Rapadura
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Este trabalho foi originado de um projeto de elaboração de softwares realizado em convênio firmado entre o
Ministério do Desenvolvimento Agrário e contou com o apoio dos engenheiros Joni Chaves Jallad, Gabrielle
Pimentel, Genilson de Paiva e Wagner Lourenzani.
Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido no livro “Projetos de
Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003.
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Para as palavras grifadas veja mais detalhes no final do capítulo em glossário técnico.
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Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003.
ferro, o cálcio, o fósforo e o potássio, além de ser muito energético. O melado é utilizado como alimento
de diversas maneiras: puro ou em misturas com vários tipos de queijo ralado ou simplesmente em
pedaços, com diversos tipos de farinha, com biscoitos, bolos ou ainda servido com inhame ou
mandioca. Há também sugestões de uso para a alimentação animal (PINTO e COELHO, 1983).
Os mercados mundial e brasileiro de melhor poder aquisitivo estão ávidos por produtos
denominados de naturais e, entre eles, o artesanal tem maior apelo comercial para este consumidor.
É neste campo que o micro, o pequeno e até mesmo o médio produtores poderão ter maior chance.
Para isso, entretanto, ele deverá esmerar na qualidade de seu produto.
A experiência tem demonstrado que há ainda problemas relacionados com a qualidade, tanto
do ponto de vista de segurança em relação à saúde do consumidor quanto de manutenção de uma
qualidade constante em quantidade satisfatória - aspectos de grande importância quando se trata de
mercado com maior concorrência e de melhor poder aquisitivo.
A carência de padrões de identidade e de qualidade adequados e a deficiência do controle
dessa qualidade durante a produção, estocagem e comercialização estão entre as barreiras a serem
transpostas para um maior avanço desses produtos no mercado externo. A sua elaboração e
manuseio sob condições técnicas apropriadas podem ser um caminho para se conquistar mercados
externos mais exigentes.
Fatos como estes precisam ser bem analisados pelos fabricantes, pois esta é a oportunidade
para garantir e, até mesmo, ampliar o mercado desses produtos. Entretanto, se não trabalharem
profissionalmente, podem também perder mercado, uma vez que a deficiência de qualidade afastará
os novos consumidores e a baixa produtividade prejudicará a capacidade de competição.
3. Especificação da matéria-prima.
açúcar.
uma vez que estas instalações não realizam a queima da cana antes do corte. O excesso de palha na
cana aumenta a sujidade no caldo, afetando a qualidade dos produtos, além de reduzir o desempenho
do engenho pelo aumento da quantidade de fibra.
cana-de-açúcar
Carregamento / Transporte
Descarregamento
Moagem bagaço
Filtração e decantação
Concentração e cozimento
Resfriamento
Resfriamento Resfriamento moldagem e
e bateção
enformagem
Envase e Moagem e
Embalagem
embalagem peneiragem
Estocagem Estocagem
A cana cortada deve ser, preferencialmente, moída no mesmo dia. Caso fique à espera de
moagem, ela sofre deteriorações que ocasionam perdas de rendimento e de qualidade do produto. O
período de espera entre o corte da cana e o cozimento do caldo (garapa) não deve ultrapassar doze
horas, tolerando no máximo 18 a 24 ou 30 horas, dependendo da qualidade da cana. Por isso, o
tamanho/capacidade do engenho deve ser compatível com a capacidade das outras operações.
O engenho deve estar sempre bem lubrificado, regulado e frezado, uma vez que esta
manutenção é indispensável para se obter bom rendimento de extração, economia de energia e
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Essas capacidades foram estimadas para canas com 12,5% de fibra, para engenhos de três
cilindros, rodando a 5 rpm, sem preparo da cana.
O caldo de cana saído das moendas contém gomas, graxa e cera que, juntamente com os
ácidos pécticos e algumas substâncias nitrogenadas, formam os chamados sólidos orgânicos do caldo;
são os não açúcares. O caldo apresenta também materiais corantes (pigmentos), como a clorofila,
antocianinas e sacaretina. A maior parte dessas impurezas se separa facilmente durante o
aquecimento inicial, mas algumas delas necessitam de tratamentos que aumentam o pH do caldo,
como é o caso das antocianinas, que se separam em presença de leite de cal. Também estão
presentes, em pequenas quantidades, substâncias como taninos e polifenóis, que são solúveis em
água e, na presença de ferro, conferem ao caldo uma coloração verde ou escura.
A cana contém basicamente dois tipos de açúcares: a sacarose e os açúcares simples (glicose
e frutose). Na cana verde, estes açúcares encontram-se em quantidades iguais; à medida que
amadurece, a frutose diminui, chegando até a desaparecer, porém, sempre reaparece nos méis, em
virtude das trocas químicas (isomerismo) com a glicose em soluções aquecidas na presença de sais
de metais alcalinos.
