Armanda

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Módulo 5 | A Educação Inclusiva e a Escola Moçambicana

Aula 5.5As estratégias de atendimento aos alunos com NEE no sistema educativo

Reflexão Inicial 23

Você tem alguma ideia sobre as estratégias que os professores usam no atendimento a alunos
com NEE em turmas regulares? Pense nisso por alguns instantes e partilhe suas ideias com o
colega, aos pares

Pode ser que você tenha ou não alguma ideia sobre as estratégias que os professores usam no
atendimento aos alunos com NEE, mas nos parece óbvio que o atendimento dos alunos com NEE
na sala de ensino regular fundamenta-se igualmente nos princípios de educação inclusiva, porque
qualquer estratégia de ensino a ser usada deve garantir a aprendizagem para todos os alunos.

De uma forma geral, para atender os alunos com NEE no sistema educativo, torna-se necessário
que a escola aplique as seguintes estratégias:

De uma forma geral, para atender os alunos com NEE no sistema educativo, torna-se necessário
que a escola aplique as seguintes estratégias:

Promoção de uma cultura de escola e de sala de aulas que percebe, aprecie e se adapte à
diversidade;

Promoção de uma cultura de escola e de sala de aula que percebe, aprecie e se adapte à
diversidade;

Existência de uma liderança forte;

Desenvolvimento e promoção de oportunidades de desenvolvimento profissional;


Desenvolvimento de uma planificação sistemática;

Implementação de práticas de colaboração entre alunos, professores e outros membros da escola;

Implementação de práticas educativas flexíveis;

Implementação de apoios de qualidade, através de serviços multidisciplinares;

Realização de avaliação frequente e sistemática.

Para a concretização das estratégias acima referidas é necessário recorrer aos seguintes
procedimentos:

adequações curriculares individuais;

adequações no processo de matrícula;

adequações no processo de avaliação;

currículo específico individual,; e

tecnologias de apoio.

As adaptações curriculares podem ser realizadas a vários níveis, nomeadamente:

organização de espaço e dos equipamentos;

estratégias e actividades;

recursos;

avaliação e duração temporal;

conteúdos e objectivos.

A flexibilidade do currículo implica desenvolver currículos que se adaptem a alunos com


interesses e capacidades diferentes; equacionar processos de ensino motivadores da
aprendizagem, relacionados com a experiência dos alunos e com situações práticas; integrar no
processo educativo a avaliação formativa, para assim ser possível, a alunos e professores, ter
informações, quer sobre as aprendizagens realizadas, quer sobre as dificuldades ainda existentes,
de forma a poder resolvê-las; garantir diferentes formas de apoio aos alunos com NEE, por
exemplo: apoio na sala de aulas; programas de compensação educativa; apoio especializado ou
por um professor ou por outros técnicos; usar os recursos e ajudas técnicas necessárias ao
sucesso educativo e ao acesso ao currículo escolar, facilitando a mobilidade, a comunicação e a
aprendizagem de alguns alunos; proporcionar às crianças com NEE apoios pedagógicos
suplementares, tendo como referência o currículo comum e não um currículo diferente.

O professor deve ainda fazer uma avaliação da actividade e do desempenho do aluno, a fim de
perceber de que forma a sua intervenção foi eficaz, acompanhando, assim, a evolução do aluno.

Uma das formas mais simples de enquadrar todos os alunos no processo de aprendizagem é
através da aprendizagem cooperativa. A aprendizagem cooperativa é uma estratégia que
contribui para o desenvolvimento de cidadãos mais solidários, facilita a aprendizagem dos alunos
que têm mais dificuldades.

A prática pedagógica deve, assim, dirigir-se para todos e ser feita com todos, numa perspectiva
de diferenciação inclusiva centrada na cooperação, de modo a que a escola seja uma comunidade
hospitaleira. Na perspectiva da escola inclusiva, a responsabilidade da resposta a dar aos alunos,
independentemente das dificuldades que alguns possam apresentar, é da escola. Os professores
de Educação Especial são um recurso, tal como outros técnicos e a família, que tenham de
intervir.

Nesse sentido, esta intervenção, quer ao nível dos professores como ao nível dos outros actores,
deverá sempre ser feita em cooperação. A Direcção da escola deve exercer uma liderança eficaz,
sensibilizando os professores para ajudarem todas as crianças a aprender, controlando e
avaliando a evolução do processo de inclusão, com a certeza de que todos os alunos podem ter
sucesso. O professor tem a grande tarefa de promover actividades que mantenham o aluno
atento, como jogos de tabuleiro; quebra-cabeça; jogos de memória; palavras cruzadas; caça
palavras e tantos outros.

Em termos mais específicos, as estratégias psicopedagógicas de intervenção junto de alunos com


NEE devem ser observadas de acordo com o tipo e características de impedimento/deficiência
dos alunos, particularmente tendo em conta as suas causas e manifestações (sinais) na sala de
aulas. Com efeito, a tabela 20 é ilucidativa quanto a isso.

Quadro 19: Características, causas, manifestações e estratégias psicopedagicas de intervenção


face aos impedimentos/deficiência dos alunos

Deficiência Físico-motora - É qualquer défice ou anomalia que se traduz numa dificuldade ou


alteração na estrutura física do

indivíduo. Ex.: a falta de um membro.

Características

Causas

Manifestações na sala de aulas (sinais de alerta)

Estratégias Psicopedagógicas
Limitação da auto-estima física;

Dificuldades na relação com outras pessoas;

Carência afectiva, desde a família, assim como com os colegas;

Insegurança;

Frequentes frustrações;

Falta de força e resistência física.

Factores genéticos e

Factores ambientais

Tendência a cair frequentemente;

Dificuldades em subir as escadas;


Dificuldades em se levantar quando está sentado;

Deixar cair frequentemente objectos;

Queixa-se frequentemente de dores nos músculos ou articulações.

Criação de atitudes para o desenvolvimento da destreza, como artes plásticas, musica, atitude
rítmica, representação teatral, trabalhos manuais de artesanato, entre outras;

Ajudar a família a compreender o deficiência e não super-proteger a criança;

Propor à Direcção Pedagógica da Escola para mudar a turma para as salas de fácil acesso do
aluno com este deficiência;

Construção de rampas de rodagem para facilitar o deslocamento das carrinhas de roda.

Deficiência Físico-motora - É qualquer défice ou anomalia que se traduz numa dificuldade ou


alteração na estrutura física do

indivíduo. Ex.: a falta de um membro.

Características
Causas

Manifestações na sala de aulas

(sinais de alerta)

Estratégias Psicopedagógicas

A pessoa não distingue o estímulo luminoso devido a anulação funcional da retina;

O cérebro deixa de receber a informação do objecto devido a destruição ou anulação funcional


do centro cortical da visão;

Falta de conexão da esfera visual do exame psíquico e do acto visual, se não tocar o objecto (isto
é, só reconhece se o tocar).

