Trabalho EEA
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FACULDADE DE EDUCAÇÃO
1º Ano
Beira
2024
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Docente:
Beira
2024
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Índice
Introdução.................................................................................................................................4
1. Contextualização..................................................................................................................5
2. Interpretações filosóficas....................................................................................................10
2.3 O formalismo................................................................................................................12
Conclusão...............................................................................................................................19
Bibliografia.............................................................................................................................20
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Introdução
Um dos problemas clássicos em filosofia analítica da arte é estabelecer uma
definição do que seja arte.
1. Contextualização
Arte é a expressão de um ideal estético através de uma atividade criadora. É um tipo
de manifestação humana universal (existe em todas as culturas) que se comunica de forma
simbólica e criativa com a sociedade.
Obra de arte pode ser definida como uma criação humana com objetivo simbólico,
belo ou de representação de um conceito determinado.
A obra de arte depende de princípios estruturais que se combinam para dar voz à
expressão artística, como unidade, variedade, equilíbrio e ênfase.
Etimologicamente o termo “arte” está relacionado com a palavra latina “ars” que
significa habilidade ou ofício. O primeiro uso conhecido da palavra vem de manuscritos do
século XIII, no entanto, a palavra e suas muitas variantes provavelmente existiam desde a
fundação de Roma (27 a.C).
Para o filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.), a arte imita a natureza (mímesis),
mas também, por vezes, a completa. Segundo Aristóteles, está na origem da actividade
artística a propensão natural do homem a imitar.
Para Kant, a arte também se diferencia da ciência. Para ele, para se produzir uma
obra de arte não basta ter conhecimento sobre um determinado assunto - é preciso ter
habilidade para fazer. Kant define a arte estética como aquela cuja finalidade imediata é o
sentimento do prazer, não apenas o prazer ligado às sensações, mas também o prazer da
reflexão.
Esta análise é feita segundo a vertente social, política e religiosa da época que é
estudada. Várias outras ciências servem de auxílio para a história da arte, como a
numismática, paleografia, história, arqueologia, etc.
A arte egípcia se destacou pela sua natureza religiosa e política, com ênfase na
arquitetura, pintura e escultura. Na escultura e pintura egípcias, é notável a representação
hierática e esquemática da figura humana, reflexo dos rígidos cânones simbólicos e
religiosos.
A arte medieval, presente na Europa entre o século V e XV, era dominada pela fé
cristã. Obras repletas de simbolismo religioso e hierarquia serviam para transmitir
mensagens e valores cristãos, refletindo a estrutura hierárquica da sociedade feudal.
Cores vibrantes e figuras planas em duas dimensões caracterizam esse estilo. A arte
medieval foi fundamental para a difusão da fé e identidade cultural europeia.
Nomes como Leonardo da Vinci, Michelangelo e Rafael se destacaram por sua maestria
técnica e pela busca pela perfeição formal.
Na arte, esse período foi de grande efervescência cultural. O final do século XIX viu
surgir correntes como realismo, impressionismo, simbolismo e pós-impressionismo.
2. Interpretações filosóficas
A definição de arte tem sido debatida por séculos entre os filósofos. Trata-se da
questão mais básica presente no campo da Estética (ramo da filosofia que tem por objetivo o
estudo da natureza, da beleza e dos fundamentos da arte).
Segundo o autor em epígrafe, existem três clássicas definições de arte que pretendem
satisfazer os critérios de definição acima citados. São igualmente as mais antigas:
Platão (428-347 a.C) foi o primeiro a desenvolver a ideia de arte como “mimese”,
que, em grego, significa cópia ou imitação.
Até aproximadamente o final do século XVIII, uma obra de arte era avaliada com
base na fidelidade com que reproduzia seu tema.
Esse tipo de definição (que ainda existe porém não de maneira hegemônica) leva as
pessoas a darem um grande valor a obras muito realistas, como as de Michelangelo, Peter
Paul Rubens, Velásquez, etc.
