Biologia Suplemento de Apoio Do Professor Manual Base PDF
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o Professor
Biologia-Suplemento
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SUMRIO
Apresentao ...................................................................................................... 4
Estrutura da obra ............................................................................................... 5
Organizao .................................................................................................. 5
Avaliao .............................................................................................................. 5
Comentrios sobre as unidades ................................................................... 6
Unidade 1 - O cenrio da vida .................................................................... 6
Reproduo proibida. Art. 184 do Cdigo Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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APRESENTAO
Na ltima dcada, conhecemos um mundo em contnua transformao, no s
tecnolgica, mas principalmente social, em que todas as mudanas tm sido muito
rpidas. Cada vez mais, a sociedade opina sobre o domnio de novas tecnologias e os
limites ticos que a cincia deve respeitar em suas diversas reas. A tomada de decises adequadas no se restringe tica, mas interessa tambm ao conhecimento sobre princpios fsicos, qumicos e biolgicos das tcnicas em discusso.
Em particular no Brasil, a consolidao da democracia, a mudana nas formas
tradicionais de produo de bens e de servios, a universalizao do acesso educao formal e o acentuado aumento na demanda pelo ensino mdio mais do que
plena insero na comunidade e no mundo do trabalho. O domnio do conhecimento
h de ser, portanto, instrumento de incluso social, e no, como foi durante sculos,
um dos meios para a manuteno da excluso de milhes de pessoas.
No ensino mdio como etapa integrante da educao bsica , mais importante que apresentar grande quantidade de conceitos fornecer aos alunos maneiras de
buscar informaes, estimul-los a questionar e a propor solues. O mais importante que os alunos saibam procurar respostas. Da a necessidade de a escola rever o
seu papel, deixando de ser meramente informativa, para atender s reais necessidades
dos indivduos, preparando-os para a vida, o trabalho e a cidadania.
Esse contexto faz crescer a importncia do livro didtico como instrumento pedaggico. Para cumprir plenamente seu papel, o livro deve, alm da indispensvel e
rigorosa atualizao e da exatido dos conceitos, desenvolver o potencial de anlise
crtica e o posicionamento consciente dos alunos diante de situaes cotidianas. Cabe,
igualmente, ao livro didtico conduzir o aluno a reconhecer o conhecimento como
resultado do fazer humano, no fragmentado nem atemporal, pois todo saber reflete
um determinado contexto histrico.
Esta obra foi concebida com essas mltiplas intenes. Cuidamos para que os
assuntos fossem tratados de forma crtica e interdisciplinar, trazendo dados de nossa
realidade e apresentando questionamentos que permitam a reflexo.
As dimenses da obra e a quantidade de atividades propostas levaram em conta a
quantidade de aulas semanais habitualmente dedicada Biologia na maioria das escolas pblicas do pas. Mesmo condensado, o contedo no perdeu informaes significativas. Houve uma rigorosa seleo de pontos bsicos que atendessem s necessidades dos alunos, procurando, sempre que possvel, relacionar a informao aplicao, trazendo situaes do cotidiano, alertando para problemas existentes e incitando responsabilidade.
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triplicado na ltima dcada passaram a exigir do aluno que se capacite para uma
Estrutura da obra
A obra foi desenvolvida em linguagem clara e acessvel ao aluno do
ensino mdio. Dedicamos ateno especial no apenas ao domnio da
linguagem escrita, mas tambm da visual, sobretudo a artstica e a
cartogrfica, mediante criteriosa seleo de grficos, esquemas, diagramas, fotos e ilustraes didaticamente relevantes.
Ao longo da obra, so encontrados pequenos textos, graficamente
destacados com fundo verde (por exemplo, na pgina 3, coluna da esquerda). So definies, etimologias, glossrios ou informaes complementares. Alm deles, destacam-se outras sees:
O que voc pode fazer? (por exemplo, na pgina 56): seu objetivo
geral mostrar formas de atuao consciente na vida em comunidade.
