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FORMAÇÃO EM

AÇÃO DISCIPLINAR
Língua Portuguesa
1. DINÂMICA INICIAL
- Dois círculos concêntricos: questões
problematizadoras sobre a temática de
discussão da formação: gênero, discurso,
texto, esferas de circulação, práticas
discursivas, enfim, orientações teóricas e
metodológicas que norteiam o ensino da
linguagem.
Pós-dinâmica
• Refletir/comentar, junto com os professores,
sobre o conteúdo das questões, que
respostas receberam, se há algo que querem
complementar a respeito das questões
trabalhadas na dinâmica.
PESQUISA REALIZADA COM PROFESSORES DO
PARANÁ: TEMA PARA FORMAÇÃO
ESCRITA
Ninguém consegue escrever bem, se não
souber bem o que vai escrever. Então, leitura,
oralidade e escrita são práticas discursivas
complementares...
2. Leitura do texto
COSTA-HÜBES, Terezinha da Conceição e GEDOZ,
Sueli. Concepção sociointeracionista de
linguagem: percurso histórico e contribuições
para um novo olhar sobre o texto. In: Revista
Trama, vol. 8, número 16 – 2º semestre 2012,
p. 125 a 138.
Neste artigo há um texto a ser
explorado:
• Texto de Lya Luft: Separação, o drama de todos.
• Solicitar leitura e análise, a partir dos
encaminhamentos do sociointeracionismo
discursivo e dos elementos que emprestam
relativa estabilidade ao gênero: conteúdo
temático, estrutura e estilo, perpassados pelas
condições de produção.
• Em dupla ou trio (uns 10 minutos): analisar cada
um destes elementos e o que poderia ser
trabalhado/explorado a partir de cada um.
Elementos que emprestam relativa
estabilidade ao gênero discursivo:
a) Conteúdo Temático:

b) Estrutura ou construção composicional:

c) Estilo:
Elementos que emprestam relativa
estabilidade ao gênero discursivo:
a) Conteúdo Temático: reconhecimento do tema,
intenções, finalidades/intencionalidades,
interlocutores, vozes sociais, ideologias, suporte/
esfera de circulação do texto.
b) Estrutura ou construção composicional: tese e
argumentos, paragrafação, sequências
argumentativas/dissertativas, grau de
objetividade/subjetividade.
c) Estilo: grau de formalidade/informalidade,
preferências lexicais e gramaticais, pontuação,
concordâncias, regências, coesão e coerência...
Desatando alguns nós!

Reflexão
Existe na nossa cultura escolar, no que diz respeito ao ensino
de língua, uma ideia muito entranhada e que precisa ser
veementemente exposta e combatida. É a noção de que “o
que importa é comunicar”, de que “se a mensagem foi
transmitida, tudo bem”, mesmo que o texto esteja repleto de
erros de ortografia, concordâncias não normativas etc. É
fundamental deixar bem claro aqui que não, não e não —
essa é uma visão muito pobre e mesquinha do que é a língua
e dos mecanismos sociais que a envolvem. Repetir essa ideia
é algo extremamente prejudicial para uma boa educação
linguística. [...]
http://stellabortoni.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=4199:marcos-bagno-escreve-sobre-a-
necessidade-de-se-ensinar-nossos-alunos-a-usar-bem-a-lingua&catid=45:blog&Itemid=1
• A escola tem a função de ensinar a norma
linguística de maior prestígio junto à sociedade, a
norma culta ou padrão, principalmente na
modalidade escrita e não, propriamente, a língua
em si.
Sírio Possenti
Texto
“[...] o texto é um objeto complexo que envolve
não apenas operações linguísticas como também
cognitivas, sociais e interacionais”.

KOCH, Ingedore Villaça.


Exemplo 1: Não basta saber que o PARE é um verbo regular da primeira conjugação
que se encontra no modo imperativo afirmativo, e cuja significação é “deter o
movimento de”, “deixar de mover(-se)”. Precisamos do seu contexto de produção.
Documentos Orientadores da disciplina de LP
Qual é a importância destes
documentos?
• São documentos NORTEADORES, ou seja,
apontam para onde devemos chegar.
• Se soubermos exatamente onde deveremos
chegar, então, nosso planejamento reflete
esta consciência e trabalhamos, exatamente,
para alcançar os critérios e expectativas de
aprendizagem.
Conteúdos de LP na DCOE
• Conteúdo Estruturante
• Conteúdos Básicos
• Conteúdos Específicos

*Práticas discursivas não são conteúdos, mas


através das quais os conteúdos são
trabalhados.
O exercício da escrita leva em conta a relação entre o uso e o
aprendizado da língua.
DCOE – LP - ESCRITA

O texto é o elo de interação social (Gêneros discursivos) como


forma de atuar e interagir no mundo.

Escreve-se e fala-se para convencer, vender, negar,


instruir etc.

Modo interlocutivo – Ter o que dizer;


Razão para dizer; Interlocutores para quem dizer.

Planejar
Escrever
Reescrever
Caderno Expectativas – SEED/PR
BNCC - oralidade
BNCC - leitura
BNCC – escrita
BNCC – conhecimentos
linguísticos e gramaticais
BNCC – Educação Literária
Compreende as práticas de linguagem
relacionadas à interação e à autoria do texto
Escrita BNCC
escrito.

Expressar a posição em um artigo de opinião,


escrever um bilhete, relatar uma experiência
vivida, registrar rotinas escolares, regras e
combinados, registrar e analisar fatos do cotidiano
em uma crônica, descrever uma pesquisa em um
relatório, registrar ações e decisões de uma
reunião em uma ata, dentre outros.
Escrita

Uso e reflexão
Refletir sobre as situações
Uso e reflexão
sociais em que se escrevem
textos, a valorização da Analisar gêneros em termos
Uso e reflexão
escrita e a ampliação dos das situações nas quais são
conhecimentos sobre as produzidos e dos Refletir sobre aspectos
práticas de linguagem nas enunciadores envolvidos; sociodiscursivos, temáticos,
quais a escrita está presente; composicionais e estilísticos
dos gêneros a serem
produzidos;
Escrita

