Artigo: Educacional
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Artigo: Educacional
Práxis
Educacional e-ISSN 2178-2679
ARTIGO
https://doi.org/10.22481/praxisedu.v15i34.5635
Resumo: A avaliação de larga escala percorreu um longo caminho desde a década de 1.990 e apesar
das críticas e das contradições que a temática envolve vem sendo ampliado o debate em torno de seus
resultados, formatos e consequências de sua implementação na sala de aula. As avaliações de sistema
vêm informando desde suas primeiras edições que a aprendizagem não está ocorrendo na educação
básica de nossas escolas do país. O estudo tem como objetivo refletir sobre os resultados da avaliação
externa pelos atores da escola na avaliação institucional visando sua utilização para o planejamento
pedagógico. É a avaliação institucional que possibilita a legitimidade política dos dados
disponibilizados na avaliação externa através da negociação entre “os que fazem a escola”. Embora a
ênfase neste trabalho sobre a avaliação institucional tenha sido sob o ângulo da reflexão dos resultados
da avaliação de sistema, ressaltamos a necessidade de outros indicadores qualitativos elencados pelo
coletivo que contribua para o resgate da finalidade da escola. A metodologia utilizada são as pesquisas
bibliográfica e documental. Como resultados, apresentamos o crescimento das pesquisas de avaliação
para o apoio pedagógico, o aprimoramento dos Boletins Pedagógicos elaborados pelas Secretarias
Estaduais de Educação, além de algumas iniciativas como o PIP – Plano de Intervenção Pedagógica e
o Monitoramento da Aprendizagem.
Abstract: Large-scale evaluation has come a long way since the 1990s and despite the criticisms and
contradictions that the issue involves, the debate about its results, formats and consequences of its
implementation in the classroom has been broadened. The system evaluations have been informing
from their first editions that the learning is not happening in the basic education of our schools of the
country. The study aims to reflect on the results of the external evaluation by the school actors in the
institutional evaluation aiming its use for pedagogical planning. It is the institutional evaluation that
allows the political legitimacy of the data available in the external evaluation through negotiation
between "those who do the school". Although the emphasis in this work on institutional evaluation has
been to reflect the results of the system evaluation, we emphasize the need for other qualitative
indicators listed by the collective that contribute to the recovery of the purpose of the school. The
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methodology used is bibliographical and documentary research. As a result, we present the growth of
evaluation surveys for pedagogical support, the improvement of the Pedagogical Bulletins prepared by
the State Secretariats of Education, as well as some initiatives such as the PIP - Pedagogical
Intervention Plan and the Monitoring of Learning.
Resumen: La evaluación a gran escala ha recorrido un largo camino desde la década de 1.990 ya pesar
de las críticas y de las contradicciones que la temática involucra se viene ampliando el debate en torno
a sus resultados, formatos y consecuencias de su implementación en el aula. Las evaluaciones de
sistema vienen informando desde sus primeras ediciones que el aprendizaje no está ocurriendo en la
educación básica de nuestras escuelas del país. El estudio tiene como objetivo reflexionar sobre los
resultados de la evaluación externa por los actores de la escuela en la evaluación institucional visando
su utilización para la planificación pedagógica. Es la evaluación institucional que posibilita la
legitimidad política de los datos disponibles en la evaluación externa a través de la negociación entre
"los que hacen la escuela". Aunque el énfasis en este trabajo sobre la evaluación institucional ha sido
bajo el ángulo de la reflexión de los resultados de la evaluación del sistema, resaltamos la necesidad de
otros indicadores cualitativos enumerados por el colectivo que contribuya al rescate de la finalidad de
la escuela. La metodología utilizada son las investigaciones bibliográfica y documental. Como
resultados, presentamos el crecimiento de las investigaciones de evaluación para el apoyo pedagógico,
el perfeccionamiento de los Boletines Pedagógicos elaborados por las Secretarías Estaduales de
Educación, además de algunas iniciativas como el PIP - Plan de Intervención Pedagógica y el
Monitoreo del Aprendizaje.
Palabras clave: Evaluación a gran escala. Evaluación Institucional. Sistema Nacional de Evaluación.
Introdução
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O estudo tem como objetivo refletir sobre os resultados da avaliação externa pelos
atores da escola na avaliação institucional visando sua utilização para o planejamento
pedagógico. A metodologia utilizada são as pesquisas bibliográfica e documental.