Algumas doenças infecciosas;

Acidentes, ferimentos e envenenamento;

Tumores;
Deficiências nutricionais (vitamina “A”);

Influências pré-natais (conjuntivite);

Hereditariedade (catarata, atrofiamento do nervo óptico e albinismo, glaucoma, miopia maligna,


daltonismo);

Doenças sistemáticas (diabetes, artereosclerose-AVC);

Condições ambientais (conjuntivite primaveril e bacteriana).

O professor deve observar cuidadosamente a aparência da criança:

Se tem normalmente os olhos vermelhos, inflamados ou lacrimejantes;

Aparenta estrabismo;

Tem as pálpebras inchadas ou com pus nas pestanas;

Esfregar os olhos com frequência;


Inclina a cabeça para frente ou para trás, pisca ou semicerra os olhos para ver os objectos que
estão perto ou longe;

Fecha ou tapa um dos olhos, sacode a cabeça ou esconde-a para frente;

Quando deixa cair objectos pequenos, precisa de tactear para encontrar;

Pisca muitas vezes os olhos ou fica com eles irritados quando faz trabalhos minuciosos;

Tanto o educador da infância, como o professor e os colegas, podem facilitar a aprendizagem da


criança com dificuldades da visão, dando explicações orais, ao mesmo tempo que a ajudam a
copiar movimentos, e por outro lado, a explicação oral deve acompanhar os actos para poder ser
partilhada pela criança, e para que ela possa ir relacionando palavras e frases com situações
concretas.

De entre várias estratégias Psicopedagogicas, podemos destacar as seguintes:

Decoração de paredes da sala de aulas com cores vivas e não as ultra-violetas;

Na aquisição de conceitos deve haver uma associação directa entre a palavra e o objecto;

Manter os alunos em posições fixas, espaços fáceis de movimentação;


A linguagem deve ser pausada compreensível;

Aproxima muito a vista naquilo que lê e escreve;

Tem dificuldades em copiar no quadro, livro ou caderno;

Tem dificuldades em completar tarefas escolares longas que impliquem um emprego excessivo
da vista especialmente quando o tempo é limitado;

Fica confusa com pormenores que surgem em mapas, gráficos ou diagramas e tem uma letra
demasiada pequena, grande ou destorcida.

Se a criança apresenta vários destes sinais, o professor deve alertar aos pais para que ele seja
levado aos cuidados médicos.

Uso de gravadores, vídeos, retroprojectores, gravuras, desenhos, gestos acompanhados de


linguagem clara, expressiva e pausada;

Manter o quadro limpo e escrever com caligrafia legível e visível.

Deficiência Auditiva (surdez)- Quando o indivíduo tem dificuldades na audição, ou se tiver


perdido completamente toda capacidade de audição.
(Baixa audição)– Quando a sensibilidade auditiva é muito baixa ou insistente, quando é
determinada pelo nível médio de percepção de um estímulo

Características

Causas

Manifestações na sala de aulas

(sinais de alerta)

Estratégias Psicopedagógicas

Dificuldades na compreensão da linguagem que se lhe dirige;

Realiza grande esforço para entender os movimentos lábio-facial do professor e dos colegas;

Sérias dificuldades na pronunciação (omissão, substituição de fonemas, diferenças na


constituição gramatical);
Linguagem que se reflecte na leitura e na escrita.

Pré-natais

Hereditariedades – aquelas natas que são transmitidas pelos pais aos seus filhos.

Manifestações congénitas por alterações cromossomicas – a perda auditiva é causada por


manifestações congénitas adquiridas pelo embrião, devido algumas doenças que a mãe contrai
durante a gravidez tais como: infecções intra-uterinas (álcool, calmantes); alterações endócrinas
(bócio), agentes físicos (raio x).

Durante o parto

Intoxicação, incompatibilidade sanguínea (factor RH que pode provocar danos no sistema


nervoso).

Pois parto

Os problemas auditivos têm como origem em doenças que a criança contrai após o nascimento
como:

Doenças infecciosas bacterianas, virose (encefalite, varicela, hepatite), intoxicação por alguns
medicamentos.
Parece haver algum problema físico associado ao ouvido;

Há pouca articulação dos sons principalmente omissão dos sons consoantes;

Quando vê TV, o aluno aumenta o volume;

Há pedidos frequentes no sentido de repetir o que acabou de ser dito;

O aluno não responde ou é desatenta quando se fala com ele em voz normal;

Utiliza palavras isoladas em vês de frases completas;

Aparentemente está tensa ou demasiado ansioso;

Adormece frequentemente durante a aula;

Tem dificuldades em aprender a divisão silábica;

Dinstruções orais.
O professor

Falar claro e pausadamente;

Falar sempre de frente e evitar movimentos constantes;

Evitar falar a fumar ou na escuridão;

Não tapar os lábios;

Fazer com que o rosto não fique coberto;

Repetir pacientemente o que o aluno não entende;

Empregar uma linguagem gestual;

Usar uma linguagem pausada acompanhada de gravuras, desenhos, vídeos e outros materiais que
facilitam uma boa comunicação.

Outras causas
Rubéola Materna – também conhecida por sarampo alemão, são vírus que afectam a mãe durante
os primeiros meses de gravidez, os seus efeitos sobre a criança são muitas vezes bastante sérios.

Nascimento Prematuro – as crianças nascidas com peso de 2,5 kg, ou menos, são geralmente
consideradas prematuras. O nascimento prematuro é a causa da surdez em 53,7% entre 1000
crianças matriculadas nas escolas para deficientes auditivos. Também é a causa da deficiência
mental.

Deficiência Mental - Refere-se ao funcionamento intelectual geral significativamente abaixo da


média (Q.I. de 85), que coexiste com falhas no comportamento, adaptação e se manifesta durante
o período de desenvolvimento, em consequências de lesões cerebrais.

Um aluno tem um atraso de desenvolvimento intelectual quando a sua compreensão da realidade


(pessoas, objectos, acontecimentos) e do modo como se adapta e lida com ela não corresponde
aos esperados para maioria dos alunos da sua idade.

Características

Causas

Manifestações na sala de aulas

(sinais de alerta)
Estratégias Psicopedagógicas

Sentimento de fracasso do que as crianças normais;

Desenvolve maiores expectativas generalizadas ao fracasso;

Entra em situações novas com desempenho geralmente debilitado, até mesmo abaixo da sua
habilidade mental;

Infecções e intoxicações por meningite;

Trauma ou agente físico causada por irradiação intra-uterina excessiva;

Metabolismo ou nutrição;

Doença cerebral grave;

Influência pré-natal e pós-natal desconhecida;

Influências ambientais;
Anormalidade cromossomicas (síndrome de down);

Distúrbio de gestação.

Dependência, inconstância, humor variável egocentrismo;

Incapacidade de adaptação social.

Domínio do pensamento concreto sobre o abstracto;

Falta de juízo crítico;

Incapacidade de prever situações;

Perturbações na linguagem;

Dificuldade de concentração;

Interesses limitados;
Transtornos sensoriais motores;

Perturbações afectivo-motivacionais;

Trabalhar com número reduzido de alunos para individualizar o ensino para melhor conhecer as
possibilidades de cada aluno;

Providenciar um ensino que se apoie mais largamente no concreto (actividades práticas);

Um ensino que dê relevo a observação de objectos, manipulação de material e descrição de


situações concretas;

Diversificar as actividades em tempos curtas;

Para que a criança tire proveito das actividades escolares é necessário que essas actividades não
aborreçam-na, mas que se interesse por elas;

É importante proporcionar a expressão corporal, o desenho, o trabalho manual, a música e a


Educação física, porque isso dá oportunidade as crianças de desabrocharem os seus sentimentos
e pensamentos.

