Aspetos fiscais dos direitos de autor - José Alberto Pinheiro Pinto e Cristina Pinto - DIS10120 - Maio 2020 - OCC
Aspetos fiscais dos direitos de autor - José Alberto Pinheiro Pinto e Cristina Pinto - DIS10120 - Maio 2020 - OCC
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FICHA TÉCNICA
Não é permitida a utilização deste Manual, para qualquer outro fim que não
o indicado, sem autorização prévia e por escrito da Ordem dos Contabilistas
Certificados, entidade que detém os direitos de autor.
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Aspetos fiscais dos direitos de autor
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
Índice
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Aspetos fiscais dos direitos de autor
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
ACRÓNIMOS
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Aspetos fiscais dos direitos de autor
ORDEM DOS CONTABILISTAS CERTIFICADOS
1. Introdução
Sendo o objetivo da formação cujo presente manual visa apoiar a análise das
especificidades fiscais do direito de autor, importará fazer um breve enquadramento do
tema, abordando alguns aspetos jurídicos, mesmo que de uma forma superficial.
O direito de autor não incide sobre um bem corpóreo, mas sim sobre um bem de
natureza imaterial. Contrariamente ao que acontece nos direitos reais, em que o
exclusivo do aproveitamento da coisa corpórea é assegurado pelo controlo resultante
da sua posse, o direito de autor consiste apenas na reserva legal do aproveitamento
do bem que é conferida ao autor, uma vez que qualquer pessoa tem igualmente a
possibilidade fáctica de aproveitar da obra intelectual (vide a obra “Direito de Autor”, de
Luís Menezes Leitão).
Note-se que o direito de autor incide sobre a obra intelectual enquanto criação do
espírito, não se confundindo com o direito sobre o seu suporte corpóreo, o qual possui
antes a natureza de um direito de propriedade.
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2. Enquadramento jurídico
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Do mesmo modo, um pintor não perde os seus direitos de autor, mesmo que o
quadro seja destruído, não dando isso o direito aos outros pintores de o copiar.
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Sobre esta temática, conclui Menezes Leitão na sua obra que “o direito de autor
não depende da existência de suporte material. Efetivamente, ao contrário do que
sucede noutros sistemas jurídicos, no ordenamento português o direito de autor sobre
a obra é independente de qualquer fixação ou materialização em determinado suporte,
subsistindo independentemente deste.”
Sendo a obra uma criação intelectual, não há qualquer dúvida que terá de revestir
caráter criativo, não sendo objeto de proteção nem as cópias de outras obras, nem as
meras descrições de factos ocorridos, como as simples informações.
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d) Os discursos políticos.”.
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Importa analisar o caso concreto da obra feita sob encomenda ou por conta de
outrem.
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Feito que está um breve enquadramento jurídico do direito de autor e dos direitos
conexos, importará fazer uma análise das suas especificidades em matéria fiscal,
concretamente em sede de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares
(IRS) e de Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA).
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3.1 Enquadramento
No que respeita à tributação das pessoas singulares dos direitos de autor, será
relevante analisar as normas de incidência de três categorias distintas:
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(…)
A este propósito, Rui Duarte Morais, na sua obra “Sobre o IRS” salienta que:
“classicamente, obras protegidas seriam criações do espírito humano nos domínios
literário, artístico e científico. Hoje, avultam, em termos de importância económica,
outras criações – cuja proteção se procura lograr dentro dos quadros do direito de
autor –, em especial no domínio das informática (software) e, também, os chamados
direitos conexos (direitos dos artistas intérpretes ou executantes, dos produtores
fonográficos e videográficos e dos organismos de radiodifusão sonora ou visual).”
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4 – (Revogado)”
Este benefício consiste numa isenção parcial, pois somente 50% dos rendimentos
escapam à tributação, e subjetiva, atendendo a que, apesar de se referir aos
rendimentos da propriedade literária, artística e científica, para ficarem abrangidos
pelo benefício têm de ser auferidos pelos titulares originários dos direitos de autor.
Com base no disposto na alínea ii) do artigo 4.º desta Lei, a Assembleia da
República autorizou o Governo a dar tratamento especial, em sede de IRS, aos
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titular originário serão considerados no englobamento para efeitos do IRS apenas por
50% do seu valor.
