Tese de Mestrado - Helena Pereira
Tese de Mestrado - Helena Pereira
Tese de Mestrado - Helena Pereira
Universidade do Porto
2010
Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação
Universidade do Porto
Porto, 2010
RESUMO
The research is based on qualitative analysis through the use of two semi-
structured interviews: one intended to the professionals of recognition, validation and
certification of various New Opportunities Centres of the District of Porto and the other
intended to the citizens/adults who have attended the process of recognition, validation
and certification of skills in the secondary level and had obtained the certification, also
in various New Opportunities Centres of the District of Porto.
Introdução.................................................................................................................9
1 – Enquadramento teórico..........................................................................28
2 – Abordagem Centrada na Pessoa: “Atitudes Rogerianas”......................34
3 – A eficácia da empatia nas relações humanas........................................36
4 – Considerações finais acerca da Abordagem Centrada na Pessoa.......39
III – Metodologia.....................................................................................................41
2 – Participantes...........................................................................................43
3 – Instrumentos...........................................................................................45
4 – Procedimento..........................................................................................45
5 – Análise de conteúdo...............................................................................46
IV – Resultados obtidos........................................................................................50
Conclusão.............................................................................................................65
Referências bibliográficas...................................................................................69
Anexos:
1
http://www.anq.gov.pt/
9
de carácter público, em que os adultos fazem uma exposição de uma situação de vida,
de um domínio específico ou de determinadas aprendizagens desenvolvidas ao longo
da sua vida. Os elementos que fazem parte do júri são aqueles que acompanharam o
processo RVC.
10
tendencialmente, atribuem aos adultos a capacidade para se auto-dirigir” (Imaginário,
2005, pp. 3).
2
A Fenomenololgia trata-se de uma corrente filosófica que afirma a importância dos fenómenos da
consciência e que estes devem ser estudados em si mesmos, cuja finalidade é apreender a sua
essência que é a estrutura da sua significação.
11
as pessoas para impedir que estas submerjam acriticamente na sociedade da
informação (AEDA-FAPEA, 2000, pp. 26).
Os motivos que nos levaram a optar pelo tema deste trabalho, prendem-se a
razões de natureza pessoal, profissional e científica, nem sempre objectivamente
indissociáveis. Por um lado, o interesse pessoal e profissional pela área da educação
e formação de adultos, designadamente, no que respeita a nossa experiência nos
processos RVC. Por outro lado, apresentamos um especial interesse pela concepção
humanista de Carl Rogers e temos como objectivo perceber até que ponto esta
influencia a qualidade dos processos RVC, nomeadamente, no que se refere à
motivação dos adultos, à sua manutenção no processo e à concretização do mesmo,
através da certificação, pretendendo, desta forma, contribuir com mais conhecimentos
relativamente a esta questão.
Os processos RVC têm merecido nos últimos tempos uma redobrada atenção,
em parte, devido às incertezas do ambiente económico, mas também, às constantes
mudanças tecnológicas. Com efeito, a globalização contribuiu decisivamente para
tornar o mundo mais competitivo e as emergentes tecnologias de informação e
comunicação requerem conhecimentos e competências mais complexos que obrigam
a um esforço de aprendizagem ao longo da vida.
12
– Um paradigma neo-liberal – no qual a educação e formação de adultos é
vista como um meio que proporciona condições ao indivíduo para que participe
no seu progresso e tem como fim complementar conhecimentos e
competências em referência a fins pré-determinados. Neste paradigma, educar
e formar são entendidos como processos individuais, a referência ao contexto é
vaga e a educação é caracterizada pelo conceito de igualdade (igualdade de
oportunidades), logo, o resultado decorre da responsabilidade individual.
13
adultos em termos emocionais, pois estes recordam-se, muitas vezes, de
acontecimentos positivos e negativos.
14
destaque as medidas que visam a elevação dos níveis de qualificação dos adultos,
designadamente: a implementação generalizada de processos RVC a nível do 9º ano
e do 12º ano nos Centros Novas Oportunidades, o desenvolvimento de Cursos de
Educação e Formação de Adultos, a expansão da rede de centros e a abertura das
instituições de ensino superior a novos públicos, quer através do novo regime de
acesso ao ensino superior para maiores de 23 anos, quer pela promoção dos Cursos
de Especialização Tecnológica, formação pós-secundária, nomeadamente, em
institutos politécnicos3.
3
http://ec.europa.eu/education/lifelong-learning-policy/doc/natreport09/portugal_pt.pdf
15
CAPÍTULO I
O reconhecimento, validação e
certificação de competências
16
1 – Enquadramento e evolução em Portugal
17
consideram-se, como pontos fracos, a escolarização sem grande expressão,
uma ruptura geracional em matéria de qualificações e um baixo nível de
qualificação reconhecida da população activa (Araújo, 2003, pp. 8).