O caldo obtido pela moagem passa por um sistema de côa ou filtração, em que são retirados
os resíduos mais leves (bagacinhos, bagacilhos e outros fragmentos), sendo coletado em um depósito
de alvenaria, de madeira, de ferro ou outro material compatível, para decantação, onde são separados
os resíduos de terra, areia e outros mais pesados. Este depósito tem saída na parte superior. A
filtração e a decantação garantem o trabalho com caldo de cana mais limpo, contribuindo para o
atendimento das exigências de qualidade. Para a aferição do rendimento de rapadura ou de açúcar a
ser produzido, deve-se conhecer o oBrix e o volume de caldo que segue para as tachas de
concentração. Um bom rendimento pode ser estimado subtraindo-se dois do Brix lido, o que dará a
quantidade de rapadura ou de açúcar mascavo, em kg, por 100 litros de caldo. Exemplo, Brix do caldo
20:
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acidez. Embora facilite a clarificação, em razão de provocar grande e rápida precipitação (separação)
de impurezas, a acidez excessiva provoca também, posteriormente, atraso na concentração do caldo,
dificuldade na separação entre os cristais e aumento de caramelização, mela da rapadura e menor
rendimento de açúcar. Se a acidez for demasiada, a clarificação será incompleta, o ponto será
dificultado, a cristalização imperfeita, dificultando a separação dos cristais e menor rendimento
(BORGES, 1972).
A reação desejável após a correção, é levemente ácida, para a rapadura (que fica mais macia,
clara e com mais liga) e para o melado. Uma reação levemente alcalina é favorável para açúcar.
A correção da acidez pode ser feita com água de cal (leite de cal). Partindo-se de cal virgem,
é necessário primeiro hidratá-la - torná-la apagada ou extinta. Faz-se uma pasta com água e deixa-se
em repouso por 12 a 24 horas - a água deve ser suficiente para não deixá-la secar. Dilui-se a pasta 3
a 4 vezes o seu peso com água, passa-se por uma peneira de malha grossa e, em seguida, por uma
de malha fina. Deixa-se decantar. Finalmente, adiciona-se água pura para formar uma suspensão com
10 a 20º Baumé (Bé). Uma indicação prática é considerar o número de graus Bé menos um, como
quilogramas de CaO para 100 litros de leite de cal. Ou seja, para 100 litros de água de cal a 15º Bé,
utiliza-se 14 kg de CaO. Vale salientar que este óxido de cálcio (CaO) tem que ser de grau alimentar.
A correção é feita adicionando-se o leite de cal ao caldo frio ou iniciando o aquecimento (55
a 60º C), aos poucos e com agitação vigorosa. A operação é acompanhada com papel indicador de
pH (papel de tornassol). Retiram-se amostras do caldo da tacha, mergulhando papel de tornassol
vermelho: se ficar ligeiramente azulado, é sinal de que a reação está menos ácida. Quando se deseja
reação ligeiramente mais ácida - rapadura ou melado -, utiliza-se papel azul, que deverá avermelhar-
se um pouco. Ao tocar o papel indicador, trabalha-se com as mãos limpas e secas, sem resíduos de
sabão. O leite de cal a 10ºBé corresponde a 9-14% de CaO (óxido de cálcio).
A quantidade de leite de cal a 10ºBé a ser adicionada ao caldo pode ser definida na hora, para
cada carregamento, com auxílio das determinações de:
a) pH por papel indicador - uso do papel indicador de pH (papel de tornassol), vermelho =
ácido; e azul = básico (alcalino). Portanto, adiciona-se leite de cal até que a cor azul seja
observada no papel, ao ser imerso no caldo, no caso de açúcar mascavo. Para melado ou
rapadura, utiliza-se o papel azul que deverá ficar ligeiramente avermelhado - garapa
ligeiramente mais ácida.
b) Titulação do caldo com uma solução alcalina (NaOH) ou (KOH) e
c) Determinação de pH por meio de PH-Metro (potenciômetro) - são técnicas mais apuradas
de menor possibilidade de aplicação na produção artesanal em microusinas ou pequenos
engenhos.
