Apostila Poder Legislativo Dir. Consti
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http://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=307494137&ext=.pdf
O art. 46, § 3º/CF dispõe que, com cada senador, serão eleitos 2 suplentes. Esses 2 dois
suplentes, em geral, são indicados pelo partido ou pelo próprio candidato. Em que
pese formalmente os suplentes dos senadores serem “eleitos”, em verdade pouco se
fala ou mesmo se divulga quem são os suplentes. Na prática, os suplentes não são
eleitos e, no entanto, podem vir a ser exercer um cargo eletivo.
A figura do suplente tem atraído críticas crescentes nos últimos tempos na doutrina
constitucionalista. Sobretudo porque, na prática, são indicados para tais posições
grandes empresários e financiadores, nem sempre afinados com os ideais republicanos
e federalistas que devem nortear a atuação do senador.
Contudo, a despeito das críticas, remanesce válida e exigível a figura constitucional do
suplente dos senadores.
2.1.3. Requisitos para a eleição de deputados federais e senadores
Nem todo cidadão pode vir a se candidatar ou se eleger senador ou deputado federal.
Ambos os cargos eletivos comportam requisitos pessoais a serem exigidos de quem
porventura pretenda exercer tais cargos.
Poderão ser eleitos para a Câmara dos Deputados ou para o Senado Federal os
brasileiros que atendam os seguintes requisitos, previstos no art. 14, § 4º/CF
Estados com até 12 deputados federais: nesse caso, para saber o número de
deputados estaduais, basta multiplicar o número de deputados federais por 3.
Essa regra será aplicável até que o número de deputados estaduais atinja 36 (o
triplo de 12 deputados federais).
Estados com mais de 12 deputados federais: uma vez chegado esse número, a
fixação na forma do art. 27/CF corresponderá a uma simples equação → [nº de
deputados federais – 12] + 36. Exemplo: o Rio de Janeiro tem 46 deputados
federais. Logo, o seu número de deputados estaduais dependerá do seguinte
cálculo: (46 – 12) + 36. A Assembleia Legislativa do Rio comporta 70 deputados
estaduais.
Quanto às demais competências da Assembleia Legislativa, reporta-se à leitura do art.
27 e seus parágrafos, ambos da Constituição.
Observação: o Distrito Federal possui uma Câmara Legislativa, que, embora concentre
competências legislativas estaduais e municipais, está sujeita ao regime jurídico típico
das Assembleias Legislativas, por força do art. 27/CF.
2.3. Poder Legislativo dos Municípios
A Câmara de Vereadores não se dista de forma significativa ao formato estrutural das
Assembleias Legislativas. Trata-se de um órgão legislativo unicameral, cujos membros
são eleitos para mandatos de 4 anos, integralmente renováveis de 4 em 4 anos, em
eleições locais. Não há limites à reeleição. Contudo, diferentemente dos deputados
estaduais e federais, a idade mínima para se eleger vereador não é de 21 anos, mas
18 anos (art. 14, § 3º, VI, d/CF).
Quanto ao número de vereadores, ele deverá ser fixado pela própria Câmara de
Vereadores, observados os parâmetros estabelecidos pelo art. 29, IV/CF quanto ao
limite máximo de acordo com o número de habitantes do Município.
IMUNIDADES PARLAMENTARES:
Estatuto dos congressistas;
Foram criadas com o propósito de desembaraçar os exercícios da função
política;
São prerrogativas;
Visa a proteção do CARGO, não da pessoa do parlamentar; (entendimento
firmado pelo STF – É um vetor interpretativo)
Divide-se em: imunidade material e imunidade formal.
IMUNIDADES MATERIAIS
Art. 53;
Recai sobre uma conduta;
Ao recair sobre uma conduta, a exime de eventual ilicitude;
Exclui a prática do crime (excludente constitucional de ilicitude), bem como a
inviolabilidade civil, pelas opiniões, palavras e votos;
Abrange tanto matéria civil quanto penal;
Essa imunidade não diz respeito somente ao ambiente da câmara (seja qual
for), mas a todo o exercício parlamentar (extensão da imunidade);
Fala-se em “opiniões, palavras e votos”: isso quer dizer que ele será
responsabilizado por outras condutas que não estejam ligados a esses âmbitos;
Recai, então, sobre o objeto do exercício parlamentar: conteúdo essencial da
função;
Quaisquer outros crimes serão a eles imputados, como corrupção, lesão
corporal e etc;
Pode haver também uma sanção administrativa, feita pelos próprios
parlamentares, na ausência de decoro;
OBS: Sobre a relativização da imunidade: discussão na doutrina sobre a presunção
relativa da imunidade fora do ambiente parlamentar e sobre a presunção absoluta
dentro do ambiente parlamentar. / Posição levemente majoritária. (Na opinião do
professor, essa discussão não tem embasamento constitucional e está defasada).
IMUNIDADES FORMAIS
Relativas ao processo;
Modulam o processo de maneira a proteger o parlamentar;
Imunidade de foro por prerrogativa de função (foro privilegiado): Há uma
reserva a um órgão judicial específico. Por exemplo, os parlamentares federais,
desde a expedição do diploma (quando ele inicia seu mandato), virão a ser
submetidos a julgamento perante o STF;
Período entre eleição e diplomação: Justiça Comum;
Primeira crítica: O STF não tem estrutura para o julgamento dessas ações, como
foi o exemplo do mensalão, que “paralisou’ o STF;
O que acontecia muito era a prescrição do crime pois o parlamentar renunciava
e o STF declinava o processo para a justiça comum; Com isso, o STF mudou a
sua posição: se a renúncia acontecer antes da fase probatória, poderá haver a
declinação para a justiça comum. Se já estiver sido iniciada a fase probatória,
não haverá declínio, mesmo depois da renuncia pelo parlamentar;
Suplente não tem direito a imunidade;
No período do mensalão houve o entendimento da garantia do duplo grau
jurisdição, em que o STF faria um novo julgamento;
Somente abrangerá os crimes cometidos EM RAZÃO do exercício parlamentar.
Crimes contra a vida, contra a administração pública, por exemplo, serão
jugados pela justiça comum.
IMUNIDADE DE PRISÃO
Regra: Uma vez expedido o diploma, os parlamentares não serão presos
(prisões cautelares/ prisão preventiva), de natureza processual;
Exceção: flagrante de crime inafiançável. - Prisão será submetida à casa
parlamentar respectiva, para que seja por ela resolvida. Se será convertida em
prisão preventiva ou se será solto.
IMUNIDADE FORMAL RELATIVA AO PROCESSO (ART 53, § 3º, CF) – caso raro
Permite suspender a ação penal: prescrição também suspensa;
Antes da EC, esse artigo previa que a ação penal só poderia prosseguir com o
aval da casa parlamentar;
Agora a ação penal prossegue no STF, que, por sua vez, dá notícia e enquanto
não houver manifestação da casa parlamentar (por meio de voto), a ação penal
prosseguirá. (Há um esforço moralizador)
IMUNIDADE CONTRA TESTEMUNHAR EM PROCESSO (ART. 53, §6º)
Impede que o parlamentar venha a ser testemunha de um processo em razão
de alguma informação que ele tenha devido ao cargo: haveria o
enfraquecimento do contato do parlamentar com a sociedade civil.