Uso e reflexão
O desenvolvimento de
estratégias de planejamento, Uso e reflexão
revisão, reescrita e avaliação
de textos, considerando-se sua
A utilização da reescrita
adequação aos contextos em
que foram produzidos e o uso como uma prática
Uso e reflexão
da variedade linguística
indispensável ao
apropriada a esse contexto; os
enunciadores envolvidos, o desenvolvimento da A reflexão sobre os Uso e reflexão
gênero, o suporte, a esfera de produção textual recursos linguísticos e
circulação e a variedade escrita; multimodais O desenvolvimento da
linguística que se deva/queira empregados nos textos, autoria, como um
acatar;
considerando-se as conhecimento
convenções da escrita e proveniente da reflexão
as estratégias sobre a própria
discursivas planejadas experiência de
em função das produção de textos, em
finalidades pretendidas; variados gêneros e em
diversas situações de
produção.
Prática da escrita

Planejar Escrever Reescrever

Ter o que dizer;

Escrever
Razão para dizer;
para:
Interlocutores para quem
dizer.
O trabalho com as práticas discursivas da oralidade,
da leitura e da escrita são indissociáveis:

Leitura

Reescrita Escrita

PRÁTICA Processo
DIALÓGICA
“Só o vai e vem do texto permite
a aprendizagem, o investimento,
Escrita Reescrita
a descoberta de novos
caminhos.”
Lívia Suassuna
Leitura
Realizar atividades significativas – para se
dizer algo por meio da escrita é pensar no
outro, “alguém seleciona alguma coisa a ser
dita a um outro alguém” (ANTUNES, 2003).
• As produções precisam cumprir diferentes funções
comunicativas, por isso, constituem-se a partir de diferentes
gêneros, de diversas esferas de circulação:
• Conforme Bakhtin (2000, p. 279), “gêneros
são tipos relativamente estáveis de
enunciado”.

• E ainda, “a riqueza e a variedade dos gênero


do discurso são infinitas, pois a variedade
virtual da atividade humana é inesgotável...”
(Id.Ibid).
Forma
composicional

Gênero
discursivo
Estilo
Texto (Aspectos
Conteúdo discursivos,
temático textuais e
linguísticos)
Leitura em grupo de 4 pessoas
CAVALCANTE, Urbano e TORGA, Vânia Lúcia
Menezes. Língua, Discurso, Texto, Dialogismo
e Sujeito: compreendendo os gêneros
discursivos na concepção dialógica, sócio-
histórica e ideológica de língua(gem). In.
Congresso Nacional de Estudos Linguísticos,
Vitória, ES, outubro 2011.
Atividade em grupo:
• Cada grupo fica responsável por apresentar um
dos conceitos do texto:
1. Enunciado
2. Língua
3. Discurso
4. Texto
5. Dialogismo
6. Sujeito
7. Gêneros discursivos
Livro:
Muito além da gramática: para um
ensino de línguas sem pedras no
caminho, de Irandé Antunes.

O livro retoma um assunto muito


comum entre os estudiosos da língua,
pois debate o ensinar ou não ensinar
gramática nas aulas de língua
portuguesa.
Mitos e verdades

Com base no Capítulo IV, Língua e


gramática não são a mesma coisa, de
Antunes, vamos desmistificar a
compreensão de língua e gramática.
• A língua é constituída de um único componente.
()M ()V
• Saber uma língua equivale a saber sua gramática.
()M ()V
• Para ser eficaz comunicativamente, não basta
saber apenas as regras específicas da gramática.
( )M ( )V
• Saber a gramática de uma língua equivale a
dominar totalmente essa língua. ( ) M ( ) V
• O estudo de uma língua é o estudo de sua
gramática. ( ) M ( ) V
• A gramática, sozinha, é incapaz de preencher as
necessidades interacionais de quem fala,
escuta, lê ou escreve textos. ( ) M ( ) V
• Língua e gramática se equivalem. ( ) M ( ) V
• É o conjunto – léxico e gramática -,
materializado em textos, que permite a
atividade significativa de nossas atuações
verbais. ( ) M ( ) V
Um olhar discursivo
sobre a gramática:
A linguagem: discurso
como prática social
 Atividade discursiva no texto:
Função das classes gramaticais

 A função do verbo como elemento nuclear da predicação;


 A função do substantivo no processo de referenciação;
 A função do advérbio: modificador e circunstanciador;
 O uso dos artigos, dos pronomes pessoais,
demonstrativos e possessivos na continuidade
referencial do texto.
 A função das conjunções, das preposições, dos
advérbios e de suas respectivas locuções na articulação
e na conexão do sentido entre o que vem antes e o que
vem depois em um texto;
 Atividade discursiva no texto:
Coesão e coerência/elementos semânticos e de
efeitos de sentido

 A associação semântica entre as palavras e um texto e


seus efeitos para a coesão e a coerência pretendidas;
 A função coesiva entre segmentos textuais;
 Os efeitos de uso de certas expressões que revelam a
posição do falante em relação ao que diz (ou uso de
expressões modalizadoras);
 A divisão do texto em parágrafos conforme a
distribuição dos tópicos desenvolvidos;
 Recursos gráficos: Os efeitos do uso dos sinais de
pontuação e de outros recursos gráficos como: aspas,
travessões, parênteses, itálico, negrito etc.;
 Atividade discursiva no texto
Recursos estilísticos/figuras de linguagem

 Os efeitos do uso das figuras de linguagem e de certas


expressões com valor homonímico, metafórico e
metonímico (efeitos de encantamento, de humor, de
ironia, de ambiguidade etc.);

 Os efeitos esperados pela repetição de palavras ou de


outros segmentos do texto;

 As formas de intitular ou de legendar um texto ou o


tópico de um texto, conforme as pretensões interacionais
escolhidas;
 Atividade discursiva no texto
Recursos lexicais e variação linguística

 As especificidades (prosódicas, lexicais, sintáticas,


textuais e pragmáticas) da organização do texto oral
formal;
 Os procedimento e as marcas linguísticas típicas da
conversação;
 As especificidades (lexicais, sintáticas, textuais e
pragmáticas) da organização textual escrita;
 As particularidades (lexicais, sintáticas e textuais) do texto
em registro formal e informal;
O Português Brasileiro - PB

GRAMÁTICAS
O que considerar no ensino do português
brasileiro?*
“[...] o nome que se dá a uma língua é uma questão de natureza
muito mais política, ideológica, cultural do que propriamente
linguística. [...] se até hoje chamamos nossa língua simplesmente
de português, esse rótulo não deve nos iludir: brasileiros e
portugueses falam duas línguas diferentes, muito aparentadas, é
claro, mas com elementos gramaticais suficientemente distintos
para que sejam consideradas já como duas línguas pertencentes
a uma mesma família linguística: a família linguística portugalega,
[...].

