AULA 01 - Das Pessoas
AULA 01 - Das Pessoas
AULA 01 - Das Pessoas
PESSOAS NATURAIS:
1) Pessoa Natural:
1.1) Conceito: é o ser humano considerado sujeito de direitos e deveres (art. 1º – CC).
Para ser pessoa, basta existir;
a) pessoa vem do latim persona, que significa ressoar. Sob o prisma do Direito, pessoa é
o ente a que se atribuem direitos e obrigações, ou seja, é sinônimo de sujeito dos
direitos;
1.3) Pessoa:
a) todo ser humano é pessoa, pois não há homem que seja excluído da atividade
jurídica;
c) o detalhe é que certas criações sociais também participam da vida jurídica como
sujeitos dos direitos, isto é, como pessoas;
1.6) Pessoa Natural (ou física): o ser humano considerado como sujeito de direitos e
deveres;
1.7) Pessoa Jurídica: entidades a que a lei empresta personalidade jurídica, criando vida
própria para agir no mundo jurídico;
1.8) As pessoas (natural e jurídica): são sujeitos de uma relação jurídica. A seu turno,
uma relação jurídica é um vínculo entre duas ou mais pessoas (em pólos distintos)
ligados por um objeto (bem da vida), com poderes, deveres, ônus, uma em relação à
outra.;
1.9.1) A pessoa natural adquire personalidade do nascimento com vida (CC, 2º); mas a
lei coloca a salvo os direitos do nascituro (CC, 2º);
1.9.2) A pessoa jurídica de direito privado adquire personalidade a partir do registro nos
órgãos competentes (CC, 45). A pessoa jurídica de direito público é criada e adquire
personalidade por força de lei;
2) Capacidade:
2.1) Conceito: é a maior ou menor extensão dos direitos de uma pessoa, sendo é a
aptidão para o exercício de atos e negócios jurídicos. É, portanto, a medida da
personalidade;
2.2) Espécies:
b) de fato ou de exercício, que é a aptidão para exercer, por si só, os atos da vida civil;
2.2.1) Legitimação:
b) a pessoa é capaz para os atos da vida civil, mas, em relação a determinado negócio,
não poderá participar (p.ex.: o tutor não pode comprar bens do tutelado; o pai para
vender ao filho depende da anuência dos demais filhos e cônjuge – art. 496 – CC);
3) Incapacidade:
3.1) Conceito: é a restrição legal ao exercício dos atos da vida civil, imposta pela lei
somente aos que, excepcionalmente, necessitam de proteção, pois a capacidade é a
regra;
3.2) Espécies:
a) absoluta: a que acarreta a proibição total do exercício dos atos da vida civil (art. 3º –
CC). O ato somente poderá ser praticado pelo representante legal do incapaz, sob pena
de nulidade (art. 166, I – CC). É o caso dos menores de 16 anos (art. 3 – CC);
b) relativa: a que permite que o incapaz pratique ato da vida civil, desde que assistido,
sob pena de anulabilidade (art. 171, I – CC). É o caso dos maiores de 16 anos e
menores de 18 anos, dos ébrios habituais e toxicômanos dos que, por causa transitória
ou permanente, não poderem exprimir sua vontade e dos pródigos (art. 4, I a IV – CC).
Certos atos, porém, podem os maiores de 16 anos e menores de 18 anos praticar sem a
assistência de seu representante legal (p. ex.: fazer testamento – art. 1860, parágrafo
único – CC; ser testemunha – art. 228, I – CC; ser eleitor);
Pródigo
II) deve ser registrada em livro especial no Cartório de Registro Civil (art. 92 – LRP),
para assegurar a eficácia erga omnes;
III) STF tem proclamado a nulidade de ato praticado pelo enfermo ou deficiente mental,
mesmo que a incapacidade seja desconhecida da outra parte e só protegido o adquirente
de boa-fé com a retenção do bem até a devolução do preço pago, devidamente corrigido,
e a indenização das benfeitorias (REsp 296.895, 3ª T., rel. Min. Menezes Direito, DJU,
6-5-2004);
I) A tomada de decisão apoiada é o processo pelo qual a pessoa com deficiência elege
pelo menos 2 (duas) pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de
sua confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil,
fornecendo-lhes os elementos e informações necessários para que possa exercer sua
capacidade;
II) Aplica-se aos casos de pessoas que possuem algum tipo de deficiência, mas podem,
todavia, exprimir a sua vontade (p. ex.: pessoa com síndrome de Down);
III) O pedido de tomada de decisão apoiada será requerido pela pessoa a ser apoiada,
com indicação expressa das pessoas aptas a prestarem o apoio previsto no caput do art.