Após a correção ou redução da acidez, o caldo é transferido para a tacha seguinte, se for o
caso. A limpeza ou a retirada de impurezas, sob a forma de espumas, é feita no caldo quente, porém,
antes que entre em fervura. Ao iniciar o aquecimento do caldo de cana, ocorre a formação de espuma,
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que contém impurezas como fragmentos sólidos, gomas, muscilagens, cera da cana e pigmentos,
entre outros, que devem ser removidos. Isto é feito com auxílio de uma escumadeira, de formato
circular côncava, de cobre ou aço inoxidável, com perfurações semelhantes às de uma peneira, presa
a um cabo longo de madeira. Essa retirada de impurezas, que deve ocorrer durante toda a operação
de concentração, garante um produto mais puro e claro.
verificar o ponto é retirar amostra do melado, com uma escumadeira, deixando-a escorrer em lençol,
sobre a tacha. Fios finos que se esvoaçam ligeiramente com o vapor são formados, se o melado estiver
no ponto. É mais preciso, porém, abrir o lençol de melado sobre uma vasilha de água fria: a princípio,
os fios afundam, e no ponto, sobrenadam. No ponto para rapadura, os fios sobrenadantes não se
quebram quando esticados. Também ao se projetar um pouco da massa de melado contra o ar, com
auxílio de uma pequena pá de madeira ou espátula semelhante à de pintor, ocorrerá a formação de
uma película transparente e brilhante contra a luz, que cai lentamente, se a massa estiver no "ponto".
dosagem de 8 a 15 ml da solução a 80% de ácido cítrico por litro de xarope. A solução de ácido cítrico
é adicionada ao xarope, quando seu Brix está na faixa de 50º a 60º (PINTO e COELHO, 1983).
Se for utilizado o ácido fosfórico, primeiro prepara-se uma solução aquosa meio a meio: um
litro de ácido fosfórico por litro de água. Esta solução será adicionada ao xarope com cerca de 50ºBrix
até que seu pH atinja valores entre 4,50 e 5,00. A indicação prática é 200 a 250 ml da solução por litro
de xarope.
Observa-se, portanto, que há duas correções de acidez para a elaboração do melado. A
primeira correção com leite de cal para reduzir a acidez do caldo - aumento do pH para em torno de
6,00 - papel de tornassol fica azulado. É evidente que esta correção do pH - adição de leite de cal - é
realizada no caldo frio, até 55 ou 60 º C, o que possibilita a melhoria da limpeza do caldo de cana.
A segunda correção é para aumentar a acidez do caldo limpo/xarope e serve para prevenir a
cristalização do açúcar no melado, durante o armazenamento. A solução aquosa de ácido cítrico a
80% é diluída com caldo limpo/xarope e, então, adicionada na segunda/terceira tacha.
O melado deve conter um mínimo de 50% de açúcares totais. Esta concentração pode chegar
até a 70 ou 74% no produto comercial. Quanto maior o ºBrix do melado mais longo é seu período de
validade, isto é, sua vida útil; entretanto, menor é o rendimento. Assim, o ºBrix do ponto depende do
tipo de mercado que o fabricante quer atender ou tem disponível. A melhor maneira de se verificar o
ponto é medindo o Brix do melado.
Quando a massa se apresenta mais brilhante, espessa e clara, está no ponto de moldagem
nas fôrmas, normalmente, feitas de réguas de madeira encaixáveis, formando compartimentos
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retangulares, com capacidade variável, de acordo com o tipo de mercado a ser atendido: de 25, 50,
250, 300, 500 ou até 1 000 gramas. Armadas sobre superfície lisa, plana e nivelada, de madeira ou
como granito, por exemplo, as fôrmas são enchidas com a massa cozida e depois repartidas, ou o
inverso. Para facilitar a remoção, elas são umedecidas com água, quando montadas. O produto
permanece nas fôrmas o tempo necessário para o endurecimento, variando de 20 a 60 minutos, ou
mais, dependendo do ponto dado ao melado. Após a retirada da fôrma, antes de ir para o depósito e
embalagem, recomenda-se deixar a rapadura em local arejado e seco, por 24 horas, para completar o
endurecimento.
Alguns dos defeitos mais freqüentes da rapadura são:
O mofo da rapadura é prevenido tomando-se alguns cuidados durante todas as etapas dos
processos de fabricação e de estocagem:
Limpeza da cana - trabalhar sempre com cana a mais limpa possível;
Engenho limpo e lavado diariamente após a moagem ou a qualquer intervalo de
parada do engenho;
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fundo da resfriadeira, em torno de 50 a 250 g, para cada 100 kg de melado ou massa cozida. Ao entrar
em contato com o bicarbonato, a massa se incha pela formação intensa do gás carbônico, facilitando
a granulação do açúcar.
Os pedaços maiores devem ser quebrados. Após o resfriamento o açúcar pode ser passado
por uma moega e cilindro, sendo depois peneirado (peneira do tipo vibratório) antes de ser ensacado
ou levado para a seção de embalagem. O açúcar mascavo tradicionalmente é colocado em sacos de
60 kg para comercialização, mas também pode ser envasado em embalagens de 200 g, 300 g, 500 g
ou de 1 kg para ser distribuído diretamente ao mercado varejista.
