Síntese Do Texto Sobre A Evolução Do Direito Grego

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 3

SÍNTESE DO TEXTO SOBRE A EVOLUÇÃO DO DIREITO GREGO

1) DIFERENCIAÇÃO ENTRE A TRADIÇÃO ATENIENSE E ESPARTANA.


- Interesse na tradição Ateniense por ser mais reconhecível e objeto de pesquisa dos
filósofos e juristas ocidentais.

2) DIVISÃO DA HISTÓRIA GREGA: 3 PERÍODOS.


- PERÍODO ARCAICO: Séc. VIII a.C. até 480 a.C. → período das invasões persas, que
termina com a batalha de Salamina.
- PERÍODO CLÁSSICO: 480 a. C. até 338 a.C. → até a submissão à Macedônia
(Filipe/Alexandre da Macedônia).
- PERÍODO HELENÍSTICO: de Alexandre até 150 a.C. → data da submissão a Roma.

2.1. CARACTERÍSTICAS DO MODO DE VIDA GREGO QUE INFLUENCIARAM NO DIREITO


POR ELES DESENVOLVIDO.
- De cada 100 adultos com 20 anos: 70 viviam até os 30 anos;
:25 viviam até os 60 anos;
: 7 viviam até os 80 anos;
- O casamento ocorria entre os 30 e 40 anos para os homens (após o serviço militar) e
para as mulheres aos 20 anos.
- Escravos não eram usados extensivamente na agricultura e quando eram trabalhavam
ao lado de homens livres.
- Escravos eram aproveitados mais ou menos nos serviços domésticos; serviços
públicos braçais ou subalternos, ou ainda, nos serviços públicos burocráticos.
- Escravos não se distinguiam dos homens livres pelos trajes ou pelos modos.
- Exceto o trabalho nas minas, todos os outros poderiam ser feitos por livres ou
escravos.
- Escravos apenas eram proibidos de participar da vida política e de lutar pela Cidade.
- Nas relações de família era permitido o divórcio recíproco, com direitos iguais para
homens e mulheres e o abandono de crianças.
- Roupas tendiam a ser uniformes para todas as classes, percebendo-se a diferença
entre mais ricos e mais pobres, mas não entre livres e escravos.
- Ginásio . → espaço público gratuito, símbolo da Helenização e da Grécia.

3) DISTINÇÃO ENTRE GRÉCIA E ROMA NO CAMPO DO DIREITO

- Não existência entre os gregos de uma classe de juristas e de um treinamento jurídico


(escolas de juristas, ensino do Direito como técnica especial).
- Ao invés disso existiam escolas de Retórica, Dialética e Filosofia. Nelas era ensinada a
argumentação dialética que teria uso forense ou semiforense.
- Costume de aprender de cor alguns textos jurídicos como os poemas de Homero e as
Leis de Sólon.
- A literatura jurídica era fonte de instrução e prazer.
- Logógrafo: redator de discursos forenses, pedidos, defesas, etc.
- O Direito deveria ser aprendido mediante a sua vivência.
- As leis faziam parte da educação do cidadão.
- As discussões jurídicas eram sobre a justiça na Cidade, entre os cidadãos e iguais.
- Os cargos públicos não eram especializados.
- Havendo vida pública não havia carreira.
- Os discursos eram essencialmente persuasivos porque os julgadores eram leigos.
- A proibição da servidão por dívidas era considerada por Aristóteles um traço
constitutivo da Democracia Ateniense.
- Havia várias classes com interesses distintos na Cidade. A classe dos proprietários
rurais latifundiários, que representava uma oligarquia conservadora; a classe dos
Hoplitas, artesãos, agricultores, homens livres, que defendia uma democracia
moderada; e a classe dos miseráveis (Thetes), que defendia uma democracia radical.
- As contribuições gregas para o Direito ocidental não foram tão significativas quanto às
romanas. Podem se destacar entre elas os seguintes temas:
-Filosofia Grega → entrada dos Sofistas no debate filosófico leva-o a debruçar-se
também sobre o mundo das coisas humanas e o universo da liberdade, com o início da
discussão metódica sobre a liberdade, a política e a ética.
- Os gregos se afastam em algum momento da ideia de que as leis são reveladas pelos
deuses e começam a discutir o processo de sua formação.
- O centro da vida se desloca da família para a Cidade e já não são suficientes as
decisões levadas a cabo pelos juízes de aldeia, pelos velhos, ou pelos sábios e
prudentes.
- A nova realidade social exige regras universais, que valham para todos os casos e não
sejam simples aplicação da prudência a cada caso concreto.
- Evolução para o conceito de uma justiça que seja aplicável a toda a Cidade.
- Depois a evolução para o conceito de que justiça aplicável, em decorrência de uma
cidadania universal, a todo aquele que pertença ao gênero humano (contribuição dos
Estoicos).
- A Civilização Grega era voltada para o mar com grande comércio no Mediterrâneo. Os
estrangeiros serão percebidos como iguais e ao mesmo tempo como diferentes (Direito
das Gentes).
- O fundamento da vida social se desloca das famílias para os cidadãos, buscando-se
uma abertura de espírito àqueles de fora das famílias.