1783 A – CC (art. 1783 A, parágrafo 2º - CC);
c) o Código Civil de 2002 seguiu essa nomenclatura, não mais regulando a capacidade
civil dos índios, remetendo inteiramente a matéria à lei especial;
d) a Lei 6.001, de 19.12.1973 regula a situação jurídica dos índios, e é conhecida como
Estatuto do Índio;
a) FUNAI – criada pela lei 5.371/67, para exercer a tutela dos índios em nome da
União;
c) o que vive nas comunidades não integradas à civilização já nasce sob tutela;
V) - seja liberado por ato judicial, ou por ato da FUNAI homologado pelo juiz;
a) isolados;
b) em vias de integração;
c) integrados;
3.2.5) Além da FUNAI, o Ministério Público Federal funcionará nos processos em que
haja interesses dos índios, propondo, inclusive, medidas judiciais necessárias à proteção
de seus direitos (CF, 129, V);
b) pela emancipação, que pode ser voluntária, judicial e legal (art. 5º, e parágrafo único
– CC), sempre irrevogável, mas sujeito a anulação e nulidade;
I) voluntária: concedida pelos pais, se o menor tiver 16 anos completos; deve ser
concedia por ambos os pais, ou por um deles na falta do outros, justificando ao juiz, e se
divergirem entre si, caberá ao juiz decidir; quanto a forma, é por instrumento público
(não depende de homologação judicial); deve ser registrada em Cartório de Registro
Civil (não produz efeitos antes do registro – ar. 91, parágrafo único - LRP); não produz
efeito a emancipação voluntária se está for maliciosa (p. ex.: isentar os pais da
obrigação de indenizar as vítimas dos atos ilícitos praticados pelo menor emancipado -
STF);
II) judicial: é a concedida por sentença, ouvido o tutor, em favor do tutelado que já
completou 16 nos; deve ser registrada em Cartório de Registro Civil, devendo o juiz
comunicar de oficio (não produz efeitos antes do registro – ar. 91, parágrafo único -
LRP); se o menor estiver sob a tutela, deverá requerer sua emancipação o juiz, que
concederá por sentença, depois de verificar a conveniência; o tutor não pode emancipar
o menor
III) legal: é a que decorre de determinados fatos previstos em lei (p. ex.: casamento,
emprego público efetivo, colação de grau, economia própria), tendo o menor 16 anos
completos; não depende de registro e produzirá efeitos desde logo; união estável não é
motivo para conceder emancipação (Ap. 70.042.308.163, 7º Câmara, j. 29/6/2011,
TJ/RS);
d) nascendo com vida, ainda que venha a falecer instantes depois, a sua existência, no
tocante aos seus interesses, retroage ao momento de sua concepção.
5.1) De acordo com o CC, artigo 6º, extingue-se a pessoa natural com a morte, podendo
ela ser presumida em alguns casos;
I) pelo atestado de óbito (mediante a apresentação do corpo para exame pelo médico
para confirmar a morte);
II) ou por ação declaratória de morte presumida, sem decretação de ausência (CC, art.
7º);
I) A extinção da pessoa não é total, pois em alguns casos a lei o protege mesmo depois
da morte, não obstante tenha perdido a personalidade jurídica (p. ex.: vale seu
testamento, é devido respeito ao cadáver, etc...);
b) só interessa saber quem morreu primeiro se uma das pessoas mortas for herdeira ou
beneficiária da outra;
c) as pessoas eram consideradas, pela lei, como mortas, embora estivessem vivas (p. ex.:
o herdeiro afastado da herança por indignidade, como se morto fosse antes da abertura
da sucessão, mas somente para afastá-lo da herança, e com isto, transmite a herança
direto aos filhos do herdeiro indigno – art. 1816 – CC);
a) morte presumida ou ficta é a extinção da pessoa física declarada por decisão judicial
decorrente da falta de indício de materialidade do fato, ou seja, pela ausência de
cadáver. (Roberto Senise Lisboa);
c) quanto aos ausentes, a presunção da morte ocorrerá nos casos em que a lei autorizar a
abertura da sucessão definitiva (art. 6º, 2ª parte - CC);
6) Morte presumida:
I) se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida (p. ex.:
catástrofe: avião que caiu no mar ou explodiu);
II) se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até
dois anos após o término da guerra (p. ex.: viagem ou trabalho em pais em guerra;
integrante de força da paz OTAN ou ONO);
III) a declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois
de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do
falecimento. (art. 7º, § único - CC);
b) o procedimento a ser utilizado na ação de ausência é o previsto nos artigos 744 a 745
– CPC/15;
b) p. ex.: não estava em local de risco: saiu para comprar cigarro e não voltou;
I) qualquer interessado;
I) o cônjuge do ausente, sempre que não separado judicialmente, ou de fato por mais de
02 anos antes da declaração da ausência;
III) aos descendentes, na falta dos anteriores (nesse caso, os descendentes mais velhos
preferem aos mais novos – CC, art. 25, § 2º);
IV) na falta do cônjuge, de pais e de descendentes, o juiz nomeará um curador (CC, art.
