RESUMO - Judith Beck TCC
RESUMO - Judith Beck TCC
RESUMO - Judith Beck TCC
- Beck era psicanalista e acreditava que, para que a psicanálise fosse aceita pela comunidade médica, suas teorias
precisariam ter demonstração de validação empírica. Assim, no final da década de 60, ele passou a se dedicar a
experimentos que comprovassem essa validação. No entanto, o que aconteceu foi o contrário.
- Os resultados dos seus experimentos levaram-no a outras explicações.
- Ele identificou cognições negativas e distorcidas (principalmente pensamentos de crenças) com característica primária
da depressão e desenvolveu um tratamento de curta duração, no qual um dos objetivos principais era o teste de realidade
do pensamento depressivo do paciente.
1) Descoberta Guiada: para ajudar o paciente a a desenvolver uma perspectiva mais adaptativa e baseada na realidade.
Após evocar as cognições (pensamentos automáticos, imagens e/ou crenças) mais perturbadoras do paciente, faremos
uma série de perguntas para ajudá-lo a olhar com mais distanciamento (isto é, encarar suas cognições como ideias, não
necessariamente como verdades), fazer uma avaliação e uma validação dessas cognições e/ou descatastrofizar seus
medos.
2) Experimentos Comportamentais: Sempre que possível, planejamos colaborativamente experimentos que o paciente
possa realizar durante a própria sessão ou entre as sessões. A mudança pode ser ainda mais significativa se a cognição for
sujeitada a um teste comportamental, isto é, se o paciente puder ter uma experiência que refute a validade dos seus
pensamentos disfuncionais.
- O tratamento continua até que os transtornos no paciente estejam em remissão e ele tenha aprendido as habilidades
necessárias para prevenir uma recaída.
- Enfatizando o positivo
- Orientar as sessões em direção a aspectos positivos do paciente. Usar a aliança terapêutica para demonstrar que o
paciente tem valor. Assinalar os dados positivos do paciente enquanto o ouve discutir os problemas e perguntar o que
esses dados significam pra ele. (Muito importante, especialmente em casos de depressão).
- Facilitando a mudança cognitiva e comportamental entre as sessões (exercícios de casa)
- Como o paciente tende a esquecer muita coisa do que ocorre nas sessões terapêuticas, é importante que tudo que você
quiser que ele lembre seja registrado de modo que ele possa examinar em casa. O exercícios de casa geralmente
consistem em:
- Uma conceituação cognitiva dá o enquadramento para compreender o paciente. Para dar início à formulação de um
caso, vamos nos fazer as seguintes perguntas:
* Qual é o diagnóstico do paciente?
* Quais são seus problemas atuais? Como esses problemas se desenvolveram e como são mantidos?
* Que pensamentos disfuncionais e crenças estão associados aos problemas? Que reações (emocionais, fisiológicas e
comportamentais) estão associadas a esses pensamentos?
- A seguir, formulamos hipóteses de como o paciente desenvolveu esse transtorno psicológico em particular:
* Como o paciente vê a si mesmo, os outros, seu mundo pessoal e o seu futuro?
* Quais são as crenças subjacentes do paciente (incluindo atitudes, expectativas e regras) e pensamentos?
* Como o paciente está enfrentando suas cognições disfuncionais?
* Que estressores (precipitantes) contribuíram para o desenvolvimento dos seus problemas psicológicos atuais ou interferem na
resolução desses problemas?
* Se relevante, que experiências anteriores podem ter contribuído para os problemas atuais do paciente?
* Se relevante, que mecanismos cognitivos, afetivos e comportamentais (adaptativos e desadaptativos) o paciente desenvolveu para
enfrentar essas crenças disfuncionais?
- O modelo cognitivo
- O modelo cognitivo parte da hipótese de que as emoções, os comportamentos e a fisiologia de uma pessoa são
influenciados pelas percepções que ela tem dos eventos.
- Não é a situação em si que determina o que a pessoa sente, mas como ela interpreta e pensa a respeito da situação. A
resposta emocional sempre é mediada pela percepção da situação.
- Os pensamentos automáticos estão ligados a fenômenos cognitivos mais permanentes: as crenças.
- Crenças
- No começo da infância, as crianças desenvolvem determinadas ideias sobre si mesmas, sobre as outras pessoas e o seu
mundo. As suas crenças mais centrais, ou crenças nucleares, são compreensões duradouras tão fundamentais e profundas
que frequentemente não são articuladas nem para si mesmo. As pessoas consideram essas crenças como verdades
absolutas – é como as coisas “são”.
- As crenças nucleares são o nível mais fundamental da crença; elas são globais, rígidas e supergeneralizadas.
- Os pensamentos automáticos, as palavras ou imagens que passam pela mente da pessoa, são específicos para situações
e podem ser considerados como o nível mais superficial da cognição.
- Atitudes, regras e pressupostos: as crenças nucleares levam ao desenvolvimento de crenças intermediárias, que são
as atitudes, as regras e os pressupostos.
- As crenças disfuncionais podem ser desaprendidas e novas crenças baseadas na realidade e mais funcionais podem ser
desenvolvidas e fortalecidas durante o tratamento.
- O curso habitual da TCC, portanto, envolve uma ênfase inicial na identificação e modificação de pensamentos
automáticos que derivam das crenças nucleares (e em intervenções que modifiquem indiretamente as crenças nucleares).
