Doenças Exantemáticas
Doenças Exantemáticas
Doenças Exantemáticas
Prof. Matheus
INTRODUÇÃO
As doenças exantemáticas são muito frequentes na infância, e se
caracterizam pela presença de erupções cutâneas geralmente febris.
Podem ser causadas por vírus, bactérias ou parasitas, mas
principalmente por vírus.
INTRODUÇÃO
Exantema: Manifestação cutânea de fundo vascular e de causa
infecciosa, alérgica, tóxica ou física.
Podendo ser: mácula, pápula, vesícula, pústula, crosta e sufusão
hemorrágica.
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
A descrição das características do exantema é um dado fundamental
para a identificação de suas possíveis causas. Os aspectos diferenciais
mais importantes são:
Tipo das lesões (manchas, pápulas, vesículas, bolhas, petéquias);
Progressão do exantema (local de início, sentido e velocidade da
expansão para as outras partes do corpo);
Distribuição (centrífuga ou centrípeta, com ou sem acometimento de
palmas de mãos e plantas de pés);
Presença de descamação (fina ou em placas) e prurido.
EXAME FÍSICO
VARICELA
Doença altamente contagiosa causada pelo vírus da varicela-zoster.
O contágio ocorre a partir de 2 dias antes do aparecimento do exantema,
por via respiratória.
VARICELA
O diagnóstico é usualmente clínico, com o aparecimento de lesões
vesiculares características, em dias sucessivos, que evoluem para
crostas em poucos dias.
A febre, em geral, é baixa, acompanhada de sintomas discretos.
Normalmente manifesta-se como uma doença benigna ao acometer
crianças eutróficas e sadias.
A contaminação secundária das lesões de pele pode levar a quadros
intensos de impetigo, com acometimento bacteriano e feridas
profundas.
VARICELA
Na grande maioria dos casos de varicela, em crianças, o tratamento é
sintomático.
O prurido, frequentemente presente na varicela, pode ser aliviado
com o uso local de calamina ou, nos casos mais rebeldes, com o uso
de anti-histamínicos por via oral.
Para se evitar infecção bacteriana secundária das lesões, aconselha-
se manter as unhas curtas e limpas, e banhos com permanganato de
potássio 1:40.000, 2 vezes por dia.
VARICELA
O uso de antibióticos será necessário somente naqueles casos em
que ocorrer infecção.
Considerando-se a etiologia habitual, estafilococos e estreptococos,
o antibiótico de escolha é do grupo das penicilinas e a amoxicilina.
SARAMPO
Doença febril exantematosa aguda, altamente transmissível, causada
por vírus da família Paramyxoviridae do gênero Morbillivirus.
A transmissão ocorre de pessoa a pessoa, por secreções
nasofaríngeas expelidas na fala, tosse, espirro ou respiração.
O vírus pode ser transmitido quatro a seis dias antes ou quatro dias
depois do surgimento do exantema.
SARAMPO
O sarampo tem fases distintas: a de incubação, a prodrômica e a
exantemática.
Sua transmissão é possível cinco dias antes e quatro dias depois do
surgimento do exantema, e mais de 90% das pessoas expostas
desenvolverão a doença.
SARAMPO
A fase de incubação dura 10-14 dias e é assintomática.
A fase prodrômica dura 2-8 dias, com a presença de sintomas não
específicos, como febre, mal-estar, tosse, coriza e conjuntivite.
Em alguns pacientes, os sinais de Koplik aparecem 24-48 horas antes
do surgimento do exantema.
O exantema maculopapular emerge na fase exantemática,
inicialmente na face, espalhando-se para o tronco e extremidades 3-
4 dias após o início da febre, com duração de cerca de três dias.
SARAMPO
SARAMPO
SARAMPO
Diagnósticos laboratoriais específicos de sarampo podem ser feitos
sorologicamente, nos quais o ensaio de imunoadsorção enzimática
(ELISA) é usado para detectar a presença de imunoglobulina da classe M
(IgM) específica para vírus no plasma, tendo maior sensibilidade cerca de
quatro dias após o surgimento do exantema.
SARAMPO
A profilaxia do sarampo se dá por vacinação.
No Brasil, a vacina oferecida pelo Sistema Único de Saúde é feita com
vírus atenuados de sarampo, rubéola, caxumba e varicela.
Não existe um tratamento específico, sendo este basicamente
sintomático e de suporte.
RUBÉOLA
É causada por um vírus do gênero Rubivirus, o Rubella vírus.