Transtornos da Linguagem - São situações críticas ou obstáculos na fala e na representação de


sinais gráficos que resultam numa palavra sem sentido.
Características

Causas

Manifestações na sala de aulas

(sinais de alerta)

Estratégias Psicopedagógicas

Hiperactividade (crianças muito traquinas);

Isolamento;

Passividade;

Medo;

Ansiedade;
Fuga da escola;

Roubo;

Agressividade.

Ambiente social medíocre ou caótico;

Ambiente familiar (problemas de divorcio);

Factores biofísicos;

Super protecção dos pais.

Fuga da escola;

Linguagem inconveniente;

Frequentes explosões de comportamento;


Chora e parece deprimido quase sempre;

Aluno desatento, moroso e preguiçoso na escola;

Retira os bens dos outros e do professor;

Agita os colegas e procura mais tarde distanciar-se da confusão por ele criada.

Mandar apagar o quadro, sacudir o apagador e afiar o lápis;

Atribuir encargos sociais (chefe do grupo, turma, etc.)

Mandar realizar trabalhos no quadro;

Concordar com as suas respostas e procurar maneiras de o levar a compreender os seus erros;

Realizar várias tarefas na sala de aulas e na escola em geral na forma estimulante;

Proceder da maneira mais correcta na abordagem das questões deficientes das suas actuações;

Dar afecto, simpatia, confiança e segurança ao aluno sobre o que realiza.


Quanto a fuga da escola

Orientar actividades diversas para despertar interesse e motivação para a escola;

Dar tarefas de responsabilidade na sala de aulas.

Saiba Mais

Aprofunde seus conhecimentos

TDAH

Resumo do Tema

O atendimento às crianças com NEE na escola regular é garantido pelo envolvimento activo do
professor, da escola, da comunidade e dos serviços multidisciplinares. É um processo que inicia
com a identificação do aluno com NEE e culmina com o seu atendimento. A forma mais activa
de envolver todos os alunos é através da aprendizagem cooperativa e de actividades
diversificadas que o professor pode implementar, tais como: jogos, histórias, observações,
“lengalengas”, simulações, demonstrações, uso adequado de recursos didácticos para que todos
os estilos de aprendizagem estejam integrados.
As adaptações curriculares não implicam a elaboração de outro conteúdo, mas sim a criação de
exercícios que tenham como base o currículo original.

O professor precisa de compreender que uma criança com NEE pode apresentar obstáculo numa
área de aprendizagem, mas tem outras potencialidades por desenvolver. Por exemplo: uma
criança com NEE físico-motora é capaz de aprender diversas disciplinas, tais como, Matemática
e Português. O mais importante é o professor ajudar o aluno a desenvolver a habilidade num
clima em que se reconheçam as diferenças, valorizando o comportamento de interajuda.

O professor deverá pesquisar mais sobre o tema e conversar com a direcção da escola e com os
pais, caso precise de apoio para ensinar melhor um aluno com deficiência ou dificuldades de
aprendizagem, tais como, por exemplo: a dislexia, a dislalia e a discalculia.

Reflexão Final 23

A atitude do professor é muito fundamental no atendimento dos alunos com NEE. Comente a
afirmação dando dois exemplos que ilustrem o papel do professor no atendimento aos alunos
com NEE.

A aluna “Joana”, com 8 anos de idade, possui um aspecto físico saudável, mas apresenta
problemas de comunicação, o que dificulta a aprendizagem de leitura e escrita na 3ª classe.

Discutam, em grupos de 3 elementos, as actividades curriculares e extra - curriculares para o


atendimento da aluna “Joana”, pelo professor.

O jovem “Carlos” está na aula de alfabetização. Ele tem deficiência auditiva. Sugira três
estratégias que o professor pode usar para ajudar o educando “Carlos” a aprender.
Use a técnica “Mesa redonda” para discutir os seus resultados de reflexão com outros colegas da
turma.

Assista à Videoaula

RESUMO

A deficiência auditiva é a incapacidade total ou parcial de ouvir, apresentando assim um entrave


ao desenvolvimento social dos indivíduos com deficiência. Nesse sentido, observa-se a
importância da inclusão escolar, que deve garantir a igualdade de acesso ao conhecimento a
todos os alunos, inclusive aos que apresentam deficiências, equipando as salas com recursos
visuais garantindo o acesso do aluno surdo a informações que o ajudem a construir seu
conhecimento de forma eficiente superando os entraves da surdez. Observamos um aluno surdo
matriculado em uma escola regular de ensino no município de Naviraí- MS, aplicamos
questionários com perguntas abertas à equipe gestora dessa escola e aos professores do estudante
para analisar sua inclusão na escola. Durante a pesquisa, não encontramos muitos recursos
disponíveis na sala de aula do aluno, o que sugere que o mesmo não tem acesso a todos os
recursos necessários a seu pleno desenvolvimento, observamos também que o professor continua
a desenvolver suas funções para o restante da turma, enquanto cabe ao intérprete auxiliar o aluno
com deficiência auditiva, então não ocorreu a adequação da escola para receber o aluno surdo.

PALAVRAS CHAVE: Deficiência auditiva, Inclusão escolar, Naviraí-MS.

INTRODUÇÃO

Atualmente, muito tem se discutido sobre a acessibilidade, que é a inclusão de todas as pessoas
com deficiências ou capacidades reduzidas, na rede regular de ensino com adequação
física,social e cognitiva para acesso e permanência do aluno com qualidade na escola. Mas
percebemos que em muitos casos não são disponibilizados todos os recursos necessários para
garantir o pleno desenvolvimento do aluno surdo. Para conhecer essa realidade foram realizadas
pesquisas bibliográficas e estudo de caso em uma escola de Naviraí-MS, para entender como
ocorre a inclusão do aluno surdo.

A Educação Inclusiva entende que todos os alunos, independentemente de sua condição


orgânica, afetiva, socioeconômica ou cultural, devem ser inseridos na escola regular, com o
mínimo possível de distorção idade-série, e com condições físicas e pedagógicas adequadas às
suas limitações.

A escola tem a responsabilidade de promover a inclusão. Para tanto, deve se adequar para
receber alunos com deficiências, para garantir o direito à igualdade presente na Constituição
Federal (BRASIL, 1988), existem leis específicas como a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, LDB 9394/96 (BRASIL, 1996), o Decreto lei nº 5296/2004 (BRASIL, 2004), como
forma de se fazer cumprir a igualdade e garantir a inclusão de todos.

Acessibilidade não se reporta só a deficiência motora, mas visual, auditiva, entre outras. Não
basta construir rampas de acesso, placas e pisos táteis, mas é necessário equipar as escolas com
materiais e profissionais habilitados para dar condições de realmente promover a inclusão com
qualidade nas escolas.