O produtor poderá se beneficiar muito na comercialização, se ele próprio realizar a embalagem
do seu produto com a marca devidamente registrada diretamente para o mercado varejista. Deve estar
atento também às tendências de mercado: por exemplo, em algumas partes do mundo o açúcar tipo
mascavo ('brown sugar") é comercializado em cubinhos de açúcar compactado, pronto para ser usado
como adoçante de mesa, em substituição ao açúcar cristal ou refinado branco. Esta é uma forma
atrativa para os serviços de alimentação, como restaurantes, cafés e na linhas de transporte aéreo,
terrestre e marítimo de passageiros.
Os cuidados na estocagem do açúcar mascavo são semelhantes aos de rapadura.
4.4. Rendimento
Em razão das diversas variáveis envolvidas no processo, matéria-prima, caldo, extração, entre
outros, é praticamente impossível precisar um rendimento médio. Entretanto, uma fórmula prática pode
auxiliar na estimativa:
kg de açúcar por 100 litros de caldo = ºBrix - c, em que c é igual a 2 para rapadura ou açúcar
mascavo, para um rendimento considerado bom.
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Se, por exemplo, o caldo tem 18 ºBrix e as moendas retiram 600 litros de caldo por tonelada
de cana, aplicando-se a fórmula, tem-se:
Produto kg/100 litros kg/t
Açúcar mascavo 18 - 2 = 16 16 x 6 = 96
Rapadura 18 - 2 = 16 16 x 6 = 96
Melado 18 - 0 = 18 18 x 6 = 108
PLANTA INDUSTRIAL
10% (900 kg) MELADO 3.250 ml
(86,40 kg)
AÇÚCAR
20% (1.800 kg)
MASCAVO 60 kg
(172,80 kg)
quantidade destes resíduos. A lógica é de que seja mais barato reduzir a quantidade de poluentes do
que tratá-los depois de produzidos.
(em volume) do caldo. Esta espuma é altamente poluente, se jogada nos córregos, rios ou riachos,
sendo esta prática proibida por lei no Brasil. Embora seja relativamente pobre do ponto de vista
nutricional, este material tem sido utilizado para alimentação animal, como suínos e bovinos.
6. Controle de Qualidade
Não se pode esquecer também que o Brasil hoje tem um código de defesa do consumidor
vigente - que mudou completamente as relações de comércio - e que define responsabilidades pelo
fato do produto e inverte o ônus da prova, quanto à culpabilidade nas denúncias de danos causados.
São exigências de grande importância para quem produz e comercializa produtos de consumo. Mas o
fabricante que se preocupa e pratica a qualidade no seu produto está prevenido contra estes
problemas.
Tabela 1 : Correção da leitura do Brix areométrico da amostra a várias temperaturas para a de referência de 20oC
T oC Brix Observado
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Subtrair do Brix Observado
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10 0,32 0,38 0,43 0,48 0,52 0,57 0,60 0,64 0,75 0,70 0,72
11 0,31 0,35 0,40 0,44 0,48 0,51 0,55 0,58 0,60 0,63 0,65
12 0,29 0,32 0,36 0,40 0,43 0,46 0,50 052 0,54 0,56 0,58
13 0,26 0,29 0,32 0,35 0,38 0,41 0,44 046 0,48 0,49 0,51
14 0,24 0,26 0,29 0,31 0,34 0,36 038 0,40 0,41 0,42 0,44
15 0,20 0,22 0,24 0,26 0,28 0,30 0,32 0,33 0,34 0,36 0,38
16 0,17 0,18 0,20 0,22 0,23 0,25 0,26 0,27 0,28 0,28 0,29
17 0,13 0,14 0,15 0,16 0,18 0,19 0,20 0,20 0,21 0,21 0,22
18 0,09 0,10 0,11 0,11 0,12 0,13 0,13 0,14 0,14 0,14 0,15
19 0,05 0,05 0,05 0,05 0,06 0,06 0,07 0,07 0,07 0,07 0,08
Adicionar ao Brix Observado
21 0,04 0,05 0,06 0,06 0,06 0,06 0,07 0,07 0,07 0,07 0,08
22 0,10 0,10 0,11 0,12 0,12 0,13 0,14 0,14 0,15 0,15 0,16
23 0,16 0,16 0,17 0,17 0,19 0,20 0,21 0,21 0,22 0,23 0,24
24 0,21 0,22 0,23 0,24 0,26 0,27 0,28 0,29 0,30 0,31 0,32
25 0,27 0,28 0,30 0,31 0,32 0,34 0,35 0,36 0,38 0,38 0,39
26 0,33 0,34 0,36 0,37 0,40 0,40 0,42 0,44 0,46 0,47 0,47
27 0,40 0,41 0,42 0,44 0,46 0,48 0,50 0,52 0,54 0,54 0,55
28 0,46 0,47 0,49 0,51 0,54 0,56 0,58 0,60 0,61 0,62 0,63
29 0,54 0,55 0,56 0,59 0,61 0,63 0,66 0,68 0,70 0,70 0,71
30 0,61 0,62 0,63 0,66 0,68 0,71 0,73 0,76 0,78 0,78 0,79
35 0,99 1,01 1,02 1,06 1,10 1,13 1,16 1,18 1,20 1,21 1,22
40 1,42 1,45 1,47 1,51 1,54 1,57 1,62 1,62 1,64 1,65 1,65
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50
Tabela 2 : Correspondência entre as leituras de teor de sólidos solúveis nas escalas de Baumé e de Brix
º Baumé ºBrix
8,0 15,0
8,8 15,5
9,0 16,0
9,4 16,5
9,6 17,0
9,9 17,5
10,1 18,0
10,5 18,5
10,7 19,0
11,1 19,5
11,3 20,0
11,6 20,5
11,8 21,0
12,1 21,5
12,4 22,0
12,7 22,5
13,0 23,0
(Fonte: Pinto, 1991).