A rubéola é uma doença infectocontagiosa que acomete
principalmente crianças entre cinco e nove anos.
A transmissão acontece de uma pessoa a outra, geralmente pela
emissão de gotículas das secreções respiratórias dos doentes.
RUBÉOLA
Após um período de incubação, que varia de duas a três semanas, a
doença mostra seus primeiros sinais característicos: febre baixa,
surgimento de gânglios linfáticos e de manchas rosadas, que se
espalham primeiro pelo rosto e depois pelo resto do corpo.
RUBÉOLA
As crianças devem tomar duas doses da vacina combinada contra
rubéola.
Todos os adolescentes e adultos (homens e mulheres) também
precisam tomar a vacina tríplice viral ou a vacina dupla viral (contra
sarampo e rubéola), especialmente mulheres que não tiveram
contato com a doença.
Gestantes não podem ser vacinadas.
O tratamento da rubéola é sintomático.
ESCARLATINA
Esta doença é causada quase na totalidade dos casos, por
estreptococo beta-hemolítico do grupo A.
Inicia-se de maneira abrupta com sintomas como febre alta, vômitos,
cefaléia e faringite.
ESCARLATINA
Passadas 12 a 48 horas surge a erupção
típica: o exantema.
Trata-se de uma erupção cutânea
eritematosa difusa, micropapular, pápulas
essas que não excedem 1,0 mm de
diâmetro, áspera à palpação.
O exantema inicia-se no peito e expande-
se rapidamente para todo o tronco,
pescoço e membros, poupando palmas das
mãos e plantas dos pés.
ESCARLATINA
Na face se encontram geralmente lesões puntiformes, a testa e as
bochechas ficam hiperemiadas e lisas, enquanto a região perioral
apresenta-se pálida (sinal de Filatow).
O enantema da mucosa oral é acompanhado de alteração da língua
que, nos primeiros dois dias, se reveste de uma camada branca, e as
papilas, avermelhadas e edemaciadas, sobressaem; no terceiro ou
quarto dia, o revestimento branco descama, permanecendo as
papilas hipertrofiadas e a língua avermelhada (língua em framboesa).
ESCARLATINA
ESCARLATINA
Tratamento: visa evitar as complicações supurativas e prevenir a
febre reumática e glomerulonefrite difusa aguda.
A penicilina G benzatina: via intramuscular, nas doses de 1.200.000 UI
em crianças com mais de 25kg e adultos.
Para crianças com peso inferior a 25kg: 600.000 UI.
Em pacientes alérgicos: eritromicina na dose de 30 a 40mg/kg/dia.
ERITEMA INFECCIOSO
Provocado por um vírus chamado Parvovírus B19, motivo pelo qual ele
também pode ser chamado de parvovirose.
A forma de transmissão mais comum do parvovírus B19, é através do
contato com secreções das vias aéreas.
ERITEMA INFECCIOSO
O quadro começa como uma virose inespecífica, com sintomas
comuns, tipo coriza, febre baixa, dor de garganta, espirros, dor de
cabeça, tosse, mal estar, coceira pelo corpo e dor nas articulações.
Esse quadro inicial, chamado de pródromo, dura de 2 a 3 dias e
depois desaparece.
ERITEMA INFECCIOSO
Dois a sete dias após a fase prodrômica, os sintomas voltam, desta
vez sob a forma de erupção da pele, chamado de exantema ou rash.
O rash do eritema infeccioso comporta-se tipicamente em 3 fases.
O exantema inicia-se pela face, dando ao paciente uma aparência de
“face esbofetada”.
Esse rash é caracteristicamente bem avermelhado, acometendo
ambas as bochechas e com discreto relevo.
Em geral, as áreas ao redor do nariz, boca e olhos são poupadas.
ERITEMA INFECCIOSO
Em 1 a 4 dias após o exantema facial, o rash espalha-se pelo corpo.
Nesta fase, as lesões de pele adquirem uma aparência muito
característica, que é chamada de rash reticular ou em forma de
renda.
ERITEMA INFECCIOSO
Na imensa maioria dos casos, o eritema infeccioso é uma doença
benigna e autolimitada, que cura-se sozinha sem a necessidade de
nenhum tipo de tratamento.
Se o paciente queixa-se de coceira ou dor articular, medicamentos
sintomáticos, como um anti-histamínico ou analgésicos podem ser
prescritos para aliviar os sintomas.