Mediante os resultados das pesquisas bibliográficas e de estudo de caso, este realizado com o
objetivo precípuo de saber quais as dificuldades encontradas por esse aluno no dia -a -dia
escolar, busca-se compreender como ocorre a interação desse aluno com os professores e demais
colegas na sala de aula comum, visando à caracterização das formas de atendimento pedagógico
que a ele têm sido disponibilizadas.
O estudo se justifica na medida em que se torna necessário conhecer quais as metodologias já
utilizadas para o ensino de pessoas nessa condição ontogenética. Desse modo, será possível
avançar na compreensão dos atuais processos e práticas educacionais considerados inclusivos.

NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS E ACESSIBILIDADE

Deficiência é toda dificuldade ou anormalidade no desempenho de uma função seja motora,


cognitiva ou intelectual ou, segundo o Decreto Federal nº 3.956 de 2001:

Entende-se que o termo “deficiência”significa uma restrição física, mental ou sensorial, de


natureza permanente ou transitória, que limita a capacidade de exercer uma ou mais atividades
essenciais da vida diária, causada ou agravada pelo ambiente econômico e social.(BRASIL,
2001, P.2)

Portanto a audição reduzida é uma deficiência física, que não atrapalha o desenvolvimento
cognitivo, com as metodologias adequadas o aluno surdo pode ter as mesmas oportunidades de
um aluno que ouve bem.

Cada indivíduo é único e, assim, apresenta níveis de dificuldades diferentes em relação à


aprendizagem isso é uma questão individual de aprendizagem e de oportunidades de vivências,
experiências significativas que auxiliem na aquisição do conhecimento. Se o professor souber
compreender o progresso alcançado por cada um dos seus alunos estará contribuindo para
solucionar e desmistificar os problemas de aprendizagem, eliminando ou minimizando a
repetência e a evasão e as dificuldades de aprendizagem.

Essas mudanças requerem novas atitudes em relação à compreensão de como se dá a


aprendizagem dos alunos. Exigem o entendimento de que a aprendizagem não é um produto
escolar, mas sim objeto cultural, resultado do esforço coletivo da humanidade e não uma
utilização de técnicas e métodos que um sujeito reproduz.

As causas para a ocorrência da deficiência já foram muitas vezes atribuídas à responsabilidade


divina, sendo o deficiente caracterizado como aquele que merece castigo de Deus e ao mesmo
tempo necessita da caridade daqueles que acreditavam nos preceitos religiosos, determinados
pela salvação através do amor aos semelhantes. Na Antiguidade Clássica havia muita segregação
e abandono de pessoas com deficiência. Na Grécia e em Roma, pessoas com deficiência eram
mortas, abandonadas à sorte e expostas publicamente; outras vezes, as crianças eram eliminadas
após o parto por seus próprios pais, havendo uma lei que dava o direito ao pai para realização
desse ato (MORAES, 2007 p 12).

As formas como as instituições sociais e as famílias veem as pessoas com deficiências têm se
modificado ao longo do tempo, mas ainda percebemos uma exclusão em relação à inserção
dessas crianças na rede regular de ensino, receber essas crianças na escola não garante a
inclusão.É necessário à escola se adequar e se estruturar para receber com qualidade, pois, caso
contrário, corre-se o risco de aumentar os problemas decorrentes da exclusão. Portanto, a escola
deve promover a acessibilidade e a eliminação de todas as barreiras à aprendizagem e
participação social.

A acessibilidade é a promoção de condições para que os alunos com deficiências possam circular
nos espaços públicos de forma mais autônoma e cômoda. Garantir essas condições favorece a
inclusão social e melhora a qualidade de vida dessas pessoas. O Decreto 5.296, de 2 de dezembro
de 2004, define acessibilidade como

[…] condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços,
mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos
dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoa portadora de deficiência
ou com mobilidade reduzida. (BRASIL, 2004, p. 45-46).

Portanto, a acessibilidade não se refere só ao espaço físico, mas também aos mobiliários e
equipamentos necessários para que a inclusão aconteça, e com qualidade, que a criança com
deficiência seja inserida na escola de forma plena, com todos os direitos garantidos, e não
simplesmente colocada na sala regular porque a legislação assim determina.

Segundo conceitos provenientes do Ministério da Educação/ Secretaria da Educação Especial


(BRASIL, 2006), é importante evidenciar que a deficiência deve ser considerada como uma
diferença que faz parte da diversidade e não pode ser negada, porque “ela interfere na forma de
ser, agir e sentir das pessoas”. Segundo a Declaração de Salamanca, para promover uma
Educação Inclusiva, os sistemas educacionais devem assumir que “as diferenças humanas são
normais e que a aprendizagem deve se adaptar às necessidades das crianças ao invés de se
adaptar a criança a assunções preconcebidas a respeito do ritmo e da natureza do processo de
aprendizagem” (BRASIL, 1994, p 15).

O ambiente físico não garante o acesso e a inclusão aos alunos com deficiência, pois suas
necessidades não se limitam à locomoção, mas ao acesso a todos os recursos tecnológicos ou
não, que garantam melhores condições de vida. No caso das pessoas com deficiência auditiva,
necessitam de materiais diversificados em Língua Brasileira de Sinais (Libras), um intérprete,
além de material adequado à sua deficiência, somando-se a isso a necessidade de professores
habilitados e capacitados para trabalhar essas diversidades.

Para fins de reflexão a respeito do tema inclusão, é importante salientar sua extensão em relação
à acessibilidade em escolas e edifícios públicos, ressaltando-se a importância de se estabelecer o
acesso não somente no interior dessas edificações concretas, mas também a relevância de se
adaptar as condições das vias, estacionamentos e passagens e eliminar o máximo de barreiras que
impeçam e dificultam a circulação das pessoas. É preciso criar possibilidades para que um
deficiente se insira na sociedade e possa exercer sua cidadania. (MORAES 2007, p.36).

Portanto, além de garantir a livre circulação devemos garantir direitos básicos para que o aluno
exerça sua cidadania, contribuindo para a construção de um ambiente mais igualitário e
dinâmico.

A preocupação com a acessibilidade nas escolas vem sendo ainda que timidamente demonstrada
em várias pesquisas e reportagens, mas efetivamente ainda se mostra pouco desenvolvida no
interior das escolas.

Fisicamente, muitas escolas brasileiras não estão preparadas para receber alunos com
deficiências. Apesar das políticas públicas voltadas para a acessibilidade na escola, esta ainda
não é realidade em muitos municípios brasileiros, uma vez que depende muito dos governos
estaduais e municipais, e esses não têm cumprido seus compromissos com o governo federal
para adequar as escolas, tanto nos aspectos físicos como nos equipamentos, o que dificulta a
acessibilidade nas escolas.

Outro problema enfrentado pelas pessoas com deficiência é o despreparo dos profissionais em
educação para receber esses alunos. Realmente, é necessário que os cursos de formação de
professores comecem a mudar a cultura de exclusão, não só de alunos com deficiência, mas de
todos os alunos que supostamente não se enquadram nos parâmetros esperados pelos professores.
A mudança de postura dos professores já melhoraria muito o processo de inclusão, pois o
professor por si só já é formador de opinião, daí a grande importância do trabalho do professor
em promover a inclusão social do aluno com deficiência.