O terapeuta ensina o paciente a identificar essas cognições que estão mais próximas da consciência e a ter distanciamento
delas ao aprender que:
* Só porque ele acredita em uma determinada coisa não significa necessariamente que ela seja verdade.
* Mudar seu pensamento, para que seja mais útil e baseado na realidade, ajuda-o a se sentir melhor e a progredir em direção aos
seus objetivos.
- Uma TCC efetiva requer uma avaliação do paciente inteiramente, de forma a poder formular o caso de forma adequada,
conceituar aquele paciente e planejar o tratamento. Mesmo que o paciente já tenha sido avaliado por outro profissional, é
necessário complementar a avaliação com mais uma coleta de dados. A cada sessão, mais dados são coletados num
processo contínuo.
- É possível que haja falha no diagnóstico inicial. Exemplos: o paciente omite informações, não relatam dados
importantes, o terapeuta pode atribuir erroneamente certos sintomas a um transtorno etc.
- Antes da primeira sessão, fazer um relatório de avaliação e o plano inicial de tratamento. Começar a delinear, também,
uma conceituação cognitiva provisória.
- Sintetizar as informações coletadas na avaliação para desenvolver uma conceituação cognitiva inicial, a partir da
formulação cognitiva (as crenças básicas e os padrões comportamentais), associada ao diagnóstico do paciente.
- Conceituação de inatividade
- Exemplos de pacientes depressivos: quando consideram envolver-se em atividades, os pensamentos automáticos
depressivos do paciente geralmente atrapalham. Essa inatividade contribui, então, para a manutenção do humor
depressivo, faltando-lhes oportunidades de adquirir um sentimento de domínio ou prazer.
- Ao programar atividades, é importante prever pensamentos automáticos que podem interferir no início delas, bem como
os pensamentos que podem reduzir o sentimento de prazer ou realização durante ou depois da atividade. (Obs: Atenção
especial para pensamentos autocríticos).
- Examinar a programação do paciente → Reforçar suas conclusões de como poderia planejar melhor o seu tempo →
Incentivar seu comprometimento com mudanças específicas → Explorar os pensamentos que poderiam impedir a
instituição de mudanças → Definir que seus pensamentos são previsões que podem ser testadas → Oferecer-lhe a opção
de exercício de casa como experimento → Ensinar a dar crédito (mérito) a si mesmo.
- A sessão 2 usa o formato que é repetido em todas as sessões subsequentes, até se aproximar do término da terapia.
- A pauta típica da sessão e posteriores é seguinte:
- Na parte intermediária: coletar dados sobre problema, conceituar as dificuldades do paciente de acordo com o modelo
cognitivo e decidir colaborativamente por qual parte do modelo cognitivo vocês vão começar a trabalhar (solucionar a
situação problema, avaliar os pensamentos automáticos, reduzir o sofrimento imediato do paciente [se o afeto do paciente
estiver muito exaltado ele não conseguirá focar da solução do problema, na avaliação dos pensamentos ou na mudança
comportamental], sugerindo-se mudanças comportamentais, [e ensinando habilidades comportamentais, se necessário] ou
reduzindo a estimulação fisiológica do paciente [se estiver interferindo em uma discussão importante]).
- Sessão 3 e subsequentes
- O terapeuta, inicialmente, assume a liderança para ajudar o paciente a identificar e a modificar pensamentos
automáticos, planejando exercícios de casa e resumindo a sessão. À medida que a terapia avança, acontece uma mudança
gradual na responsabilidade. Mais perto do fim da terapia, o próprio paciente tende a identificar seu pensamento
distorcido, planeja os seus exercícios de casa e resume a sessão.
- Outra mudança gradual é passar de uma ênfase nos pensamentos automáticos para um foco tanto nos pensamentos
automáticos quanto nas crenças subjacentes.
- Quando a terapia vai chegando a final, acontece outra mudança: a preparação do paciente para o término e a prevenção
de recaída.
- Quando identificar um problema, especificá-lo, conceituar por que ele surgiu e planejar uma solução. Se diagnosticou o
paciente corretamente e desenvolveu um sólido plano terapêutico, mas ainda tem dificuldades na estruturação das
sessões, verificar:
- Cognições do terapeuta: Monitorar seu próprio nível de desconforto e identificar seus pensamentos automáticos
durante e entre as sessões.
- Interrompendo o paciente: Para estruturar as sessões efetivamente, geralmente será necessário usar a interrupção de
forma delicada.
- Familiarizando o paciente: O paciente novo não sabe de antemão como funciona a terapia. Por isso, você precisa com
frequência descrever, apresentar uma análise racional e monitorar com um feedback gentil e corretivo cada um dos
elementos da sessão.
- Engajando o paciente: Dificuldades podem surgir quando o paciente apresenta crenças disfuncionais que interferem
na sua capacidade de se comprometer no tratamento. Ficar alerta quanto a esse tipo de interferências e ajudar o paciente a
responder a elas.
- Fortalecendo a aliança terapêutica: Caso haja dificuldades por conta das crenças do disfuncionais do paciente sobre
ele mesmo, a terapia ou o terapeuta, estimulá-lo a aceitar a terapia como uma experiência. Num primeiro momento é
possível negociar um acordo satisfatório permitindo que o mesmo controle o andamento da sessão e, aos poucos,
encaminhá-lo à estrutura padrão. Nunca impor a estrutura de modo controlador e exigente.
