Daianeartigo ORIGINAL
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INTERVENÇÕES PEDAGÓGICAS EM NÍVEL DE EDUCAÇÃO INFANTIL, ÀS
CRIANÇAS DIAGNOSTICADAS TDA/H
BENTO GONÇALVES
2012
DAIANE DA CAMPO QUADRI
INTERVENÇÕES PEDAGÓGICAS EM NÍVEL DE EDUCAÇÃO INFANTIL, ÀS
CRIANÇAS DIAGNOSTICADAS TDA/H
BENTO GONÇALVES-RS
2012
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RESUMO
Este artigo foi elaborado em função em função de lidarmos com muitas crianças sem
limites e tentarmos buscar conhecimentos e a soluções para sabermos melhor conviver com
elas. Objetivou-se um interesse particular pelo interesse pelo tema por trabalhar na área da
Educação Infantil e por ter crianças que apresentam algumas características desse transtorno,
diante das dificuldades de lidar com esses alunos, e pela falta de conhecimento sobre o
assunto, interessei-me em conhecer todos os detalhes deste transtorno e também de como
deve ser feita atuação psicopedagógica institucional junto ao educador que muitas vezes não
reúne condições estruturais cognitivas e praticam metodológicas, impedindo o
desenvolvimento coerente de sua ação frente ao educando, de acordo com a necessidade
verificada do grau de percepção de cada caso que surge no seu cotidiano. Desta forma, o
presente artigo traz como objetivo principal proporcionar ao educador compreensão do tema e
uma metodologia que possibilite uma aplicação praticam junto ao TDA/H, possibilitando ao
professor através da interação entre método e pratica uma nova instrumentação pedagógica.
INTRODUÇÃO
1 DEFINIÇÕES
Estudos confirmam que há uma alteração metabólica principalmente nas regiões pré-
frontal e pré-motora do cérebro. Como a região frontal é a principal reguladora do
comportamento humano, falhas no funcionamento bioquímico desta região levariam às
alterações encontradas no TDA/H (desatenção, impulsividade e inquietação). Outro aspecto é
o forte componente hereditário do TDA/H. É comum a ocorrência de TDA/H em várias
pessoas de uma mesma família (pais, tios, avós, irmãos).
O TDA/H está presente entre 3 e 7% da população infantil em fase escolar. Ele ocorre
independentemente de etnia, níveis de escolaridade, graus de inteligência e condições
socioeconômicas. No que tange ao gênero, estudos recentes sugerem que a proporção de
meninos para meninas seja de 3:1.No entanto, permanece a duvida se o TDA/H é realmente
mais frequente em homens ou se as mulheres estão sendo subdiagnosticadas.
Diferentemente dos homens, mulheres com TDA podem muitas vezes passar
incógnitas aos olhos mais atentos. Entre elas, predomina o tipo sem hiperatividade, ao
contrario de seus pares masculinos. Tal diferença determina por particularidades biológicas
dos sexos e aliadas ao componente cultual, pode contribuir para aparente superioridade
numérica da população os que têm diagnostico de TDA.
Porém é necessário que se observe quando uma criança que está inquieta ou distraída
pode ser por muitos motivos, e não necessariamente devido a um transtorno. A inquietação
pode ser indicativa de uma inteligência ativa, questionadora, que deve ser adequadamente
estimulada no meio familiar e escolar. Estar no "mundo da lua" pode simplesmente ser um
artifício inconsciente de mobilizar a atenção para os múltiplos problemas emocionais e de
aprendizagem, que merecem cuidados objetivos.
O tipo hiperativo é menos frequente nas meninas, mas assim como entre os meninos,
as meninas mais travessas dificilmente passam despercebidas.
O aluno hiperativo se diferencia das outras crianças por mostrar um excesso de
comportamento em relação com outras crianças mostrando dificuldade em manter a atenção
concentrada, impulsividade.
Na escola é a criança problema, respondendo aos professores com agressão, não
respeitando limites, xingando e batendo nos colegas, não se concentrando e atrapalhando as
aulas, o que prejudica seu rendimento escolar.
Como Ana Beatriz fala em seu livro “Como consequência da hiperatividade /
impulsividade, a criança TDA faz primeiro, pensa depois.” Geralmente é apontada como
desorganizada pelos professores. Quando começa uma atividade quase sempre não a faz ou
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deixa pela metade, interessando-se por outra e depois por outra e assim nunca conclui o que
começou, prejudicando sua aprendizagem. Por não conseguir terminar suas tarefas, não parar
quieto na sala, mexer com todo mundo atrapalhando a aula, é bombardeada por palavras
desagradáveis seja por partes dos professores ou colegas. Esta atitude tende a baixar sua
autoestima.