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6.1.2. Rendimento
Como observado por KRAMER e TWIGG (1970), quantidade deve ser considerada um atributo
de qualidade. Na fabricação de rapadura, melado e açúcar mascavo é importante que o produtor
conheça o desempenho de seu processo ao longo e entre as safras. Estas avaliações de desempenho
da usina são importantes para o planejamento e controle das operações e na composição do custo de
produção. Assim, se faz necessária a realização de pesagens e medidas que permitam determinar,
por exemplo:
6.1.9. Conclusões
O fabricante deve estar atento às características de qualidade do produto que seu
mercado comprador/consumidor está a exigir e tentar definir estes atributos - inclusive
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6.2.1. Resolução 12/33 de 1978 da Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos:
Açúcar mascavo
A resolução 12/33 de 1978, da Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos
(CNNPA) do Ministério da Saúde definiu açúcar como a sacarose obtida de cana ou de beterraba, por
processos industriais adequados. O produto é designado "açúcar", seguido da denominação
correspondente ao tipo "açúcar cristal", "açúcar refinado", "açúcar demerara", "açúcar mascavo",
"açúcar mascavinho", "açúcar cande". O açúcar mascavo deverá conter um mínimo de 90% de
sacarose. O produto é elaborado a partir de caldo de cana livre de fermentação, isento de matéria
terrosa, de parasitas e de detritos animais ou vegetais. Nas preparações microscópicas deverá
demonstrar ausência de sujidades, de parasitas e de larvas de insetos ou de seus fragmentos. Nesta
resolução não há especificações microbiológicas para o açúcar mascavo. Entretanto, ela chama a
atenção para a necessidade de serem efetuadas determinações de microrganismos ou de substâncias
tóxicas de origem microbiana, sempre que se tornar necessária a obtenção de dados adicionais sobre
o estado higiênico sanitário do produto. Para o controle da qualidade microbiológica sugere-se
observar e seguir as características da rapadura.
O rótulo deverá trazer a designação do produto, razão social e endereço do fabricante, além
do peso líquido, ingredientes a data de fabricação e o período de validade.
Os cuidados com a limpeza de toda a instalação, dos equipamentos e utensílios e de higiene
do pessoal, como os observados para a produção e elaboração de alimentos em geral, são também
necessários para a produção de açúcar mascavo.
Melado
A resolução 12/35 de 1978 da Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos
(CNNPA) do Ministério da Saúde define o melado como "líquido xaroposo obtido pela evaporação do
Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido no livro “Projetos de
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Rapadura
A resolução 12/35 de 1978, da Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos
(CNNPA), do Ministério da Saúde, define rapadura como "o produto sólido obtido pela concentração a
quente do caldo de cana (Saccharum officinarum, L)". Quando adicionar à massa outra substância
alimentar, sua designação será acrescida do nome da mesma "rapadura com coco", "rapadura com
amendoim", rapadura com abóbora". O produto é elaborado com matéria-prima não-fermentada, isenta
de matéria terrosa, parasitas e detritos animais ou vegetais. Não é permitida a adição de essências,
corantes naturais ou artificiais, conservadores e edulcorantes. Suas características sensoriais são:
aspecto de massa dura, cor castanha, variando de claro a escuro, com cheiro e sabor próprios e gosto
doce. Em relação à características físico-químicas, a rapadura deverá apresentar um mínimo de 80%
p/p de glicídios totais (açúcares) e um máximo de 6% p/p de resíduo mineral fixo (cinzas).