MONONUCLEOSE
“Doença do beijo”.
Tem baixa mortalidade e letalidade, de manifestações agudas e
geralmente benignas.
Causada pelo vírus denominado EpsteinBarr (EBV).
De distribuição mundial, ocorrendo esporadicamente e em qualquer
idade, porém prevalente (70-80%) entre crianças e adultos jovens.
O período de incubação varia de 10 a 60 dias, com prazo médio de 30 a
45 dias.
A porta de entrada do vírus é presumivelmente a nasofaringe, daí a
maior contagiosidade pelo beijo e contato com saliva.
MONONUCLEOSE
MONONUCLEOSE
Os prôdromos se iniciam com febrícula, calafrios, inapetência,
fadiga, mal-estar e sudorese.
Podem ocorrer intolerância a cigarros, náuseas, vômitos e fotofobia.
Cefaléia, mialgia (principalmente paravertebral superior e cervical) e
dor de garganta são sintomas precoces, frequentes e progressivos.
MONONUCLEOSE
A febre é o sinal predominante na doença e ocorre em cerca de 87,3%
dos casos.
Tende a ser mais baixa em crianças e mais alta e prolongada em
adultos, mas, ao contrário de uma septicemia bacteriana, os doentes
não apresentam o estado geral comprometido.
O aumento dos linfonodos cervicais é encontrado em 80% a 100% dos
casos e usualmente associa-se à linfoadenopatia generalizada.
MONONUCLEOSE
Tratamento: Repouso relativo por cerca de três semanas.
Aciclovir (ACV) - é um agente antiviral potente para alguns vírus do
grupo herpes.
Tratamento sintomático.
CASO CLÍNICO
Identificação
P. C. F., sexo feminino, 5 anos, parda, natural e procedente de Salvador,
católica.
Queixa principal
Febre e Manchas pelo corpo há 2 dias.
História da doença
Paciente procurou a UPA, trazida pela genitora, a qual referiu que a
mesma há dois dias começou a apresentar febre não aferida, associada a
exantemas que iniciaram na cabeça e que se disseminaram rapidamente
pelos braços, pernas e tronco; dor de garganta e dor de cabeça.
CASO CLÍNICO
Antecedentes pessoais
Nascida de parto natural, sem intercorrências, a termo, Apgar 8, perímetro
cefálico 33 cm, 43 cm de comprimento e 3,0 kg ao nascer. Refere ter tido
catapora no ano anterior. Nega alergias e outras comorbidades. Não sabe
informar sobre o calendário vacinal.
Antecedentes familiares
Pai hipertenso. Mãe sem comorbidades. Avô paterno diabético e hipertenso.
Hábitos de vida
Compõe uma família de classe média com casa própria, água encanada,
saneamento básico. Encontra-se matriculada na série G4, não possui animais
de estimação. Aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade.
CASO CLÍNICO
Exame físico geral
Ao exame físico encontra-se em estado geral regular, lúcida, orientada,
hidratada, mucosas coradas e febril 38.2 °C, temperatura axilar.
Apresenta exantema máculo papular e puntiforme, difusamente pela
face e corpo, e linfonodos retro auriculares, occipital e cervical
presentes. Orofaringe levemente eritematosa, sem placa de pus.
CASO CLÍNICO
Cabeça e Pescoço– Implantação e distribuição dos cabelos normais;
Linfonodos palpáveis em cadeias retroauricular, occipital e cervical
posterior.
Sistema Cardiovascular- Bulhas rítmicas, normofonéticas, em dois
tempos e sem sopros;
Sistema Respiratório- Murmúrios vesiculares bem distribuídos e sem
ruídos adventícios;
Abdome- Flácido, globoso e simétrico; Som timpânico à percussão
abdominal;
Extremidades- Sem deformidades, bem perfundidas e sem edemas.
CASO CLÍNICO
Foi orientada a necessidade de isolamento social em domicilio, e
prescrita medicação para dor e febre. Sugerido realização de exames
laboratoriais para confirmação de hipótese diagnóstica. Os exames
solicitados foram: sorologia para algumas doenças exantemáticas, entre
elas Rubéola, Sarampo e Dengue. Retornou ao ambulatório com os
resultados do exames negativos para sorologia dessas doenças, exceto o
de Rubéola que se apresentou positivo, com o valor de IgM 2,10. O
tratamento recomendado foi um tratamento sintomático, para alívio das
manifestações apresentadas pelo paciente.
OBRIGADO!