Legislação Empresarial
Legislação Empresarial
Legislação Empresarial
Ano de Frequência: 3°
Turma: D
i
Folha de Feedback
Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota do
Subtotal
máxima tutor
Capa 0.5
Índice 0.5
Aspectos Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais Discussão 0.5
Conclusão 0.5
Bibliografia 0.5
Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
Articulação e
domínio do discurso
académico
2.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e Revisão
discussão bibliográfica
nacional e
2.
internacionais
relevantes na área de
estudo
Exploração dos
2.0
dados
Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª Rigor e coerência
Referências edição em das
4.0
Bibliográficas citações e citações/referências
bibliografia bibliográficas
ii
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
________________________________________________
iii
Índice
1. Introdução ....................................................................................................................................... 1
iv
1. Introdução
Por tanto, o presente trabalho versa sobre a função dos órgãos das sociedades
comerciais e suas atribuições, proposta com o intuito de uma maior compreensão da matéria
ministrada à turma da disciplina de Legislação Empresarial, a pretender explorar, identificar e
apontar tanto como o conceito doutrinário, bem como as características dos órgãos
mencionados.
1
1.1.Objectivos do Trabalho
2
2. Revisão Literária
2.1.Conceito de Sociedades Comerciais
Para dar início ao conceito de sociedade, Dória (1994, p.157) lembra que “as
primeiras manifestações de sociedade encontram-se na reunião de duas ou mais pessoas que,
combinando esforços e bens, buscam partilhar entre si os resultados da actividade comum”.
O autor afirma, ainda, em outra ocasião, que como o homem se sentiu incapaz de exercer
determinados tipos de actividades individualmente, sentiu a obrigação de se unir a outros
homens para poder atingir determinados objectivos.
Ainda segundo o autor (2008) outro elemento que caracteriza a sociedade são as
pessoas, que servem para abranger todas as possibilidades legais. No caso da sociedade em
nome colectivo, exclusivamente, só podem ser constituídas por pessoas naturais. A sociedade
subsidiária integral só pode ser constituída por pessoas jurídicas e a sociedade em comandita
simples deve ser constituída por pessoas naturais na qualidade de sócios comanditados e por
pessoas naturais ou jurídicas como sócios comanditários.
3
Ainda na visão de Negrão (2008) a sociedade pode ser caracterizada também pela
forma de contribuição, seja com bens e/ou serviços e partilha dos resultados. Para configurar
sociedade, a contribuição pessoal, bem como a partilha dos resultados, são essenciais e
obrigatórias, sob pena de caracterizar sociedade leonina, ou seja, quando o contrato social
atribui a apenas um dos sócios a totalidade dos lucros ou exclui algum dos sócios.
Ainda consultando o C.C, encontramos no art. 987. “Os sócios, nas relações entre si
ou com terceiros, somente por escrito podem provar a existência da sociedade, mas os
terceiros podem prová-la de qualquer modo”.
4
2.1.2. Personalidade Jurídica das Sociedades Comerciais
O capital social da sociedade não tem relação com a fortuna individual ou particular
dos sócios e as obrigações por esta assumidas só os afectam até o limite de suas
responsabilidades, conforme as normas legais prescritas para cada tipo de sociedade.
As sociedades, como pessoas jurídicas que são tornam-se titulares de direitos próprios
independentes dos de seus membros ou sócios. Em suma, as sociedades comerciais
têm direitos, obrigações e patrimónios próprios, distintos dos de seus sócios (Negrão,
2008).
2.2.Tipificação Societária
A sociedade em nome colectivo pode ser entendida como aquela constituída por
pessoas físicas e capazes que respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais.
5
Para Dória (1994) a sociedade em nome colectivo também teve origem na época medieval e
surgiu nas cidades italianas substituindo as antigas sociedades familiares. Reunia, no entanto,
a responsabilidade ilimitada pelos actos administrativos praticados por quaisquer sócios.
Embora as sociedades simples tenham sido consideradas as sociedades mais antigas já
existentes, as normas das sociedades em nome colectivo aparecem em estatutos das
sociedades nas cidades italianas antes mesmo de surgirem as primeiras sociedades simples.
Neste caso, alguns autores defendem que as sociedades em comandita simples são que são as
primeiras de que se têm registo.