Para desenvolver este estudo, optamos por iniciar com breve retrospectiva histórica da
implementação do sistema nacional de avaliação e a criação das avaliações de larga escala no
Brasil. Na sequência abordar a avaliação institucional como uma etapa indispensável para a
escola coletivamente refletir sobre seus objetivos de modo a reorientar suas ações.
O MARE está contido numa composição mais ampla de reformas neoliberais. Para
Silva (1995, p.45), se quisermos compreender as estratégias que o projeto neoliberal no Brasil
tem reservada para a educação “é importante compreender que esse processo é parte de um
seguimento internacional mais amplo”. Para o autor, o projeto neoliberal busca a redefinição
da educação em termos de mercado, ou seja, tem como eixo orientador o próprio mercado.
Sob outra perspectiva, Horta Neto (2015) informa também a importância do Plano
Diretor da Reforma do Estado, destacando que
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Os autores citados informam ainda que, em 1988, houve uma aplicação piloto do
SAEP nos estados do Paraná e Rio Grande do Norte para testar a pertinência e adequação dos
instrumentos e procedimentos. Entretanto, dificuldades financeiras impediram o
prosseguimento do projeto.
Conforme Bauer (2010), muitos dos programas de avaliação foram desenvolvidos a
partir de 1995, quando a V Cúpula Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo
aprovou o Programa de Cooperação para o Desenvolvimento de Sistemas Nacionais de
Avaliação da Qualidade da Educação em San Carlos de Bariloche.
O contexto do desenvolvimento da avaliação de sistemas no Brasil é explicitado por
Bonamino (2002):
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A partir das previsões legais (Lei 9.394/96 e demais legislações complementares e/ou
regulamentadoras), foi criado o Sistema Nacional da Educação Básica (SAEB), em nível
nacional, desde o ano de 1990. Nesta década foi criado ainda, o Exame Nacional de Cursos
(ENC) para avaliar os cursos superiores em 1996 (atual ENADE), e o Exame Nacional do
Ensino Médio (ENEM) em 1998. Destacamos também que nesta década vários estados
brasileiros implementam seus sistemas de avaliação.
Retomando, as avaliações em larga escala, em nível nacional, destacamos que em
2005, foi criado a ANRESC - Avaliação Nacional do Rendimento Escolar, conhecida como
Prova Brasil, através do desmembramento do SAEB.
O sistema nacional de avaliação buscava em um primeiro momento um diagnóstico
geral dos sistemas de ensino. A partir da Prova Brasil, buscou-se estabelecer relações com
cada uma das escolas participantes da rede, ao divulgar os resultados de cada escola
participante, bem como, a divulgação do indicador IDEB - Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica. Criado em 2007, este indicador pondera os resultados da Prova Brasil e os
indicadores de desempenho captados pelo censo escolar (evasão, aprovação e reprovação). O
IDEB varia de zero a dez, desdobrável por estado e município e redes de ensino e escola.
A criação do IDEB ocorreu neste ano quando o Ministério da Educação e Cultura –
MEC lançou o Plano de Desenvolvimento da Educação. Tal plano foi lançado
concomitantemente ao Decreto nº 6.094/2007, que instituiu o “Plano de Metas Compromisso
Todos pela Educação”.
Após este breve histórico da implantação do sistema nacional de avaliação, citamos
alguns autores (as) como Barreiros (2002), Arelaro (2007), Freitas (2007), Fischer (2010),
Bonamino; Souza (2012), Santos; Sabia (2015) que teceram críticas as avaliações de larga
escala sob diferentes perspectivas.
Entretanto, apesar das críticas e dos limites das avaliações de larga escala,
consideramos as avaliações externas necessárias, pois, as mesmas vêm informando desde suas
primeiras edições que a aprendizagem não esta ocorrendo na educação básica de nossas
escolas do país. Portanto, identificamos uma evolução das pesquisas em avaliação
educacional considerável nos últimos trinta anos e os estudos, bem como eventos importantes
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Avaliação Institucional
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pedagógico - PPP. O PPP deve ser construído com a participação de todos os atores da escola,
proporcionando o comprometimento com seus objetivos.