- Os problemas típicos de cada estágio da sessão, excluindo erros significativos que o terapeuta comete, são
apresentados a seguir:
- Verificação do humor: É comum o paciente não preencher formulários, se aborrecer por ter que preenchê-los ou ter
dificuldade de expressar subjetivamente o seu humor.
- Atualização rápida: Uma dificuldade comum surge quando o paciente faz um relato muito detalhado ou fica
divagando sem um foco ao falar da sua semana.
- Ponte entre as sessões: Quando o paciente dá informações a menos ou de menos, gera um problema. Ele também
poderá ter dificuldade em se lembrar de pontos importantes da sessão anterior, especialmente se você se descuidou de
lembrá-lo de fazer as anotações da terapia ou se ele não leu as anotações como exercício de casa.
- Exame dos exercícios de casa: Sempre manter como item permanente na pauta a pergunta sobre os exercícios de casa.
Também não se deve examinar o exercício de casa em muitos detalhes quando não está relacionado à angústia do
paciente naquele dia.
- Discussão dos itens da pauta: Os problemas típicos aqui incluem desânimo, discussão sem foco ou tangencial, ritmo
ineficiente e falha na intervenção terapêutica. A discussão sem foco geralmente resulta quando você não estrutura a
sessão adequadamente por meio de interrupções gentis, quando você não enfatiza os pensamentos automáticos, emoções,
crenças e comportamentos principais e quando você não faz resumo com frequência. O ritmo é um problema quando
você superestima quantos assuntos podem ser discutidos durante a sessão. Sempre estar atento ao uso do tempo e decidir
colaborativamente com o paciente sobre quais assuntos são prioritários. Um terceiro problema com a discussão dos
problemas é quando o terapeuta não faz uma intervenção terapêutica. Na maioria das vezes, meramente descrever um
problema ou identificar pensamentos disfuncionais ou crenças relacionadas ao problema não vão resultar numa melhora
do paciente.
- Definindo um novo exercício de casa: Sempre identificar se o paciente apresenta crenças disfuncionais sobre os
exercícios de casa, caso o terapeuta não tenha cometido os seguintes erros:
- Sugerir uma tarefa muito difícil ou que não está relacionada às preocupações do paciente;
- Não apresentar boa justificativa;
- Esquecer de revisar o exercício de casa prescrito nas sessões anteriores;
- Não enfatizar a importância do exercício diário em geral e de prescrições específicas;
- Não ensinar o paciente explicitamente a executar a tarefa;
- Não dar início ao exercício na sessão;
- Não fazer o paciente anotar a prescrição do exercício;
- Não definir de forma colaborativa um exercício que o paciente não queira realizar.
- Resumo final: Sem anotações da terapia para usar como referência, o paciente geralmente tem dificuldade em resumir
a sessão e lembrar-se das conclusões importantes a que chegou.
- Feedback: Surgem problemas quando o paciente está angustiado no fim de uma sessão e você não reservou tempo
suficiente para resolver essa angústia, ou quando o paciente está perturbado, mas não consegue relatar seu sofrimento.
Começar a encerrar a sessão de 5 a 10 minutos antes do fim.
- O modelo cognitivo afirma que a interpretação de uma situação (e não a situação em si), frequentemente expressa em
pensamentos automáticos, influencia a emoção subsequente, o comportamento e a resposta fisiológica.
- Na terapia é necessário:
- Explicar os pensamentos automáticos para o paciente;
- Evocar e detalhar os pensamentos automáticos;
- Ensinar o paciente a identificar os pensamentos automáticos.
- Características dos pensamentos automáticos: Os pensamentos automáticos são um fluxo de pensamentos que
coexistem com um fluxo de pensamentos mais manifesto. São comuns a todos nós. Quando obtemos a percepção dos
nossos pensamentos, podemos fazer automaticamente uma verificação da realidade, caso não estejamos sofrendo de uma
disfunção psicológica. Pessoas em sofrimento podem não se engajar nesse tipo de exame crítico. A TCC lhes ensina o
uso de ferramentas para avaliar seus pensamentos de forma consciente e estruturada, especialmente quando são
perturbados.
- Os pensamentos automáticos disfuncionais serão sempre negativos, exceto em pacientes maníacos, hipomaníacos, de
personalidade narcisista ou que faça abuso de substâncias químicas. Esses pensamentos são breves e o paciente torna-se
mais consciente da emoção que sente como resultados dos pensamentos do que dos próprios pensamentos. Podem ser na
forma verbal, visual (imagens) ou ambas.
- Podem ser calculados de acordo com sua validade e utilidade. O tipo mais comum de pensamento automático é uma
distorção, e ocorre apesar das evidências objetivas em contrário. Um segundo tipo de pensamento automático é correto,
mas o paciente chega a uma conclusão distorcida. Um terceiro tipo também é válido, mas decididamente disfuncional.
No caso, ele é correto, mas a resposta emocional da pessoa a ele não é.
- EM RESUMO: os pensamentos automáticos coexistem com um fluxo mais manifesto de pensamentos, surgem
espontaneamente e não são baseados na reflexão ou deliberação. O que são relevantes para os problemas pessoais estão
associados a emoções específicas, dependendo do conteúdo e do significado. A identificação, a avaliação e a resposta aos
pensamentos automáticos (de uma forma mais adaptativa) geralmente produzem uma mudança positiva no afeto.
- Explicando os pensamentos automáticos ao paciente: É aconselhável que se explique usando os próprios exemplos
do paciente.
- Evocando pensamentos automáticos: A pergunta básica a se fazer é “O que estava passando pela sua cabeça?”.
Fazer essa pergunta: sempre que o paciente descrever uma situação problemática que surgiu ou quando você notar uma
alteração ou intensificação de afeto negativo durante a sessão.
- O paciente pode ter um pensamento automático a respeito de uma situação específica e depois ter pensamentos
automáticos sobre sua ansiedade e sua reação corporal. Em muitos casos, essas reações emocionais secundárias podem
ser muito angustiantes e compõem significativamente uma situação que já é perturbadora.
- Tanto estímulos externos quanto experiências internas podem fazer surgir pensamentos automáticos. Qualquer um
desses estímulos pode gerar um pensamento automático inicial (ou uma série de pensamentos automáticos), seguido de
uma reação emocional, comportamental e/ou fisiológica inicial. O paciente poderá ter, então, pensamentos adicionais
sobre alguma parte do modelo cognitivo, levando a uma reação emocional, comportamental e/ou fisiológica adicional.
- As emoções são de importância fundamental na TCC. Além disso, os principais objetivos do tratamento são o alívio dos
sintomas (especialmente redução do nível de sofrimento do paciente) e e remissão do transtorno.
- Emoções negativas intensas são dolorosas e podem ser disfuncionais se interferirem na capacidade do paciente para
pensar, resolver problemas, atuar com eficiência ou obter satisfação. Pacientes com transtorno psiquiátrico
frequentemente vivenciam uma intensidade de emoções que pode parecer excessiva ou inadequada à situação.
- Não se irá discutir todas as situações em que o paciente se sente disfórico, mas você fará a conceituação do paciente
para decidir quais problemas são mais importantes (em geral os associados a altos níveis de sofrimento).
- Distinguindo pensamentos automáticos de emoções: Ajudar o paciente a olhar suas experiências sob a perspectiva do
modelo cognitivo, organizando o material que o paciente apresenta dentro das categorias: situação, pensamento
automático e reação (emoção, comportamento e resposta fisiológica). Sempre estar alerta a situações possa confundir
pensamentos com emoções.
- Dificuldade para nomear as emoções: Alguns pacientes podem apresentar dificuldades, por isso é útil que se faça o
paciente vincular suas reações emocionais em situações específicas aos seus nomes. Ex: fazer o “Quadro de emoções”
(p.183)
- Classificando os graus e emoção: Aprender a classificar a intensidade das emoções ajuda o paciente a testar essa
crença. Isso ajuda avaliar se o questionamento e a resposta adaptativa a um pensamento ou crença foram efetivos, para
que se possa julgar se a cognição requer mais investigação. Também ajuda a determinar se tal situação justifica um
exame mais detalhado.
- EM RESUMO: O objetivo é obter um quadro claro das situações que estão causando sofrimento ao paciente. Você o
ajuda a diferenciar claramente seus pensamentos das suas emoções. Desenvolve empatia com as emoções dele durante
todo o processo e ajuda-o a avaliar o pensamento disfuncional que influenciou o seu humor.
- O paciente tem centenas ou milhares de pensamentos automáticos por dias, disfuncionais ou não. Avaliaremos, no
máximo, apenas alguns.
- Selecionando os pensamentos automáticos fundamentais: Conceituar se é um pensamento importante no qual focar,
isto é, se, no momento, está sendo angustiante, disfuncional ou poderá ser recorrente.
- Questionando para avaliar um pensamento automático: Depois de ter evocado um pensamento automático,
determinado que ele é importante e angustiante e ter identificado as reações que o acompanham (emocionais, fisiológicas
e comportamentais), você poderá decidir colaborativamente com o paciente se irão avaliá-lo.
- Examinar a validade do pensamento automático.
- Explorar a possibilidade de outras interpretações ou pontos de vista.
- Descatastrofizar o impacto de acreditar no pensamento automático.
- Reconhecer o impacto de acreditar no pensamento automático.
- Obter distanciamento do pensamento.
- Dar os passos necessários para resolver o problema.
(Ver quadro p.193)
- Aferindo os resultados do processo de avaliação: Avaliar o quanto o paciente ainda acredita no pensamento
automático original e como ele se sente emocionalmente, para que possa decidir o que fazer na sessão seguinte.
- Conceituando por que a avaliação de um pensamento automático foi ineficaz: Quando acontece do paciente
continuar a acreditar no pensamento automático e não se sentir melhor emocionalmente, você deverá conceituar por que
essa tentativa inicial foi não efetiva. Considerar algumas possíveis razões:
- Há outros pensamentos mais nucleares e/ou imagens que não foram identificados/avaliados.
- A avaliação do pensamento automático foi incorreta, superficial ou inadequada.
- O paciente não expressou suficientemente as evidências que ele acha que apoiam o pensamento automático.
- O pensamento automático em si também é uma crença nuclear.
- O paciente entende intelectualmente que o pensamento automático está distorcido, mas não acredita nisso em nível emocional.
- EM RESUMO: Depois de ter avaliado um pensamento automático, você pede que o paciente faça uma ferição do
quanto ele acredita na resposta adaptativa e como se sente emocionalmente. Se a sua crença for baixa e ele ainda estiver
angustiado, você conceitua o porquê do exame do pensamento não ter aliviado a sua angústia e planeja uma estratégia
para o que fazer a seguir.