* BAGNO, Marcos. Gramática de Bolso do Português Brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2013.
Características do vernáculo brasileiro mais geral
em contraste com a norma padrão prescritiva:

• A função da escola é ensinar o que as pessoas não


sabem: ninguém precisa ensinar um brasileiro a dizer ‘eu
conheço ela muito bem’, porque essa regra faz parte da
gramática da nossa língua materna. Mas é preciso ensinar
explicitamente a regra ‘eu a conheço muito bem’, porque
ninguém aprende a falar assim em casa.

BAGNO, Marcos. Gramática Pedagógica do Português Brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.
Características do vernáculo brasileiro mais geral
em contraste com a norma padrão prescritiva

• Além disso, o contraste entre o PB contemporâneo e a


norma-padrão tradicional é importante para que, no
processo de escolarização, os aprendizes tomem
conhecimento do caráter eminentemente instável de
qualquer língua humana e sobretudo da sua. A língua
é instável porque a sociedade é instável. Tudo o que é
humano está sujeito permanentemente à variação e à
mudança. E nada é mais humano do que a língua que
falamos.[...]
BAGNO, Marcos. Gramática Pedagógica do Português Brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.
Certo ou errado? Onde, quando, por quê?
Um exemplo:
A - pego, particípio popular brasileiro de pegar. [Só os incultos empregam este termo.]
(Dicionário contemporâneo da língua portuguesa - mais conhecido como Caldas
Aulete), 1958.

B – pegar apresenta duplo particípio: pegado, pego


(Dicionário Houaiss da língua portuguesa, 2001.)

Por isso, antes de sair por aí acusando as pessoas de “falar errado”, é bom pensar duas
vezes. Afinal, o certo de hoje foi errado ontem, e o errado de hoje pode muito bem se
tornar o certo de amanhã.[...]
Enquanto uma língua for falada, ela vai sofrer variação e mudança. [...] E é sempre
bom lembrar: não é ‘a língua’ que muda – somos nós, seres humanos falantes, que
transformamos a língua, mesmo sem ter consciência disso[...]
Outra coisa importante: a mudança linguística não é para melhor nem para pior, é
simplesmente mudança.
BAGNO, Marcos. Gramática Pedagógica do Português Brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.
Fala e escrita:
mais semelhanças do que diferenças

Entre língua falada e língua escrita existem muito mais


semelhanças do que diferenças. De fato, essas duas
modalidades de uso da língua só diferem quanto às
condições de produção: a fala é produzida e revisada ao
mesmo tempo, ao vivo, em alto e bom som, enquanto a
escrita permite que a produção e revisão ocorram em
momentos distintos.[...]

BAGNO, Marcos. Gramática Pedagógica do Português Brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.
O que existe são textos que se configuram,
predominantemente, num determinado gênero, mas nunca
integralmente nele. Qualquer manifestação da nossa
faculdade de linguagem é, repito, híbrida: em qualquer
texto falado ou escrito fazemos usos amplamente variados
dos múltiplos recursos que a língua nos oferece. Num
mesmo texto em que encontramos certas marcas de um
extremo monitoramento do discurso também podemos
encontrar regências verbais, concordâncias, colocações
pronominais e outros usos que escapam do que é prescrito
pela norma-padrão tradicional, que deveria supostamente
guiar essas manifestações escritas.
BAGNO, Marcos. Gramática Pedagógica do Português Brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.
Exemplos:

1) Acreditava-se que somente quando se abandona a vida doméstica


e os laços afetivos para tornar-se um eremita ou andarilho é que se
conseguem as respostas para a busca espiritual [...] Koans: são
uma espécie de pegadinhas, sem respostas lógicas, usadas para
treinar a mente: ‘que som é produzido quando se bate palmas com
uma mão só?’
(Caco de Paula, Superinteressante, março 2002, p.40 e 42).

2) Uma sociedade que tem medo de tais momentos, que não é capaz
de compreendê-los, é uma sociedade que procura reduzir a política a
um mero acordo referente às leis que temos e aos meios que
dispomos para mudá-los[...]
(Vladimir Safatle, A esquerda que não teme dizer seu nome, São Paulo: Três estrelas, 2012, p.48).

BAGNO, Marcos. Gramática Pedagógica do Português Brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.
Exemplos:

3) No Semiárido, onde as condições são bem menos


favoráveis, o aumento dos recursos destinados a
financiar a agricultura familiar e o empreendedorismo dos
pequenos ajudam a mudar a vida das pessoas.
(Gerson Freitas Jr, Carta Capital, 15/12/2010, p.30).

4) Juntas, a Azul e a Trip irão atender diretamente a 73%


do público usuário de transporte aéreo no País, com uma
malha abrangente e um serviço com o mesmo padrão de
qualidade que você conhece. No total, as companhias irão
atender 29% de todas as decolagens realizadas a cada
dia no Brasil.
(Bem-vindo a bordo, revista de bordo da Azul, n. 14, 2012, p. 37).

BAGNO, Marcos. Gramática Pedagógica do Português Brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.
5) Provavelmente receberá como resposta uma listagem
de quase toda a informação disponível e, se não dispor de
tempo para seleção e filtragem, provavelmente será
esmagado pelo excesso de informação [...] Afinadíssimo
com as mais recentes pesquisas arqueológicas e
antropológicas, passa longe dos preconceitos de que não
podem haver ideias dignas desse nome na mente dos
‘primitivos’[...]

(Elias Thomé Saliba, historiador, professor da USP, O Estado de S. Paulo, 19/12/2004, caderno 2, p.
D4).

BAGNO, Marcos. Gramática Pedagógica do Português Brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.
Questões a repensar...

• Também se cristalizou na cultura ocidental uma dupla


de sinônimos, completamente falsa e equivocada: ‘fala =
informalidade’, ‘escrita = formalidade’;

• [...] outro grave problema muito presente no ensino é a


sinonímia equivocada: escrita = ortografia.

• Outra confusão: língua escrita = norma padrão.