O rótulo deverá trazer a designação do produto, razão social e endereço do fabricante, além
do peso líquido, ingredientes, a data de fabricação e o período de validade.
Os cuidados com a limpeza de toda a instalação, dos equipamentos e dos utensílios e de
higiene do pessoal, como os observados para a produção e elaboração de alimentos em geral, são
também necessários na produção de rapadura.
7. Dimensionamento, localização e obras
O dimensionamento das instalações físicas proposto neste perfil para processar 9 toneladas
por dia de cana-de-açúcar procurou compatibilizar um investimento inicial propício a pequenos e
Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido no livro “Projetos de
Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003.
médios investidores associativados com uma capacidade de produção adequada ao mercado. Todas
as orientações necessárias sobre dimensionamento, localização e obras também podem ser
encontradas no final deste livro.
Esta área é coberta, com pé-direito de pelo menos 5 m. O piso deve ser lavável com drenos
apropriados e com declividade para evitar formação de poças d'água. A área deve ser fechada com
paredes e provida de janelas que possibilitem boa ventilação e arejamento. No caso de instalação
aberta, as laterais têm que ser teladas (tela de 1 mm) para prevenir a entrada de insetos e pássaros.
7.3. Armazém
A área deve ser coberta, de preferência, com laje e cobertura de telha de baixa condutividade
térmica, com pé-direito de pelo menos 3 m, provida de janelas que possibilitem boa ventilação. As
paredes e o piso têm que ser laváveis. Os produtos devem ser armazenados em estrados ou "pallets"
de madeira ou outro material apropriado.
As áreas adjacentes à fabrica devem ser mantidas limpas sem a presença de lixos ou
depósitos de materiais, como lenha ou bagaço velhos. Sujidades nas vizinhanças da fábrica
possibilitam o crescimento de fungos (mofos) do lado de fora, cujos esporos (sementes) são
transmitidos pelo ar e contaminam os produtos, tornando-os condenáveis pelas normas da vigilância
Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido no livro “Projetos de
Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003.
sanitária, além de aumentar o seu retorno do mercado. Observe que os gramados, arborização e
jardins em volta das indústrias de alimentos, de modo geral, não são apenas para embelezamento.
As demais informações sobre este assunto, bem como sobre segurança no trabalho, podem
ser encontradas no Anexo, no final deste livro.
Apresenta-se um croqui com os equipamentos representado por códigos para serem
identificados na listagem e descrição dos equipamentos apresentada na seção seguinte.
8. Equipamentos
Os equipamentos necessários para as operações deste empreendimento e os seus
respectivos códigos no croqui são apresentados a seguir. Todos podem ser adquiridos no mercado
interno e muitas informações sobre fornecedores potenciais estão disponíveis em alguns sites da
internet listados no final deste livro. A descrição foi definida de acordo com as suas características
para a aquisição neste perfil, com os seus respectivos preços apresentados no relatório de avaliação
financeira do software SAAFI-Agro. O futuro empreendedor poderá identificar equipamentos com
especificações técnicas diferentes que venham a contemplar melhor seus interesses, conforme
orientações técnicas.
Código no Equipamento:
Lay-out
E1 Ensiladeiras/ picadeiras de cana
São utilizadas para a limpeza da cana antes da moagem para facilitar esta
operação, aumentar o rendimento da extração e garantir maior qualidade dos
Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido no livro “Projetos de
Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003.
E2 Engenho / Moendas
Tem a finalidade de moer a cana e extrair o caldo. Modelo 14x20 polegadas, com
1 (um) terno, moagem de 4.500 Kg/hora, extração de 3.300 l/hora, utilizando um
motor de 30HP. A regulagem das moenda deve ser feita no período da
entressafra, onde os nivelamentos, alinhamentos e esquadrejamentos são
cuidadosamente observados. A moenda deve operar a uma velocidade periférica
de 20 m/min, onde possui melhor eficiência de moagem. Para uma produção de
400 litros de caldo por hora, deve-se usar uma moagem de dimensões: 25,4 x
25,4 cm.
E3 Tanque de decantação
Com capacidade de 1.000 litros, provido de telas. O caldo é filtrado e decantado
para a retirada de impurezas, como bagacilho e terra. Com dimensões
aproximadas de 0,5m de altura, 1,5m de comprimento e 1,5m de largura. O caldo,
obtido da moagem, passa pelo sistema de côa ou filtração para eliminar resíduos
mais leves (bagacilhos, bagacinhos e outros fragmentos). Este tanque consiste
de um depósito de alvenaria, de madeira, de ferro ou outro material compatível
para decantação. Este depósito tem saída de caldo na parte superior. Para uma
produção de 400 l/h de caldo, utiliza-se um tanque de 1.000 litros para
proporcionar maior flexibilidade na produção.