Coelho (2007, p.148) reforça afirmando que sociedade em nome colectivo “é o tipo
societário em que todos os sócios respondem ilimitadamente pelas obrigações sociais”.
Qualquer um dos sócios pode ser o administrador e seu nome pode ser usado na composição
do nome empresarial. O autor cita também que os herdeiros que pretendem ingressar na
sociedade, mesmo contra a vontade dos sócios existentes, só poderão entrar se existir cláusula
expressa no contrato social que assim o autorize.
Já para Cozza (2002) a sociedade em nome colectivo é composta somente por pessoas
físicas que respondem ilimitada e solidariamente pelas obrigações sociais.
Dória (1994) faz um breve histórico, relatando que este tipo de sociedade surgiu
quando iniciou o comércio marítimo na Idade Média nas cidades italianas. Trata-se da mais
antiga das sociedades onde eram firmados os contratos de comenda, ou seja, os capitalistas
firmavam um contrato com os capitães de navios, emprestando dinheiro para que estes
capitães comprassem e vendessem mercadorias e dividissem os lucros. Porém, se ao invés de
lucro tivessem prejuízos, os capitães eram obrigados a devolver o montante no valor que foi
emprestado.
6
ilimitada pelas obrigações sociais, e outros, os sócios comanditários, respondem
limitadamente por essas obrigações”.
A sociedade limitada, por ser mais simples e por apresentar uma série de benefícios,
como a limitação da responsabilidade dos sócios ao montante do capital social, vem sendo o
tipo de sociedade mais utilizada actualmente.
Segundo Dória (1994) a sociedade limitada surgiu na Alemanha em 1892, sob o nome
de sociedade de responsabilidade limitada, com a intenção de atingir o comerciante de médio
porte com as vantagens das sociedades de pessoas e das sociedades por acções sem o
inconveniente de ambas. Trata-se da reunião de duas ou mais pessoas debaixo de uma firma
ou denominação social para prática de actividades do comércio, assumindo responsabilidade
solidária de forma subsidiária, pelo total do capital social.
Para Cozza (2002) a sociedade limitada inovou no que diz respeito a administração,
criou o conselho fiscal e a assembleia ou reunião dos sócios. Além disso, na sociedade
limitada quando o capital social ainda não estiver todo internalizado, todos os sócios são
solidariamente responsáveis para com o montante.
Negrão (2008, p.49) reforça dizendo que a sociedade limitada é caracterizada pela
“possibilidade da escolha de sua natureza, de capital ou de pessoa, que se define pela
vontade dos sócios, ao elaborarem as cláusulas do contrato social”.
É o tipo de sociedade mais utilizado pelas grandes corporações, onde o capital social é
fraccionado em acções e cada accionista fica responsável limitadamente até o montante do
capitalque investiu em sua aquisição ou subscrição.
Para Dória (1994) as sociedades em conta de participação têm suas origens nasantigas
sociedades em comandita. Foi recolhida pelo Código Comercial português como associação
em conta de participação em 1833 e transladou para o Código Comercial do Brasil ocupando
os artigos 325 a 328. Este tipo de sociedade é formado quando duas ou mais pessoas, sendo
pelo menos uma comerciante, reúnem-se sem firma social para realizar transacções do
comércio. Sendo assim, não lhe confere personalidade jurídica e por esse motivo, vários
autores não a consideram como sociedade.
Coelho (2007, p.150) afirma que “quando duas ou mais pessoas se associam para um
empreendimento comum, poderão fazê-lo na forma de sociedade em conta de participação,
ficando um ou mais sócios em posição ostensiva e outro ou outros em posição oculta
(chamam-se estes sócios participantes) ”.
Segundo Coelho (2008, p. 206) afirma que quando viu-se os tipos de sociedades,
especialmente as sociedades por quotas e a sociedade anónima, fala-se um pouco sobre os
órgãos sociais, especialmente para explicar sobre a distribuição de competências societárias.
Agora cumpre aprofundar um pouco nesse domínio, oferecendo uma perspectiva mais
alargada de cada órgão e das suas competências específicas, assim como de como interagem
entre si. Esse estudo é fundamental para compreendermos as relações internas da sociedade e
8
a distribuição de competências que irão fundamentar a vinculação da sociedade nos actos
externos.