Pela Lei n.º 10-B/96, de 23 de março, foi novamente alterada a redação do artigo
45.º do EBF, passando a ter a seguinte redação:
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Por último, o legislador afasta, de forma inequívoca, do benefício fiscal, para além
das obras de arquitetura e publicitárias — que mantém de fora —, apenas as obras
escritas que não tenham “caráter literário, artístico ou científico”.
Pela Lei n.º 127-B/97, de 20 de dezembro, foram feitas novas alterações a esta
disposição.
Por outro, o n.º 1 passou a ter a seguinte redação (sendo o sublinhado o texto
aditado):
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Pelo Decreto-Lei n.º 198/2001, é alterado novamente o n.º 1 do, agora, artigo 56.º,
quanto ao tempo verbal. Onde se lia “serão considerados no englobamento para
efeitos de IRS (...)” passa a ler-se “(...) são considerados no englobamento para
efeitos de IRS”.
Em 2004, pela Lei n.º 55-B/2004, que aprovou o Orçamento do Estado para 2005,
introduziram-se mais alterações ao artigo 56.º.
O n.º 3 é reintroduzido no preceito, mas não nos mesmos termos, uma vez que o
montante excluído do englobamento não pode, agora, exceder os € 27 194, o que não
constitui uma mera conversão em euros do montante anteriormente estipulado com a
Lei n.º 10-B/96, de 23 de março, mas uma redução deste montante, que correspondia
a 6 000 000$ (€ 29 927).
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Esta mesma lei altera novamente o n.º 3, reduzindo o montante que se permite
excluir do englobamento, passando o valor máximo a ser de € 20 000.
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III – Em regra, porque não são criadas nem apreciadas como arte, não podem ter-
se como obras literárias as participações, como comentador, entrevistador ou
debatente, em programas de estações televisivas e de radiodifusão.” (sublinhado
nosso)
Neste mesmo sentido, segue a doutrina da AT, vertida na Informação n.º 12/03,
de 12 de junho de 2003, do Gabinete do Diretor Geral dos Impostos.
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IV – Em regra, porque não são criadas nem apreciadas como arte, não podem ter-
se como obras literárias as crónicas publicadas num jornal, pelo que os rendimentos
auferidos pela sua autoria não podem beneficiar da não sujeição parcial dita em I.”
(sublinhado nosso)
Neste mesmo sentido, segue a doutrina da AT, vertida na Informação n.º 12/03,
de 12 de junho de 2003, do Gabinete do Diretor Geral dos Impostos.
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Nos termos do n.º 2 do artigo 157.º do CDADC, "a alienação da obra de arte
envolve, salvo convenção expressa em contrário, a atribuição do direito de a expor."
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Regime simplificado
Retenção na fonte
Saliente-se, ainda, que caso seja aplicável o benefício fiscal previsto no artigo 58.º
do EBF, atrás referido, a retenção far-se-á apenas sobre metade do rendimento [cf.
alínea b) do n.º 1 do artigo 101.º-D do Código do IRS].
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Se, porém, quem cede o direito, o fazendo temporariamente, não for o titular
originário, mas um terceiro, o rendimento que daí advenha é qualificado como
rendimento de capitais (categoria E).
(…)
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Tal como refere Xavier de Basto, na sua obra “IRS: Incidência real e determinação
dos rendimentos líquidos”, a propósito destes rendimentos: “não sendo auferidos pelo
titular originário não podem agora ser imputados ao seu ‘engenho’ e ao seu trabalho”,
pelo que são de afastar da categoria B.
Caso não seja feita a retenção a título definitivo (o que ocorre quando o
rendimento é pago por entidade não residente ou sem contabilidade organizada), a
tributação far-se-á à mesma taxa de 28%, mas por aplicação de taxa especial – cf.
alínea d) do n.º 1 do artigo 72.º do Código do IRS.
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Aspetos fiscais dos direitos de autor
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(…)
Caso o rendimento fosse obtido pelo titular originário, já o rendimento seria, como
atrás dissemos, enquadrado na categoria B.
Estabelece-se no n.º 2 do artigo 43.º do Código do IRS que o saldo apurado entre
as mais-valias e as menos-valias, positivo ou negativo, é apenas considerado em
apenas 50% do seu valor.