- Usando métodos alternativos para ajudar o paciente a examinar seus pensamentos: Variar perguntas/ Identificar a
distorção cognitiva/ Usar a autoexposição (o terapeuta usa a si mesmo como exemplo).
- Quando os pensamentos automáticos são verdadeiros: Focar na solução do problema / Investigar se o paciente
chegou a uma conclusão inválida ou disfuncional/ Trabalhar a aceitação.
- Ensinando o paciente a avaliar seus pensamentos: Em algum momento você pode dar ao paciente uma cópia das
perguntas da Figura 11.1. Pode ser feito após a sessão em que você fez verbalmente essas perguntas ou em outro
momento em que o questionamento não foi efetivo. A lista pode ser completa ou selecionar perguntas mais adequadas à
situação.
- Pegando um atalho (não utilizando perguntas): Quando o paciente já progrediu na terapia e pode avaliar
automaticamente os seus pensamentos, você poderá pedir que imagina uma resposta adaptativa.
- O paciente vivencia dois tipos de PA fora da sessão: os que ele já identificou e avaliou na sessão e as cognições novas.
- Revisando as anotações da terapia: Depois de avaliar um pensamento automático com paciente, você pedirá que ele
faça um resumo. Quando ele apresenta um resumo convincente, você poderá perguntar se ele gostaria de registrá-lo para
que possa se lembrar melhor no futuro quando surgirem pensamentos similares. É aconselhável que ele leia todas as
manhãs e quando necessário durante o sia, pois ele tende a integrar as respostas ao seu pensamento quando já as ensaiou
repetidamente.
As anotações contêm: respostas a pensamento disfuncional / tarefas comportamentais / ou uma combinação dos dois.
Sempre manter com você a cópia das anotações do paciente.
- Avaliando e respondendo a novos pensamentos automáticos entre as sessões: Antes de sugerir que o paciente use as
perguntas em casa quando se sentir perturbado, assegure-se de que
- Ele entende que a avaliação do seu pensamento poderá ajudar a se sentir melhor.
- Ele acredita que conseguirá usar as perguntas adequadamente em casa.
- Eele entende que nem todas as perguntas se aplicam a todos os PA.
- Você tenha diminuído a lista para os pacientes que acham a lista completa desestimuladora ou sobrecarga.
- Registros de Pensamentos: Não é necessário que o paciente use o Registro se as perguntas forem úteis, mas muitos
acham que a planilha organiza melhor seus pensamentos e ideias.
- Planilha “Testando seus Pensamentos”: Quando prever que que o RP será muito confuso, considerar sua versão
simplificada, a planilha.
- Os RP e Planilhas podem não ser o ideal em alguns casos, se o paciente não consegue responder ao seu pensamento ou
imagem mais perturbadores, se o seu PA for uma crença nuclear ou ativar uma crença subjacente, se a sua avaliação e
resposta forem superficiais ou se ele não valorizar a resposta.
- Respondendo de outras maneiras aos pensamentos automáticos: às vezes você precisará outros métodos. Por
exemplo, quando o paciente tiver pensamentos ansiosos obsessivos, você poderá ensinar a técnica “AWARE”:
A: (aceitação) Aceitar sua ansiedade.
W: (observação) Observar sua ansiedade sem julgamento.
A: (ação) Agir com a sua ansiedade, como se não estivesse ansioso.
R: (repetição) Repetir os três primeiros passos.
E: (espera) Esperar pelo melhor.
- Quando as emoções do paciente forem tão intensas a ponto de ele não conseguir usar com eficiência a sua função
executiva para avaliar os pensamentos, você pode utilizar técnicas de distração ou relaxamento.
- Crenças intermediárias: Ideias ou entendimentos mais profundos geralmente não articulados que os pacientes têm a
respeito de si, dos outros e do seu mundo pessoal, que suscitam pensamentos automáticos específicos.
- Frequentemente essas ideias não são expressas antes da terapia, mas podem ser facilmente identificadas a partir do
paciente ou inferidas e depois testadas.
- Crenças intermediárias: compostas por regras, atitudes e pressupostos.
- Crenças centrais/ nucleares: ideias globais rígidas a respeito de si, dos outros e do mundo.
- Conceituação Cognitiva: De modo geral, orienta-se o paciente a trabalhar nos seus pensamentos automáticos antes de
modificar diretamente as suas crenças. Desde o início, começa-se a trabalhar na conceituação, que vincula logicamente
pensamentos automáticos a crenças em nível mais profundo. Se não conseguir ter uma visão mais geral, provavelmente
não conseguirá direcionar a terapia de forma efetiva e eficiente.
- Começar a preencher o diagrama de conceituação cognitiva desde a primeira sessão, caso tenha coletado as informações
segundo o modelo (p.221). Ao preencher os dados após a primeira sessão, você considera esse primeiro trabalho como
provisório.
- Sempre que apresentar suas interpretações ao paciente, você fará isso provisoriamente, denominando-as como
hipóteses, perguntando ao paciente se lhe “soa verdadeiro”.
