NEABI Indica 3 2019
NEABI Indica 3 2019
NEABI Indica 3 2019
INDICA
Sugestões de biografias de personalidades
negras e indígenas e atividades para abordar a
História e Cultura Africana, Afro-brasileira
e Indígena na sala de aula
N 03 o
1
SUMÁRIO
O NEABI - IFSP 3
Composição do Neabi – IFSP 3
Sobre este Guia 4
Minibiografias 5
de aula 72
2
O NEABI – IFSP
Lançado oficialmente em 20 de agosto de 2015, em cerimônia no
auditório Prestes Maia da Câmara Municipal de São Paulo, o Núcleo de
Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEABI) do IFSP teve seu regulamento
aprovado pela Portaria Nº 2.587, de 28 de julho de 2015.
No espírito das Leis 10.639/03 e 11.645/08, o Núcleo existe para que as
questões étnico-raciais, como o racismo e a xenofobia, não fiquem à
margem e sejam encaradas com a devida seriedade nas ações de ensino,
pesquisa e extensão desenvolvidas no âmbito do Instituto Federal de
São Paulo, ou que estejam a ele vinculadas. Isso significa zelar pelo fiel
e adequado cumprimento da legislação, promovendo e ampliando as
ações inclusivas e o debate acerca do racismo em nosso país.
Além de incentivar e ampliar ações que já existem, o NEABI tem sido
propositivo e juntamente com a comunidade escolar tem buscado
novas propostas, novos caminhos de inserção efetiva do indígena e do
afro-brasileiro em todas as esferas da sociedade, das quais foram e ainda
são excluídos, em função de valores culturais e práticas institucionais
discriminatórias e sectaristas.
O NEABI traz o compromisso do IFSP de reconhecer que o racismo e
a discriminação ainda são práticas recorrentes, e acontecem muitas
vezes de modo velado, dissimulado por um discurso pseudo-inclusivo.
Portanto é necessário que as questões sejam postas em discussão,
refletidas em todos os âmbitos do IFSP a fim de promovermos educação
para as relações étnico-raciais que visa igualdade de direitos e condições
de acesso e permanência por meio da valorização da diversidade e
respeito mútuo. É este o compromisso do NEABI.
3
SOBRE ESTE GUIA
O NEABI Indica em sua terceira edição traz em seu bojo questões que
envolvem memória e resistência. Queremos destacar desde o início a força da
memória e do compartilhar. Registrar que a memória não é apenas individual,
ela é também coletiva, que precisamos do outro para apoiar nossas lembranças,
para acessar aquelas que, aparentemente, estavam perdidas/invisibilizadas no
passado. Memória é trabalho, é estarmos dispostos a dialogar, pois é necessário
nos apoiarmos nas lembranças alheias para reconstruirmos um todo menos
impreciso. Em tempos atuais, esse tema parece se colocar de maneira ainda
mais presente, principalmente, para aqueles grupos sociais que têm suas
memórias invisibilizadas diante de uma narrativa histórica que deve ser mais
plural.
Há diversos grupos de pesquisa no Brasil e pelo mundo afora pensando
em uma revisão da história e como ensiná-la nas escolas, uma vez que não há
nada de natural na reconstrução do passado. Se olharmos para nossa história
oficial podemos notar que ela apresenta a visão de um determinado grupo,
daqueles que detém o poder de registrar, por isso, o protagonismo de muitos
personagens e grupos não estão ou não estavam presentes.
Amparados por essas ideias é que trazemos nesse NEABI Indica 3 diversas
biografias de personalidades negras e indígenas, mulheres e homens, do
passado e do presente, de diferentes lugares da diáspora negra, ativistas, artistas,
professores/as, escritores/as, heróis e heroínas que nos fazem refletir sobre
nossa brava história de resistência às opressões, sejam elas físicas, simbólicas,
sejam elas responsáveis por uma tentativa constante de nos invisibilizar que
não se realiza por completo, porque para além do que a história registra
existem as vivências e a manutenção dentro dos grupos de suas lembranças e
o fortalecimento de suas identidades.
Buscamos com esse material atender as leis 10.639/2003 e 11.645/2008
que alteraram a Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1996 e instituíram
a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Africana, Afro-Brasileira e
Indígena em todos os níveis da educação brasileira, um passo importante não
apenas para se ensinar a história dos negros e indígenas, mas para se ensinar e
aprender sobre a própria história do Brasil.
Dessa maneira, as biografias aqui apresentadas juntamente com
sugestões de atividades didáticas elaboradas por membros do NEABI-IFSP
atuam como um guia a ser utilizado como apoio às práticas docentes, em
diferentes áreas do conhecimento, não apenas na rede IFSP, mas para todos
aqueles que buscam ampliar suas visões de mundo, incorporando outros
personagens, lançando luz a outros protagonistas da nossa história.
4
MINIBIOGRAFIAS
Colaboradores internos (Neabi-IFSP):
5
MINIBIOGRAFIAS
Davina Marques eral de SP- equipe formação de formadores.
Graduada em Português/Inglês (UNIMEP) Membro do Núcleo de Estudos de Educação
e em Pedagogia (UNICAMP). Mestre em Profissional e Tecnológica NEEPT - do Instituto
Educação (UNICAMP), MA in Curriculum Federal SP. Membro do Conselho Municipal
and Teaching (Michigan State University/ de Políticas de Igualdade Racial de Sertãoz-
EUA) e doutora em Estudos Comparados inho (2015 a 2017). Pesquisa e trabalho so-
de Literaturas de Língua Portuguesa (USP). cial atuando principalmente nos seguintes
Professora no Instituto Federal de Educa- temas: sobre a inserção da história e cultura
ção, Ciência e Tecnologia de São Paulo afro-brasileira e africana na educação básica
- Campus Hortolândia. Coordenadora do de núcleo comum e profissional tecnológica
Experimentações: Núcleo de Pesquisa de nível médio e sobre a construção da identi-
em Leituras, Escritas e Imagens. Diretora dade étnica da população negra em ambien-
Adjunta Educacional do IFSP- Câmpus tes escolares e não-escolares.
Hortolândia, desde 2017. Pesquisadora e
colaboradora do Grupo de Estudos Audio- Estela Pereira Batista
visuais - OLHO da Faculdade de Educação DOCENTE do INSTITUTO FEDERAL DE SÃO
da UNICAMP e integrante do GT Deleuze PAULO, Campus Campinas (atual). Atuação no
da ANPOF. Membro do Grupo de Estudos Ensino Médio Integrado e na Graduação em
em Narrativas Médicas (GENAM - USP) e Pedagogia, Licenciatura em Matemática. Atu-
do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e ação na Equipe de Formação Docente e no
Indígenas (NEABI - IFSP). Foi membro, de Núcleo de Estudos Afro Brasileiros e Indíge-
2011 a 2018, da Diretoria da Associação nas. Orientadora e integrante do NDE do curso
de Leitura do Brasil (ALB). Coordenadora, de Licenciatura em Artes Visuais. Doutoranda
desde 2012, em parceria, da Comissão Edi- em Educação pela Faculdade de Educação da
torial da Revista Leitura: Teoria & Prática. Universidade de São Paulo – FEUSP. Mestrado
em Educação, Arte e História da Cultura pela
Elisandra Pereira Universidade Presbiteriana Mackenzie, título
Graduada como Tecnóloga em Gestão obtido em Fev/2011. Especialização em Eco-
Empresarial pela Faculdade de Tecnolo- logia, Arte e Sustentabilidade pela Univer-
gia de São Paulo (2014). Formação Ped- sidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita F.
agógica para profissionais da Educação - UNESP e Universidade do Meio Ambiente
Profissional e Tecnológica - IFSP Instituto e Cultura de Paz - UMAPAZ. Especialização
Federal de Educação Ciência e Tecnologia em Política e Relações Internacionais pela
de São Paulo (2015). Docente do Centro Fundação Escola de Sociologia e Política de
Estadual de Educação Tecnológica Paula São Paulo com disciplina Didática e Prática de
Souza - ETEC Sertãozinho (2016 e 2017) Ensino.Participação dos Grupos de Pesquisa
nos cursos Técnico em Administração e "Trabalho e Educação" - FEUSP e
Logística. Docente na escola Microlins "Abordagens teóricas e práticas para
Ensino Profissionalizante - curso de Ad- uma formação crítica" - IFSP. Graduada
ministração. Especialização em Trabalho pela Faculdade de Comunicação e Artes da
Docente nas Relações Étnico Raciais (Uni- Universidade Presbiteriana Mackenzie. Licen-
versidade de Araraquara SP). Ciências So- ciada em Artes Visuais pelo Centro Universi-
ciais (Universidade de Franca SP). Membro tário Ítalo Brasileiro.
do Comitê dos Direitos Humanos Relações
Étnico Raciais e de Gênero do Instituto
Federal campus Sertãozinho SP. Membro Juliana Serzedello Crespim Lopes
do NEABI IFSP - Núcleo de Estudos Afro- Mestre em História Social pela Universidade
brasileiros e Indígenas do Instituto Fed- de São Paulo, titulada em abril de 2008. Au-
6
tora do livro "Identidades politicas e raciais do Instituto Federal de Educação, Ciência e
na Sabinada (Bahia 1837-1838)", publicado Tecnologia de São Paulo, lotado no Campus
em 2013 pela Alameda Editorial. Vencedora do de Bragança Paulista.
Prêmio Palmares de Monografia e Dissertação
de 2010 (categoria dissertação, área temática Marina Aparecida Rodrigues de Oliveira
Cultura Afro-Brasileira, região Sudeste). Atual- Professora EBTT no Instituto Federal de Edu-
mente é professora EBTT no Instituto Federal de cação, Ciência e Tecnologia de São Paulo –
São Paulo (IFSP), no Campus Itaquaquecetuba e Campus Boituva. Graduada em Letras - Por-
membro do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e tuguês e Espanhol pela Universidade Braz
Indígenas do IFSP (NEABI). Cubas. Tem experiência na área de Letras,
com ênfase em Línguas Estrangeiras Moder-
Leonardo Alves da Cunha Carvalho nas. É integrante do Núcleo de Estudos Afro-
Professor EBTT Sociologia, campus São Miguel brasileiros e Indígenas (NEABI) e do Grupo
Paulista. Membro integrante do Neabi. de Pesquisa Educação, Política e Sociedade
Marcos Tarcisio Florindo (GPEPS) do Instituto Federal de Educação,
Graduado em Ciências Sociais pela Universidade Ciência e Tecnologia de São Paulo.
Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1997),
mestre em História pela Universidade Estadual Michael Dias de Jesus
Paulista Júlio de Mesquita Filho (2000) e doutor Graduado em Geografia pela Faculdade de
em Sociologia pela Universidade Estadual Pau- São Paulo (2015). Pós-Graduando Pelo Insti-
lista Júlio de Mesquita Filho (2007). Experiência tuto Federal de São Paulo em Docência do
docente e de coordenação acadêmica em cur- Ensino Superior. Atualmente é Professor de
sos nas áreas das ciências sociais, da administra- Geografia da Rede Estadual de Ensino do
ção de empresas, da Pós-Graduação latu sensu Estado de São Paulo. Integrante do Núcleo
e do mestrado em gestão e políticas públicas. de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas do
Atua em pesquisas nas seguintes áreas temáti- Instituto Federal de São Paulo (NEABI). Mem-
cas: políticas públicas, Estado e modernização bro do Coletivo Negro Quilombo Cabeça de
da sociedade, formação e desenvolvimento das Nego do Instituto Federal de São Paulo. Estu-
instituições policiais. Foi professor da Fundação dante das Relações Étnico-Raciais. Seus Estu-
Escola de Sociologia e Política de São Paulo e da dos Versam Sobre: Racismo Institucional nas
Fundação Perseu Abramo, entre outros. Atual- Escolas; Aprendizagem das Crianças Negras
mente é professor EBTT do Instituto Federal de na Educação Básica; Descolonização do Cur-
Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, rículo; Formação de Professores Como Agen-
lotado no Campus de Bragança Paulista. tes de Combate do Racismo de Acordo com
a Lei 11.645/08 que Alterou a Lei 10.639/03.
Marcos Tarsício Florindo Atualmente Desenvolve um Estudo Reflexivo
Possui graduação em Ciências Sociais(1997), Sobre a Formação de Professores Baseado no
mestrado em História(2000) e doutorado em Livro Quarto de Despejo da Escritora Literária
Sociologia pela Universidade Estadual Paulista Negra Carolina Maria de Jesus, Popularmente
Júlio de Mesquita Filho (2007). Experiência do- Conhecida como Carolina de Jesus.
cente em cursos nas áreas do ensino médio in-
tegrado, na graduação em ciências sociais, em Moacir Silva de Castro
administração de empresas e na licenciatura em Professor no Instituto Federal de Educação,
matemática. Atuou como professor e como Coor- Ciência e Tecnologia de São Paulo, Cam-
denador Acadêmico na Pós-Graduação latu sen- pus Registro. Doutorando do Programa de
su e no mestrado em gestão e políticas públicas. Educação: História, Política e Sociedade
Foi membro e também coordenador do Núcleo pela Pontifícia Universidade Católica de São
de Direitos Humanos da FESPSP. Elaborou e ori- Paulo - PUC-SP, Mestre em Educação pelo
entou pesquisas nas seguintes áreas temáticas: Programa de Pós-Graduação em Gestão e
direitos humanos, cidadania e políticas públicas, Práticas Educacionais da Universidade Nove
Estado e modernização da sociedade, formação de Julho (PROGEPE - UNINOVE). Membro do
e desenvolvimento das instituições policiais. Foi GRUPEIFORP (Grupo de Pesquisa de Educa-
professor da Fundação Escola de Sociologia e ção Infantil e Formação de Professores). Grad-
Política de São Paulo e da Fundação Perseu Abra- uado em Pedagogia pela UNESP. Licenciado
mo, entre outros. Atualmente é professor EBTT em Geografia pela UNINOVE. Especialista em
7
Geografia (UNESP), Especialista em Coorde- Tatyana Murer Cavalcante
nação Pedagógica (UFSCar) e Especialista Graduada em Pedagogia (2001) e Mestre em
em Educação para as Relações Étnico-Raciais Educação (2006) pela UNICAMP, e doutora
(UFSCar). Tem experiência na área de Educa- em Educação pela UEM (2012). Professora
ção (Ensino Básico e Superior; Coordenação de disciplinas de Fundamentos da Educação
Acadêmica; Ensino de Geografia e Gestão Es- em cursos de Licenciatura e Especialização
colar na Educação Básica e Ensino Superior), em Educação Superior,no Campus São Paulo,
Educação das Relações Étnico-Raciais e Ciên- do Instituto Federal de Educação, Ciência e
cias Humanas/Sociais. Tecnologia de São Paulo. Pesquisadora sem
vínculo empregatício da UEM, junto ao GT-
Monique Priscila de Abreu Reis SEAM. Foi professora do Departamento de
Mestra em Educação pela Universidade Fundamentos da Educação (DFE) da UEM
Federal de São Carlos (UFSCar). Especial- (2006-2008) e professora de disciplinas
ista em Arte, Educação e Tecnologias Con- de Educação no curso de Licenciatura em
temporâneas pela Universidade de Brasília Matemática do Campus Bragança Paulista
(2010). Possui Licenciatura em Artes (Clare- (BRA) do IFSP (2012-2016). Tenho experiência
tiano, 2015) e Bacharelado em Artes Cênicas, na área de Educação, com ênfase em História
habilitação em Direção Teatral pela Universi- da Educação, atuando principalmente nos
dade Federal de Ouro Preto (UFOP, 2004). At- seguintes temas: História da Educação, His-
uou como professora formadora no curso de toriografia Educacional, Educação Medieval,
Aperfeiçoamento em Educação para as Re- Nascimento da Universidade, Filosofia Medi-
lações Étnico-raciais da UFSCar (2014-2015). eval, Tomás de Aquino. Integrante do NEABI-
Atualmente é professora de Artes no Instituto IFSP desde 2015, e pesquisadora do GPEABI
Federal de São Paulo. Foi integrante do NEAB/ (Grupo de Pesquisa e Estudos Afro-brasileiros
UFSCar entre 2014 e 2017 e atualmente é in- e Indígenas" do IFSP-SLT), na linha de
tegrante do NEABI/IFSP. Tem experiência na pesquisa "Discursos e teorias sobre rac-
área de Educação, atuando principalmente ismo e sobre antirracismo" desde 2017.
nos seguintes temas: ensino de arte, teatro na - IFCH-UNICAMP (2018), com temática voltada
educação e educação para as relações étnico- para Técnica e Arte Contemporânea. É profes-
raciais. sor no Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia de São Paulo - IFSP e Coordena-
dor de Pesquisa, Inovação e Pós-graduação
Rafael Alves da Silva do Câmpus Itaquaquecetuba - IFSP. Atua prin-
Doutor em Ciências Sociais pela Universidade cipalmente nos seguintes temas: Trabalho,
Estadual de Campinas - UNICAMP. Possui Tecnologia, Brasil, Cultura, Arte.
graduação em Ciências Sociais (Bacharel com
habilitações em Sociologia e Ciência Política -
2005), Licenciatura Plena em Ciências Sociais Valquíria Pereira Tenório
(2005) e Mestrado em Sociologia (2008), to- Doutora em Sociologia pela Ufscar, mestre
dos pela Universidade Estadual de Campinas. em Sociologia e graduada em Ciências Sociais
Realizou estágio de doutorado com projeto pela Unesp de Araraquara.
sobre Filosofia da Técnica, Trabalho e Tecno- Professora EBTT do IFSP, campus Matão. É in-
logia contemporâneos na Université Paris I - tegrante do Neabi. Trabalha com a temática
Panthéon Sorbonne. Trabalhou com pesquisa étnico-racial, história oral, memória, iden-
e produção de projetos culturais vinculados tidade negra no interior paulista e educação
a instituições no Brasil e no exterior. Realizou para as relações étnico-raciais.
pesquisa de Pós-Doutorado junto ao De-
partamento de Sociologia - IFCH-UNICAMP
(2018), com temática voltada para Técnica e
Arte Contemporânea. É professor no Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
de São Paulo - IFSP e Coordenador de Pes-
quisa, Inovação e Pós-graduação do Câmpus
Itaquaquecetuba - IFSP. Atua principalmente
nos seguintes temas: Trabalho, Tecnologia,
Brasil, Cultura, Arte.
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9
Biografias
Personalidades
afrodescendentes
Angela Yvonne Davis
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
a morte dos três réus e do juiz. Angela foi implicada no crime e, tratada como uma terrorista de
alta periculosidade, foi presa em 1971. A reação à sua prisão foi intensa e centenas de comitês pela
libertação de Angela Davis criaram um verdadeiro movimento cultural por todo o país e mundo. Em
1972, depois de um ano e meio de encarceramento, o júri concluiu que ela era inocente.
Davis tornou-se uma das vozes mais importantes na luta contra o genocídio e o encarceramento em
massa de negros e negras nos EUA. Angela é uma destacada intelectual que articula raça, gênero e
classe em suas reflexões e prática política comprometidas com a emancipação humana.
11
Biografias– Personalidades afrodescendentes
a partir da diferença: pensar de forma articulada classe, gênero e raça, como propõe Angela Davis,
permite iluminar processos historicamente fundados de silenciamento e exclusão de determinados
grupos.
2. Sugere-se que o/a professor/a divida a sala em grupos (4-5 pessoas); para cada grupo,
apresentar preferencialmente um recorte do texto apresentado.
3. Após a discussão em grupos (20-30 minutos), sugere-se que a turma responda as questões
elencadas abaixo:
3. Texto:
São conhecidas as palavras proferidas por Soujourner Truth (1797-1883), mulher escravizada, que
em 1851 na Convenção dos Direitos das Mulheres, realizada no estado norte-americano de Ohio,
chamou a atenção para as inter-relações entre raça, gênero e classe a partir de sua experiência de
mulher negra e escravizada:
“Aquele homem lá diz que uma mulher precisa ser ajudada ao entrar em carruagens, e levantada
sobre as valas, e ficar nos melhores lugares onde quer que vá. Ninguém me ajuda em lugar nenhum!
E eu não sou uma mulher? Olhem para mim! Olhem para o meu braço. Eu arei, eu plantei e eu recolhi
tudo para os celeiros. E nenhum homem pode me auxiliar. E eu não sou uma mulher? Eu poderia
trabalhar tanto e comer tanto quanto qualquer homem (...) e suportar o chicote tão bem quanto! E
eu não sou uma mulher? Eu dei à luz a crianças e vi a maior parte delas ser vendida como escravas.