--- PHmetro
O uso do pHmetro é muito importante na correção da acidez do caldo,
característica fundamental para a qualidade e eficiência do processamento.
PHmetro portátil com medida simultânea de temperatura e pH, display
multifuncional. Compensação automática de temperatura. Resistente a choque
mecânico e impermeável à água e poeira.
--- Agitador ou Concha: tem a finalidade de agitar o caldo dentro das tachas para
evitar a queima do produto no fundo do equipamento. Pode ser uma pá grande
de madeira ou uma concha de aço inox presa a um longo cabo de madeira.
--- Formas para embalagem de 250 g: normalmente são feitas de réguas (de
madeira), encaixáveis, formando compartimentos retangulares, com capacidade
para 250 g em cada compartimento. A massa deve permanecer nas formas por
um período de 20 a 60 minutos e por isso, serão necessárias 400 formas para
uma produção de 600 litros de caldo a cada uma hora e meia.
--- Pás de madeira ou enxada: são usadas para agitar a massa dentro da
resfriadeira, em todos os sentidos, até resfriar-se e com a cristalização da
sacarose, transformar-se em açúcar.
E6 Mesas de granito
Mesas com apoio construído em madeira forte e tampo de granito; dimensões:
3,0 x 1,0 m. Estas mesas serão utilizadas para a enformagem do caldo
produzindo assim a rapadura. Serão necessárias duas mesas.
E9 Moega e cilindro
São utilizados para diminuir a granulometria do açúcar mascavo obtendo assim
um produto mais uniforme e de melhor qualidade. Similar a um cilindro de padaria
usado para obter a massa. Composto por dois cilindros em aço inoxidável com
espaçamento entre eles de aproximadamente 4 mm, girando à velocidade de 40
rpm.
E8 Seladora
Selador manual para sacos de polietileno com temporizador para não exceder o
tempo de selagem. Acionada por pedal.
E9 Peneira vibratória
Usada para separar o açúcar de granulometria maior através da fibração.
Capacidade de 450 kg/dia de açúcar mascavo. Composta por um corpo vibratório
construído em chapas de aço inox AISI 304, calandradas e soldadas e dotado de
Texto gerado pelo Sistema de Apoio à Avaliação Financeira de Empreendimentos Agroindustriais – SAAFI-Agro, 1999 e reproduzido no livro “Projetos de
Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003.
Dosador (funil)
--- Totalmente fabricado em aço inoxidável, capacidade de 86 litros, formato
cilíndrico vertical, com câmara simples, com 03 pernas, tubo inox com 04
válvulas.
BANCÁRIOS
Percentual da produção vendida a prazo (% sobre o custo de produção referente à 100,00
produção obtida durante o prazo de pagamento oferecido)
Taxa de juros para o desconto de títulos (% sobre o valor das vendas a prazo) 5,00
I UNIT.
T INSUMOS UNID. QUANTI. (R$) TOTAL (R$)
E
M
Matérias-primas principais
1 Cana-de-açúcar kg 1548000 0,02 26439,84
INGREDIENTES
2 CaO kg 2580 0,52 1341,51
3 Ácido cítrico ou fosfórico kg 440 2,28 1003,94
4 Bicarbonato de sódio kg 223 0,61 135,98
MATERIAIS SECUNDÁRIOS
5 Caixinhas de 25 g ud 594432 0,30 178329,60
6 Papel-manteiga folha 53499 0,15 7784,09
7 Potes de 240 ml ud 45867 0,20 9033,19
8 Potes de 3250 ml ud 3387 1,11 3759,66
9 Sacos plásticos para 500 g ud 59443 0,01 778,71
10 Sacas de 60 kg ud 495 0,26 128,79
11 Rótulos ud 287027 0,06 17221,59
12 Caixas de papelão ud 11179 0,34 3800,86
INSUMOS
13 Material de limpeza do ambiente kg 31 5,50 170,28
14 Material de escritório vários 1 1201, 1201,00
00
15 Energia kwh 10944 0,07 766,11
16 Água m3 310 0,82 253,87
17 Lenha m3 0 0,00 0,00
Mão-de-Obra Operacional
18 Não-especializada Pesso 3,00 283,8 4882,74
as 8
19 Semi-especializada Pesso 0,00 851,6 0,00
as 4
20 Especializada Pesso 0,00 0,00 0,00
as
Estimativas percentuais
21 Manutenção % 2,50 2355,37
22 Custo financeiro e Outros % 5,00 11529,60
23 Custos de Qualidade % 5,00 11529,60
24 Vendas % 5,00 22321,47
25 ICMS % variado 66090,93
TOTAL 370858,70
(22) Calculada sobre o total dos custos operacionais; refere-se aos gastos decorrentes de operações bancárias e às despesas
eventuais não previstas que possam ocorrer com a fábrica em operação.
