04 - IPL Parte1
04 - IPL Parte1
04 - IPL Parte1
04
Elementos informativos x provas. Presidência do
inquérito policial (Lei 12.830/13). Poder requisitório da
autoridade policial. Cláusula de reserva de jurisdição.
INQUÉRITO POLICIAL
4 Fonte: Renato Brasileiro de Lima (Manual de Processo Penal, 2016). Atualização: Lei 13.964/19.
▪ Direito PROCESSUAL PENAL ▪ Caderno de Wantuil Luiz Cândido Holz ▪ Página 28 ▪
nova perícia.
▪ Exceção 1: Provas ilícitas produzidas na investigação preliminar podem
contaminar o processo judicial, por derivação (art. 157, §1º, CPP).
▪ Exceção 2: Art. 7º, XXI, Lei 8.906/94 (redação dada pela Lei 13.245/16):
▪ XXI - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de
infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório
ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos
investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou
indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração.
▪ Função preservadora:
▪ É a função principal.
▪ A existência prévia de um inquérito inibe a instauração de um
processo penal infundado, temerário, resguardando a liberdade do
inocente e evitando custos desnecessários para o Estado.
▪ Exposição de motivos do CPP destaca que o inquérito policial
traduz uma salvaguarda contra apressados e errôneos juízos,
formados antes que seja possível uma precisa visão de conjunto
dos fatos, nas suas circunstâncias objetivas e subjetivas.
▪ Função preparatória:
▪ É a função secundária, que nem sempre ocorre (já que algumas
investigações conduzem a elementos exclusivamente em favor da
defesa).
▪ Fornecer elementos de informação para que o titular da ação penal
possa ingressar em juízo com a ação penal, além de acautelar meios
de prova que poderiam desaparecer com o decurso do tempo.
▪ Identificar e acautelar as fontes de prova (pessoas e coisas
exteriores ao processo que guardem informações que lhe sejam
úteis).
▪ Colhe elementos de informação quanto a autoria e
materialidade do fato delituoso (justa causa para a ação penal).
▪ As informações obtidas por meio das investigações servem para a
preparação da ação penal e também para fundamentar eventuais
medidas cautelares.
▪ Direito PROCESSUAL PENAL ▪ Caderno de Wantuil Luiz Cândido Holz ▪ Página 29 ▪
Art. 155, CPP. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova
produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão
exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação,
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
▪ Finalidades:
▪ Fundamento para decretação de
medidas cautelares;
▪ Autos do IP:
▪ (Art. 12, CPP).
▪ Os autos da investigação preliminar são juntados aos autos do processo
penal, de modo que os elementos informativos sejam aproveitados de
modo subsidiário aos elementos produzidos em contraditório. Na reforma
de 2008 chegou-se a cogitar da não juntada dos autos do inquérito aos
▪ Direito PROCESSUAL PENAL ▪ Caderno de Wantuil Luiz Cândido Holz ▪ Página 31 ▪
▪ Gestão da prova:
▪ Na investigação preliminar, o magistrado não deve ter iniciativa
probatória, sob pena de ofender o sistema acusatório. Na fase judicial,
prevalece que o magistrado pode ter iniciativa probatória, desde que o
faça de maneira subsidiária / complementar às partes, a exemplo do que
indica o art. 212, CPP.
PROVAS NÃO ▪ É aquela que uma vez produzida não tem como ser
REPETÍVEIS novamente coletada em razão do desaparecimento,
(IRREPETÍVEIS) destruição ou perecimento da fonte probatória. Podem
ser produzidas tanto na fase investigatória como na fase
judicial. De regra, não dependem de prévia autorização
judicial, sendo que o contraditório será diferido
(postergado, adiado ou “sobre a prova” – extrínseco à
produção da prova).
– EX.: Exame de corpo de delito de lesão corporal,
exame de conjunção carnal, eficiência de arma de
fogo, falsificação documental, constatação de droga
(requisição por autoridade do delegado de polícia).
– EX.: Perícia de RX sobre o suspeito (depende de
autorização judicial).
Lei 12.830/13:
Art. 2º As funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais
exercidas pelo delegado de polícia são de natureza jurídica, essenciais e
exclusivas de Estado.
▪ Outro procedimento: exemplo é o TCO (art. 69 e art. 77, §1º, Lei
9.099/95).
§ 1º Ao delegado de polícia, na qualidade de autoridade policial, cabe a
condução da investigação criminal por meio de inquérito policial ou outro
procedimento previsto em lei, que tem como objetivo a apuração das
circunstâncias, da materialidade e da autoria das infrações penais.
§ 2º Durante a investigação criminal, cabe ao delegado de polícia a
requisição de perícia, informações, documentos e dados que interessem à
apuração dos fatos.
▪ Deve-se respeitar as cláusulas de reserva de jurisdição e demais
situações em que se exige poderes judiciais.
§ 3º (VETADO)
§ 4º O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso
somente poderá ser avocado ou redistribuído por superior hierárquico,
mediante despacho fundamentado, por motivo de interesse público ou nas
hipóteses de inobservância dos procedimentos previstos em regulamento da
corporação que prejudique a eficácia da investigação.
▪ A fundamentação é vinculada a motivos de interesse público ou
inobservância de procedimentos com risco à eficácia das investigações.
▪ PRINCÍPIO DO DELEGADO NATURAL: Garantia de independência e
CPP, Art. 6º
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas
circunstâncias;
▪ É chamado de Poder Geral de Polícia (Henrique Hoffmann).
▪ MODALIDADES: