CAPÍTULO XI TERAPIA OCUPACIONAL E BIOÉTICA: Aporte para As Práticas Profissionais Na Interface Com Os Direitos Humanos - BIOÉTICA NAS PROFISSÕES

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SÉRIEBIOÉTICA- VO1E 10

Poiiigo liate olie Rauii Editora

(CRV C-SOCIEDADE
ABRASILEIRAi CSOCIEDADE
ODEBIOETICA -BRASILEIRA
L DEBIOETICA

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CAPÍTULO XI

TERAPIA OCUPACIONALE BIOÉTICA:


aporte para as práticas pro ssionais na
interface com os direitos humanos
Maria Luisa Gazabim Simões Ballarin
Miriam Cabrera Corvelo Delboni
Adriana Belmonte Moreira
Laura del Carmen Rueda Castro
Rosibeth del Carmen Muñoz Palm

Introdução

A Bioética é um campo de saber amplo e multifacetado, interdisciplinar


e interinstitucional, no qual concorrem diferentes vertentes, desde as princi-
pialistas, de caráter global até as proposições críticas, situadas, que procuram
dar conta, por exemplo, das problemáticas especi cas dos paises periféricos
do Hemisfério Sul, na qual a relação com a garantia dos Direitos Humanos
se coloca de modo mais evidente (GARRAFA, 2005; CUNHA; LORENZO0,
2014; FEITOSA; NASCIMENTO, 2015). Levando em conta a população
atendida pelos terapeutas ocupacionais, suas condições pessoais, contextuais
e os objetivos das práticas nos diferentes cenários de comunidades e serviços
é possível estabelecer uma relação entre Terapia Ocupacional e Bioética, tanto
em seus princípios como em seus referenciais críticos.
Ainda que o objetivo principal deste trabalho não seja aprofundar as
discussões acerca dos dilemas do mundo contemporâneo globalizado, acei-
tamos comno premissa que a globalização tanto une quanto divide o mundo,
por isso mesmo é necessário destacar que nem todos os homens são afetados
do mesmo modo neste processo globalizante, conforme nos adverte Bauman
(1999), Portanto, há nestes distintos cenários de um mundo globalizado evi-
dências tanto de aspectos positivos como perturbadores de descaso, descuido
e abandono, não somente do humano e de todo ser vivo, mas também dos
recursos naturais e do ambientee, é justamente este o ponto de convergência
que nos motivou a re etir e discorrer sobre questões pertinentes à ética e à
Bioética e direitos humanos.
Neste exercicio re exivo percorremos uma trajetória, em que buscamos de
; Início eade modo sucinto, apresentar a Terapia Ocupacional, para em seguida

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explicitarmos alguns dos referenciais teóricos pertinentes à ética e Bioética


que subsidiaram nossas re exões, para que então, pudéssemos exempli car
de maneira mais contextualizada algumas questões enfrentadas no cotidiano
do trabalho de terapeutas ocupacionais.

Sobre a Terapia Ocupacional

A Terapia Ocupacional apresenta diferentes perspectivas teórico-me-


todológicas e epistemológicas, mas converge em seu objetivo central de
promover a independência, a autonomia e a emancipaçāão de sujeitos, grupos
e coletivos que, por motivos diversos ( sicos, mentais, sociais, entre outros)
apresentam limitações, barreirase impedimentos para a realização de suas
atividades/ocupações do dia a dia. Historicamente, a população atendida pelo
terapeuta ocupacional é caracterizada pela suscetibilidade e pela diferença,
como pessoas com de ciências sicas e/ou cognitivas, pessoas em situação
de hospitalização e adoecimento, sofrimento psíquico e/ou em situação de
vulnerabilidade social. Comumente, essas pessoas vivenciam processos de
estigmatização e exclusão e têm ou corremo risco de terem os seus direitos
violados, necessitando conduzir suas vidas cotidianas em situações-limite
(GARRAFA, 1995 apud PEREIRA; ALMEIDA, 2009, p. 136).
A complexidade e os desa os envolvidos nas discussões pertinentes à
bioética no contexto da Terapia Ocupacional brasileira são inúmeros, além
de serem relativamente recentes, pois constatamos que ao longo dos anos,
tais discussões restringiram-se basicamente aos aspectos legais do código
de ética pro ssional. Poucos são os estudos que abordam esta temática sob
a ótica mais contemporânea. Como pro ssionais que atuam no campo da
saúde, educação e no contexto social, assumimos o compromisso com o ofe-
recimento de uma atenção integral e a responsabilidade de nortearmos nossas
ações em princípios éticos e bioéticos, os quais são realmente essenciais em
nosso campo de práticas.
Como pro ssão que tem seu foco de atuação na vida cotidiana, as ati-
vidades humanas e seus contextos de realização, o terapeuta ocupacional
desenvolve suas intervenções em diferentes cenários de práica, reunindo:

tecnologias orientadas para a independência e autonomia de individuos que


por diversas problemáticas ligadas a fatores sicos, sensoriais, mentais,
psicológicos e/ou sociais demonstranm di culdade na inserção e particıpa-
ção na vida social [...] (UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO, 1997,n.p.).