(23) Calculado sobre a receita bruta anual; refere-se aos gastos com análises laboratoriais, treinamento de funcionários, custos
de prevenção, etc.
(24) Calculado sobre a receita bruta anual; refere-se à comissão concedida aos vendedores.
(25) Calculado sobre a receita bruta anual, varia conforme o produto
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Empreendimentos Agroindustriais – Produtos de Origem Vegetal”, Da Silva e Fernandes (editores), UFV, 2003.
Alguns termos grifados serão encontrados no anexo do livro por não se referirem somente
à rapadura, mas também aplicado a outros perfis agroindustriais.
EMBEBIÇÃO: nos engenhos de três ternos (três conjuntos de três moendas) - aumenta a
eficiência de extração de açúcar - o melhor é a embebição composta, mas a simples já ajuda
bastante. Melhores resultados são obtidos com embebição composta e água quente (60 a 80
C). A água é aplicada em dois pontos: um em baixo da camada de bagaço e outro sobre
esta camada. Em baixo da camada de bagaço, o ponto localiza-se na saída, colocando-se um
tubo de 2" com orifícios de 1/8" a 3/16" de diâmetro, distanciados de 1", com pressão de 2
kgf/cm2. O ponto sobre o bagaço pode ser ao longo da esteira intermediária, em lençol d'água
ou sob pressão. Uma embebição eficiente faz com que o ºBrix do caldo que flui sobre os rolos
superior e rolacana sejam bem próximos.
ESTÁGIO DE MATURAÇÃO DA CANA: quanto maior o teor de açúcar (maior Brix) maior será
o rendimento de melado, açúcar mascavo e rapadura; teor de fibra e dureza da cana - o teor
médio de fibras deve estar em torno de 12,5%. Maior teor de fibras ou cana muito dura reduzem
a capacidade de extração de caldo do engenho. Assim, variedades de cana que florescem
com isoporização são indesejáveis.
LIMPEZA DA CANA: (ausência de terra e palhas) a lavagem da cana pode ser recomendável
- facas desfibradoras antes das moendas facilitam a operação de moagem e aumentam o
rendimento de extração de caldo – alguns pequenos engenhos estão adaptando ensiladeiras
(picadeiras de cana/capim) para esta operação, atentando para uma cuidadosa limpeza na
máquina para garantir o sucesso desta operação.
lenta, enquanto períodos quentes e úmidos aceleram a deterioração. São também importantes
os aspectos relacionados à produtividade da matéria-prima (fertilidade do solo), a prática de
tratos culturais e a facilidade de corte e transporte.
QUALIDADE DA ÁGUA: para a água de lavagem da cana e de embebição, o ideal é que seja
potável – previne contra contaminação do caldo que prejudica a fermentação.
QUEIMA DA CANA: esta é uma prática que visa eliminar parte dos resíduos vegetais (palha)
e aumentar o rendimento do cortador. Entretanto, pode se tornar uma fonte de perda de
açúcares, de deterioração e de contaminações microbianas indesejáveis. A cana possui uma
microbiota natural, mas com a queima pode aparecer um número maior. A queima quente
(realizada no período das 12 às 18 horas) pode provocar exudação excessiva, principalmente
nos meses secos do ano, ocasionando grandes perdas de açúcar e aumento de
microrganismos em relação a cana crua. A cana-de-açúcar pode-se tornar mais susceptível
ao ataque de microrganismos, com a queima, pela destruição da cera que envolve os colmos
e exerce ação bacteriostática. Se a cana é deixada em pé após a queima, em condições de
umidade e temperatura, ocorre o reinicio de crescimento vegetativo, o que é feito às custas de
açúcares. Assim, o corte e moagem devem ser realizados logo após a queima. No caso de
praticar a queima, há necessidade de maiores cuidados com a recomposição do solo, uma vez
que essa prática pode também eliminar grande parte da matéria orgânica presente. Em razão
dos diversos controles e cuidados adicionais necessários, não se pratica a queima da cana
na produção de rapadura, açúcar mascavo e melado.
CB 41-86 - esta variedade tem sido cultivada nos Estados de São Paulo,
Paraná, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Santa Catarina.
É de ciclo intermediário, atingindo seu pico de maturação, com teores mais baixos
de sacarose, entre agosto e outubro. Apresenta boa capacidade de brotação de
soca e boa produtividade, em solos de média para alta fertilidade. É resistente às
principais doenças da cana-de-açúcar, exceto aos nematoides. O florescimento é
baixo, portanto sem grandes problemas de isoporização (NUNES Jr., 1987).