Na medida em que ele utiliza a sua imaginação para produzir a obra, ele consegue
reconhecer melhor a natureza de suas emoções, determiná-las e fazer a articulação com o
objeto.
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2.3 O formalismo
Também a arte africana exerce uma forte influência nos artistas da época,
sobretudo na obra de Pablo Picasso. As esculturas tribais que fascinaram Picasso
traziam a primazia dos traços simples e eram facilmente adquiridas, como o eram as
gravuras japonesas, por um preço relativamente baixo em lojas de antiguidades.
Uma segunda distinção a se fazer, é arte enquanto obra de arte útil e obra de arte
fina. As primeiras obras são dirigidas a um fim, enquanto as segundas são dirigidas somente
à apreciação, ao deleite e à experiência estética.
Aparentemente, definir arte é dar resposta adequada a uma pergunta muito clara: o
que é arte? Todavia, nem a pergunta é clara nem há consenso sobre o tipo de definição
adequada.
A pergunta ‘o que é arte?’ começa por ser ambígua, pois tanto podemos estar
interessados em identificar as coisas que são arte, distinguindo-as das que não o são, como
podemos estar interessados em saber se a arte constitui – e o que faz dela – uma categoria
geral e unificada de coisas.
Ela sustenta que a arte é algo feito pelo homem e precisa apenas simbolizar alguma
coisa. As obras de arte não precisam representar ou ser uma imitação, mas podem sê-lo
convencionalmente.
Segundo a definição de Arthur Danto a arte pode ser resumida de seguinte modo:
Isso implica que são sempre sobre alguma coisa, ou seja, têm significado, conteúdo
semântico.
Há sempre uma dimensão retórica, metafórica e estilística nas obras de arte, situadas
na relação entre o significado e seu modo de apresentação.
De acordo com o autor, essa definição oferece uma lista de condições necessárias e
suficientes para que algo seja considerado e reconhecido como arte.
Segundo Michel Dufrenne para que uma obra seja considerada obra de arte terá de
ser analisada segundo os seguintes pontos de vista:
Sensível o suporte físico para construir a obra de arte o artista determina para
comunicar oque pretende, para criar o efeito desejado.
Em 1956, Morris Weitz publicou seu famoso artigo The role of theory in aesthetics,
que é um verdadeiro divisor de águas nas tentativas de definir o que é uma obra de arte.
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Portanto, para Wittgenstein, nós não podemos, apenas vendo, definir os membros de
uma família por uma característica que seja comum, mas apenas por semelhanças entre eles.
Certos conceitos não teriam uma natureza ou essência. Tentar definir arte buscando sua
natureza ou essência é, para Weitz, não entender a gramática do conceito de arte.
Existem vários problemas com essa tentativa de “definição”, além de não cumprir
com os critérios tradicionais. Mesmo aceitando que certos conceitos não têm essência, o
problema é que, se nossos conceitos são aglutinados a partir de semelhanças comuns, tudo a
princípio pode ser assemelhado com tudo, portanto, tudo é arte e, assim, deixa de ser claro
como essa estratégia poderá ser esclarecedora do que seja arte. A teoria necessita de outros
recursos. Uma maneira de ultrapassar esse problema é desenvolver as ideias de Wittgenstein
dentro da teoria prototípica.
Assim, coisas mais semelhantes estão conceitualmente mais próximas. Contudo, não
é nosso objetivo desenvolver essa possibilidade aqui. Mas, existem outros problemas para
serem resolvidos com essa proposta de Weitz (Cf. REICHER 2009, p. 188-9).