BAGNO, Marcos. Gramática Pedagógica do Português Brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.
• Saber ortografia é como tocar piano, dançar balé,
atirar com arco e flecha, manejar um programa de
computador – são atividades que exigem
treinamento, prática constante, memorização
consciente.
• Também é preciso estar ciente de que não é a escrita
que determina a fala, mas exatamente o contrário:
para tentar registrar a língua falada é que surgiu a
escrita.
• [...]é a educação de qualidade que leva um povo a
se apoderar de seu patrimônio letrado e a ser capaz
de ler e de escrever bem, independentemente do
sistema de escrita empregado.
BAGNO, Marcos. Gramática Pedagógica do Português Brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.
Como tratar a ortografia:

Uma alta porcentagem do que tradicionalmente se chama


de ‘erro de português’ em nossa cultura escolar se
constitui, na verdade, de desvios com relação à ortografia
oficial. Os erros que detectamos na escrita dos
alfabetizandos (adultos e crianças) têm de ser analisados
sob duas categorias:
• Hipóteses e analogias sobre a relação fala-escrita que
não correspondem às convenções da ortografia oficial;
• Incidência da variedade linguística do indivíduo sobre a
produção da escrita.
BAGNO, Marcos. Gramática Pedagógica do Português Brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.
O que ensinar nas escolas

1) Pessoas verbais:
eu falo
você fala
ele/ela fala
BAGNO, Marcos. Gramática Pedagógica do Português
a gente fala Brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.

nós falamos
vocês falam
eles falam

A gente fala < > Nós falamos


[- monitorado] [+ monitorado]
O que ensinar nas escolas

2) Regência verbal: observar, considerar um quadro


comparativo entre as ocorrências típicas da norma culta
contemporânea e a norma-padrão tradicional.

3) Os verbos irregulares, precisamente por não se


enquadrarem nos paradigmas mais comuns, devem ser objeto
de ensino explícito em sala de aula (os de uso mais frequente).

4) O modo subjuntivo, as formas e os empregos são ainda


muito frequentes nos gêneros textuais [+ monitorados], de
modo que temos de levar nossos alunos a se apoderar dele.
Ênfase, sobretudo aos verbos irregulares – ser, ter, fazer, dizer,
saber, haver, ver, ir, dar, querer, poder, estar.
BAGNO, Marcos. Gramática Pedagógica do Português Brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.
O que ensinar nas escolas

5) Imperativo: as formas da 1ª pessoa do plural – falemos/não


falemos – e as formas da 3ª do plural – falem/não falem.

6) Tempos verbais menos usuais: mais-que-perf. comp./simples:


havia falado/falara; futuro do pres. simples: falarei; futuro do pret.
simples: falaria; condicional: se pudesse... falaria; apresentacional:
há, havia, houve...

7) Verbo haver: a não conjugação de haver no plural quando é verbo


apresentacional e as diferenças ortográficas entre a e há.

8) Estruturas não presentes na fala:


deixe-me entrar; vi-o chegar; espere que eu termine; mandei-a sair;
faça-o desculpar-se.

BAGNO, Marcos. Gramática Pedagógica do Português Brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.
O que ensinar nas escolas

9) Algumas questões específicas de concordância:


 ser, estar, ficar e existir > verbo concorda com o
sintagma nominal considerado sujeito;
 ter, haver e fazer > não se faz concordância do verbo
com o sintagma nominal, classificado como objeto.

10) Concordância verbal: a ilusão da ‘regra geral’; a


preocupação maior deve ser com o ensino e correção
explícita dos casos em que sujeito e verbo em ordem
direta e contiguidade sintática, sem muita distância entre
si.

BAGNO, Marcos. Gramática Pedagógica do Português Brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.
O que ensinar nas escolas
11)Concordância nominal: observar a concordância de
gênero e número entre substantivos e adjetivos em
contiguidade sintática, sem muita distância entre si.

12) Particípios abundantes:


+ verbo +adjetivo

auxiliar: ter/haver auxiliar: ser/estar/ficar


Voz: ativa voz: passiva
Particípio: regular particípio: irregular

BAGNO, Marcos. Gramática Pedagógica do Português Brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.
O que ensinar nas escolas

13) Para mim + infinitivo: o emprego da forma reta eu


nessa forma deve ser explicitamente ensinado em sala de
aula, para que os alunos se apoderem dela e reconheçam
os valores sociais atribuídos a ela.

14) É tarefa da educação linguística o ensino


sistemático dos clíticos o/a/os/as, como algo que é
praticamente ‘estrangeiro’ para os falantes do PB
contemporâneo. É importante chamar a atenção para os
gêneros textuais em que eles ocorrem, mostrar aos
alunos o mecanismo de retomada anafórica, de modo que
saibam recuperar, no texto, a informação pronominalizada
na forma de o/a/os/as.
BAGNO, Marcos. Gramática Pedagógica do Português Brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.
O que ensinar nas escolas

15) O pronome se e as seguintes propriedades sintáticas e


semânticas:
• É um pronome-sujeito, semanticamente indeterminado,
em construções na voz ativa, como: Foi uma decisão
difícil de se tomar.
• É um pronome-objeto referente à não-pessoa, em
construções na voz reflexiva (ou pseudorreflexiva),
como: Ana se sentou para descansar e acabou
dormindo na cadeira.
BAGNO, Marcos. Gramática Pedagógica do Português Brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.
O que ensinar nas escolas

16) Preposição a: é de uso muito restrito no PB falado atual,


tendo cedido muito de seu terreno à preposição para e à
preposição em. Daí a necessidade de ensino de:

 emprego da preposição a na regência de muitos verbos de


uso quase exclusivo em gêneros textuais [+ monitorados]:
apresentar(-se) a, referir(-se) a, elevar(-se) a, capacitar(-se) a
etc.;
 emprego do acento indicador de crase, uma vez que se trata
de uma regra ortográfica sem correspondência acústica na
fonética do PB. Esse ensino só terá sucesso se for
empreendido com base em usos autênticos, em textos
autênticos e por meio da pesquisa e da dedução das regras.
BAGNO, Marcos. Gramática Pedagógica do Português Brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.
O que ensinar nas escolas
17) Queísmo e dequeísmo: o queísmo é o apagamento da
preposição ‘de’ diante da conjunção ‘que’. Ele vem registrado na
língua há séculos, inclusive na melhor literatura.
O queísmo é perfeitamente legítimo e aceitável. Mesmo assim, é
preciso levar os alunos a tomar conhecimento da existência, ao lado
da construção queísta, da construção dequeísta clássica, para que
eles possam empregá-la quando e se acharem adequado – afinal, ela
vai aparecer abundantemente nos textos lidos e trabalhados em sala
de aula:

• certeza que  de que


• impressão que  de que
• dúvida que  de que etc.

