Anafilaxia SBP

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Nº 6,

Departamento Científico de Alergia (2019-2021) • Sociedade 31 de Maio


Brasileira de 2021
de Pediatria

Guia Prático de Atualização


Departamento Científico de Alergia
(2019-2021)

Anafilaxia:
atualização 2021

Departamento Científico de Alergia


Presidente: Herberto José Chong Neto
Secretário: Gustavo Falbo Wandalsen
Conselho Científico: Adriana Azoubel Antunes, Antônio Carlos Pastorino, Arnaldo Carlos Porto Neto,
Fábio Chigres Kuschnir, Marisa Lages Ribeiro, Ronney Mendes
Colaboradores: Dirceu Solé, Emanuel Sávio Sarinho

A verdadeira incidência de anafilaxia é des-


O que é Anafilaxia? conhecida. Espera-se que com a inserção da
seção “Condições alérgicas e de hipersensibi-
A anafilaxia é definida como uma reação mul- lidade” na nova Classificação Internacional de
tissistêmica grave de início agudo e potencial- Doenças (CID-11), a entrar em vigor a partir de
mente fatal, em que alguns ou todos os seguin- janeiro de 2022, ocorra maior precisão na qua-
tes sinais e sintomas podem estar presentes: lidade dos dados estatísticos oficiais. Apesar
urticária, angioedema, comprometimento respi- disso, publicações recentes relatam o aumento
ratório e gastrintestinal e/ou hipotensão arterial. da incidência de anafilaxia em diferentes países
A ocorrência de dois ou mais destes sintomas como a Austrália, Reino Unido e Estados Unidos
imediatamente após a exposição ao alérgeno da América, principalmente nas faixas etárias
suspeito alerta para o diagnóstico e tratamento mais jovens sendo os medicamentos e alimentos
imediato. A ausência de critérios mais abran- os principais desencadeantes apontados. Algu-
gentes leva à sua subnotificação, subdiagnósti- mas considerações merecem destaque:
co e possíveis erros ou retardo na instituição da • Em relação aos alimentos, os diferentes fato-
terapêutica adequada. O termo ANAFILAXIA deve res culturais e socioeconômicos de cada país
ser utilizado na descrição tanto de casos mais (ex: tipo de dieta), ou mesmo entre regiões de
graves acompanhados de choque (colapso car- um mesmo país, podem influenciar a exposi-
diovascular), quanto dos casos mais leves. ção ao alimento envolvido na reação;

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Anafilaxia: atualização 2021

• Entre os medicamentos, aqueles de uso mais fre- zação de contrastes não-iônicos de baixa os-
quente, como os antibióticos, especialmente os molaridade;
beta-lactâmicos, e os anti-inflamatórios não hor- • O exercício físico, isoladamente ou associado
monais (AINH) são as classes mais envolvidas; a alimentos (camarão, maçã, aipo e trigo) tem
• A frequência de anafilaxia ao látex vem au- sido relatado como causa de anafilaxia;
mentando e deve-se ter atenção especial para • No Brasil, inquérito direcionado a alergologis-
grupos de risco como os profissionais de saúde tas apontou como principais agentes causais
e pacientes com espinha bífida, e para possí- de anafilaxia os medicamentos (AINH, antibió-
veis reações cruzadas com frutas como banana, ticos) seguido dos alimentos (leite de vaca e
abacate, kiwi, mamão e outros alimentos como clara de ovo entre lactentes e pré-escolares,
o aipim e o inhame; crustáceos entre crianças maiores, adolescen-
• O látex é a segunda maior causa de anafilaxia tes e adultos) e picadas de insetos (formigas
perioperatória sendo superado apenas pelos de fogo, abelhas e vespas). Em cerca de 10%
relaxantes musculares neste contexto clíni- dos casos não houve identificação do agente
co. Além destes agentes causais, antibióticos, etiológico (anafilaxia idiopática).
AINH e outras drogas e/ou substâncias como
coloides e opiáceos podem estar envolvidos
na anafilaxia perioperatória; Como fazer o diagnóstico?
• Cerca de 2% dos indivíduos que recebem ra-
diocontrastes iônicos de alta osmolaridade Recentemente a World Allergy Organization
podem experimentar algum tipo de reação (WAO) definiu novos critérios clínicos relaciona-
adversa. Embora a maioria destas reações seja dos à alta probabilidade diagnóstica de anafila-
leve, podem ocorrer reações fatais. Estas rea- xia em pacientes adultos e pediátricos conforme
ções são muito menos frequentes com a utili- descrito no Quadro 1.