4) FORMAS DE RESOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS.

- Duas espécies de órgãos jurisdicionais em Atenas.


- Para os crimes públicos o julgamento era feito por grandes tribunais de dezenas ou
centenas de membros.
A assembleia de todos os cidadãos, repartidos em distritos territoriais elegia o grande
Conselho de Supervisão.
- Todos poderiam participar das assembleias, mas nem todos poderiam ocupar todas
as magistraturas, pois era necessária a divisão dos cidadãos por classes de renda.
- Havia também o Aerópago (Conselho de 400) que julgava os acusados de subverter a
Constituição.
- Quando havia o julgamento de casos menos importantes por um juiz singular era
possível recorrer para a Assembleia Judicial (Heliastas) que funcionava em grupos.
- Por isso muitas vezes os discursos forenses eram dirigidos a grandes grupos, o que
explica o seu estilo.
- Tribunais eram frequentemente usados com fins políticos.
- Era preciso provar o direito (leis e costumes) além dos fatos.
- A execução judicial era privada.
- Era indigno receber dinheiro pela defesa, por isso os redatores dos discursos
(Logógrafos) se mantinham ocultos, ou diziam não haver recebido dinheiro.
- O advogado era visto como um cúmplice de seu constituinte.
- Obrigatoriedade do recurso em matéria civil ou comercial se o valor da disputa
superasse 10 dracmas.
- Havia árbitros públicos e privados.
- As provas nos tribunais populares podiam ser escritas. Nos tribunais arbitrais eram
informais.
- Os juízes podiam testemunhar sobre os fatos e sua decisão não precisava ser baseada
nas provas apresentadas.
- Os depoimentos de escravos deveriam ser precedidos de tortura como forma de
garantir que falariam a verdade.
- Distinção entre público e privado.
- Visão dos contratos como fonte de obrigações.
- Crimes dependiam de ação privada para ser julgados e qualquer pessoa poderia
acusar, mesmo sem ser vítima.
- Se o denunciante não obtivesse ao menos 1/5 dos votos pagaria multa.
- Os denunciantes tinham parte nas penas e multas aplicadas aos condenados.
- As penas eram em geral: castigos, multas, feridas, mutilações, morte e exílio.
- A experiência grega traz a “novidade” de desvincular a lei da vontade dos deuses. A
criação e a extinção das leis passam a ser vistas como assuntos humanos.
- O Direito se laiciza, embora a religiosidade continue a ser traço marcante da
sociedade grega e impiedade um crime.
- Abre-se uma fenda entre o Direito dos Deuses e o Direito dos Homens, pela qual
transitará a cultura clássica.
- Vem os gregos a doutrina de que os contratos são consensuais (sinalagma) e a adoção
em tais relações do princípio da Boa-fé.
- As Leis e Constituições de Drácon (621 a. C.) põem fim à solidariedade familiar e
obrigam o recurso aos tribunais nas disputas entre clãs.
- As Leis de Sólon (594 a. C.) suprimem a propriedade dos clãs e a servidão por dívidas,
em reconhecimento da revolta contra a concentração de renda nas mãos de poucas
famílias, que em tempos de crise transformavam seus devedores em escravos.
- No campo das relações familiares há a limitação do poder paterno, tornando-se
autônomo o filho maior.
- Mulheres continuam sob a tutela dos pais e maridos, mas têm liberdade de ir e vir,
bem como de frequentar escolas.
- É dado assento e voz aos membros dos classes mais pobres (Thetes) na Assembleia
Legislativa.
- A filosofia grega acaba por influenciar o Direito Romano e depois o Medieval.
- A discussão sobre o justo e sobre a justiça ultrapassa a discussão sobre a norma
(como organizar uma Cidade justa?).
- Sócrates: melhor sofrer a injustiça que praticá-la.

Você também pode gostar