25, § 3º);
VI) durante 01 ano da sentença que declara a ausência, serão publicados editais, de 02
em 02 meses, convocando o ausente a comparecer e assumir a posse de seus bens
(CPC/15, art. 745);
a) decorrido 01 ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante
ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se
declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão;
c) o herdeiro que não prestar a caução, não será imitido na posse dos bens, ficando o seu
quinhão sob a administração do curador ou de outro herdeiro que o juiz designar e que
preste dita garantia (CC, 30, § 1º);
j) cessação da sucessão provisória (CPC/15, art. 745, parágrafo 3º; CC, arts. 37/38):
c) poderá ser requerida a abertura da sucessão definitiva, antes dos 10 anos do trânsito
em julgado da sentença que concedeu a abertura da sucessão provisória, se o ausente
contar 80 anos de idade, e de 05 anos datam suas últimas notícias (CC, art. 38);
7.1) Conceitos:
I) são direitos subjetivos da pessoa de defender o que lhe é próprio, ou seja, a sua
integridade física (p. ex.: vida, corpo), intelectual e moral. Carlos Roberto Gonçalves;
II) direitos subjetivos da pessoa de defender o que lhe é próprio, ou seja, a sua
integridade física (vida, alimentos, próprio corpo vivo ou morto, corpo alheio vivo ou
morto, partes separadas do corpo vivo ou morto); a sua integridade intelectual
(liberdade de pensamento, autoria científica, artística e literária); e a sua integridade
moral (honra, recato, segredo profissional e doméstico, identidade pessoal, familiar e
social).” Maria Helena Diniz;
III) direitos subjetivos que têm por objeto os bens e valores essenciais da pessoa, no seu
aspecto físico, moral e intelectual.” Francisco Amaral;
IV) imprescritibilidade: não se extinguem pelo uso ou decurso do tempo, nem pela
inércia na pretensão de defendê-los. O direito à reparação civil pelo dano, contudo, está
sujeito aos prazos prescricionais estabelecidos em lei, por ter caráter patrimonial;
VII) vitaliciedade: nascem e morrem com a pessoa, por isso são vitalícios. Mesmo após
a morte, todavia, alguns direitos da personalidade são resguardados (p. ex.: o respeito ao
morto, à sua honra ou memória e ao seu direito moral; quando alguém ofende o falecido
no velório, a família, por reflexo é a lesada moralmente);
II) o artigo 52 – CC determina que se aplique ‘às pessoas jurídicas, no que couber, a
proteção dos direitos da personalidade.’
III) O Código Civil dedicou um capítulo inteiro aos direitos da personalidade, visando à
salvaguarda deles, disciplinando:
b) o art. 12 - CC/02, assim, autoriza que a pessoa que tem um seu direito da
personalidade violado, pode ‘exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da
personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em
lei. E o § único estabelece que “em se tratando de morto, terá legitimação para requerer
a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha
reta, ou colateral até o quarto grau”, p. ex.: ações contra plano de saúde que negou
cirurgia;
“Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando
importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.
§ único – O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma
estabelecida em lei especial.”
c) o direito ao próprio corpo abrange tanto a sua integralidade como as partes dele
destacáveis e sobre as quais exerce o direito de disposição.
“Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico
ou a intervenção cirúrgica.”
b) a regra obriga os médicos, nos casos mais graves, a não atuarem sem prévia
autorização do paciente, que tem a prerrogativa de se recusar a se submeter a um
tratamento perigoso. A sua finalidade é proteger a inviolabilidade do corpo humano.
d) se não houver tempo hábil para obter a autorização, e se tratar de emergência que
exige pronta intervenção médica, como na hipótese de parada cardíaca, p. ex., terá o
profissional a obrigação de realizar o tratamento, independentemente de autorização,
eximindo-se de qualquer responsabilidade por não tê-la obtido (vide artigo 146 do
Código Penal);
§ único – Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa
proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.”
