1A5BR Ammo
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1A5BR Ammo
Resende
2019
APÊNDICE III (TERMO DE AUTORIZAÇÃO DE USO DE
DIREITOS AUTORAIS DE NATUREZA PROFISSIONAL)
AMAN
AO ANEXO B (NITCC) ÀS DIRETRIZES PARA A
2019
GOVERNANÇA DA PESQUISA ACADÊMICA E DA
DOUTRINA NA AMAN
Resende
2019
Thierry Rodrigues Rocha
Banca examinadora:
Resende
2019
Dedico este trabalho à minha família, que me guiou e auxiliou-me incansavelmente
para que conquistasse o objetivo de me tornar Oficial do Exército Brasileiro.
AGRADECIMENTOS
À minha família, que esteve ao meu lado, seja nos momentos felizes, seja nos
momentos difíceis. Tenham a certeza de que este auxílio foi extremamente importante para
que eu chegasse até o final desta longa jornada.
Aos camaradas de Cavalaria da turma 2019, os quais compartilharam das mesmas
dificuldades e conquistas ao longo da formação.
Ao meu orientador, por todo o esforço em auxiliar-me no desenvolvimento deste
trabalho. Sem seu auxílio, nada disso seria possível.
Aos meus pais, sou eternamente grato por estarem ao meu lado e por não
economizarem esforços para me darem a educação e os valores que tenho hoje e por todo o
sacrifício para que eu chegasse até aqui.
LISTA DE FIGURAS
CC Carro de Combate
VBC Viatura Blindada de Combate
EQ Energia Química
IED Dispositivo explosivo improvisado
APFSDS-T Armour Piercing Fin Stabilized Discarding Sabot with Tracer
HEAT-T High Explosive Anti Tank with Tracer
HESH High Explosive Squash Head with Tracer
TP-T Target Practice with Tracer
TPDS-T Target Practice Discarding Sabot with Tracer
EC Energia Cinética
RESUMO
The objective of the research was to verify the possibility of using the ammunition of VBCC
CC Leopard 1A5 BR in combat in urban environment and among which would be more
suitable for this purpose. We elaborate a research of the conflicts in urban areas, where we try
to present their characteristics and peculiarities. Similarly with the ammunition that the
brazilian VBC CC uses. Research was also conducted on the possibilities and limitations that
combat cars present when employed in an urban environment. We made a bibliographical
research about the mentioned subjects and later an analysis of the obtained data. According to
the information gathered, it is possible to use the ammunition used by VBC CC Leopard, with
kinetic energy and chemical energy ammunition being the most suitable for use in localities
due to their characteristics.
1 INTRODUÇÃO
Dessa forma, uma vez que o Exército Brasileiro não tenha empregado o carro de
combate nesse tipo de ambiente operacional, é muito importante que estejamos cientes de
nossas capacidades, aprimorando nossas doutrinas, para que estejamos preparados para
combater com o CC nesse tipo de ambiente, quando houver a necessidade, com a finalidade
de garantirmos nossa soberania.
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1.1 OBJETIVOS
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Não é de hoje que os centros urbanos têm importância nas operações militares. Desde
a antiguidade, as cidades já tinham um elevado valor militar e, até mesmo os conflitos, já
eram travados no interior de algumas delas.
2.1.1.1 Tridimensionalidade
Diferente dos outros ambientes de combate, a área urbana se caracteriza por envolver
três planos distintos de combate: o subterrâneo, a superfície e o plano superior. Assim,
configura-se a tridimensionalidade do ambiente urbano.
O plano subterrâneo consiste em túneis, galerias, metrôs e todas as instalações que
estão posicionadas abaixo da superfície. Essas instalações podem oferecer excelentes vias de
acesso desenfiadas, tanto para quem está defendendo como para quem está atacando, posições
para armamento anticarro, local para armazenamento de suprimentos e local de homizio para
as tropas defensoras.
A superfície consiste nas ruas, avenidas, parques, construções, rios, lagos e todas as
instalações que estão no nível do solo. Na superfície é onde a maioria das ações são
desencadeadas por ocasião de um conflito nesse ambiente, onde estão presentes as principais
vias de acesso, nas quais as tropas embarcadas, dentre elas as guarnições de CC, realizam seus
deslocamentos e engajam seus alvos.