Quadro 1. Novos critérios para o diagnóstico de anafilaxia – World Allergy Organization

A anafilaxia é altamente provável quando qualquer um dos dois critérios a seguir são atendidos:
1. Início agudo de uma doença (minutos a algumas horas) com envolvimento simultâneo da pele, do
tecido mucoso ou de ambos (por exemplo, urticária generalizada, prurido ou rubor, inchaço dos
lábios-língua-úvula)
E pelo menos um dos seguintes:
a. Comprometimento respiratório (por exemplo, dispneia, broncoespasmo, estridor, PFE reduzido,
hipoxemia),
b. PA reduzida ou sintomas associados de disfunção de órgão-alvo (por exemplo, hipotonia
[colapso], síncope, incontinência)
c. Sintomas gastrintestinais graves (por exemplo, cólicas abdominais intensas, vômitos repetitivos),
especialmente após a exposição a alérgenos não alimentares
2. Início agudo de hipotensão ou broncoespasmo ou envolvimento laríngeo após exposição a um
alérgeno conhecido ou altamente provável para aquele paciente (minutos a algumas horas), mesmo
na ausência de envolvimento cutâneo típico.

PFE, pico de fluxo expiratório; PA, pressão arterial. a. Hipotensão definida como uma diminuição na PA sistólica superior a 30% da linha de base
daquela pessoa, OU i. Bebês e crianças menores de 10 anos: PA sistólica menor que (70 mmHg + [2 x idade em anos]) ii. Adultos e crianças com
mais de 10 anos: PA sistólica menor que <90 mmHg. b. Excluindo sintomas respiratórios inferiores desencadeados por alérgenos inalantes
comuns ou alérgenos alimentares percebidos como causadores de reações “inalatórias” na ausência de ingestão. c. Os sintomas laríngeos
incluem: estridor, alterações vocais, odinofagia. d. Um alérgeno é uma substância (geralmente uma proteína) capaz de desencadear uma resposta
imunológica que pode resultar em uma reação alérgica. A maioria dos alérgenos age por meio de uma via mediada por IgE, mas alguns gatilhos
não alérgenos podem agir independentemente da IgE (por exemplo, por meio da ativação direta de mastócitos). Adaptado de Cardona V, et al8.

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O espectro das manifestações clínicas com- ao agente causal. É importante ressaltar que rea-
preende desde reações leves até graves e fatais. ções bifásicas podem ocorrer de 8 a 12 horas em
O início geralmente é súbito, podendo atingir até 10% dos casos. Os principais sintomas e sua
vários órgãos. Os sintomas iniciais ocorrem em ordem de frequência são descritos no quadro a
segundos/minutos até horas após a exposição seguir (Quadro 2)

Quadro 2. Principais sinais e sintomas de anafilaxia (N=1784)4

Sinais/sintomas Frequência (%)

Cutâneos 90
Urticária e angioedema (mais comumente em lábios e olhos) 85-90
Erupção cutânea (rash, eritema) 45-55
Prurido sem rash 2-5

Respiratórios 40-60
Dispneia, sibilos, tosse* 45-50
Edema de laringe (edema de glote) 50-60
Espirros, coriza, obstrução, prurido nasal e/ou ocular acompanhados 15-20
ou não de hiperemia conjuntival e lacrimejamento.)
*Tosse e rouquidão podem preceder a obstrução das vias aéreas

Cardiovascular 30-35
Taquicardia, tontura, síncope, dor precordial, hipotensão arterial, choque

Digestórios 25-30
Náuseas, vômitos, diarreia, cólicas

Miscelânea
Cefaleia 5-8
Convulsão 1-2
Outros: incontinência urinária, cólicas uterinas, gosto metálico, sensação
de morte iminente, desorientação.

O diagnóstico de anafilaxia é eminentemen- laxia. Para confirmação da etiologia são necessá-


te clínico. A anamnese deve ser detalhada e os rios exames complementares, porém nesta situ-
seguintes aspectos devem constar da mesma: ação emergencial, a dosagem de imunoglobulina
agente suspeito, via de administração, dose, E (IgE) sérica específica no momento da reação
sequência de sintomas, tempo para início dos pode ser negativa, por esta razão deve ser reali-
mesmos, tratamento anteriormente aplicado na zada posteriormente e é útil para a educação do
mesma situação clínica, outros fatores associa- paciente e a instituição de medidas terapêuticas.
dos como exercício e/ou uso de medicamentos.
Embora ainda seja pouco utilizada na prática O diagnóstico diferencial de anafilaxia deve
clínica, a dosagem de triptase plasmática, pode ser feito com a reação vasovagal que é a causa
auxiliar na confirmação do diagnóstico de anafi- mais frequente de confusão e caracteriza-se por

