Trabalho de EA Penaldo
Trabalho de EA Penaldo
Trabalho de EA Penaldo
CURSO DE FILOSOFIA
Quelimane
2023
PENALDO TIMÓTEO GUILHERME
Quelimane
2023
Índice
Introdução ........................................................................................................................ 3
Metodologia ..................................................................................................................... 3
Ética ambiental para uma nova epistemologia em Rolston, Paul Taylor e Tom Regan ....... 4
Cultura ............................................................................................................................. 4
Simbiose .......................................................................................................................... 6
Conclusão....................................................................................................................... 11
Introdução
O presente trabalho aborda-se Ética ambiental para uma nova epistemologia em
Rolston, Paul Taylor e Tom Regan. Esses autores trazem uma abordagens interessante sobre a
ética ambiente. Visto que a ética ambiental de Rolston traz a noção de que se valorarmos a
natureza apenas por sua utilidade ou benefício gerado aos humanos, a motivação moral e
política para a preservação da natureza será insuficiente, e neste contexto, a defesa do valor
intrínseco da natureza pode proporcionar um incentivo moral mais eficaz em relação à criação
de políticas públicas ambientais de conservação. Enquanto para Paul Taylor e Tom Regan, a
valorização moral tem como causa essencial o bem ou valor inerente da vida, em seu direito
próprio. Tom Regan defende a concepção de uma ética ambiental, que comporte a existência
de seres não humanos com posição moral e a formação de uma comunidade moral composta
por todos os seres conscientes e alguns seres não-conscientes. Então, o pressuposto para uma
ética genuinamente ambiental exige que seja reconhecida a legitimidade moral de não-
humanos. Essa ética deve reconhecer que “objectos naturais não conscientes têm um bem ou
um valor seu próprio, independente de interesses humanos”
Objectivo geral
Compreender a Ética ambiental para uma nova epistemologia em Rolston, Paul Taylor
e Tom Regan.
Objectivos específicos
Verificar o conceito da ética ambiental para chegar-se numa nova epistemologia;
Descrever as abordagens da ética ambiental dos três autores mencionados nesse caso
Roston, Taylor e Regan;
Analisar a relevância das as abordagens dos três autores mencionados.
Metodologia
Segundo Lakatos & Marconi (2003, p.39), “os métodos são vias ou caminhos, através
dos quais se chega a um determinado fim”. Ora, Para realização do presente trabalho, recorreu-
se o método Hermenêutico, que consiste na compreensão e interpretação do tema em destaque.
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Ética ambiental para uma nova epistemologia em Rolston, Paul Taylor e Tom Regan
Ética ambiental
A ética ambiental consiste em teoria e prática sobre preocupação apropriada com
valores e deveres em relação ao mundo natural. Segundo explicações clássicas, a ética diz
respeito a pessoas relacionando-se com pessoas em justiça e amor. A ética ambiental parte de
preocupações humanas com uma qualidade ambiental, e alguns pensam que isto molda a ética
como um todo.
A ética ambiental está preocupada com a conduta dos indivíduos responsáveis com respeito a
paisagens naturais, recursos, espécies e organismos não-humanos. A conduta dos seres
humanos é preocupação directa da filosofia moral como tal. A Ética, no sentido exacto,
"ambiental" poderia incluir, em seu escopo, perguntas referentes a ambientes artificiais, mas
tal interpretação não é directamente nossa preocupação, e nós iremos, deste modo, limitar
nossa atenção para assuntos de significado moral relativo a ambientes naturais.
Ética ambiental de Holmes Rolston III
Holmes Rolston III é frequentemente identificado como o pai da ética ambiental como
disciplina acadêmica moderna. Em seu livro de 1988, Environmental Ethics: Values in and
Duties to the natural world, Rolston defende uma concepção ética de valor centrado na
dimensão ecológica, em contraposição a ética tradicional antropocêntrica. Para Rolston, existe
um valor intrínseco objectivamente nas espécies ou comunidades bióticas, sendo que a
presença destes valores impõe ao humano certas obrigações diretas a entidades não humanas,
tais como espécies ou ecossistemas.
Cultura
Desta forma, cultura é entendida como algo exclusivo do humano, ou seja, animais não
possuiriam cultura, embora alguns antropólogos possam discutir algum tipo de cultura em
espécies de chipanzés, não haveria nenhuma clara evidência de transferência de estados
mentais ou ideias se movendo de uma mente para a outra entre chipanzés, como entre uma
criança e um professor. Em outros termos, não há evidências de cultura cumulativa
transmissível e, portanto, também não pode haver qualquer desenvolvimento de tecnologia
entre outras espécies de animais.
A tecnologia, como um produto cultural humano, é outra em relação à natureza
que, como visto em Rolston, corresponde a uma natureza selvagem ou
espontânea. No entanto, o dualismo natureza versus cultura não pode ser
absoluto. De acordo com o autor: “Natureza é o ambiente da cultura, usando
uma metáfora, natureza é o útero da cultura, mas um útero do qual o ser humano
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Rolston defende que uma ética ambiental e uma política ambientalista não são apenas
sobre a conservação de uma natureza intocada, mas a vida humana em seu ambiente de forma
equilibrada. Humanos em sua cultura, residindo também na natureza. Para isso é preciso um
desenvolvimento sustentável com espaços gerenciados, e uma correcta interação entre o
ambiente urbano e o ambiente rural. Neste sentido as políticas públicas democráticas são
fundamentais para se criar e fiscalizar leis de proteção da natureza que restrinjam a ação do
humano em espaços determinados, protegendo da influência humana, montanhas, rios, flora e
fauna.