O plano superior é caracterizado pelos andares mais elevados e os topos dos prédios.
Esses locais permitem uma relativa superioridade para quem está dominando, visto que
oferecem excelentes posições de observação, posições para armas automáticas e armamento
anticarro.
Uma das características que mais se destaca do carro do combate é a sua grande
mobilidade. No entanto, quando é empregado em áreas edificadas, ela é extremamente
reduzida, pois, na maioria das vezes, as vias de acesso são muito estreitas e as construções são
muito próximas umas das outras. Outro fator que impacta a capacidade de movimento e
manobra dos CC são os obstáculos presentes no ambiente urbano, como escombros gerados
pela destruição dos prédios, barricadas, veículos civis ou ainda crateras geradas por bombas e
explosões.
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Fonte:http://3.bp.blogspot.com/2f5DKPUX3sY/Uaqi_UOKGUI/AAAAAAAABJY/WK7R2LKkCwY/s640/401
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Fonte: https://cdnbr2.img.sputniknews.com/images/899/47/8994719.jpg
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O carro de combate, apesar de suas limitações, é até hoje um meio nobre nos campos
de batalha, sendo muitas vezes decisivo durante a conquista de objetivos. Assim, a tabela a
seguir tem o objetivo de apresentar as principais possibilidades e limitações dos CC quando
empregados em ambientes urbanos.
2.1.3.1 Fallujah
Após a queda de Bagdá para os militares americanos em 2003, Fallujah tornou-se uma
das áreas mais violentas do país e o coração do triângulo sunita. Manifestações violentas,
assassinatos e atentados a bomba tornaram-se frequentes e estes eram direcionados às forças
de ocupação e os iraquianos que colaboravam com o governo interino ou com as forças da
coalizão, que era composta pelos EUA, Iraque e Reino Unido. Durante meses, a polícia local
iraquiana e os líderes da cidade mostraram-se incapazes de neutralizar a situação mas, com
base em suas garantias de uma situação melhorada, os americanos só se aventuraram na
cidade ocasionalmente. Enquanto isso, a resistência tornou-se mais forte, aproveitando-se da
fragilidade do governo (GOTT, 2006).
Os combatentes da resistência em Fallujah eram diferentes daqueles que o Exército
americano enfrentou desde a Guerra do Vietnã. Eles não faziam o uso de uniformes e, dessa
forma , misturavam-se quase que perfeitamente com a população. Uma vez que operavam a
partir de suas próprias residências, não havia nenhuma infraestrutura convencional para
atingir, como campos ou bases de treinamento. Por outro lado o comando e o controle eram
tão fracos que geralmente não existia uma cadeia de comando ou comunicações perceptíveis
para interceptar ou explorar. Concomitantemente, existiam grandes estoques de armas e
explosivos que permaneceram da guerra e estavam prontamente disponíveis para serem
empregados pelos novos integrantes recrutados. Muitas mesquitas foram “transformadas” em
arsenais para armazenar armas e explosivos e também para servir como refúgio para a
resistência. A combinação de zelo religioso, ociosidade causada pelo alto desemprego e ódio
pela ocupação tornaram o recrutamento uma tarefa fácil (GOTT, 2006).
auxiliaram os fuzileiros a entrarem nas construções usando seu armamento principal contra
paredes criando aberturas. Em 16 de novembro Fallujah foi considerada segura pelas tropas
da coalizão, porém as operações de busca e limpeza ainda duraram algumas semanas (GOTT,
2006).
redor de Grozny, destruindo os aviões chechenos que estavam em solo. Pontes, estradas
principais e cidades também foram bombardeadas em preparação para a invasão terrestre.
Dessa forma, com o espaço aéreo dominado, os aviões russos foram capazes de atacar sem
grandes problemas (GOTT, 2006).
