Peixes Comerciais Do Maranhão 2022
Peixes Comerciais Do Maranhão 2022
Peixes Comerciais Do Maranhão 2022
ISBN 978-65-87226-27-9
PEIXES COMERCIAIS DO ESTADO DO MARANHÃO 2
PEIXES COMERCIAIS DO ESTADO DO MARANHÃO 3
2021
Autores
de lar e segurou forte a mão de toda a sua família até o último suspiro. Por todo esse
brilhantismo em vida, é que os autores deste livro destinam essa singela homenagem à
SUMÁRIO
Apresentação 12
1. Introdução 14
2. Metodologia 18
2.1. Área de Estudo 18
2.2. Base de dados 27
2.3. Classificação taxonômica dos peixes e seus nomes populares 29
2.4 Habitat 29
2.5. Categorias e critérios do estado de conservação das espécies 31
2.6. Uso humano das espécies 32
3. Resultados 33
3.1. Diversidade de peixes comerciais no estado do Maranhão 33
3.2. Gestão pesqueira: ameaças e conservação 55
4. Conclusão 59
5. Referências Bibliográficas 66
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SECRETÁRIO DE ESTADO DE
PROGRAMAS ESTRATÉGICOS ORGANIZADORES
Luis Fernando Silva Erick Cristofore Guimarães
Luiz Jorge Bezerra da Silva Dias
PRESIDENTE DO INSTITUTO Pâmella Silva de Brito
MARANHENSE DE ESTUDOS Jadson Pinheiro Santos
SOCIOECONÔMICOS E Marcelo Rodrigues dos Anjos
CARTOGRÁFICOS Marcelo Costa Andrade
Dionatan Silva Carvalho Telton Pedro Anselmo Ramos
Luis Fernando Carvalho Costa
DIRETOR DE ESTUDOS AMBIENTAIS E Danilo Francisco Corrêa Lopes
CARTOGRÁFICOS
Luiz Jorge Bezerra da Silva Dias CARTOGRAFIA TEMÁTICA E
TRATAMENTO DE DADOS
DIRETOR DE ESTUDOS E PESQUISAS Leticia Moura Ferreira
Hiroshi Matsumoto Wenderson Carlos da Solva Teixeira
Apresentação
O Livro “Peixes comerciais do estado do Maranhão“ é o primeiro
espécies.
1. Introdução
O comércio internacional de pescado vem se destacando nas últimas décadas, pois está
inserido entre as quatro maiores fontes de fornecimento de proteína animal para o consumo humano
(FARIAS; FARIAS, 2018). Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação
(FAO, 2020), essa commodity representa, em média, 11% do total de produtos agrícolas exportados
emprego e renda para centenas de milhões de pessoas que atuam direta ou indiretamente na captura,
1988; CERDEIRA et al., 1997; BATISTA et al., 1998). Na indústria mundial do pescado, dois sistemas
de produção coexistem: a pesca extrativa, que é destinada à captura de recursos pesqueiros marinhos,
marinhos quanto dulcícolas, sendo a piscicultura (cultivo de peixes) o principal responsável pelo
aumento gradativo da produção mundial de pescado nos últimos anos (FAO, 2020).
pesqueira de 1,4 milhões de toneladas em 2011, sendo 803 mil advindas da pesca extrativista e mais
de 50% provenientes da pesca artesanal ou de pequena escala. A atividade pesqueira no Brasil, bem
como no estado do Maranhão, é dominada pelo modo artesanal de se produzir, no qual pescadores
para executar diariamente a captura de peixes, crustáceos e moluscos em rios das mais diversas bacias
RUFFINO, 1996, ISAAC et al. 1998), mas também tem contribuído para
2. Metodologia
Figura 1 - Divisão política do estado do Maranhão com demarcações dos biomas Amazônico,
Cerrado e Sistema Costeiro do Maranhão
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(Bacias Mearim, Itapecuru, Munim, Turiaçu, Maracaçumé, Pericumã, Preguiças e Periá) e três de
domínio federal (Parnaíba, Tocantins e Gurupi). Ademais, contém cinco sistemas hidrográficos
(Sistema de bacias costeiras Rio novo e Barro duro; Sistema de bacias costeiras Rio Periá e Grande;
Sistema de bacias Reentrâncias Maranhenses; Sistema de bacias do Golfão Maranhense) que estão
costeiras Rio novo e Barro duro; Sistema de bacias costeiras Rio Periá e
A Zona Costeira e Marinha do estado do Maranhão possui a segunda maior costa litorânea
brasileira, com extensão de 640 quilômetros cuja geografia é marcada pela sucessão de canais,
ilhas, baías e enseadas que dominam a planície costeira do Maranhão na região conhecida como
uma grande variedade de ecossistemas que incluem manguezais, recifes de corais, dunas, restingas,
Os dados aqui apresentados foram coletados com base em análises feitas para a elaboração
do Estado do Maranhão (IMESC 2021). O tema Recursos pesqueiros foi desenvolvido conforme os
1 – Estudos científicos que relataram peixes, utilizando como base de dados o Google
+ peixe; Maranhão + fish; Maranhão + commercial + fish; Maranhão + comercial + peixe; Maranhão
+ consumo + peixe.
exemplo da AGED e SAGRIMA, bem como prefeituras municipais, Secretaria de Estado do Meio
Ambiente e Recursos Naturais do Maranhão – SEMA, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos
Cartográficos – IMESC;
compilação proposta por Fricke et al. (2021), em que os autores reúnem todas as principais e mais
recentes classificações para cada grupo de peixes. Os nomes populares das espécies desse trabalho
se basearam nos nomes disponíveis no MMA (2018) e no MPA (2012), além de nomes populares
2.4 Habitat
A fim de possibilitar ao leitor uma rápida visualização acerca do habitat de cada espécie,
foram inseridos na tabela ícones para as espécies de peixes de acordo com seu respectivo significado,
apresentados a seguir:
Habitat Estuarino
Habitat Marinho
Os dados de uso humano das espécies foram compilados do FishBase (FROESE; PAULY,
2021) e checados em campo por meio de observação direta com pescadores, feirantes, atravessadores
e comerciantes.
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3. Resultados
3.1. Diversidade de peixes comerciais no estado do Maranhão
Com base na bibliografia consultada e levantamento de campo, verificou-se que pelo menos
168 espécies de peixes possuem alguma importância comercial. Essas espécies são encontradas nos
diferentes ambientes aquáticos do Maranhão, seja nos ecossistemas de água doce, marinhos e/ou
estuarinos (Tabela 1). A maior diversidade de peixes comerciais no estado é observada nas ordens
Gráfico 1 - Ordens mais representativas dos peixes com importância comercial no Maranhão
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água doce; 24,4% (N=41) utilizam o ambiente marinho e estuarino; 17,8% (N=30) utilizam os
três ambientes (marinho, estuarino e água doce) em alguma fase da vida; 12,5% (N=21) vivem
Gráfico 2 - Distribuição das espécies de peixes de interesse comercial em função do habitat utilizado
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categoria. A maioria dos táxons, 81% (N=136), se encontra categorizada como Menos Preocupante
(Least Concern = LC); enquanto 4% táxons (N=7) encontram-se avaliados nas categorias Vulnerável
(Vulnerable = VU) e 6% (N=11) encontram-se com Dados Insuficientes (Data Defficient = DD);
5% (N=8) estão avaliadas como quase Ameaçada (Near Threatened = NT); e apenas 4% (N=6) não
lc dd vu nt não avaliado
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Tabela 1 - Lista da diversidade de peixes comerciais encontrada no Maranhão
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sendo responsável com cerca de 10% da captura (ALMEIDA et al. 2011). Além de sua excelente
natatória, denominado “grude” pelos pescadores artesanais, o qual é utilizado como matéria-prima
para preparação de emulsificantes e clarificantes (CERVIGÓN et al., 1993; WOLFF; KOCH; ISAAC,
genética observada nessa espécie é muito baixa e, possivelmente, resultante da pressão de pesca
(RODRIGUES et al. 2008). A conservação de diversidade genética nos estoques pesqueiros é uma
condição fundamental para que a espécie mantenha sua capacidade evolutiva ao longo do tempo,
e com isso poderemos garantir maior sustentabilidade na pesca e segurança alimentar para as
populações humanas.
A pesca artesanal de pargo também tem ganhado muita importância nos últimos anos por
se tratar de um recurso de exportação e alto valor comercial (FURTADO JÚNIOR; BRITO, 2002).
No estado do Maranhão, dentre os municípios envolvidos com a pesca desse recurso, destaca-se
Barreirinhas com uma produção anual bastante relevante (ALMEIDA et al. 2010).