E quando eu chorei com o sofrimento de uma mãe, ninguém além de Jesus me ouviu. E eu não sou
uma mulher? [grifos meus]” .
As palavras de Truth, proferidas em meados do século XIX, compõem uma espécie de ancestralidade
à qual Angela Davis se remete. Em “Mulher, Raça e Classe” (1ª edição em inglês: 1982), Davis faz
um estudo elaborado sobre as condições da população negra nos Estados Unidos por um viés
interseccional, ou seja, analisando como racismo, capitalismo e sexismo estruturam as relações
gerando formas combinadas de opressão. Em diálogo com o marxismo e afinada com o ativismo
antirracista e feminista, Davis nega uma leitura de opressão de classe que desconsidere o racismo
e a opressão de gênero. Por meio da articulação das categorias raça, classe e gênero, Angela Davis
consegue capturar de forma profunda e sofisticada as nuances das diferentes formas de opressão e
12
Biografias– Personalidades afrodescendentes
mostrar como elas agem e ainda constituem a sociedade norte-americana.
Os trechos abaixo iluminam o argumento de Angela Davis:
A- “Proporcionalmente, as mulheres negras sempre trabalharam mais fora de casa do que suas
irmãs brancas. O enorme espaço que o trabalho ocupa na vida das mulheres negras da atualidade
reproduz um padrão estabelecido durante os primeiros anos da escravidão. Como escravas, o trabalho
compulsório ofuscava todos os outros aspectos da existência dessas mulheres. Aparentemente,
portanto, o ponto de partida de qualquer exploração da vida das mulheres negras na escravidão
seria uma valorização de seu papel como trabalhadoras.
O sistema escravista definia o povo negro como propriedade. Já que as mulheres, não menos do que
os homens, eram vistas como unidades de trabalho lucrativas, para os proprietários de escravos, elas
poderiam ser desprovidas de gênero. Nas palavras de um intelectual, “a mulher escrava era, antes de
tudo, uma trabalhadora em tempo integral para seu proprietário, e apenas ocasionalmente esposa,
mãe e dona de casa”. A julgar pela crescente
ideologia da feminilidade do século XIX, que enfatizava o papel das mulheres como mães protetoras,
parceiras e donas de casa amáveis com seus maridos, as mulheres negras eram, praticamente,
anomalias.”
Davis, Angela apud Ribeiro, Djamila. “A utopia de Angela Davis”. Disponível em Blog da Boitempo
(https://blogdaboitempo.com.br/2016/06/09/a-utopiade-angela-davis/. Acesso em 26/09/2018.
B- “As organizações de esquerda têm argumentado dentro de uma visão marxista e ortodoxa
que a classe é a coisa mais importante. Claro que classe é importante. É preciso compreender que
classe informa a raça. Mas raça, também, informa a classe. E gênero informa a classe. Raça é a maneira
como a classe é vivida. Da mesma forma que gênero é a maneira como a raça é vivida.
A gente precisa refletir bastante para perceber as intersecções entre raça, classe e gênero, de forma
a perceber que entre essas categorias existem relações que são mutuas e outras que são cruzadas.
Ninguém pode assumir a primazia de uma categoria sobre as outras.”
Davis, Angela apud Ribeiro, Djamila. “A utopia de Angela Davis”. Disponível em Blog da Boitempo.
(https://blogdaboitempo.com.br/2016/06/09/a-utopiade-angela-davis/. Acesso em 26/09/2018.
Possibilidades de avaliação ou produção de resultados: na aula seguinte ao debate, convidar os
estudantes a produzir um poema a respeito do tema trabalhado.
Ademais, o mediador pode incitar uma discussão sobre a democracia racial no sentido levar os
estudantes a pensarem que tal perspectiva constitui-se como barreira a discussão do racismo na
sociedade brasileira.
O professor pode instigar os estudantes, também, a trazerem relatos sobre a vivencia dos estudantes
negros que passam por situações de discriminação para contribuir na discussão. Tais relatos podem
13
Biografias– Personalidades afrodescendentes
ser conseguidos em pesquisas acadêmicas, livros sobre o assunto, redes sociais, notícias ou até mesmo
a própria vivencia do estudante.
É importante que os professores em formação reflitam sobre o impacto do racismo na trajetória
educativa da criança e do adolescente. E possam compreender o seu papel enquanto educador.
Possibilidades de avaliação ou produção de resultados:
A proposta avaliativa pode ser conduzida visando que os estudantes pensem sobre como a escola e
os educadores podem construir uma educação antirracista.
A turma pode ser dividida em grupos para aprofundamento de alguns temas como:
•Pesquisar sobre a ideologia racista contida nos livros didáticos e outros materiais pedagógicos e
pensar as alternativas que devem ser construídas no interior da escola para a construção de novas
representações;
•Pesquisar sobre a Lei 10.639/03 e 11.645/08, ou seja, a inserção da temática africana, afro-brasileira
e indígena no currículo escolar. Como construir e acompanhar esta proposta no espaço educativo?;
•Pesquisar sobre como o racismo afeta psicologicamente suas vítimas. Como a escola pode promover
um ambiente acolhedor ao estudante negro? Quais ações a escola pode organizar para prevenir
atitudes racistas, ou atitudes passivas, de conivência com a discriminação racial.
Tendo em vista que tais temas são complexos, não devemos ter a pretensão de esgotá-los, mas a
possibilidade de reflexão, pesquisa e produção de conhecimento sobre o assunto enriquecerá a
formação inicial destes estudantes. Sugerimos, portanto a produção de textos, que podem ser
coletivos, sobre os assuntos supracitados ou outros que o grupo entender ser pertinente.
Palavras-chave:
Conflito étnico-racial; preconceito, juventude, movimento negro nos Estados Unidos, rebeldia.
Público alvo
Ensino Superior, Ensino Médio, Ensino Profissionalizante, EJA.
Filme adequado para maiores de 14 anos.
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Antonieta de Barros
Nasceu em 17/07/1901 em Florianópolis (SC)
e faleceu em 18/03/1952 em Florianópolis
(SC)
Filha de uma lavadeira e órfã de pai, Antonieta
de Barros teve uma infância muito pobre.
Graças a sua mãe, conseguiu ingressar aos
17 anos na Escola Normal Catarinense (um
dos poucos cursos que permitiam a entrada
de mulheres), formando-se professora de
Português e Literatura em 1921. No ano
seguinte fundou o “Curso Particular Antonieta
de Barros”, voltado para a alfabetização da
população pobre de Florianópolis.
Em 1929, Antonieta começa a escrever
crônicas para Jornais (A Semana, Folha Palavras-chave: desigualdade de gênero; desigualdade
Acadêmica e República). Por meio de crônicas, racial; sufrágio feminino; feminismo.
veiculava suas críticas ao machismo e racismo
Componentes curriculares afins
e sua defesa intransigente da educação, que
entendia como caminho para a emancipação Filosofia; Sociologia; História; Língua Portuguesa.
humana. Em 1937, sob o pseudônimo de Fontes de informação
Maria da Ilha, publica o livro “Farrapos de
Ideias”, uma coletânea de crônicas publicadas ESPÍNDOLA, Elizabete Maria. “Antonieta de Barros:
na imprensa local. educação, cidadania e gênero pelas
Em 1934, foi eleita pelo Partido Liberal páginas dos jornais República e O Estado em Florianópolis
Catarinense (PLC) como a primeira deputada na primeira metade do século XIX”. In: Anais do Encontro
negra do estado de Santa Catarina. Maria da Escravidão e Liberdade no Brasil Meridional. Florianópolis,
Ilha sabia que a ausência da mulher na esfera UFSC, 2013.
pública não representava um fato “natural”,
FALCARI, Gisele “Antonieta de Barros: protagonista de
mas indicava a persistência de fatores
uma mudança” Disponível em: http://www.afreaka.com.
culturais como reprodutores da desigualdade
br/notas/antonieta-de-barrosprotagonista-de-uma-
entre homens e mulheres.
mudanca/). Acesso em 26/09/2018.
Atuou na assembleia legislativa catarinense
NUNES, Karla Leonora Dahse. Antonieta de Barros:
até 1937, quando teve início a ditadura do
uma história. Florianópolis, UFSC-CFH: Dissertação de
Estado Novo. Com o fim do regime ditatorial,
mestrado, 2001.
ela se candidatou pelo Partido Social
Democrático e foi eleita novamente em Documentário: Antonieta (2016). Disponível em https://
1947, desta vez como suplente. Na ocasião, www.youtube.com/watch?v=w511SXZxRMU. Acesso em
26/09/2018.
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
continuou lutando pela valorização da educação: exigiu concurso para o provimento dos cargos do
magistério, sugeriu formas de escolhas de diretoras e defendeu a concessão de bolsas para cursos
superiores a alunos carentes.
Ao longo de sua vida, Antonieta atuou como professora, jornalista e escritora. Destacou-se, entre
outros aspectos, pela coragem de manifestar suas ideias em um contexto histórico que não permitia
às mulheres a livre expressão.
16
Biografias– Personalidades afrodescendentes
A-“Que seremos nós, as mulheres? Irracionais ou domesticadas? Por que esta questão de inteligência
e aptidões femininas, ora em foco, se resume, digamos de passagem, em classificar a mulher entre as
criaturas superiores ou entre os irracionais […]. É isto que está agonizante e querem reviver […]. Inferior
aos próprios irracionais, doméstica e domesticada, se contentará, eternamente em constituir a mais
sacrificada metade do gênero humano?”. (Barros, Antonieta de apud FALCARI ,Gisele “Antonieta de
Barros: protagonista de uma mudança” Disponível em: http://www.afreaka.com.br/notas/antonieta-
de-barrosprotagonista-de-uma-mudanca/ Acesso em 26/09/2018).
B- “Era 1934
E não bastava ser mulher
Era mulher e pobre
E não bastava ser mulher e pobre
Era mulher, pobre e negra
Ainda assim conseguiu ter voz
Ela foi a primeira parlamentar mulher do Brasil”
(Samuel Schimidt Figueira dos Santos. Disponível em http://justificando.cartacapital.com.
br/2017/10/04/antonieta-de-barros-uma-mulher-frente-do-seu-tempo/ Acesso em 26/09/2018)
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
Carolina de Jesus
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
Público-alvo: Atividade apropriada para público adolescente, jovem e adulto. Ensino Médio, Ensino
Profissionalizante, Ensino Superior, Licenciaturas, EJA.