A estratégia russa era realizar uma rápida investida para atingir a capital chechena e
tomar os pontos chaves da cidade no menor tempo possível, mantendo as tropas blindadas em
colunas e os fuzileiros embarcados, sem que realizassem a segurança aproximada dos CC. Tal
estratégia fracassou, visto que os russos encontraram forte resistência. A defesa dos chechenos
se baseava no emprego de pequenos grupos armados com lança-rojões e granadas de mão,
espalhados pela cidade. Estes grupos atacavam as vanguardas e retaguardas das colunas de
blindados e, uma vez bloqueados nas colunas, estes eram destruídos um por um (GOTT,
2006).
Em função das grandes perdas, os russos foram obrigados a se retirarem da cidade e se
reagruparem. Com isso, perceberam que a tomada de Grozny envolveria a luta por todos os
edifícios e construções. Então, os russos configuraram suas forças de ataque em
destacamentos de nível batalhão com os fuzileiros desembarcados como seu núcleo, sendo os
CC e as VBTP empregados em uma função com caráter de apoio. Para isso, os CC foram
posicionados de maneira a fornecer apoio direto contra as posições fortificadas inimigas,
ajudando a isolar áreas e repelindo contra-ataques. Assim, enquanto os fuzileiros progrediam,
os CC permaneciam à retaguarda, a uma distância além do alcance de utilização das armas
anticarro inimigas. Para melhorar a capacidade de sobrevivência dos veículos, redes e telas
metálicas foram montadas em veículos blindados. Quanto ao emprego dos armamentos dos
blindados russos, como seus carros de combate não podiam elevar ou abaixar adequadamente
os canhões e as metralhadoras coaxiais, as metralhadoras antiaéreas foram empregadas para
abater alvos nos telhados e nos porões. Finalmente, essas mudanças possibilitaram aos
russos, enfrentando grande resistência dos chechenos e sofrendo severas baixas, que
declarassem em sete de março de 1995, controle total sobre a cidade de Grozny (GOTT,
2006).
Analisando o combate em Grozny pode-se perceber que foi realizado um
planejamento incorreto quanto a invasão da capital chechena. Os comandantes russos
desconsideraram e subestimaram as capacidades do inimigo e, por conta disso, através do uso
de pequenos grupos posicionados pela cidade, foram capazes de gerar grandes perdas para as
tropas russas.
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As munições de Energia Cinética não possuem carga explosiva em seu projétil, apenas
um penetrador de metal extremamente duro e denso. Este é o tipo de munição utilizado na
atualidade por Carros de Combate contra outros CC porque apresentam os melhores
resultados contra blindagens pesadas. As munições EC da atualidade para CC são
subcalibradas. Isso significa que seu projétil é de menor calibre em relação ao armamento que
o dispara. O tiro é possível devido ao uso de calços, os quais são conhecidos como “sabot”,
que preenchem o restante de espaço entre o projétil e a parede do tubo do canhão, impedindo
que os gases provenientes da queima do propelente escapem pelas laterais do projétil, sem
impulsioná-lo para frente (NASCIMENTO, 2019).
Após abandonar o tubo, o calço é “descartado”, fazendo com que toda a energia
gerada pela queima do propelente seja impressa no projétil, na forma de movimento, ou seja,
energia cinética. Na sequência, fora do tubo, ao destacar-se do projétil principal, permite que
este prossiga seu voo sozinho em direção ao alvo, perdendo o mínimo de velocidade em
decorrência da resistência do ar. Assim, o “sabot” permite que as munições EC percorram sua
trajetória com a velocidade proveniente da propulsão de um armamento de um alto calibre e
com a desaceleração aerodinâmica de um projétil de médio calibre, visto que é sub calibrado
(NASCIMENTO, 2019).
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Fonte: https://www.rheinmetall-defence.com/media/editor_media/rm_defence/produktbilder/120DM63KE.jpg
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As munições de energia química são assim denominadas por possuírem uma carga
explosiva que é capaz de gerar um grande volume de gases em um curto espaço de tempo,
provocando altas temperaturas no interior do alvo impactado (BRASIL, 2010).
Fonte: https://www.gd-ots.com/wp-content/uploads/2017/01/M490.png
O cartucho de exercício TP-T M490A1 difere do M490 pelo fato de não possuir aletas
e ser 2,54 cm mais comprido. Além disso, o cilindro distanciador é de aço em vez de
alumínio, e o propelente é de outro tipo (BRASIL, 2010).