18
dirigido pelos Ministérios da Educação e do Trabalho. A concretização do conceito e
metodologia do balanço de competências em Portugal com a implementação de
processos RVC observava-se, então, a partir de 1999, desenvolvendo-se novas
respostas dirigidas a públicos adultos pouco escolarizados e pouco qualificados
profissionalmente.
4
http://www.novasoportunidades.gov.pt/np4/%7B$clientServletPath%7D/?newsId=39&fileName=Bal
anco_INO_Adultos_Julho_2009.pdf
19
Em 2008, emergiu a Iniciativa Novas Oportunidades, englobando uma série de
ofertas formativas distintas, além do processo RVC, tais como, Cursos Profissionais,
Cursos de Aprendizagem, Cursos do Ensino Artístico Especializado, Cursos de
Especialização Tecnológica, Cursos de Educação e Formação, Cursos de Educação e
Formação de Adultos e Unidades de Formação de Curta Duração. Nesta iniciativa, o
12º ano é o referencial mínimo para todos os jovens. Nessa altura, procedeu-se,
também, ao alargamento do Referencial de Competências-Chave para a Educação e
Formação de Adultos para o nível secundário, ou seja, para o 12º ano, tendo esta
situação constituído um marco no que se refere à evolução do processo RVC, em
Portugal.
5
http://www.educacion.udc.es/grupos/gipdae/congreso/VIIIcongreso/pdfs/342.pdf
20
ficar na zona de sombra onde se jogam os equívocos da dependência do
Estado Central (Coimbra, 2007, pp. 133).
2 – Caracterização do processo
21
2004; 2005). Gomes (2006) procurou avaliar a influência dos processos RVC e dos
Cursos de Educação e Formação de Adultos no desenvolvimento do empowerment
psicológico de adultos com baixas qualificações. Com esta investigação constatou-se
que há ganhos evidentes em termos de empowerment (empoderamento) no que se
refere aos adultos que frequentaram os processos RVC. Assim, o reconhecimento
pessoal é gerador de empowerment não só porque o sujeito se reconhece num outro
patamar, mas porque o torna potencialmente capaz de transferir essa(s)
competência(s) para outros contextos e situações (Couceiro, 2002).
22
entrevista, é efectuado um encaminhamento, supostamente, consonante com os
interesses e o perfil do aldulto. Esse encaminhamento poderá ser direccionado para o
próprio Centro Novas Oportunidades ou para outros, para Centros de Formação
Profissional ou outros operadores de formação, conforme os casos, ou seja, de acordo
com as necessidades e as ofertas formativas. Imaginando que um adulto é
encaminhado para o próprio Centro Novas Oportunidades para o processo RVC,
nessa altura, depara-se com uma nova figura, o profissional RVC. Não podemos
esquecer que há sessões com os formadores para explicitação do referencial de
competências-chave e, posteriormente, há sessões com os formadores para a
validação de competências. Portanto, constata-se que há constrangimentos à
construção da relação entre os elementos das equipas e os cidadãos/adultos, tendo
em conta o modo de funcionamento actual dos Centros Novas Oportunidades. No que
diz respeito ao processo RVC, de facto, uma das formas de minimizar estas limitações
é manter o profissional RVC do início ao fim do processo, estando presente em todas
as sessões.
1 – Reconhecimento de competências;
2 – Validação de competências;
3 – Certificação de competências.
23
reflexões do adulto, tendo em conta as suas situações de vida. As situações de vida
dos adultos são o ponto de partida para a evidenciação e a validação das
competências. As experiências de vida são a realidade central que importa tornar
consciente e dar forma no processo RVC (Quaresma, 2009). “Um profissional RVC
deve ser, de alguma forma, um artista, na medida em que o trabalho desenvolvido
com os adultos deverá ser conduzido no sentido de desocultar competências que,
muitas vezes, os próprios desconhecem e que vão desenvolvendo ao longo da vida
em várias vertentes, quer seja ao nível pessoal, profissional, extra-profissional e
formativo” (Fonseca, Neto & Ranchor, 2008, pp. 22). O profissional RVC deverá,
também, promover a reflexão acerca das experiências de vida e das aprendizagens
desenvolvidas em variados contextos. Tal como é concebida pelo processo RVC, a
história de vida é entendida por Josso (2002) como a elaboração de um auto-retrato
dinâmico em que se pretende que o autor inicie uma viagem de e sobre si, que o leve
a aperceber-se, reflectir e tomar consciência dos seus recursos, do seu património
experiencial. Esta forma de entendimento das histórias de vida, encontra suporte
teórico em Gofman que analisa o indivíduo como um actor que assume atributos de
natureza psicológica que não são mais do que um efeito retratado de representações
particulares (Gofman, 1999).