Quanto à deficiência auditiva, as dificuldades de inclusão são as mesmas, porquanto:

A tentativa do movimento de direito dos surdos é afastar a velha sensação de que o deficiente
auditivo é estrangeiro dentro de seu País de origem, tendo em vista a dificuldade de comunicação
quando vai ao banco, ao médico ou registrar boletim de ocorrência. “Além do preconceito
linguístico e cultural, os surdos sofrem com dificuldade do acesso às novas tecnologias”, destaca
a especialista em Educação Bilíngue e Interpretação e Ensino de Libras, Neiva Aquino. Aqueles
que defendem a inclusão entendem que as escolas especializadas não oferecem ambiente
adequado para o aprendizado pleno. (AMARO, 2006, p. 23).

Portanto, podemos ver que as escolas regulares de ensino tanto as públicas como as privadas não
oferecem plenamente as condições de acesso aos deficientes, sejam elas quais forem. É
necessário que os órgãos competentes se organizem, unam forças no intuito de fazer cumprir a
legislação e oferecer um ambiente acessível para todos os deficientes, incluindo não só a
adequação física, mas a disponibilidade de material e capacitação de profissionais.

Só as adequações físicas das escolas não garantem a inclusão, e não são sinônimos de escola
acessível. Além do espaço físico, é necessário que haja a disponibilidade de material e
equipamentos necessários para que os deficientes possam ser atendidos, e também a inserção
social do aluno é importante, só a presença dele nas unidades regulares não garante a inclusão
social, em muitos casos pode até favorecer a exclusão.
Quando a escola não faz a ponte entre todos os envolvidos no processo educacional, favorecendo
a interação, as dificuldades de inserção podem ser bem mais negativas sobre o aluno, são
necessários esforços conjuntos de toda a comunidade escolar, órgãos administrativos, entidades
não governamentais, no intuito de promover a acessibilidade e a inclusão do aluno com
deficiência no sistema regular de ensino, mas com qualidade, com condições para que esse aluno
seja inserido no contexto social e se desenvolva tendo qualidade de vida e um convívio social
que garantam seu desenvolvimento social e cognitivo.

DEFICIÊNCIA AUDITIVA/SURDEZ: BREVE REVISÃO CONCEITUAL

A deficiência auditiva é a incapacidade de ouvir, e ela pode se apresentar em graus diferentes,


leve, moderada e surdez, que é a inexistência da audição. A deficiência auditiva, em alguns
casos, pode ser resolvida com aparelhos ou intervenções cirúrgicas, mas nos casos congênitos e
irreversíveis o indivíduo deve buscar outros meios de se comunicar. Nesse caso, foi criado a
Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS).

LIBRAS, “é uma língua de modalidade gestual-visual, reconhecida como língua natural dos
surdos e constitui o “símbolo da surdez”. Hoje consideramos que a Língua de Sinais é o único
meio efetivo de comunicação entre os surdos, possibilitando-lhes se desenvolver linguístico-
cognitivamente. (BRITO, 1993, p. 28).

Para promover a inclusão na escola, no caso da deficiência auditiva, a primeira atitude é solicitar
um intérprete de LIBRAS, e materiais necessários para que o surdo possa desenvolver
habilidades de leitura e escrita, pois qualquer escola que tiver alunos com deficiência auditiva
nas classes regulares tem o direito a um intérprete de LIBRAS. Como já foi citada anteriormente,
a deficiência auditiva não incapacita o indivíduo de aprender; o que dificulta é a falta de estrutura
apresentada pelos sistemas de ensino.
Assim, são os gestores municipais e as escolas os responsáveis por solicitar aos órgãos
competentes intérpretes e materiais para que o aluno surdo tenha condições iguais e necessárias
para aprender e se desenvolver garantindo sua inclusão social, e não ampliando a desigualdade.

Segundo Rinaldi (1994), deficiência auditiva pode ser definida como: “a diminuição da
capacidade de percepção normal dos sons, sendo considerado surdo aquele cuja audição não é
funcional com ou sem prótese auditiva”.

O índice de nascimento de crianças com surdez profunda é uma em cada mil; muitas
desenvolvem algum problema auditivo no decorrer de sua vida. Os principais tipos de deficiência
auditiva podem ser assim relacionados: uma afeta o ouvido externo ou médio, podendo ser
tratada e mesmo extinta; a outra afeta o ouvido interno ou o nervo auditivo, de forma permanente
e inalterável, na maioria dos casos. A audição é usualmente medida em decibéis (dB), unidade
sonora que mede a intensidade ou volume dos sons, e em Hertz (Hz), unidade que determina o
comprimento da onda sonora.(RINALDI, 1994).

A capacidade auditiva é classificada como: normal (entre 10 e 26 decibéis); leve (entre 20 e 40


decibéis); moderada entre (40 e 70 decibéis); severa entre (70 a 90 decibéis) e profunda (superior
a 90 decibéis). A criança surda pode ter as mesmas condições intelectuais e habilidades
psicomotoras do aparelho fonoarticulatório de uma criança sem deficiência, porém não poderá
reproduzir sons que não ouve (RINALDI, 1994). A deficiência auditiva pode, também, ser
congênita ou adquirida.

As principais causas da deficiência congênita são: hereditariedade, viroses maternas (rubéola,


sarampo, doenças tóxicas da gestante, como sífilis, citomegalovírus e toxoplasmose), ingestão de
medicamentos ototóxicos (que lesam o nervo auditivo durante a gravidez). Essa deficiência pode
ser adquirida quando existe uma predisposição genética no indivíduo, a otoclesrose; bem como
quando ocorre meningite, ingestão de remédios ototóxicos, exposição a sons impactantes
(explosão) e viroses, ao longo do desenvolvimento ontogenético da pessoa. (RINALDI, 1994 p
14).

A educação de uma criança com deficiência auditiva/surdez deve ser feita de forma diferenciada,
utilizando diversos recursos comunicativos, adaptados a suas possibilidades e de modo a
contribuir para sua participação social, sem que se deixe, portanto, essa criança à margem das
apropriações e objetivações culturais do gênero humano. No aspecto cognitivo, sabe-se que a
inteligência da criança surda não é limitada em relação à criança ouvinte, ambas diferindo apenas
na limitação vocal. Todavia, em decorrência das dificuldades de apropriação linguística, algumas
dificuldades podem se tornar evidentes. Como nos relata Coll (1999, p. 203),

As primeiras limitações na evolução intelectual das crianças surdas manifestam-se em suas


expressões simbólicas, não somente na aquisição do código linguístico oral, mas também em
outras formas como o jogo simbólico.