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Anafilaxia: atualização 2021

sudorese, náusea, hipotensão, bradicardia (na tre outros e com liberação imediata de histamina
anafilaxia temos taquicardia, ocorrendo bradi- e outros mediadores de mastócitos e basófilos.
cardia apenas em situações pré falência cardio-
Entretanto, outros mecanismos imunológi-
-respiratória) e ausência de sintomas cutâneos
cos podem ocorrer, como no caso de reações por
como urticária/angioedema. Outras doenças me-
imunocomplexos circulantes a produtos biológi-
nos frequentes que merecem atenção quanto ao
cos. Raramente pode ser ocasionada por meca-
diagnóstico diferencial são: mastocitose sistê-
nismos não imunológicos, sendo o mais comum
mica, angioedema hereditário; feocromocitoma,
a ativação direta de mastócitos. Podem estar
síndrome carcinoide, disfunção de cordas vocais
envolvidos também os componentes do sistema
e escromboidismo.
complemento, mediadores do ácido araquidôni-
co como leucotrienos e prostaglandinas, cininas,
fatores da coagulação e da fibrinólise. Em mui-
tas ocasiões o fator etiológico é desconhecido,
Por que ocorre a anafilaxia?
sendo estes casos designados como “Anafilaxia
idiopática”. A terminologia utilizada atualmente
Na maioria das vezes, a anafilaxia é desen- para a classificação de anafilaxia leva em con-
cadeada por mecanismo imunologicamente me- ta os mecanismos fisiopatológicos subjacentes
diado por IgE contra diferentes antígenos como: (Figura 1). Independente do fator etiológico, o
alimentos, medicamentos, veneno de insetos hi- quadro clínico e mediadores químicos envolvi-
menópteros (abelhas, vespas, formigas), látex, en- dos são similares.

Figura 1. Classificação da anafilaxia de acordo com seus mecanismos fisiopatológicos1

ANAFILAXIA
CLASSIFICAÇÃO

Alérgica (Imunológica) Idiopática Não Alérgica (Não Imunológica)

IgE Mediada Não IgE Mediada Agentes físicos Outras drogas:


Alimentos, Derivados do (ex: frio) anti-inflamatórios
venenos de insetos, sangue, Exercício físico não hormonais
látex, drogas agregados imunes (AINH) opiáceos,
(ex.: beta-lactâmicos) radiocontrastes

a oxigenação. Quatro aspectos são fundamen-


Como é o tratamento tais no tratamento:
adequado da anafilaxia?
1. Adminstração rápida de adrenalina
2. Decúbito dorsal com membros inferiores ele-
Por ser uma emergência médica, a anafilaxia vados
requer o pronto reconhecimento do quadro clí-
3. Suplementação de O2 se SatO2 ≤95%
nico a fim de se preservar a permeabilidade das
vias respiratórias, manter a pressão sanguínea e 4. Manutenção adequada da volemia

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O efeito α-adrenérgico da adrenalina rever- mastócitos e basófilos. Em função de sua ampla


te a vasodilatação periférica, diminui o edema atuação sobre os mecanismos fisiopatológicos
da mucosa, a obstrução das vias aéreas supe- da anafilaxia, a adrenalina é considerada a dro-
riores, bem como a hipotensão, além de redu- ga de primeira linha para seu tratamento, e sua
zir os sintomas de urticária / angioedema. Suas prescrição precoce é essencial para reversão do
propriedades β-adrenérgicas aumentam a con- quadro e salvar a vida do paciente.
tratilidade do miocárdio, o débito cardíaco e o
fluxo coronariano. Além disso, causa broncodi- No Quadro 3 são descritos os principais agen-
latação e suprime a liberação de mediadores de tes utilizados no tratamento agudo da anafilaxia.

Quadro 3. Principais agentes terapêuticos no tratamento da anafilaxia4

Manter sinais Checar: • Manter posição adequada


vitais A (vias aéreas), B (respiração), (decúbito dorsal com MMII elevados).
C (circulação) e M (mente - sensório)
• Levantar-se ou sentar-se subitamente
estão associados a desfechos fatais
(“síndrome do ventrículo vazio”).

Adrenalina Adultos/Adolescentes: 0,2-0,5mg (dose • Administar imediatamente e repetir


1:1000 máxima) IM na face ântero-lateral da coxa. se necessário a cada 5-15 minutos.
(1mg/ml) Monitorar toxicidade (frequência cardíaca)
Crianças: 0,01mg/kg até o máximo de
0,3mg IM na face ântero-lateral da coxa. • Adrenalina em diluições de 1:10.000
ou 1:100.000 somente devem ser
administradas via IV nos casos de parada
cardiorrespiratória ou hipotensão profunda
que não respondeu à expansão de volume
ou múltiplas injeções de epinefrina IM.