Quando relacionada sade, apresenta medidas de profilaxia e preveno de doenas, ou de tomadas de decises em situaes de risco.
Tm o objetivo de estender o tratamento dos temas de sade alm de
sua dimenso estritamente biolgica, mostrando que, muitas vezes, o
processo sade/doena parte integrante e resultante da prpria organizao social.
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Organizao
As propostas de atividades foram dosadas para trabalho em classe.
Na maioria dos captulos, encontram-se duas propostas de atividades;
portanto, cada uma correspondente a, aproximadamente, uma semana
de trabalho letivo. A ttulo de sugesto, aps cada proposta de atividades encontra-se uma remisso aos exerccios complementares, permitindo que o aluno e o professor se orientem com mais facilidade ao planejarem o estudo dos diversos assuntos apresentados.
Os exerccios complementares podem ser propostos tanto durante
as aulas (dependendo do tempo disponvel) quanto como tarefa para
aprofundar o estudo em casa. As discusses referentes aos textos complementares ficam a critrio do professor, mas sugerimos que sejam
apresentadas como propostas de discusso em grupo. Tais questes no
apresentam respostas nicas e servem exatamente para fomentar o debate, cabendo ao professor o papel de mediador da discusso.
Os textos complementares, apresentados ao longo da obra, esto
relacionados a grandes temas. Esses textos graficamente identificados podem ser usados pelo professor para motivar e estimular discusses em grupo.
Os temas destacados so: Ambiente e preservao (ver, por exemplo, pgina 15); Cincia e tecnologia (por exemplo, pgina 99); tica e
cidadania (por exemplo, pgina 46); Orientao sexual (por exemplo,
pgina 313); Pluralidade cultural (por exemplo, pgina 341); Qualidade de vida (por exemplo, pgina 108) e Trabalho e consumo (por
exemplo, pgina 331). A seleo desses temas arbitrria levou em
conta a percepo da necessidade de a educao:
voltar-se compreenso crtica da realidade social, cientfica, cultural
e poltica;
permitir ao aluno usufruir eticamente o conhecimento, a tecnologia e
os recursos naturais;
estimular o aluno a se perceber como capaz de transformar solidariamente a realidade.
Avaliao
A avaliao est ganhando cada vez mais espao nos debates educacionais. considerada um elemento indispensvel da prtica pedaggica, podendo assumir um carter de medio, seletivo, diagnstico,
uniformizador, formativo ou regulador, para citar os mais comuns.
evidente, para todos os educadores, que devemos avaliar; no entanto, os
aspectos geradores de polmicas e desencontros focalizam-se nos objetivos (para qu), nos sujeitos (quem) e nos procedimentos (como) das
aes avaliativas. So, portanto, muitos os conceitos e as funes da
avaliao; todavia, so os educadores os responsveis pela opo de determinados mtodos e tcnicas que definem sua concepo e funo no
processo pedaggico, j que, na prtica, ningum avalia por avaliar, mas
para definir uma ao a partir dos indicadores dela advindos.
Quando a questo central se localiza nos objetivos da avaliao,
vrias abordagens podem ser consideradas. De acordo com uma finalidade verificadora, o que interessa so os resultados. Quando estes se
caracterizam como o ponto fundamental do processo, a avaliao tende
a se configurar como um julgamento que implica considerar o grau de
satisfatoriedade dos resultados obtidos em relao aos esperados, e a
anlise do mrito do produto apresentado. Nesse sentido, a avaliao
compreendida como uma tcnica de anlise do progresso dos alunos em
pertinncia a objetivos educacionais preestabelecidos e usada apenas
como verificao de um produto finalizado; limita-se em uma tentativa
de quantificar a produo, descrevendo e discriminando o que os alunos
aprendem na escola. A ao de avaliar figura, ento, apenas como coadjuvante do ato pedaggico, concebida como a etapa final do processo de
ensino e de aprendizagem.
