisa do
átrio)
 Sulco terminal (crista terminal, externamente)
 Óstio do seio coronário c/ válvula
 Óstio das VCS e VCI (com válvula)
 Óstio da valva atrioventricular

VENTRÍCULO DIREITO DO CORAÇÃO


 Cone arterial ou infundíbulo: saída do
ventrículo para o tronco pulmonar.
 Trabéculas cárneas: rugosidades da
parede do ventrículo
 Trabécula Septomarginal: por ela,
passa um ramo direito do feixe de Hiss
(sistema de condução nervosa do
coração)
 Crista supraventricular: saliência que
delimita superiormente a valva
atrioventricular D, delimitando
inferiormente o infundíbulo.
 Valva tricúspide: Válvula anterior;
Válvula posterior; Válvula septal
 Cordas tendíneas
 Músculos papilares: Anterior (VA e VP),
Posterior (VP e VS) e Septal (VS e VA).
 Septo interventricular (Parte
membranácea e Parte Muscular)
 Valva do tronco pulmonar com válvulas
semilunares (Anterior, Direita e
Esquerda)
 Seios pulmonares

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ÁTRIO ESQUERDO
Forma a maior parte da base do coração, possuindo uma parede lisa. Apenas a sua aurícula (esquerda)
apresenta-se com músculos pectíneos, formando a margem
esquerda.
 Óstio das 4 veias pulmonares
 Septo interatrial
 Óstio da valva atrioventricular esquerda ou mitral
 Válvula da fossa oval

VENTRÍCULO ESQUERDO
Forma o ápice do coração, a face pulmonar, a
margem esquerda e parte da face diafragmática. Seu
miocárdio é 2x mais espesso que no VD (por trabalhar
com pressões bem mais altas), com cavidade cônica
maior que do VD.
 Valva atrioventricular esquerda ou mitral (4ª
cartilagem costal) com válvulas (Anterior e
Posterior)
 Músculos papilares (Anterior e Posterior)
 Cordas tendíneas
 Trabéculas cárneas
 Vestíbulo da aorta
 Valva aórtica (3°EIC) c/ válvulas semilunares:
Direita, Esquerda e Posterior.
 Seios da aorta: Coronários D e E, e Não coronário
 Porção ascendente da aorta.
 Vestíbulo da aorta
 Valva aórtica (3°EIC) c/ válvulas semilunares:
Direita, Esquerda e Posterior. Cada válvula
apresenta: Nódulo e Lúnula.

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OBS: Focos de ausculta cardíaca: São regiões no tórax de fácil ausculta das bulhas cardíacas (que nada mais são
que a representação semiológica dos sons de abertura e fechamento das valvas cardíacas). Os cinco focos das valvas
podem ser distinguidos em suas respectivas regiões, descritas na figura abaixo.

SUPRIMENTO ARTERIAL DO CORAÇÃO


O suprimento arterial do coração é feito pelas artérias coronárias (do latim, coroa), direita e esquerda, as quais
são os primeiros ramos da aorta, nos seios coronários na porção proximal da aorta ascendente, situando-se sob o
epicárdio, envoltas em tecido gorduroso.
Em termos de dominância, a artéria que originará a artéria interventricular posterior (que vai seguir pelo sulco
interventricular posterior), determinará uma maior vascularização do coração: geralmente parte da coronária direita; 10%
parte da coronária esquerda; e 15%, codominância.

ARTÉRIA CORONÁRIA DIREITA

Origina-se no seio aórtico direito. Volta-se para a direita no sulco atrioventricular (ou coronário), encoberta pela
aurícula direita, até a margem direita do coração, onde se encurva para a face diafragmática, continuando no sulco
coronário. Durante seu trajeto, vai emitir alguns ramos:
 Ramo do cone arterial: primeiro ramo da ACD. Parte para suprir o infundíbulo.
 Ramo do nó sinoatrial: coberto pela aurícula direita, sobe em direção da veia cava superior.
 Ramos ventriculares anteriores do ventrículo direito
 Ramo Marginal direito: corre na margem direita do coração.
 Ramo interventricular posterior ou descendente posterior: Irriga os ventrículos e septo interventricular.
Anastomosa-se, boca a boca, com ramos da ACE.
 Ramo do nó atrioventricular: pequeno ramo profundo que nasce já na face diafragmática.

A artéria coronária direita é responsável por suprir: Átrio direito, Ventrículo direito (>), Face diafragmática do
ventrículo esquerdo, 1/3 posterior do septo interventricular, Nó sinoatrial ou sinusal (60%) e Nó atrioventricular (80%).
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ARTÉRIA CORONÁRIA ESQUERDA

Origina-se no seio aórtico E. Volta-se para a esquerda no sulco atrioventricular entre a aurícula esquerda e o
tronco pulmonar com o nome de Tronco da Coronária Esquerda. Na extremidade esquerda do sulco coronário divide-se
em dois ramos:
 Ramo interventricular anterior ou descendente anterior (DA): corre no sulco interventricular anterior em direção
ao ápice e origina:
o Ramos septais para a porção anterior do septo interventricular;
o Ramos diagonais para a parede anterior do ventrículo esquerdo.

 Ramo circunflexo: segue no sulco coronário em torno da margem esquerda até a face posterior. Emite:
o Ramo marginal esquerdo;
o Ramos para a porção diafragmática do VE.

A artéria coronária esquerda é responsável por suprir: Átrio esquerdo, Ventrículo esquerdo (>), Parte da Face
esternocostal do VD, 2/3 anteriores do septo interventricular, Nó sinoatrial ou sinusal (40%) e Feixes do sistema de
condução atrioventricular.

OBS: Cateterismo cardíaco (“CATE”) / Cinecoronariografia / Angiografia Coronária / Estudo Hemodinâmico: é


um exame invasivo para examinar vasos coronarianos. O acesso é feito através de um tubo longo, fino e flexível,
chamado cateter, inserido em vaso sanguíneo periférico do braço, da coxa ou do pescoço. Tem como objetivo
diagnosticar e corrigir problemas em veias e artérias, como obstruções. Suas principais características são:
 Exame de investigação cardíaca:
o Estudo das coronárias
o Ventriculografia (função ventricular)
o Medida das pressões diretamente.
 Realizado pelo cardiologista intervencionista ou hemodinamicista (especialidade da cardiologia);
 Feito por punção ou dissecação de um território arterial: artérias femoral, braquial, radial;
 Injeção de contraste a base de iodo;
 Imagens obtidas por Radioscopia (radiação contínua);
 Incidências geralmente em posição oblíqua.

DRENAGEM VENOSA DO CORAÇÃO


A drenagem venosa do coração é feita pelas veias que desembocam no seio coronário venoso.
O seio coronário é a principal veia do coração. É um canal venoso que segue na parte posterior do sulco
coronário. Recebe o sangue das veias do coração e desemboca no átrio direito (ostio do seio coronário).

TRIBUTÁRIAS DO SEIO CORONÁRIO – TERRITÓRIO ESQUERDO


 Veia interventricular anterior (antiga veia cardíaca magna)
 Veia marginal esquerda
 Veias posteriores do ventrículo esquerdo

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

TRIBUTÁRIAS DO SEIO CORONÁRIO – TERRITÓRIO DIREITO


 Veia coronária direita (infrequente - 32%)
 Veia marginal direita (cardíaca parva)
 Veia cardíaca parva (continuação da marginal direita no sulco coronário)
 Veias posteriores do ventrículo direito
 Veia interventricular posterior (cardíaca média)

OBS: As veias cardíacas mínimas desembocam em pequenos óstios no átrio direito.

DRENAGEM LINFÁTICA DO CORAÇÃO


A drenagem linfática do coração é feita pelos vasos linfáticos no miocárdio, que passam para o plexo linfático
subepicárdico, acompanhando as veias e artérias do coração. Um único vaso linfático, formado a partir da união de
diversos vasos vindos do coração, sobe entre o tronco pulmonar e o átrio esquerdo e termina nos linfonodos
traqueobronquiais inferiores, normalmente do lado direito.

COMPLEXO ESTIMULANTE E SISTEMA DE CONDUÇÃO DO CORAÇÃO


É o complexo que coordena o ciclo cardíaco, de maneira tal que, a sístole e diástole funcionem de maneira
correta e harmonicamente. É Composto por fibras musculares cardíacas altamente especializadas na condução rápida
dos impulsos elétricos.
O nó sinoatrial inicia um impulso que é rapidamente conduzido para
as fibras musculares cardíacas situadas no átrio, levando-as a se contrair. O
impulso desse nó é propagado pelo feixe interatrital para o átrio esquerdo.
O impulso é rapidamente transmitido para o nó atrioventricular por
meio dos feixes internodais (responsável por retardar um pouco a
propagação do estímulo, para dar tempo do átrio se encher, contrair e encher
o ventrículo), a partir do qual, por meio do feixe de atrioventricular (Hiss)
propaga o impulso, uniformemente, para os músculos do ventrículo esquerdo.
Esse feixe tem como ramos terminais:
 Ramo direito
 Ramo esquerdo: Divisão anterossuperior e Divisão póstero-inferior
 Ramos subendocárdicos (fibras de Purkinje)

NÓ SINOATRIAL OU SINUSAL (MARCAPASSO NATURAL)


Localizado no encontro da VCS e AD, próximo à extremidade superior do sulco terminal. Inervado pelo plexo
cardíaco (estímulo simpático aumenta a FC e parassimpático diminui a FC). Tem como propriedades:
 Auto-excitação
 Automaticidade
 Baixa negatividade do potencial de repouso
 Permeabilidade das fibras ao sódio
 Marcapasso com maior frequência
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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

NÓ ATRIOVENTRICULAR
Localizado na região inferior do septo interatrial, próximo ao óstio do seio coronário. Inervado pelo plexo
cardíaco (estímulo simpático acelera a condução e parassimpático lentifica).

FEIXE ATRIOVENTRICULAR
Transmite o impulso do átrio, a partir do nó atrioventricular, para o ventrículo, atravessando o esqueleto fibroso
do coração. Tem trajeto no septo interventricular. Depois, divide-se em ramos direito e esquerdo na junção da parte
membranácea e muscular.
 Ramo direito
 Ramo esquerdo
o Divisão ântero-superior
o Divisão póstero-inferior
 Ramos subendocárdicos (fibras de Purkinje)

INERVAÇÃO DO CORAÇÃO
A inervação do coração é feita a partir de fibras nervosas autônomas provenientes do plexo cardíaco, oriundo
do nervo vago, formado entre a traqueia, a aorta e tronco pulmonar.
 Inervação simpática: fibras dos gânglios
paravertebrais cervical e torácico superior dos
troncos simpáticos. O suprimento simpático é
proveniente das fibras pré-ganglionares e fibras
pós-ganglionares (as fibras pós-ganglionares
terminam no nó sinoatrial e atrioventricular). O
estímulo simpático do tecido nodal aumenta a
frequência cardíaca e a força de suas contrações.
Esse estímulo também dilata das artérias
coronárias inibindo sua constrição (fornece mais
oxigênio e nutrientes para o miocárdio durante
períodos de atividade aumentada).
 Inervação parassimpática: fibras do nervo vago. O
suprimento parassimpático é proveniente de fibras
pré-ganglionares do nervo vago e fibras
parassimpáticas pós-ganglionares também
terminadas nos nós sinoatrial e atrioventricular e
diretamente nas artérias coronárias. O estímulo
dos nervos parassimpáticos diminui a frequência
cardíaca, reduz a força do batimento cardíaco e
constringe as artérias coronárias, economizando
energia entre períodos de demandas aumentadas.

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

MÓDULO: CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA DO ABDOME 2017


Arlindo Ugulino Netto.

INTRODUÇÃO AO ABDOME: PAREDES, CAVIDADES, REGIÕES E PLANOS

Abdome é a região do tronco entre o tórax e a pelve, limitada


posteriormente pelas vértebras lombares e discos intervertebrais, e
anterolateralmente por paredes músculo-tendíneas. É um recipiente
dinâmico e flexível, que abriga a maioria dos órgãos do sistema
digestório e parte dos sistemas urinário e genital. O abdome é capaz
de encerrar e proteger seu conteúdo enquanto permite e a flexibilidade
entre o tórax mais rígido e a pelve, necessária para a respiração,
postura e locomoção.
Para estudo anatômico, a cavidade abdominopélvica será
dividida em duas porções: cavidade abdominal (cavidade peritoneal e
vísceras abdominais) e cavidade pélvica.
As paredes abdominais músculo-aponeuróticas dinâmicas
não apenas se contraem para aumentar a pressão intra-abdominal,
mas também se distendem consideravelmente, acomodando as
expansões causadas por ingestão, gravidez, deposição de gordura ou
patologias. As paredes anterolaterais do abdome e diversos órgãos
situados contra a parede posterior são cobertos em suas faces
internas com uma membrana serosa ou peritônio (serosa) que também
se reflete (dobra-se agudamente e continua) sobre as vísceras
abdominais, como o estômago, intestino, fígado e baço. Assim, se
forma uma bolsa ou espaço virtual revestido (cavidade peritoneal)
entre as paredes e as vísceras, que normalmente contém apenas
líquido extracelular (parietal) suficiente para lubrificar a membrana que
reveste a maior parte das superfícies das estruturas que formam ou
ocupam a cavidade abdominal.

CAVIDADE ABDOMINAL
É a cavidade situada entre o diafragma torácico e abertura superior da pelve (diafragma da pelve). Essa
cavidade não possui assoalho por ser contínua com a cavidade pélvica. Ela está protegida pela caixa torácica
superiormente e, consequentemente, alguns órgãos (baço, fígado, parte dos rins e estômago) são protegidos pela caixa
torácica. Ela é encerrada anterolateralmente por paredes abdominais músculo-aponeuróticas que possuem várias
camadas.

REGIÕES DA CAVIDADE ABDOMINAL


A cavidade abdominal é dividida em nove regiões por quatro planos: 2 planos horizontais (transversais): plano
subcostal (atravessa a margem inferior da 10ª cartilagem costal de cada lado) e plano transtubercular (que atravessa os
tubérculos ilíacos ao nível do corpo de L5); e 2 planos verticais (sagitais): geralmente são o planos médio-claviculares
(que seguem do ponto médio das clavículas até os pontos médio-inguinais, que são os pontos médios das linhas que
unem a espinha ilíaca anterossuperior e a margem superior da sínfise púbica).
As regiões delimitadas por esses planos são: Hipocondríaca direita, Hipocondríaca esquerda, Lombar direita,
Lombar esquerda, Inguinal direita, Inguinal esquerda, Epigástrica, Umbilical e Hipogástrica.

QUADRANTES ABDOMINAIS
A cavidade abdominal pode ser dividida também em quatro quadrantes, a partir de planos como o plano
mediano (vertical), seguindo o trajeto da linha alba; e o plano transumbilical (horizontal), ao nível do disco IV entre
L3 e L4. Os quadrantes são:
 Quadrante superior direito: lobo direto do fígado, vesicular biliar, piloro do estômago, duodeno (1ª – 3ª parte),
cabeça do pâncreas, glândula suprarrenal direita, rim direito, flexura hepática direita do colo, parte superior do
colo ascendente, metade direita do colo transverso.
 Quadrante superior esquerdo: lobo esquerdo do fígado, baço, estômago, jejuno e íleo proximal, corpo e cauda
do pâncreas, rim esquerdo, glândula suprarrenal, flexura cólica (esplênica) esquerda, metade esquerda do colo
transverso, parte superior do colo descendente.
 Quadrante inferior direito: ceco, apêndice vermiforme, maior parte do íleo, parte inferior do colo ascendente,
ovário direito, tuba uterina direita, ureter direito (parte abdominal) funículo espermático direito (parte abdominal),
útero (se aumentado) e bexiga (se muito cheia).
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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

 Quadrante inferior esquerdo: colo sigmoide, parte inferior do colo descendente, ovário esquerdo, tuba uterina,
ureter esquerdo (parte abdominal) funículo espermático esquerdo (parte abdominal), útero (se aumentado) e
bexiga (se muito cheia).

PONTOS ÓSSEOS DE REFERÊNCIA PARA O ESTUDO DO ABDOME


Quanto aos pontos ósseos, serão identificados acidentes nos Ossos do Quadril (Ílio, Ísquio e Púbis) e na
Coluna lombossacral (Vértebras lombares, Sacro e Cóccix).

QUADRIL – ÍLIO, ÍSQUIO E PUBIS

OBS: O forame obturado é limitado pelo ísquio e púbis, pelo canal obturatório e pela membrana obturatória.
OBS: O acetábulo é a cavidade para articulação com a cabeça do fêmur. É formado pelo encontro do ílio, ísquio e
púbis. Está divido em fossa do acetábulo, face semilunar e incisura do acetábulo.

VÉRTEBRAS LOMBARES
Em número de cinco, possuem corpo vertebral grande e maciço. Suas lâminas são robustas e seus processos
espinhosos são espessos e largos, voltados posteriormente. Possuem processos transversos, processos
articulares, processos mamilares nos processos articulares superiores e processos acessórios na face posterior da
base dos processos transversos.

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

SACRO
Grande osso cuneiforme triangular formado pela união de 5 vértebras sacrais. Forma o teto e parede póstero-
superior da cavidade pélvica.

COCCIX
Pequeno osso triangular formado pela fusão de 4 vértebras rudimentares.

PAREDE ABDOMINAL ÂNTERO-LATERAL


Estrutura músculo-tendínea limitada
superiormente pelas 7ª a 10ª cartilagens costais e
inferiormente pelo ligamento inguinal (estrutura
ligamentar que se estende desde a espinha ilíaca
anterossuperior até a região do tubérculo púbico) e
ossos da pelve.
As camadas, de superficial para região mais
interna, que formam essa parede são: pele, tecido
subcutâneo ou fáscia superficial (camada gordurosa e
camada membranácea), fáscia profunda (epimísio),
músculos, fáscia ou gordura endoabdominal
(transversal) e peritônio parietal.

MÚSCULOS DA PAREDE ABDOMINAL ÂNTERO-LATERAL


 Músculos planos: Oblíquo externo do abdome, Oblíquo interno abdome, Transverso do abdome.
 Músculos verticais: Reto do abdome e Piramidal.

1. Músculo Oblíquo Externo do Abdome: é o mais superficial. Suas fibras correm ínfero-medialmente,
possuindo duas porções: muscular e aponeurótica. Sua margem inferior forma o ligamento inguinal e o
ligamento inguinal reflexo.
 Origem: Face externa da 5ª a 12ª costela.
 Inserção: Linha alba, Tubérculo púbico e Metade anterior da crista púbica.
 Ação: Flete e gira o tronco, comprime e suporta as vísceras abdominais.
 Inervação: Nervos tóracoabdominais (ramos cutâneos anteriores dos nervos intercostais) de T7 a
T11 e nervo subcostal.