Deste modo,
o portefólio assume, a dupla condição de produto e de instrumento de
avaliação do processo RVC: como produto, vai sendo construído/consolidado
no decorrer desse processo, de uma forma dinâmica, isto é, ao longo das
várias etapas; como instrumento de avaliação, uma vez que os conteúdos do
portefólio devem evidenciar de forma reflectida e inequívoca as competências
que os adultos desenvolveram ao longo das suas vidas (Simões & Silva, 2008,
pp. 38).
24
associadas a 22 Unidades de Competências (com 4 competências-chave cada) e
distribuem-se por três Áreas de Competências-Chave – Cidadania e Profissionalidade;
Sociedade, Tecnologia e Ciência e Cultura, Língua, Comunicação) – Referencial de
Competências-Chave para a Educação e Formação de Adultos de Nível Secundário.
a) Formação complementar;
b) Validação parcial ou total;
c) Certificação.
25
- Adopta uma postura de acompanhador, quando, ao longo do reconhecimento
explora o percurso de vida do adulto, motiva o adulto a reflectir sobre o
passado, o presente e a perspectivar o seu futuro e quando o ajuda no
processo de tomada de consciência. Esta última postura é a mais significativa
da actividade do profissional RVC, e é a que melhor se enquadra nos
pressupostos do próprio processo.
26
CAPÍTULO II
A concepção humanista de
Carl Rogers
27
“Ser empático é ver o mundo com os olhos do outro e não ver o nosso mundo
reflectido nos olhos dele” (Rogers, 1951, pp. 71).
1 – Enquadramento teórico
28
Rogers apresenta uma concepção correspondente à Fenomenologia
psicológica, baseada no individualismo americano, ignorando que o sujeito não vive
num vazio social. Para Cornaton (1977), o individualismo associado à concepção de
Rogers acerca do ser humano, implica uma centração na pessoa-indivíduo,
negligenciando as relações socio-políticas características de cada cultura. Para Geller
(1982), Rogers sugere uma teoria atomística o eu de acordo com a qual o eu
verdadeiro ou real é associal em natureza e origem, sendo independente e prioritário à
interacção com os outros. De facto, o optimismo associado à tendência auto-
actualizante do ser humano nem sempre corresponde à realidade, uma vez que há
pessoas que devido às circunstâncias do seu meio envolvente não tendem para a
progressão, mas sim, para a desorganização e para caos. Rogers foi criticado por
apresentar uma concepção demasiado optimista e até ingénua relativamente ao
desenvolvimento do ser humano.
A pessoa em funcionamento pleno descrita por Carl Rogers (1970, pp. 263)
teria algumas características básicas, tais como:
maior abertura para o factor novidade, percepção de si, não como uma
estrutura rígida e imutável, mas como um ser humano pleno de possibilidades
e que se pode reconhecer na sua experiência, porque ele é a sua experiência.
O cliente descobre-se a experimentar sentimentos de modo amplo, completo,
no relacionamento, de modo que, num dado instante, ele é o seu medo, a sua
ira, a sua ternura, a sua força. E, quando vive estes sentimentos amplamente
29
diversos, em todos os graus de intensidade, descobre que teve uma
experiência de si próprio, que ele é tudo o que sente.
30
facto de não manifestar competências de desafio em psicoterapia, pois, por vezes,
este tipo de competências são necessárias para a obtenção de resultados eficazes
neste contexto. Cornaton (1977) destaca, ainda, que a maioria dos inspiradores da
não-directividade estudou os fenómenos interpessoais sem analisar os fenómenos
grupais, o que levou a uma confusão entre relações interindividuais e relações grupais.
A concepção humanista de Carl Rogers que surgiu nos anos 50 é actual, pois
propõe um conjunto de atitudes que se tornam úteis, benéficas e eficazes, não só no
contexto clínico ligado à psicoterapia, mas também, noutros contextos e noutras áreas,
31
tais como, a educação, a medicina, a enfermagem, o contexto empresarial, entre
outras. Na sua obra Tornar-se pessoa (1985, pp. 2), Rogers refere: “Eu pensei que
estava a escrever para psicoterapeutas, mas para meu espanto descobri que estava a
escrever para as pessoas: enfermeiros(as), donas de casa, pessoas do mundo dos
negócios, padres, ministros, professores, juventude – todo o tipo de pessoas”.
Basicamente, onde houver relações humanas, podem ser aplicados os conceitos da
Abordagem Centrada na Pessoa.
No que diz respeito ao papel do profissional RVC, este não vai ensinar, mas,
essencialmente, criar condições para a auto-descoberta por parte dos adultos, ou seja,
para a desocultação das suas competências. Assim sendo, o profissional RVC, tal
como o professor modelo, segundo Rogers (1980), deverá promover a reflexão junto
dos adultos para um melhor conhecimento de si e uma tomada de consciência, neste
caso, relativamente às suas experiências de vida significativas, aprendizagens daí
decorrentes e competências desenvolvidas.