Objetivos:
•Estabelecer uma relação entre rico/pobre e aniquilar o senso comum de que “todos somos iguais”.
https://www.youtube.com/watch?v=FCaKbiEvLVk
2-Após a exibição de apresentação o (a) professor (a) irá distribuir (impresso) um trecho do livro
Quarto de Despejo, nesse trecho Carolina classifica São Paulo.
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
Eu classifico São Paulo assim: O Palácio é a sala de visita. A Prefeitura é a sala de jantar e a cidade é o
jardim. E a Favela é o quintal onde jogam os lixos. (JESUS, 1960. p.27).
Quando estou na cidade tenho a impressão que estou na sala de visita com seus lustres de cristais,
seus tapetes de viludos, almofadas de citim. E quando estou na favela tenho a impressão que sou um
objeto fora de usos, digno de estar num quarto de despejo. (JESUS, 1960, p.31).
3-Após a leitura e interpretação o (a) professor (a) deverá promover um debate coletivo na sala de
aula para identificar quais os principais pontos que Carolina esmiúça nos trechos acima. Para uma
melhor produção do debate o (a) professor (a) deverá levar em conta as seguintes categorias de
análise: raça e classe.
A avaliação será dada a partir da produção de um texto explicando como a produção de Carolina é
importante para compreender as desigualdades, levando em conta raça/classe e quais os possíveis
métodos para romper com as desigualdades em nosso país. É importante direcionar os (as) educandos
(as) para perceberem o olhar geográfico que a escritora teve em comparar São Paulo com uma casa
em um bairro nobre.
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
CLÓVIS MOURA
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
pesquisador aumentam, consideravelmente, Clóvis Moura foi construindo, ele com ele, nos recantos
de sua rica biblioteca, vasta e notável obra – histórica e sociológica – sobre a saga heroica do
negro-escravo e do negro-quase-cidadão na sociedade nacional. Todos os estudiosos da questão
racial brasileira estão familiarizados com seus livros, cujos títulos constam obrigatoriamente das
bibliografias dos estudos que vão surgindo, por se constituírem em referências indispensáveis às
reflexões científicas sobre essa temática a um só tempo tão apaixonada e tão apaixonante”.
- Se possível, dispor a sala em círculo para estimular o debate e as reflexões pelos alunos.
-A partir da leitura de uma das obras ou de trechos de obras de Clóvis Moura, propor aos estudantes
um debate sobre como sua vida e obra se debruçaram sobre os seguintes temas:
• Escravidão
• História;
• Insurreições;
• Negro.
- Ainda a partir da leitura de trechos de obras de Clóvis Moura ou de obras completas, discuta com
os alunos, proponha uma reflexão entre eles e analise, com base no livro didático utilizado pelos
próprios alunos, como o negro é retratado nesses materiais.
• Os negros são retratados, em que posições, nesses livros dos dias de hoje?
Observar durante o desenvolvimento das atividades como os alunos interagiram com as proposições
da aula.
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
Dandara
Materiais necessários: Computador, site de busca e pesquisa como, por exemplo: Google e
visualizador de vídeos Youtube; vídeos, apresentação em slides, livros, revistas, televisão, DVd. Cola,
tesoura, lápis, régua, papel cartão, canetinha, pincel, tinta, canetinha, papelão, papéis, pedras, botões
ou sementes, tecidos, cola quente, cipó, aparelho de som, dentre outros.
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
Indicação complementar para esta atividade- Livro “As lendas de Dandara”.
A partir do excerto:
“De acordo com a Revista Fórum, Dandara foi esposa de Zumbi e, como ele, também lutou com
armas pela libertação total das negras e negros no Brasil; liderava mulheres e homens, também tinha
objetivos que iam às raízes do problema e, sobretudo, não se encaixava nos padrões de gênero que
ainda hoje são impostos às mulheres. E é precisamente pela marca do machismo que Dandara não é
reconhecida ou sequer estudada nas escolas [...].”
Vamos debater um pouco o texto acima? Você concorda? Discorda? Como acha que essa situação
pode ser superada? Fonte <http://www.conteudoseducar.com.br/conteudos/arquivos/4155.pdf>.
Acesso em: o1.Jun.2018.
A história da ABAYOMI.
Quando os negros vieram da África para o Brasil, como escravos, atravessavam o Oceano Atlântico
numa viagem muito difícil. As crianças choravam assustadas, porque viam a dor e o desespero dos
adultos. As mães negras, então, para acalentar suas crianças, rasgavam tiras de pano de suas saias e
faziam bonecas com elas, para as crianças brincarem. Essas bonecas são chamadas de Abayomi.
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
As Abayomi são pequenas bonecas pretas, feitas de pano e sem costura alguma, apenas com nós ou
tranças.
A boneca Abayomi valoriza a cultura africana e contribui para o reconhecimento da cultura afro-
brasileira, pois faz parte da herança cultural dos negros africanos para o Brasil.
A palavra Abayomi significa: encontro feliz, ou encontro precioso, aquele que traz felicidade e alegria.
Quando você dá uma boneca Abayomi para alguém, esse gesto significa que você está oferecendo o
que você tem de melhor para essa pessoa.
A palavra Abayomi, do ioruba, significa aquele que traz felicidade e alegria. Quer dizer encontro
precioso: abay = encontro e omi = precios. Fonte:<http://blogjackiegeo.blogspot.com.br/2014/10/
abayomi-historia-das-criancas-nos.html>
- Professor (a), nesta proposta poderá contar a história da Abayomi, mostrar o vídeo: “História das
bonecas Abayomis”, disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=8KDTF4ApNt4>, poderá
também, a história da Abayomi retrata a de resistência da mulher negra. A história também pode
ser retratada com cartazes ou dramatização por meio teatro. Esta atividade pode ser estendida
à comunidade escolar. Abordar questões de gênero, convidar as mulheres das comunidades
quilombolas para contarem as suas histórias de luta e construir a boneca juntamente com os
educandos e a comunidade.
A atividade proposta é foi adaptada de Cabral-Libório (2018, p.75)
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
Domingos Passos.
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
ativo militante foi enviado para a famigerada Colônia Penal de Clevelândia, no Amapá, na qual
os militantes e demais marginalizados eram enviados para morrer à mingua. Passos foi um dos
poucos sobreviventes deste campo de concentração tropical, logrando fugir para a Guiana. Embora
sobrevivente e retomando a atividade sindical, Passos jamais conseguiu se recuperar totalmente do
impaludismo contraído desta traumática experiência.
Em 1927, Passos mudou para São Paulo tomando posição ativa na reconstrução da anárquica
Federação Operária de São Paulo (FOSP), cujas atividades haviam sido encerradas pela dura repressão
do período bernardista. Neste ano, foi novamente encarcerado em terras paulistas. Ainda segundo
Pedro Catallo, por ordem do delegado Hibraim Nobre, Passos foi deixado incomunicável por mais
de três meses em um cubículo de 2 m2 da “Bastilha do Cambuci”, escuro e sem janelas, recebendo
alimentação apenas uma vez por dia. Ao ser retirado da cela imunda, tinha o corpo coberto de feridas
e vestia apenas trapos. Foi embarcado em um trem e enviado para morrer nas matas da região de
Sengés, no interior ainda selvagem do Estado do Paraná. Algum tempo depois, conseguiu abrigo
neste povoado e pôde escrever para os camaradas de São Paulo solicitando dinheiro, que foi-lhe
levado em mãos por um emissário. Foi neste período que o militante conhecido como “Bakunin
brasileiro” nos meios sindicais encerrou suas atividades, desconhecendo se sobreviveu, ou não, às
sequelas destas últimas violências perpetradas pela polícia paulista.
Público-alvo: Para todos os públicos, sobretudo para alunos do ensino Fundamental II e Ensino
médio.
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
Frantz Fanon.
Nasceu em 20/07/1925 em Fort-de-France,
Martinica – Faleceu em 06/12/1961 em
Bethesda, Maryland (EUA).
30 http://filmescult.com.br/sobre-violencia-2014/. http://
filmescult.com.br/sobre-violencia-2014/
Biografias– Personalidades afrodescendentes
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
Possibilidades de avaliação ou produção de resultados: a partir dos trechos destacados abaixo, convidar
o estudante a refletir sobre o que seria este “complexo de inferioridade”, a tentativa de corresponder
aos padrões sociais ditados pelo colonizador e, ao contrário, a afirmação da identidade negra como
luta contra este quadro. A reflexão pode ser desenvolvida na forma de redação ou pesquisa com
aprofundamento na temática, apresentada em seminário, trabalho escrito ou audiovisual.
“Falo de milhões de homens em quem deliberadamente inculcaram o medo, o complexo de
inferioridade, o tremor, a prostração, o desespero, o servilismo”. (Aimé Césaire, Discurso sobre o
colonialismo – epígrafe na Introdução de Pele negra, máscaras brancas de Fanon).
“O quinto capítulo, que intitulei ‘A experiência vivida do negro, é importante por várias razões.
Ele mostra o preto diante de sua raça. Perceberemos que não há nada em comum entre o preto
deste capítulo e aquele que procura dormir com a branca. Encontramos nesse último um desejo
de ser branco. Uma sede de vingança, em último caso. Aqui, ao contrário, assistiremos aos esforços
desesperados de um preto que luta para descobrir o sentido da identidade negra. A civilização
branca, a cultura europeia, impuseram ao negro um desvio existencial. Mostraremos, em outra parte,
que aquilo que se chama de alma negra é frequentemente uma construção do branco”. (Fanon –
Introdução de Pele negra, máscaras brancas)
“O complexo de inferioridade do colonizado deve-se ao sepultamento de sua originalidade cultural,
faz parte do processo de dominação colonial desconsiderar que o negro possui cultura, civilização e
um longo passado histórico”. (Rocha, 2018)
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
João Cândido
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
podem ser sobre personalidades negras brasileiras em destaque no Brasil, que tiveram/tem papel
político-social de combate ao racismo, seja no campo das artes, do esporte, das ciências, da política.
A pesquisa poderá ser apresentada diferentes formatos, a critério do professor: trabalhos escritos,
seminários ou cartazes. Sugere-se que a pesquisa seja realizada em grupos de até 5 estudantes.
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
lima barreto
Datas: Nasceu em 13/05/1881 no Rio de
Janeiro – Faleceu em 01/11/1922 no Rio de
Janeiro.