2. Músculo Oblíquo Interno do Abdome: localizado em uma posição intermediária. Suas fibras correm
supero-medialmente, possuindo duas porções: muscular e aponeurótica. Sua margem inferior participa na
formação do anel inguinal superficial e canal inguinal e na foice inguinal.
 Origem: Fáscia toracolombar, 2/3 anteriores da crista ilíaca e ½ lateral do ligamento inguinal.
 Inserção: 10ª a 12ª costela, Linha alba e Linha pectínea através do tendão conjunto.
 Ação: flete e gira o tronco, comprime e suporta as vísceras abdominais.
 Inervação: Nervos toracoabdominais (T7 a T11) e 1º nervo lombar.

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

3. Músculo Transverso do Abdome: músculo mais profundo da parede antero-lateral. Suas fibras correm
transverso-medialmente e as fibras inferiores paralelas as do músculo oblíquo interno e contribuem na
formação do canal inguinal. Suas porções são: muscular e aponeurótica.
 Origem: Face interna da 7ª a 12ª cartilagem costal, Fáscia toracolombar, Crista ilíaca, 1/3 lateral do
ligamento inguinal.
 Inserção: Linha alba, Crista púbica e Linha pectínea através do tendão conjunto.
 Ação: Comprime e suporta as vísceras abdominais.
 Inervação: Nervos toracoabdominais (T7 a T11) e 1º nervo lombar.

OBS: Foice inguinal: Reunião das fibras tendíneas mediais inferiores dos músculos oblíquo interno e transverso do
abdome, que se curvam para se fixar na crista do púbis e na linha pectínea.
OBS²: Tendão conjunto: Reunião das fibras dos músculos oblíquo interno e transverso do abdome, que formam a
porção mais medial da foice inguinal e se inserem na linha pectínea.

4. Músculo Reto do Abdome: músculo em faixa que ocupa verticalmente a parede anterior. Em nº de dois,
separados pela linha alba, são largos e finos superiormente, e estreitos e grossos inferiormente. Estão
presentes três intersecções tendíneas que fixam transversalmente o músculo reto à lâmina anterior de sua
bainha, estando ao nível: Processo xifoide, Cicatriz umbilical e uma entre as duas anteriores.
 Origem: sínfise púbica e crista púbica.
 Inserção: processo xifoide, 5ª a 7ª cartilagens costais.
 Ação: Flete o tronco, comprime as vísceras abdominais.
 Inervação: Nervos toracoabdominais (T7 a T11).

5. Músculo Piramidal: Pequeno músculo triangular situado na porção inferior da bainha do reto, anteriormente
ao músculo reto. Estende-se do pube até meia distância entre este e a cicatriz umbilical. Mede em torno de
7cm, podendo variar de 1,5 a 12cm. Está ausente em 10% da população.
 Origem: corpo do pubis.
 Inserção: parte inferior da linha alba.
 Ação: tensiona a linha alba.
 Inervação: ramos de T12.

BAINHA DO MÚSCULO RETO DO ABDOME


A bainha do músculo reto do abdome é o compartimento fibroso incompleto e forte dos músculos reto do
abdome e piramidal. Também são encontradas nessa bainha as artérias e veias epigástricas superiores e inferiores,
vasos linfáticos e as partes distais dos nervos toracoabdominais (partes abdominais dos ramos anteriores dos nervos
espinais de T7-T12).
A bainha é formada pela decussação e pelo entrelaçamento das aponeuroses dos músculos planos do abdome.
Podemos dividi-la em duas lâminas:
 Lâmina anterior: Aponeurose do m oblíquo externo e Lâmina anterior do m oblíquo interno
 Lâmina posterior: Lâmina posterior do m oblíquo interno e Aponeurose do m transverso do abdome.

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

OBS: Começando a aproximadamente um terço de distância do umbigo até a crista púbica, as aponeuroses dos três
musculos planos passam anteriormente ao músculo reto do abdome para formar a lâmina anterior da bainha do reto,
deixando apenas a fáscia transversal relativamente fina para cobrir o músculo reto do abdome posteriormente.
OBS: A linha arqueada é uma linha crescente que demarca a transição entre a parede posterior aponeurótica da bainha
que reveste os três quartos superiores do reto e a fáscia transversal que reveste o quarto inferior.
OBS: Em toda a extensão da bainha, as fibras das lâminas anterior e posterior entrelaçam-se na linha mediana para
formar a complexa linha alba. Consiste em uma rafe tendínea fibrosa vertical entre os dois músculos retos do abdome.
Ela segue verticalmente por toda a extensão da parede anterior do abdome e separa as bainhas do reto bilateralmente,
estreita-se inferiormente ao umbigo até a largura da sínfise púbica e alarga-se superiormente até a largura do processo
xifoide. A linha alba dá passagem a pequenos vasos e nervos para a pele
OBS: Em sua porção média, subjacente ao umbigo, a linha alba contém o anel umbilical, um defeito na linha alba
através do qual os vasos umbilicais fetais entravam e saíam do cordão umbilical e da placenta.

PLANO NEUROVASCULAR DA PAREDE ABDOMINAL ANTERIOR


É um plano entre os músculos oblíquo
interno e transverso do abdome, que contém:
 Nervos toracoabdominais: divisões
anteriores dos nervos intercostais (T7 a
T11)
 Nervo subcostal (T12): o grande ramo
anterior do nervo espinhal T12.
 Nervos ílio-hipogástrico e ilioinguinal (L1):
ramos terminais do ramo anterior do nervo
espinal L1.
 Artérias: intercostal inferior, subcostal e
lombar.
 Artéria circunflexa ilíaca profunda (ramo da
artéria ilíaca externa).

NERVOS DA PAREDE ABDOMINAL ÂNTERO-LATERAL


 Nervos toracoabdominais (T7 a T11): São as continuações dos nervos intercostais T7 a T11. Tem trajeto no
plexo neurovascular, com ramos: musculares, cutâneos laterais e cutâneos anteriores. Inervam músculos da
parede abdominal, pele suprajacente e periferia do diafragma.

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

 Nervos subcostais (T12): grandes ramos anteriores do 12° nervo torácico. Tem trajeto na margem inferior da
12ª costela. Distribui-se para o M. oblíquo externo, pele sobre o quadril e pele sobre a espinha ilíaca ântero-
superior.
 Nervo ilío-hipogástrico (L1): Ramos anteriores do 1° nervo lombar. Distribui-se para pele sobre a crista ilíaca,
pele da região hipogástrica e para os Músculos oblíquo interno e transverso do abdome.
 Nervo ilíoinguinal (L1): Ramos anteriores do 1° nervo lombar. Tem trajeto no plano neurovascular e através do
canal inguinal. Distribui-se para: pele do escroto, lábio maior, monte do púbis, face medial da coxa e para os
Músculos oblíquo interno e transverso do abdome.

IRRIGAÇÃO DA PAREDE ABDOMINAL ÂNTERO-LATERAL


 Artéria epigástrica superior: Ramo terminal da artéria torácica interna, tem trajeto na bainha do reto, entre o
músculo e a lâmina posterior. Irriga o músculo reto do abdome e porção superior da parede abdominal.
 Artéria epigástrica inferior: Ramo da artéria ilíaca externa acima do ligamento inguinal. Tem trajeto ascendente
superficialmente à fáscia transversal, ultrapassa a linha arqueada para entrar na bainha do músculo reto
abdominal Irriga o músculo reto do
abdome e porção medial da parede
abdominal.
 Artéria circunflexa ilíaca profunda:
Ramo da artéria ilíaca externa. Trajeto
na face profunda da parede abdominal
anterior, paralela ao ligamento inguinal.
Irriga músculo ilíaco e parte inferior da
parede abdominal anterolateral.
 Artéria epigástrica superficial: Ramo
da artéria femoral. Tem trajeto na fáscia
superficial ao longo do canal inguinal.
Irriga pele e subcutâneo da parte
inferior da parede anterolateral.
 Artéria circunflexa ilíaca superficial:
Ramo da artéria femoral. Tem trajeto na
fáscia superficial em direção à cicatriz
umbilical. Irriga pele e subcutâneo da
região púbica e infraumbilical.
 Ramos das artérias intercostais
posteriores (10º e 11º) e subcostal
 Ramos da artéria musculofrênica

DRENAGEM VENOSA DA PAREDE ABDOMINAL ÂNTERO-LATERAL


As veias seguem acompanhando as
artérias de mesmo nome. Lembrar que as
veias circunflexa ilíaca superficial e
epigástrica superficial são tributárias da veia
safena magna.

DRENAGEM LINFÁTICA DA PAREDE


ABDOMINAL ÂNTERO-LATERAL
 Vasos linfáticos superficiais: acima
do umbigo drenam para os linfonodos
axilares e linfonodos paraesternais.
Abaixo do umbigo, drenam para os
linfonodos inguinais superficiais.
 Vasos linfáticos profundos: drenam
para os linfonodos ilíacos externos,
ilíacos comuns e lombares (aórticos
laterais).

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

FACE INTERNA DA PAREDE ABDOMINAL ÂNTERO-LATERAL


O aspecto interno da parede
abdominal anterolateral é revestido pelo
peritônio parietal, que forma cinco pregas
peritoneais umbilicais, fossas peritoneais, e
os ligamentos falciforme e redondo do
fígado.
 Prega umbilical mediana: do fundo
da bexiga urinária ao umbigo. Recobre
o ligamento umbilical mediano,
remanescente do úraco.
 Prega umbilical medial: Recobre o
ligamento umbilical medial,
remanescente das artérias umbilicais
obliteradas.
 Prega umbilical lateral: Recobre os
vasos epigástricos inferiores
 Fossa supravesical: entre a prega
umbilical mediana e a medial
 Fossa inguinal medial: entre a prega
umbilical medial e a lateral, que
contém o trígono inguinal (Limites:
Borda lateral do músculo reto do
abdome, Vasos epigástricos inferiores,
Ligamento inguinal), região propensa à
formação de hérnia inguinal direta.
 Fossa inguinal lateral: lateralmente à prega umbilical lateral, sendo um local propenso a hérnia inguinal
indireta.
 Ligamento Redondo: é um remanescente fibroso da veia umbilical. Estende-se do umbigo ao fígado.
 Ligamento falciforme: Reflexão peritoneal orientada verticalmente. Estende-se da parte superior da parede
abdominal anterior até o fígado. Inclui o ligamento redondo na margem livre.

PAREDE POSTERIOR DO ABDOME


A parede posterior do abdome é formada principalmente por:
 5 Vértebras lombares e discos intervertebrais associados.
 Músculos: Psoas, Ilíaco, Quadrado do lombo, Transverso e oblíquos, Diafragma.
 Plexo lombar.
 Fáscia toracolombar.
 Gordura, vasos, nervos e linfonodos.

FÁSCIA DA PAREDE ABDOMINAL POSTERIOR


A parede posterior do abdome é coberta
por uma camada continua da fáscia
endoabdominal situada entre o peritônio parietal e
os músculos. A fáscia que reveste a parede
posterior do abdome é contínua com a fáscia
transversal que reveste o músculo transverso do
abdome. É comum denominar a fáscia de acordo
com a estrutura que reveste.
A fáscia iliopsoas que cobre o músculo
psoas maior (bainha do psoas) está fixada
medialmente às vértebras lombares e à margem
da pelve. A fáscia (bainha) iliopsoas é espessada
superiormente para formar o ligamento arqueado
medial. A fáscia iliopsoas funde-se lateralmente
com as fáscias do músculo quadrado do lombo
e da aponeurose toracolombar, formando o
ligamento arqueado lateral.

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

APONEUROSE TORACOLOMBAR
É um complexo fascial extenso fixado à coluna vertebral medialmente que, na região lombar, possui lâminas
posterior, media e anterior com músculos encerrados entre elas. É uma fáscia densa que se estende da 12ª costela até a
crista ilíaca e envolve os músculos dorsais profundos. Fixa-se lateralmente aos músculos oblíquo interno e transverso do
abdome, além do latíssimo do dorso.

MÚSCULOS DA PAREDE ABDOMINAL POSTERIOR


1. Músculo psoas maior: Situado lateralmente às vértebras lombares.
 Origem: Porção lateral dos corpos das vértebras T12 a L5, Processos transversos L1-5 e Discos
intervertebrais.
 Inserção: Por tendão no trocanter menor do fêmur.
 Inervação: Plexo lombar (Ramos anteriores de L2-L4).
 Ação: Flexão da coxa, Flexão lateral da coluna, Flexão do tronco. Exercícios abdominais até certo
ponto, apenas o músculo reto abdominal é usado. A partir de ângulos de 30º, usa-se então esforços
do psoas maior e ilíaco.

2. Músculo Ilíaco: Situado lateralmente à parte inferior do músculo psoas maior


 Origem: 2/3 superiores da fossa ilíaca, Asa do sacro, Lig. Sacroilíacos anteriores.
 Inserção: Tendão do músculo psoas maior (forma o m. iliopsoas), Trocanter menor do fêmur.
 Inervação: Nervo femoral (L2-L4).
 Ação: Conjunta com o m. psoas maior, Flexão da coxa, Estabilização da articulação do quadril.

3. Músculo Quadrado do Lombo: Lâmina muscular espessa


 Origem: Margem inferior da 12ª costela (metade medial), Processos transversos lombares.
 Inserção: Lig. Iliolombar, Lábio interno da crista ilíaca.
 Inervação: Ramos anteriores de T12 e nervos L1-L4.
 Ação: Estende a coluna, Flete lateralmente a coluna, Fixa a 12ª costela na inspiração.

NERVOS DA PAREDE ABDOMINAL POSTERIOR


Os componentes dos sistemas nervosos somático e autônomo (visceral) estão associados à parede posterior do
abdome.

1. Nervos Somáticos
a) Nervos Subcostais: ramos anterior de T12, ou seja, originam-se no tórax, passando logo então
posteriormente aos ligamentos arqueados laterais até o abdome e seguem ínfero lateralmente na face
anterior do músculo quadrado do lombo para inervarem o músculo obliquo interno e pele da parede
anterolateral do abdome.

b) Ramos primários anteriores dos Nervos lombares: Nervos espinais lombares (L1-L5) que se
originam no intimo do músculo psoas maior, conectando-se aos troncos simpáticos.

c) Plexo lombar de nervos: rede composta pelos ramos anteriores dos nervos L1 a L4, sendo formado
anteriormente aos processos transversos lombares, dentro da fixação proximal do musculo psoas
maior (posteriormente a ele). Os nervos à seguir são ramos do plexo lombar; os três maiores são
citados primeiro:
 Nervo Femoral (ramos posteriores de L2-L4): emerge da margem lateral do musculo psoas
maior, inerva o musculo ilíaco e passa profundamente ao ligamento inguinal/trato iliopúbico
até a face anterior da coxa, suprindo os flexores do quadril e extensores do joelho.
 Nervo obturatório (ramos anteriores de L2-L4): emerge da margem medial do musculo psoas
maior e segue até a pelve menor, passando inferiormente ao ramo superior do púbis
(através do forame obturado) até a face medial da coxa, inervando os músculos adutores.
 Tronco lombosacral (L4, L5): passa sobre a asa do sacro e desce até a pelve para participar
na formação do plexo sacral com os ramos anteriores dos nervos S1-S4.
 Nervos ilioinguinal e ílio-hipogástrico (L1): originam-se do ramo anterior de L1, entrando no
abdome posteriormente ao ligamento arqueado medial e seguindo ínfero-medialmente,
anteriormente ao músculo quadrado do lombo. Seguem superior e paralelamente à crista
ilíaca, perfurando o M. transverso do abdome perto da EIAS. Atravessam os Mm. Oblíquos
para inervar os músculos abdominais e pele da região inguinal e púbica.
 Nervo genitofemoral (L1, L2): perfura o musculo psoas maior e segue inferiormente sobre
sua face anterior, profundamente à fáscia iliopsoas. Divide-se lateralmente às artérias ilíacas
comum e externa em ramos femoral (supre a pele do trígono femoral) e genital (M.
cremáster e pele anterior do escroto/lábios maiores).
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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

 Nervo cutâneo femoral lateral da coxa (L2, L3): segue ínfero-lateralmente sobre o músculo
ilíaco e entra na coxa profundamente ao ligamento inguinal/trato iliopúbico, logo
medialmente a EIAS. Inerva a pele na face anterolateral da coxa.
 Nervo obturatório acessório.

2. Nervos Autônomos (Parte Simpática): a inervação simpática do abdome se dá pelos nervos esplâncnicos
abdominopélvicos. Ação simpática nas vísceras abdominais causa vasoconstricção e inibição do
peristaltismo. As fibras aferentes viscerais acompanham fibras simpáticas e carregam sensações dolorosas
(distensão) tipo cólicas.
 Nervos esplâncnicos torácicos inferiores: Nervo esplâncnico maior (T5-T9), Nervo esplâncnico
menor (T10- T11) e Nervo esplâncnico mínimo (T12).
 Nervos esplâncnicos lombares: Originam-se do tronco simpático abdominal, composto por 4
gânglios simpáticos paravertebrais lombares, que se comunicam com os ramos anteriores dos nervos
espinais lombares. São 3 ou 4 nervos, cujas fibras passam para os plexos intermesentérico,
mesentérico inferior e hipogástrico superior. As fibras destes plexos são conduzidas para os gânglios
simpáticos pré-vertebrais (a frente da coluna lombar e da aorta): gânglio celíaco, gânglio aorticorrenal,
gânglio mesentérico superior, gânglio mesentérico inferior, ou outros Gânglios pré-vertebrais que
ocorrem dentro do plexo intermesentérico e hipogástrico superior. Dos gânglios, as fibras simpáticas
pós-ganglionares passam para as vísceras abdominais para seguir com os ramos do tronco celíaco,
das artérias mesentéricas superior e inferior e com os da artéria renal até alcançar as vísceras.

OBS: As vísceras só transmitem dor de distensão. Seria impossível sentir dores ao se cortar uma víscera. Ao contrário
do que ocorre quando o canal alimentar está repleto de gases, por exemplo, em que as dores são retrato da falta de
oxigenação (hipóxia) das paredes das vísceras devido a sua distensão ou por contrações tônicas (como nas cólicas
uterinas).

3. Nervos Autônomos (parte parasimpática): também é realizada por nervos esplânicos abdominopelvicos.
 Troncos vagais anterior e posterior: Suas fibras passam para os plexos aórticos abdominais e
periarteriais, dá inervação parassimpática até a flexura cólica esquerda.
 N. esplâncnicos pélvicos: Formado pelos ramos anteriores de S2 - S4. Inervação parassimpática após
a flexura cólica esquerda.
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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

 Gânglios parassimpáticos intrínsecos: Plexo mioentérico na túnica muscular da parede das vísceras.
 Plexos autônomos abdominais: Fibras simpáticas e parassimpáticas que circundam a aorta e seus
ramos principais.
 Plexos periarteriais: Plexo celíaco, mesentérico superior, mesentérico inferior, plexo intermesentérico
(origina os plexos renal, testicular ou ovárico e uretérico) e plexo hipogástrico superior.