Expansão Adultos/Adolescentes: 1-2 litros • Taxa de infusão é regulada pelo pulso


de volume rapidamente IV e pressão arterial.
Solução salina
Crianças: 5-10ml/kg IV nos primeiros • Estabelecer acesso IV com o maior calibre
Ringer Lactacto
5 minutos e 30ml/kg na primeira hora possível. Monitorar sobrecarga de volume

Oxigênio (O2) Sob Cânula nasal ou máscara • Manter saturação de O2.


Se Sat O2< 95%, há necessidade de mais
de uma dose de adrenalina

β2-Agonistas Via inalatória: • Para reversão do broncoespasmo


Sulfato de Aerosol dosimetrado com espaçador
• Existem diferentes concentrações e doses
salbutamol (100 mcg/jato)
Adultos/Adolescentes 4-8 jatos, a cada • Outros broncodilatadores β2-agonistas
20 minutos,dose máxima 20 jatos ( ex: Fenoterol)
Crianças: 50 mcg/Kg/dose=1jato/2kg;
Dose máxima: 10 jatos

Nebulizador: Solução para nebulização:


gotas (5 mg/mL) ou flaconetes (1,25 mg/ml)
Adultos/Adolescentes 2,5-5,0mg, a cada
20 minutos, por 3 doses
Crianças: 0,07-0,15 mg/kg a cada
20 minutos até 3 doses
Dose máxima: 5 mg

continua...

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Anafilaxia: atualização 2021

... continuação

Antihista- Adultos/Adolescentes: 25-50 mg IV • Anti-H1 associados a antiH2 podem ser mais


míminicos Crianças: 1 mg/kg IV até máximo 50 mg eficazes do que os anti-H1 isolados
Prometazina
• Dose oral pode ser suficiente para episódios
Difenidramina
mais brandos
• Papel na anafilaxia aguda ainda não bem
Ranitidina Adultos/Adolescentes: 12,5-50 mg IV até determinado.
10 minutos
Crianças: 1 mg/kg

Glicocorticoides Dose: 1-2 mg/kg/dia IV • Padronização de doses não estabelecida


Metilprednisona,
• Prevenção de reações bifásicas?
Prednisona Dose: 0,5-1mg mg/kg/dia VO
IV: Intravenoso, IM: Intramuscular; VO: Via oral; anti-H1: antihistamínico H1; anti-H2: antihistamínico H2

são aqueles aos quais o paciente já teve ex-


Considerações importantes
posições anteriores (sejam elas evidentes ou
em relação ao acompanhamento
ocultas (ex: presença de derivados do leite
da anafilaxia
em alimentos industrializados sem rotula-
gem adequada).
• Observação clínica: casos leves - mínimo de 6 a
8hs; casos graves, 24 a 48 hs.
• Reações bifásicas podem ocorrer entre 8 e 12
horas após o episódio agudo, em 10% dos casos. Orientações após a alta hospitalar
• Os corticosteroides, quer por via oral ou pa-
renteral são tradicionalmente administrados, Em função de sua natureza aguda, as reações
porém têm pouca ou nenhuma ação no trata- anafiláticas em geral são atendidas pelo pedia-
mento agudo da anafilaxia. tra nos setores de emergência hospitalar. Na
• Do mesmo modo, os antihistamínicos devem ocasião da alta, os familiares e o paciente devem
ser considerados agentes de segunda linha receber orientação e prescrição dos medicamen-
– Indivíduos com asma mal controlada têm tos necessários para a continuidade imediata do
maior risco de reações fatais. tratamento.
– Quanto mais a hipotensão se agrava na evo- É fundamental a orientação sobre a possibi-
lução da reação, menor será a resposta ao lidade de recorrência de sintomas até 12 horas
tratamento com adrenalina. após o episódio, em especial nos casos idiopá-
– Mesmo com a administração rápida de adre- ticos; na possibilidade de absorção contínua do
nalina, até 10% das reações podem não ser alérgeno e na presença de asma mal controlada
revertidas. ou história anterior de reação bifásica. Por esta
– Paciente em uso de beta-bloqueador pode razão, corticosteroides por via oral (prednisona
necessitar de doses maiores de adrenalina ou prednisolona 1-2 mg/Kg/dia em dose única)
para o mesmo efeito. Nestes casos, o ideal é devem ser prescritos pelo período de 5-7 dias.
utilizar glucagon: 5-15 µg/minuto IV (infusão Além disso, antihistamínicos H1 de 2ª geração
contínua). (fexofenadina, cetirizina, deslotaradina) nas do-
– Em geral os agentes causais, tanto alimentos, ses habituais devem ser utilizados para todas as
como medicamentos ou outras substâncias, faixas etárias por pelo menos 7 dias.