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Constatamos que a pro ssão tende a aporta-se na Ciência Ocupacional,


cujos pressupostos fundamentam-se na perspectiva de que todos os seres
humanos são seres ocupacionais (KANTARTZIS; MOLINEUX, 2011), que
participam individualmente e coletivamente em ocupações como sujeitos
independentes e autônomos de suas escolhas.
Como moimento de identidade e fortalecimento da pro ssão, têm-se
procurado por uma ciência, norteadora de pesquisa e prática assistencial, e tal
movimento nos coloca questões sobre a forma de produção de conhecimento em
Terapia Ocupacional, o âmbito cultural e o contexto sociopolítico nos quais este
conhecimento é produzido e aplicado, de modo que como norteador da prática
de fato promova efetiva autonomia, emancipação e liberdade (GUAJARDO
CORDOBA, 2014). Quem é este ser ocupacional? Quais estratégias, opções
metodológicas, formas e técnicas de conduçăo ética e bioética da investigação?
No campo das práticas, como responder a suas necessidades ocupacionais?
Como produzir sentido e signi cado, sem considerar as demandas trazidas
pelos sujeitos a partir de suasrealidades locais, ambientese contextos, nos
quais se realiza sua vida cotidiana, em suas reais condições de participação
social, engajamento ocupacional e autonomia possível?
Desde sua constituição formal, no início do século XX, a atuação do
terapeuta ocupacional dirigiu-se a populações que por diversas razões foram
e, em muitos casos, ainda vêm sendo excluídas, do mercado de trabalho, da
escola, do convívio social e porque não dizer da possibilidade de uma vida
digna e autônoma. Se, inicialmente, de acordo com De Carlo e Bartalotti
(2001), nos aproximamos de uma população que apresentava problemas
sicos e mentais decorrentes da I e II Guerras Mundiais e objetivávamos
reinseri-los socialmente, hoje, passados um pouco mais de cem anos de sua
constituição sócio histórica, em muito ampliamos nossas perspectivas e nosso
campo de atuaçāo.
A crescente ampliação dos campos de atuação do terapeuta ocupacional
(saúde, educação e cultura, assistência social, trabalho, justiça e cidadania etc.),
tanto no cenário nacional quanto internacional, tem colocado ao pro ssional
o desa o da atenção a sujeitos singulares, que vivem em diferentes contextos
e territórios, com distintas realidades socioculturais, socioambientais e socio-
sanitárias, dentro dos quais tecem suas redes de relações interpessoais que
sustentam suas vidas cotidianas e encontram ou não recursos institucionais,
econômicos e materiais para sua sobrevivência e a rmação/legitimação de
seus modos de vida.
Podemos dizer seguindo o raciocínio da Associação Americana de Te-
rapeutas Ocupacionais (AOTA), que o processo terapêutico ocupacional é
dinâmico e implica no contato inicial como sujeito que necessita de atenção

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(família, grupo, comunidade e/ou instituição), na coleta de informações.