ARTÉRIAS DA PAREDE ABDOMINAL POSTERIOR


A maioria das artérias que irrigam a parede posterior do abdome origina-se da parte abdominal da aorta. Seu
trajeto no abdome tem início no hiato aórtico ao nível de T12, descendo anteriormente aos corpos vertebrais de T12 a L4
e terminando ao nível de L4 (ao nível do umbigo), onde se divide em artéria ilíaca comum D e E.
A porção abdominal da aorta relaciona-se anteriormente: Plexo e gânglio celíaco, Corpo do pâncreas, Veias
esplênica e renal esquerda, parte horizontal do duodeno, alças de intestino delgado; Lado esquerdo: Pilar esquerdo do
diafragma, Gânglio celíaco esquerdo; Lado direito: Veia ázigo, Cisterna do quilo, ducto torácico, Pilar direito do
diafragma, Gânglio celíaco direito; Posteriormente: Vértebras T12 a L4.
São ramos da porção abdominal da artéria aorta:

1. Ramos viscerais Ímpares:


 Tronco celíaco (L1): Ramo da parte abdominal inicial da aorta descendente (dentro do hiato aórtico).
Após pequeno trajeto anteroinferior, bifurca-se nas artérias esplênica e hepática comum, enviando
antes a artéria gástrica esquerda. É responsável por suprir, diretamente ou indiretamente, o esôfago,
estômago, fígado/aparelho biliar, pâncreas.
 A. Gástrica Esquerda: ramo inicial do tronco celíaco. Ascende no retro peritônio fornecendo
um ramo esofágico e desce pela curvatura menor do estomago para se anastomosar com a
artéria gástrica direita (ramo da artéria hepática comum).
 A. Esplênica: ramo terminal esquerdo do tronco celíaco. Segue no retroperitônio, ao longo
da margem superior do pâncreas, atravessa o ligamento esplenorrenal até o hilo esplênico.
Tem como ramos: A. gástrica posterior, Aa. Gástricas curtas e A. gastromental esquerda.
 A. Gástrica posterior: ramo da artéria esplênica, posteriormente ao estômago. Segue ao
longo da parede posterior da bolsa omental para entrar no ligamento gastrofrênico. Irriga a
parede posterior e o fundo do estômago.
 Aa. Gástricas curtas: em número de 4 a 5, são ramos da artéria esplênica quando esta se
aproxima do hilo do baço. Passa entre as lâminas do ligamento gastroesplênico até o fundo
do estômago para irriga-lo junto à A. gástrica posterior.
 A. gastromental esquerda: ramo da artéria esplênica no hilo do baço. Desce ao longo da
curvatura maior do estomago para se anastomosar com a artéria gastromental direita (ramo
da A. gastroduodenal).
 A. Hepática Comum: ramo terminal direito do tronco celíaco. Segue no retroperitônio para
chegar ao ligamento hepatoduodenal, passando entre as suas lâminas, bifurcando-se em A.
Hepática própria e A. gastroduodenal.
 A. Hepática Própria: ramo terminal ascendente da A. hepática comum que segue em direção
à porta do fígado passando por entre o ligamento hepatoduodenal, onde divide-se em um
ramo direito (que origina a A. cística para irrigar a vesícula biliar e o ducto cístico) e outro
esquerdo, em que ambas entram no hilo do fígado.
 A. Gástrica direita: ramo da artéria hepática própria. Segue ao longo da curvatura menor do
estomago para se anastomosar com a artéria gástrica esquerda.
 A. Gastroduodenal: outro ramo da artéria hepática comum. Desce retroperitonealmente,
posterior à junção gastroduodenal. Seus ramos terminais são: A. supraduodenal, A.
pancreaticoduodenal superior (divide-se nas artérias anterior e posterior que descem de
cada lado da cabeça do pâncreas para se anastomosar com ramos da A.
pancreaticoduodenal inferior) e A. gastromental direita. A artéria pancreáticoduodenal
inferior (divide-se nas artérias anterior e posterior que ascendem de cada lado da cabeça do
pâncreas para se anastomosar com ramos da A. pancreáticoduodenal superior) é ramo da
artéria mesentérica superior.

 A. mesentérica superior (L1): segundo ramo da parte abdominal da aorta. Segue na raiz do
mesentério até a junção ileocecal. Distribui-se na parte do trato gastrointestinal derivada do intestino
médio.
 A. Intestinais (jejunal e ileal): ramos da artéria mesentérica superior.
 A. Pancreaticoduodenal inferior: ramo da artéria mesentérica superior que divide-se nos
ramos anterior e posterior que ascendem de cada lado da cabeça do pâncreas para se
anastomosar com ramos da A. pancreáticoduodenal superior.
 A. Cólica Média: ramo da mesentérica superior que supre o colo transverso.
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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

 A. Cólica direita: ramo da mesentérica superior que supre o colo ascendente.


 A. Íleocólica: ramo terminal da A. mesentérica superior. Segue ao longo da raiz do
mesentério e divide-se em ramos ileal (bifurca-se em ramo cecal anterior e ramo cecal
posterior) e cólico. A artéria apendicular, que irriga o apêndice, é oriunda do ramo cecal
posterior da artéria ileal, que por sua vez, é ramo da A. ileocólica.

 A. mesentérica inferior (L3): ramo da parte abdominal da aorta, que desce no retroperitônio à
esquerda da parte abdominal da aorta.
 A. Cólica Esquerda: ramo da A. mesentérica inferior que supre o colo descendente.
 A. Sigmóidea: ramo da A. mesentérica inferior que supre o colo descendente e o sigmóide.
 A. Retal: ramo terminal da A. mesentérica inferior que supre a parte proximal do reto.

2. Artérias Viscerais Pares:


 A. suprarrenais (L1)
 A. renais (L1)
 A. gonadais (L2)

3. Parietais pares
 A. subcostais (T12)
 A. frênicas inferiores
 A. lombares (L1 a L4)

4. Ramo parietal ímpar


 A. sacral mediana

VEIAS DA PAREDE ABDOMINAL POSTERIOR


As veias da parede abdominal posterior do abdome são tributárias da VCI, exceto pela veia testicular e ovárica
esquerda, que entra na veia renal esquerda, em vez de entrar na VCI. O sangue das vísceras abdominais atravessa o
sistema venoso porta e o fígado antes de entrar na VCI através das veias hepáticas.
A VCI começa ao nível de L5, mantendo uma trajeto ascendente na parede abdominal posterior à direita da aorta,
passando para o tórax através do forame da veia cava inferior (na parte tendínea direita do diafragma). Tem como
tributárias: Veias ilíacas comuns, Veias lombares, Veias gonadais direitas, Veias renais, Veias lombares ascendentes,
Veia suprarrenal direita, Veias frênicas inferiores e Veias hepáticas.

DRENAGEM LINFÁTICA DA PAREDE ABDOMINAL POSTERIOR


Os vasos linfáticos e linfonodos situam-
se ao longo da aorta, da VCI e dos vasos
ilíacos. Com isso, o trajeto da linfa se dá:
Linfonodos ilíacos comuns, externos e
internos  Linfonodos lombares 
Linfonodos pré-aórticos (celíacos,
mesentéricos superior e inferior).
Recebem linfa também: Cisterna do
Quilo, Tronco linfático intestinal, Tronco
linfático lombar e Tronco linfático torácico
descendente.

SISTEMA PORTA E ANASTOMOSES PORTO-SISTÊMICAS


A veia porta hepática (às vezes chamada simplesmente de veia porta) é uma veia porta no corpo humano que
drena sangue do sistema digestivo e de suas glândulas associadas. É um dos principais componentes do sistema
venoso porta-hepático. É formada pela união da veia esplênica com a veia mesentérica superior e se divide em ramos
direito e esquerdo antes de entrar no fígado. É importante ressaltar que a veia porta do fígado drena sangue para o
fígado, e não do fígado. O sangue que entra no fígado vindo da veia porta, depois de ser 'limpado' pelo fígado, vai até a
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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

veia cava inferior através das veias hepáticas. A veia mesentérica inferior geralmente não se liga diretamente à veia
porta hepática, vindo a drenar na veia esplênica. A veia porta se ramifica em diversas veias que se abrem nos
sinusóides hepáticos. O sangue é posteriormente reabsorvido para a veia hepática e entra na veia cava inferior. As
tributárias da veia porta hepática incluem: veia gástrica esquerda e veia gástrica direita, veia esplênica (onde desemboca
a veia mesentérica inferior).
A veia porta do fígado é o canal principal do sistema porta venoso. Ela coleta sangue pouco oxigenado, mas
rico em nutrientes, provenientes da parte abdominal do trato gastrintestinal, incluindo a vesícula biliar, pâncreas e baço,
e o conduz até o fígado. Lá, ela se ramifica (única veia do organismo que se ramifica) para terminar nos capilares
expandidos (sinusoides venosos do fígado).
O sistema venoso portal comunica-se com o sistema venoso sistêmico, formando anastomoses porto-
sistêmicas, nos seguintes locais:
 A. Entre as veias esofágicas que drenam para a veia ázigo (circulação sistêmica) ou para veia gástrica
esquerda (circulação portal). Quando dilatadas, formam as varizes esofágicas.
 B. Entre as veias retais, em que a inferior e média drena para VCI (circulação sistêmica) e a veia retal superior
continuando como a veia mesentérica inferior (circulação portal).
 C. As veias paraumbilicais da parede abdominal anterior (sistema portal) que se anastomosam com as veias
epigástricas superficiais (circulação sistêmica). Quando dilatadas, estas veias produzem a cabeça de Medusa.
 D. Ramúsculos das veias cólicas (circulação portal) que se anastomosam com as veia retroperitoneais (circulação
sistêmica).

As veias paraumbilicais estendem-se ao longo do ligamento redondo no ligamento falciforme umbilical mediano
na prega umbilical mediana. Estas pequenas veias estabelecem anastomoses entre as veias da parede abdominal
anterior e a porta do fígado e as veias ilíacas internas.

OBS: As comunicações entre o sistema venoso portal e o sistema venoso sistêmico são importantes clinicamente no
advento de um bloqueio venoso portal intra ou extra-hepático. Quando a circulação portal através do fígado é diminuída
ou obstruída por causa de doença do fígado ou pressão física proveniente de um tumor, por exemplo, sangue do trato
gastrintestinal ainda pode alcançar o lado direito do coração através da VCI por meio de diversas colaterais. Estas rotas
alternativas estão disponíveis pois a veia porta e suas tributárias não possuem válvulas, por esta razão, o sangue pode
fluir em uma direção contrária à veia cava inferior.

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

OBS: Quando a cicatrização e fibrose provenientes da cirrose obstruem a porta do fígado, a pressão aumenta na veia
porta e suas tributárias, produzindo hipertensão portal. Nos locais de anastomoses entre as veias portal e sistêmica, a
hipertensão portal produz veias varicosas e fluxo sanguíneo aumentado provenientes do sistema portal para o sistema
sistêmico de veias. As veias podem se tornar tão dilatadas que suas paredes se rompem, resultando em hemorragias
graves.
OBS: Em casos graves de obstrução portal, até mesmo as veias paraumbilicais podem tornar-se varicosas e parecer um
pouco com pequenas cobras irradiando-se sobre a pele em torno do umbigo. Esta condição é referida como cabeça da
medusa.

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

PERITÔNIO E CAVIDADE PERITONEAL

O peritônio é uma membrana serosa transparente, brilhante e contínua que reveste a cavidade
abdominopélvica e envolve as vísceras (MOORE; DALLEY, 2001), sendo ela a mais extensa serosa (mais extensa que a
pleura e que o pericárdio) do corpo e consiste em um saco fechado no homem (GRAY, 1988) e parcialmente aberto nas
mulheres.
O peritônio consiste em 2 lâminas
contínuas: o peritônio parietal (fáscia
transversal, por estar aderida ao M. Transverso
do Abdome, e reveste a face interna da parede
abdominopélvica) e peritônio visceral (fáscia
subserosa, reveste vísceras como o estômago e
o intestino). Histologicamente, as duas lâminas
do peritônio correspondem ao mesotélio (células
epiteliais simples pavimentosas).

OBS: A cavidade abdominal contém o


peritônio e as vísceras. Já a cavidade
peritoneal é um espaço potencial entre as
Lâminas do peritônio que não contém órgãos,
mas sim, uma fina camada de líquido
peritoneal. Ou seja, os órgãos estão envolvidos
pelo peritônio visceral, mas a cavidade peritoneal
não possui conteúdo algum senão uma pequena
quantidade de líquido peritoneal.

A cavidade peritoneal está situada dentro da cavidade abdominal e continua inferiormente até a cavidade
pélvica. A cavidade peritoneal é um espaço virtual com espessura capilar, situado entre as lâminas parietal e visceral do
peritônio. Não contém órgãos, mas contém uma fina película de líquido peritoneal (composto de água, eletrólitos e
outras substâncias derivadas do líquido intersticial de tecidos adjacentes). Esse líquido tem a função de lubrificar o
peritônio visceral e as faces das vísceras, permitindo deslizamento sem atrito entre as vísceras. Além disso, contém
leucócitos e anticorpos que resistem a infecções. Ele é absorvido pelos vasos linfáticos na face inferior do diafragma.
A cavidade peritoneal é completamente fechada nos homens; entretanto, há uma via de comunicação nas
mulheres para o exterior do corpo através das tubas uterinas, da cavidade uterina e vagina. Esta comunicação constitui
uma possível via de infecção do exterior.

Endometriose é uma doença que acomete as mulheres em idade


reprodutiva e que consiste na presença de endométrio em locais fora do útero,
como na cavidade peritoneal, devido à comunicação existente entre a luz das
tubas uterinas e a esta cavidade entre as lâminas do peritônio. Os locais mais
comuns da endometriose são: Fundo de Saco de Douglas (atrás do útero), septo
reto-vaginal (tecido entre a vagina e o reto), trompas, ovários, superfície do reto,
ligamentos do útero, bexiga, e parede da pélvis. Há diversas teorias sobre as
causas da endometriose. A principal delas é que, durante a menstruação, células
do endométrio, camada interna do útero, sejam enviadas pelas trompas para
dentro do abdômen. Há evidências que sugerem ser uma doença genética.
Outras sugerem ser uma doença do sistema de defesa. Os principais sintomas
da endometriose são dor e infertilidade. A dor da endometriose pode ser cólica
menstrual intensa, dor abdominal à relação sexual, dor no intestino na época das
menstruações ou uma mistura destes sintomas.

EMBRIOLOGIA DA CAVIDADE PERITONEAL


Quando o intestino é formado na vida embrionária, ele tem o mesmo comprimento do corpo em
desenvolvimento. Entretanto, sofre crescimento exuberante para proporcionar a grande superfície de absorção
necessária para a nutrição, a ponto de, no fim da 10ª semana, ser mais extenso que o corpo que o contém. Este
crescimento é acomodado pelo desenvolvimento de uma cavidade serosa no tronco que abriga o intestino cada vez mais
longo e contorcido em um espaço relativamente compacto.

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

No início de seu desenvolvimento, a cavidade embrionária do corpo (celoma intra-embrionário) é revestida por
mesoderma. Em um estágio ligeiramente posterior, a cavidade abdominal primordial é revestida por peritônio parietal
derivado do mesoderma, que forma um saco fechado. A luz do saco é a cavidade peritoneal.
À medida que se desenvolvem, os órgãos invaginam (protraem) em graus variáveis para o saco peritoneal,
adquirindo um revestimento peritoneal, o peritônio visceral.
Uma víscera como o rim se protrai apenas parcialmente para a cavidade peritoneal; portanto, é basicamente
retroperitoneal, sempre permanecendo externa à cavidade peritoneal e posterior ao peritônio que reveste a cavidade
abdominal. Outras vísceras, como o estômago e o baço, protraem-se completamente para o saco peritoneal e são
completamente revestidas por peritônio visceral, isto é, são intraperitoniais. Essas vísceras estão ligadas à parede
posterior do abdome por um mesentério de comprimento variável, que é formado por duas lâminas de peritônio com
uma fina lâmina de tecido conjuntivo frouxo entre elas.
Em resumo, a invaginação dos órgãos é variável e leva a formação dos mesentérios, ligamentos,
compartimentos abdominais, pregas e recessos.

CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS


O peritônio e as vísceras estão na cavidade abdominopélvica. A partir da relação da víscera com o peritônio, ela
pode ser classificada como intraperitoneais, retroperitoneais, extraperitoneais ou subperitoneais.

INTRAPERITONEAIS
São órgãos quase completamente cobertos por peritônio visceral (Ex: estômago e baço). Neste caso, os órgãos
não estão dentro da cavidade peritoneal (embora o termo seja usado clinicamente para designar substâncias injetadas
nessa cavidade).

EXTRAPERITONEAIS, RETROPERITONEAIS E SUBPERITONEAIS


São órgãos situados fora da cavidade peritoneal, estando eles, externamente, posteriormente ou inferiormente
ao peritônio parietal, respectivamente. São apenas parcialmente cobertos por peritônio (geralmente sobre apenas uma
superfície). Órgãos como os rins estão entre o peritônio parietal e a parede posterior do abdome, e têm peritônio parietal
apenas nas faces anteriores (exceto de houver gordura interposta). Da mesma forma, a bexiga só tem peritônio parietal
sobre sua face superior.
Posteriores ao peritônio parietal, podemos citar os rins,
o pâncreas, parte do duodeno, os grandes vasos (aorta e veia
cava inferior).

ÓRGÃOS RETROPERITONEAIS SECUNDÁRIOS


Classificação restrita para órgãos intraperitoneais (Ex:
colo descendente e colo ascendente do intestino grosso) que,
no decorrer da evolução embrionária, devido a falta de espaço,
eles vão se aderindo a parede posterior do abdome. Nesse
movimento, a lâmina visceral do mesentério se funde com o
peritônio parietal, formando uma fáscia de fusão.

FORMAÇÕES PERITONEAIS
A cavidade peritoneal tem um formato complexo. Com isso, são usados vários termos para descrever as partes
do peritônio que unem os órgãos a outros órgãos ou à parede abdominal, e os compartimentos e recessos restantes.