Muitas dessas dificuldades se explicam devido ao fato de que criança que apresenta a deficiência
supracitada não consegue captar informações transmitidas, sobretudo, em nossa sociedade, de
forma oral. Tal situação coloca alguns obstáculos ao desenvolvimento psicolinguístico dos
sujeitos nessa condição ontogenética. Contudo, essas limitações não querem dizer que,
intelectualmente, as crianças surdas são inferiores em relação às demais. Elas apenas apresentam
outro curso de desenvolvimento ontogenético, descrevendo uma trajetória singular. Por isso,
segundo Coll (1999, p. 205), um fator importante a ser considerado é a forma de comunicação
que elas recebem em casa, especialmente quando os pais não são surdos também.

A partir das considerações apresentadas pelo autor, deduz-se a importância, para a pessoa com
deficiência auditiva/surdez e seus familiares, da aquisição da Língua Brasileira de Sinais
(LIBRAS), como forma de possibilitar a comunicação entre ouvintes e não ouvintes. Quanto à
interação da criança surda com a ouvinte, esta pode ocorrer de forma mais lenta em relação à
comunicação estabelecida entre duas crianças ouvintes ou, ainda, entre duas surdas. Isso se dá
pelo fato da primeira não utilizar a comunicação oral, ao passo que a segunda, a ouvinte,
raramente conhece e domina a língua de sinais Como esclarece Coll (1999, p. 211),

As relações que a criança surda estabelece com seus colegas dependem tanto do seu nível
linguístico como dos códigos que podem ser empregados na comunicação. A maior parte dos
estudos indica que as relações que a criança surda estabelece são pouco estruturadas e flexíveis,
manifestando mais dificuldades, quando são baseadas na interação verbal e exigem uma
constante atenção mútua. A criança surda não tem habilidades sociais suficientes para iniciar
normalmente, as interações, para controlar o desenvolvimento das mesmas e satisfazer as
demandas de seus interlocutores.

Por essas dificuldades, os surdos unem-se em grupos ou associações por interesses comuns, para
evitar problemas e incompreensões na interação social. Outra causa da associação dos surdos é a
pouca importância das informações não verbais para o mundo dos ouvintes, caracterizado pela
prevalência da linguagem oral, nas relações interpessoais.

Assim,a maior dificuldade em incluir crianças surdas e ouvintes em uma mesma sala refere-se à
questão da comunicação, pois a barreira linguística existente nesse caso dificulta a interação
entre os alunos.

CAMINHOS METODOLÓGICOS PERCORRIDOS

Para a realização deste trabalho, adotou-se a abordagem qualitativa de pesquisa, com aplicação
de questionários abertos, uma vez que não nos preocupamos com a representação numérica dos
fatos pesquisados, mas sim com o aprofundamento da compreensão do caso que é objeto de
estudo, a fim de se compreender como é realizada a assistência educacional para o aluno com
deficiência auditiva.

A pesquisa qualitativa, no entanto, trata-se de uma atividade da ciência, que visa a construção da
realidade, mas que se preocupa com as ciências sociais em um nível de realidade que não pode
ser quantificado, trabalhando com o universo de crenças, valores, significados e outros construto
profundos das relações que não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis. MINAYO
(2003, p. 16-18)

A pesquisa teve início com a seleção de uma escola onde há alunos com deficiência auditiva
matriculados no ensino regular. Os procedimentos metodológicos e instrumentos de pesquisa
adotados foram a observação não participante na vida cotidiana da sala de aula, na qual o aluno
com deficiência auditiva está inserido.

Foram aplicados questionários com perguntas abertas a um coordenador e a seis professores a


fim de obter melhor interpretação sobre a situação observada, podendo-se comparar e
compreender as respostas dadas em diferentes momentos e situações. Primeiro, aplicamos os
questionários e, depois, as pesquisas in loco com as observações do cotidiano do aluno na sala de
aula do sexto ano do ensino fundamental.

A utilização da metodologia mencionada foi fundamental para que se obtivesse uma maior
compreensão acerca das dificuldades encontradas pelos professores no processo de inclusão do
aluno com deficiência auditiva na sala de aula comum do ensino regular.

RESULTADOS E DISCUSSÕES
A inclusão dos alunos surdos na rede regular de ensino exige a adequação da escola com
recursos visuais, que favoreçam sua comunicação no espaço escolar, além de recursos didáticos e
profissionais capacitados, para que realmente ocorra a inclusão.

A imagem, a experiência visual tem papel fundamental no processo educacional, permitindo ao


aluno surdo compreender, intervir e reagir no meio, tendo um efeito facilitador na educação do
surdo, função de instrumento mediador da aprendizagem desses alunos. A imagem visual tem o
potencial de ser aproveitada como recurso de transmissão de conhecimento e no
desenvolvimento do raciocínio (REILY, 2003)

É inegável que a Língua Brasileira de Sinais é a forma de linguagem que favorece o surdo a
inclusão social, mas na construção do conhecimento sistematizado além da linguagem outros
recursos são importantes para ajudar o aluno a construir seu conhecimento, portanto só conhecer
a Língua Brasileira de Sinais e ter um intérprete não é suficiente como metodologia didática para
trabalhar com aluno surdo.

Ao responder o questionário, o coordenador pedagógico esclareceu que ao receber alunos com


necessidades educacionais especiais os professores procuram se preparar para trabalhar com o
aluno, procurando diminuir ao máximo as distorções entre a turma e o aluno, evitando assim as
desigualdades e a exclusão. A coordenação pedagógica procura dar o suporte teórico na medida
do possível, mas, com certeza, o professor aprende na prática a trabalhar com os alunos. No caso
da deficiência auditiva, analisamos especificamente um aluno que já estuda há mais de quatro
anos na escola e que domina o conhecimento da linguagem de Libras e conta com um intérprete
que inclui o aluno nas atividades e os próprios alunos para poder se corresponder com o colega já
aprenderam alguma coisa de libras.
Após a resposta do coordenador, passamos a fase dos questionários com os professores, pudemos
observar que alguns professores não apresentam preparo para trabalhar com aluno surdo, não
aplicando metodologias diferenciadas próprias para favorecer esse aluno .

Ao realizar a discussão sobre os questionários vamos utilizar as letras: A,B,C,D,E e F para


designar os professores que responderam o questionário como forma de resguardar suas
identidades.

Em relação à pergunta 1 – Qual o seu posicionamento sobre a inclusão escolar dos alunos com
deficiência auditiva/surdez nas classes comuns do ensino regular?

O professor (A) ao responder disse que “essa prática é válida, pois, com o auxílio da intérprete,
ele consegue acompanhar todas as atividades desenvolvidas.”

Já o Professor “B” articulou que: “O aluno incluso se desenvolve melhor com o meio
diferenciado”.

O Professor “C” falou: “Acho que esse aluno deve sim estudar no ensino regular desde que o
mesmo tenha o acompanhamento de uma intérprete”.

O professor “D” descreveu: “É perfeitamente aceitável, uma vez que o aluno interage e assimila
todas as atividades desenvolvidas. O Aluno deve estar incluso para desenvolver suas
habilidades”.
O professor “E” relatou que: “Para o aluno com deficiência é um grande avanço, pois em meio
aos outros alunos ele se sente mais à vontade, claro que precisamos do apoio da intérprete, pois
se não houvesse seria difícil a comunicação entre aluno e professor”.