V) A proteção à intimidade:
a) homem não vive isolado, mas em grupos, por uma necessidade natural de
convivência e para alcançar melhores resultados no trabalho e na produção. Desse
convívio nascem relações jurídicas, negociais e familiares principalmente. É essencial
que os sujeitos dessas relações sejam individualizados, perfeitamente identificados,
como titulares de direitos e deveres na ordem civil;
I) Aspectos:
a) aspecto público: decorre do fato de o Estado ter interesse em que as pessoas sejam
perfeita e corretamente identificadas na sociedade pelo nome e, por essa razão,
disciplina o seu uso na Lei dos Registros Públicos (LRP, 6015/73), proibindo a
alteração do prenome, salvo exceções expressamente admitidas (LRP, art. 58) e o
registro de prenomes suscetíveis de expor ao ridículo os seus portadores (LRP, 55, §
único);
b) a contestação, para que terceiro não use o nome, ou não o exponha ao ridículo. Ler
artigo 17 do CC;
Obs.: prenome pode ser livremente escolhido pelos pais, desde que não exponha o filho
a ridículo. Ler artigo 55, § único, da LRP. Por esse artigo, o oficial do registro civil
deve se recusar a proceder ao registro, devendo essa regra se estender também ‘as
combinações de todo nome, inclusive aos apelidos populares prenome e sobrenome (art.
16 – CC);
II) É também conhecido como patronímico, sendo ainda chamado de apelido de família
(artigo 56 da LRP);
III) A pessoa já nasce com o sobrenome, que é herdado dos pais, não sendo livremente
escolhido, como o é o prenome (artigo 55 da LRP);
c) agnome: algumas pessoas tem o agnome, que é um sinal que distingue pessoas de
uma mesma família (p. ex.: Júnior; Neto; Sobrinho);
d) axiônimo é a designação que se dá a forma cortês de tratamento (p. ex.: Sr.; Dr.).
c) prenome: pode ser livremente escolhido pelos pais, desde que não exponha o filho ao
ridículo (art. 55, parágrafo único – LRP: Lei dos Registros Públicos).
8.2.1) Notas:
b) epíteto é palavra que qualifica pessoa ou coisa, em regra usada como sinônimo de
alcunha;
a1) CNJ, editou o Provimento 16, no dia 17/02/2012, que permite às mães, mesmo sem
a presença do homem, registre seus filhos.
a2) Hoje, a Lei 8560/92 obriga os oficiais do Registro Civil a remeter ao juiz os dados
sobre o suposto pai, que será convocado para reconhecer voluntariamente. Não o
fazendo, os dados serão remetidos ao Ministério Público, que poderá promover a ação
de investigação de paternidade;
b) CNJ, editou o Provimento 16, no dia 17/02/2012, que permite às mães, mesmo sem a
presença do homem, registre seus filhos, e também pessoas maiores de 18 anos, sem o
nome do pai no registro civil, poderão procurar o Cartório Civil e indicar o nome do pai,
e após a indicação, o juiz escutará a mãe e notificará o pai, e não sendo reconhecido
espontaneamente, o MP ou Defensoria Púbica irá promover ação de investigação de
paternidade;
c) o reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e será feito nos
moldes do artigo 1069 do CC, que admite inclusive que se faça por escrito particular, a
ser arquivado em cartório, e também por qualquer espécie de testamento;
a) caso o oficial do registro não observe a regra prevista no § único do artigo 55 da Lei
6015/73 e faça o registro de um prenome que coloque a pessoa em uma situação
vexatória perante a sociedade, é viável sua alteração posterior.
c) o direito de alterar o nome, nesta hipótese, não está sujeito a qualquer prazo, podendo
ser exercido a qualquer momento. Trata-se de direito indisponível, o de possuir uma
identificação através de um nome sério e que não implique constrangimentos ao seu
portador;
a) outra hipótese de alteração do nome, que era prevista no § único do artigo 58 da LRP,
e que, apesar da revogação do dispositivo legal com a alteração completa do seu teor,
entendemos ainda aplicável, se dá quando ocorre evidente erro gráfico na realização do
registro. É o caso, p.ex., da pessoa cujo nome é “Diogo”, e que é registrado como
“Digo”, ou “Flávio”, que é registrado como “Flavo”;
b) não se trata de mudança radical do nome, como se pode erradamente concluir ante a
interpretação literal do texto da lei (LRP, 56). Na realidade, a possibilidade de alteração
prevista no art. 56 da Lei de Registro Público limita-se a modificações sutis, como troca
de uma letra “y” por “i”, como a supressão de uma partícula “de”, ou a exclusão do
segundo elemento de um prenome composto;
c) assim, poderia uma pessoa chamada “Sylvio” solicitar alteração para “Silvio”, uma
mulher de nome “Maria de Eduarda” pleitear alteração para “Maria Eduarda” ou um
homem chamado “Antônio Carlos” requerer alteração para “Antônio” simplesmente.