MESO
Formado pela fusão de duas lâminas de peritônio, com tecido conjuntivo frouxo, que propicia suprimento
neurovascular e sustentação dos órgãos à parede posterior do abdome. Liga um órgão intraperitoneal à parede
abdominal posterior, contendo vasos sanguíneos, vasos linfáticos, nervos, linfonodos e gordura.
O meso do intestino delgado é denominado, a rigor, mesentério. Entretanto, os meso relacionados a outras
partes específicas do trato alimentar recebem denominações de acordo: mesocólos transverso e sigmoide,
mesoapêndice, mesovário, mesoesôfago e mesogástrico.
O mesentério propriamente dito é uma larga prega de peritônio em forma de leque, que prende as alças do
jejuno e íleo à parede posterior do abdome. Entre seus folhetos, encontramos seu conteúdo: ramos intestinais da artéria
mesentérica superior, ramos tributários da veia porta, plexo de nervos, vasos quilíferos, linfonodos mesentéricos.
Podemos dividir o mesentério em duas porções: a raiz, que mede cerca de 5 cm e estende-se obliquamente desde a
flexura duodenojejunal do lado esquerdo de L2 até a articulação sacroilíaca direita (GRAY, 1988); e a borda intestinal,
que mede cerca de 6m, com largura de 20cm, sendo mais estreita superiormente.

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

OMENTO
Omento, a rigor, é classificado como uma prega do peritônio que liga um órgão abdominal a outro. Ele é uma
extensão ou prega de peritônio que passa do estômago e parte proximal do duodeno para órgãos adjacentes ou para
parede abdominal. Divide-se em: omento maior e omento menor.
 Omento menor: Liga a curvatura menor do estômago e porção proximal do duodeno ao fígado.
 Omento maior: Prega peritoneal proeminente que se projeta da curvatura maior do estômago e parte proximal
do duodeno e prende-se à face anterior do colo transverso.

LIGAMENTO PERITONEAL
Consistem em uma dupla camada de peritônio que une um órgão a outro ou á parede abdominal.

O fígado está conectado pelos seguintes ligamentos:


 Ligamento falciforme: une o fígado à parede abdominal anterior.
 Ligamento Coronário do fígado: reflexão do peritônio sobre o fígado, sendo formado por folhetos anteriores e
posteriores.
 Ligamentos Triangulares direito e esquerdo: pregas que se estendem lateralmente no encontro dos folhetos
anterior e posterior do ligamento coronário.
 Ligamento Hepatogástrico: parte membranácea do omento menor.
 Ligamento Hepatoduodenal: margem livre do omento menor, e contém a veia porta, artéria hepática e ducto
colédoco (tríade portal).

O estômago está conectado pelos seguintes ligamentos:


 Ligamento gastrofrênico: liga o estômago à face inferior do diafragma.
 Ligamento Gastrocólico: une o estômago ao colo transverso (porção em avental do omento maior).
 Ligamento gastroesplênico: une o estômago ao hilo do baço.

Os ligamentos do diafragma são:


 Lig. gastrofrênico: liga o estômago à face inferior do diafragma.
 Lig. frenicolienal: reflexão do peritônio sobre o rim esquerdo para a flexura esplênica.
 Lig. Frenicocólico: extensão lateral do omento maior, que liga a flexura cólica à parede póstero-lateral.

PREGA PERITONEAL
A prega peritoneal é uma reflexão do peritônio sobre estruturas da parede do corpo, como vasos sanguíneos,
ductos e vasos fetais obliterados subjacentes (por exemplo, Prega umbilical mediana, Prega umbilical medial e Prega
umbilical lateral). As pregas umbilicais medianas revestem o úraco, as pregas umbilicais mediais revestem os vasos
umbilicais obliterados e as pregas umbilicais laterais contêm as artérias epigástricas inferiores.

RECESSO PERITONEAL
O recesso (ou fossa) peritoneal é uma bolsa de peritônio formada por uma prega peritonial. Está dividida em
três grupos. São eles: Divididas em 3 grupos: Recessos duodenais, Recessos cecais e Recesso intersigmoideo.

1. Recessos Duodenais
 Recesso duodenal superior (50%): Superiormente a esquerda da porção ascendente do duodeno
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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

 Recesso duodenal inferior (75%): Inferiormente a esquerda da porção ascendente do duodeno


 Recesso Paraduodenal (raro)
 Recesso retroduodenal (raro)

2. Recessos Cecais
 Recesso ileocecal superior: Fenda estreita entre o mesentério do íleo e a prega ileocecal superior (aloja a artéria
cecal anterior)
 Recesso ileocecal inferior: Entre o mesoapêndice e a prega ileocecal inferior (na junção ileocecal).
 Recesso cecal: Posteriormente ao ceco, limitado à direita pela prega cecal.

3. Recesso Intersigmoideo: Desaparece com a idade. Situa-se posteriormente ao mesocólon sigmoide, sobre os
vasos ilíacos externos, no espaço entre os músculos psoas e ilíaco. Tem tamanho variável, desde uma simples
fosseta até um aspecto afunilado, que permite introdução do dedo.

OBS: Outros recessos existentes são: Recesso supra-hepático (sobre o fígado, delimitado pela lâmina anterior do
ligamento coronário) e recesso hepatorrenal (abaixo do fígado, delimitado pela lâmina posterior do ligamento
coronário do fígado).

SUBDIVISÕES DA CAVIDADE PERITONEAL


Após a rotação e o desenvolvimento da curvature maior do
estômago durante o desenvolvimento embrionário, cavidade
peritoneal é dividida em sacos peritoniais maior (omental maior) e
menor (omental menor, posteriormente ao estômago).
O mesocolo transverso (meso do colo transverso) divide a
cavidade abdominal em um compartimento supracólico e um
compartimento infra-cólico.
 Compartimento supracólico: Acima do mesocólon
transverso. Contém o estômago, fígado e baço.
 Compartimento infracólico: Abaixo do mesocólon
transverso e posterior ao omento maior, sendo dividido em
espaços infracólico direito e esquerdo pelo mesentério.
Contém o intestino delgado e os colos ascendente e
descendente.

Há comunicação livre entre os compartimentos supracólico e infracólico através dos sulcos paracólicos, sulcos
entre as faces laterais dos colos ascendente e descendente e a parede lateral do abdome.

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

A bolsa omental é uma cavidade em forma de


saco, situada posteriormente ao estômago e omento menor.
Possui 2 recessos: um recesso superior (limitado
superiormente pelo diafragma) e um recesso inferior (entre
as lâminas do omento maior). Ela permite o livre movimento
do estômago sobre as estruturas posteriores e inferiores a
ela porque as paredes anterior e posterior da bolsa omental
deslizam suavemente sobre a outra. Comunica-se com a
cavidade peritoneal através do forame omental ou forame
epiplóico, abertura posterior à margem livre do ligamento
hepatoduodenal (omento menor). Tem como limites:
 Anteriormente: Lobo caudado do fígado, Omento
menor, Estômago e Omento maior.
 Posteriormente: Omento maior, Cólon transverso,
Pâncreas, Glândula suprarrenal esquerda e
Extremidade cranial do rim esquerdo.
 Lateralmente a direita: Forame omental.
 Lateralmente a esquerda: Lig. Frenicolienal e Lig.
Gastrolienal.
O forame omental tem como limites:
 Anteriormente: borda livre do omento menor com seu conteúdo (veia porta, artéria hepática, ducto colédoco).
 Posteriormente: peritônio que recobre a veia cava inferior e pilar direito do diafragma.
 Superiormente: peritônio visceral que recobre o lobo caudado do fígado.
 Inferiormente: 1ª porção do duodeno e conteúdo do lig. Hepatoduodenal.

OBS: Os apêndices epiploicos são pequenas bolsas de gordura, situadas ao longo do cólon e parte superior do reto.

REFLEXÕES PERITONEAIS NA PELVE MASCULINA


 Fossas pararretais:
 Fossa retovesical: Lateralmente limitada pela prega retovesical ou sacrogenital
 Fossa paravesical: Ao lado da bexiga

REFLEXÕES PERITONEAISNA PELVE FEMININA


 Fossas pararretais:
 Fossa retovesical: Fossa (escavação) vesicouterina e Fossa (escavação) retouterina
 Fossa paravesical:
 Ligamentos largos: Da borda lateral do útero à parede lateral da pelve
 Fossa ovárica

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REGIÃO INGUINAL

A região inguinal (virilha), que se estende entre as


espinhas ilíacas anterossuperiores e o tubérculo púbico, ou seja,
inferiormente à parede anterolateral do abdome, é uma importante
área do ponto de vista anatômico e clínico: anatomicamente, porque
é uma região onde as estruturas entram e saem da cavidade
abdominal, e clinicamente, porque as vias de saída e entrada
(região de transição) são áreas de fraqueza, estando propensas
então, a formação de hérnias.
Na verdade, a maioria das hérnias abdominais ocorre nesta
região, com as hérnias inguinais contribuindo para 75% de todas as
hérnias abdominais. Estas hérnias ocorrem ambos os sexos, porém
a maioria das hérnias inguinais (aproximadamente 86%) ocorre em
homens, devido à passagem do funículo espermático através do
canal inguinal, o qual é maior nesse sexo.

LIGAMENTO INGUINAL E O TRATO ILIOPÚBICO


Faixas fibrosas espessas (retináculos) são
encontradas relacionadas a muitas articulações que
possuem grande amplitude de movimento para
preservar estruturas contra o esqueleto durante as
varias posições da articulação. O ligamento inguinal
e o trato iliopúbico, que se estendem da EIAS até o
tubérculo púbico, constituem um retináculo anterior
(flexor) bilaminar da articulação do quadril. O
retináculo cobre o espaço subinguinal, através do qual
passam os flexores do quadril e as estruturas
neurovasculares que servem à grande parte do
membro inferior.
O ligamento inguinal é uma densa faixa que
constitui a parte mais inferior da aponeurose do
músculo oblíquo externo. Acima dele está presente o
canal inguinal, e abaixo, os hiatos: hiato muscular
(onde passa o M. iliopssoas) e o hiato vascular
(artéria e veia femoral). Embora a maioria das fibras
da extremidade medial do ligamento se insira no
tubérculo púbico, algumas seguem outros trajetos:
 Algumas das fibras profundas seguem posteriormente para fixarem ao ramo superior do púbis, lateralmente ao
tubérculo, formando o ligamento lacunar. As fibras mais laterais continuam a seguir ao longo da linha pectínea
do púbis como o ligamento do púbis.
 As fibras superiores se abrem em leque, desviando-se do tubérculo púbico para fundirem-se com as fibras
inferiores da aponeurose do M. oblíquo externo contralateral, formando o ligamento inguinal refletido.

O trato íliopúbico é a margem inferior e espessada da fáscia transversal acima do ligamento inguinal. Ele limita
inferiormente o anel inguinal profundo e forma a margem súpero-medial do canal femoral.
O ligamento inguinal e o trato iliopúbico cobrem uma área de fraqueza inata na parede do corpo na região
inguinal denominada orifício miopectíneo. Esta área fraca, que ocorre em relação às estruturas que atravessam a
parede do corpo, é o local de hérnias inguinais (direta e indireta, e hérnia femoral).
1
OBS: O trígono femoral está localizado no /3 súpero-medial da coxa. Látero-medialmente, o conteúdo do trígono
femoral consiste em: nervo, artéria e veia femorais. Os limites do trígono femoral são: lateralmente, a borda medial do
músculo sartório; superiormente (base), o ligamento inguinal; e, medialmente, a margem lateral do músculo adutor
longo. O assoalho do trígono femoral é muscular, sendo composto látero-medialmente pelos músculos: ílio-psoas,
pectíneo e porção lateral do adutor longo. O teto do trígono femoral é fascial, sendo formado pelas fáscias: lata e crivosa
(mais profunda).

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

CANAL INGUINAL
O canal inguinal é formado em relação à descida do testículo durante o desenvolvimento fetal (descida do
testículo). É uma passagem oblíqua situada na parte inferior da parede abdominal anterolateral, direcionada ínfero-
lateralmente, paralelo ao ligamento inguinal, cerca de 2 a 4 cm acima deste. Mede cerca de 4 cm de comprimento e dá
passagem ao funículo espermático nos homens e ao ligamento redondo do útero nas mulheres. O canal inguinal
também contem vasos sanguíneos e linfáticos e o nervo ilioinguinal em ambos os sexos.

OBS: O testículo é puxado pra fora por um ligamento chamado gubernáculo, que liga o testículo à pele.
OBS: As hérnias inguinais são mais comuns nos homens devido ao fato do canal inguinal nas mulheres ser mais estreito
e resistente.

Do canal inguinal, destacam-se as seguintes estruturas: aberturas (anel inguinal superficial ou externo; anel
inguinal profundo ou interno), parede anterior, parede posterior,
teto e assoalho.

ANEL INGUINAL PROFUNDO


É a entrada para o canal inguinal, que consiste na
evaginação da fáscia transversal, localizado na região
intermediária do ligamento inguinal lateralmente à artéria
epigástrica inferior. Em uma visão posterior da parede anterolateral
do abdome, o anel inguinal profundo está localizado lateralmente a
prega peritoneal lateral. A fáscia transversal forma o revestimento
mais interno do canal inguinal. Através dessa abertura, o ducto
deferente extraperitoneal e os vasos testiculares nos homens (ou
ligamento redondo do útero em mulheres) entram no canal
inguinal.

ANEL INGUINAL SUPERFICIAL


Abertura tipo fenda entre as fibras da aponeurose do
músculo oblíquo externo do abdome. Consiste na via de saída pela
qual o funículo espermático em homens, ou o ligamento redondo
em mulheres, emerge do canal inguinal. As partes da aponeurose
que situadas laterais e mediais ao anel superficial, e que formam
as suas margens, são os pilares: pilar medial (fibras que se
prendem à crista púbica), pilar lateral (fibras que se prendem ao
tubérculo púbico) e fibras intercrurais (ligam um pilar a outro para
evitar o afastamento dessas estruturas).

PAREDE ANTERIOR DO CANAL INGUINAL


Composta pela aponeurose do músculo oblíquo externo do
abdome e fibras do músculo oblíquo interno do abdome na porção
lateral.

PAREDE POSTERIOR DO CANAL INGUINAL


Composta pela fáscia transversal com a presença da
foice inguinal na parte medial (fusão das aponeuroses dos
músculos oblíquo interno do abdome e transverso do abdome).

TETO E ASSOALHO DO CANAL INGUINAL


O teto do canal inguinal é formado pelo arqueamento das fibras dos
músculos oblíquo interno do abdome e transverso do abdome na porção
medial.
O assoalho é formado pela face superior do ligamento inguinal, que
forma uma calha para servir de assoalho, e pelo ligamento lacunar
(extensão da porção medial do ligamento inguinal que se estende até a
linha pectínea).

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

DESENVOLVIMENTO DO CANAL INGUINAL


Os testículos se desenvolvem no tecido conjuntivo extraperitoeneal na região lombar superior da parede
posterior do abdome. O gubernáculo masculino é um cordão fibroso que une o testículo primordial à parede
anterolateral do abdome no local do futuro anel inguinal profundo do canal inguinal.
Quanto a sua migração, o testículo na 12ª semana encontra-se na pelve, na 28ª semana alcança o anel inguinal
profundo e começa a passar através do canal inguinal a ponto de na 32ª semana chegar ao escroto.
O processo vaginal é um divertículo peritoneal que atravessa o canal inguinal, conduzindo lâminas musculares
e fáscias da parede abdominal para o escroto primordial. Isso é mais uma diferença do ser humano para os animais:
enquanto que nos animais a cavidade inguinal é continua com a abdominal, no homem, há a formação de uma “bolsa”
isolada do abdome. Ele é responsável pela formação das fáscias espermáticas interna e externa e músculo cremáster do
escroto adulto. Seu pedículo se degenera no 6º mês e a sua parte sacular distal forma a túnica vaginal do testículo
(bainha serosa do testículo).

 Gubernáculo  ligamento escrotal


 Processo vaginal  túnica vaginal do testículo
 Lâminas musculares da parede abdominal anterolateral  músculo cremáster
 Lâminas fasciais da parede abdominal anterolateral  fáscias espermáticas interna e externa

Na mulher, os ovários também se desenvolvem na região lombar superior da parede posterior do abdome e
migram em direção à parede posterior lateral da pelve. O gubernáculo feminino liga o ovário e o útero primordial ao
lábio maior, e forma, nas mulheres adultas, o ligamento útero-ovárico e o ligamento redondo que se insere no tecido
subcutâneo do lábio maior. O processo vaginal forma o canal inguinal, que dá passagem ao ligamento redondo e nervo
ilioinguinal.

OBS: No adulto, não há superposição entre os anéis inguinais superficial e profundo, ou seja, os dois anéis não são
contínuos: o profundo é lateral e o superficial é medial. Aumento na pressão intra-abdominal força a parede posterior do
canal inguinal contra a anterior, diminuindo a probabilidade de herniação.

FUNÍCULO ESPERMÁTICO
É uma bainha composta por fáscias que contém estruturas que entram e saem do testículo (contém vasos,
nervos e ducto deferente) e suspende o testículo no escroto. Começa no anel inguinal profundo, passa através do canal
inguinal e sai pelo anel inguinal superficial, terminando no escroto, na margem posterior do testículo. O revestimento do
funículo espermático inclui:
 Fáscia espermática interna: derivada da fáscia transversal
 Fáscia cremastérica: derivada do músculo oblíquo interno
 Fáscia espermática externa: derivada da aponeurose do músculo oblíquo externo

OBS: Com isso, de superficial para profundo, tem-se: pele, tecido subcutâneo (túnica dartos) e músculo dartos, fáscia
espermática externa, músculo cremáster e fáscia cremastérica, fáscia espermática interna, lâmina parietal da túnica
vaginal e lâmina visceral da túnica vaginal (revestindo o testículo e o epidídimo), e por fim, a túnica albugínea (revestindo
intimamente os lóbulos do testículo).

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

CONSTITUINTES DO FUNÍCULO ESPERMÁTICO


 Músculo cremáster: é um músculo em alças que se originam dos fascículos inferiores do músculo oblíquo
interno. É composto por fibras do músculo obliquo interno e fibras do transverso. Tem como ação tracionar o
testículo superiormente na bolsa escrotal sendo inervado pelo ramo genital do nervo genitofemoral (L1-L2).
 Ducto deferente
 Artéria testicular: ramo da aorta, supre testículo e epidídimo. Ela é responsável por resfriar em cerca de 3º o
sangue que chega aos testículos.
 Artéria do ducto deferente: ramo da artéria vesical inferior
 Artéria cremastérica: ramo da artéria epigástrica inferior
 Vasos linfáticos: drenam para linfonodos abdominais, enquanto os vasos linfáticos do escroto drenam para
linfonodos inguinais profundos.
 Plexo pampiniforme: rede venosa que drena para as veias testiculares. De cada lado, esses plexos formam
veias: a veia testicular direita drena para veia cava inferior; e a veia testicular esquerda drena para a veia renal.
 Fibras nervosas simpáticas nas artérias
 Fibras simpáticas e parassimpáticas no ducto deferente
 Ramo genital do nervo genitofemoral

OBS: Pessoas com varizes testiculares têm dificuldade do retorno venoso da região, podendo causar esterilidade.