Uma funo diagnstica, formativa ou reguladora visa caracterizar
a avaliao como um instrumento capaz de indicar aos docentes os interesses, necessidades, conhecimentos ou habilidades dos alunos com a
finalidade de mapear quais objetivos foram alcanados ou no e, principalmente, localizar as dificuldades dos alunos para auxili-los na descoberta de outros caminhos que lhes permitam progredir. Uma estratgia
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Comentrios
sobre as unidades
Unidade I - O cenrio da vida
A opo pela Ecologia como Unidade introdutria do estudo da
Biologia deu-se em decorrncia de dois aspectos:
a preocupao de desenvolver no aluno uma viso abrangente das
interaes que os seres vivos mantm entre si e com o ambiente, sustentando a vida;
explorar aspectos do mundo macroscpico pertinentes ao dia-a-dia dos
alunos e mais prximos de sua realidade.
Dominando esta Unidade, a Ecologia assume uma feio diferente.
De hbito, a Ecologia apresentada nos moldes tradicionais de uma
Biologia de campo, distante da viso que ns, autores, pretendemos
neste livro.
De 1950 at hoje, a populao mundial passou de 2,5 bilhes para
mais de seis bilhes de pessoas, um grupo bastante heterogneo, cada
vez mais dividido entre os que tm e os que nada tm. Para muitos
pases, s voltas com necessidades prementes como alimentar, abrigar e prover sade para seu povo , priorizar as questes ambientais
parece utopia ou fico. Entretanto, chegada a hora de decidirmos
qual modelo de desenvolvimento adotaremos, como iremos explorar os
recursos ambientais e qual destino daremos para os resduos que produzimos em escala crescente. A Ecologia no est restrita s pginas deste
livro: est na lata de refrigerante lanada pela janela dos carros, no demorado banho de chuveiro e nos aerossis que usamos em nossas casas.
No somos apenas espectadores; somos protagonistas no grande cenrio da vida. Mais do que transmitir conceitos, desejamos convocar os
alunos a uma tomada de posio; queremos estimular a conscincia de
que somos todos responsveis pelo planeta em que vivemos e que deixaremos para nossos filhos.
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de avaliao formativa busca: 1) recolher informaes sobre o conhecimento dos alunos, com base nos objetivos propostos, 2) interpretar as
informaes colhidas e, 3) planejar atividades de recuperao para os
alunos que no conseguiram atingir as metas de aprendizagem, por meio
de construo de estratgias didticas mais adequadas. O propsito desse tipo de avaliao, portanto, orientar todo o processo pedaggico,
por meio de um instrumento educativo que informe e estabelea uma
valorao do processo de aprendizagem do aluno para lhe oportunizar,
em momentos certos, as propostas pedaggicas apropriadas. Nesse sentido, a avaliao se transforma no principal instrumento de trabalho do
educador.
A avaliao final, somativa ou integradora compreendida como
um olhar final que, a partir de um diagnstico inicial, evidencia o percurso do aluno, as aes especficas que foram realizadas, o resultado
final do processo e, fundamentalmente, a partir desse saber, o planejamento didtico com as previses do que necessrio continuar fazendo,
o que preciso refazer, para quem e de que modo. Desse ponto de vista,
a avaliao no compreendida como fim em si mesma, mas como meio
para a realizao da adequao e readequao constante do currculo.
Quando o foco de ao se fixa no objeto da avaliao, podemos
encontrar tendncias que focalizam o aluno, a classe, o professor, os
resultados obtidos, o processo de aprendizagem ou a interveno pedaggica. Entretanto, nossa tradio escolar tem se centrado, quase que
exclusivamente, no aluno como sujeito, e o resultado de sua aprendizagem como objeto da prtica avaliativa. O aluno o elemento avaliado e
deve apresentar determinados rendimentos de acordo com as expectativas definidas pelo educador. Todavia, tais expectativas, que foram previamente estabelecidas, no consideram o aluno concreto, mas um modelo de aluno ideal, que, via de regra, possui determinados requisitos
para alcanar os resultados esperados.