6
http://www.eses.pt/usr/ramiro/Rogers.htm
32
o impacto fisiológico básico que constitui a aprendizagem significativa da
pessoa como um todo (Rogers, 1980, pp. 15).
33
É possível estabelecer um paralelismo entre Aprendizagem Centrada na
Pessoa, segundo Rogers (1980) e o processo RVC, uma vez que o profissional RVC
deverá criar um ambiente de abertura e de reflexão. Por sua vez, os adultos deverão
demonstrar uma elevada autonomia para a construção do seu Portefólio Reflexivo de
Aprendizagens, ao seleccionarem e integrarem os seus acontecimentos de vida
significativos e respectivas aprendizagens e competências. O processo de
aprendizagem envolve a expressão da existência biográfica do indivíduo (Alheit,
1999).
34
baseada na genuinidade, na aceitção incondicional e na empatia. A mudança
construtiva ocorre quando estas condições são experienciadas pelo cliente.
35
pessoa”. Esta compreensão é uma forma de sentir o mundo interior do cliente e as
suas significações íntimas como se ele fosse nosso, nunca esquecendo que não é
realmente nosso (Peretti, 1974). A empatia propicia a construção de uma relação
positiva. Quando o cliente se sente compreendido, a sua satisfação com a psicoterapia
aumenta e este desenvolve sentimentos de segurança na relação, o que facilita a
auto-revelação (Greenberg, Elliot, Watson & Bohart, 2001). A aliança terapêutica teve
um apoio empírico consistente no que se refere aos resultados em psicoterapia
(Duncan, 2007). A pesquisa identificou a empatia do psicoterapeuta como o elemento-
chave a nível comportamental na interação profissional-cliente, permitindo a
construção da aliança terapêutica, aumentando a motivação do cliente para participar
activamente no tratamento, sendo um preditor de resultados positivos (Winefield &
Chur-Hansen, 2000). Assim sendo, é fundamental que os psicoterapeutas façam
esforços no sentido de compreender os seus clientes e que esta compreensão seja
demonstrada através de respostas que abordam as necessidades do cliente, tal como
ele as percebe numa base contínua (Greenberg et al., 2001).
36
compreensão. Barrett-Lennard (1981) definiu três componentes e perspectivas da
empatia: a experiência do psicoterapeuta (ressonância empática); a visão do
observador (empatia expressa) e a experiência do cliente (empatia recebida). Kunyk e
Olson (2001) consideram que a empatia faz parte de uma relação especial que
consiste em três fases sequenciais: a) iniciação; b) construção e c) manutenção. No
que diz respeito ao processo RVC, partimos do princípio que a construção de uma
relação empática terá implicações no envolvimento e na manutenção dos adultos
neste processo.
37
enfatizam o treino de aspectos externos, a comunicação observável da empatia
(Greason & Cashwell, 2009) em vez dos processos mentais internos que levam à
comunicação empática (Ivey & Ivey, 2003). Muitos sistemas inteligentes, procuram
agora adaptar a pedagogia aos processos afectivos e motivacionais do aluno num
esforço para aumentar a eficácia da interacção tutorial e melhorar os resultados da
aprendizagem (McQuiggan et al., 2010).
38
também, aos professores, aos enfermeiros e a profissionais de outras áreas (Forman,
1990).
39
indivíduo. Dessa forma, emerge um quadro de comportamento muito mais
compreensível.
40
CAPÍTULO III
Metodologia
41
1 – Objectivos gerais e objectivos específicos
1. 1. Objectivo geral
42
1.2.1. Objectivos específicos
2. Participantes
43
Quadro 1.
Caracterização demográfica da amostra de profissionais RVC
Profissionais RVC
N=8
Experiência profissional n Sexo n Formação académica n
Psicologia 2
≤ 2 anos 5 Feminino 4
Outra área 2
Psicologia 2
≥ 3 anos 3 Masculino 4
Outra área 2
Foram selecionados oito adultos (quadro 2), tal como, para os profisionais
RVC, quatro são do sexo masculino e quatro são do sexo feminino. A idade foi,
também, tida em conta, sendo que, dentro de cada género, dois participantes têm
idades compreendidas entre os 25 e 35 anos e dois participantes têm idades entre os
45 e 55 anos.
44
Quadro 2.
Caracterização demográfica da amostra de cidadãos/adultos certificados
Cidadãos/adultos certificados no nível secundário (≤ 6 meses)
N=8
Idade n Sexo n Situação profissional n
Entre os 25 e os 35 anos 4 Feminino 4 Empregados 8
3. Instrumentos
Foi efectuada uma reflexão falada para cada guião de entrevista (n=2), no
sentido de analisar se os instrumentos permitiam aceder a informações
correspondentes aos objectivos do estudo, com participantes com características
idênticas aos das amostras em estudo.