avaliação, na elaboração de um plano de intervenção, na intervenção pro-
priamente dita e na reavaliação. Ao avaliar, o terapeuta ocupacional busca
identi car o impacto que a doença, sequela, condição elou vulnerabilidade
acarreta no desempenho ocupacional do sujeito, em dado contexto e ambiente
(AOTA, 2015). Portanto, terapeutas ocupacionais avaliam os sujeitos, tendo-os
normalmente como protagonistas dessas avaliações, para assim construírem
juntos, um plano terapêutico-ocupacional que vem ao encontro dasdemandas,
necessidades e nos desejos ocupacionais de cada sujeito elou de suas famílias.
Depreende-se que as intervenções da Terapia Ocupacional se inscrevem
no cotidiano dos sujeitos que necessitam de cuidado, atenção e proteção nos
diferentes ciclos de vida. Assim, ao objetivar, a melhoria da qualidade de vida
da população atendida, sua maior participação e engajamento em ocupações
signi cativas, o terapeuta ocupacional utiliza métodos e técnicas tais como:
adaptações, recursos de tecnologia assistiva, órteses, além de tecnologias
relacionais, sociais e educacionais, entre outros recursos que auxiliam na
promoção da independência, propiciando a retomada das atividades cotidianas
e da autonomia.
Por estar inserido em diferentes locais de trabalho como: a escola, o hos-
pital, as unidades de terapia intensiva, a unidade básica de saúde, os serviços
de atenção à saúde mental, os centros de convivência, os centros de cultura
e arte, os serviços de assistência social, de atenção à saúde do trabalhador,
comunidade/território, domicilio, entre tantos outros, este pro ssional entra
em contato com questões que remetem a discussões que convergem para a
re exão ética, bioética e direitos humanos.
Nos diferentes cenários em que atua, o terapeuta ocupacional vivencia
cotidianamente situações relacionadas à relaçăo terapêutica ocupacional,
envolvendo o sujeito, a família, o grupo, a comunidade, a equipe e gestores
de serviços. Isso implica na interação e comunicação da equipe para o de-
senvolvimento do trabalho interpro ssional e colaborativo, na articulação de
saberes, em ações inerentes aos projetos terapêuticos, e a sua interface com a
gestão dos serviços; recursos; a questões sociais e econômicas.
Considerado as bases comuns humanísticas existentes entre a Terapia
Ocupacional e a Bioética, nesta interface, desa os são partilhados, em questões
que remetem a temáticas como: vida, morte, terminalidade, cuidados paliativos,
autonomia, privacidade, con dencialidade e sigilo de informações trazidas
pelos sujeitos de nossas intervenções (AUÑÓN-ORTUÑO: MELEGNO-
-KLINKAS, 2016). Tais con itos são resultantes das tensões presentes nos
grupos e sociedade, decorrentes da coexistência de visões morais, obrigações,
direitos e valores divergentes entre si.

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Breves considerações sobre Bioética, Terapia Ocupacional e


Direitos Humanos

Apoiada em sua estrutura multi/inter/transdisciplinar, no respeito ao


pluralismoe na compreensão da necessidade da reestruturação do discurso
bioético, a Bioética tem avançado de forma contextualizada e crítica sobre as
questões que impactam a vida da sociedade (GARRAFA, 2003).
Nascimento (2015) destacam a importância dos esforços de
pesquisadores e estudiosos latino-americanos na construção de referenciais
teóricos próprios acerca da Bioética. Nesta direção, a Bioética de Intervenção
vem sendo "apresentada como uma das teorias mais importantes do pensamento
latino-americano contemporâneo" (FEITOSA; NASCIMENTO, 2015, p. 277).
Os autores referem ainda que a vinculação da Bioética com as lutas no campo
da saúde pública constituiu a gênese da Bioética de intervenção no Brasil.
Conceitos como os de: empoderamento, libertação e emancipação sus-
tęntam a Bioética de ntervenção, pois:

a inclusão social é a ação cotidiana de pessoas concretas e precisa ser tomada


na dimensão política, como um processo no qual os sujeitos sociais articu-
lam sua ação. Na medida em que ação cotidiana direciona as escolhas não
apenas em função de uma inclinação pessoal, mas considerando a dimensão
do todo - a necessidade de garantir a existência das pessoas e de todas
as formas de vida - ela se torna inclusiva, tendendo, como decorrência, à
maior simetria. [...] qualquer uma das trêsexpressões - empoderamento,
libertação e emancipação - embora com conotações diferentes, auxiliam à
compreensão do fenômeno de inclusão social como um processo dinâmico
que necessita ser construído e levado à prática, objetivando a conquista da
verdadeira justiça social em saúde (GARRAFA, 2005, p. 129).

Do mesmo modo, a Terapia Ocupacional contemporânea tem apontado


para uma práica contextualizada e crítica em todas as dimensões de sua atu-
ação. Princípios como autonomia, bene cência, não male cência e justiça
também constituem eixOs norteadores das ações do pro ssional desenvolvidas
tanto nas intervenções que realizam junto à população que assiste como no
ensino e pesquisa.
No que concerne particularmente à pesquisa em Terapia Ocupacional,
há que se enfatizar que todas as investigações que envolvem seres humanos
devem também ser conduzidas com base no respeito à dignidade humana, ao
consentimento dos sujeitos de pesquisa envolvidos e a sua autonomia, uma
vez que a produção de conhecimento e a eticidade da pesquisa depende do
compromisso do pesquisador com a preservação dos interesses humanos e
da relevância cienti ca e social do estudo. Nesse aspecto, a pro ssão pode