Esses pequenos parecem simplesmente ignorar as regras de convívio social e tendem a
receber o rótulo de "más" seja na escola, seja na família. É preciso deixar claro que as
crianças hiperativas não são más. Essas crianças têm energia demais, se metem em mais
encrencas do que a média. Elas não se convencem facilmente e não conseguem se concentrar
na argumentação lógica dos pais já que essas crianças têm extrema dificuldade em sentar e
dialogar.
Seu comportamento é a consequência de um círculo vicioso. A criança não se
comporta e com isso chama atenção para si. Quem está em volta tende a fazer qualquer coisa
para parar a "cena" e acaba fazendo o que a criança quer. Na próxima oportunidade a criança
já sabe que acabará conseguindo o que quer no final e não vê motivo para não repetir a falta
de comportamento.
Como se vê, nessa situação, o adulto é o culpado e não a criança já que é ele que acaba
cedendo e desistindo de educar a criança. Além do mau comportamento, as crianças
hiperativas tendem a dar uma canseira física em quem está a sua volta. Isso porque elas
literalmente não param um segundo. Só que toda essa energia não precisa ser desperdiçada em
bagunça e destruição.
Bem orientada, a criança hiperativa aprende a canalizar sua energia para atividades
construtivas, como a prática de um esporte.
A inteligência de pessoas hiperativas não é comprometida com a doença, mas "o
principal empecilho para elas é a impulsividade e a falta de atenção, ferramentas importantes
para o progresso dos estudos", afirma a psicopedagoga e psicanalista Maristane Dias (fonte:
http://www1folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u1647.shtml).
Ao se tratar o paciente hiperativo, é notada marcante melhoria no seu rendimento escolar.
2 DIAGNÓSTICO
Para Fabris (2003), apesar dos grandes problemas que o TDAH pode causar nas
crianças e nos adolescentes, por muito tempo, os pais e os profissionais da educação tiveram
poucas informações sobre o assunto, principalmente sobre as conseqüências da hiperatividade
e as dificuldades na capacidade de prestar atenção. Acreditava-se que seria um problema
superado na adolescência, o que não é verdade, pois estudos realizados comprovam que a
hiperatividade pode permanecer durante a adolescência e na vida adulta, e que os seus
portadores continuarão sofrendo suas manifestações caso não haja um tratamento
especializado.“Este distúrbio pode levar a dificuldades emocionais, de relacionamento
familiar e social, bem como a um baixo rendimento escolar.” (RODHE & BENCZIC, 1999,
p.37).
Estas pessoas têm tendência a comportamentos de alto risco tais como vícios, jogatina,
temperamento explosivo e acidentes. Como já foi citado, anteriormente, elas não possuem
exata noção de limites e unindo à sua baixa auto-estima tentam fugir de seus problemas
através destes vícios.
Crianças hiperativas adoram correr riscos, pois não possuem a exata noção de perigo e
limites. Podem se machucar com muita facilidade, sendo desajeitadas, esbarrando-se em
copos, mesas, pessoas, levando os pais a prejuízos por danos causados a terceiros ou a elas
mesmas, como atravessar uma rua sem olhar para os lados devido a sua impulsividade e falta
de atenção.
O professor como papel mediador pode ajudar e muito, adaptando algumas tarefas
assim ajudando a amenizar os efeitos prejudiciais desse transtorno como: Estabelecer limites,
repetir a mesma instrução várias vezes sem perde a paciência, elogiar o que a criança fez de
certo, evitar salas com muitos estímulos é a primeira providência. Deixar alunos com TDA/H
próximos às janelas pode prejudicá-los, uma vez que o movimento da rua ou do pátio é um
fator de distração. Outra dica é o trabalho em pequenos grupos, que favorece a concentração.
Também é importante reconhecer os momentos de exaustão considerando a duração das
tarefas. Propor intervalos de exercícios, por exemplo, é um caminho para o aluno retomar ao
trabalho quando estiver mais focado. De resto, vale sempre avaliar se as atividades propostas
são desafiadoras e se a rotina não está repetitiva. Está, alias, é uma reflexão importante para
motivar não apenas os estudantes com TDA/H, mas toda a turma.