- Identificando crenças intermediárias:
1. Reconhecendo quando uma crença é expressa como um pensamento automático.
2. Apresentando a primeira parte de um pressuposto.
3. Evocando diretamente uma regra ou atitude.
4. Usando a técnica da seta descendente.
5. Examinando os pensamentos automáticos do paciente e procurando temas em comum.
6. Perguntando diretamente ao paciente.
7. Revendo um questionário de crenças preenchido pelo paciente.
- Decidindo acerca de modificar uma crença: Após ter identificado uma crença, você precisa determinar se a crença
intermediária é mais central ou mais periférica. Geralmente se foca nas crenças mais importantes, pois não vale a pena o
gasto de tempo com crenças disfuncionais tangenciais ou em que o paciente acredita apenas um pouco.
Pergunte-se:
- Qual é a crença?
- Quanto o paciente acredita nela?
- Se acreditar firmemente, como ela afeta a vida do paciente e com que abrangência?
- Se ela for ampla de forte, eu devo trabalhar nisso agora? É provável que o paciente consiga avaliá-la com objetividade suficiente
neste momento? Temos tempo suficiente na sessão de hoje para começarmos a trabalhar nisto?
- Quando o paciente não endossar mais essas crenças ou não acreditar nelas tão firmemente, ele será capaz de interpretar
suas experiências de um modo mais realista e funcional.
- Educar o paciente sobre as crenças (na hora certa)
- Examinar com o paciente as vantagens e as desvantagens das crenças
- Formular novas crenças (mais adaptativas)
- Modificando crenças: Inúmeras estratégias são úteis na modificação de crenças intermediárias e nucleares. Algumas
das técnicas para modificar crenças estão descritas a seguir (algumas são as mesmas para modificar pensamentos
automáticos:
1. Questionamento socrático
2. Experimentos comportamentais
3. Continuum cognitivo
4. Role-play intelectual-emocional
5. Usar outros como um ponto de referência
6. Agir “como se”
7. Autoexposição
- As crenças nucleares são as ideias mais centrais que o indivíduo tem sobre si, sobre os outros e sobre o mundo. Alguns
autores referem a essas crenças como esquemas, porém Beck diferencia os dois: para eles, esquemas são estruturas
cognitivas dentro da mente, cujo conteúdo específico são as crenças nucleares.
- As pessoas desenvolvem essas crenças desde uma idade precoce, com sua disposição genética para determinados traços
de personalidade, interagem com pessoas significativas e deparam-se com uma série de situações. Para boa parte das
pessoas, a crenças negativas podem vir à tona apenas em momentos de sofrimento psicológico. Porém, em alguns tipos
de transtornos, a pessoa pode ter as crenças nucleares negativas ativadas quase continuamente.
- Começar a trabalhar diretamente na modificação da crença o mais cedo possível no tratamento. Depois que o paciente
modificou suas crenças, será menor a probabilidade de processar dados de um modo desadaptativo. No entanto, algumas
situações atrapalham a modificação de crenças do paciente se ele:
- Tiver crenças nucleares muito rígidas e supergeneralizadas.
- Ainda não acreditar que as cognições são ideias, e não necessariamente, verdades.
- Experimentar níveis muito altos de afeto quando as crenças são identificadas ou questionadas.
- Não tiver uma aliança suficientemente forte com você.
- Nesses casos, ensinar ao paciente as ferramentas para identificação, avaliação e resposta adaptativa aos pensamentos
automáticos e crenças intermediárias antes de usar as mesmas ferramentas para crenças nucleares.
- Categorizando as crenças nucleares: As crenças nucleares podem ser categorizadas no âmbito do desamparo,
desamor e/ou desvalor.
- Identificando as crenças nucleares: Utiliza-se as mesmas técnicas usadas na identificação das crenças intermediárias.
Além disso, procura-se temas nucleares nos pensamentos automáticos do paciente.
- Apresentando crenças nucleares: Quando considera que já coletou dados suficientes para levantar hipóteses a respeito
da crença nuclear e quando acredita que o paciente será suficientemente receptivo, você lhe apresenta uma conceituação
provisória.
- Educando o paciente sobre crenças nucleares e monitorando quando estas entram em operação: É importante que
o paciente entenda o seguinte sobre uma crença nuclear
- Que ela é uma ideia, não necessariamente uma verdade.
- Que ele pode acreditar fortemente nela e, mesmo assim, ela poderá ser falsa.
- Que, como uma ideia, ela pode ser testada.
- Que ela pode ter suas raízes em eventos da infância e pode ou não ter sido verdade na época em que começou a acreditar nela.
- Que ela continua a ser mantida por meio da operação dos seus esquemas, em que prontamente reconhece dados que apoiam a
crença nuclear enquanto ignora ou desvaloriza dados em contrário.
- Que você e o paciente, trabalhando juntos, podem usar uma variedade de estratégias ao longo do tempo para mudar essa ideia
para que possa se ver de uma forma mais realista.
- Desenvolvendo uma nova crença nuclear: Tendo identificado uma crença nuclear negativa e formulado uma crença
positiva, você trabalhará simultaneamente no enfrquecimento da primeira e fortalecimento da segunda.
- Fortalecendo novas crenças nucleares: 1) Evocar dados positivos do paciente, sobretudo os dados que contradizem a
crença nuclear negativa, mas apoiam uma nova crença baseada na realidade. 2) Solicitar que o paciente examine suas
experiências de uma nova maneira que facilite a sua capacidade de reconhecer os dados positivos.
- Planilha de crenças nucleares: Após identificar a crença nuclear antiga e desenvolver uma nova, introduzir a PCN ou
desenhar uma planilha modificada.