A avaliao do desempenho dos alunos, em contrapartida, tem como
sujeito a turma e como objeto as atividades coletivas de aprendizado,
realizadas em sala de aula. As atividades so planejadas para fornecer
critrios e objetivos que possam funcionar como base para uma ao
avaliativa, na qual se analisam capacidades e conhecimentos, mas tambm a interao com os outros, a expresso oral, a apresentao e organizao das tarefas, a participao e liderana do grupo. Os portflios e
registros pessoais so usados para coletar e selecionar os trabalhos dos
alunos, demonstrando seus progressos em relao a eles prprios. Chamada de auto-avaliao, esse tipo de coletnea ou lbum tende a focalizar o desempenho particular de cada aluno. Tais registros, geralmente,
so propriedade dos alunos, mas podem ser socializados com vistas a
compartilhar as experincias, os sucessos e as dificuldades com o professor ou com todo o grupo, objetivando auxiliar ou ser auxiliado em
algum aspecto da aprendizagem. As notas, geralmente usadas nos processos de avaliao, tambm trazem opinies conflitantes entre os educadores. Para alguns entendida como o instrumento de classificao
dos alunos, com sua nfase na comparao de desempenho e no nos
objetivos educacionais que se pretende atingir. H uma soma e diviso
de notas para se chegar a uma mdia reveladora do rendimento escolar,
revestindo a avaliao de um perfil exclusivamente quantitativo e
contabilstico que desconsidera os princpios educativos. Outros compreendem que preciso que se perceba o real significado e que se esclarea a funo e a representao das notas, que no so determinadas
apenas pelo resultado do produto apresentado, mas pela experincia e
aquisio do aprendizado. Se a nota representar um mero smbolo, por
meio do qual se demonstra o resultado do conhecimento do aluno, o
problema no se localiza em emitir ou no uma nota, um smbolo quantitativo a um trabalho realizado; a contradio est na atitude docente
que, via de regra, avalia o resultado de um produto demonstrativo da
aprendizagem. Nessa direo, a nota no depender do educador, mas,
sobretudo, do interesse do aluno em conquistar e consolidar novos saberes. Para tal, a ao pedaggica no ser tarefa fcil, j que exigir dos
alunos maturidade para que saibam discernir sobre os meios e fins
educativos, e dos educadores, o empenho para formao de pessoas livres e autnomas.
Podemos observar, ento, que os educadores vivenciam, freqentemente, em sua ao pedaggica, um dilema fundamental: que tipo de
avaliao aplicar. Obviamente a escolha no simples, j que a complexidade e a multirreferencialidade do fato educacional impossibilitam
respostas lineares e definitivas; no basta optar por um ou outro tipo de
avaliao, mesmo porque nenhuma completa ou perfeita, todas guardam especificidades que lhes so prprias. Diante da grande variedade
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Materiais de apoio
Leituras
ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR DA BIOLOGIA
A biologia, considerada cincia bsica, isto , um ramo puro do
conhecimento humano dito cientfico, contribui para vrias outras, assim como recebe de outras fundamentais contribuies. A questo da
interdisciplinaridade, entretanto, torna-se meramente convencional na
medida em que fazemos, de uma cincia bsica, uma abordagem mais
ou menos ampla de seu campo de operaes. Isso porque, em termos de
abrangncia, as cincias possuem, em geral, limites meramente convencionais. O conhecimento cientfico ou seja, aquele que pode ser submetido a provas e contraprovas, no derivando somente de argumentos,
opinies, preferncias e gostos no possui barreiras internas, pois
isso seria contrrio sua prpria definio, pois limitaria o gnero de
provas e objees que lhe poderiam ser impostas.
