Paracoccidioidomicose - Sanarflix
Paracoccidioidomicose - Sanarflix
Paracoccidioidomicose - Sanarflix
1. Introdução...................................................................... 3
2. Definição........................................................................ 3
3. Epidemiologia............................................................... 4
4. Etiologia.......................................................................... 5
5. Fisiopatologia............................................................... 6
6. Quadro clínico............................................................... 8
7. Diagnóstico.................................................................12
8. Diagnóstico diferencial...........................................14
9. Tratamento..................................................................14
10. Prognóstico..............................................................18
Referências Bibliográficas .........................................20
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1. INTRODUÇÃO 2. DEFINIÇÃO
As micoses sistêmicas assumiram Paracoccidioidomicose é uma doen-
grande importância com o adven- ça granulomatosa sistêmica cau-
to da aids e de situações de imuno- sada pelo fungo dimórfico Paracoc-
depressão que tornam o hospedeiro cidioides brasiliensis (P. brasiliensis),
bastante suscetível a infecções inva- que compromete principalmente pul-
sivas, que se disseminam para vários mões, sistema fagocítico-mononu-
órgãos e tecidos, assumindo carac- clear, mucosa, pele e suprarrenais.
terísticas clínicas graves e epidemio- Mas a forma disseminada também
lógicas e terapêuticas diferentes das pode ocorrer.
observadas em indivíduo previamen- A análise de diferentes isolados de
te hígido. Paralelamente, deve-se P. brasiliensis revelou a existência de
considerar a relevância de doenças grande variabilidade genética. Quatro
endêmicas em nosso meio, não só grupos filogenéticos distintos já foram
pela sua prevalência como pelas suas identificados: S1 (com distribuição
características de micoses emergen- no Brasil, Argentina, Peru, Paraguai
tes/reemergentes em várias regiões e Venezuela), PS2 (com distribuição
do país, como a paracoccidioidomi- no Brasil e Venezuela), PS3 (somente
cose, bem como por ser importan- na Colômbia) e Pb01-like (principal-
te causa de morbidade e mortalida- mente nos Estados de Mato Grosso e
de em doenças crônicas. Portanto, é Rondônia e no Equador). Os três pri-
imprescindível o seu conhecimento, meiros grupos filogenéticos são con-
além de também considerar as pe- siderados P. brasiliensis e o último é
culiaridades dessas doenças endê- considerado uma nova espécie den-
micas quando associadas à infecção tro do gênero denominada P. lutzii.
por HIV ou qualquer outra condição
de imunodepressão.
SAIBA MAIS!
A doença foi descrita por Lutz, cientista brasileiro, em 1908, e também é conhecida como
doença de Lutz-Splendore-Almeida ou blastomicose sul-americana passando a ser denomi-
nada, em 1977, paracoccidioidomicose.
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Figura 1. Formas leveduriformes de P. brasiliensis em exame direto e cultura. A: Exame direto: células leveduriformes
birefrigentes com brotamentos (400x). B: Macromorfologia – Fase L. (Cortesia do Laboratório de Investigação Médica
em Micologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.). Fonte: Clínica médi-
ca da USP, vol.7, pág 519
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Aleuroconídios
FISIOPATOLOGIA
Inalação de conídios
aerossolizados
Alvéolos
Fase micelial
↓
Fase de levedura
Infiltrado neutrofílico e
Assintomático
granulomatoso
Granulomas malformados
Figura 5. (A) Radiografia de tórax no diagnóstico mostrando lesões infiltrativas graves de tipo misto em um paciente
de 65 anos com paracoccidioidomicose. (B) Radiografia para o mesmo paciente no final do período de acompanha-
mento pós-terapia (12 meses) mostrando fibrose extensa. Fonte: 2020 UpToDate, Inc.
Figura 6. Lesões orais em um paciente com paracoccidioidomicose crônica. Fonte: 2020 UpToDate, Inc.
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QUADRO
Crianças CLÍNICO
Adolescentes Adultos ( 30 a 50 anos)
Jovens adultos (< 30 anos)
Evolução
Aguda Crônica Evolução insidiosa
2 – 3 meses
Esplenomegalia Hemoptise
Diferencial:
Nódulos Radiografia
tuberculose
Insuficiência
Lesões cutâneas Derrame pleural
suprarrenal
Raro
comprometimento
pulmonar
cultura. O organismo pode demorar
até 4 semanas para crescer.