A seguir, há algumas indicações de jogos e atividades que podem ser trabalhadas com
crianças que estejam num processo avaliativo/diagnóstico, ou mesmo que já tenham sido
diagnosticadas com TDA/H (FAGALI, 2010).
- O trabalho com o barro: Gera concentração, captando a energia excessiva e
relaxando o paciente.
- Jogos que alternam expansão de percepção e liberação do movimento com foco em
figuras, seus detalhes e na concentração de ações.
- Atividades de construção criativa em que se usa a força com as mãos, liberando
energia represada, exemplo de trabalho de construção com madeira, pregos e martelos.
Alterna-se com atividades sutis, enfatizando a suavidade e delicadeza dos
movimentos. Os instrumentos podem ser as próprias mãos, pincéis de várias texturas,
giz de cera colorido (pintura e expansão da aquarela, guache e giz de cera, no
movimento alternado de contensão e expansão).
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A revista Nova Escola (p.30-32) traz algumas das características mais comuns do
indivíduo:
... agita mãos, pés ou remexe na cadeira; abandona sua cadeira em sala de
aula ou em outras situações nos quais se espera que permaneça sentado;
corre ou escala em demasia, em situações impróprias; tem dificuldade para
brincar ou se envolve silenciosamente em atividades de lazer; está sempre “a
todo vapor”; fala demais; é impulsiva; dá respostas precipitadas, antes de
ouvir a pergunta inteira; tem dificuldade de guardar sua voz; se intromete na
conversa dos outros ou interrompe, etc.
Este distúrbio de comportamento possui algumas necessidades educativas especiais,
exemplifica-se aqui as mais visíveis:
dificuldade de concentração, durante um tempo prolongado, bem como para
selecionar a informação relevante em cada problema, de forma a estruturar e
realizar uma tarefa;
baixa tolerância em relação à frustração;
atividade motora excessiva;
impulsividade ou falta de controle.
As bibliografias apontam outras necessidades educativas especiais da criança com
este distúrbio de comportamento:
“as crianças hiperativas tem problemas maiores de linguagem e um de
seus problemas centrais é sua incapacidade de guardar gratificações (p.78)”;
“crianças hiperativas mais velhas (5 anos aproximadamente) têm grande
dificuldade em fazer amigos e desenvolver aptidões mais complexas por causa do seu
comportamento desatento, impulsivo e intempestivo”(p.83);
“as pesquisas mais recentes constataram que aproximadamente 10% a
30% das crianças hiperativas exibem atrasos nas aptidões escolares, suficientes para
se determinar um diagnóstico de inaptidão de aprendizado”(p.107).
percebe-se nas bibliografias estudadas que as crianças hiperativas
vivenciam dificuldade de aprendizagem em tarefas escolares, muitas vezes são
imaturas e incompetentes quando se refere a aptidões sociais. Vale frisar que estes
aspectos não são regras que todos os portadores do distúrbio de comportamento de
hiperatividade irão demonstrar, cada indivíduo é único, e por isto cada qual apresenta
suas características, neste caso em especial as necessidades educativas especiais e
também suas características variam de indivíduo para indivíduo, podem demonstrar
uma ou mais características ao mesmo tempo.
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[...] temos dois tipos de crianças com hiperatividade, os que têm problemas
escolares, pela dispersão, desatenção, falta de concentração e em
conseqüência do seu comportamento não conseguem atingir os objetivos no
aprendizado; temos hiperativos com um desempenho escolar muito bom,
conseguem fazer as tarefas muito rapidamente, mas não ficam quietos,
atrapalham a dinâmica da classe e por este motivo a feitura da tarefa pelos
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outros alunos, passam a ser também mal quistos pelos colegas e até
rejeitados pelo grupo porque acabam incomodando aqueles que querem
aprender e não conseguem por estarem sendo incomodados.
CONCLUSÃO
Este artigo teve por finalidade de abordar o tema hiperatividade (TDA/H), tendo em
vista da necessidade de procurar um melhor entendimento sobre a complexidade da
hiperatividade, em especial, sob o prisma da educação. Procurou-se através da elaboração
desta monografia, através de pesquisa bibliográfica particularizar o tema, delimitando-o para a
educação em nível de ensino fundamental - séries iniciais. Pode-se afirmar, que é necessário
ao professor, embasar-se teoricamente, sendo esse o seu papel psicopedagógico. Tal
afirmativa, parte do pressuposto que quanto mais cedo ocorrer a intervenção, maiores serão as
possibilidades de tratamento.