Na poca de Aristteles, a proposio de interdisciplinaridade no
teria sentido. Sua cincia ou seja, os aspectos de sua contribuio para
o conhecimento que foram derivados da observao, da comparao e
da experimentao inclua os ramos mais diversos, como a
meteorologia, hidrologia, astronomia, fsica, biologia... Seria ele um
multicientista, um profissional que dominava vrios ramos do saber
indistintamente? Ou era a prpria cincia que no reconhecia a necessidade de subdivises em ramos distintos do saber? Na Idade Mdia, o
conhecimento dos alquimistas era tambm multiforme, tendo dado origem a descobertas bsicas nos campos da qumica, da mineralogia, da
farmcia, da medicina. Foi, pois, a ampliao dos conhecimentos adquiridos pela cincia que exigiu, por assim dizer, as suas subdivises em
diversas cincias (como se a palavra cincia admitisse o plural), e
estas em vrias disciplinas, de acordo com a sua metodologia de trabalho, ou seja, com os tipos de mtodos mais familiares e mais objetivamente utilizados na obteno das provas necessrias sua certificao.
O reconhecimento elementar de diferenas de categoria e metodologia
entre a filosofia, as artes e a cincia parecer ser, at certo ponto, intuitivo (embora no o fossem numa poca em que os argumentos, quer de
origem autoritria, revelada, intuda, deduzida ou induzida, observada
ou experimentada, tinham igual valor).
Dentro desse panorama extenso da cincia, os que a ela se dedicavam comearam a manifestar preferncias, em consonncia, certamente, com seus respectivos temperamentos pessoais. muito instrutivo, a
esse respeito, notar, na trajetria de vida de Charles Darwin,1 como ele
foi submetido a diversas alternativas de profisso, at encontrar a sua
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Odyssey expeditions Um site em ingls que trata de expedies relacionadas Biologia, principalmente assuntos relacionados Biologia marinha e Ecologia.
www.odysseyexpeditions.org/
Revista Ecologia e Desenvolvimento Um site do Uol que traz informaes e curiosidades sobre assuntos relacionados Ecologia, como
revistas, livraria, links.
www.uol.com.br/ecologia/
The Envirolink Network Organizao ecolgica dedicada a divulgar
informaes referentes Ecologia, discutindo problemas ambientais
associados s atividades humanas.
www.envirolink.org
U. S. Fish and Wildlife Service Site elaborado pelo rgo do governo
norte-americano encarregado da conservao e proteo da vida
selvagem nos Estados Unidos. Oferece links com endereos afins.
www.fws.gov
U. S. Geological Survey Mantido por esse rgo do governo norteamericano, este site apresenta informaes sobre meio ambiente,
incluindo riscos ambientais, recursos naturais e gerenciamento
ambiental.
www.info.er.usgs.gov/network/science/biology/index.html
World Wild Found for Nature Site dessa organizao no-governamental dedicada ao estudo de questes ambientais, apresenta diversas sees que abordam temas atuais relativos aos problemas
ambientais.
www.panda.org
WWF A WWF uma instituio no-governamental que tem como
principal funo a conservao do meio e das espcies existentes
nele. No site voc encontra dados e trabalhos realizados por essa
organizao.
www.wwf.org.br
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Introduo
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O termo sustentabilidade mais amplamente utilizado com referncia sustentabilidade ambiental. Todavia, a Conferncia das Naes
Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) ampliou
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este conceito, incluindo a sustentabilidade social, econmica, financeira e institucional, dentre outros aspectos, o que levou a consideraes a
respeito de sua aplicao no espao urbano. Apesar de as cidades apresentarem limitaes conceituais, relativamente obteno de um verdadeiro desenvolvimento sustentvel, as reas urbanas tornaram-se um tema
de maior debate e participao.
A ampliao do conceito de sustentabilidade consolidou-se com a
realizao da Conferncia das Naes Unidas sobre os Assentamentos
Humanos (Habitat II), em 1996, que aprovou a Agenda Habitat, documento que explicita no s os princpios, mas tambm os compromissos
e aes estratgicas a serem adotadas, tanto pelos governos como pela
sociedade civil e iniciativa privada, visando obteno de um desenvolvimento sustentvel nas reas urbanas. O prprio conceito de cidade
ampliou-se, abrangendo os assentamentos humanos, de forma mais ampla, incluindo as formas mais variadas de ocupao do territrio pela
populao.