ESCROTO
Saco cutâneo composto por uma
pele mais pigmentada que o restante do
corpo (com a finalidade de proteger as
células germinativas de radiações solares)
e túnica dartos (lâmina de fibras
musculares lisas, responsável pela
contração da pele e aspecto enrugado). O
escroto pode ser dividido em dois
compartimentos pelo septo do escroto
(internamente) e pela rafe do escroto
(externamente - linha de fusão das
eminências labioescrotais).

OBS: As eminências labioescrotais são


evaginações cutâneas da parede
abdominal anterior que formam a bolsa
escrotal.

A túnica dartos continua-se


anteriormente como a lâmina
membranácea da fáscia superficial na
parede abdominal e posteriormente
continua-se como tecido subcutâneo do
períneo.

SUPRIMENTO ARTERIAL DO ESCROTO


 Artérias escrotais posteriores: provenientes do ramo perineal da artéria pudenda interna, ramo da ilíaca interna.
 Artérias escrotais anteriores: provenientes dos ramos pudendos externos da artéria femoral.
 Ramos cremastéricos da artéria epigástrica inferior (artéria ilíaca externa).

DRENAGEM DO ESCROTO
 Venosa: Veias escrotais anteriores e posteriores (acompanham as artérias)
 Vasos Linfáticos: Drenam para os linfonodos inguinais superficiais

INERVAÇÃO DO ESCROTO
 Ramo genital do nervo genitofemoral: face anterolateral do escroto.
 Nervos escrotais anteriores (ramos do nervo ilioinguinal): face anterior.
 Nervos escrotais posteriores (ramos do nervo pudendo): face posterior
 Ramos perineais do Nervo Cutâneo posterior da coxa: face inferior

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

EPIDÍDIMO
Estrutura formada por circunvoluções do ducto do
epidídimo, situada na face posterior do testículo, que se
continua como ducto deferente. Está dividido em cabeça,
corpo e cauda.
 Cabeça: Porção superior formada por lóbulos que
reúnem 12 a 14 dúctulos eferentes.
 Corpo: porção média formada pelas
circunvoluções do ducto do epidídimo
 Cauda: Porção mais inferior que continua-se com
o ducto deferente.

TESTÍCULO
Órgão ovoide situado na bolsa escrotal, responsável pela produção dos espermatozoides e hormônios
masculinos. Está suspenso pelo funículo espermático. O testículo esquerdo é mais inferior.
Ele é recoberto por túnica fibrosa resistente (a túnica albugínea). Essa túnica emite septos que divide o
testículo em lóbulos, que contém os túbulos seminíferos. A espermatogênese se dá nos túbulos seminíferos, enquanto
os túbulos retos conectam os túbulos seminíferos à rede do testículo em seu mediastino. Da rede do testículo saem os
dúctulos eferentes, que passam a constituir o ducto do epidídimo, que se continua como ducto deferente (termina na
face póstero-inferior da bexiga, desembocando na próstata juntamente ao ducto da vesícula seminal, formando o ducto
ejaculatório).
O testículo é recoberto externamente pela lâmina visceral da túnica vaginal (aderida a túnica albugínea). O
seio do epidídimo é um recesso da túnica vaginal, entre o corpo do epidídimo e a face póstero-lateral do testículo.

OBS: Entre a lâmina parietal da túnica vaginal (adjacente à fáscia espermática interna) e a lâmina visceral da túnica
vaginal (aderida à túnica albugínea), tem-se a cavidade vaginal por onde percorre um líquido que permite a
movimentação do testículo.

IRRIGAÇÃO DO TESTÍCULO
É feita pelas artérias testiculares, ramos da face anterolateral da aorta abdominal, abaixo das artérias renais,
que seguem no retroperitônio para cruzar os ureteres e a. ilíaca externa.

DRENAGEM VENOSA DO TESTÍCULO


É feita por uma rede venosa que forma o plexo pampiniforme, sendo composta de 8 a 12 veias que emergem
do testículo e epidídimo, anteriormente ao ducto deferente, com função termorreguladora para manter a fertilidade dos
espermatozoides.

DRENAGEM LINFÁTICA DO TESTÍCULO


Os vasos linfáticos dos testículos drenam para os linfonodos pré-aórticos e lombares (aórticos laterais). Note que
os vasos linfáticos do escroto drenam para linfonodos inguinais superficiais e profundos. Esse plexo formará as veias
testiculares, onde a direita desemboca na VCI e a esquerda na V. Renal.

INERVAÇÃO DO TESTÍCULO
 Nervos do plexo testicular na artéria testicular
 Fibras parassimpáticas vagais
 Fibras simpáticas do segmento T7 da medula espinhal

CONSIDERAÇÕES CLÍNICAS
Varicocele: Varicocele, ou varizes do testículo, consiste na dilatação anormal das veias testiculares,
principalmente após esforço físico. Essas veias fazem parte do cordão espermático. Sua dilatação pode dificultar

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

o retorno venoso provocando disfunção testicular e piora da qualidade do sêmen. Embora seja uma das causas
da infertilidade masculina, varicocele não provoca distúrbios da potência sexual.
Hidrocele: Hidrocele é a coleção de líquido ao redor do testículo. Pode significar algum processo inflamatório,
mas comumente está associada à persistência do canal peritôneo-vaginal no homem. O líquido que aí se
acumula é o mesmo que lubrifica os intestinos dentro do peritôneo. Para ter certeza que estamos frente a uma
hidrocele, usamos uma lanterna atrás da bolsa escrotal: Se a luz atravessar com uma cor avermelhada, é
hidrocele. Se não, pode ser sangue (hematocele), pus (piocele), hérnia (ínguino-escrotal) ou tumor de testículo.
Habitualmente seu crescimento é lento e indolor, diferente das demais causas citadas, que envolvem dor,
trauma e alterações da pele da bolsa. O tratamento é cirúrgico.
Vasectomia: A vasectomia é a ligadura dos canais deferentes no homem. Ela corta apenas o canal que leva os
espermatozoides do testículo até as outras glândulas que produzem o esperma masculino. Continua a haver
ejaculação normal, apenas, agora, sem espermatozoides. É uma pequena cirurgia feita com anestesia local em
cima do escroto (saco). Não precisa de internação. É uma cirurgia de esterilização voluntária definitiva e, por
isto, o homem tem de ter certeza absoluta que nunca mais poderá ter filhos.
Criptorquirdia: termo usado para designar uma anomalia na posição do testículo que para no meio do caminho
que deveria percorrer para chegar à bolsa escrotal. Essa alteração de percurso tem importância porque, para
viabilizar a produção de espermatozoides, os testículos precisam estar um grau, um grau e meio abaixo da
temperatura corpórea. Para manter o equilíbrio térmico, o escroto é formado por várias camadas de musculatura
que o ajudam a relaxar no calor, permitindo que os testículos se afastem do corpo, ou a contrair-se no frio para
trazê-los para perto do corpo. Além disso, o cordão espermático por onde caminham as artérias que vão nutrir os
testículos e as veias que drenam o sangue, está envolto pelo músculo cremaster que também se distende no
calor e retrai-se no frio. Esse mecanismo que permite a aproximação ou o afastamento dos testículos do corpo é
crucial para manter a temperatura adequada para a produção de espermatozoides.
Hérnia Inguinal indireta (congênita): é a mais comum de todas as hérnias abdominais. Nesse caso, o órgão
herniado deixa a cavidade abdominal lateralmente aos vasos epigástricos inferiores e entra no anel inguinal
profundo, sendo revestido por um saco herniário formado por um processo vaginal persistente e todos os três
revestimentos fasciais do funículo espermático. Essa hérnia atravessa todo o canal inguinal para sair no anel
inguinal superficial. Comumente entra no escroto.
Hérnia inguinal direta (adquirida): o órgão herniado deixa a cavidade abdominal medialmente aos vasos
epigástricos inferiores, protraindo-se não pelo anel inguinal profundo, mas por uma área relativamente fraca
situada na parede posterior do canal inguinal – o trígono inguinal (limites  superolateral: A. epigástrica
inferior; medialmente: margem lateral do M. Reto do abdome; inferiormente: ligamento inguinal). A víscera
herniada é revestida por um saco herniário composto pela fáscia transversal. Não atravessa todo o canal
inguinal e emerge através ou ao redor do tendão conjuntivo para alcançar o anel inguinal superficial, ganhando
um revestimento da fáscia espermática externa. Quase nunca entra no escroto, contudo, quando o faz, passa
lateralmente ao funículo espermático.

Hérnia inguinal direta Hérnia inguinal indireta


 Atravessa a parede abdominal diretamente  Atravessa pelo anel inguinal profundo
(especificamente no trígono de Hasselbach)  Lateral aos vasos epigástricos inferiores
 Atravessa medial aos vasos epigástricos inferiores  É mais fácil de encarcerar (pois passa por
 Encarcera menos que a indireta. dentro de um anel anatômico)

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

VÍSCERAS ABDOMINAIS

As vísceras abdominais são todos aqueles órgãos localizados dentro da cavidade abdominal, ou que tenha
origem na mesma. Eles podem ser intraperitoneais (aqueles que estão envolvidos por peritônio), como o jejuno, íleo e
fígado ou retroperitoneais (primários ou secundários), como os rins e duodeno. A partir do colo transverso, podemos
dividir a cavidade peritoneal em compartimento supracólico e infracólico.

ESÔFAGO
O esôfago é um tubo muscular com diâmetro médio de 2 cm que conduz o alimento da faringe para o estomago.
Está localizado no quadrante superior esquerdo da cavidade abdominal, penetrando nesta região através do hiato
esofágico no pilar direito do diafragma (T10) e termina na cárdia (T11). Ele tem uma situação retroperitoneal.
Esse órgão atravessa o hiato esofágico elíptico no pilar muscular direito do diafragma, logo à esquerda do plano
mediano no nível da vértebra T10.
O esôfago é constituído por fibras circulares (internas) e longitudinais (externas). Em seu terço superior, ele é
formado por fibras externas estriadas e no terço inferior de fibras lisas. A sua mucosa está separada da mucosa gástrica
pela junção esofagogástrica.

IRRIGAÇÃO ARTERIAL DO ESÔFAGO ABDOMINAL


A irrigação arterial da parte abdominal do esôfago é feita pela artéria gástrica esquerda (ramo do tronco celíaco
da aorta abdominal), que fornece um pequeno ramo esofágico; e pela artéria frênica inferior esquerda.

DRENAGEM DO ESÔFAGO ABDOMINAL


A drenagem venosa é feita por tributárias da veia gástrica esquerda, que segue para a veia porta. Além delas,
o sangue é drenado para o sistema venoso sistêmico através das veias esofágicas que entram na veia ázigos.

OBS: As anastomoses porto-sistêmicas ocorrem em três pontos do corpo: no esôfago, no umbigo (veias paraumbilicais)
e na região retal.
OBS: Como drenam para os sistemas venosos porta e sistêmicos, as veias submucosas da parte abdominal do esôfago
constituem uma anastomose porto-sistêmica. Na hipertensão porta (um aumento anormal da pressão sanguínea no
sistema venoso porta), como nos casos de necrose hepática e substituição do tecido hepático por tecido fibrosado, o
sangue é incapaz de atravessar o fígado por meio da veia porta, causando uma inversão do fluxo na tributária esofágica.
Esse grande volume de sangue desviado causa dilatação significativa das veias submucosas, formando varizes
esofágicas, que podem se romper causando hemorragias graves e de difícil controle cirúrgico.
80
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

DRENAGEM LINFÁTICA DO ESÔFAGO ABDOMINAL


Os vasos linfáticos dessa porção do esôfago drenam para os linfonodos gástricos esquerdos, que por sua
vez, drenam para os linfonodos celíacos.

INERVAÇÃO DO ESÔFAGO ABDOMINAL


 Simpática: troncos
simpáticos torácicos
originados dos nervos
esplâncnicos maior e
menor e plexos que
acompanham as artérias
gástrica esquerda e frênica
inferior.
 Parassimpática: troncos
vagais anterior e posterior.

ESTÔMAGO
O estômago é a parte expandida do trato alimentar entre o esôfago e o intestino delgado. É especializado para
o acumulo de alimento ingerida, que é química e mecanicamente preparado para a digestão e passagem para o
duodeno. Com exceção da parte pilórica, que está no quadrante superior direito, o estômago está localizado no
quadrante superior esquerdo, quando apresenta um formato em “C” invertido, porém quando apresenta um formato em
“J” em indivíduos longilíneos, em que ele pode se alongar até o quadrante inferior esquerdo.
Anteriormente, o estomago se
relaciona com: parede abdominal anterior,
diafragma, margem costal esquerda e lobo
esquerdo do fígado. Posteriormente, está
relacionado com: bolsa omental, diafragma,
baço, glândula suprarrenal esquerda, parte
superior do rim esquerdo, artéria esplênica,
pâncreas, mesocólon transverso e colo
transverso.
Externamente, o estomago é configurado
pelas seguintes regiões: Cárdia (óstio
cárdico), Fundo gástrico, Corpo gástrico,
Parte pilórica (antro pilórico, canal pilórico,
piloro e óstio pilórico), Parede anterior,
Parede posterior, Curvatura maior (incisura
cárdica) e Curvatura menor (incisura angular).
Internamente, sua configuração constitui-se
em: pregas gástricas, sulco gástrico, óstio
cárdico e óstio pilórico.
O estômago apresenta três camadas
musculares: uma longitudinal (externa), uma
circular (média) e uma oblíqua (interna). Essa
camada obliqua adicional representa a
necessidade de uma camada muscular extra
para a função de propulsão e mistura
realizada por esse órgão.

IRRIGAÇÃO DO ESTÔMAGO
De um modo direto (ou indireto), o estômago é amplamente irrigado pelo tronco celíaco. Este constitui o
primeiro grande ramo da artéria aorta abdominal e dá origem a três ramos: a artéria gástrica esquerda, artéria esplênica
e a artéria hepática comum.
A artéria gástrica esquerda, ramo direto do tronco celíaco, segue ao longo da curvatura menor do estômago; a
artéria esplênica, que parte por trás do estômago para irrigar o baço, fornece as pequenas artérias gástricas curtas e à
artéria gastromental esquerda (que segue ao longo da curvatura maior do estômago); a artéria hepática comum dá
origem à artéria gastroduodenal (que desce por trás do piloro e do duodeno dá origem à artéria gastromental direita) e à
artéria gástrica direita (que segue ao longo da curvatura menor do estômago para se unir com a artéria gástrica
esquerda). Depois que artéria hepática comum dá estes dois ramos, ela se torna a artéria hepática própria e segue para
o hilo hepático.

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

Desta forma, temos:


 Artéria gástrica esquerda: primeiro ramo do tronco celíaco que segue na curvatura menor do estômago para
se anastomosar por inosculação com a A. gástrica direita
 Artéria gástrica direita: ramo da artéria hepática própria (ramo da hepática comum, oriunda do tronco celíaco).
 Artéria gastromental esquerda: ramo da artéria esplênica (ramo do tronco celíaco), que brota posteriormente
ao estômago, seguindo na curvatura maior do estômago para se anastomosar com a A. gastromental direita.
 Artéria gastromental direita: ramo da artéria gastroduodenal (que é ramo da A. hepática comum, oriunda do
tronco celíaco).
 Artérias gástricas curtas: ramos da artéria esplênica (ramo do tronco celíaco).

OBS: Algumas dessas artérias fazem anastomoses por inosculação (como também ocorre nos arcos palmares), ou seja,
“boca-a-boca”. Outros dois tipos de anastomose são aquelas transversais (como ocorre com a veia intermédia do
cotovelo) e por confluência (caso como na junção das artérias vertebrais para formar a artéria basilar).

DRENAGEM VENOSA DO ESTÔMAGO


 Veia gástrica esquerda, que drena para a veia porta hepática.
 Veia gástrica direita, que drena para a veia porta hepática.
 Veias gástricas curtas, que drenam para a veia esplênica.
 Veia gastromental esquerda, que drena para a veia esplênica.
 Veia gastromental direita, que drena para a veia mesentérica superior.

DRENAGEM LINFÁTICA DO ESTÔMAGO


Seguem as artérias gástricas.
 Vasos linfáticos Gástricos esquerdo  linfonodos celiacos
 Vasos linfáticos Gástricos direito  linfonodos celíacos
 Vasos linfáticos Gastromentais esquerdo  linfonodos esplênicos, pancreáticos e celíacos.
 Vasos linfáticos Gastromentais direitos  linfonodos celíacos.

INERVAÇÃO DO ESTÔMAGO
 Simpática: plexo celíaco, cujos ramos seguem os vasos do tronco celíaco.
 Parassimpática: Tronco vagal anterior e Tronco vagal posterior.

INTESTINO DELGADO
Porção mais longa do sistema digestório, que vai desde o estômago (piloro) até o intestino grosso (junção
ileocecal). Está dividido em: duodeno, jejuno e íleo.

DUODENO
O duodeno, primeira porção do intestino delgado, mede cerca de 25 cm (cerca de 12 polegadas, daí o nome
duodeno), sendo a menor porção deste segmento. Está situado entre o estômago (piloro) e o jejuno (flexura
duodenojejunal), atrás do peritônio, sendo em maior parte retroperitoneal. Possui um formato em C, que contorna a
cabeça do pâncreas. Está localizado no segmento entre as vértebras L1 e L3.

82
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

Mesmo tendo um
comprimento limitado, o duodeno
apresenta várias regiões
topograficamente importantes,
tais como: parte superior
(ampola), flexura superior, parte
descendente, flexura inferior,
parte horizontal, parte
ascendente, flexura
duodenojejunal.
A parte superior do
duodeno corresponde à sua
parte peritoneal. Está localizada
no quadrante superior direito,
lado direito da vértebra L1,
relacionando-se com: lobo
quadrado do fígado e vesícula
biliar (anteriormente); bolsa
omental, a. gastroduodenal, ducto
colédoco e veia porta do fígado
(posteriormente); forame omental
(superiormente); e a cabeça do
pâncreas (inferiormente).
A parte descendente do duodeno é a sua segunda porção, onde se abrem os ductos colédoco (fígado) e
pancreático maior na papila maior do duodeno e o ducto pancreático menor na papila menor do duodeno. Está
localizado no quadrante superior direito, no lado direito das vértebras L1 a L3. Relaciona-se com: fundo da vesícula
biliar, lobo direito do fígado, colo transverso e alças do intestino delgado (anteriormente); hilo do rim direito e ureter
direito (posteriormente); colo ascendente, flexura direita do colo e lobo direito do fígado (lateralmente); e cabeça do
pâncreas, ducto colédoco e ducto pancreático (medialmente).
A parte horizontal é a terceira parte do duodeno, localizada nos quadrantes superiores direito e esquerdo.
Atravessa o plano mediano anterior à vértebra L3. Relaciona-se com: raiz do mesentério do intestino delgado, vasos
mesentéricos superiores e alças do jejuno (anteriormente); ureter direito, m. psoas maior direito, veia cava inferior e parte
abdominal da aorta (posteriormente); cabeça do pâncreas (superiormente); e alças do jejuno (inferiormente).
A parte ascendente do duodeno corresponde à sua quarta porção. Está localizada no quadrante superior
esquerdo à esquerda da vértebra L3, terminando na flexura duodenojejunal. Relaciona-se com: começo da raiz do
mesentério e alças do jejuno (anteriormente); e margem esquerda da a. aorta e margem medial do m. psoas maior
esquerdo (posteriormente).