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contribuir com adaptações e processos facilitadores por meio de ferramentas


especí cas, relativạs ao consentimento informado, entendendo que os sujeitos
envolvidos são detentores de direitos.
Com efeito, há produções cientí cas em Terapia Ocupacional, sobre-
tudo no âmbito internacional, que estabelecem uma relação entre as práticas
pro ssionais e a promnoção de justiça ocupacional, conceito articulado ao de
justiça social, que associa ocupação, participação e direitos humanos, sendo
também bene ciário da interlocução com a bioética (TOWNSEND; MARVAL,
2013; PARRA-ESQUIVEL, 2015). Além da convergência com o princípio de
justiça, compreendido como não discriminação e distribuição equitativa de
cuidados e recursos, o aporte da Bioética principialista tem sido útil no campo
da investigação com e/ou através de seres humanos; assim como na prática
clínico-assistencial, por exemplo, quando da emergência de dilemas éticos
relativos ao acesso à informação, ao consentimento livre e esclarecido e à
garantia de autonomia das pessoas com incapacidades prolongadas (RUEDA
CASTRO; ZÚNIGA, 2002; RUEDA CASTRO, 2004).
Somada a esta perspectiva, encontramos também uma posição latino-
-americana, alinhada ao posicionamento epistemológico do Sul, baseada na
justiça social, na defesa dos diretos humanos e na descolonização cultural, a
partir de um olhar crítico, histórico-cultural e situado (SIMO-ÁLGADO, GUA-
JARDO CORDOBA, 2010; GALHEIGO, GUAJARDO CORDOBA, 2015;
MORÁN, ULLOA, 2016; SIMÓ ALGADO et al., 2016). Especi camente,
no Brasil, temos uma literatura com centralidade nas noções de justiça social
e cidadania, relacionada à Terapia Ocupacional social e também às práticas
territoriais e comunitárias em reabilitaçāo de pessoas com de ciência e em
sofrimento psíquico (MOREIRA, 2008; BARROS; LOPES; GALHEIGO,
2007), que defende ser necessário e mesmo urgente o desenvolvimento de
práticas de caráter emancipatório, alinhadas às declarações internacionais,
programas e políticas públicas (saúde, assistência social, educação e cultura,
trabalho etc.) e às voltadas à garantia e defesa de direitos humanos e fun-
damentais, como a Declaração Universal de Direitos Humanos de 1948 eo
Programa Nacional de Direitos Humanos – PNDH – (SILVA, 2014; SILVA
et al., 2016; LOPES; MALFITANO, 2016).
Por uma perspectiva abrangente, vemos que a atenção a grupos sociais pri-
vados de seus direitos humanos e fundamentais, em contextos locais, regionais
e globais trouxe para o campo cienti co-pro ssional da Terapia Ocupacional o
debate sobre a questão das intolerâncias à diversidade, da violação de direitos
e sobre as condições de privação, alienação, marginalização, injustiça e mesmo
apartheid ocupacional, vividas por pessoas, grupos e coletivos especi cos,
e também sobre as formas e estratégias para identi cá-las e social, cultural e

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sioÉTICA NAS PROFISSÔES: ciências da saúde e áreas a ns 175

noliticamente e, superá-las (SANTOS; GALASSI, 2014; KRONENBERG;


SIMO ALGADO; POLLARD, 2016; SIMÓ ALGADO et al., 2016).
Vale destacar que no âmbito mundial, há posicionamentos da World
eteTHN Federationof Occupational Therapy sobre direitoshumanos (WFOT, 2006),
iversidade e cultura (WFOT, 2010) e sustentabilidade ambiental (WFOT,
2012) e que os princípios bioéticos estão presentes nos códigos de ética in-
ternacionais, como o da AOTAeno Código de Etica da WFOT, estando neles
omogie subjacente a Declaração dos Direitos Humanos e documentos internacionais
relativos à investigação com seres humanos elaboradas após a Segunda Guerra
(BERRUETA MAEZTU; BELLIDO MAINAR; ARRASCO LUCERO, 2004).
O Código de Ética e Deontologia da Terapia Ocupacional brasileiro
fundamenta-se em princípios da bioética - autonomia, vulnerabilidade, be-
ne cência e justiça, considerando o sistema de saúde, assistência social,
esckarecth
e
Mt educação e cultura, vigentes, delineando as bases éticas e deontológicas para
ongadas(RURL
a atuação pro ssional junto a clientes/pacientes/usuários, familias, grupos
e comunidades (FIGUEIREDO et al., 2017). O Código também menciona
aposiçio
Hia como objetivo da pro ssão, a promoção da saúde e do bem-estar, participação
do Sul, basaun e inclusão, a partir de um senso de responsabilidade social e socioambiental
izaçào cutura: (COFFITO, 2013).
-ALGADO GH Arelação entre a Terapia Ocupacional e a questão da bioética e dos direitos