BAGNO, Marcos. Gramática Pedagógica do Português Brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.
Por outro lado, o dequeísmo mais inovador, que
ocorre com verbos epistêmicos e dicendi, é alvo
frequente de discriminação social e empregado como
justificativa para a alegação de que alguém “fala
errado”. Por isso, deve ser pontuado pela professora
caso venha a surgir na fala ou na escrita [+
monitorada] dos alunos:

• penso de que  penso que


• acho de que  acho que
• disse de que  disse que
O que ensinar nas escolas

18) Pronomes relativos: estão em absoluta obsolescência no


PB. Tudo indica que esses itens tendem a se reduzir a uma
única forma – que – rotulada de “relativo universal”, com forte
propensão a perder sua propriedade pronominal para se
reduzir a um mero conectivo entre sentenças. Por isso, é
importante dedicar atenção especial a esses pronomes no
processo de educação linguística – sempre, é claro, com o
apoio de textos autênticos como base para a reflexão e uso.
Especialmente recomendados: o emprego de cujo, reflexão
sobre o uso de estratégias de relativização e o caso de o qual e
flexões.
BAGNO, Marcos. Gramática Pedagógica do Português Brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2012.
O que ensinar nas escolas
19) Emprego de onde/aonde: em textos escritos
[+ monitorados], é preciso distinguir dois
fenômenos: o uso de onde como organizador
do fluxo discursivo e a suposta diferença entre
onde e aonde.
Após o almoço:
DINÂMICA DAS CAIXINHAS
- Convidar 4 participantes para realizar a
dinâmica: estes irão receber uma caixa,
dentro da qual estarão algumas instruções a
serem seguidas.
- Observar que não fiquem muito próximos uns
dos outros.
Vídeo de 3 minutos:

• Os vários pontos de vista


jornalísticos da História da
Chapeuzinho Vermelho.
Leitura

• Entregar o conto para leitura:


O caso do espelho, do Autor:
Ricardo Azevedo.
O caso do espelho

Conto popular recontado por Ricardo Azevedo - Quando o homem voltou, no fim do dia, achou a casa toda desarrumada. A
mulher, chorando sentada no chão, não tinha feito nem a comida.
Era um homem que não sabia quase nada. Morava longe, numa casinha de
- Que foi isso, mulher?
sapé esquecida nos cafundós da mata.
- Ah, seu traidor de uma figa! Quem é aquela jararaca lá no retrato?
Um dia, precisando ir à cidade, passou em frente a uma loja e viu um espelho
- Que retrato? - perguntou o marido, surpreso.
pendurado do lado de fora. O homem abriu a boca. Apertou os olhos. Depois
- Aquele mesmo que você escondeu na gaveta da penteadeira!
gritou, com o espelho nas mãos:
O homem não estava entendendo nada.
- Mas o que é que o retrato de meu pai está fazendo aqui? - Mas aquilo é o retrato do meu pai! Indignada, a mulher colocou as mãos no
- Isso é um espelho - explicou o dono da loja. peito:
- Não sei se é espelho ou se não é, só sei que é o retrato do meu pai. - Cachorro sem-vergonha, miserável! Pensa que eu não sei a diferença entre
Os olhos do homem ficaram molhados. um velho lazarento e uma jabiraca safada e horrorosa?
- O senhor... conheceu meu pai? - perguntou ele ao comerciante. A discussão fervia feito água na chaleira.
O dono da loja sorriu. Explicou de novo. Aquilo era só um espelho comum, - Velho lazarento coisa nenhuma! - gritou o homem, ofendido.
desses de vidro e moldura de madeira. A mãe da moça morava perto, escutou a gritaria e veio ver o que estava
- É não! - respondeu o outro. - Isso é o retrato do meu pai. É ele, sim! Olha o acontecendo. Encontrou a filha chorando feito criança que se perdeu e não
rosto dele. Olha a testa. E o cabelo? E o nariz? E aquele sorriso meio sem consegue mais voltar pra casa.
jeito? - Que é isso, menina?
O homem quis saber o preço. O comerciante sacudiu os ombros e vendeu o - Aquele cafajeste arranjou outra!
espelho, baratinho. - Ela ficou maluca - berrou o homem, de cara amarrada.
Naquele dia, o homem que não sabia quase nada entrou em casa todo - Ontem eu vi ele escondendo um pacote na gaveta lá do quarto, mãe! Hoje,

contente. Guardou, cuidadoso, o espelho embrulhado na gaveta da depois que ele saiu, fui ver o que era. Tá lá! É o retrato de outra mulher!

penteadeira. A boa senhora resolveu, ela mesma, verificar o tal retrato.

A mulher ficou só olhando. Entrando no quarto, abriu a gaveta, desembrulhou o pacote e espiou. Arregalou

No outro dia, esperou o marido sair para trabalhar e correu para o quarto. os olhos. Olhou de novo. Soltou uma sonora gargalhada.
- Só se for o retrato da bisavó dele! A tal fulana é a coisa mais enrugada, feia,
Abrindo a gaveta da penteadeira, desembrulhou o espelho, olhou e deu um
velha, cacarenta, murcha, arruinada, desengonçada, capenga, careca, caduca,
passo atrás. Fez o sinal da cruz tapando a boca com as mãos. Em seguida,
torta e desdentada que eu já vi até hoje!
guardou o espelho na gaveta e saiu chorando.
E completou, feliz, abraçando a filha:
- Ah, meu Deus! - gritava ela desnorteada. - É o retrato de outra mulher! Meu
- Fica tranquila. A bruaca do retrato já está com os dois pés na cova!
marido não gosta mais de mim! A outra é linda demais! Que olhos bonitos! Que
cabeleira solta! Que pele macia! A diaba é mil vezes mais bonita e mais moça Disponível em:<https://novaescola.org.br/conteudo/3164/o-caso-do-espelho>:acesso em 09
do que eu! fev 2017.
Proposta de prática de escrita: noticiar o fato
narrado no conto “O caso do espelho”, de
Ricardo Azevedo.
Tempo: 10 minutos
Capítulo 2: Assumindo uma
concepção interacional de linguagem:

“A escrita, como toda


atividade interativa,
implica uma relação
cooperativa...”
(ANTUNES, 2003, p. 44)
A prática discursiva da escrita

- A escrita, na diversidade de seus usos, cumpre funções


comunicativas socialmente específicas e relevantes.

- A escrita de um texto exige uma série de tomadas de


decisões (planejamento, operação e revisão/reescrita).