IRRIGAÇÃO DO DUODENO
As artérias do duodeno originam-se do tronco celíaco e da artéria mesentérica superior, dando origem as artérias
pancreaticoduodenais, que se localizam na curva entre o duodeno e a cabeça do pâncreas, irrigando as duas estruturas.
 Artéria pancreaticoduodenal superior, ramo da artéria gastroduodenal (ramo do tronco celíaco).
 Artéria pancreaticoduodenal inferior, ramo da artéria mesentérica superior.

DRENAGEM DO DUODENO
 Veia pancreaticoduodenal superior que drena para a veia porta do fígado.
 Veia pancreaticoduodenal inferior que desemboca na veia mesentérica superior.

DRENAGEM LINFÁTICA DO DUODENO


Os linfonodos do duodeno seguem as artérias que o nutrem.
 Linfonodos pancreaticoduodenais superiores drenam para os linfonodos celíacos.
 Linfonodos pancreaticoduodenais inferiores drenam para os linfonodos mesentéricos superiores.

INERVAÇÃO DO DUODENO
As inervações simpática e parassimpática derivam dos plexos celíaco e mesentérico superior.

JEJUNO E ÍLIO
Segunda e terceira porções do intestino delgado. São geralmente descritos em conjunto devido à dificuldade de
delimitação precisa entre estas duas partes. Apresentam um longo mesentério.
 Jejuno (menor): sua maior parte está localizada no quadrante superior esquerdo.
 Íleo (maior): a maior porção fica localizada no quadrante inferior direito.

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

OBS: A raiz do mesentério é uma longa expansão peritoneal em forma de leque, com uns 15 cm de extensão, que
sustenta o jejuno e o íleo, sendo mais largo na extremidade visceral e tendo uns 20 cm da parede até a víscera. A raiz
vai do lado esquerdo superior até o lado direito inferior passando pelas estruturas: partes ascendente e horizontal do
duodeno, parte abdominal da aorta, veia cava inferior, ureter direito, músculo psoas maior direito e vasos gonadais
direitos.

IRRIGAÇÃO DO JEJUNO E ÍLEO


As artérias para o jejuno e íleo têm origem do
lado esquerdo da artéria mesentérica superior: os
ramos que se dirigem para a esquerda são jejunais, e
os que se dirigem para o lado direito, são ileais.
 Artérias jejunais, ramos da artéria
mesentérica superior.
 Artérias ileais, ramos da artéria mesentérica
superior.
 Ramo ileal da artéria ileocólica.

DRENAGEM DO JEJUNO E ÍLEO


 Veias jejunais, que desembocam na veia
mesentérica superior.
 Veias ileais, que desembocam na veia
mesentérica superior.

DRENAGEM LINFÁTICA DO JEJUNO E ÍLEO


A linfa do jejuno e íleo drena para inúmeros
linfonodos mesentéricos, linfonodos justaintestinais, e
linfonodos ileocólicos. Os primeiros drenam para os
linfonodos mesentéricos superiores e os segundos para
os linfonodos celíacos, que por fim, desembocam na
cisterna do quilo (dilatação ou ampola do início do
ducto torácico) e daí, para o ducto torácico.

INERVAÇÃO DO JEJUNO E ÍLEO


O suprimento nervoso do jejuno e íleo tanto simpático como parassimpático provém do plexo mesentérico
superior.

INTESTINO GROSSO
O intestino grosso é a porção do tubo digestório que vai desde o final do íleo (junção ileocecal) até o ânus.
Localiza-se, de um modo geral, em torno do intestino delgado, recobrindo-o como uma moldura. É o local de absorção
de água dos resíduos indigeríveis do quimo liquido, convertendo-o em fezes semissólidas que são temporariamente
armazenadas e que se acumulam até que haja a defecação. O intestino grosso é formado pelo ceco, colo (colos
ascendente, transverso, descendente e sigmoide) e reto (que será abordado na cavidade pélvica).

CECO
É a primeira porção do intestino grosso. Consiste em uma
bolsa cega que se comunica com o íleo através da óstio ileal
medialmente e é continuo com o colo ascendente superiormente,
têm em torno de 6 a 7,5 cm. Tem tênias em sua superfície e
apresenta uma projeção, o apêndice vermiforme, com 6-10 cm
de comprimento, rico em tecido linfoide e que apresenta uma
prega de peritônio, o mesoapêndice.
O ceco está localizado no quadrante inferior direito, na
fossa ilíaca direita, a 2,5 cm do ligamento inguinal. Embora esteja
envolvido por peritônio, não apresenta um mesentério, estando um
pouco livre. Relaciona-se:
 Anterior: alças do intestino delgado, partes do omento
maior, parede abdominal na região ilíaca direita.
 Posterior: Mm. Psoas maior e ilíaco, nervo femoral, n.
cutâneo femoral lateral e apêndice vermiforme (na maioria
dos casos).
 Medial: inicio do apêndice vermiforme.
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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

OBS: O apêndice vermiforme é um divertículo intestinal cego que contém


massas de tecido linfoide. Origina-se na face póstero-medial do ceco,
inferiormente a junção ileocecal. O apêndice possui um mesentério triangular
curto, o mesoapendice, originado da face posterior do mesentério do íleo
terminal (liga o íleo ao apêndice). A posição do apêndice é variada, mas
geralmente é retrocecal. Para localizá-lo, traça-se uma linha oblíqua do umbigo
à EIAS esquerda, e outra linha a da EIAS esquerda à direita. A base do
apêndice estará localizada no ângulo entre essas duas linhas (ponto de
McBurney).
OBS²: Apendicite é a inflamação do apêndice cecal. A apendicite mais comum é a apendicite aguda, que apesar de
poder ocorrer em qualquer idade é muito mais comum na adolescência. Por possuir seu óstio no ceco, pode entrar e
ficar retido um fecalito ou coprolito (pequena pedra de fezes), ou mais raramente um pequeno parasita intestinal,
dificultando seu esvaziamento, gerando edemas. Outras causas são cálculos da vesícula biliar, ou aumento de volume
dos gânglios linfáticos locais. As bactérias que permaneceram na luz do apêndice produzem gases que ficam retidos na
cavidade, causando distensão da parede do apêndice e dor. Este aumento da pressão se dá dentro do lúmen do orgão,
gerando isquemia (déficit de oxigênio). Após várias horas de deficiência de oxigênio, a isquemia transforma-se em
necrose (morte das células), que estimula maior multiplicação das bactérias. A complicação mais comum é a perfuração
livre do orgão para a cavidade peritoneal, com extravassamento de fezes e pus para fora da alça intestinal. As bactérias
invadem o liquido peritoneal (peritonite), uma situação altamente perigosa e frequentemente mortal de forma fulminante.
Outras complicações são: a invasão do sangue com septicemia e coagulação intravascular disseminada, muitas vezes
letal; formação de abcesso bacteriano; trombose da veia porta. Os sintomas clássicos são: dor difusa contínua no
abdôme, junto do umbigo, movendo-se por vezes para o quadrante inferior direito após algumas horas (no ponto de
McBurney). Por vezes é muito moderada em intensidade; sensibilidade ao toque no ventre, por vezes com alguma
defesa dos músculos; náusea e vômito; febre baixa e fome.

Internamente, indentifica-se a abertura do íleo: o óstio ileal. No cadáver forma-se uma valva ileal com duas
pregas e seus frênulos (frênulo da valva ileal). No vivo há uma papila ileal. Identifica-se também a abertura do apêndice
vermiforme.

IRRIGAÇÃO DO CECO E APÊNDICE VERMIFORME


 Ceco: artérias cecais anterior e posterior, ramos da porção ileal da artéria ileocólica, que é ramo da artéria
mesentérica superior (ramo da face anterior da aorta abdominal).
 Apêndice vermiforme: artéria apendicular, ramo da artéria cecal posterior.

DRENAGEM VENOSA DO CECO E APÊNDICE VERMIFORME


 Ceco: veias cecais anterior e posterior, afluentes da veia ileocecal, que por sua vez drena para a veia
mesentérica superior.
 Apêndice vermiforme: veia apendicular, que drena para a veia cecal posterior.

DRENAGEM LINFÁTICA DO CECO E APÊNDICE VERMIFORME


 Ceco: linfonodos pré e retrocecais, que drenam para os linfonodos ileocólicos e daí para os linfonodos
mesentéricos superiores.
 Apêndice vermiforme: linfonodos apendiculares, drenam para os linfonodos ileocólicos e destes para os
linfonodos mesentéricos superiores.

INERVAÇÃO DO CECO A APÊNDICE VERMIFORME


 Ceco: plexo mesentérico superior (simpático e parassimpático)
 Apêndice vermiforme: plexo mesentérico superior (simpático e parassimpático)

CÓLON
O cólon (ou colo) é a segunda porção do intestino grosso. Tem em torno de 1,5 metros, apresenta externamente
tênias (mesocólica, omental, livre), saculações e apêndices omentais. Ele está dividido em: cólon ascendente, flexura
direita do cólon, cólon transverso, flexura esquerda do cólon, cólon descendente e cólon sigmoide; que sucedem uma à
outra em um arco.

OBS: Tênias são espessamentos da musculatura do intestino, que não cresce totalmente, formando as saculações.

1. CÓLON ASCENDENTE
Primeira porção do colo sendo a continuação superior do ceco. Localiza-se nos quadrantes superior e inferior
direitos. Relaciona-se com as alças do intestino delgado, omento maior e parte da parede abdominal anterior

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

(anteriormente); e com o M. ilíaco, crista ilíaca, M. quadrado do lombo, origem do M. transverso do abdome, extremidade
inferior do rim direito, Nn. Ílio-hipogástrico e ilioinguinal (posteriormente).

Irrigação do colo ascendente


 Ramo cólico da artéria ileocólica, que é ramo da artéria mesentérica superior.
 Ramos da artéria cólica direita, que é ramo das artérias mesentérica superior.
OBS: Todas essas artérias fazem anastomoses por inosculação ao longo do intestino.

Drenagem venosa do colo ascendente


 Veia ileocólica, afluente da veia mesentérica superior.
 Veia cólica direita, afluente da veia mesentérica superior.

Drenagem linfática do colo ascendente


Linfonodos paracólicos, estes drenam para os linfonodos ileocólicos e cólicos direitos, que drenam para os
linfonodos mesentéricos superiores.

Inervação do colo ascendente


Plexo mesentérico superior (simpático e parassimpático)

2. CÓLON TRANSVERSO
Segunda porção do colo, estando situado entre as flexuras direita e esquerda do colo. Forma um arco na parte
anterior da cavidade abdominal, indo muitas vezes até a parte superior da pelve. Está preso a parede posterior da
cavidade abdominal através do mesocolo tansverso. O omento maior se estende da curvatura maior do estômago até
sua tênia omental. Está localizado nos quadrantes superiores direito e esquerdo, às vezes se projeta até os quadrantes
inferiores.
Relaciona-se com o omento maior e parede abdominal anterior (anteriormente); e com a segunda porção do
duodeno, cabeça do pâncreas e alças do jejuno e íleo (posteriormente).

Irrigação do colo transverso


 Artéria cólica média, ramo da artéria mesentérica superior.
 Artéria cólica esquerda, ramo da artéria mesentérica inferior.

Drenagem venosa do colo transverso


 Veia cólica média, afluente da veia mesentérica superior.
 Veia cólica esquerda, afluente da veia mesentérica inferior.

Drenagem linfática do colo transverso


 Linfonodos paracólicos do lado direito drenam para os linfonodos cólicos direitos e estes para os linfonodos
mesentéricos superiores
 Linfonodos paracólicos do lado esquerdo drenam para os linfonodos mesentéricos inferiores.

Inervação do colo transverso


Corresponde a distribuição das artérias:
 Plexo mesentérico superior, correspondente a artéria mesentérica superior.
 Plexo mesentérico inferior, correspondente a artéria mesentérica inferior.

3. CÓLON DESCENDENTE
Terceira porção do colo, indo desde a flexura esquerda do colo até o inicio do colo sigmoide.
Relaciona-se com as alças do intestino delgado, omento maior e parede abdominal anterior (anteriormente); e
com a margem lateral do rim esquerdo, origem do M. transverso do abdome, M. quadrado do lombo, crista ilíaca, M.
ilíaco, M. psoas maior, Nn. ilio-hipogástrico, ilioinguinal, cutâneo femoral lateral e femoral (posteriormente).

Irrigação do colo descendente


 Ramos cólicos esquerdos e sigmoides da artéria mesentérica inferior.

Drenagem venosa do colo descendente


 Veias cólicas esquerdas e sigmoideas, tributárias da veia mesentérica inferior, que drena na veia esplênica, que
forma com a mesentéria superior a veia porta.

Drenagem linfática do colo descendente


 Linfonodos paracólicos que drenam para os linfonodos mesentéricos inferiores.

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

Inervação do colo descendente


 Plexo hipogástrico inferior, formado pelo plexo hipogástrico superior e ramos dos nervos parassimpáticos sacrais
(nervos esplâncnicos pélvicos S2 a S4).

4. CÓLON SIGMOIDE
Última porção do colo, está situado entre o colo descendente e o reto. Apresenta várias flexuras, sendo as vezes
confundido com o intestino delgado, porém deste se diferenciando pelas tênias e saculações. Localiza-se no quadrante
inferior esquerdo, ocupando a fossa ilíaca esquerda.

Irrigação do colo sigmoide


 Ramos sigmoides da artéria mesentérica inferior.

Drenagem venosa do colo sigmoide


 Veias sigmoideas, tributárias da veia mesentérica inferior, que por sua vez drena na veia esplênica e esta junta-
se a veia mesentérica superior para formar a veia porta.

Drenagem linfática do colo sigmoide.


 Linfonodos paracólicos que drenam para os linfonodos mesentéricos inferiores.

Inervação do colo sigmoide


 Plexo hipogástrico inferior, formado pelo plexo hipogástrico superior e ramos dos nervos parassimpáticos sacrais
(nervos esplâncnicos pélvicos S2 a S4).

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

PÂNCREAS
Segunda maior glândula do sistema digestório, apresentando uma função tanto endócrina (secreção de insulina
e glucagon) quanto exócrina (secreção do suco pancreático), com situação retroperitoneal secundária entre o duodeno
e o baço.

OBS: Órgãos peritoneais secundários são aqueles que foram órgãos peritoneais, mas com o desenvolvimento
embrionário, tornaram-se retroperitoneais, passando a ter com uma camada de peritônio à sua frente. Diferentemente
desses órgãos peritoneais secundários (como o pâncreas e baço), os retroperitoneais primários (que durante todo o
desenvolvimento embrionário, sempre mantiveram uma situação retroperitoneal) não possuem camada de peritônio à
sua frente.

O pâncreas se localiza entre dois quadrantes: sua cabeça está situada no quadrante superior direito; e seu corpo
e cauda no quadrante superior esquerdo. Ele está dividido em segmentos no sentido oblíquo da direita para a esquerda,
sendo a extremidade direita mais inferior que a esquerda, do seguinte modo: cabeça, corpo e cauda.
 Cabeça do pâncreas: É a porção mais larga do pâncreas, localizada à direita do plano mediano e dos vasos
mesentéricos superiores. Está envolvida pelo duodeno, estando a esquerda da parte descendente, mantendo
relações com as veias e artérias mesentéricas superiores. A porção da cabeça que se estende por trás dos
vasos mesentéricos superiores é denominado de processo uncinado.
 Corpo do pâncreas: Porção intermediária e mais longa do pâncreas. Localizada entre os vasos mesentéricos
superiores e o hilo renal, passando da direita para a esquerda do plano mediano.
 Cauda do pâncreas: Porção à esquerda do pâncreas, localizado à frente do hilo do baço.

O pâncreas relaciona-se com o colo transverso, inserção do mesocólon transverso, bolsa omental e estômago
(anteriormente); e com o ducto colédoco, veias porta do fígado, mesentérica superior, esplênica e cava inferior, artéria
aorta e origem da artéria mesentérica superior, rim direito (posteriormente).
Quando à sua configuração externa,
encontramos no pâncreas: face anterossuperior, face
posterior, face anteroinferior, margem superior,
margem anterior e margem inferior.

DUCTOS PANCREÁTICOS
O ducto pancreático principal desemboca na
papila duodenal maior (Papila de Water) juntamente
com o ducto colédoco. O ducto pancreático acessório
desemboca na papila duodenal menor.

IRRIGAÇÃO DO PÂNCREAS
 A. pancreática dorsal e posteriores, que são
ramos pancreáticos da artéria esplênica que,
por sua vez, é ramo do tronco celíaco.
 Artérias pancreáticoduodenais superiores
anterior e posterior, ramos da artéria
gastroduodenal, que é ramo da artéria
hepática comum (tronco celíaco).
 Artéria pancreaticoduodenal inferior, ramo da
artéria mesentérica superior.

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

DRENAGEM VENOSA DO PÂNCREAS


 Veias pancreáticas tributárias da veia esplênica.
 Veias pancreático-duodenais superior e inferior, afluentes da veia mesentérica superior.

DRENAGEM LINFÁTICA DO PÂNCREAS


 Linfonodos pancreáticos superiores e inferiores: situam-se nas margens do pâncreas e drenam para os
linfonodos esplênicos, mesentéricos e pancreáticos duodenais.
 Linfonodos pancreático-duodenais superiores e inferiores: drenam a cabeça do pâncreas para os linfonodos
hepáticos e mesentéricos superiores.

INERVAÇÃO DO PÂNCREAS
Parassimpático (troncos vagais) e simpático (nervos esplâncnicos torácicos) chegam ao pâncreas através dos
plexos: plexo celíaco e plexo mesentérico superior.