4. Procedimento
45
profissionais RVC e de cidadãos/adultos certificados no nível secundário, entre
Fevereiro e Julho de 2010. Posteriormente, foram contactados os profissionais e todos
manifestaram disponibilidade para colaborar na investigação, através da sua
participação em entrevista e do estabelecimento de contactos com alguns dos
cidadãos/adultos que acompanharam no processo, que correspodiam aos critérios
supracitados.
5. Análise de conteúdo
7
http://www.fc.up.pt/mp/jcsantos/PDF/inducao.pdf
46
estes foram ordenados de acordo com os passos propostos pela pesquisa qualitativa,
segundo a análise de conteúdo estruturada por Laurence Bardin (2004).
47
A técnica de investigação da análise de conteúdo é um dos
procedimentos clássicos de análise do material escrito, independentemente da
sua origem – que vai desde os dados de entrevistas até aos produtos dos
media. Um dos seus traços essenciais é a utilização de categorias, derivadas,
frequentemente, de modelos teóricos: as categorias são aplicadas ao material
empírico, não necessariamente, extraídas dele, embora sejam, repetidamente,
confrontadas com ele e, se necessário, modificadas (Flick, 2005, pp.193).
Laurence Bardin (2004, pp. 37) designa a análise de conteúdo como: “Um
conjunto de técnicas de análises das comunicações visando obter, por procedimentos,
sistemáticos e objectivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores
(quantitativos ou não) e conhecimentos relativos às condições de produção/recepção
(variáveis inferidas) desta mensagem”.
48
informações relacionadas com o objectivo da pesquisa. Num segundo momento, a
partir dos trechos, foram identificadas as diversas unidades de registo (núcleos de
sentido), relacionadas com a proposta de pesquisa. Cada unidade de registo foi
agrupada segundo a sua proximidade com os assuntos abordados, o que fez emergir
as categorias de análise (para agrupar os mesmos núcleos de sentido). Assim, cada
categoria exprimiu uma determinada tendência e o sistema de categorias criado
reflectiu as intenções da investigação.
49
CAPÍTULO IV
Resultados obtidos
50
1.1. Resultados obtidos: Entrevistas aos profissionais RVC
Quadro 3.
Frequência das categorias das entrevistas dos profissionais RVC
Categorias Sub-categorias n
1.1.1. Sessões individuais 1
51
Quadro 4.
Unidades de texto ilustrativas das sub-categorias da cotação das entrevistas dos
profissionais RVC
Categorias Sub-categorias
1.1.1. Sessões individuais
“Invisto muito nas sessões individuais. Nem que seja meia
hora, uma hora, estou com eles a conversar, muitas vezes
estou mesmo a conversar com eles, no sentido de os ouvir e
de perceber quem é que eles são para, também, entender que
estratégia é que eu posso utilizar, no sentido de melhor
trabalhar com eles e de desconstruir as defesas.” Entrevista 1
1.1. Resistência dos adultos
“Sim, normalmente, sinto 1.1.2. Exposição dos objectivos
resistência da parte deles nesse “ (…) quando, por exemplo, leio o portefólio coloco logo uma
sentido, claro que há sempre sugestão, já me aconteceu e nada de muito grave nem de
adultos mais fechados ou que têm muito íntimo nem nada, só que, por acaso, aquele comentário
experiências marcadamente mais para mim foi tão normal, para a pessoa estava intimamente
negativas e que eles próprios relacionado com uma experiência da qual preferia não falar
tomam a iniciativa de me porque era muito dolorosa e eu respeitei, o que é que havia de
confrontar logo no início do dizer, se não quiser falar, não fala. Pronto, era bom porque
processo.” Entrevista 2 explico porque é que pus este comentário, era para ver se
chegava aqui, se chegava ali etc..” Entrevista 2
1.1.3. Criação de ambiente empático
“Bom, é criar um clima de confiança, e um clima empático,
sobretudo um clima de aceitação para que as pessoas se
sintam à-vontade para partilhar as coisas, não se sintam
intimidadas ou que não sintam, à partida, que algo que eles
vão dizer sintam que de alguma maneira vá ser rejeitado.”