ANTUNES, Irandé. Aula de Português – encontro e interação, São Paulo: Parábola editorial, 2003.
Planejamento:
• Delimitar o tema do texto;
• Eleger objetivos;
• Escolher o gênero;
• Delimitar os critérios de ordenação das
ideias (como as informações serão
distribuídas);
• Prever a linguagem que o texto irá
assumir – formal/informal.
Operação – etapa da escrita

• Seguir o planejado;
• Tomar decisões de ordem lexical e
de ordem sintática, adequando a
situação de comunicação;
• Sempre em estado de reflexão.
Revisão e reescrita
• Seguiu a unidade temática;
• Houve clareza e coerência nas ideias
apresentadas;
• Foi fiel às “normas” da língua (Sintática e
semântica);
• Respeitou aspectos da estrutura e superfície do
texto (Paragrafação, pontuação, ortografia).
• Decidir o que sai, o que fica e o que se
reformula.
PLANEJAR ESCREVER REESCREVER
Etapa para o sujeito; Etapa para o sujeito; Etapa para o sujeito ;

Ampliar seu repertório; Por no papel o planejado; Rever o que foi escrito;

Delimitar o tema e escolher o ponto de Realizar a tarefa motora de escrever; Confirmar se os objetivos foram
vista a ser tratado; cumpridos;
Eleger o objetivo, a finalidade com que vai Cuidar para que os itens planejados sejam Avaliar a continuidade temática;
escrever; todos cumpridos;
Escolher os critérios de ordenação das Observar a concatenação entre os
ideias, das informações; períodos, entre os parágrafos; ou entre os
blocos superparagráficos.
Prever as condições dos possíveis leitores; Avaliar a clareza do que foi comunicado;
avaliar a adequação do texto às condições
da situação;
Considerar a situação em que o texto irá Enfim, essa é uma etapa intermediária, Rever a fidelidade de sua formulação
circular; que prevê a atividade anterior de planejar linguística às normas da sintaxe e da
e a outra posterior de rever o que foi semântica, conforme prevê a gramática da
escrito. estrutura da língua;
Decidir quanto às estratégias textuais que Rever aspectos da superfície do texto, tais
podem deixar o texto adequado à como a pontuação, a ortografia e divisão
situação; do texto em parágrafos.
Estar seguro quanto ao que se pretende Normalmente, a escola tem concentrado
dizer a seu parceiro; enfim, estar seguro sua atenção na etapa de escrever e tem
quanto ao núcleo de suas ideias e de suas enfocado apenas a escrita
intenções. gramaticalmente correta.
Implicações pedagógicas
Para esse conjunto de princípios listados, contém, inevitavelmente,
uma série de implicações pedagógicas por parte do professor.

Uma escrita:
• de autoria também dos alunos (sentir-se sujeitos);
• de textos (palavras e frases soltas);
• de textos socialmente relevantes (Gêneros com função social
determinada);
• funcionalmente diversificada (escolhas de palavras, estruturação
sintática das orações e períodos);
• de textos que têm leitores (leitor concreto);
Uma escrita:

• contextualmente adequada (não é somente a gramática


que vai dizer se o texto está bom ou não, mas regras
sociais presentes no espaço de circulação);
• metodologicamente ajustada (prática do planejamento,
do rascunho, da revisão – primeiro texto sempre
provisório);
• orientada para a coerência global (todo e não somente
partes);
• adequada também na forma de se apresentar
(pontuação, ortografia, coesão, coerência, paragrafação
etc.).
Sugestões de práticas de leitura e
escrita para o Ensino
Fundamental:
Atividade 1:
• Entregar o texto sobre as três novas raças de
cachorro, sem a manchete, recortado para ser
colocado em ordem.

• O grupo deverá elaborar título (manchete) e


lide (lead).
Para colocar o texto em ordem, o
que deve ser observado?

• Progressão de ideias;
• Marcadores discursivos;
• Divisões dos parágrafos;
• Estrutura do gênero notícia.
Marcadores utilizados no início dos
parágrafos

• Uma das maiores...


• Embora...
• Primeiramente...
• A segunda ...
• A última...
Uma das maiores competições caninas dos Estados Unidos anunciou nesta semana a
inclusão de três novas raças de cachorros na disputa anual. O Westminster Kennel Club
Dog Show, que acontecerá nos dias 11, 13 e 14 de fevereiro, reconheceu a presença do
Pumi, Sloughi e Terrier Americano sem pelo.

Embora as raças possam ser populares em alguns países, a presença na competição


traz o reconhecimento da raça, especialmente daquelas consideradas “puras”.

Primeiramente, Pumi é uma antiga raça de pastoreio húngara, ele se tornou a raça
única que é hoje depois de séculos de uma seleção cuidadosa de criadores de pasto. O
cão tem características de tamanho médio e o pelo encaracolado. É muito espirituoso,
inteligente, tem disposição para trabalhar e aprende rápido. Os pumik, plural de pumi,
são bons companheiros para atividades em família.

A segunda raça aceita, o sloughi, é uma raça rara dos países no norte da África, como
Marrocos, Tunísia, Líbia e Algéria. Trata-se de uma raça antiga, rica em história e
cultura, e se sente em casa tanto em tendas nômades quanto em uma caçada. Tem um
pelo curto e sempre parece robusto, elegante e rápido. O cachorro desta raça se
apresenta em todos os tons de areia, de creme a vermelho. É considerada uma raça de
companhia e, embora seja bem devoto ao seu tutor, pode parecer indiferente a
estranhos.

A última raça, American Terrier sem pelo, é derivada do Rat Terrier e foi desenvolvida
nos Estados Unidos no início dos anos de 1970. Esses cachorros alertas e curiosos são,
normalmente, sem pelo, mas podem ter um pelo curto. Como a maioria dos terriers,
essa raça foi criada para a caça de ratos e outros roedores. Atualmente, é um cachorro
inteligente e amigável, que gosta de ficar dentro de casa. É ativo, tamanho de pequeno
a médio, obediente e ágil.
• Recortar textos em unidades de sentido
menores, dividindo-o em tópicos e parágrafos,
sem títulos (ou manchete, no caso da notícia,
sem lide), trazem um elemento desafiador,
que pode desencadear uma mobilização.

• Dependendo da escolha do texto/gênero,


exigem-se diferentes estilos e formas
composicionais e o suporte também pode
influenciar na constituição do texto e sua
linguagem.
Exemplos de Coesão referencial:
nome e pronome dentro do parágrafo

• Primeiramente, Pumi é uma antiga raça de pastoreio


húngara, ele se tornou a raça única que é hoje, depois de
séculos de uma seleção cuidadosa de criadores de pasto. O
cão tem características de tamanho médio e o pelo
encaracolado. É muito espirituoso, inteligente, tem
disposição para trabalhar e aprende rápido. Os pumik, plural
de pumi, são bons companheiros para atividades em
família.
Atividade 2:
• Entregar notícias sem os seus respectivos
títulos/manchetes e lides.