FÍGADO
Maior glândula do corpo, pesando em torno de 1,5 quilos, que está situada entre o estômago e o diafragma.
Apresenta uma coloração castanho-avermelhada, é de consistência friável, apresentando varias funções metabólicas e
produz a bile. O fígado está localizado nos quadrantes superiores direito (a maior parte) e esquerdo (menor parte).
Relaciona-se com o diafragma, margens costais
direita e esquerda, processo xifoide, parede abdominal
anterior no ângulo subcostal (anteriormente); e com o
diafragma, rim direito, flexura direita do colo, duodeno,
vesícula biliar, veia cava inferior, esôfago e fundo do
estômago (posteriormente).
O fígado apresenta uma face diafragmática e uma
face visceral. A face diafragmática do fígado é a superfície
convexa voltada para o diafragma, ela está dividida em: parte
superior, parte anterior, parte direita, parte posterior e área
nua (única porção do fígado não coberta por peritônio). A face
visceral é côncava e está direcionada inferiormente,
apresentando várias impressões viscerais: fissura do
ligamento redondo (entre lobo esquerdo e quadrado),
impressão esofágica (lobo esquerdo), impressão gástrica (lobo
esquerdo), impressão duodenal (lobo direito), impressão cólica
(lobo direito), impressão renal (lobo direito), impressão
suprarrenal (lobo direito) e fossa da vesícula biliar (entre lobo
quadrado e direito).
OBS: O fígado é o maior produtor de linfa do corpo. A área nua da face diafragmática do fígado drena sua linfa para
linfonodos torácicos, enquanto o restante da glândula coberta por peritônio, drena para o abdome.

O fígado está dividido em lobos, para efetuar a divisão do fígado utilizamos a porta do fígado, a incisura e fissura
do ligamento redondo, o ligamento venoso e a fossa da vesícula biliar: lobo direito do fígado, lobo quadrado do fígado,
lobo caudado do fígado (processo papilar e processo caudado) e lobo esquerdo do fígado.

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

LIGAMENTOS DO FÍGADO
O fígado está ligado à parede da cavidade abdominal através de cinco ligamentos formados por dobras do
peritônio:
 Ligamento triangular direito: divide-se para formar as lâminas do ligamento coronário.
 Ligamento coronário: Recebe esse nome pois circunda o fígado como uma “coroa”. Divide-se em lâminas
anterior (superior) e posterior (inferior) para demarcar a área nua do fígado. As lâminas anteriores formam o
ligamento falciforme, enquanto as lâminas posteriores formam o omento menor.
 Ligamento falciforme: remanescente do ducto venoso fetal, que desviava o sangue da veia umbilical para VCI,
evitando passar pelo fígado.
 Ligamento redondo do fígado: remanescente fibroso da veia umbilical, que conduzia sangue muito oxigenado
e rico em nutrientes da placenta para o feto.
 Ligamento triangular esquerdo: formado pelo encontro das lâminas superior e inferior do ligamento coronário
no lado esquerdo.

VIAS BILIARES DO FÍGADO


O fígado é percorrido profundamente por ductos bilíferos que vão aumentando
em tamanho à medida que se aproximam da porta do fígado. Os ductos biliares (ou
bilíferos), que se situam dentro do fígado, unem-se para formar os ductos hepáticos
direito e esquerdo, que por sua vez, unem-se para formar o ducto hepático comum.
Esse ducto hepático comum se une com o ducto cístico da vesícula biliar para formar o
ducto colédoco, que leva a bile até o duodeno.

VESÍCULA BILIAR
Órgão em formato piriforme, situado na face visceral do fígado, na fossa da
vesícula biliar (entre os lobos direito e quadrado), sendo um reservatório de bile. Está
dividida em: colo da vesícula biliar, corpo da vesícula biliar e fundo da vesícula biliar.

IRRIGAÇÃO DO FÍGADO E VESÍCULA BILIAR


 Fígado: artérias hepáticas direita e
esquerda ramos da artéria hepática
própria, que deriva do tronco celíaco, a
partir da A. hepática comum.
 Vesícula Biliar: artéria cística, ramo da
artéria hepática direita (geralmente da
esquerda).

DRENAGEM VENOSA DO FÍGADO E VESÍCULA


BILIAR
 Fígado: veias hepáticas, que
desembocam na veia cava inferior.
 Vesícula biliar: Veia cística, que
desemboca diretamente na veia porta do
fígado.

OBS: Note que a veia porta hepática não drena o fígado: ao


chegar neste órgão, ela se ramifica e leva sangue rico em
nutrientes e toxicas que devem ser metabolizados pelos
hepatócitos. O sangue que chega nesses ramos terminais da
veia porta presentes nos cantos do hexágono corre pelos
sinusoides até alcançar a veia centrolobular, localizada no
centro do hepatócito. É a reunião dessas veias que forma as
veias hepática direta e esquerda, que partem em direção da
veia cava inferior para ganhar a circulação sistêmica.

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

DRENAGEM LINFÁTICA DO FÍGADO E DA VESÍCULA BILIAR


 O fígado é o maior produtor de linfa do organismo, chegando a produzir de um terço a metade de toda a linfa
corporal. A maioria da linfa produzida pelo fígado é drenada para os linfonodos hepáticos, na porta hepática, que
drenam para os linfonodos celíacos. Os linfonodos císticos apresentam o mesmo trajeto.
 Os linfonodos da área nua drenam para os linfonodos frênicos e destes para os mediastinos posteriores.

INERVAÇÃO DO FÍGADO E VESÍCULA BILIAR


 Fígado: plexo nervoso hepático, derivado do plexo celíaco e um ramo hepático do tronco vagal anterior.
 Vesícula biliar: derivado do plexo celíaco.

BAÇO
Maior massa reunida de tecido linfoide do corpo, que
apresenta uma coloração avermelhada, situado a esquerda e
posterior ao estômago, estando recoberto pelas últimas costelas.
O baço está localizado no quadrante superior esquerdo.
Relaciona-se com o estômago, cauda do pâncreas,
flexura esquerda do colo (anteriormente); com o diafragma
(posteriormente); flexura esquerda do colo (inferiormente); e rim
esquerdo (medialmente).
O baço configura-se superficialmente pelas seguintes
estruturas: face diafragmática (convexa); face visceral (côncava,
onde está o hilo esplênico e impressões de vísceras que são
denominadas: face renal, face cólica e face gástrica); polo
anterior; polo posterior; margem superior (com incisuras, sendo
voltado para o plano anterior) e a margem inferior (sendo voltado
para o plano posterior).

IRRIGAÇÃO DO BAÇO
Artéria esplênica, ramo do tronco celíaco.

DRENAGEM VENOSA DO BAÇO


Veia esplênica, que se une à veia mesentérica superior para formar a veia porta hepática.

DRENAGEM LINFÁTICA DO BAÇO


Os linfonodos esplênicos, localizados no hilo do baço, drenam para os linfonodos pancreáticos superiores, ao
longo da artéria esplênica, e destes para os linfonodos celíacos.

INERVAÇÃO DO BAÇO
Derivado do plexo celíaco.

RIM
Órgãos pares, em número de dois, situados
retroperitonealmente, responsáveis por várias funções, como
depuração do sangue, manutenção da pressão arterial e
controle eletrolítico e acidobásico. Os rins estão localizados
nos quadrantes superiores direito (rim direito) e esquerdo (rim
esquerdo) estando este último superior ao primeiro. Ambos
estão protegidos pelas duas últimas costelas.
O rim direito relaciona-se com glândula suprarrenal,
fígado, segunda parte do duodeno, flexura direita do colo
(anteriormente); e com o diafragma, décima segunda costela,
Mm. psoas maior, quadrado do lombo e transverso do
abdome, Nn. Subcostais, ílio-hipogástrico, ilioinguinal
(posteriormente). O rim esquerdo glândula suprarrenal,
baço, estômago, pâncreas, flexura esquerda do colo e alças
do jejuno (anteriormente); e com o diafragma, décima
primeira e décima segunda costelas, Mm. psoas maior,
quadrado do lombo e transverso do abdome, Nn. Subcostais,
ílio-hipogástrico, ilioinguinal (posteriormente).
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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

Em uma visão externa, o rim tem uma forma que lembra um grão de feijão. Observamos as seguintes regiões:
margem lateral (convexa); margem medial (côncava com o hilo renal); polo superior (geralmente mais largo), polo
inferior, face anterior e face posterior (geralmente mais convexa). No hilo do rim localizam-se, anteroposteriormente, a
veia renal, artéria renal e a pelve renal mais posteriormente.
Internamente, observa-se nos rins: o córtex renal, a medula renal, as pirâmides renais (com seu ápice dotado de
papilas renais), colunas renais, seio renal, cálices renais menores, cálices renais maiores e pelve renal.

IRRIGAÇÃO DOS RINS E GLÂNDULAS SUPRARRENAIS


 Rins: artérias renais direita (rim direito) e esquerda (rim esquerdo), ramos diretos da artéria aorta.
 Glândulas suprarrenais:
o Artérias suprarrenais superiores, ramos da artéria frênica inferior.
o Artérias suprarrenais médias, ramos da artéria aorta.
o Artérias suprarrenais inferiores, ramos das artérias renais.

DRENAGEM VENOSA DOS RINS E GLÂNDULAS SUPRARRENAIS


 Rins: veias renais, afluentes da veia cava inferior.
 Glândulas suprarrenais: veia suprarrenal direita, que drena para a veia cava inferior, e a veia suprarrenal
esquerda, que drena pra a veia renal esquerda.

DRENAGEM LINFÁTICA DOS RINS E GLÂNDULAS SUPRARRENAIS


Linfa drenada para os linfonodos lombares.

INERVAÇÃO DOS RINS E GLÂNDULAS SUPRARRENAIS


 Rins: plexo renal
 Glândulas suprarrenais: plexo suprarrenal derivado do plexo celíaco.

URETERES
Longos tubos musculomembranosos que se estendem da pelve renal até a bexiga urinária, estando dividida em
porções abdominal (longa) e pélvica (curta). Os ureteres são órgãos retroperitoneais e durante seus trajetos passam
anteriores as artérias ilíacas comuns.
 São irrigados pelas artérias renais, gonadais e vesicais superiores.
 São drenados pelas veias correspondentes as artérias acima citadas.
 A drenagem linfática é feita para os linfonodos aórticos laterais e ilíacos
 A inervação é feita pelos plexos renal, testicular e hipogástrico.

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

MÓDULO: CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA DO DORSO 2017


Arlindo Ugulino Netto.
INTRODUÇÃO AO DORSO E COLUNA VERTEBRAL

O dorso compreende a face posterior do tronco, inferior ao pescoço e


superior às nádegas. As estruturas que compõem o dorso são: Pele; Tela
subcutânea; Músculos e fáscia muscular; Coluna vertebral e seus ligamentos;
Parte vertebral das costelas; Medula espinal e parte proximal dos nervos
espinais; e Vasos.
O seguinte estudo detalha a estrutura e componentes da coluna
vertebral. A coluna vertebral é uma estrutura segmentar que abrange a região
cervical, o dorso (porção torácica e lombar da coluna vertebral), o sacro e o
cóccix. É definida por uma sucessão de ossos (vértebras) no eixo supero-
inferior que suporta parte do peso corporal, protege a medula espinal e
participa no movimento do corpo e na postura, sustenta o crânio.

A coluna vertebral de um adulto é formada normalmente por 33


vertebras organizadas em cinco regiões: 7 cervicais, 12 torácicas, 5
lombares, 5 sacrais e 4 coccígeas.
Só há movimento significativo entre as 25 vértebras superiores:
das 9 vértebras inferiores, 5 vértebras sacrais estão fundidas no adulto
formando o sacro e 4 vértebras coccígeas se fundem para formar o
cóccix.
A coluna vertebral é flexível porque é formada por vértebras
relativamente pequenas, separadas por discos intervertebrais (IV)
elásticos. As 25 vértebras cervicais, torácicas, lombares e a primeira
sacral também se articulam nas articulações dos processos articulares.

CURVATURAS DA COLUNA VERTEBRAL


A coluna vertebral do adulto possui 4 curvaturas: cervical,
torácica, lombar e sacral. As curvaturas torácicas e sacral (cifoses) são
côncavas anteriormente, enquanto as curvaturas cervical e lombar
(lordoses) são côncavas posteriormente e convexas anteriormente.
As curvaturas primárias (torácica, Sacral e coccígea), com a
concavidade anterior, se desenvolvem na vida intrauterina.
As curvaturas secundárias (cervical e lombar), com a
concavidade posterior, são adquiridas em relação à postura humana ereta
com o passar dos anos.
As curvaturas proporcionam flexibilidade adicional à coluna
vertebral, aumentando ainda mais aquela proporcionada pelos discos
interverterbais. Quando a carga sustentada pela coluna vertebral é muito
aumentada, os discos IV e as curvaturas flexíveis são comprimidos. A
sustentação de peso adicional anterior ao eixo gravitacional normal do
corpo (por exemplo, mamas muito grande) também tendem a aumentar
essas curvaturas.

OBS: Curvaturas anormais na coluna:


 Cifose: curvatura acentuada da porção torácica.
 Hiperlordose: curvatura acentuada da porção lombar
e lombo-sacral.
 Escoliose: curvatura lateral anormal.

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

VÉRTEBRAS
Apresentam como característica um corpo, um arco (pedículos e lâminas) e processos.
O corpo vertebral é a parte anterior do osso, maior, aproximadamente cilíndrica, que confere resistência à
coluna e sustenta o peso do corpo.
O arco vertebral está situado
posteriormente ao corpo vertebral e consiste em
dois pedículos e uma lâmina. O arco vertebral e a
superfície posterior do corpo formam o forame
vertebral. A sucessão desses forames forma o
canal vertebral (canal medular), que contém a
medula espinal e as raízes dos nervos espinais que
dela emergem. As incisuras vertebrais são
entalhes observados em vistas laterais das
vértebras acima e abaixo de cada pedículo. Os
entalhes vertebrais superiores e inferiores de
vértebras adjacentes se unem para formar os
forames intervertebrais.
Sete processos originam-se do arco vertebral: um processo espinhoso (mediano, que se projeta
posteiormente), dois processos transversos (projetam-se posterolateralmente a partir da junção dos pedículos com a
lâmina), quatro processos articulares (dois superiores e dois inferiores, em que cada um sustentam uma face articular).

OBS: Como diferenciar as vértebras:


 As vértebras cervicais são menores formando o esqueleto ósseo do pescoço. Possui o forame transverso ou
forame do processo transverso (por onde passam as artérias vertebrais, ramos das subclávias, que sobe até a
cabeça para irrigar o encéfalo). Em C7 esses forames são menores ou inexistentes. As vértebras cervicais
possuem as características de vértebras cervicais típicas com exceção e C1 e C2.
 C1 ou Atlas é um osso em forma de anel e sustenta o crânio (Atlas, segundo a mitologia grega, foi um titã
condenado por Zeus a carregar o globo terrestre com as costas). Seus processos articulares articulam-se com
os côndilos occipitais. O atlas não possui processo espinhoso, nem corpo.
 C2 ou Axis é a mais forte vértebra cervical. Possui duas superfícies planas de articulação onde gira o Atlas. Sua
principal característica é um dente projetado para cima a partir do corpo.
 As vértebras torácicas diferem das demais por possuir faces costais para articulação com as costelas. Há uma
ou mais faces em cada lado do corpo. Nos processos transversos há faces para articulação com os tubérculos
costais. Seus processos espinhosos são longos e delgados. As vértebras de T4 a T8 são típicas. De T1 a T4
existem algumas características de vértebras cervicais. E as vértebras de T9 a T12 possuem tubérculos
semelhantes às vértebras lombares.
 As vértebras lombares têm processos espinhosos visíveis com a flexão da coluna. Possuem corpos maciços e
ausência de fóveas costais. Seus corpos têm forma de rim e seus forames vertebrais variam de ovais a
triangulares. A maior de todas as vértebras, L5 é a responsável pelo ângulo lombossacral.

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

OSSIFICAÇÃO DAS VÉRTEBRAS


 Três centros primários (infância):
o Um para o corpo (centro endocondral)
o Dois para o arco (centro pericondral)

 Cinco centros secundários (adolescência e adulto).


o Um na extremidade do processo espinhoso.
o Dois na extremidade dos processos transversos.
o Dois nas epífises anulares (placas de crescimento epifisais)

 Nove centros secundários (adolescência e adulto).


o Um no processo espinhoso.
o Dois dos processos transversos.
o Dois nas epífises anulares.
o Dois nos processos articulares superiores.
o Dois nos processos articulares inferiores.

ARTICULAÇÕES DA COLUNA VERTEBRAL


 Com o occipital (articulações atlantoccipitais).
 Entre o atlas e áxis (articulações atlantoaxiais).
 Entre os corpos vertebrais (sínfise intervertebral).
 Entre os processos articulares (articulações dos processos articulares).
 Com as costelas (articulações costovertebrais).
 Entre o sacro e o cóccix (articulação sacrococcígea).
 Com o ílio (articulações sacroilíacas).

ARTICULAÇÕES ATLANTOOCCIPITAIS
Entre as faces articulares superiores do atlas e os côndilos do occipital.
o Membrana atlantoccipital anterior
o Ligamento atlantoccipital anterior
o Membrana atlantoccipital posterior
o Ligamento atlantoccipital posterior

ARTICULAÇÕES ATLANTOAXIAIS
Entre as faces articulares inferiores do atlas e os processos
superiores do áxis (atlantoaxiais laterias) e entre a fóvea para o dente
do áxis (no atlas) com o dente do áxis (atlantoaxial mediana).
o Ligamentos alares.
o Ligamento do dente do áxis.
o Ligamento cruciforme do atlas.
 Fascículo longitudinal.
 Fascículo transverso do atlas.
 Membrana tectórica.

SÍNFISE INTERVERTEBRAL
Entre os corpos vertebrais adjacentes, formada pelo disco intervertebral.
 Anel fibroso (conexão anular
fibrosa que consiste em fibras
oblíquas, em direções
alternadas, e cartilagem).
 Núcleo pulposo (massa gelatinosa,
semilíquida, que forma o centro
do cisco intervertebral).

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

ARTICULAÇÕES ENTRE OS PROCESSOS ARTICULARES


Entre as facetas dos processos articulares adjacentes, permitem o movimento de translação.

ARTICULAÇÕES COSTOVERTEBRAIS
 Articulação da cabeça da costela (entre os corpos vertebrais e as cabeças das costelas)
 Ligamento radiado da cabeça da costela.
 Ligamento intra-articular da cabeça da costela.

 Articulação costotransversa (entre o tubérculo da costela e o processo transverso da vértebra).


 Ligamento costotransversário.
 Ligamento costotransversário superior.
 Ligamento costotransversário lateral: forame costotrasnversário.