A hiperatividade devido a sua repercussão na vida social do indivíduo, excluindo-o do
mercado produtivo inicialmente pela escola, que ao ignorar a criança hiperativa estará
contribuindo para o quadro alarmante de pessoas hiperativas ignoradas no mercado de
trabalho e na sociedade. Desta forma, o trabalho acena com a possibilidade da escola, e em
especial ao professor, estar atento aos distúrbios de aprendizagem, no sentido de identificá-los
e intervir quando assim for solicitado. O papel do educador neste contexto de hiperatividade.
Cabe a nós educadores, ajudar no pré-diagnóstico deste transtorno, e orientar os pais a
procurar um profissional competente para realizar os testes.
Constatou-se que o papel do professor é fundamental para auxiliar no diagnóstico
do TDAH, visto que, a hiperatividade só fica evidente no período escolar, quando é preciso
aumentar o nível de concentração para aprender.
Deste modo, é importantíssimo o professor está bem orientado para distinguir uma
criança sem limites de uma hiperativa.
O portador do TDAH precisa ter na escola um acompanhamento especial, já que não
consegue conter seus instintos, tumultuando a sala de aula, a vida dos colegas e dos seus
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professores. É preciso aplicar uma ação didática-pedagógica direcionada para este aluno,
visando estimular sua autoestima, levando em conta a sua falta de concentração, criando
atividades diversificadas para que não haja um comprometimento durante sua aprendizagem.
O professor será o elo principal entre a família e o especialista, durante o tratamento
do TDAH, pois seu papel não é o de dar o diagnóstico, mas sim de esclarecer aos pais que
esta doença, se não for tratada, gera inúmeras complicações para seu portador no convívio
social, levando-o a depressão, a busca de drogas, a insatisfação e a infelicidade; a um conflito
interno por não atender as mínimas atividades banais do dia a dia, e a rejeição gerada pelos
demais companheiros da escola, não é questão de disciplina apenas, é uma doença genética
com consequências bem mais graves.
A escola e a família trabalhando juntas com o portador de TDAH, auxiliando no seu
tratamento, na sua socialização, não esquecendo porém, de que impor limites é necessário,
pois esta criança vive numa sociedade cheia de regras e não deve se prevalecer desta patologia
para agredir, para complicar a vida dos outros, visto que, hoje em dia com o avanço das
pesquisas sobre a hiperatividade, o tratamento ameniza bastante os sintomas, proporcionando
ao portador de TDAH uma vida mais tranquila.
A partir de agora, com certeza, temos um vasto conhecimento sobre hiperatividade,
o que muito vai nos ajudar em nossas salas de aula, no convívio com nossos alunos, sabendo
conhecê-los e identificá-los; e que nem todos que apresentam comportamentos desajustados
semelhantes são hiperativos.
Sobre a etiologia (causa) específica que possa explicar com clareza o surgimento da
hiperatividade infantil, segundo os autores abarcados nesta monografia, nenhum deles
apresenta com rigor científico um determinado palpite. Sabe-se, porém, que tanto fatores
genéticos como ambientais estão presentes na gênese da hiperatividade.
Na análise dos textos sobre o tema, constatou-se que o papel do professor é de suma
importância no entendimento teórico sobre hiperatividade, tendo em vista a possibilidade
amostral de adentrar em sua classe, crianças portadoras desse distúrbio.
A escola é mais do que um espaço físico, é um espaço para a educação e valorização
do ser humano.
Se o professor agir em tempo hábil, procurando uma orientação ou encaminhamento,
os resultados ocorrerão em curto espaço de tempo. Aí entra o papel do psicopedagogo, como
um profissional que vai auxiliar o professor na superação de tais problemas.
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BIBLIOGRAFIA
ANDRADE, Ênio Roberto de. Indisciplinado ou hiperativo. Nova Escola, São Paulo, n. 132,
p. 30-32, maio 2000.
_____. Hiperatividade: mitos e verdades. Aprender. Curitiba, 1 (2), p. 30-36, set./out. 2000.
TOPAZEWSKI, Abram. Hiperatividade: como lidar? São Paulo: Casa do Psicólogo, 1999.
89 p.
LOPES, Maria da Glória. Jogos na Educação: criar, fazer, jogar. 3. ed.São Paul: ed. Cortez,
2000.
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