Uma das teorias mais populares da arte é a institucional. Ela foi sustentada em Art
and the aesthetic (1974) pelo filósofo americano George Dickie. Essa teoria foi influenciada
pelo filósofo Arthur Danto em seu artigo “The artworld” (1964). Como diz Warburton
(2007, p. 104): “Danto sugeriu que é a teoria que faz de algo uma obra de arte e não um
elemento visível desta: ‘Ver uma coisa como arte requer algo que o olhar não pode divisar –
uma atmosfera de teoria artística, um conhecimento da história da arte’”. Para a teoria
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institucional de Dickie (1984, p. 92), em sua primeira versão, “Uma obra de arte no sentido
classificativo é 1) um artefato 2) tendo sido conferido a um conjunto dos seus aspectos o
estatuto de candidato à apreciação por uma ou várias pessoas que atuam em nome de uma
determinada instituição social (o mundo da arte)”.
A primeira condição de artefato deve ser entendida numa acepção ampla do que seja
um artefato. Por exemplo, um artista pode levar uma pedra para um museu para ser
contemplada, a pedra pode ser dita como um artefato nessa concepção e depois, jogada
novamente de onde foi tomada, deixa de ser arte.
Um contraexemplo à teoria institucional da arte pode ser dado pelo caso de Arthur
Bispo do Rosário, que nasceu em Japaratuba, Sergipe, em 1909 ou 1911 e faleceu em 1989.
É qualificado como um Duchamp made in Brazil. Bispo do Rosário foi diagnosticado com
sendo esquizofrênico e passou 50 anos de sua vida num hospital psiquiátrico.
Rosário se achava encarregado por Deus para fazer um inventário das coisas
existentes no mundo e então ele ia ao lixo e coletava vários tipos de objetos e fazia deles
listas. Rosário confeccionou um manto chamado de Manto da apresentação que usaria para
o juízo final. Esses objetos foram considerados arte (a chamada arte adventícia) e hoje
existe o Museu Bispo do Rosário, onde estão expostas as 802 obras de Rosário.
Nesse caso, não havia por parte do artista o desejo de que seus objetos fossem
contemplados como obras de arte, pois eram trabalhos para Deus. Ele se considerava um
funcionário divino.
Para Dickie, esses objetos de fato não seriam arte. Começaram a ser arte quando
alguém do mundo da arte assim os considerou. Mas muitos, não satisfeitos com essa
alegação, podem considerar que Bispo foi artista legítimo sem mesmo o saber ou querer.
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Atualmente é possível verificar duas tendências que não sendo análogas, são, no
entanto, complementares. Por um lado, têm surgido inúmeros conceitos alternativos de
beleza incluindo-se o de ausência desta. Nesse sentido, a beleza já não é mais um fim, como
o fora nos séculos anteriores, mas um meio de se atingir o sentido que o artista persegue para
sua obra.
Desse modo, permeadas por questões sociopolíticas, por conceitos ideológicos, por
interesses econômicos, conciliando desencantos e utopias, gostos individuais e coletivos, a
arte e a estética seguem seu caminho na busca cada qual de sua autonomia. (Jimenez, 1999).
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Conclusão
Finda a pesquisa, a pergunta “O que é Arte?” não é simples de ser respondida.
Conforme viu-se na matéria, seu significado foi se transformando ao longo dos séculos. O
principal problema na definição do que é arte é que este conceito varia de acordo com as
transformações históricas.
Constatou-se ainda que o que determinado grupo classifica como arte não
necessariamente servirá para outro. Inclusive, até no mesmo período e numa mesma cultura
podem haver múltiplas acepções do que ela seja. Ainda que uma dada atividade seja
considerada arte de modo geral, há muita inconsistência e subjetividade na aplicação do
termo.
Bibliografia
Adler, M.J. (1995). Adler’s philosophical dictionary. New York: Scribner.
Aires, A. (2000). O que é arte? Três teorias sobre um problema central da estética. In
Crítica na rede.
Lacoste, J. (1986). A Filosofia da Arte. Tradução: Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar Ed.
Townsend, D. (1997). Introdução à estética: história, correntes, teorias. Lisboa: Edições 70.