7. DIAGNÓSTICO O aspecto característico de P. bra-
O diagnóstico definitivo da paracoc- siliensis é constituído por células de
cidioidomicose é estabelecido pelo levedura de paredes espessas que
crescimento de P. brasiliensis em possuem várias pequenas células
de levedura filhas, de brotamento de
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Imunodifusão Controle
Exames imunológicos
quantitativa pós terapêutico
Pus
Exame direto
DIAGNÓSTICO + Escarro
Cultura
Secreções
OU
Histopatológico
Figura 8. (A) TC de cabeça mostrando lesão hipodensa heterogênea e expansiva, com edema circundante no lobo
frontal direito. (B) Mesmo paciente após 12 meses de terapia com voriconazol, com melhora significativa de todas as
lesões e desaparecimento da reação do edema e compressão ventricular. Fonte: 2020 UpToDate, Inc.
6 a 12 meses
Anfotericina B 0,7 a 1 mg / kg
desoxicolato 1x dia, intravenoso
TRATAMENTO Grave
Anfotericina B 0,7 a 1 mg / kg
desoxicolato 1x dia, intravenoso
Acometimento
do SNC
> 2 anos 8 a 1 mg / kg 1x dia,
TMP-SMX
em 3 doses, intravenoso
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10. PROGNÓSTICO
SE LIGA! As sequelas, representadas
Pacientes com paracoccidioidomico- principalmente por insuficiência respi-
se apresentam uma excelente res- ratória crônica resultante de fibrose, e
posta ao tratamento antifúngico, em- reserva adrenal limitada ou doença de
Addison. Outras sequelas incluem enfi-
bora pacientes infectados pelo HIV
sema, formação de bolhas e hipertensão
apresentem menor resposta. arterial pulmonar. Microstomia e esteno-
Em adultos com a forma crônica de se da glote e / ou traqueia com disfonia
associada também podem ocorrer. As
paracoccidioidomicose, a taxa de sequelas do sistema linfático abdominal
mortalidade é menor, mas a mor- podem levar à icterícia obstrutiva, pelo
bidade de pacientes com sequelas comprometimento de linfonodos do hilo
hepático, e à síndrome de má absorção
graves, principalmente em pacientes de proteínas e gorduras.
com extenso envolvimento pulmonar,
é alta.
Nódulos Linfonodomegalia
Fase levedura Pulmões
↑
Lesões cutâneas Esplenomegalia Fase micelial
Disseminada
Lesões líticas de ossos Hepatomegalia Alvéolos
Raro envolvimento
Perda de peso Inalação de conídios Itraconazol
pulmonar
aerossolizados Leve a moderada
Febre TMP-SMX
Fisiopatologia Anfotericina B
Aguda desoxicolato
Grave
TMP-SMX
Sequelas Dispneia
Controle pós
Imunológicos
terapêutico
Tosse
Fibrose pulmonar
Exame direto Pus
Escarro purulento Processos neoplásicos
Doença de Addison Escarro
Cultura Secreções
Hemoptise Pneumoconioses
Microstomia
Insuficiência suprarrenal Histopatológico Crônica Tuberculose pulmonar
Traqueostomia
Estomatite moriforme
Má absorção intestinal Diagnóstico diferencial Aguda Linfoma
Tuberculose ganglionar
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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
GOLDMAN, Lee; AUSIELLO, D.A. (Ed.). Cecil Medicina. 24 ed. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier
Saunders, 2012. 1v.
MARTINS, Mílton de Arruda, et al. (Ed.). Clínica médica, volume 7: Alergia e imunológica clí-
nica, doenças da pele, doenças infecciosas. Barueri: Manole, 2009.
TRABULSI, L.R. e cols. Microbiologia. 6ª ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2009.
Marcio Nucci, MDArnaldo L Colombo, MD. Tratamento de paracoccidioidomicose. Up-
ToDate. 2020. Disponível em: < https://www.uptodate.com/contents/treatmen-
t-of-paracoccidioidomycosis?search=tratamento%20paracoccidioidomicose&source=sear-
ch_result&selectedTitle=1~27&usage_type=default&display_rank=1#H25 >. Acesso em:
26 de abril de 2020.
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