ORDOBA,2E
humanos, fortaleceo entendimento de que o terapeuta ocupacional objetiva
promover a partir de suas práticas a autonomia possivel e a minimização
Especifcame
das vulnerabilidades e das privações sócio ocupacionais a elas relacionadas,
sde
justiça
se sofridas pela população atendida em sua vida cotidiana. Tais objetivos se
mbemis
prahi relacionam diretamente com o provimento de serviços e recursos voltados
detireinxaea à manutenção de uma vida digna para sujeitos e coletivos, do seu início ao
GALHEL m. Logo, tal entendimento demanda a articulação da noção de justiça com
o objeto de estudo/intervenção da pro ssão, compreendido como ocupações/
atividades de um sujeito singular e contextualizado, e que faz parte grupos
com demandas especí cas e partícipes de uma determinada sociedade cultural,
econômica e politicamente organizada.
humanSeir
Sendo assim, a relação da pro ssão com a justiça torna-se imperativa e
poderia ser traduzida, a partir da noção de justiça sócio-ocupacional e de -
4.0W4SZ nida como garantia de direitos de acesso e oportunidades, propiciadores de
uma vida cotidiana quali cada. Até porque, no limite, o conceito bioético de
mistanásia – ou morte social, miserável e abreviada - pode corresponder à
situação de vulnerabilidade e vulneração como a de pessoas, grupos e cole-
tivos atendidos pelos terapeutas ocupacionais como, por exemplo, pessoas
em situação de rua e de pobreza extrema. Isto é, que vivem em condições
precárias e desumanas de existência (SOTERO0, 2011; SANTOS JR.; SILVA;

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ZAGANELLI, 2017), ou àqueles que correm o risco de sofrer ogenocidio


cultural ou epistemicídio, ou seja, o desparecimento de saberes e ocupaçõesde
povos e comunidades tradicionais, como os indígenas e quilombolas (SIMÓ
ALGADO, 2016; COSTA; ALVES, 2017).
Além disso, a Bioética contribui para o redimensionamento danoção
de vulnerabilidade, em seus aspectos biológico, existencial, social e moral
(SANCHES; MANNES; CUNHA, 2018). A vulnerabilidade podesertomada
como característica biológica de todo vivente e como condição existencial
humana, que pode ser agravada por fatores contextuais (sociais,culturais,
políticos, econômicos, ambientais etc.). Por esta perspectiva, temosque
considerar que os problemas trazidos pela globalização e pelos processosde
inclusão/exclusão social agravam a situação de suscetibilidade ao dano ede
vulnerabilidade na medida em que acarretam desigualdade de acesso abens
de consumo e serviços indispensáveis a uma vida digna.
Pela mesma perspectiva, a autonomia, como "poder dar as normas e
decidir por si mesmo", mais do que um princípio abstrato e referida a um
indivíduo isolado, deve ser contextualizada, pois mesmo o poderdecisório
depende das condições materiais e das relações que sustentam a vida cotidiana
dos sujeitos singulares. Sendo assim, a vulnerabilidade social pode reduzira
autonomia, pois não sendo esta absoluta, mas intersubjetiva econtextualizada,
está na dependência das condições de possibilidade pessoais e das limitações
contextuais nas quais a vida cotidiana se dá (ANJOS, 2006; CRUZ; TRIN-
DADE, 2006).
Sendo assim, o terapeuta ocupacional, ao propiciar um conjunto deen-
gajamentos sócio-ocupacionais, mais do que dar suporte à realização deuma
atividade de modo independente, pode fazer uso das ocupações/atividades
como meio ou estratégia para a participação autônoma na vida cotidiana,
que inclui tomada de decisão, protagonismno, participação cidadāã e força
política decisória.
Em síntese, a aproximação da Terapia Ocupacional do aporteconceitual
e os atuais debates em bioética, em sua articulação com os direitos humanos,
podem contribuir para fortalecer e disparar ações contextualizadas quepartem
da compreensão de que a população atendida pelo terapeuta ocupacional,
para além dos problemas de saúde, em seus aspectos biológicos ouorgâni-
cos, podem sofrer pela dependência e pela redução de autonomia na vda
cotidiana por fatores ambientaise contextuais, como privação deliberdadee
institucionalização prolongada, pobreza, estigmas e preconceitos geradores
de barreiras e impedimentos à participação, fragilização de redes de apoioe
suporte social e di culdade de acesso à direitos sociais fundamentais(saúde,
proteção social, educação, acesso à cultura, moradia etc.).