• Fazer com os professores a atividade de ler o


texto a seguir e elaborar numa MANCHETE e
num LIDE (lead) para o texto que segue.
Enunciado para a atividade:
• Qual seria uma manchete chamativa e
atraente para o texto lido?

• Qual poderia ser uma lide inteligente para dar


as primeiras pistas do texto a ser lido?
MANCHETE:
APP DE PAQUERA UNE CASAIS COM O MESMO
NÍVEL DE INTELIGÊNCIA.

LIDE:
Sapio avalia objetivos de vida de uma pessoa e,
com isso, faz indicações de paquera.
Atividade 3:
• Ler a notícia do risco do colapso da represa, a
seguir para, depois, produzir novo texto, com
os mesmos dados desta notícia,
transformando-a numa notícia
sensacionalista.
Orientações para atividade 3:
• Reescrever a notícia a seguir, para ser publicada
em um jornal sensacionalista.
• Para isso, criar uma linguagem mais
exagerada, para chamar a atenção dos
leitores.
• Muitos jornais utilizam essa forma de escrever
como recurso para chamar atenção dos leitores
e, especialmente, ganhar repercussões na
sociedade.
• O objetivo é trabalhar o estilo, a constituição
discursiva da língua, adequando a linguagem ao
interlocutor pretendido, num determinado contexto
de produção.
Atividade 4:
• Ler a notícia da mulher acusada de racismo, a
seguir, para retirar dela informações básicas,
essenciais:
• O quê?
• Quem?
• Como?
• Quando?
• Onde?
• Por quê?
Realizar oralmente atividade 04 com os
professores:
Ler as notícias e retirar delas as informações necessárias, de
acordo com os fatos ocorridos:

O quê? _________________________
Quem? _________________________
Como? _________________________
Quando? _______________________
Onde? _________________________
Por quê? _______________________
Atividade 5
• Produzir uma notícia, para ser
publicada num jornal local, a
partir de uma informação dada,
conforme segue:
Segue a informação:
Para a atividade 5:
• O estudante deverá produzir uma notícia
completa: o quê, quem, quando, onde, porque...
• Deverá observar a forma ou estrutura
composicional: manchete, lide, corpo da notícia.
• O professor poderá utilizar-se de uma grade de
correção para apontar os problemas do texto.
• Poderá explorar alguns conteúdos específicos,
tais como: pontuação, ortografia, concordância,
articuladores argumentativos, coesão,
coerência... antes de devolver o texto para
reescrita.
O QUE É UM JORNAL MURAL?
QUAL SUA RELEVÂNCIA NA ESCOLA?
• JORNAL MURAL: da esfera de circulação
escolar, o jornal mural traz os principais
elementos de um jornal normal.
• JORNAL MURAL:
Atividade 6:
Produzir notícias para um jornal mural da escola. Para isso, faz-se
necessário planejar as ações e escrever de acordo com o planejado.
Planejamento:
 Eleger objetivos;
 Pesquisar fatos importantes na comunidade escolar para noticiar no
mural;
 Delimitar o tema de maior importância para noticiar na escola;
 Delimitar os critérios de ordenação das ideias (como as informações
serão distribuídas no texto) o que virá primeiro;
 Prever a linguagem que o texto irá assumir – formal/informal de acordo
com o suporte que será assumido.
Etapa da escrita:

Seguir o planejado;
Tomar decisões de ordem lexical e de ordem
sintática, adequando à situação de
comunicação;
Sempre em estado de reflexão.
Revisão e reescrita:
 Seguiu a unidade temática;
 Houve clareza e coerência nas ideias apresentadas;
 Foi fiel às “normas” da língua (Sintática e semântica);
 Respeitou aspectos da estrutura do texto (Paragrafação, pontuação, ortografia).
 A linguagem e o estilo das notícias estão adequados ao jornal proposto? (considerar o público
leitor).
 As manchetes (ou títulos) das notícias são chamativas?
 As manchetes (ou títulos) dão destaque a um fato importante que faz parte da notícia?
 As manchetes (ou títulos) das notícias trazem os verbos no tempo presente, aproximando, assim,
o leitor do fato noticiado?
 As notícias trazem um lead no primeiro parágrafo, que é chamativo, sintetiza informações e
desperta o leitor para o restante da notícia?
 O relato dos fatos é feito por ordem de importância?
 O relato dos fatos é feito em 3ª pessoa?
 As notícias não trazem explicitamente a opinião dos repórteres que as escreveram?
 As notícias trazem dados precisos e/ou falas dos envolvidos que colaboram para que o leitor
confie no relato do fato?
 A notícia traz alguma referência sobre como e onde a pesquisa relatada foi realizada? (só para o
caso das notícias de Economia e da seção Brasil)
 As notícias relatam os fatos, separando-os em parágrafos para facilitar a leitura?
 Os gráficos e/ou tabelas acrescentam informações e ajudam o leitor a visualizar os dados?
 As fotos, as ilustrações ou as charges que acompanham as notícias têm relação com o fato
noticiado?
 Decidir o que sai, o que fica e o que se reformula.
Atividade 7
Conto ou uma crônica, a partir de uma notícia.

- Ler a notícia e, a partir dela, criar sua narrativa


(jornalística e/ou literária).

- O aluno será o autor, por isso, é necessário pensar


nos elementos que dão relativa estabilidade aos
gêneros em que predominam sequências
narrativas: introdução, conflito, clímax e desfecho,
além dos personagens, tempo, espaço e enredo.
Professor, depois de realizadas as práticas
discursivas pelos estudantes, deve-se começar
o processo de reescrita, verificando quais os
conhecimentos implícitos estão apresentados
nos textos dos alunos e quais precisam
explicitar para alcançar os objetivos de trabalho
com uma escrita dialógica dos textos.
Leitura do Texto
• SUASSUNA, Lívia. Avaliar é preciso. Saber
como, também. In: Entrevista de Lívia
Suassuna à Revista NPL. Na ponta da Língua,
nº 24.
Histórias criadas pelo autor Moacyr Scliar:
Notícia 01