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Figura 2. Aplicação de auto-injetor de adrenalina


Como prevenir?

Todos os pacientes com reações anafiláticas


devem ser encaminhados ao especialista em
alergia, para investigação etiológica, avaliação
de riscos, prevenção de novos episódios e trata-
mento de comorbidades. As principais medidas
preventivas / educativas compreendem:

• Pacientes e familiares devem ser orientados


para o reconhecimento dos sinais precoces de
novo episódio de anafilaxia,

• Fornecer plano de ação para exacerbações,


contendo informações escritas em linguagem
clara, orientações de conduta, nome e dose dos
medicamentos,

• O paciente deverá portar identificação com as


seguintes informações: diagnóstico, telefone
Aplicar na face ântero-lateral da coxa. Caso
de contato e plano de ação,
não haja melhora dos sintomas, uma segunda
• A escola deve ser notificada sobre o risco de dose pode ser realizada cerca de 5 a 10 minutos
anafilaxia e dos possíveis fatores a serem evi- após a primeira. A aplicação deve ser feita por
tados e sobre medidas a tomar em caso de cima da roupa para evitar perda de tempo na re-
emergência, tirada da mesma.
• Além das medidas preventivas gerais já cita- • Suspensão do uso de medicamentos de risco
das, familiares, cuidadores e pacientes devem ou que possam interferir na eficácia do trata-
ser orientados quanto a medidas mais especí- mento da anafilaxia, como: betabloqueadores,
ficas: inibidores da enzima de conversão da angio-
– Orientação para aquisição de dispositivo de tensina, inibidores da monoamino oxidase
auto-injetor de adrenalina, bem como da se- (MAO) entre outros,
gurança do seu uso face ao risco da reação
• Alergia a látex: evitar contato e inalação. Esti-
anafilática (Figura 2),
ma-se que mais de 40.000 produtos médicos e
– Estes dispositivos são disponibilizados em de uso geral contenham látex, entre os quais:
doses fixas (0,1 mg para lactentes, 0,15 mg chupetas, bolas de aniversário, máscaras odon-
crianças até 30 Kg; 0,3 mg para crianças tológicas, luvas cirúrgicas, drenos e equipos de
maiores/adultos) estão indicados especial- soro,
mente nos casos de risco contínuo de morte
• Procedimentos odontológicos e cirúrgicos em
e de exposição antigênica. Atenção especial
pacientes sensíveis ao látex devem ser reali-
deve ser dada aos prazos de validade des-
zados em ambiente sem materiais que con-
tes dispositivos. Esperamos que em breve,
tenham a susbstância (látex-free). Materiais
no Brasil, seja possível adquirir a adrenali-
substitutos: vinil, nitrila, polietileno ou silico-
na auto-injetável. A Sociedade Brasileira de
ne,
Pediatria e a Associação Brasileira de Aler-
gia e Imunologia Clínica têm lutado para • Imunoterapia específica: é eficaz na anafilaxia
que esse produto seja disponível em nosso a venenos de himenópteros. Sempre deve ser
meio. conduzida sob a supervisão do alergista,

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Anafilaxia: atualização 2021

• Dessensibilização e/ou indução de tolerância • Pré-tratamento para prevenção de reações:


pode ser realizada para alguns tipos de ali- pode ser indicado nos casos de reações prévias
mentos e medicamentos quando indicados e em exames com radiocontrastes.
em casos selecionados,