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BIOË CA NAS PROFIS
FISSÕES: ciências da saúde e åreas a ns
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A centralidade da noção bioética de respeito à vida, como evidenciada


na Declaração Universal de Bioética e Direitos Humanos (UNESCO, 2006;
CRUZ: OLIVEIRA; PORTILLO,2010),é fundamentalparaaformaçãotécnica,
Aticae politica do terapeuta ocupacional, como pro ssional que intervém na
wida cotidiana de sujeitos que sofrem sica, mental elou socialmente e que,
omumente, se encontram em situação de vulnerabilidade, com autonomia
reduzida, tendo seus direitos violados (ALMEIDA; CASTIGLIONI, 2005;
gertia PEREIRA; ALMEIDA, 2009).
Portanto, a inclusão do debate sobre os principios e temas bioéticos no
ensino de Terapia Ocupacional contribui para uma formação mais crítica,
re exivae sensível ao sofrimento do Outro (alteridade), mostrando ao aluno
não somente a dimensão humanística, mas também a de responsabilidade
social de suas práticas, nos diferentes campos em que irá atuar. Nas palavras
de Hossne e Segre:

o Outro, como foi dito, precisa serconhecido., reconhecido e entendido


[..]o Outro tem todo o direito de falar e exigir que seja ouvido [..] Nós,
temos o dever de ouvir e escutar o Outro. Da mesma forma, o Outro tem
ntamavidaot
todo o direito de ser visto, ser enxergado em sua totalidade (2011, p. 40).
-socialpodkrd

ivaeconlestuk Assim, espera-se que os pro ssionais terapeutasOcupacionaiscontemplem


S0a1s e das Imic o Outro, não como um ser passiv0, mas como um semelhante numa relação
2006:CRUZT simétrica, pois para Hossne e Segre:

conhecer o Outro implica levar em conta sua 'biogra a' de forma abran-
umconjmtoke gente, incluindo sua espiritualidade e sua vulnerabilidade (como outro
referencial). Respeitar o Outro, isto é, a alteridade, implica respeitar a
càralzaçok autodeterminação, vale dizer, o referencial da autonomia (2011, p. 40).

Terapia Ocupacional: contribuições dos princípios e referenciais


bioéticos à prática pro ssional
Para o Terapeuta Ocupacional a autonomia é um principio que implica
na necessidade do pro ssional buscar compreender o sujeito atendido, con-
siderando sua cultura, contexto, ideias, valores e crenças e respeitando seu
direito e sua liberdade de escolha e decisão no que tange ao próprio processo
terapêutico que se estabelece a partir da relação terapêutica ocupacional. É exa-
tamente na con guração dessa relação que podem emergir tensõese con itos
bioéticos relacionados, por um lado ànecessidade de tomada de decisão por
parte do pro ssional e, por outro as condiçöes clínicas e/ou sociais graves
a que podem estar submetidos os sujeitos de intervenção. Assim, estariam

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BIOÉTIC

178 promok
nentos,
estes sujeitos su cientemente informados, sobre sua situação, procediment.
tropod
zação
técnicas e recursos a serem aplicados para que p0Ssam consentir arealizao
a manu
decisõs
da intervenção? Estaria o pro ssional preparado para a complexidadedesto
ais
D
situações? Os sujeitos estariam sendo escutados de forma que ospro ssionaie
protec
respeitem sua autonomia nas decisões?
Como já salientamos são inúmeros os desa os que os terapeutas
Ocu- eelabc
pacionais enfrentam na relação que estabelecem com os sujeitos equipee o desa
cuidadores/familiares. Se por um lado os princípios bioéticos daautonomia necess
não male cência, bene cência e justiça são referenciais básicos dadisciplina cuidac
a vulnerabilidade, discriminação, estigmatização, preconceito, eequidade, protag
são situações que ocasionam implicações éticas para possiveis embatesno mas g
tão al
cotidiano dos pro ssionais.
Essas situações, na opinião de Hossne e Zaher (2006), sãoreferências
de cunho qualitativo para as re exões da bioética e que não podem serquan- o pró
ti cadas ou mensuradas. Por conseguinte, servem de contrapontos re exivos terape
na busca por justiça, assim como pela bene cênciae não male cência.Essas e prá
situações podem atingir extremos, já que nem sempre há condições dossu- res q
jeitos verbalizarem, identi carem e opinarem por esta ou aquelaintervenção. pater-
Para se aproximar do sujeito, o pro ssional deve reconhecê-lo comoum
ser singular, merecedor do melhor atendimento e considerar todas assuas Situa
dimensões (biológica, psicológica, social) durante o tratamento. Paraisso res.
é necessário que o pro ssional tenha a clareza que o sujeito/família aceitou algu
a intervenção, tendo compreendido as informações fornecidas e atémesmo de q
enfrentado a insegurança, ansiedade, medo, dor e outras situações devulne- a su
rabilidade, fatores que poderiam limitar sua autonomia. É muitoimportante exer
que o terapeuta ocupacional esteja sensibilizado e preparado para lidarcom eu
con
todas essas situações.
Em processosdenaturezaclínico-assistencial, há que seconsiderar
que, a partir dos valores da pro ssão e da ótica dos princípios doSistema da
Único de Saúde (SUS), e da Política Nacional de Humanização (PNH), 2 av
escuta ampliada das demandase a produção de signi cado para ossujeitos
mente Po
envolvidos passam a ser o eixo norteador e/ou centro de suas ações.Some|se nid
idados
assim, podemos então dizer que as intervenções da Terapia Ocupacional ma
inscrevem no cotidiano dos sujeitos que necessitam de atenção ecuda Po
res, da
(GALHEIGO, 2008).
Portanto, espera-se que terapeutas ocupacionais, equipe efamu Ta
essas situações que os sujeitos possivelmente
consigam reconhecer e identi car
buscando
se encontram e onsiderem esse estado de vulnerabilidade discriminaçă
estigma e preconceito no sentido de protegê-lo da não male cência, busu
proteçãopode-
ne cência.Há que se diferenciar que tipo de pr
promover a