- Este capítulo descreve outras técnicas importantes, muitas das quais são cognitivas e comportamentais por natureza.
- Você vai escolher a técnica de acordo com a conceituação global e os objetivos para uma sessão em particular. Você
também poderá criar suas próprias técnicas à medida que tiver mais experiência.
- As técnicas de TCC têm por objetivo influenciar o pensamento, o comportamento, o humor e a estimulação fisiológica
do paciente. Elas incluem a solução de problemas, a tomada de decisões, refocalização, relaxamento e mindfulness,
cartões de enfrentamento, prescrição gradual de tarefas, exposição, dramatização, entre outras coisas.
- Solução de problemas e treinamento de habilidades: Associados aos transtornos fisiológicos do paciente ou além
deles, o paciente tem problemas da vida real. Em cada sessão, você vai incentivá-lo a colocar na pauta problemas que
surgiram durante a semana e que ainda lhe causam sofrimento, bem como os problemas que ele prevê para as semanas
seguintes. Você vai incentivar o paciente a imaginar soluções para os seus problemas, perguntando como ele resolveu
problemas similares no passado ou como ele aconselharia um amigo íntimo ou familiar a resolver o mesmo tipo de
problema. Nem todos os casos, é claro, poderão ser melhorados. Em tais casos, no entanto, o paciente poderá mudar a
sua resposta aos problemas, modificando as suas cognições. Ele poderá aceitar o status quo e trabalhar para tornar mais
gratificantes outros aspectos da vida.
- Tomando decisões: Muitos pacientes, especialmente os que estão deprimidos, têm dificuldades para tomar decisões.
Quando o paciente quer sua ajuda nessa área, você pedirá que ele liste as vantagens e desvantagens de cada opção e,
então, ajudará ele a imaginar um sistema para pesar cada item e tirar uma conclusão sobre qual opção parece ser a
melhor.
- Refocalizar: É útil quando é necessário concentração para a tarefa em questão, como, por exemplo, concluir uma tarefa
prescrita, desenvolver uma conversa ou dirigir um carro. Também é útil quando paciente está tendo pensamentos
obsessivos para os quais a avaliação racional é ineficaz.
- Medindo os humores e o comportamento por meio do uso da planilha de atividades: Monitorar seus humores
quando estão envolvidos em várias atividades, para procurar padrões de ocorrência. O uso de tais escalas é
particularmente útil para pacientes que parecem não perceber mudanças pequenas e moderadas no afeto ou para aqueles
que cronicamente superestimam ou subestimam os graus de emoção. Outras utilidades: compulsão alimentar, fumo, gasto
em excesso, jogos de azar, abuso de substâncias ou explosões de raiva etc.
- Relaxamento e Mindfulness: Usar as técnicas com cautela pois alguns pacientes tendem a ficar mais ansiosos e
nervosos. Como acontece com todas as técnicas, você vai propor ao paciente que as utilize como experimento; ou ajudará
a reduzir a ansiedade, ou levará a pensamentos ansiosos que poderão ser avaliados. As técnicas de mindfulness ajudam o
paciente a observar e aceitar sem julgamentos suas experiências internas, sem avaliar ou tentar mudá-las.
- Prescrição gradual de tarefas: Para atingir um objetivo, geralmente é necessário executar vários passos durante a
caminhada. Focar em cada passo atual até chegar ao final.
- Exposição: Um paciente deprimido e ansioso geralmente utiliza a esquiva, uma estratégia de enfrentamento. Ao mesmo
tempo que a esquiva pode trazer alívio imediato (e, assim, é reforçadora), ela perpetua o problema. O paciente não tem
oportunidade de testar seus pensamentos automáticos e recebe informações discordantes.
Quando o paciente está ansioso e significativamente evitativo, você apresentará uma forte razão lógica para se expor Às
situações temidas. Ajude-o a identificar uma atividade que seja associada a um baixo ou moderado desconforto e peça
que se envolva todos os dias nessa atividade, passando para outra mais difícil e assim por diante.
- Role-play: Pode ser usada para uma ampla variedade de propósitos. Pode evocar pensamentos automáticos,
desenvolver uma resposta adaptativa e modificar crenças intermediárias e nucleares.
- Técnica da “torta”: Útil para para o paciente ver suas ideias em forma de gráfico. Pode ser usada de várias maneiras,
como ajudar o paciente a definir seus objetivos ou determinar a responsabilidade relativa para um determinado resultado.
- Autocomparações e lista de méritos: Pacientes com transtornos psiquiátricos têm uma propensão negativa no
processo de informação, especialmente quando se autoavaliam, tanto interpretando eventos como negativos quanto
fazendo comparações disfuncionais. Essa parcialidade negativa da atenção ajuda a manter ou aumentar a disforia.
CAPÍTULO 16 – IMAGINÁRIO
- Muitos pacientes vivenciam os pensamentos automáticos não somente como palavras não faladas na sua mente, mas
também na forma de quadros mentais ou imagens. Embora muitos pacientes tenham imagens visuais, poucos relatam.
- Identificando imagens: Às vezes o paciente não consegue entender o conceito quando o terapeuta usa a palavra
imagem. Os sinônimos incluem figura mental, imagem visual, visualização, devaneio, fantasia, imaginação, imagística e
lembrança.