Freitas et al. (2012) corrobora nossa afirmação, “ [...] a referência para a avaliação
institucional está no projeto político pedagógico da escola. Ele reflete compromissos do
coletivo”. O autor ainda define o PPP,
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[...] ao final (ou seria início?) desse processo, o aspecto a ser levantado é a
inclusão da autoavaliação institucional no Projeto Político-Pedagógico e no
Regimento da Instituição. Muitas escolas até contemplam esse item em seus
documentos ou encaminhamentos; no entanto, percebe-se que ainda são
poucas as instituições que, de fato, concretizam essa prática de forma
emancipatória para a tomada de decisão e melhoria do espaço escolar.
(GROCHOSKA, 2013, p.109)
Esta informação da autora é também apontada por Freitas et al. (2012) que relata em
pesquisa recente convidaram duzentos e cinquenta escolas para participar do esforço coletivo
de desenvolvimento de avaliação institucional e apenas dez escolas se apresentaram.
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Consideramos que deve a mesma deva ser buscada pelos gestores, não meramente
para atender à legislação, mas porque a avaliação institucional é fundamental e necessária
para atingir os objetivos educacionais.
Portanto, a avaliação institucional, pode ter também um papel de mediação entre a
avaliação de sistema e a avaliação da aprendizagem. Identificamos a necessidade da avaliação
institucional, ou seja, o coletivo da escola, analisar os resultados da avaliação de sistema,
debruçar-se sobre estes dados, validá-los e encontrar formas de encaminhamento ao professor,
de modo a oferecer subsídios à avaliação em sala de aula.
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Como nos relata Freitas et al. (2012, p.65), “o simples envio ou disponibilização de
dados em um site não terá um mecanismo seguro de reflexão sobre os mesmos. Os dados
podem ter legitimidade técnica, mas lhes faltará legitimidade política”.
Essa legitimidade política só será conquistada a partir da negociação com “os que
fazem a escola”, ou seja, através dos vários atores que a compõem e constroem coletivamente
sua avaliação institucional.
Em relação, a reflexão sobre os dados da avaliação de sistema, Brooke e Cunha
(2015), informa que as Secretarias tentam suprir esta lacuna emitindo materiais informativos
que tentam traçar um diagnóstico do nível de aprendizagem dos alunos. Os autores destacam
dois materiais: Boletins Pedagógicos e Relatórios.
Cabe explicitar o objetivo dos mesmos e a quem se destina:
Os autores informam ainda que mesmo com a evolução da qualidade dos Boletins
Pedagógicos e em alguns casos, a criação de um dia específico para estudo coletivo do
material devolutivo pela escola, “a divulgação dos resultados não redunda automaticamente
na sua apropriação por parte dos professores”. (BROOKE; CUNHA, 2015, p.360)
Considerações Finais
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dificuldades dos professores para entender as matrizes de referência dos testes, associá-los aos
conteúdos ministrados e trabalha-los em sala de aula.
Os autores citados apresentam o chamado Monitoramento da Aprendizagem, como
exemplo do que vem sendo realizado na cidade de Belo Horizonte/MG. Este processo
compreende ações voltadas aos alunos como reforço escolar, bem como ações de formação
docente, em que os professores recebem informação específica e acompanhamento constante
da Secretaria Municipal de Educação. Mencionam ainda o PIP – Plano de Intervenção
Pedagógica, que vendo realizado pela Secretaria da Educação do estado de Minas Gerais.
(BROOKE; CUNHA, 2015)
Outras pesquisas recentes apontam este direcionamento da avaliação para o apoio
pedagógico (SOARES, 2015; SANTOS; CIASCA, 2015; ARAÚJO E OLIVEIRA; SILVA,
2015; BARRETO, 2015; BAUER, 2015; SILVA; NUNES, 2015).
Finalizamos, parafraseando Freitas et al (2012), de que é a avaliação institucional que
possibilita a legitimidade política dos dados disponibilizados na avaliação externa através da
negociação entre “os que fazem a escola”. Destacamos que a ênfase neste estudo da avaliação
institucional foi sob o ângulo da reflexão dos resultados da avaliação de sistema para
monitorar/apoiar a aprendizagem dos alunos. Entretanto, ressaltamos a necessidade de outros
indicadores qualitativos elencados pelo coletivo que contribua para o resgate da finalidade da
escola, ou seja, que a avaliação institucional, propicie a reflexão “para além dos conteúdos”,
buscando o desenvolvimento de valores, de consciência dos direitos e deveres, e da
emancipação e autonomia dos sujeitos.
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