LEITURAS UTILIZADAS E RECOMENDADAS

  1. Dreskin SC Stitt JM. Anaphylaxis. in: Wesley Burks   5. Dhami S, Panesar SS, Roberts G, Muraro A, Worm
AW, Stephen T Holgate ST, Robyn E O’Hehir RE, et al M, Bilò MB, et al. Management of anaphylaxis: a
(Eds.) Middleton’s allergy: principles and practice. systematic review. Allergy. 2014 ; 69: 168-75.
9th ed. Elsevier Inc., Edinburgh; 2020:1228-43.
  6. Câmara Técnica de Alergia e Imunologia do
  2. Bernd LAG, Fleig F, Alves MB, Bertozzo R, Coelho CREMERJ. “Anafilaxia”. Folder. Outubro 2014.
M, Joaquina Correia JC, et al. Anafilaxia no
Brasil – Levantamento da ASBAI. Rev Bras Alerg   7. Solé D, Ivancevich JC, Borges MS, Coelho MA,
Imunopatol 2010; 33(5):190-198. Rosário NA, Ardusso L, et al. Anaphylaxis in latin
american children and adolescentes: the online
  3. Simons FE, Ardusso LR, Bilò MB, El-Gamal latin American survey on anaphylaxis (OLASA).
YM, Ledford DK, Ring J, et al. World Allergy Allergol Immunopathol (Madr). 2012; 40: 331-5.
Organization anaphylaxis guidelines: summary. J
Allergy Clin Immunol. 2011; 127(3):587-93.e1-   8. Cardona V, Ansotegui IJ, Ebisawa M, El-Gamal
22. Y, Rivas MF, Fineman S, et al. World Allergy
organization anaphylaxis guidance 2020. WAO
  4. Lockey RF, Kemp SF, Lieberman PL, Sheikh A. Journal. 2020; 13:100472.
Anaphylaxis. in: Pawankar R, Canonica GW,
Holgate S, Lockey R, Blais M (Eds). World Allergy
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Update 2013. WAOJ, 2013: 48-53.