Os órgãos sociais existem para suprir essa necessidade: eles irão formar, manifestar e
executar a decisão empresarial nos seus diferentes quadrantes de forma estrutural e na forma
de gestão. Pode-se defini-los como as entidades, ou núcleos de atribuição de poderes que
integram a organização interna da sociedade, através dos quais ela forma, manifesta e exerce a
sua vontade de pessoa jurídica (Coelho, 2008, p.202).
Quando falou-se dos tipos de sociedades, neste trabalho de pesquisa, resulta evidente
que nas sociedades de pessoas os órgãos sociais estarão estruturados de forma mais simples,
enquanto nas sociedades de capitais (sobretudo por conta da tutela do crédito e dos sócios
minoritários, e mesmo do interesse público relativamente às sociedades quotadas) resultará
uma estrutura mais complexa. A estrutura, a competência e o funcionamento dos órgãos
sociais irão depender fundamentalmente dos comandos legais, assim como do que determina
o estatuto social quanto ao que se aproximam ou se afastam dos das normas dispositivas
(Coelho, 2008, p. 206).
Conforme Alfredo e Luiz (2017, p. 563) relatam que entre vários critérios possíveis
para estudar-se os órgãos das sociedades comerciais, neste trabalho de pesquisa, ir-se-á propor
essencialmente dois:
Sistema Disjuntivo - Quando cada um dos vários titulares pode exercer isolada e
independentemente, por si só, as funções dos órgãos. Sistema Colegial ou
Conjuntivo - Quando os diversos titulares devem agir colectivamente, segundo a
regra da maioria ou até por unanimidade (Alfredo & Luiz, 2017, p. 563).
Conforme Coelho (2008, p. 199) informa que as funções dos órgãos de uma sociedade
comercial irão variar enormemente de acordo com o tipo de sociedade. De seguida são
descritas as composições dos órgãos das sociedades comerciais e suas funções.
10
O funcionamento dos órgãos de uma sociedade comercial depende de normas
estabelecidas na Lei das S/A, bem como em seu estatuto social (Coelho, 2008, p. 199).
Os deveres e direitos de cada um dos órgãos são definidos por lei, o que aponta para a
existência de uma hierarquia bem definida na operação da companhia, de modo que é a
Assembleia Geral o órgão que está no topo da pirâmide de poder. Isto posto, a Assembleia
Geral está acima do Conselho fiscal e do Conselho de Administração e, esse, acaba se
sobressaindo perante a Diretória (Alfredo & Luiz, 2017, p. 563).
2.3.3. A Assembleia-Geral
A Assembleia-geral é o órgão supremo das sociedades, que tem poderes inclusive para
modificar os estatutos, verificados certos pressupostos. Todavia, é um órgão deliberativo,
competindo as funções executivas e de representação externa ao órgão da administração. A
Assembleia-geral deve reunir ordinariamente, todos os anos, para deliberar (art. 376º/1 CSC).
Pode ainda reunir extraordinariamente sempre que seja convocada por quem de direito
para deliberar sobre matérias da sua competência e que constem da respectiva convocatória.
11
A superioridade hierárquica da Assembleia-Geral pode ser facilmente observada a
partir de uma simples leitura do artigo 121 da Lei das S/A:
Diz a lei que essas espécies se definem pela matéria em votação (LSA, art. 131), ou
seja, quando previstos, na ordem do dia, os temas característicos da assembleia
12
ordinária, é essa espécie a sessão; se previstos outros assuntos, será extraordinária a
reunião de órgão (Coelho, 2018, p. 3).
De acordo com o que dispõe o artigo 142 da Lei das S/A, a função do Conselho de
Administração é, além de destituir os membros da diretória, tecer orientações gerais dos
negócios sociais, fiscalizar e gerir o trabalho dos diretores, além de decidir, quando permitido
em estatuto, sobre emissão de ações, subscrição de bónus e venda de activos (Martins &
Arnoldi, 2014, p. 5). Outras competências também são da administração, não se tratando a
menção acima de um rol taxativo de funções.
Por mais que a assembleia geral seja o órgão soberano, o que se observa na prática é
que essa estrutura democrática vem perdendo o sentido com um caráter ilusório de
democracia nas deliberações assembleares, especialmente em um modelo de capital
concentrado como é a realidade das companhias moçambicanas de capital aberto (Salomão,
2011, p. 77-78) principalmente pela falta de interesse dos acionistas, o que acaba por
13
transferir e concentrar o poder nas mãos do Conselho de Administração para comandar a
companhia (Eiziriki, 2011, p. 304).
