Querino, M. O Colono Preto Como Fator Da Civilização Brasileira
Querino, M. O Colono Preto Como Fator Da Civilização Brasileira
Querino, M. O Colono Preto Como Fator Da Civilização Brasileira
BRASILEIRA
Manuel Querino
CAPÍTULO I
CAPITULO 111
1.52
mesmo passo que aumentava r? rancor e despertava a sede
de vingança, nos infelizes. Prova-o a série crescente de le-
vantes, em toda a parte, qual mais, qual menos importante,
seguidos de mol-ticínios. A coragem dos revoltados, a serviço
da liberdade própria, lifio media sacrifícios, não se confor-
mava com o injusto sofrirriento. Era preciso lutar, e lutar
muito atendendo 2 desigualdade de condições.
"Incendido o ódio implacável no peito desses míseros
humanos, pelos bárbaros castigos e maus tratos que Ihes in-
fligiam os se~ihores,era natural que explodisse uma conspira-
ção infernal. Em 28 de fevereiro de 1814, na Bahia, flagelados
pela Some e desesperados pelo excesso de trabalho e pela ha-
bitual crueldade dos feitores, rebelaram e armados assaltaram
as casas e senzalas das armações, em Itapoã.
"As tropas da Legião da Torre tiveram no mesmo dia
vários encontros com os rebeldes junto de Santo Arnaro de
Ipitanga .
"Os pretos investiam contra elas tão desesperados e em-
bravecidos que só cediam na luta quando as balas os prostra-
vam em terra (12)".
A tropa, como de costume, procurava agir sem fazer
mortandade no intuito de poupar aos senhores a perda dos
seus escravos rebelados. Mas estes preferiam perder a vida,
lutando pela sua liberdade, e batendo-se com denodo, deses-
peradamente. Não foram poucos os Espartacos africanos que
no Brasil preferiram a morte ao cativeiro.
CAPfTULO V