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Diretoria
Triênio 2019/2021

PRESIDENTE: Grant Wall Barbosa de Carvalho Filho (RJ) Magda Lahorgue Nunes (RS) DF - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO DISTRITO FEDERAL:
Luciana Rodrigues Silva (BA) Sidnei Ferreira (RJ) Gisélia Alves Pontes da Silva (PE) Dennis Alexander Rabelo Burns
1º VICE-PRESIDENTE: Silvio Rocha Carvalho (RJ) Dirceu Solé (SP) ES - SOCIEDADE ESPIRITOSSANTENSE DE PEDIATRIA:
Clóvis Francisco Constantino (SP) Antônio Jose Ledo Alves da Cunha (RJ) Roberta Paranhos Fragoso
COMISSÃO EXECUTIVA DO EXAME PARA GO - SOCIEDADE GOIANA DE PEDIATRIA:
2º VICE-PRESIDENTE: OBTENÇÃO DO TÍTULO DE ESPECIALISTA EDITORES REVISTA RESIDÊNCIA PEDIÁTRICA
Edson Ferreira Liberal (RJ) EM PEDIATRIA AVALIAÇÃO SERIADA Clemax Couto Sant’Anna (RJ) Marise Helena Cardoso Tófoli
COORDENAÇÃO: Marilene Augusta Rocha Crispino Santos (RJ) MA - SOCIEDADE DE PUERICULTURA E PEDIATRIA
SECRETÁRIO GERAL: Eduardo Jorge da Fonseca Lima (PE) DO MARANHÃO:
Sidnei Ferreira (RJ) EDITORA ADJUNTA:
Victor Horácio de Souza Costa Junior (PR) Márcia Garcia Alves Galvão (RJ) Marynea Silva do Vale
1º SECRETÁRIO: MEMBROS: MG - SOCIEDADE MINEIRA DE PEDIATRIA:
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2º SECRETÁRIO: João Carlos Batista Santana (RS) Sidnei Ferreira (RJ) MS - SOCIEDADE DE PED. DO MATO GROSSO DO SUL:
Paulo de Jesus Hartmann Nader (RS) Luciana Cordeiro Souza (PE) Isabel Rey Madeira (RJ) Carmen Lucia de Almeida Santos
Luciano Amedée Péret Filho (MG) Mariana Tschoepke Aires (RJ) MT - SOCIEDADE MATOGROSSENSE DE PEDIATRIA:
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Marilucia Rocha de Almeida Picanço (DF) Silvio da Rocha Carvalho (RJ)
Vera Hermina Kalika Koch (SP) Rafaela Baroni Aurílio (RJ) PA - SOCIEDADE PARAENSE DE PEDIATRIA:
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2ª DIRETORIA FINANCEIRA: Nelson Augusto Rosário Filho (PR) Eduardo Jorge da Fonseca Lima (PE) Leonardo Cabral Cavalcante
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3ª DIRETORIA FINANCEIRA: Katia Galeão Brandt
Hans Walter Ferreira Greve (BA) REPRESENTANTE NA AMÉRICA LATINA CONSULTORIA EDITORIAL: PI - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO PIAUÍ:
Ricardo do Rego Barros (RJ) Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) Anenisia Coelho de Andrade
DIRETORIA DE INTEGRAÇÃO REGIONAL Fábio Ancona Lopez (SP)
Fernando Antônio Castro Barreiro (BA) DIRETORIA DE DEFESA DA PEDIATRIA Dirceu Solé (SP) PR - SOCIEDADE PARANAENSE DE PEDIATRIA:
COORDENAÇÃO: Joel Alves Lamounier (MG) Kerstin Taniguchi Abagge
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Isabel Rey Madeira (RJ) DOCUMENTOS CIENTÍFICOS Rosana Fiorini Puccini (SP)
Luciana Rodrigues Silva (BA) DIRETORIA DE PATRIMÔNIO COORDENAÇÃO:
SUPLENTES: Dirceu Solé (SP) MEMBROS: Fernando Antônio Castro Barreiro (BA)
Paulo Tadeu Falanghe (SP) Emanuel Sávio Cavalcanti Sarinho (PE) Rosana Alves (ES) Cláudio Barsanti (SP)
Tânia Denise Resener (RS) Joel Alves Lamounier (MG) Suzy Santana Cavalcante (BA) Edson Ferreira Liberal (RJ)
João Coriolano Rego Barros (SP) Angélica Maria Bicudo-Zeferino (SP) Sergio Antônio Bastos Sarrubo (SP)
Marisa Lopes Miranda (SP) DIRETORIA DE CURSOS, EVENTOS E PROMOÇÕES Silvia Wanick Sarinho (PE) Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ)
Joaquim João Caetano Menezes (SP) Lilian dos Santos Rodrigues Sadeck (SP) COORDENAÇÃO DE RESIDÊNCIA E ESTÁGIOS ACADEMIA BRASILEIRA DE PEDIATRIA
CONSELHO FISCAL MEMBROS: EM PEDIATRIA PRESIDENTE:
TITULARES: Ricardo Queiroz Gurgel (SE) COORDENAÇÃO: Mario Santoro Júnior (SP)
Núbia Mendonça (SE) Paulo César Guimarães (RJ) Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP)
Cléa Rodrigues Leone (SP) VICE-PRESIDENTE:
Nelson Grisard (SC) MEMBROS: Luiz Eduardo Vaz Miranda (RJ)
Antônio Márcio Junqueira Lisboa (DF) COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE REANIMAÇÃO Eduardo Jorge da Fonseca Lima (PE) SECRETÁRIO GERAL:
SUPLENTES: NEONATAL Fátima Maria Lindoso da Silva Lima (GO) Jefferson Pedro Piva (RS)
Adelma Alves de Figueiredo (RR) Maria Fernanda Branco de Almeida (SP) Paulo de Jesus Hartmann Nader (RS)
Victor Horácio da Costa Junior (PR) DIRETORA DE COMUNICAÇÃO
João de Melo Régis Filho (PE) Ruth Guinsburg (SP) Conceição Ap. de Mattos Segre (SP)