2.3.5. A Diretória
Uma diretória deve ser composta por pelo menos dois diretores que, no caso das
sociedades anónimas de capital aberto, serão eleitos pelo Conselho de Administração e,
necessariamente, devem ser pessoas naturais residente no país da companhia (Coelho, 2018,
p. 237).
Será o Conselho Fiscal o órgão responsável por fiscalizar os actos dos administradores
e verificar se seus deveres estão sendo devidamente cumpridos, sendo formado de três a cinco
membros que obrigatoriamente não poderão ser conselheiros ou diretores da empresa
14
(Petrovich & Araújo, 2021) desempenhando um papel de “contrapeso em relação à
administração da companhia” (Kaestner & Kaestner, 2018, p. 26).
Além disso, sua opção como “órgão responsável pela fiscalização interna da
companhia conduz a uma eficiência no disclosure, desenvolvendo o mercado de capitais e
sofisticando as práticas de Governação Corporativa” (Kaestner & Kaestner, 2018, p. 27).
No decorrer do tempo, é comum que haja divergências nas relações entre sócios e
administradores das sociedades. Por tal razão, dentre os diversos tipos de litígios que chegam
diariamente ao Poder Judiciário, destacam-se os litígios societários, que já há algumas
décadas vêm tomando cada vez mais importância e exigem profissionais especializados para
que sejam resolvidos adequadamente e, quando possível, preveni-los (Ana Victória Morello,
2024).
Por fim, este trabalho foi realizado com o intuito de sanar dúvidas que surgem durante
o processo constitutivo de sociedades comerciais, ajudando os contadores que já trabalham na
área ou até mesmo os empresários e outros interessados que são leigos no assunto. Neste
ponto, esclarece-se que a realização deste trabalho foi baseada em leis municipais, estaduais e
em bibliografias que ajudaram a complementar e dar mais credibilidade ao esforço realizado.
16
5. Referências Bibliográficas
Borba, José Edwaldo Tavares. (2010). Direito Societário. (12ª.ed.). Rio de Janeiro: Renovar.
Camargo, André Antunes Soares de. (2015). A Assembleia Geral: Melhor Forma de Solução
de Conflitos Societários? In: Yarshell, Flávio Luiz; Pereira, Guilherme Setoguti Julio.
Processo Societário II. São Paulo: Quartier Latin.
Coelho, Fábio Ulhoa. (2008). Curso de Direito Comercial. (12ª.ed.). Volume 2. São Paulo:
Saraiva, p. 202.
Coelho, Fábio Ulhoa. (2018). Assembleias Gerais de Sociedade Anônima em meio eletrônico.
Revista Eletrônica Da Faculdade De Direito da PUC-SP, São Paulo. Disponível na
Internet em: https://revistas.pucsp.br/index.php/red/article/download/737/504. Acesso
em 17.08.2024, p.3.
Cozza, Mário. (2002). Novo código civil: do direito de empresa. Porto Alegre: Síntese.
Dória, Dylson. (1994). Curso de direito comercial. (9ª.ed.). São Paulo: Saraiva.
Eiziriki, Nelson. (2011). A lei das S.A. comentada. Volume 1, artigos 1o a 120. São Paulo:
Quartier Latin.
Lamy Filho, Alfredo; Bulhões Pedreira, José Luiz. (2017). Direito das Companhias. (2ª.ed.).
Forense, Rio de Janeiro, p. 563.
Leães, Luiz Gastão Paes de Barros. (2015). A Instalação e a Constituição do Conselho Fiscal.
In: Yarshell, Flávio Luiz; Pereira, Guilherme Setoguti Júlio. Processo Societário II.
São Paulo: Quartier Latin.
Negrão, Ricardo. (2008). Direito empresarial: estudo unificado. São Paulo: Saraiva.
17
Oliveira, Daniele de Lima de. (2008). Deveres e responsabilidade dos administradores da s/a.
159 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Direito Empresarial, Pontifícia Universidade
Católica – Puc-Sp, São Paulo.
Salomao Filho, Calixto. (2011). O novo direito societário. (4ª.ed.). São Paulo: Malheiros.
18