1. Promoção Entrevista 6
da partilha de
experiências 1.2. Abertura dos adultos 1.2.1. Sessões individuais
“Eu não noto muita resistência da “(…) a abertura acho que nem é tanto pela questão do grupo
parte da maioria em expôr as suas porque a nossa metodologia é muito personalizada, não
experiências de vida. Também, fazemos tantas sessões de grupo e, se calhar, o facto de
porque eles já sabem, à partida, estarmos todas as sessões, individualmente, com cada adulto,
que aquilo que vêm cá fazer é isso traz-lhes à-vontade adicional.” Entrevista 3
expor as suas experiências de 1.2.2. Confidencialidade
vida. Ou seja, essa pré-concepção “Eu acho que o factor essencial é as pessoas gostarem de
que eles já têm do que vão fazer falar sobre si e gostarem que os outros saibam o que é que
também ajuda depois a não lhes aconteceu e, principalmente, as dificuldades por que
estarem tão na defensiva quando passaram. E, também, porque reconhecem de alguma forma
estão a narrar a sua história de que o processo é confidencial e demonstram alguma
vida.” Entrevista 3 segurança no profissional RVC.” Entrevista 5
1.3. Resistência e abertura 1.3.1. Exposição dos objectivos
dos adultos “Não é fácil desbloquear essas situações, mas eu aposto
“Alguns sim. Mas nem todos. sempre numa primeira sessão muito mais motivacional e muito
Porque depende muito dos planned simple exponho as cartas todas na mesa e digo
percursos de vida de cada de mesmo que estou a expôr as cartas todas na mesa, que é a
cada um e das experiências que matéria de vida deles, não é?” Entrevista 7
cada um foi acumulando ao longo
da vida. É mais fácil para uns do 1.3.2. Confidencialidade
que para outros, mas isso “Aqueles que oferecem resistência temos um bocadinho que
é…Enfim… É a condição humana, desmistificar, entrar com as questões da confiança,
não é?” confidencialidade e aproveitar mesmo competências...”
Entrevista 7 Entrevista 8
52
Quadro 4. (continuação)
Unidades de texto ilustrativas das sub-categorias da cotação das entrevistas dos
profissionais RVC
Categorias Sub-categorias
2.1. Disponibilidade
“Estou sempre disponível quando eles tentam comunicar comigo. Eles enviam emails e eu respondo
quase sempre, de forma imediata…Pelo menos tento fazer esse trabalho com eles.” Entrevista 1
2.2. Auto-revelação do profissional RVC
“(...)Partilho experiências minhas com eles(…)” Entrevista 2
2.3. Mostrar interesse
“É mostrar-lhes interesse. Acho que é, essencialmente, isso.” Entrevista 3
2.4. Inexistência de hierarquias
2. Empatia “A partir do momento que me exponho de uma forma clara e honesta, quase que: “Atenção eu sou
um de vocês, não é por estar aqui deste lado… Nem sequer sou professor.” Portanto, ponho-me na
situação deles, sou humano, não é por ter mais qualificações que sou melhor que vocês e eles
sentem isso. Então, sentem que podem falar comigo.” Entrevista 7
2.5. Cordialidade
“Tento tratá-los com simpatia, com cordialidade, claro que mantenho sempre a distância profissional.”
Entrevista 5
2.6. Confiança
“Tento criar um clima de confiança e de empatia, um clima onde as pessoas se sintam à-vontade.”
Entrevista 6
3.1. Apoio
“Passo-lhes a mensagem que isto é um trabalho conjunto. Não só deles, mas também meu, que eu
sou o suporte, pelo menos, sou o ponto de apoio deles e, pelo menos, tenho trabalhado assim com a
maior parte.” Entrevista 1
3.2. Orientação para os objectivos
“Eu lembro sempre que o final é muito compensador e que, apesar das dúvidas ao longo do
3. Motivação processo, no fim têm uma alegria grande porque vêm o certificado de competências.” Entrevista 4
3.3. Dinâmica do grupo
“Acho que uma das formas de motivar os adultos é criar sentimento de pertença àquele grupo.”
Entrevista 3
3.4. Humor
“Ora bem, em termos de motivação de adultos, nós aqui até para brincar dizemos que qualquer dia
vamos dar telemóveis ou dar cupões de desconto das bombas de gasolina.” Entrevista 8
53
Quadro 4. (continuação)
Categorias Sub-categorias
5.1. “Atitudes Rogerianas” como pressupostos do processo RVC
(empatia, aceitação incondicional e genuinidade)
“Só o processo RVC e todas a orientações que existem a esse nível já pressupõem esse tipo de
paradigma, neste caso da Psicologia mas, quer dizer, isso também acompanha outros campos,
nomeadamente, da Educação e, portanto, acho eu por detrás da Iniciativa Novas Oportunidades,
5. Importância mais especificamente, RVC, isto já está implícito. E está implícito, por exemplo, só nas orientações
da concepção que dizem que cada pessoa é uma pessoa, cada pessoa é uma história de vida, não vai haver uma
humanista generalização de procedimentos, apesar do referencial ser o mesmo.” Entrevista 3
5.2. Criação de um ambiente empático
“Mas, realmente, é uma das abordagens que eu mais utilizo na minha intervenção, exactamente pela
questão da empatia, da genuinidade. É muito importante que os adultos também percebam que
estão aqui não só com o profissional mas com uma pessoa que os pode apoiar, porque este
processo não é fácil.” Entrevista 1
54
1.2. Resultados obtidos: Entrevistas aos cidadãos/adultos certificados no nível
secundário
Quadro 5.