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olOÉTICA NAS
BIO!
PROFISSES: ciências da saúde e áreas a ns 179

nromover: a do paternalismo ou do protagonismo? Dilemas éticos desse encon-


tro podem levar pro ssionais ao protecionismo paternalista, contribuindo com
a manutenção da condição de permanência do sujeito sem direito a escolhas,
decisões e sem autonomia.
Dessa forma, pro ssionais podem vir a adotar uma atitude excessivamente
protecionista ou fomentar estrategicamente que o próprio sujeito conquiste
e elabore sua autonomia. Para que isso ocorra, terapeutas ocupacionais têm
o desa o de re etirem sobre suas próprias ações e práticas, sobretudo na
necessidade de despertar re exões de todos os atores que estão incluídos no
cuidado/proteção do sujeito. Assim, mudanças de atitude passam a fomentar o
protagonismo do sujeito atendido. São desa os que não são fáceis de transpor,
mas que devem ser encarados cotidianamente para que alcance as mudanças
tão almejadas pela pro ssão.
De outro modo, os pro ssionais podem fomentar estrategicamente que
o próprio sujeito conquiste e elabore sua autonomia. Para que isso ocorra,
terapeutas ocupacionais têm o desa o de re etirem sobre suas próprias ações
e práticas, sobretudo na necessidade de despertar re exões de todos os ato-
res que estão incluídos no cuidado do sujeito. Assim, mudanças da proteção
paternalista passam a ser a de protagonismo do sujeito atendido.
Outro ponto dilemático para os terapeutas ocupacionais em relação a essas
situações vivenciadas pelos sujeitos em atendimento são as relações familia-
res. Há inúmeras nuances de con itos diários entre esses atores. Por um lado,
algumas vezes os papéis sociais são invertidos no núcleo familiar, a depender
de quem é o sujeito dependente no contexto atual. Questões como qual era
a sua história e seu papel na família? Quais os outros papéis anteriormente
exercidos por ele e que estão sendo assumidos por membros familiares? Essas
e outras questões podem ocasionar impactos no núcleo familiar, e devem ser
considerados e avaliados pelos terapeutas ocupacionais.
Auxiliar o núcleo familiar a compreender o sujeito nessa nova perspectiva
da vida implica em conversarem sobre os princípios bioéticos da autonomia,
a vulnerabilidade, discriminação e preconceito. Por vezes, esses termos são
pouco acessados pelos familiares e os terapeutas ocupacionais tếm a oportu-
nidade de engatilharem re exões para que o sujeito atendido seja cada vez
mais protagonista da sua recuperação. Buscando a valorização sempre que
possível, da manutenção de seus papéis sociais de maneira que o princípio
da bene cência da não male cência seja privilegiado nas relações do núcleo
familiar e amenizem possiveis con itos entre todos.
A equidade é outro desa o ético que remete a re exão da bene cência,
não male cência e da justiça enfrentado por terapeutas ocupacionais. Equi-
dade não é igualdade de oportunidade, é entender que há distintas situações