Darci Vieira da Silva Bonetto (PR) Silvio da Rocha Carvalho (RJ)
COORDENAÇÃO PALS – REANIMAÇÃO PEDIÁTRICA Tânia Denise Resener (RS)
Delia Maria de Moura Lima Herrmann (AL) DEPARTAMENTOS CIENTÍFICOS
ASSESSORES DA PRESIDÊNCIA PARA POLÍTICAS Alexandre Rodrigues Ferreira (MG) • Adolescência
PÚBLICAS: Kátia Laureano dos Santos (PB) Helita Regina F. Cardoso de Azevedo (BA)
Jefferson Pedro Piva (RS) • Aleitamento Materno
COORDENAÇÃO: • Alergia
Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ) COORDENAÇÃO BLS – SUPORTE BÁSICO DE VIDA Sérgio Luís Amantéa (RS)
Susana Maciel Wuillaume (RJ) • Bioética
MEMBROS: Valéria Maria Bezerra Silva (PE) • Cardiologia
Clóvis Francisco Constantino (SP) Aurimery Gomes Chermont (PA)
Luciano Amedée Péret Filho (MG) • Emergência
Maria Albertina Santiago Rego (MG) COORDENAÇÃO DO CURSO DE APRIMORAMENTO • Endocrinologia
Donizetti Dimer Giamberardino Filho (PR) EM NUTROLOGIA PEDIÁTRICA (CANP) • Gastroenterologia
Sérgio Tadeu Martins Marba (SP) Virgínia Resende Silva Weffort (MG) COORDENAÇÃO DE DOUTRINA PEDIÁTRICA
Luciana Rodrigues Silva (BA) • Genética
Alda Elizabeth Boehler Iglesias Azevedo (MT) Hélcio Maranhão (RN) • Hematologia
Evelyn Eisenstein (RJ) PEDIATRIA PARA FAMÍLIAS • Hepatologia
Paulo Augusto Moreira Camargos (MG) Nilza Maria Medeiros Perin (SC) • Imunizações
Normeide Pedreira dos Santos (BA) COORDENAÇÃO DAS LIGAS DOS ESTUDANTES
João Coriolano Rego Barros (SP) Adelma Figueiredo (RR) • Imunologia Clínica
Alexandre Lopes Miralha (AM) Marcia de Freitas (SP) • Infectologia
André Luis Santos Carmo (PR)
Virgínia Weffort (MG) Marynea Silva do Vale (MA) • Medicina da Dor e Cuidados Paliativos
Themis Reverbel da Silveira (RS) PORTAL SBP • Nefrologia
Luciana Rodrigues Silva (BA) Fernanda Wagner Fredo dos Santos (PR)
• Neonatologia
DIRETORIA DE QUALIFICAÇÃO E CERTIFICAÇÃO MUSEU DA PEDIATRIA • Neurologia
PROFISSIONAL PROGRAMA DE ATUALIZAÇÃO CONTINUADA • Nutrologia
À DISTÂNCIA COORDENAÇÃO:
Maria Marluce dos Santos Vilela (SP) Edson Ferreira Liberal (RJ) • Oncologia
Edson Ferreira Liberal (RJ) Luciana Rodrigues Silva (BA) • Otorrinolaringologia
Edson Ferreira Liberal (RJ) MEMBROS: • Pediatria Ambulatorial
COORDENAÇÃO DE CERTIFICAÇÃO PROFISSONAL Natasha Slhessarenko Fraife Barreto (MT) Mario Santoro Junior (SP) • Ped. Desenvolvimento e Comportamento
José Hugo de Lins Pessoa (SP) Ana Alice Ibiapina Amaral Parente (RJ) José Hugo de Lins Pessoa (SP) • Pneumologia
• Reumatologia
COORDENAÇÃO DE ÁREA DE ATUAÇÃO DIRETORIA DE PUBLICAÇÕES REDE DA PEDIATRIA • Saúde Escolar
Mauro Batista de Morais (SP) Fábio Ancona Lopez (SP) COORDENAÇÃO: • Segurança
Kerstin Tanigushi Abagge (PR) Luciana Rodrigues Silva (BA) • Sono
Ana Alice Ibiapina Amaral Parente (RJ) EDITORES DA REVISTA SBP CIÊNCIA Rubem Couto (MT) • Suporte Nutricional
Joel Alves Lamounier (MG) AC - SOCIEDADE ACREANA DE PEDIATRA: • Terapia Intensiva
COORDENAÇÃO DO CEXTEP Altacílio Aparecido Nunes (SP) Ana Isabel Coelho Montero • Toxicologia e Saúde Ambiental
(COMISSÃO EXECUTIVA DO TÍTULO Paulo Cesar Pinho Ribeiro (MG) AL - SOCIEDADE ALAGOANA DE PEDIATRIA:
DE ESPECIALISTA EM PEDIATRIA) Flávio Diniz Capanema (MG) Ana Carolina de Carvalho Ruela Pires GRUPOS DE TRABALHO
COORDENAÇÃO: AM - SOCIEDADE AMAZONENSE DE PEDIATRIA: • Atividade física
Hélcio Villaça Simões (RJ) EDITORES DO JORNAL DE PEDIATRIA (JPED) • Cirurgia pediátrica
COORDENAÇÃO: Elena Marta Amaral dos Santos
MEMBROS: • Criança, adolescente e natureza
Ricardo do Rego Barros (RJ) Renato Procianoy (RS) AP - SOCIEDADE AMAPAENSE DE PEDIATRIA: • Doenças raras
Clovis Francisco Constantino (SP) MEMBROS: Rosenilda Rosete de Barros • Drogas e violência na adolescência
Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) Crésio de Aragão Dantas Alves (BA) BA - SOCIEDADE BAIANA DE PEDIATRIA: • Metodologia científica
Carla Príncipe Pires C. Vianna Braga (RJ) Paulo Augusto Moreira Camargos (MG) Dolores Fernandez Fernandez • Oftalmologia pediátrica
Flavia Nardes dos Santos (RJ) João Guilherme Bezerra Alves (PE) CE - SOCIEDADE CEARENSE DE PEDIATRIA: • Pediatria e humanidade
Cristina Ortiz Sobrinho Valete (RJ) Marco Aurélio Palazzi Sáfadi (SP) Anamaria Cavalcante e Silva • Saúde mental

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