e) importante salientar também que este direito não se estende aos apelidos de família,
que deverão permanecer inalterados.
c) agora, com a nova redação do artigo 58, pode ser feita a alteração do prenome pelo
apelido, de forma que Edson Arantes do Nascimento, se quiser, pode pleitear a alteração
do seu nome para Pelé Arantes do Nascimento. Mas, se quiser, poderá também pedir a
inclusão da expressão Pelé no meio do nome: Edson Pelé Arantes do Nascimento;
b) estabelece-se, assim, uma regra genérica de alteração do nome, para atender a casos
não previstos especificamente em lei, mas que excepcionalmente são justificáveis,
deixando o legislador a critério do juiz a avaliação da relevância ou não da mudança,
devendo ser respeitado o princípio da imutabilidade do nome;
IX) matrimônio:
a) prevê ainda, o artigo 57, § 2º, da Lei 6015/73 (LRP), que a mulher solteira, viúva ou
desquitada (separada judicialmente), poderá, excepcionalmente, e por motivo
justificável, acrescentar aos seus o apelido do convivente.
b) tal possibilidade está de acordo com o preceito do artigo 226, parágrafo 3º, da CF/88
e com o estabelecido nas Leis 8971/94 e 9278/96.
d) devemos considerar, ainda, que o artigo 57, parágrafo 2º, da LRP continua em vigor
com o advento do novo Código Civil, eis que o tema não foi regulamentado de forma
diferente neste diploma legal.
a) seria, neste caso, a hipótese da mulher que passou a ser conhecida no meio social em
que vive pelo patronímico do marido. A perda desse patronímico lhe causaria um
prejuízo evidente, já que não poderia ser identificada social e profissionalmente da
mesma forma que o é pelo patronímico do marido.
XIII) manifesta distinção entre seu nome de família e o dos filhos havidos da união
dissolvida:
a) é muito comum que seja atribuído aos filhos tão somente o patronímico paterno;
XV) divórcio
b) Aspectos:
I) Individual: diz respeito as características físicas da pessoa (idade, sexo, cor, altura);
c) Caracteres:
II) Indisponibilidade: trata-se de bem fora do comércio, assim a pessoa não pode abrir
mão de seu estado, que é inalienável, intransigível e irrenunciável;
III) Imprescritibilidade: não se perde nem se adquire o estado pela prescrição (decurso
de tempo);
d) Ações de estado:
d) Conceito: domínio é a sede jurídica da pessoa. É o local onde responde por suas
obrigações;
f) Espécies:
a) é aquele imposto pela norma jurídica, ou seja, aquele que decorre da lei. Há várias
hipóteses de domicílios necessários:
II) dos funcionários públicos: reputam-se domiciliados no local onde exercem suas
funções efetivas. Assim, se o sujeito é funcionário público municipal em Jales - SP e
reside em Urânia - SP com ânimo definitivo, ele tem seu domicílio voluntário em
Urânia, e domicílio necessário em Jales;
III) do militar na ativa: reputa-se domiciliado no local onde estiver servindo, sendo que,
se o militar for da Marinha ou da Aeronáutica, seu domicílio será a sede do comando a
que se encontrar imediatamente subordinado (CC/02, art. 76, § único);
IV) dos oficiais e tripulantes da marinha mercante: no local onde o navio estiver
matriculado;
B) Voluntário (art. 70 – CC): pode ser geral ou especial. Geral: quando escolhido
livremente pela pessoa.
I) unidade: a pessoa tem apenas uma residência com ânimo definitivo (domicilio
voluntário), e não possui domicílio necessário;
II) pluralidade: dá-se quando o sujeito possui mais de um centro de atividades habituais,
ou quando, além de um domicílio voluntário, possui um domicílio necessário;
a) é o caso daquele que não possui qualquer lugar como centro de suas atividades;
c) O CC/02, em seu artigo 73, ao estabelecer que nesse caso considerar-se-á domicílio o
local onde a pessoa se encontrar, não significa que aquele local seja de fato o domicílio
da pessoa, mas tão somente que, para os fins de direito, deve-se aplicar àquele local o
que se determina quanto ao domicílio das demais pessoas;
d) assim, p.ex., quando uma ação é proposta em face de uma pessoa que não tem
domicílio, a competência, seguindo a regra geral do domicílio do réu, deve ser do local
onde ele se encontra;
f) o CPC, art. 94, § 2º, manda aplicar a mesma regra para fixação da competência,
acrescentando a possibilidade de se demandar no domicílio do autor;