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Este rendimento está sujeito a uma taxa fixa de 28% [cf. alínea c) do n.º 1 do
artigo 72.º do Código do IRS], podendo, contudo, o sujeito passivo optar pelo respetivo
englobamento (cf. n.º 12 do mesmo artigo).
Caso seja exercida a opção pelo englobamento, fica o sujeito passivo obrigado a
englobar todos os rendimentos da categoria G, tal como previsto no n.º 5 do artigo 22.º
do Código do IRS.
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4.1 Enquadramento
Assim, no que se refere à localização das operações haverá que atender à regra
geral prevista no n.º 6 do artigo 6.º do Código do IVA, que no fundo, são duas regras
gerais, uma para adquirentes que sejam sujeitos passivos do IVA e outra para
adquirentes particulares.
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b) Uma pessoa que não seja sujeito passivo, quando o prestador tenha no
território nacional a sede da sua atividade, um estabelecimento estável ou, na sua
falta, o domicílio, a partir do qual os serviços são prestados.”
Caso, por exemplo, a cedência seja feita a favor de uma sociedade espanhola
(sujeito passivo de IVA em Espanha), a prestação de serviços não se localiza em
Portugal (mas sim em Espanha), pelo que não será aqui sujeita a imposto.
Não obstante a sujeição, haverá que estudar se poderá a operação estar isenta
de IVA.
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(…)
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Pelo Decreto-Lei n.º 102/2008, de 20 de junho, foi feita a renumeração das várias
alíneas do artigo 9.º do Código do IVA, passando a anterior 17) a ser a nova 16).
Face à redação anterior, é acrescentada a expressão "ou ainda por terceiros, por
conta deles, salvo quando o autor for pessoa coletiva".
Por força da Lei do Orçamento do Estado para 2013, a alínea 16) do artigo 9.°
passou a ter a seguinte redação:
Com esta alteração, a alínea 16) do artigo 9.° do Código do IVA passa a
contemplar as pessoas coletivas como suscetíveis de beneficiar da isenção nas
condições nele previstas. Assim, a transmissão do direito de autor e a autorização
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Pela Lei do Orçamento do Estado para 2014, a alínea 16) do artigo 9.º passou a
ter a seguinte redação:
De harmonia com o n.º 2 do artigo 185.° da Lei n.º 83-C/2013, esta nova redação
tem natureza interpretativa.
Pela Lei do Orçamento do Estado para 2016 foi alterada a alínea 16) do artigo 9.º
do Código do IVA, passando esta a abranger as entidades de gestão coletiva do
direito de autor e dos direitos conexos, no que respeita aos montantes por elas
recebidos que se destinem a fins sociais, culturais e de investigação e divulgação dos
direitos de autor e direitos conexos, desde que a respetiva consignação ou afetação
seja imposta por lei.
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De acordo com este ofício, a alínea 16) do artigo 9.° do Código do IVA respeita
apenas a pessoas singulares ou coletivas que sejam titulares originários da vertente
patrimonial do direito de autor, assim como os herdeiros ou legatários daqueles,
excluindo-se da isenção todas as restantes entidades que não sejam titulares
originárias de um direito de autor.
Sobre este último aspeto, conclui-se que, pese embora o elemento literal da
redação vigente entre 1 de janeiro e 31 de dezembro de 2012 excluísse da isenção as
pessoas coletivas, o princípio da neutralidade fiscal, em que se alicerça o sistema
comum do IVA, obsta a uma discriminação entre pessoas singulares e pessoas
coletivas que pratiquem operações objetivamente isentas. Assim, e à luz daquele
princípio, a isenção prevista na alínea 16) do artigo 9.° deve ser reconhecida, durante
o referido período temporal, também às pessoas coletivas que sejam titulares
originárias do direito de autor.
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Sobre esta matéria, veja-se a Ficha Doutrinária da AT, no processo n.º 9847, de
26 de janeiro de 2016.
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Dito de outra forma, a atribuição originária do direito de autor, por convenção entre
as partes, conforme previsto no n.º 1 do artigo 14.º do CDADC, distingue-se da
transmissão desse direito ou da autorização para utilização de obra (a que se referem
as alíneas a) e b) do artigo 40.º do CDADC), não integrando, pois, o âmbito de
aplicação da isenção prevista na alínea 16) do artigo 9.º do Código do IVA.