Por outro lado, desenvolver maneiras de conservar e criar espaços aonde o ser humano e sua
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A valorização do bem inerente de Paul Taylor e Tom Regan parece se basear nos princípios de
igualdade e universalidade postulados por Kant, valores que parecem adequados a sistemas
naturais isolados. O bem inerente é de uma grandeza incomensurável, pois o princípio da vida
como valoração é estendido a todos os seres vivos.
Segundo Regan (1981, p. 30), “a presença de valor inerente de um objecto natural é
independente de alguma consciência, interesse, ou apreciação sobre algum ser
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consciente”. Aponta que seria um absurdo lógico graduar valor inerente para auferir
superioridade ao ser humano em detrimento dos outros seres vivos.
Entretanto, ao separarem em definitivo os interesses humanos do interesse na manutenção da
vida dos outros animais e seres vivos, talvez tenham deixado uma lacuna a ser debatida.
Segundo os autores, o ser humano por sua razão, deveria ser isolado da natureza para o
benefício desta e desconsiderado como ser capaz de um convívio saudável com o meio
circundante. Talvez, movidos pela defesa, mais do que necessária, do meio ambiente das
atrocidades destrutivas perpetradas pelas sociedades humanas até os dias actuais, eles sejam
levados a fazer um paralelo com a teoria kantiana da moralidade e, assim, separam
formalmente o racional do natural (empírico), na busca do caminho que levaria a uma pureza
moral.
O papel do ser humano como agente moral
Afinal, o papel dos seres humanos como agentes morais impulsiona a tomada de
decisões sobre o que fazer, sobre quais eventos no mundo são bons ou maus, desejáveis ou
indesejáveis, levando em conta nessas sentenças, que o ser humano deve promover ou proteger
os seres por seu próprio bem. O que, muitas vezes, não traz benefícios diretos ao agente moral,
mas estabelece padrões de avaliação feitos sobre o que é favorável ou desfavorável em relação
ao bem de determinada entidade, mesmo não-humana.
Desta maneira, pensar numa atitude de respeito pela natureza é conceber um sistema de crenças
– formal -, que reconheça a atitude de respeitar outro ser como única atitude adequada/certa,
em direção a consideração de todas as formas de vida: uma atitude de respeito pelas coisas
vivas possuidoras de valor inerente. Normas e padrões de conduta moral devem ser validados
e vinculados a todos os agentes morais, seguindo uma teoria de ética humana de crescente
respeito pelas pessoas e seres vivos de maneira geral.
se em relação às pessoas temos um sistema de direitos “estes direitos são formas
de conduta em que é dado reconhecimento público a cada pessoa como valor
inerente” (Taylor, 1998, p. 74).
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Conclusão
O presente trabalho conclui-se que a ética ambiental para uma nova epistemologia, é
um tema importante para entendermos a realidade no que diz respeito o meio ambiente onde
estamos inseridos. Portanto Rolston defende uma concepção ética de valor centrado na
dimensão ecológica, em contraposição a ética tradicional antropocêntrica. Para Rolston, existe
um valor intrínseco objectivamente nas espécies ou comunidades bióticas, sendo que a
presença destes valores impõe ao humano certas obrigações diretas a entidades não humanas,
tais como espécies ou ecossistemas. Tom Regan, por exemplo, é um nome importante da
corrente de pensamento dos defensores de direitos para os animais. Ele tem uma visão sobre a
possibilidade e necessidade de desenvolvimento de uma ética ambiental, numa perspectiva que
considere o valor da natureza por si mesma e não como um recurso com valor meramente
instrumental. Taylor deixa claro que o respeito é devido as populações de animais e plantas
que constituem as comunidades bióticas dos ecossistemas naturais da Terra. A discussão que
visa a proposição de uma ética ambiental diz respeito ao agir humano e as consequências
dessas ações no mundo natural.
Compreendemos que as discussões que vêm sendo empreendidas sobre a relação ética
entre ser humano e natureza não humana, urgentes e necessárias, devem ocorrer dentro do
campo da ética, buscando refletir sobre seus fundamentos.
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Referências bibliográficas
Leef, E. (2001). Epistemologia ambiental. São Paulo: Cortez,
Regan, T. (1981). A Natureza e a Possibilidade de uma Ética Ambiental. Universidade de
Norte de Texas. V. 3, n. 1.
Rolston, Holmes. (1991). Ética Ambiental; valores e deveres para com a Natureza. In:
Bormann, F.; Herbert, Kellert, Stephen R. (eds). Ecologia, Economia, Ética: O círculo
Quebrado. New Haven: Imprensa da Universidade de Yale.
Pegoraro, O. (2005). Introdução à ética contemporânea. Rio de Janeiro: Uapê.
Sánchez Vázquez, A. (2010). Ética. 29 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
Taylor, P. W. (1998). A Ética do respeito a Natureza. Filosofia, New Jersey, Prentice Hall.