Atuação pelos direitos da população negra:
Lima Barreto, mulato e, portanto vítima do
racismo num Brasil que mal acabara de abolir
oficialmente a escravatura teve oportunidade
de boa instrução escolar. Seus primeiros
estudos foram realizados na cidade de
Niterói. Logo depois se transferiu para a única
instituição pública de ensino secundário da
época, o conceituado Colégio Pedro II, no
centro do Rio de Janeiro, cujos estudantes
eram oriundos basicamente da elite
econômica. No ano de 1897, aluno acima da
média, foi admitido no curso de engenharia da
Escola Politécnica, no Largo de São Francisco,
porém foi obrigado a abandoná-lo em 1902
para assumir o sustento dos irmãos, já que
seu pai enlouquecera. Data dessa época sua
entrada no serviço público, exercendo a
função de amanuense na Secretaria da Guerra.
O cargo, somado às muitas colaborações
em diversos órgãos da imprensa escrita,
garantia-lhe algum sustento financeiro. Não Palavras-chave:
obstante, o escritor só veio a ser reconhecido Racismo; Consciência Negra; Desigualdade Racial/Social; História
fundamental para a Literatura Brasileira após do Brasil.
seu falecimento.
Possuindo altas qualidades de psicólogo Componentes curriculares afins
e de retratista de almas, não podia deixar Artes; Geografia; Filosofia; Sociologia; História; Língua
de ser, como foi, excelente romancista. Portuguesa.
Agripino Grieco, em sua Evolução da prosa
brasileira, afirma: “a esse mestiço morto aos
quarenta anos, carapinhento e malvestido, Fontes de informação
sem medalhas e títulos acadêmicos, forçoso BARBOSA, Francisco de Assis. A vida de Lima Barreto. Rio de
é que retornem os nossos prosadores Janeiro: José Olympio Editora, 2002.
quando quiserem ultimar o grande romance BARRETO, Lima. Diário Íntimo. São Paulo: Editora Brasiliense,
realmente brasileiro”. 1956.
Lima Barreto escreveu Recordações do BARRETO, Lima. Triste fim de Policarpo Quaresma. Rio de Janeiro:
escrivão Isaías Caminha (Lisboa, 1909), MEDIAfashion, 2008.
romance que foi a sua estréia, Triste fim de
BARRETO, Lima. Um longo sonho do futuro. Rio de Janeiro:
Policarpo Quaresma (1915), Numa e a ninfa
Graphia, 1993.
(1915), Vida e morte de J. Gonzaga de Sá (1919),
Histórias e sonhos (1920), Os bruzundangas NOLASCO-FREIRE, Zelia. Lima Barreto: Imagem e Linguagem.
(1922). Além dessas obras parece ter deixado Sâo Paulo: Annablume, 2005.
os originais completos de dois outros ENGEL, Magali Gouveia. “Gênero e Política em Lima Barreto”. In:
romances. Morreu prematuramente em Cadernos Pagu. Nº32 jun/2009.
decorrência do vício do álcool, que por mais
de uma vez o levou ao hospício. Amigos
e admiradores ergueram-lhe um busto de
bronze na Ilha do Governador.
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
Mariama Bâ
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
publicado em 1981. Fomentou a educação e os direitos da mulher por meio de campanhas, discursos
e artigos de imprensa. Se autodeclarava “mulher muçulmana moderna”. Faleceu em 1981, um anos
após a publicação do seu primeiro romance e às vésperas da publicação do sua segunda obra literária.
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
corpo e o espírito. Deformar uma alma é tão sacrilégio quanto um assassinato. Os professores
– tanto o s do materna l quanto os da universidade – formam um exército nobre com façanhas
quotidianas, jamais cantadas, jamais condecoradas. Exército sempre em marcha, sempre
vigilante. Exército sem tambor, sem uniforme brilhante. Esse exército, superando armadilhas e
emboscadas, f inca por toda a parte a bandeira do saber e da virtude.”
- Em seguida, propor um debate para discutir os principais temas abordados na obra Un si longue
lettre [A minha carta mais longa], por exemplo, situação da mulher oprimida por sua cultura,
poligamia, divórcio, feminismo, etc.
- Após o debate, orientar o grupo a acessar a página: http://blogueirasnegras.org para conhecer
poesias compostas por mulheres negras.
Possibilidades de avaliação ou produção de resultados: na aula seguinte ao debate, convidar os
estudantes a produzirem um poema a respeito dos temas trabalhados.
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
Martin Luther
King Jr.
Nasceu em 15/01/1929 em Atlanta
(Georgia,EUA)
Público-alvo: Atividade apropriada para público adolescente, jovem e adulto. Ensino Médio, Ensino
Profissionalizante, Ensino Superior, Licenciaturas, EJA.
Objetivos: Problematizar relações estabelecidas com os negros; observar o ativismo não violento
como promotor de mudanças; compreender o histórico de desigualdades sociais e violências raciais
estabelecer pontes com a situação brasileira.
Materiais necessários: Texto preparado para leitura (projeção ou xerox) – escolher entre a tradução
da Carta de uma prisão em Birmingham (em português) ou The King Philosophy (em inglês).
Propõe-se:
1.Introduzir o tema das relações estabelecidas entre as populações brancas e negras, problematizando
as relações de poder existentes.
2.Em uma breve conversa, discuta com a turma o que conhecem sobre as condições de vida nos
Estados Unidos: a escravidão negra; a desigualdade racial; os momentos de resistência; os problemas
que o preconceito suscita nas relações sociais; o papel das lideranças negras.
3.Apresentar o ativista Martin Luther King Jr., sua pequena biografia, mostrando os espaços em que
atuou. Escolher um vídeo para apresentá-lo ou apenas projetar uma imagem sua, enquanto se lê sua
biografia. Discutir se a sua biografia confirma aquilo que se discutiu no item 2.
4.Lembrar que esse homem tem vasta produção escrita. Neste encontro será lido um texto ou
um trecho dos seus textos, por exemplo, a tradução da Carta de uma prisão em Birmingham (em
português) ou The King Philosophy (em inglês). Pode ser visto o filme Selma - Uma luta pela igualdade.
Ver o filme ou distribuir cópias do texto escolhido e fazer a leitura silenciosa, com a seguinte tarefa:
registrar seus pensamentos ou prestar atenção aos seus pensamentos durante a leitura do texto ou
enquanto vê o filme.
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
no texto (ou no filme). Observar a atualidade das discussões trazidas pelo material, inclusive na
relação com as situações vivenciadas pelas pessoas negras no Brasil.
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Mestre Didi
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
- Fazer um levantamento da autoidentificação étnico-racial da turma, com base nos critérios oficiais
do IBGE. Esse levantamento pode ser feito por meio de perguntas simples como: “quem se considera
branco/a por favor levante a mão”. O mesmo deverá ser feito para as demais categorias: preto, pardo,
indígena e amarelo.
- A autoidentificação deve ser aceita tal qual o desejo de cada estudante, sem qualquer interferência
ou correção por parte do professor/a.
- Anotar na lousa os resultados levantados. Se possível, fazer um cálculo da porcentagem de cada grupo
étnico na turma. Por exemplo: 40% pessoas brancas, 30% pardas, 10% pretas, e assim sucessivamente.
O professor deverá registrar esses dados também em seu caderno de atividades.
- Exibir no projetor a foto da doutora Neusa Santos Souza juntamente com o seguinte trecho de seu
livro Tornar-se Negra:
“A descoberta de ser negra é mais que a constatação do óbvio. (...) Saber-se negra é viver a experiência
de ter sido massacrada sua identidade, confundida em suas perspectivas, submetida a exigências,
compelida a expectativas alienadas. Mas é também, e sobretudo, a experiência de comprometer-se a
resgatar sua história e recriar-se em suas potencialidades.” (p. 17-8.”
- Fazer a leitura do trecho, esclarecendo o vocabulário das palavras desconhecidas pela turma.
- Debater com a turma o sentido do texto, no qual a negritude não está relacionada somente à cor
da pele, mas a um conjunto de experiências sociais que por vezes escancaram e por vezes ocultam a
negritude da identidade pessoal.
- Recomenda-se àquele/a que conduz a atividade que evite direcionar o debate somente aos
estudantes que se autodeclararam pretos ou pardos. É fundamental todos os estudantes sejam parte
da conversa.
Possibilidades de avaliação ou produção de resultados: na aula seguinte ao debate, convidar os
estudantes a se dividirem em grupos de aproximadamente 5 pessoas, independentemente da
autoidentificação expressa na aula anterior.
Após a formação dos grupos, exibir no projetor a imagem da escritora Bianca Santana:
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
Perguntar aos estudantes em qual das categorias étnico-raciais do IBGE eles encaixariam a escritora:
branca, preta, parda, amarela ou indígena.
Distribuir para cada grupo cópias do texto de Bianca Santana mencionado acima, no item “Fontes de
Informação” (link gratuito).
O texto deverá ser lido por todos os grupos e discutido internamente. O professor/a deverá circular
entre os grupos esclarecendo dúvidas de vocabulário e compreensão de texto.
O tema central da discussão deverá partir da frase inicial do texto da autora: “Tenho 30 anos, mas sou
negra há apenas dez. Antes, era morena”.
Após a discussão interna dos grupos, o professor/a poderá perguntar novamente à turma em qual
categoria étnico-racial eles colocariam a autora. O professor/a deverá ter atenção sobre as possíveis
mudanças de classificação, trazendo aos estudantes a importância de se reconhecer como negra tal
qual descrita no texto de Santana.
Cada turma poderá produzir cartazes comparando os dados iniciais e finais da autoidentificação
étnico racial, expondo nos corredores da escola como estratégia de continuidade da discussão entre
as turmas. Nesta produção, é interessante a colaboração da área de Matemática para a construção de
tabelas ou gráficos.
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
Petronilha Beatriz
Gonçalves e Silva
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
2002 e 2006, por indicação do Movimento Negro, atuando como relatora do Parecer CNE/CP 3/2004
que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e
para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana.
Por sua imensa contribuição para a educação no combate ao racismo, sendo a primeira mulher
negra a integrar o Conselho Nacional de Educação, Petronilha recebeu, em 2011, uma homenagem
da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR). Também como
reconhecimento de sua contribuição para a educação brasileira, em 2011, foi admitida na Ordem
Nacional do Mérito, no Grau de Cavaleiro, pela presidenta da República Dilma Rousseff.
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico/Raciais e para o Ensino de História e
Cultura Afro-Brasileira e Africana, 2004.
b)BRASIL. Ministério da Educação. Plano Nacional das Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
Brasília, DF: SECAD; SEPPIR, 2009.
c)BRASIL. Ministério da Educação. Portaria Normativa Nº 21, de 28 de Agosto de 2013. Dispõe sobre
a inclusão da educação para as relações étnico-raciais, do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira
e Africana, promoção da igualdade racial e enfrentamento ao racismo nos programas e ações do
Ministério da Educação, e dá outras providências, 2013.
d)BRASIL. Lei no 10.639, de 9 de Janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996,
que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede
de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providências.
e)BRASIL. Lei nº 11.645, de 10 março de 2008. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996,
modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática
“História e Cultura AfroBrasileira e Indígena”.
f )GOMES, Nilma Lino. Alguns termos e conceitos presentes no debate sobre relações raciais no Brasil.
In: Educação antirracista caminhos abertos para a lei 10.639/03. Brasília: SECAD, 2005, p. 39-62
2)Na data agendada, o/a professor/a e estudantes realizam um debate abordando os textos lidos,
principalmente as Diretrizes, fazendo relação com os conteúdos e ementas das disciplinas do curso
a que estão vinculados/as, identificando a presença/ausência da temática étnico-racial na formação.
3)No terceiro momento, os/as estudantes devem pesquisar sobre a inserção da temática étnico-
racial no Ensino Superior. A atividade pode ser realizada em grupos, em formato de seminário, com
objetivo de apresentar os resultados para toda a turma em data a ser organizada em comum acordo.
Cada grupo terá que pesquisar sobre disciplinas, conteúdos, cursos ligados à área de conhecimento
do curso a que estão vinculados/as. O objetivo é avaliar a presença/ausência da temática racial no
próprio curso, mas também pesquisar outros cursos que tenham realizado reformulação curricular,
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
pensando em possibilidades de formação em consonância com o campo normativo estudado. Como
exemplo, pode-se citar o curso de Medicina da Universidade Federal de Alagoas que tem no currículo
a disciplina Saúde da População Negra, desde 2014. Pode-se apresentar a ementa, os conteúdos, as
referências, analisar em qual fase do curso é ofertada e quais os objetivos.
A avaliação será em duas etapas: primeiro será avaliada a participação no debate e o reconhecimento
da importância do estudo sobre o campo normativo da temática étnico-racial, seja qual for a área de
formação. Depois os/as estudantes serão avaliados/as pela apresentação da pesquisa no formato de
Seminário. Espera-se que esta atividade possa levar os/as estudantes de graduação a compreender que
a formação na temática étnico-racial é imprescindível para a futura atuação profissional, para o combate
de práticas racistas e discriminatórias, para a construção de uma sociedade que respeite às diferenças e
promova a garantia de direitos.
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
Solano Trindade
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
A Dione Silva
Sou Negro
meus avós foram queimados
pelo sol da África
minh’alma recebeu o batismo dos tambores
atabaques, gonguês e agogôs
Mesmo vovó
não foi de brincadeira
Na guerra dos Malês
ela se destacou.
Na minh’alma ficou
o samba
o batuque
o bamboleio
e o desejo de libertação.
(O poeta do povo, p. 4)
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
Steve Biko.
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
Thereza Santos
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
trabalhos no Cecan, até que deixou o Brasil em 1974 em virtude da perseguição do regime militar.
Nos quatro anos que passou na África, Thereza passou por Guiné Bissau, Angola e Senegal atuando na
luta política de reconstrução das nações que passavam pelo processo de independência. Sua atuação
se deu principalmente pela cultura e pela arte, usando o teatro como ferramenta de emancipação.
Em 1978 Thereza retorna ao Brasil.
De 1986 a 2002 atuou como assessora de cultura afro-brasileira da Secretaria de Estado da Cultura do
Estado de São Paulo promovendo diversas ações e projetos de valorização da cultura negra.
Thereza Santos é símbolo de luta e resistência. Mulher negra, conheceu desde a infância o racismo
presente na nossa sociedade e se engajou, principalmente, pela arte e pela cultura na luta para o
reconhecimento dos direitos dos povos negros na diáspora e até mesmo no continente africano. Sua
trajetória e sua luta estão centradas em uma cultura política, entendendo a arte também como um
caminho para mudar os rumos da história, para a superação do racismo, das desigualdades e para o
fortalecimento das identidades.
Objetivos:
•Compreender o racismo como estruturante da sociedade brasileira buscando formas para combatê-
lo;
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
Materiais necessários: projetor multimídia, caixa de som, computador e sala para apresentação
teatral.
Métodos ou procedimentos de ação: O teatro foi mobilizado pela população negra em diferentes
momentos históricos e diferentes contextos: pelo movimento abolicionista, por movimentos negros,
pelas comunidades tradicionais afro-brasileiras com suas manifestações
1)Leitura de trechos da obra Malunga Thereza Santos: a história de vida de uma guerreira. O/a
professor/a deverá distribuir os trechos (impressos) aos estudantes.
A)Infância:
Na vila, onde morava, minhas colegas de brincadeiras eram as menininhas brancas e a nossa relação
era marcada por altos e baixos. Foi lá que ganhei a verdadeira percepção das diferenças entre negros
e brancos, e digo até hoje que devo minha consciência negra à crueldade dos brancos na relação com
os negros. Quando eu fazia tudo que elas mandavam, eu era maravilhosa e suas mães diziam que eu
era uma verdadeira “negrinha de alma branca”, porém, quando durante as brincadeiras, eu brigava
com algumas delas, voltavam-se todas contra mim e me chamavam de “Tiziu”, “Macaca” e ouvia a
famosa frase: “Negro quando não faz na entrada, faz na saída”. A vila marcou minha vida por tudo que
ouvi lá contra os negros (SANTOS, 2008. p. 17-8).
B)Escola:
C)África:
O Futa Djalon é uma montanha rica em minerais cuja metade fica no território da Guiné Bissau e a
outra no território da Guiné Conakry. Isto é consequência da partilha da África feita pelos Europeus
em 1885. As divisões territoriais eram feitas de acordo com os interesses econômicos deles. Foi lá que
nossas crianças se apresentaram para autoridades de várias partes do mundo.
Deve ser no mínimo, intrigante para quem não conhece a África, a importância da cultura no continente.
60
Biografias– Personalidades afrodescendentes
A preocupação dos dirigentes do PAIGC (Partido Africano pela independência da Guiné Bissau e Cabo
Verde no Senegal) com o trabalho de desenvolvimento cultural mesmo em plena guerra.
A grande vantagem dos países africanos sobre os países europeus ou europeizados, é que os valores
culturais são parte da formação do homem, e foi lá, no meio da miséria, da guerra, do barulho do obus
(Canhão) que aprendi a valorizar a cultura. Dentro do mesmo conceito que aprendi na Mangueira, ou
seja, aprendi a não separar os valores culturais dos valores sociais e político do homem. Para alguns,
incompreensíveis, para mim o caminho que descobri e que resolvi trilhar (SANTOS. 2008. p. 53-54).
2)Após a leitura dos trechos o/a professor/a deverá promover um debate coletivo na sala de aula
apresentando algumas questões norteadoras:
a)Como Thereza Santos relata sua experiência de tomada de consciência sobre as diferenças na
infância?
b)Você, estudante, em seu percurso escolar, desde a Educação Infantil até o momento presente,
presenciou ou vivenciou situações de preconceito racial? O que professores/as e/ou escola fizeram
com relação à situação? O que você acha que deveria ter sido feito?
3)Após o debate, a turma pode ser separada em grupos. Cada grupo terá que produzir uma apresentação
teatral, com duração entre 5 a 10 minutos. Os temas e situações abordados no debate, bem como a
trajetória de Thereza Santos poderá servir de inspiração para a criação de uma apresentação teatral
vinculada a algum dos seguintes eixos: combate ao racismo; fortalecimento de identidades; história
da África; teatro negro. A obra deverá ser apresentada na sala de aula para toda turma.
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
Toussaint
de Louverture
Nascimento - 20 de maio de 1743, Cabo
Haitiano, Haiti.
Falecimento - 7 de abril de 1803, Fort de Joux
– França.
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
de idade, quando a insurreição geral dos escravos veio adverti-lo de sua própria proeminência.
A revolução para independência do Haiti iniciou-se em 1791, tendo à frente os negros e liderados por
Toussaint Louverture . Foi uma verdadeira guerra civil que teve, como pano de fundo, os incêndios nos
canaviais e comnbates sanguinolentos contra os senhores e exércitos regulares da Inglaterra, Espanha e
França. Na agenda revolucionária estava desde a conquista da liberdade e da igualdade e até mesmo a
reforma agrária, uma novidade mais que temerária para os donos das terras. Em 1794, quando o governo
aboliu a escravidão nas colônias, os haitianos já tinham conquistado sua liberdade. Toussaint, porém, fiel
ao mandato revolucionário do governo republicano francês, manteve a região ligada a antiga metrópole.
Formou do nada um exército com 4.000 almas, de invejável capacidade e eficiência militar. Com eles
expulsou uma expedição inglesa que veio tomar o Haiti e também derrotou os espanhóis, libertando
os escravos de Santo Domingo, na porção espanhola da ilha. Além da genialidade militar, reconhecida
pelos aliados e inimigos, Louverture revelou-se um administrador interessante. Fomentou e conservou as
lavouras importantes para a subsistência dos ilhéus, criou escolas que ele próprio inspecionava e instalou
hospitais.
A revolução, no entanto, não agradou Napoleão, já que a libertação dos escravos diminuiu os lucros
com o que era outrora a mais lucrativa colônia francesa. O Imperador francês enviou para a colônia seu
cunhado, Charles Leclerc, com a intenção declarada de depôr Louverture e com a intenção secreta de
restaurar a escravidão na ilha. Leclerc desembarcou na fazenda a campanha da terra arrasada, queimando
casas e engenhos, destruindo plantações e apresando animais. Em lugar de recorrer às guerrilhas, que
lhe poderiam ser úteis na emergência, Toussaint cometeu o erro de concentrar suas tropas e oferecer
combate ao inimigo em Ravinea-Couleuvres, onde foi derrotado pelo general francês Rochambeau.