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De acordo com o n.º 2 do artigo 9.º do CDADC, o autor tem o direito exclusivo de
dispor da sua obra e de fruí-la e utilizá-la, ou autorizar a sua fruição ou utilização por
terceiro, total ou parcialmente. Estabelece, por seu turno, o artigo 40.º deste mesmo
diploma legal, que o titular do direito de autor pode: (i) autorizar a utilização da obra
por terceiros, e (ii) transmitir ou onerar, no todo ou em parte, o conteúdo patrimonial do
direito de autor sobre essa obra.
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a mesma seja divulgada, publicada, utilizada ou explorada por qualquer processo (vide
artigo 41.º do CDADC), nomeadamente, por qualquer das formas/processos de
utilização previstos no artigo 68.º do CDADC. Como seja o caso de: (i) publicação pela
imprensa ou por qualquer outro meio de reprodução gráfica; (ii) representação,
recitação, execução, exibição ou exposição em público; (iii) qualquer forma de
distribuição do original ou de cópias da obra (tal como a sua venda ou aluguer); (iv)
tradução, adaptação da obra, etc..
Por seu turno, quando se trate da transmissão do próprio direito de autor, o titular
renuncia, na íntegra, ou parcialmente, mas a título definitivo, aos direitos de índole
patrimonial que possui sobre a obra intelectual.
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Tal isenção estava prevista na alínea 19) do artigo 9.º do Código do IVA, em que
se previa:
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desde que este tenha adquirido esses bens no interior da União Europeia, em
qualquer uma das seguintes condições:
- A outro sujeito passivo, desde que a transmissão feita por este tenha sido
isenta de imposto, ao abrigo da alínea 33) do artigo 9.º do Código do IVA, ou
de disposição legal idêntica vigente no Estado membro onde tiver sido
efetuada a transmissão;
- A outro sujeito passivo, desde que a transmissão feita por este tenha tido por
objeto um bem de investimento e tenha sido isenta de imposto, ao abrigo do
artigo 53.º do Código do IVA, ou de disposição legal idêntica vigente no
Estado membro onde tiver sido efetuada a transmissão;
- A outro sujeito passivo revendedor, desde que a transmissão dos bens por
esse outro sujeito passivo revendedor tenha sido efetuada ao abrigo do
regime da margem, ou de regulamentação idêntica vigente no Estado
membro onde a transmissão dos bens tiver sido efetuada.
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Nas situações em que uma entidade – editora de livros, por exemplo – adquire
direitos de autor com vista à edição e comercialização de obras, levanta-se o problema
das respetivas implicações em IRC, designadamente quanto a saber-se como é que
os inerentes dispêndios influenciam os lucros tributáveis.
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Identificabilidade
(a) For separável, i.e. capaz de ser separado ou dividido da entidade e vendido,
transferido, licenciado, alugado ou trocado, seja individualmente ou em conjunto com
um contrato, ativo ou passivo relacionado, independentemente da intenção da
entidade de o fazer; ou
Por regra, uma aquisição de direitos de autor satisfaz os requisitos impostos com
vista à inclusão do dispêndio no ativo da adquirente, pelo que, em tal caso, assim deve
ser contabilisticamente reconhecido.
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No caso de ativos intangíveis com vida útil finita, a NCRF 6 impõe a fixação do
número de anos de vida útil e a amortização do ativo ao longo da vida útil, numa base
sistemática.
Tratando-se de ativos intangíveis com vida útil indefinida – o que, como se diz no
§ 89 da NCRF 6, não significa vida útil infinita –, manda o § 105 da Norma que sejam
amortizados num período máximo de 10 anos.
Saliente-se que, pela Lei do Orçamento do Estado para 2020, foi alargado o
regime comummente designado de Patent Box aos direitos de autor sobre programas
de computador.
a) Patentes;
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BIBLIOGRAFIA
BASTO, José Guilherme Xavier de, IRS – Incidência Real e Determinação dos
Rendimentos Líquidos, Coimbra Editora, Coimbra, Setembro 2007
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