Categorias Sub-categorias n
1.1. Apoio instrumental 6
1. Disponibilidade
1.2. Incentivo para manutenção no processo 2
3.1. Cordialidade 2
55
Quadro 6.
Unidades de texto ilustrativas das sub-categorias da cotação das entrevistas dos
cidadãos/adultos certificados no nível secundário
Categorias Sub-categorias
1.1. Apoio instrumental
“Muitas vezes, até comunicava por email, uma vez que também chegava, às vezes, muito tarde a
casa e todas as dúvidas que eu tinha, eu no início tinha muitas dificuldades em entender o que
pretendiam e eu comunicava com ela telefonicamente ou por email e, por isso, foi sempre uma
1. pessoa presente e que me ajudou imenso.” Entrevista 12
Disponibilidade
1.2. Incentivo para a manutenção no processo
“Pronto. E só isso ainda dá mais ânimo para que uma pessoa, no meu caso, que cheguei a um certo
ponto e comecei a ficar a pensar que não ia conseguir isto, porque a minha vida profissional não me
estava a ajudar nos tempos, então, ouvir uma profissional a incentivar: – Olhe mas não faz mal, eu
espero, se tiver dificuldades e se por um telefonema não dá, venha cá. Isso dá um ânimo à pessoa
para poder seguir para a frente como segui.” Entrevista 16
3.1. Cordialidade
“Eu acho que em todas, todas as sessões que nós tivemos com ela, até a própria maneira dela, de
falar com toda a gente, não era com uma pessoa, especificamente, era com todos os que estavam
no grupo.” Entrevista 9
3.2. Incentivo para a manutenção no processo
“Eu já estava integrada porque já tinha feito o 9º ano da mesma forma, embora este fosse mais
completo. Mas ela pôs-nos logo à-vontade, mostrou o portefólio, passou por todos os colegas, já
3. Empatia incentivou um bocado.” Entrevista 11
3.3. Apoio instrumental
“Quer dizer, dava-nos algumas luzes, quer dizer, se fosse outra pessoa que fosse menos simpática
nem se dava a esse trabalho, quer dizer, o trabalho é isto, faça assim e acabou.” Entrevista 14
3.4. Apoio emocional
“Exactamente. Ela sabia quantos filhos é que eu tinha, sabia, inclusive, o nome deles e, também,
sabia, por exemplo, ela preocupou-se e ligou-me, inclusive… Houve uma altura em que um filho meu,
o do meio, tem 25 anos e teve de ser operado a um ouvido. E ela então: “Então, tudo bem? Correu
bem?” Portanto, é uma pessoa que se preocupava mesmo.” Entrevista 15
56
Quadro 6. (continuação)
Categorias Sub-categorias
5.1. Abertura do profissional RVC
“Exactamente. Era um coração aberto. Não foi o meu caso, graças a Deus, não me aconteceu nada
de grave para que eu pudesse chegar aqui assim de cara baixa e divulgar, mas por aquilo que eu via
pela pessoa à minha frente, eu tenho quase a certeza que se chegasse à beira da Dra. e dissesse: –
Dra, não vou conseguir isto para si por isto ou por aquilo. Eu via uma pessoa ali à frente com
capacidade e capaz de me dar a volta ao texto.” Entrevista 16
5.2. Confidencialidade
“Com o Dr. sim, se calhar numa aula de grupo era capaz de não falar porque estava mais gente à
5. Confiança beira e a minha vida só me diz respeito a mim, agora se calhar estando sozinha com ele falava de
certeza, não tinha problema absolutamente algum.” Entrevista 10
5.3. Auto-revelação dos adultos
“Sim. Repare, eu só pus ali porque quis, eu pus duas questões, o meu divórcio e pus um problema
de saúde e, portanto, eu quis mesmo abordar esse assunto, não tive nenhum problema e ela por
certo viu.” Entrevista 12
5.4. Apoio emocional
“Mas eu disse: Olhe Dra., é isto, o meu filho vai ser operado. Eu, depois, vim cá e ela depois até
me mandou um email: Então, o seu filho…? E ligou-me, inclusive.” Entrevista 15
57
Finalmente, a categoria confiança refere-se à percepção dos cidadãos/adultos
certificados no nível secundário acerca da construção de uma relação credível e de
abertura por parte do profissional RVC, ao longo do processo.
58
CAPÍTULO V
59
No que respeita a interpretação dos resultados, tendo em conta os critérios
previamente definidos para a selecção dos profissionais RVC a entrevistar, tais como,
o sexo, terem formação académica superior em Psicologia ou noutras áreas e o tempo
de experiência na função em causa (≤ 2 anos e ≥ 3 anos), foi evidenciado um padrão
para a categoria partilha de experiências: As respostas dos profissionais RVC, do
género masculino, licenciados em Sociologia, com menos de dois anos de experiência
na função em causa, fizeram emergir uma sub-categoria mista, uma vez que ambos
entendem que há adultos que têm facilidade em partilhar experiências e situações de
vida e que, também, há adultos que têm dificuldade em partilhar essas questões.