A munição TPDS-T M724 é constituída por um suporte com calços descartáveis que
sustentam o núcleo do projétil, uma cinta de turgência, uma cinta de rotação feita de fibra, um
obturador de borracha que é montado junto com a cinta de rotação à retaguarda do suporte do
núcleo, há também um traçante na base do núcleo, que tem um tempo de queima de
aproximadamente de 2,5 segundos e é ativado após os calços descartáveis serem ejetados
depois da saída do projétil pela boca do tubo. O projétil da munição TPDS-T M724 é
semelhante balisticamente ao projétil das munições reais até 2000 m e por se tratar de uma
munição de treinamento, o núcleo sólido não tem capacidade de perfuração de um projétil de
munição real (BRASIL, 2010).
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Como pôde ser visto nos capítulos anteriores, a VBC CC Leopard 1 A5 BR possui
uma variedade de munições, fato que aumenta a importância da correta seleção da munição
para a realização do tiro. Analisando as munições disponíveis para a VBC podemos concluir
que existe a possibilidade de realizar o emprego das mesmas em um possível combate urbano.
Entre os tipos de munições que a VBC dispõe destacam-se as munições de energia química e
energia cinética.
Analisando as caraterísticas do combate em ambiente urbano, as limitações que esse
tipo de terreno impõe aos CC e o histórico de batalhas que foram travadas nesse ambiente
operacional utilizando o CC, entende-se que a possibilidade de um carro de combate enfrentar
outro é mais remota, ao passo que os alvos que um CC terá a grande possibilidade de
enfrentar são tropas desembarcadas, posições de armamento anticarro, armas automáticas,
posições fortificadas e tropas abrigadas em construções ou escombros.
Isso permite-nos concluir que entre as munições de energia cinética e energia química,
as de energia química são as mais indicadas para o combate em ambiente urbano, devido a sua
carga explosiva e capacidade de estilhaçamento. É preferível que na preparação da viatura,
entre as 13 munições que podem ser armazenadas na cinta de primeira intervenção, sejam
empaioladas aproximadamente 1/3 de munições de energia cinética e o restante de munições
de energia química.
As munições de treinamento não se aplicam a esse tipo de emprego, visto que são
inertes e não possuem carga explosiva, sendo semelhantes às munições reais somente em
aparência e nas características balísticas, sendo, dessa forma, inservíveis para a utilização no
combate.
Cabe ressaltar que se deve dar atenção aos danos colaterais que podem ser gerados
pelas munições de energia química, visto que, durante a progressão dos CC, os fuzileiros
estarão desembarcados realizando a sua proteção aproximada e, por conta disso, a guarnição
deve ter atenção redobrada sobre o setor de tiro. Outro fator que deve ser considerado é a
presença de população civil nas operações. Os civis muitas vezes podem se confundir com o
inimigo, o que dificulta a tomada de decisão por parte do comandante do carro. Danos
colaterais com civis terão repercussão negativa perante a sociedade e a mídia, por conta disso
cresce de importância a correta seleção da munição e o momento para que ela seja empregada.
Outro ponto importante que deve ser considerado é que somente a munição empregada
corretamente não possibilita a VBC CC Leopard 1 A5 operar com eficácia em ambiente
urbano, visto que a VBC necessitaria de uma série de adaptações para combater neste
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
_______. C 20-1: Glossário de Termos e Expressões para uso no Exército. 3. ed. Brasília, DF
2003.
GOTT, Kendall D; Breaking the mold: tanks in the cities. Kansas: e-book, 2006.
MESQUITA, Alex Alexandre de; Blindados e doutrina delta no combate urbano: uma
combinação possível. Juiz de Fora: universidade federal de Juiz de Fora, 2008.
NASCIMENTO, André Almeida do. Munições para CC: Uma Análise de Características
e Possibilidades CI Bld, Escotilha do comandante 2019. Disponível
em:<http://www.cibld.eb.mil.br/index.php/periodicos/escotilha-do-comandante/547-escotilha-
132>. Acesso em: 13 Maio de 2019.