Refugiou-se no interior, em uma fazenda sua, que posteriormente foi atacada e vencida por tropas de
Leclerc. Toussaint e sua família foram aprisionados e enviados para a França. Na prisão, em 1803, depois
de um rigoroso inverno, Louverture faleceu de pneumonia. O general negro foi enterrado sem caixão, em
uma caverna debaixo da capela da prisão.
Na ilha, o desaparecimento de Toussaint não levou à calma. A situação das tropas francesas foi piorando e
a febre - mais do que a guerrilha - provocou baixas terríveis no corpo expedicionário. A aliança dos chefes
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
negros acelerou o desastre das tropas francesas, as quais acabaram por capitular. A morte de Toussaint
provocou a união dos negros e mulatos e jamais os franceses tentaram retomar a colônia novamente.
Fontes de informação
AMES, C. L. R. Os jacobinos negros: Toussaint L’Ouverture e a revolução de São Domingos. São Paulo:
Boitempo,2010.
BLACKBURN, Robin. A quebra do escravismo colonial:1776-1848.Rio de Janeiro/São Paulo: Editora
Record,2002.
Toussaint-Louverture in Artigos de apoio Infopédia [em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2018. [consult.
2018-09-28 19:00:54]. Disponível na Internet: https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$toussaint-
louverture
Didática
•Assistir ao filme A Cor Púrpura (cerca de 2h30 minutos).
•Organizar roda de conversa sobre o filme.
•Construir cartazes representando pontos centrais abordados no filme
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
Virgínia Leone
Bicudo
Nasceu em 21/11/1910 em São Paulo –
Faleceu em 26/09/2003.
Mulher negra acadêmica, Virgínia Leone
Bicudo é pioneira nos estudos brasileiros em
Psicanálise, sendo a única mulher a fazer parte
do primeiro grupo de estudos psicanalíticos
no Brasil (ABRÃO, 2014). Sua trajetória de
estudos passa pela Escola Normal Caetano
de Campos, depois pelo Curso de Educadora
Sanitária no Instituto de Higiene de São
Paulo e culmina com a formação em Ciências
Sociais na Escola Livre de Sociologia e Política
de São Paulo, onde entra em contato com a
Psicanálise (ABRÃO, 2014). Em sua atuação
tanto acadêmica quanto profissional, destaca-
se na área da saúde mental preventiva,
afastando a Psicanálise do Higienismo, que era
o grande influenciador das práticas médicas
no início do século XX. Destaca-se também
como introdutora da função de psicólogo no
serviço público paulistano, bem como pela
atuação em defesa do curso de Psicologia
e do fim da exclusividade da formação em
Medicina para o exercício profissional da Palavras-chave: Psicanálise, intelectuais negras, estudos
terapia Psicológica e Psicanalítica (ABRÃO, raciais, saúde mental preventiva.
2014). A autora é uma das responsáveis pela Componentes curriculares afins:
desconstrução acadêmica do determinismo Fundamentos da Educação; Psicologia da Educação; Sociologia
biológico étnico-racial no Brasil e, no pós- da Educação; História da Educação; Educação das relações
guerra, contribui significativamente para o étnico-raciais.
avanço das pesquisas em relações étnico- Fontes de informação:
raciais no país, ao estudar “atitudes” dos ABRÃO, Jorge Luís Ferreira. Virgínia Leone Bicudo: Pioneira da
alunos dos Grupos Escolares, analisando Psicologia e da Psicanálise no Brasil. Interação em Psicologia,
atitudes de rejeição, intimidade, ou Curitiba, v. 18, n. 2, p. 217-227, maio/ago. 2014. Disponível em:
aproximação dos estudantes em virtude da <https://www.researchgate.net/publication/306050921_
cor da pele, bem como a influência da família Virginia_Leone_Bicudo_Pioneira_da_Psicologia_e_da_
na constituição dessas preferências (SANTOS; Psicanalise_no_Brasil>, consulta em 02/10/2018.
SCHUCMAN, MARTINS, 2012). Além disso, SANTOS, Alessandro de Oliveira dos; SCHUCMAN, Lia Vainer;
ajudou a popularizar as ideias psicanalíticas MARTINS, Hildeberto Vieira. Breve Histórico do Pensamento
entre a população brasileira, participando de Psicológico Brasileiro Sobre Relações Étnico-Raciais. Psicologia:
programas de rádio e de matérias de jornais Ciência e Profissão, Brasília, 32 (num. Esp.), p. 166-175. 2012.
(ABRÃO, 2014). Apesar de pouco conhecida e Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
pouco divulgada nos cursos de Licenciatura, arttext&pid=S1414-98932012000500012&lng=en&nrm=iso
tem seu reconhecimento pela Sociedade de &tlng=pt>, consulta em 02/10/2018.
Psicanálise. Vídeo: Coletivo Feminista Virgínia Leone Bicudo, da Escola de
Sociologia e Política de São Paulo. Quem foi Virgínia Bicudo?
Evento em Comemoração ao Dia Internacional da Mulher,
Na Faculdade de Saúde Pública da USP, em 09/03/2018.
Disponível em: <http://iptv.usp.br/portal/transmisao/video.
action;jsessionid=8251AA302F08EEF7144E77FEA10E9F3C?idI
tem=38566>, acesso em 02.10.2018.
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
No encontro:
- Deixar a sala previamente arrumada em semicírculo, para que todos possam se ver e ver ao vídeo;
- Ir apresentando informalmente aos alunos as questões geradoras previamente formuladas. As ideias
devem ser anotadas no quadro. Deixar que seus alunos falem livremente. Se algum(ns) dos seus
alunos tiver(em) conhecimentos aprofundados sobre a questão, apoie-o(s) para que ele(s) assuma(m)
as informações;
- Apresentar muito brevemente a autora e o vídeo, possibilitando que os alunos venham conhecer a
autora por meio da banca de mulheres negras que apresenta a autora no próprio vídeo;
- Exibir o vídeo (a parte reservada à Virgínia Leone Bicudo);
- Conduzir o debate, registrando novamente as novas informações no quadro, utilizando cores
distintas e preferencialmente aproximando visualmente os temas, para permitir a comparação entre
as informações adquiridas e as iniciais;
- Compartilhar com os alunos informações adicionais trazida pela leitura dos textos;
- Compartilhar as referências dos textos que são fonte de informação desta atividade com os alunos
e convidá-los a ler.
Após o encontro:
- Antes de deixar a sala, o professor deve registrar para si as notas levantadas no quadro.
Possibilidades de avaliação ou produção de resultados: o professor pode avaliar a atividade
comparando as notas iniciais às finais; pode também pedir aos alunos que escrevam sobre a atividade.
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
Zumbi
Materiais necessários: Computador, site de busca e pesquisa, por exemplo: Google e visualizador
de vídeos Youtube; vídeos, apresentação em slides, livros, revistas, televisão, DVD. Cola, tesoura, lápis,
régua, papel cartão, canetinha, pincel, tinta, papelão, papéis, pedras, botões ou sementes, tecidos,
cola quente, cipó, aparelho de som, dentre outros.
Após a exibição do filme, discutir com os alunos sobre o que foi a escravidão no Brasil, o período
social em que isso aconteceu, quais as formas de escravidão que existiram, quais as consequências
dessa escravização dos negros, quais os reflexos sociais que se mantêm até os dias de hoje, etc.
- Selecionar e entregar aos estudantes os poemas disponíveis em Poemas para Zumbi, disponível
em: http://vinteculturaesociedade.wordpress.com/2013/11/20/poemas-para-zumbi/, acesso em 01.
Set.2018.
- Solicite que leiam atentamente o poema recebido e que procurem fatos conhecidos da história
brasileira nos textos. Após a análise do texto poético, peça aos alunos que façam uma pesquisa sobre
escravidão, maus tratos, sofrimento, preconceito, período colonial e Lei Áurea. Os resultados das
pesquisas precisam ser anotados ou impressos para consulta posterior.
- Solicite aos estudantes que, em posse do material pesquisado, agrupem-se de acordo com o título
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
do poema recebido.
-Após a organização da sala em grupos, de acordo com a temática de cada poema, solicite que
compartilhem as pesquisas feitas e que iniciem a análise do poema do grupo. Essa análise deve ser
registrada e comprovada por meio dos dados encontrados nos sites visitados.
-Professor, observe com seus alunos os elementos formais (rima, estrofe, verso e métrica) e os aspectos
de conteúdo do poema (vocábulos, contexto histórico mencionado no texto, referências à cultura
africana, como religião, tribo etc.). (Essas atividades estão disponíveis em: <http://portaldoprofessor.
mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=55498>. Acesso em 01. Set.2018.
- O Regimento da Câmara de São Paulo, de 1733, define quilombo como “ajuntamento de mais de
quatro escravos vindos em matos para viver neles e fazerem roubos e cometerem atrocidades”.
(SANTOS, 2011, p.10)
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Biografias– Personalidades afrodescendentes
pelos membros da comunidade e bem como a cultura, processos de produção e de subsistência.
Discutir as formas de organização e de trabalho, o processo de formação e os conceitos de quilombo
na contemporaneidade.
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Biografias
Personalidades
indígenas
Ailton Krenak
Materiais necessários: computador, projetor de imagens e caixas de som e acesso à internet para
exibição do vídeo.
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Biografias– Personalidades indígenas
Daniel Munduruku
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Biografias– Personalidades indígenas
redes sociais, apresenta novas obras e promovendo ações em que outros possam participar. Vale
visitar seu blog: <http://danielmunduruku.blogspot.com/> e o do Instituto UKA: <http://institutouka.
blogspot.com/>.
Reside em Lorena, interior de SP.
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Biografias– Personalidades indígenas
que essa exposição do tema suscita nas relações sociais; exemplos de membros da comunidade
indígena que eles conheçam; qual o papel de uma liderança indígena hoje.
2. Apresentar o lugar de um escritor indígena e propor que se levantem as diversas maneiras
como ele poderia atuar na sociedade para lidar com as questões que dizem respeito aos povos
indígenas.
3. Apresentar o Daniel Munduruku, sua pequena biografia, mostrando os espaços em que atua
hoje: blog, redes sociais, canal na internet... Escolher um vídeo para apresentá-lo ou apenas projetar
uma imagem sua, enquanto se lê sua biografia. Discutir se a sua biografia confirma aquilo que se
discutiu no item 2.