ARTICULAÇÃO SACROCOCCÍGEA
Entre o sacro e o cóccix (muitas vezes ocorre uma sincondrose, ou seja, uma fusão, entre estas duas portes).
 Ligamento sacrococcígeo posterior superficial.
 Ligamento sacrococcígeo posterior profundo.
 Ligamento sacrococcígeo anterior.
 Ligamento sacrococcígeo lateral.

ARTICULAÇÕES SACROILÍACAS
Entre as faces auriculares das asas do sacro e as faces auriculares das asas dos ílios.
 Ligamento sacroíliaco anterior.
 Ligamento sacroíliaco interósseo.
 Ligamento sacroíliaco posterior.

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OUTROS LIGAMENTOS DA COLUNA VERTEBRAL


 Ligamento longitudinal anterior.
 Ligamento longitudinal posterior.
 Ligamento nucal.
 Ligamentos intertransversários.
 Ligamentos interespinais.
 Ligamentos supraespinais.
 Ligamentos amarelos.

A anestesia subaracnóidea (ou “raquianestesia”) consiste na


introdução do anestésico no espaço subaracnóideo
(compreendido entre a meninge aracnoide-máter e pia-
máter, atingindo o líquido cérebro-espinhal ou líquor), com a
finalidade de conseguir bloqueio nervoso reversível das
raízes anteriores e posteriores, dos gânglios das raízes
posteriores e de parte da medula espinhal, resultando em
perda da atividade autonômica, sensitiva e motora na parte
inferior do corpo. A depender do acesso escolhido pelo
anestesista, a agulha da raquianestesia pode ultrapassar as
seguintes estruturas:
 Acesso mediano: pele  TC subcutâneo  lig. Supraespinhal  lig. Interespinhal  lig. Amarelo (primeira
resistência)  Espaço epidural (local de anestesia epidural)  Dura-máter (segunda resistência)  espaço
sub-dural  Aracnoide  Espaço subaracnoide (local da aplicação).
 Acesso para-mediano: pele  TC subcutâneo  Mm. do dorso  lig. Amarelo (primeira resistência) 
Espaço epidural (local de anestesia epidural)  Dura-máter (segunda resistência)  espaço sub-dural 
Aracnoide  Espaço subaracnoide (local da aplicação).

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

MÚSCULOS DO DORSO

A maior parte do peso do corpo situa-se anterior à coluna vertebral, principalmente em pessoas obesas.
Consequentemente, os numerosos músculos fortes fixados aos processos espinhosos e transversos são necessários
para sustentar a coluna vertebral.
Os músculos do dorso podem ser divididos em músculos dorsais (que não apresentam inervação dos ramos
posteriores dos nervos espinais) e os músculos próprios do dorso (aqueles que têm inervação feita pelos ramos
posteriores dos nervos espinais). Para estudo anatômico, dividiremos os músculos do dorso em dois grupos: os
músculos extrínsecos do dorso (que produzem e controlam os movimentos dos membros – músculos superficiais – e
respiratórios – músculos intermédios); e músculos intrínsecos do dorso (incluem músculos que atuam
especificamente sobre a coluna vertebral, produzindo seus movimentos e mantendo a postura).

MÚSCULOS EXTRÍNSECOS DO DORSO


Os músculos extrínsecos superficiais do dorso (trapézio, latíssimo do dorso, levantador da escápula e
romboides) unem os membros superiores ao tronco e produzem e controlam os movimentos dos membros (Mm.
toracoapendiculares). Embora estejam localizados na região do dorso, a maioria deles recebem inervação dos ramos
anteriores dos nervos cervicais e atua no membro superior.
Os músculos extrínsecos intermediários do dorso (serrátil posterior) são músculos finos, comumente
designados músculos respiratórios superficiais.

1. Músculo Trapézio: Grande músculo tronco-cingular.


 Origem: Processos espinhosos das vértebras T1-T12 e C1, Ligamento nucal, Protuberância occipital
externa, Linha nucal superior.
 Inserção: espinha da escápula, acrômio e clavícula.
 Ação: girar, elevar, abaixar e aduzir a escápula; além de girar a cabeça.
 Inervação: nervo acessório

2. Músculo Latíssimo do Dorso: Grande músculo tóraco-apendicular de formato triangular


 Origem: Processos espinhosos de T7 a L5, Sacro, Crista ilíaca, Costelas 9 a 12
 Inserção: crista do tubérculo menor do úmero
 Ação: adução e rotação medial do braço
 Inervação: nervo toracodorsal (fascículo posterior do plexo braquial).

3. Músculo Romboide Maior: Delgado músculo localizado profundamente ao músculo trapézio


 Origem: Processos espinhosos de T1 a T4.
 Inserção: Margem medial da escápula.
 Ação: movimentar a escápula medialmente.
 Inervação: nervo dorsal da escápula (C4 e C5).

4. Músculo Romboide Menor: Pequeno músculo acima do m. romboide maior


 Origem: Processos espinhosos de C6 e C7.
 Inserção: Margem medial da escápula, acima da espinha.
 Ação: movimentar a escápula para cima e medialmente.
 Inervação: nervo dorsal da escápula.

5. Músculo Levantador da Escápula: Músculo relativamente robusto que está localizado acima do m.
romboide menor
 Origem: Tubérculo posterior dos processos transversos de C1 a C4.
 Inserção: Ângulo superior da escápula.
 Ação: elevar o ângulo superior da escápula e gira o pescoço.
 Inervação: nervo dorsal da escápula e plexo cervical.

6. Músculo Serrátil Posterior Superior: Pequeno músculo situado profundamente aos músculos romboides
 Origem: Processos espinhosos de C6 a T2
 Inserção: Segunda a quinta costelas
 Ação: elevar as costelas na inspiração.
 Inervação: nervos intercostais.
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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

7. Músculo Serrátil Posterior Inferior: Músculo delgado situado profundamente ao m. latíssimo do dorso.
 Origem: Processos espinhosos de T11 a L2.
 Inserção: Quatro costelas inferiores.
 Ação: retroversão das quatro costelas inferiores.
 Inervação: nervos intercostais.

MÚSCULOS INTRÍNSECOS DO DORSO


Os músculos intrínsecos do dorso (músculos próprios do dorso) são músculos profundos inervados pelos ramos
posteriores dos nervos espinais e mantêm a postura e controlam os movimentos da coluna vertebral. Esses músculos,
que se estendem da pelve até o crânio, são revestidos por fáscia muscular que se fixa medialmente ao ligamento nucal,
às extremidades dos processos espinhosos das vértebras, ao ligamento supra-espinal e à crista mediana do sacro. A
fáscia fixa-se lateralmente aos processos transversos cervicais e lombares aos ângulos das costelas.

CAMADA SUPERFICIAL DOS MÚSCULOS INTRÍNSECOS DO DORSO


Os músculos esplênios (do latim, compressa) são espessos e planos s situam-se nas faces lateral e posterior do
pescoço, cobrindo os músculos verticais como bandagem, o que explica seu nome.
1. Músculo Esplênio da Cabeça: Está em parte recoberto pelo m. trapézio e em parte forma o assoalho do
trígono occipital do pescoço.
 Origem: Processos espinhosos de C4 a T3.
 Inserção: Metade lateral da linha nucal superior, processo mastoide.
 Ação: extensão da coluna cervical e rotação da cabeça.
 Inervação: ramos posteriores dos nervos espinais.

2. Músculo Esplênio do Pescoço: Músculo profundo ao M. trapézio.


 Origem: Processos espinhosos de T3 a T5.
 Inserção: Tubérculo posterior dos processos transversos de C1 e C2.
 Ação: extensão da coluna cervical e rotação da cabeça.
 Inervação: ramos posteriores dos nervos espinais.

CAMADA INTERMÉDIA DOS MÚSCULOS INTRÍNSECOS DO DORSO


Os músculos eretores da espinha situam-se em um “sulco” de cada lado da coluna vertebral, entre os processos
espinhosos centralmente e os ângulos das costelas lateralmente. O grande músculo eretor da espinha é o principal
extensor da coluna vertebral e é dividido em três colunas por três músculos: o M. Iliocostal (coluna lateral, formado por
três músculos: M. iliocostal do lombo, parte lombar; M. iliocostal do lombo, parte torácica; M. iliocostal do pescoço), o M.
Longuíssimo (coluna intermédia, formado por três músculos: M. longuíssimo do tórax; M. longuíssimo do pescoço; M.
longuíssimo da cabeça) e o M. Espinal (coluna medial, formado por três músculos: M. espinal do tórax; M. espinal do
pescoço; M. espinal da cabeça).

3. Músculo Longuíssimo do Tórax: Porção intermédia do músculo eretor da espinha


 Origem: Crista ilíaca, Processos espinhosos de L1 a S4, Processos mamilares de L1 e L2, Processos
transversos de T7 a T12.
 Inserção: Processos costais e acessórios lombares, Ângulos das 11 vértebras inferiores, Todos os
processos transversos torácicos.
 Ação: flexão lateral e extensão da coluna vertebral.
 Inervação: ramos posteriores dos nervos espinais.

4. Músculo Longuíssimo do Pescoço: Continuação cervical do m. longuíssimo do tórax, situado entre os


Mm. iliocostal do lombo e longuíssimo da cabeça
 Origem: Processos transversos de T1 a T6.
 Inserção: Processos transversos de C2 a C7.
 Ação: flexão lateral e extensão da coluna vertebral.
 Inervação: ramos posteriores dos nervos espinais.

5. Músculo Longuíssimo da Cabeça: Situa-se entre os músculos longuíssimo do pescoço e semi-espinal da


cabeça
 Origem: Processos transversos de C3 a T3.
 Inserção: Processo mastoide.
 Ação: flexão lateral e extensão da coluna vertebral.
 Inervação: ramos posteriores dos nervos espinais.
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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

6. Músculo Iliocostal do Lombo – Parte Lombar: Porção lateral do m. eretor da espinha.


 Origem: Crista ilíaca.
 Inserção: Ângulo das costelas 5 a 12.
 Ação: flexão lateral e extensão da coluna vertebral.
 Inervação: ramos posteriores dos nervos espinais.

7. Músculo Iliocostal do Lombo – Parte Torácica: Continuação torácica do músculo iliocostal.


 Origem: Lados mediais dos ângulos das 6 costelas inferiores.
 Inserção: Ângulo das 6 costelas superiores.
 Ação: flexão lateral e extensão da coluna vertebral.
 Inervação: ramos posteriores dos nervos espinais.

8. Músculo Iliocostal do Pescoço: Continuação superior do iliocostal, situado lateral ao longuíssimo do


pescoço.
 Origem: Medial ao ângulo das costelas 3 a 7.
 Inserção: Tubérculos posteriores de C3 a C6.
 Ação: flexão lateral e extensão da coluna vertebral.
 Inervação: ramos posteriores dos nervos espinais.

9. Músculo Espinal do Tórax: Porção medial do m. eretor da espinha.


 Origem: Processos transversos de T11 a L2.
 Inserção: Processos espinhosos de T2 a T11.
 Ação: flexão lateral e extensão da coluna vertebral.
 Inervação: ramos posteriores dos nervos espinais.

10. Músculo Espinal do Pescoço: Segmento superior do m. espinal, situado medial ao m. semiespinal da
cabeça.
 Origem: Processos transversos de C6 a T2.
 Inserção: Processos espinhosos de C2 a C4.
 Ação: flexão lateral e extensão da coluna vertebral.
 Inervação: ramos posteriores dos nervos espinais.

11. Músculo Espinal da Cabeça: Parte inconstante do músculo semi-espinal da cabeça com origens adicionais
a partir dos processos espinhosos torácico superior e cervical inferior.

CAMADA PROFUNDA DOS MÚSCULOS INTRÍNSECOS DO DORSO


Profundamente ao eretor da espinha, há um grupo oblíquo de músculos muito mais curtos denominados grupo
de músculos transveroepinais que consistem nos músculos semi-espinais, multífidos e rotadores. Esses músculos
originam-se dos processos transversos das vértebras e seguem até os processos espinhosos de vértebras mais
superiores. Eles ocupam o “sulco” entre os processos transversos e espinhosos e estão fixados a esses processos, às
lâminas entre eles e aos ligamentos que os unem.

12. Músculo Semi-espinal do Tórax: Situado profundamente ao m. eretor da espinha. Suas fibras sempre
saltam cinco a sete vértebras.
 Origem: Processos transversos da 11ª (12ª) a 7ª (6ª) vértebra torácica.
 Inserção: Proc. espinhoso da 3ª (4ª) vértebra torácica até a 6ª vértebra cervical
 Ação: rotação da coluna vertebral para o lado oposto, agindo em ambos os lados determina a extensão.
 Inervação: ramos posteriores dos nervos espinais.

13. Músculo Semi-espinal do Pescoço: Profundamente ao espinal do tórax.


 Origem: Processos transversos da 6ª (7ª) vértebra torácica até a 7ª vértebra cervical.
 Inserção: Proc. espinhoso da 6ª a 3ª vértebras cervicais.
 Ação: dorsiflexão.
 Inervação: Ramos posteriores dos nervos espinais.

14. Músculo Semi Espinal da Cabeça: Grande músculo ao lado do ligamento nucal.
 Origem: Processos transversos da 7ª (8ª) vértebra torácica até a 3ª vértebra cervical.
 Inserção: Escama do occipital, entre a linha nucal suprema e a linha nucal superior, na região medial.
 Ação: Atua na dorsiflexão e rotação da cabeça, dependendo da posição inicial.

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

 Inervação: ramos posteriores dos nervos espinais.

15. Músculo Levantadores das Costelas: Está composto pelos músculos levantadores da costelas longos e
curtos. Os longos passam sobre uma costela, já os curtos elevam a costela imediatamente inferior.
 Origem: Processos transversos da 11ªvértebra torácica até a 7ª vértebra cervical.
 Inserção: 12ª a 1ª costela, lateral ao ângulo das costelas.
 Ação: elevar as costelas, flexão lateral e rotação da coluna vertebral.
 Inervação: ramos posteriores do n. cervical C8 dos Nn. torácicos T1 a T10

16. Músculos Rotadores: Os músculos rotadores estão divididos em rotadores do pescoço, do tórax e do
lombo (inconstante), que podem ser curtos, quando se inserem na vértebra logo inferior, ou longo, quando
salta uma vértebra.
 Origem: Processos Mamilares das vértebras lombares, processos. transversos das vértebras torácicas
e processos articulares inferiores da vértebra cervical.
 Inserção: Raiz do processo espinhoso da 3ª a 1ª vértebra lombar, 12ª a 1ª vértebra torácica e 7ª a 2ª
vértebra cervical.
 Ação: flexão lateral segmentar quando age unilateralmente e extensão segmentar quando age
bilateralmente.
 Inervação: ramos posteriores dos Nn. Espinais.

17. Músculos Multífidos: Saltam sempre duas vértebras e são bastantes fortes na região lombar.
 Origem: Face dorsal do sacro, lig. sacroilíaco posterior, porção dorsal da crista ilíaca, procc. Mamilares
das vértebras lombares, procc. transversos das vértebras torácicas, e procc. articulares inferiores da 7ª a
4ª vértebra cervical.
 Inserção: Proc. Espinhoso da 5ª a 1ª vértebra lombar, 12ª a 1ª vértebra torácica e 7ª a 2ª vértebra
cervical.
 Inervação: ramos posteriores dos Nn. Espinais.

18. Músculos Intertransversais: Os músculos intertransversais estão denominados de acordo com a região em
que se situam (lateral do lombo, mediais do lombo, do tórax, posteriores do pescoço e anteriores do
pescoço).
 Origem: Tuberosidade ilíaca, proc. costais e acessório da 5ª a 1ª vértebra lombar, processo transverso
da12ª a 10 ª vértebra torácica, tubérculos anteriores e posteriores das vértebras cervicais 6ª a 1ª.
 Inserção: Proc. costal da 5ª a 1ª vértebras lombares, tuberosidade ilíaca, proc. mamilar da 5ª a 2ª
vértebra lombar, proc. transverso da 11ª vértebra torácica, tubérculos anteriores e posteriores das
vértebras cervicais 7ª a 2ª.
 Ação: flexão lateral em ação unilateral e extensão da coluna vertebral em ação bilateral.
 Inervação: ramos posteriores dos Nn. espinais.

19. Músculo Interespinais: Os músculos interespinais estão denominados de acordo com a região em que se
situam (do lombo, do tórax e do pescoço).
 Origem: Proc. espinhoso da 5ª a 1ª vértebra lombar, proc. espinhoso da 11ª a 2ª (1ª) vértebra torácica
e proc. espinhoso da 7ª a 3ª vértebra cervical.
 Inserção: Margem superior da crista mediana do sacro, Proc. Espinhoso da 5ª e 2ª vértebra lombar,
Proc. Espinhoso da 12ª a 3ª vértebra torácica, Proc. Espinhoso da 1ª vértebra torácica a 3ª vértebra
cervical.
 Ação: extensão segmentar da coluna vertebral.
 Inervação: ramos posteriores dos Nn. espinais.

20. Músculo Reto Posterior Maior da Cabeça: Pequeno músculo que compõe a musculatura autoctone da
nuca.
 Origem: Proc. espinhoso do áxis.
 Inserção: Terço médio da linha nucal inferior.
 Ação: vira e inclina a cabeça para o lado ipsilateral; bilateralmente faz a extensão da cabeça
 Inervação: N. suboccipital (ramo posterior do N. cervical C1).

21. Músculo Reto Posterior Menor da Cabeça: Músculo menor que o anterior e medial ao mesmo, que
compõe também a musculatura autoctone da nuca.
 Origem: Tubérculo posterior do atlas.
 Inserção: Terço médio da linha nucal inferior.
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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2017 ● CAC – ANATOMIA TOPOGRÁFICA II

 Ação: vira e inclina a cabeça para o lado ipsilateral; bilateralmente faz a extensão da cabeça.
 Inervação: N. suboccipital (ramo posterior do N. cervical C1).

22. Músculo Oblíquo Superior da Cabeça: Músculo autoctone da nuca


 Origem: Tubérculo posterior do proc. transverso do atlas.
 Inserção: Terço lateral da linha nucal inferior.
 Ação: vira e inclina a cabeça para o lado ipsilateral; bilateralmente faz a extensão da cabeça.
 Inervação: N. suboccipital (ramo posterior do N. cervical C1).

23. Músculo Oblíquo Inferior da Cabeça: Músculo autoctone da nuca.


 Origem: Proc. espinhoso do áxis.
 Inserção: Margem posterior do proc. transverso do atlas.
 Ação: vira e inclina a cabeça para o lado ipsilateral; bilateralmente faz a extensão da cabeça.
 Inervação: N. suboccipital (ramo posterior do N. cervical C1).

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