O professor “F” preferiu: “Para mim, a inclusão é normal. Trato o aluno como os outros,
somente o diferencio quando está sendo avaliado”.

Como podemos observar, existe uma boa aceitação por parte dos professores em trabalhar com o
aluno com surdez, mas só aceitar o aluno na sala e contar com intérprete não garante a inclusão
uma vez que percebemos que as aulas continuam do mesmo modo sem direcionar ou usar
metodologias que possam facilitar o desenvolvimento do aluno surdo, como utilização de
diversos recursos visuais.

Pessoa que interpreta uma língua (língua fonte) para outra (língua alvo) o que foi dito. Intérprete
de língua de sinais – Pessoa que interpreta de uma dada língua de sinais para outra língua, ou
desta outra língua para uma determinada língua de sinais, (Brasil 2004 p.7)

Observou-se que a sala não possuía cartazes ou outros recursos que poderiam ser utilizados
facilitando a compreensão dos conteúdos trabalhados, uma vez que os recursos visuais são
extremamente importantes, pois,

Os sujeitos surdos, com sua ausência de audição e do som, percebem o mundo através de seus
olhos, tudo o que ocorre ao redor deles: desde os latidos de um cachorro – que é demonstrado
por meio dos movimentos de sua boca e da expressão corpóreo-facial-bruta – Essa diferença de
percepção do mundo para os surdos, consolida-se todos os dias em seu cotidiano, não só através
do olhar, da visão, da pessoa surda, mas da forma como se comunicam, suas expressões,
corporais, faciais, etc. Enfim, todos os meios que usam para se comunicar, e acima de tudo por
meio da língua de sinais. (CAZARIN, 2011, p.1).

Portanto, a atuação do professor é extremamente importante para facilitar a aprendizagem do


aluno surdo, e como vimos dos cinco entrevistados só um mencionou metodologias
diferenciadas; os outros, têm no intérprete a base para a inclusão.

Na pergunta 2:“Em suas aulas, como ocorre o atendimento educacional para esse aluno com
deficiência auditiva?”

A professora “A” respondeu: “O aluno tem acompanhamento de uma intérprete durante todas as
aulas. Assim, o aluno é atendido como todos os outros.”

O professor “B” relatou o seguinte: “Explico o conteúdo normalmente e que há uma intérprete
para auxiliar o aluno.”.

Professor “C”: “O aluno tem a professora que acompanha ele durante as aulas teóricas . Nas
aulas práticas, o mesmo lê os lábios, ou através de sinais.”

Professor “D”: “O conteúdo e atividades são explicados sempre de forma direcionada a esse
aluno e o atendimento individual ocorre durante toda a aula com o assessoramento do intérprete
de sala de aula.”.

O Professor “E” afirmou que: “com o apoio da intérprete ocorre igual aprendizado para todos.”
O Professor “F”: “É normal, pois ele tem uma tradutora, quando não entende ela está sempre
pronta para ajudar, apesar de ficar pouco tempo não tive problemas com ele.”

Segundo as falas dos professores percebemos que, continuam desenvolvendo suas aulas
normalmente direcionadas para os alunos que ouvem bem, sem preocupar-se em direcionar suas
metodologias para o aluno surdo, apenas o professor “D” menciona aulas direcionadas para o
aluno surdo, quando o certo seria que todo professor pudesse incluir esse aluno usando o mínimo
possível a atuação do intérprete, mas o que percebemos é que a inclusão fica por conta do
intérprete. Isso mostra que muitos profissionais se mostram despreparados para receber alunos
com deficiências.

Sob essa ótica, reforça-se que se faz necessário a universidade se aproximar da escola para
viabilizar, em parceria com os professores, materiais que atendam às suas necessidades
pedagógico-didáticas. Entretanto, essa não é função exclusiva da universidade, uma vez que o
poder público – tanto por intermédio das Secretarias de Educação Estaduais e Municipais, quanto
e, principalmente, por meio do Ministério da Educação – é o maior responsável por garantir a
acessibilidade para todos os alunos comnecessidades especiais que estão presentes em salas
regulares de ensino. (BASSO & CAPELLINI 2012 p. 509)

Assim é necessário um esforço conjunto para aproximar teoria e prática e prepara melhor os
professores para a inclusão dos alunos com deficiências, assim como maior empenho dos órgãos
públicos para que a inclusão de qualidade aconteça.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A legislação é bem clara: é dever do Estado, da família e da sociedade organizada favorecer
condições de acesso e permanência para todos os cidadãos nos sistemas públicos de ensino.
Como diz a Constituição brasileira em seu artigo 205:

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1988, p.105)

Portanto, cabe ao poder público promover em parceiras as condições necessárias para que a
inclusão de qualidade aconteça, e não só matricular nas salas de aula regulare de ensino os
alunos, sem dar condições para que essa inclusão aconteça de verdade, pois assim corremos o
risco de que esse aluno permaneça na sala, mas sem perspectiva de inclusão, aumentando as
desigualdades.

Ao professor cabe promover dentro de sala de aula a inclusão diminuindo as barreiras


intelectuais e sociais para que os alunos possam ter as mesmas oportunidades na sociedade e no
mundo do trabalho. Para isso, todavia, cada envolvido no processo deve fazer sua parte,
principalmente os pais, acionando o poder público para que cumpra a legislação, adequando a
escola para receber esses alunos, com equipamentos, estrutura física e profissionais capacitados,
necessários para oferecer um trabalho de qualidade e que amplie os horizontes das crianças
deficientes. No caso do aluno surdo é necessária uma combinação de Libras e metodologias
diversificadas,

Recomenda-se que a educação dos surdos seja efetivada em língua de sinais, independentemente
dos espaços em que o processo se desenvolva. Assim, paralelamente às disciplinas curriculares,
faz-se necessário o ensino de língua portuguesa como segunda língua, com a utilização de
materiais e métodos específicos no atendimento às necessidades educacionais do surdo. Nesse
processo, cabe ainda considerar que os surdos se inserem na cultura nacional, o que implica que
o ensino da língua portuguesa deve contemplar temas que contribuem para a afirmação e
ampliação das referências culturais que os identificam como cidadãos brasileiros (SALLES,
FAUSTICH e CARVALHO, 2004, p. 47).

Cabe aos professores oferecerem atividades diversificadas, com recursos visuais que seja
instigante e interessante para o aluno, a tecnologia é uma grande aliada, com recursos visuais em
jogos, slides entre outros recursos midiáticos, atualmente muito tem se falado em tecnologia
assistiva.

Essas discussões e estudos passam então a construir uma nova racionalidade que ultrapassa a
preocupação com a eliminação de obstáculos voltando-se agora à garantia de acesso, instituindo
dessa forma e consequentemente um novo campo do saber, a Tecnologia Assistiva.O termo
Tecnologia Assistiva é utilizado para identificar todo o arsenal de recursos e serviços que
contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e
consequentemente promover vida independente e inclusão. (CAZARIN, 2011, p.1).

Muitas escolas possuem esses recursos, que muitas vezes não são utilizados, outras não foram
contempladas com os recursos, portanto é necessária uma reflexão sobre a formação de
professores e a estrutura do sistema educativo, para que os alunos possam ter acesso a um
atendimento de qualidade.