4. Lembrar que o Daniel tem muitos textos poéticos, outros destinados a registros da sabedoria
do seu povo, outros ainda de formação, por exemplo, de professores. Neste encontro será lido um
texto publicado em seu blog. Distribuir cópias do texto “Minha vó foi pega a laço” e fazer a leitura
silenciosa, com a seguinte tarefa: registrar seus pensamentos pessoais ou prestar atenção aos seus
pensamentos durante a leitura do texto.
5. Promover um debate coletivo, problematizando os aspectos sociais e históricos que
se apresentam no texto. Observar a questão da língua como lugar de manifestação da cultura e
constituidora dos sujeitos sociais. Compreender a língua como lugar de marcar desigualdades sociais
e violências.
Possibilidades de avaliação ou produção de resultados:
A avaliação vai depender do lugar da atividade na composição do trabalho realizado no componente
curricular. Sugere-se: escrita livre – qualquer gênero textual – dialogando com o que se discutiu nesse
encontro (exemplos: carta ao Daniel a respeito do que escreveu; carta à avó do Daniel; carta ao moço
que se dirigiu ao escritor; poema retomando o tema; poema dialogando com o tema; dissertação).
Outra possibilidade é pedir que o grupo ouça (estudando a letra) a canção “Que país é esse?”, do
Legião Urbana, como tarefa, e estabeleça relações com o texto do Daniel
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Biografias– Personalidades indígenas
que deverá ser apropriada pelos estudantes como preparação para a aula:
Trecho da entrevista:
-No meu caso a gente foi cuspido do nosso território muito cedo, porque vivíamos num contexto de
comunidades que já eram dadas como integradas ou desaparecidas, comunidades indígenas. Era
como se fosse o resto dos índios que sobreviveram à colonização do Rio Doce, mas que ainda tinham
modelos de organização que implicavam o acesso comum às coisas. Ter acesso comum a água, ao
rio, ao lugar onde você podia buscar comida, acesso de sociabilidade que envolvia a vida de muitas
pessoas. Esses coletivos, é isso [retirar] que chamam de comunidade. Eu acho que quando nomeiam
esses coletivos de comunidades esvaziam um pouco da potência que eles têm, e plasma uma situação
idealizada de comunidade – não conseguem problematizar a vida dessas pessoas.
Sacar uma biografia de um ambiente desses é uma maneira de iluminar todo esse ambiente e projetar
sentido na vida de todo mundo; nossos avós, tios, pais, dos nossos irmãos, dos colegas de infância. É
uma nave. É uma constelação de seres que estão viajando e transitando no mundo, não no da economia
e das mercadorias, mas no mundo das vidas mesmo, dos seres que vivem e experimentam constante
insegurança. É como se essas mentalidades, essas pessoas precisassem ter um mundo dilatado para
poderem experimentar sua potência de seres criadores. Pessoas que cresceram escutando histórias
profundas que reportam eventos que não estão na literatura, nas narrativas oficiais, e que atravessam
do plano da realidade cotidiana para um plano mítico das narrativas e contos. É também um lugar da
oralidade, onde o saber, o conhecimento, seu veículo é a transmissão de pessoa para pessoa. É o mais
velho contando uma história, ou um mais novo que teve uma experiência que pode compartilhar
com o coletivo que ele pertence e isso vai integrando um sentido da vida, enriquecendo a experiência
da vida de cada sujeito, mas constituindo um sujeito coletivo. (Ailton KRENAK. A potência do sujeito
coletivo, 2018)
- Em seguida, conduzir uma discussão ressaltando a noção de sujeito coletivo, que vise apontar para
a necessidade do território para a sobrevivência material das populações indígenas e também para
manutenção de sua identidade coletiva.
- Debater a noção de identidade coletiva, refletindo sobre o modelo de sociedade contemporânea
não-indígena.
Possibilidades de avaliação ou produção de resultados: a avaliação poderá ser feita coletivamente,
segundo a apropriação das ideias principais pelo grupo identificada nas discussões.
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Galdino Jesus
dos Santos
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Biografias– Personalidades indígenas
retornaram à parada. Encharcaram o corpo de álcool, acenderam o fósforo e o lançaram sobre “o
mendigo”. Entraram no carro e deram a partida enquanto Galdino se levantava desesperado, gritando
de dor.
Segundo dados do censo de 2010, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),
896 mil pessoas se declaram indígenas no país. Na capital federal, conforme a Pesquisa Nacional Por
Amostra de Domicílios (Pnad-IBGE) de 2015, são 3 mil pessoas. Mesmo após 21 anos de um crime que
abalou o Brasil, a população indígena continua sendo massacrada.
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Biografias– Personalidades indígenas
Marçal Tupã’i
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Biografias– Personalidades indígenas
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Biografias– Personalidades indígenas
Raoni Metuktire.
o início de uma série de encontros com governantes de vários países, como o ocorrido em 1964 com
o Rei Leopold III da Bélgica, que estava em expedição na região amazônica; dentre tantos outros nos
anos que se passaram.
Em 1971, a resistência de Raoni e dos Metyktire à construção da estrada BR-080, que retirou a porção
setentrional do Parque Indígena do Xingu, onde moravam, fez com que sua figura se destacasse
na mídia. Envolvido cada vez mais nas causas de preservação ambiental e do patrimônio cultural
indígena, foi, em 1977, tema do documentário Raoni, do cineasta belga Jean-Pierre Dutilleux e do co-
diretor brasileiro Luiz Carlos Saldanha. Apresentado no Festival de Cannes, a produção foi um sucesso
de crítica. Dada toda essa exposição, foi se tornando um porta-voz do povo indígena e de sua luta,
encabeçando várias reinvindicações pelas demarcações de terras indígenas.
Lembrado no samba enredo de 1985 da Escola de Samba Tradição (RJ), cujo título do samba enredo
era “Xingu, o pássaro guerreiro”, Raoni representava o imaginário da ideia de indianidade pura e de
luta por suas terras. Tais aspectos também foram mencionados em anterior samba enredo, da Escola
de Samba Mocidade Independente de Padre Miguel (RJ), em 1983, que homenageava o Parque
Indígena do Xingu e aos povos indígenas.
Raoni atuou significativamente durante o processo da Assembleia Constituinte entre os anos de 1987
e 1988, participando de várias mobilizações por garantia de direitos na Constituição de 1988. Os
debates, que contaram com a participação ativa do movimento indígena, foram fundamentais para
garantir os direitos fundamentais dos povos indígenas presentes na Constituição.
Em 1989, sua atuação juntamente com os Mebêngôkre foi fundamental para suspender a obra do
Complexo Hidrelétrico do Xingu (que incluía a usina Kararaô, hoje chamada de Belo Monte), retomada
em 2010. Tal ação foi resultado das discussões ocorridas no Primeiro Encontro dos Povos Indígenas
do Xingu, em Altamira (PA), evento de repercussão mundial que contou com a presença de centenas
de índios de diferentes povos, da mídia nacional e internacional, de ambientalistas, de lideranças
como Ailton Krenak e Marcos Terena, de autoridades como o então diretor da Eletronorte (Antonio
Muniz Lopes) e, ainda, do cantor inglês Sting, de quem Raoni obteve apoio contra a obra e com quem
empreendeu uma viagem a dezessete países no final da década de 1980, para divulgar campanha em
83
Biografias– Personalidades indígenas
prol da demarcação dos territórios indígenas e em oposição à construção de Belo Monte.
Como resultado do auxílio internacional angariado por meio dessa viagem, foram criadas organizações
não governamentais, como a Rainforest Foundation e a Fundação Mata Virgem, sua filial no Brasil. A
visibilidade da campanha também fez com que Raoni e Sting fossem recebidos pelo papa João Paulo
II no Vaticano em 1989.
Sua luta foi se fortalecendo a cada ano, e, com isso, recebeu apoio de muitos governantes, como
presidente francês Mitterrand, seguido de Jacques Chirac, o rei Juan Carlos da Espanha, o Príncipe
Charles, dentre outros. Esteve atuante durante a ECO-92, deu declarações na RIO +20, sendo sempre
cercado por jornalistas e fotógrafos.
Em virtude de toda sua luta, em 7 de novembro de 2007, Raoni foi premiado pelo Ministério da Cultura
em Belo Horizonte (MG). No ano seguinte, em 11 de dezembro, recebeu o título de Doutor Honoris
Causa pela Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). Em 2011, quando estava em campanha
pela Europa contra a construção de Belo Monte, Raoni recebeu, no dia 27 de setembro, o título de
cidadão honorário da cidade de Paris, em reconhecimento da sua luta em defesa das florestas e dos
povos indígenas.
Nos últimos anos, destaca-se por mobilização contrária à construção da hidrelétrica de Belo Monte e
também pela demarcação da Terra Indígena Kapôt Nhinore (PA), território ancestral que há mais de
30 anos é reivindicado pelo povo de Raoni.
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Biografias– Personalidades indígenas
indígenas que lutam por essa causa.
3) Pedir aos alunos que façam uma breve pesquisa sobre a vida de Raoni.
4) Fazer leitura compartilhada da bibliografia de Raoni, destacando sua atuação nas questões
indígenas. Após isso, levantar momentos de destaque internacional do trabalho de Raoni (ex.: encontro
com o papa; recebimento do título de cidadão honorário de Paris; produção do documentário pelo
cineasta belga Jean-Pierre Dutilleux etc.). Levantar questionamentos sobre a importância desses
momentos (se concordam, se não concordam), conduzindo os alunos a argumentarem sobre seus
posicionamentos.
5) Assistir o documentário Raoni (1977), do cineasta belga Jean-Pierre Dutilleux e do co-diretor
brasileiro Luiz Carlos Saldanha.
6) Fazer a leitura dos sambas-enredos feitos em homenagem a Raoni, a fim de comparar com
o conhecimento disponível na bibliografia lida e no documentário e identificar e analisar possíveis
estereótipos a respeito da história, cultura e luta indígenas.
7) A partir dessas discussões, destacar a noção de sujeito coletivo, principalmente no que se
refere à necessidade do território para sobrevivência material das populações indígenas e também
para conservação de sua identidade coletiva. Articular essas noções com alguns episódios específicos
da luta de Raoni (resistência à construção da estrada BR-080, que retirou a porção setentrional do
Parque Indígena do Xingu; as várias lutas por demarcações de terras, dentre outros).
8) Promover debate coletivo, problematizando os aspectos sociais e históricos que foram
apresentados no decorrer das discussões, relacionando as discussões à importância de se ter um
líder em vários momentos de luta por direitos.
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