60
emergênia desta sub-categoria. Segundo os resultados obtidos a partir da
investigação, tendencialmente, os profissionais RVC consideraram que a abertura do
profissional RVC estaria na base da construção de uma relação de confiança. Rogers
(1980), por sua vez, considerava que a relação aluno-professor deverá ser
impregnada de confiança e este princípio pode, também, aplicar-se ao processo RVC,
tal como foi abordado no capítulo II (Concepção humanista de Carl Rogers).
61
manifestaram não concordar com todos os princípios da concepção humanista de Carl
Rogers. Por exemplo, dois profissionais RVC, com formação académica em
Psicologia, com mais de três anos de experiência nesta função, consideraram a
concepção optimista face ao ser humano como sendo ingénua, uma vez que Rogers
entendia que o ser humano tem uma tendência auto-actualizante e adaptativa,
situação esta que nem sempre se verifica, uma vez que há pessoas que devido às
circunstâncias do seu meio, não progridem, mas, regridem ou tendem para o caos.
62
cidadãos/adultos certificados no nível secundário entrevistados consideram que a
disponibilidade do profissionais RVC estava ligada a um apoio instrumental (por
exemplo, fazer telefonemas, envio de emails, tirar dúvidas, dar sugestões).
63
No processo de categorização, tendo em conta as entrevistas dos
cidadãos/adultos certificados no nível secundário, foi recorrente a emergência de sub-
categorias designadas de apoio instrumental. Esta situação poderá estar relacionada
com a maior facilidade que existe em caracterizar a relação com o profissional RVC na
base do concreto (por exemplo, fazer telefonemas, enviar emails, tirar dúvidas, dar
sugestões). Por outro lado, o facto de os Centros Novas Oportunidades serem
pressionados para o cumprimento de metas políticas pode predispôr os profissionais
RVC para um apoio mais instrumental.
64
CONCLUSÃO
65
Através da análise das funções e competências dos profissionais RVC e dos
formadores de RVC é possível destacar alguns constrangimentos e dificuldades
relacionados com a sua actividade profissional: o trabalho dos profissionais RVC e dos
formadores é condicionado por uma tensão entre duas perspectivas: avaliação
humanista / avaliação instrumental. Por um lado, as equipas tentam seguir uma lógica
de avaliação centrada no adulto, na auto-avaliação e no auto-reconhecimento, que
permita despoletar um processo formativo; por outro lado, o poder político, baseado
numa lógica de avaliação instrumental, exige o cumprimento de metas quantitativas
relativas ao número de adultos certificados.
66
genuinidade por parte deste consideradas importantes para o sucesso processo RVC,
então, devemos investir a este nível. Assim, sugerimos que se evitem “cortes
relacionais”, contrariando a tendência do modelo compartimentado de funcionamento
dos Centros Novas Oportunidades. Portanto, o profissional RVC deverá ser uma figura
com presença constante ao longo do processo, no sentido de propiciar a construção
de uma relação de confiança. Numa fase inicial do processo RVC os profissionais
RVC deverão apostar no desenvolvimento de actividades e dinâmicas de grupo de
quebra-gelo, no sentido de promover a construção da relação com os adultos. Além
disso, consideramos fundamental a aposta na formação dos profissionais RVC, no
sentido do desenvolvimento das “atitudes Rogerianas” na implementação dos
processos. Entendemos que estas sugestões são cruciais para a qualidade dos
processos RVC.
Outra das limitações deste estudo está relacionada com a forma como
efectuamos a análise de conteúdo, uma vez que devido a limitações temporais, não
procedemos a esta análise com base numa ferramenta informática, por exemplo, o
67
programa Invivo, pois teria de haver uma apropriação do mesmo para a
operacionalização dos dados, o que poderá conduzir a uma menor sistematização dos
mesmos. De facto, a análise de conteúdo foi desenvolvida sem qualquer recurso
informático, o que levou a uma atenção redobrada na organização, na sistematização
e na interpretação dos dados.
68
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77
ANEXOS
ANEXO 1
Questionários socio-demográficos
Questionário socio-demográfico
Faculdade: ____________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
Questionário socio-demográfico
Profissão: ___________________________________________
Desempregado(a) ______
Motivo(s) da inscrição:
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
ANEXO 2
6 - O que faz quando não sintoniza afectivamente com algum adulto que acompanha no
processo de reconhecimento, validação e certificação de competências?
7 – Imagine que tinha passado por uma experiência traumática, como por exemplo, ter
passado por uma experiência de divórcio litigioso ou por outras situações desagradáveis.
Considera que a relação que tinha com o(a) profissional de reconhecimento, validação e
certificação de competências permitia que se sentisse à-vontade para abordar estas
questões? Justifique.