Conto: A Guerra dos narizes

Ele ficou simplesmente mortificado quando soube que a prefeitura da cidade ia adquirir o nariz eletrônico desenvolvido na Universidade de
Manchester. Não que fosse contra a inovação tecnológica; mas é que, em matéria de nariz, ele desempenhava uma função importante. Tinha,
desde criança, um olfato notável; onde outros não sentiam cheiro algum, ele era capaz de identificar o tipo de odor e, mais tarde, depois que se
graduou na universidade, até a substância, ou substâncias, responsáveis pelo referido odor. A partir daí começou a ser chamado como perito;
sempre que alguém se queixava de mau cheiro nas vizinhanças, era ele quem dava o veredicto final. Agora, porém, derrotava-o o progresso
científico; com o nariz eletrônico, a sua atuação tornava-se desnecessária.
Uma decisão que não aceitaria passivamente, sem lutar. Conseguiu uma audiência com o próprio prefeito. Lembrou que sua fama já tinha
ultrapassado as fronteiras do município, do Estado e do próprio país, e que era candidato até a figurar no "Livro dos Recordes" como a pessoa
de olfato mais sensível na face da Terra. O prefeito reconhecia tudo isso, mas, dizia, a avaliação que ele fazia sempre seria de caráter subjetivo,
sujeita a contestação judicial. Com o nariz eletrônico, imperaria a neutralidade científica. Ele então se dispôs a fazer um teste: se o nariz
eletrônico detectasse melhor uma substância escolhida em segredo no laboratório da prefeitura, renunciaria à reivindicação de manter o cargo,
aliás, honorífico, mas do qual tinha muito orgulho.
O teste foi marcado para daí a três dias. Quando ele acordou, na manhã decisiva, teve um choque; sem saber como, sem nenhum sintoma
prévio, tinha contraído um resfriado que o deixava de nariz entupido, com o olfato reduzido a praticamente zero. E agora? O que fazer? Se
pedisse um adiamento, achariam que estava com medo de competir. Resolveu, pois, enfrentar o desafio.
A prova foi realizada no auditório da prefeitura, cheio de gente: a mídia estava toda ali. Um químico trouxe o frasco com a substância de teste.
Que foi submetida primeiro ao nariz eletrônico.
Nada. O aparelho não acusou nada. O técnico responsável disse que um chip importante tinha queimado e que a troca tardaria umas duas
semanas. Aí colocaram o frasco diante do nariz do desafiante. Gás metano, disse ele, sem hesitar, e, em meio a aplausos de todos, o prefeito
proclamou-o vencedor.
É claro que ele não tinha sentido cheiro algum. Mas há algum tempo vinha namorando a química-chefe do laboratório. Que naturalmente lhe
passou o segredo. O cheiro do amor chega a qualquer lugar.

Folha de São Paulo (São Paulo) 30/1/2006


Notícia 02

Conto: A ópera dos camundongos

Tão logo constatou-se a surpreendente habilidade dos roedores, foi organizada -mediante a colaboração de cientistas e
músicos- uma espécie de companhia lírica, formada só de ratos de laboratório. E o espetáculo que apresentam tem
feito sucesso no mundo inteiro. O mesmo sucesso que faziam Mickey e Minnie nos velhos tempos.
Trata-se de uma ópera em três atos. Depois da abertura, surge no pequeno palco o personagem principal, o jovem
Pancrácio, vivido por um elegante camundongo branco. Pancrácio entoa a bela ária "Por um Pedaço de Queijo". O
título, aliás, é um pouco enganador; pensamos que o jovem está atrás do alimento classicamente preferido pela rataria,
mas o que em verdade ele nos diz é que “... Não há queijo, por maior que seja seu calórico valor/ que possa ser
comparado/ às delícias do amor". Pancrácio está apaixonado por Lucinda, uma linda e meiga ratinha. Que corresponde
por inteiro à sua paixão: do balcão do palácio, ela responde com a canção "O Focinho do Meu Amado É a Imagem da
Beleza".
Este romance, porém, encontra um obstáculo. Dom Ratone, o tirânico pai de Lucinda, não gosta de Pancrácio, que é de
origem humilde. Quer que a filha case com alguém da mais alta estirpe murina; para isto, contudo, é preciso acabar
com a paixão dos jovens. Dom Ratone chama seus asseclas e determina-lhes que espalhem ratoeiras ao redor do
palácio, para assim capturar aquele que considera como intruso. O feitiço vira contra o feiticeiro. Inadvertidamente o
próprio Dom Ratone cai em uma das armadilhas. Ali corre risco de vida, porque os camponeses da região estão
determinados a exterminá-lo: Dom Ratone é um conhecido assaltante de celeiros. Um homem o avista e corre em
direção à ratoeira para liquidar o bicho - mas no último momento Pancrácio aparece e consegue salvar o pai de sua
amada. Arrependido, Dom Ratone concede-lhe a mão (ou a pata, melhor dizendo) de sua filha e a ópera termina com o
belo coral "Como É Belo o Amor dos Camundongos".
Como foi dito, o espetáculo tem atraído enorme público. Mas há um problema: cada vez que aparece um gato na
plateia a companhia lírica inteira desaparece do palco. E aí o jeito é devolver os ingressos para o público.

Referência:
Scliar, Moacyr. Deu no Jornal. Erechim, RS: Edelbra, 2008.
PROPOSTA DE ELABORAÇÃO DE UM
PTD
• Conteúdo Estruturante
• Conteúdo Básico
• Justificativa
• Conteúdo Específico
• Encaminhamentos Metodológicos: para cada
uma das práticas discursivas.
• Critérios de Avaliação: para cada uma das
práticas discursivas.
RCO
Regras de acentuação – paroxítonas;
Artigos e substantivos ( como pessoas do discurso para inserir o sujeito)
Conectores – conjunções adversativas ;
Figuras de linguagem: metáfora, ironia, anacoluto, assonância e aliteração
2017
Ano de FORMAÇÃO
DATA PREVISTA PARA OUTUBRO
Referências:
• ANTUNES, Irandé. Aula de Português – encontro e interação, São
Paulo: Parábola editorial, 2003.
• ANTUNES, Irandé. Muito além da gramática: por um ensino de
línguas sem pedras no caminho. São Paulo: Parábola, 2007.
• COSTA, Sérgio Roberto. Dicionários de Gêneros Textuais. Belo
Horizonte: Autêntica Editora, 2014.
• BAGNO, Marcos. Gramática de Bolso do Português Brasileiro. São
Paulo: Parábola Editorial, 2013.
• PARANÁ. Secretaria de Estado de Educação. Diretrizes Curriculares
Estaduais de Língua Portuguesa. Curitiba: 2008.
• PARANÁ. Secretaria de Estado de Educação. Superintendência de
Educação. Departamento de Educação Básica. Caderno de
Expectativas de Aprendizagem. Curitiba: 2011.

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