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vivenciadas pelas diversas pessoas atendidas na clínica da TerapiaOcupacional


e que devem ser respeitadas todas as diferenças de modo equânime parase
atingir a igualdade. Ou seja, a equidade refere-se à necessidade de se tratar
iguais de maneira igual e de maneira desigual o que for desigual para"atingir
a melhor igualdade" (HOSSNE; ZAHER, 2006, p. 15).
Portanto, o olhar atento do terapeuta ocupacional, cuja formação debase
seja pautada nos referenciais da bioética, auxilia-o a re etir sobre asformas
de organização e prioridades de atendimentos respeitando a equidade paraque
não haja male cência e promova a bene cência, principalmente buscandoa
justiça para os sujeitos atendidos. São desa os que não devem serencarados
como ações simplistas ou demasiadamente intransponíveis de se vencer,cabe
ao terapeuta ocupacional problematizar e ponderar todas as suas escolhase
tomada de decisões de forma a não ferir os referenciais bioéticos.
Sabemos que outros campos e cenários de prática, outras situações e
questões éticas e bioéticas se colocam. Por exemplo, quando terapeutasocu-
pacionais se deparam com contextos de injustiça social e encontram barreiras
nos processos de inclusão e participação social da população atendida,decor-
rendo daí questões pertinentes ao raciocínio pro ssional as quais implicam na
adoção de estratégias/métodos de intervenção, os atores e recursos aserem
mobilizados, e, sobretudo, o questionamento de como promover autonomia
e emancipação dos sujeitos que demandam nossas intervenções. Qual papel
ético, técnico e político têm o terapeuta ocupacional? Como garantir acessose
exercício de direitos que se desdobrem em respeito, dignidade e qualidadede
vida cotidiana? Também para estas questões entendemos que a bioéticapode
ser um arcabouço de grande valia para que terapeutas ocupacionais façamde
escolhas pautadas nos referenciais bioéticos.

Considerações nais

Como apontamos neste trabalho, as tensões e dilemas éticos envolvidos


no exercício pro ssional são inúmeros, tanto no que se refere àsintervenções
como ao desenvolvimento de pesquisas, sobretudo, as de natureza qualitativas,
o que impõe ao terapeuta ocupacional a necessidade de re etir sobre seupapel
técnico, ético e político.
A ampliação dos campos assistenciais, a inserção em serviços relacio-
nados a iferentes políticas públicas, a característica da população atendida
pelo terapeuta ocupacional - comumente com autonomia reduzida,vulnerável
e com direitos violados e, além disso, as questões que se colocam na prática
diária com as equipes, familiares e gestores, como exempli cado, tornam 0
debate ético e bioético em Terapia Ocupacional imprescindivel.

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BIOI
ÉTICA NAS PROFISSÕES: ciências da saúdee áreas a ns 181

Nesta direção, entendemos que no âmbito da Terapia Ocupacional as


questões bioéticas devem ser discutidas e problematizadas considerando-se
diferentes dimensões, quais sejam, a da assistência/intervenções, ensino e
pesquisa. Portanto, as re exões acerca dos referenciais bioéticos no cotidiano
dos terapeutas ocupacionais permitem que estejam alertas e ao se depararem
com os dilemas, possam optar por escolhas que direcionem o olhar para a
bene cência e a não male cência, cujas ações apoiem-se na busca por jus-
tiça, tanto em seu sentido de equidade e prioridade, como no de garantia dos
direitos fundamentais e humanos da população atendida.
Ressaltamos que, ao contrário de esgotarmos os debates e re exões
sobre essa temática, buscamos com as contribuições aqui apresentadas, uma
abertura para explorá-la, a partir de perspectivas que devem nos aproximar
de conceitos como solidariedade, respeito, equidade, comprometimento e
responsabilidade, pois entendemos a complexidade do tema em questão para
os Terapeutas Ocupacionais.

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BOETICA
NAS PROFISSOES
GENGAS DA SAUDE E AREAG AAINS

SERIEBOHTGA=VOLUME (0

"[..] A etica pro ssional depende de três instâncias de


moralidade: o código pro ssional, a re exáo bioética eo
estilo coletivo de pensamento e de práticas daquela
pro ssão. Mas se poderia dizer que a Bio¢tica ocupa o
lugar central na eticidade de uma pro ssão, porque
permite na análise e re exão crítica, tanto sobre o
código, quanto sobre o estilo coletivo de pensamento que
condicionam mutuamentee necessitam de uma revisão
periódica. [...] A questão ética fundamental das pro ssões
da saúde é de nida, primordialmente, pela relação de
cuidado que se estabelece, não tanto pelos produtos que
interferem nesta relação. Por isso, a relação não deve estar
atravessada por critérios comerciais de consumo, mas pela
dinâmica do cuidado. Essa perspectiva de ne o exercício
ea prática pro ssional que não pode se deixar corromper
pela visão consumerista. Assim a etica é um elemento
essencial do pro ssionalismo das diferentes pro ssões
abordadas pela obra, parao qual a Bioćticadesempenha
um papel central"(JUNGES, 2019, Prefácio).

ISBN 978-85-444-3317-1
Editora

CRV
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