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também são os peixes mais capturados na pesca artesanal de águas continentais, para fins de
Entretanto, mesmo aquelas espécies consideradas de qualidade inferior e não visadas pela
(Triportheus signatus e T. trifurcatus), possuem grande importância, pois apresentam uma elevada
biomassa e constituem provavelmente uma parte considerável das presas de predadores de maior
porte. Saguiru, voadeiras e curimatãs são, de qualquer forma, pescados pelas populações ribeirinhas
seja pela quantidade de pescado capturado quanto pela dependência da população ribeirinha e urbana
por esta atividade (SANTOS; SANTOS, 2005). No entanto, de acordo com a Food and Agriculture
Organization of the United Nations (FAO), grande parte dos dados oriundos da pesca artesanal são
que ocupam, e estas são fundamentais para o entendimento da abundância e da composição dos
artesanal quanto industrial (BARTHEM; FABRÉ, 2004; DORIA et al., 2012; ESPÍRITO-SANTO et
dados em quantidade e qualidade suficientes para embasar uma gestão pesqueira baseada em
evidências científicas. A extinção dos fóruns de consulta e a ausência de transparência nos dados e
nos processos decisórios também reduzem a capacidade de controle social sobre o uso comercial dos
recursos pesqueiros.
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Uma das maiores preocupações com relação à pesca, tanto para pescadores quanto para o meio
ambiente, é garantir que as espécies exploradas tenham condições de manter populações sustentáveis
no longo prazo (IMESC, 2019), exigindo políticas públicas de gestão da atividade pesqueira mais
eficazes.
Na prática, isso evita a extinção de espécies e assegura a fonte de renda de quem depende
da atividade pesqueira. O problema, entretanto, é que há quase uma década o Brasil não realiza a
coleta e a sistematização de dados estatísticos sobre a pesca nacional (ver. MPA, 2011), situação que
gerou críticas feitas pela FAO ao Brasil em seus últimos relatórios sobre o Estado Mundial da Pesca
e Aquicultura – SOFIA (FAO, 2018; 2020) que apontam a deficiência no repasse de dados do país, o
Ou seja, não existe informação precisa sobre o quanto se pesca no Brasil. A Auditoria da
Pesca no Brasil 2020, documento realizado de forma pioneira pela ONG Oceana, mapeou os 118
principais estoques pesqueiros do país. Destes, apenas sete dispunham de avaliações atualizadas, o
Brasil seja algo em torno de 500 mil toneladas por ano. O cálculo, entretanto, está longe de ser preciso,
Segundo Ramos (2012), pescadores da bacia do rio Parnaíba afirmam que determinadas
espécies de peixes muito apreciadas na pesca da bacia, atualmente, são raramente encontradas. O
autor levanta a hipótese que isso pode representar diminuição populacional ou ameaça de extinção
local dessas espécies. Uma das espécies citadas pelo autor é Brachyplatystoma filamentosum,
Conclusão
mudanças quanto ao tamanho das artes (comprimento das redes e número de anzóis nos espinhéis),
além de diminuição na abertura da malha de redes como malhão, serreira e gozeira. Os métodos são
rudimentares e, por isso, requerem aparelhos de captura também rudimentares. A pesca é feita na
plataforma, nos estuários, nos lagos e rios, toda ela com características artesanais. Em uma análise
até mesmo pelas condições ambientais que favorecem o uso desses equipamentos.
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A forte pressão de captura sobre estoques naturais de pescado e espécies invasoras (tucunaré,
tilápia e curimatã, etc.) encontradas na região tem ocasionado rigidez na quantidade ofertada e
significativa elevação dos preços para o consumidor, sobretudo em relação às espécies mais nobres.
A perda de habitats naturais tem sido mais evidente e intensa em água doce do que em áreas
terrestres ou marinhas, causando maior impacto à fauna que habita esse tipo de ambiente. Esse
panorama torna-se ainda mais crítico pelo número insuficiente de dados robustos de estatística da
que se refere ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 14, que visa à “Conservação e Uso
Sustentável dos Oceanos, dos Mares e a dos Recursos Marinhos para o Desenvolvimento Sustentável”.
Esse estudo revela um grande potencial de espécies comerciais para a área estudada, e revela
a necessidade de mais trabalhos voltados para essa temática. Do mesmo modo, nós recomendamos
que os pesquisadores do Maranhão direcionem esforços e seus trabalhos para a temática “Peixes
5. Referências Bibliográficas
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