No município de Naviraí- MS, a inclusão do aluno com deficiência auditiva foi aceito no ensino
regular, com o auxílio de um intérprete, mas só isso não garante a sua inclusão uma vez que as
atividades pedagógicas não são planejadas para facilitar a aprendizagem do aluno surdo, mas
para alunos que ouvem e é a intérprete que facilita a aprendizagem do aluno, quando sua função
seria só facilitar a comunicação entre professor e aluno, as aulas poderiam ser mais visuais com
cartazes, com recursos midiáticos que despertem a atenção e facilitem a compressão dos
conteúdos pelos alunos em geral.

Assim, percebemos que, como o aluno conta com intérprete, não se tem a preocupação de utilizar
outras metodologias próprias para facilitar o aprendizado do aluno surdo, e que também são
atrativas para os alunos que ouvem normalmente. Incluir não é só receber o aluno deficiente na
escola, mas, receber com qualidade diminuindo as barreiras para seu desenvolvimento, assim não
basta ter uma intérprete; é necessário capacitar os profissionais, disponibilizar material didático,
adequar o ambiente, se isso não acontece não existe inclusão.

Portanto, o aluno surdo observado na escola regular de ensino em Naviraí-MS, foi recebido na
sala, mas não tem o atendimento adequado para seu pleno desenvolvimento, mas mesmo assim
consegue com a ajuda da intérprete aprender os conteúdos. O fato de ele aprender o conteúdo, e
superar as barreiras impostas pela surdez, não garante que o sistema promoveu a inclusão, com
qualidade, pois o que percebemos é que a estrutura física e pedagógica da sala de aula continua a
mesma, portanto a escola não está adequada para recebê-lo.

Enfim, precisamos rever os conceitos de inclusão presentes nas escolas, pois receber os alunos
deficientes não é sinônimo de inclusão.

É necessário que a escola facilite, através dos materiais, espaços físicos e profissionais
habilitados, a adaptação desses alunos e também é preciso que haja um amplo trabalho de
conscientização de direitos e deveres para que a legislação possa ser cumprida e todos tenham
resguardado o seu direito à cidadania.
O professor tem o dever de acionar os órgãos competentes quando os direitos dos alunos não são
garantidos, mas muitas vezes não cumprem esse dever por trabalhar para o próprio sistema que
deveria garantir a eficácia do seu trabalho.

A educação brasileira precisa ser estruturada adequadamente, com sistemas de organização


educacional que funcionem de forma eficaz.

REFERÊNCIAS

AMARAL, L. A. Sobre crocodilos e avestruzes: falando de diferenças físicas, preconceitos e sua


superação. In: Aquino, J. G. Diferenças e preconceito na escola: alternativas teóricas e práticas.
São Paulo: Summus. 1998.

AMARO,DeiglesGiacomelli, Educação Inclusiva:aprendizagem e cotidiano escolar. São Paulo,


Casa do Psicólogo, 2006.

BASSO Sabrina Pereira Soares; CAPELLINI Vera Lúcia Messias Fialho.Material didático para
alunos surdos: a literatura infantil em libras. Revista Eletrônica de Educação, v. 6, n. 2, nov.
2012. Relatos de Experiência. ISSN 1982-7199. Disponível em http://www.reveduc.ufscar.br,
acesso em 2/11/13.

BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil. Ed 35, Senado Federal- Brasilia/DF.


1988.
BRASIL. Decreto Legislativo n. 3.956, de 08 de outubro de 2001. Promulga a convenção
interamericana para eliminação de todas as formas de discriminação contra as pessoas portadoras
de deficiências.Diário Oficial, República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 2001

BRASIL, A Inserção da pessoa portadora de deficiência e do beneficiário reabilitado no mercado


de trabalho; MPT/Comissão de Estudos para inserção da pessoa portadora de deficiência no
mercado de trabalho – Brasília/DF – 2001.

BRASIL, Acessibilidade. Decreto 5.296 de 2 de dezembro de 2004.

BRASIL, O tradutor e intérprete de língua brasileira de sinais e língua portuguesa / Secretaria de


Educação Especial; ProgramaNacional de Apoio à Educação de Surdos -Brasília : MEC ;
SEESP, 2004.

BRITO. FerreiraLucinda. Integração Social e Educação de Surdos. Rio de Janeiro:Babel, 1993.

CAZARIN, Melânia Melo. Atendimento educacional especializado para alunos surdos. 2011.
Disponível em:<http://elaineaee.blogspot.com.br/2011/11/atendimento-educacional-
especializado_8724.html>.Aceso em: 27 out. 2013.

COLL SALVADOR, César et. al.Psicologia da educação. Porto Alegre: Artes Médicas Sul,
1999.
MINAYO, M.C. de S. (Org.) Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 22 ed. Rio de
Janeiro: Vozes, 2003.

MORAESMarina Grava de,Acessibilidade e Inclusão Social em Escolas. Trabalho de Conclusão


de Curso apresentadocomo exigência parcial para a Conclusão doCurso de Pedagogia da
Faculdade de Ciências– UNESP Campus Bauru. 2007.

REILY, L. As imagens: o lúdico e o absurdo no ensino de arte para pré-escolares surdos. In:
SILVA, I. R.; KANCHAKJE, S.; GESUELI, Z. M. (Orgs). Cidadania, Surdez e Linguagem:
desafios e realidades.(pp. 161-192). São Paulo: Plexus, 2003.

SALLES, H. M. M. L.; FAULSTICH, E.; CARVALHO, O. L. Ensino de línguaportuguesa para


surdos: caminhos para a prática pedagógica. Secretaria de Educação Especial; Programa
Nacional de Apoio à Educação de Surdos – Brasília, DF: MEC; SEESP, 2004.

RINALDI, G. Série deficiência auditiva Brasília, DF. Ministério da educação e Do Desporto,


Secretaria de educação especial. 1994, p.279-310.

[1] Pós graduada em língua portuguesa e literatura.Graduação: Letras. Pós graduada em


Educação musical aplicada à educação básica. e Pós em Educação especial inclusiva à educação
básica. Graduação: Pedagogia.

Enviado: Novembro, 2018


Aprovado: Dezembro, 2018

3.7/5 - (14 votes)

Fátima Sueli Vidoto Ricardo

FÁTIMA SUELI VIDOTO RICARDO

Pós graduada em língua portuguesa e literatura.Graduação: Letras. Pós graduada em Educação


musical aplicada à educação básica. e Pós em Educação especial inclusiva à educação básica.
Graduação: Pedagogia.

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2 respostas

Eliana candido disse:

27/09/2020 às 10:36

Parabéns! Assunto atual e infelizmente não aceitado por algumas instituições. Eu moro na Itália ,
e aqui temos ainda muito que aprender com os profissionais brasileiros .

Vocês são formidáveis !!!

Muito obrigada !

Responder

Maria de Fátima Soares Abreu disse:

19/02/2024 às 23:00
Que no amanhã seja abitual todas instituições de ensino ,adotarem linguagens de Sinal temos que
ser e fazer a diferença….

Responder

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