- Educando o paciente sobre o imaginário: Alguns pacientes conseguem identificar imagens, mas não as relatam
porque suas imagens são vívidas e angustiantes. Eles podem ficar relutantes em reexperimentar o sofrimento ou temer
que você os veja como perturbados. Se você suspeitar de um desses aspectos, normalize a experiência das imagens.
- Respondendo às imagens espontâneas: Essas técnicas ajudam o paciente q reduzir seu sofrimento ao encara a
situação de uma forma diferente:
- Seguir as imagens até a conclusão: Ou o paciente se imagina resolvendo uma crise e sentindo-se melhor, ou imagina uma
catástrofe irreversível (neste caso, você trabalhará as consequências temidas e o significado da catástrofe, ajudando o paciente a
provocar uma imagem de enfrentamento).
- Avançar no tempo: Às vezes, seguir uma imagem até a conclusão é ineficaz porque o paciente continua a imaginar cada vez mais
obstáculos. Você pode sugerir que ele se imagine em algum ponto no futuro.
- Enfrentar no imaginário: Guiar o paciente de modo que ele consiga imaginar que está enfrentando uma situação difícil que ele
previu espontaneamente.
- Mudar a imagem: Reimaginar uma imagem espontânea, mudando o fim para aliviar o sofrimento. A mudança pode ser realista
(discussão produtiva que envolve a solução do problema) ou “mágica”.
- Teste de realidade da imagem: Tratar as imagens como pensamentos automáticos verbais, usando o questionamento socrático
padrão. Em geral, é preferível usar técnicas de imagística quando se lidam com imagens, entretanto alguns pacientes têm muitas
imagens vívidas e angustiantes em que a técnica verbal será útil.
- Repetir a imagem: Sugerir que ele continue imaginando a imagem original repetidamente, prestando atenção se acontece alguma
mudança na imagem e no seu nível de angústia. Alguns pacientes parecem fazer uma checagem da realidade automática e
visualizam cada imagem que se sucede de forma mais realista e com menos disforia.
- Substituir imagens: Substituição por imagens mais agradáveis.
- Induzindo o imaginário como instrumento terapêutico: Induzir uma imagem contrária para ajudar o paciente a
responder a uma imagem espontânea. Exercitar estratégias de enfrentamento na imaginação (induzindo a uma imagem),
distanciamento (ajudando o paciente a ver os problemas em uma perspectiva mais ampla) ou induzir a uma imagem mais
realista.
- Os exercícios de casa são parte integrante, e não opcional da terapia cognitivo-comportamental. Inúmeros
pesquisadores concluíram que os pacientes de TCC que realizam os exercícios prescritos progridem melhor na terapia do
que os que não o fazem. Deve-se buscar ampliar as oportunidades de mudança cognitiva e comportamental durante toda
a semana do paciente e não apenas na sessão. Já na primeira sessão pode-se propor exercícios de casa.
- Ter cuidado para: Adequar os exercícios ao indivíduo, apresentar uma justificativa sólida, identificar obstáculos
potenciais, modificar crenças pertinentes.
- Conceituando as dificuldades: Quando o paciente tem dificuldades para fazer seu exercício, conceitue por que o
problema surgiu:
- Problemas práticos: Fazer o exercício no último momento; Esquecer a justificativa para uma prescrição;
Desorganização ou falta de responsabilidade; Dificuldade com uma prescrição.
- Problemas psicológicos: Previsões negativas; Superestimar as demandas de uma prescrição; Perfeccionismo.
- Obstáculos psicológicos disfarçados de problemas práticos: Quando algum pensamento ou crenças está interferindo,
investigar a possibilidade antes de discutir o problema prático.
- Problemas relacionados às cognições do terapeuta: Você deve avaliar se algum dos seus pensamentos ou crenças o
impede de incentivar o paciente de forma assertiva e adequada a realizar os exercícios.
- Revisando os exercícios de casa: Você deve se preparar antes de cada sessão, revisando as anotações da sessão anterior
e os exercícios do paciente.
- Para manter a terapia focada e progredindo na direção certa, você deve se perguntar continuamente: “Qual é o problema
específico aqui e o que estou tentando atingir?” Você está consciente dos seus objetivos naquele momento da sessão, na
sessão como um todo, no estágio atual da terapia e no tratamento como um todo.
- Atingir objetivos amplos
- Planejar o tratamento a cada sessão
- Delinear planos de tratamento
- Planejar cada sessão
- Decidir em que problema focar
- Modificar o tratamento padrão para transtornos específicos
- Problemas de um tipo ou de outro surgem com quase todos os pacientes na TCC. Um objetivo razoável não é evitar
completamente os problemas, mas, antes disso, aprender a descobrir e detalhá-los, conceituar como eles surgiram e
planejar como remediá-los.
- Conceituando problemas: Depois de ter identificado a existência de um problema, esteja alerta a pensamentos
automáticos que possam estar responsabilizando o paciente.
- Perguntas a se fazer:
1. Este é meramente um problema técnico?
2. Trata-se de um problema mais complexo com a sessão como um todo?
3. Existe algum problema constante ao longo de várias sessões?
- Em geral, os problemas ocorrem em uma ou mais das seguintes categorias:
1. Diagnóstico, conceituação e plano de tratamento
2. Aliança terapêutica
3. Estrutura e/ou ritmo da sessão
4. Familiarização do paciente
5. Manejo dos pensamentos automáticos
6. Alcançar os objetivos terapêuticos em cada uma e ao longo das sessões
7. Processamento, pelo paciente, do conteúdo da sessão