A sustentabilidade urbana passa a incluir, ao lado das questes essencialmente ambientais, o desenvolvimento econmico local, a promoo da eqidade e a justia social, a gesto urbana democrtica e
participativa, a moradia adequada para todos, alm, entre outras, das
questes essencialmente urbansticas e das ligadas ao ordenamento
territorial local e regional.
As cidades so, por definio, sistemas abertos, com uma dependncia profunda e complexa de recursos externos. Isso, sem dvida, dificulta a obteno da sustentabilidade urbana, profundamente relacionada com a auto-suficincia em consumo e com a disposio de resduos slidos e lquidos, incluindo a disponibilidade de moradia adequada e de transportes pblicos eficientes. A busca do desenvolvimento
sustentvel nas cidades sofre, assim, a contradio imposta por aspectos
intrnsecos a esses espaos.
Estas dificuldades so mais acentuadas no Brasil, onde o processo
de urbanizao, extremamente rpido e desigual, leva as populaes de
baixa renda a ocupar terras perifricas, em geral desprovidas de qualquer tipo de infra-estrutura, ou a se instalar em reas ambientalmente
frgeis, que s poderiam ser urbanizadas sob condies rigorosas e mediante solues dispendiosas. O desrespeito legislao urbanstica e
um acentuado processo de especulao imobiliria tm provocado conseqncias semelhantes.
A inexistncia de uma clara poltica urbana nacional (no obstante
esta omisso poder ser considerada como uma forma velada, porm deliberada, de poltica) dificulta a adequada articulao dos necessrios
investimentos em infra-estrutura e, conseqentemente, a otimizao dos
recursos, sempre inferiores s reais necessidades.
Inexistindo instrumentos de referncia nacionais, so valorizados
os acordos internacionais, que passam a substituir prticas anteriormente adotadas pelos governos brasileiros. Nesse sentido, a Agenda 21 constitui verdadeiro plano de ao mundial para orientar a transformao de
nossas sociedades, pois identifica, em 40 captulos, 115 reas de ao
prioritria (Guimares 1999, p.1). No Brasil, a valorizao da Agenda
21 tambm recorrente, seja por parte das autoridades locais, que se
lanam na tentativa de implementar seus princpios1, seja pelo governo
federal que, muitas vezes, parece substituir, oficialmente, sua competncia precpua de formular a poltica urbana nacional pela simples adoo de documentos aprovados internacionalmente. Tornadas realidade,
as Agendas 21 podero fertilizar toda a vida econmica, social e poltica
do Pas com o novo conceito de desenvolvimento fundamental na qualidade ambiental e na justia social, afirmou o ministro de Meio Ambiente, Jos Sarney Filho, nos trabalhos de discusso da Agenda 21 Brasileira (Novaes 2000, p. IV).
Concomitantemente adoo dos princpios, objetivos e estratgias de ao preconizados nas Agendas internacionais, est se consolidando uma base constitucional e legal adequada para o trato das questes urbanas. Mencione-se, em especial, as normas constitucionais que
tratam do meio ambiente, da autonomia municipal, da competncia
estadual para instituir regies metropolitanas e aglomeraes urbanas
e no Captulo especfico sobre a Poltica Urbana, que passa a ser uma
poltica institucionalizada, a exemplo de outras polticas pblicas. Avano
23,7
28,4
41,1
93
25,5
30,5
44,1
100
34,4
45,6
38,0
118
29,2
38,6
32,2
100
42,9
68,1
35,8
146,8
29,4
46,4
24,4
100
46,1
77,0
34,0
157,1
29,4
49,0
21,6
100
2000
bs.
50,7
137,7
31,8
169,5
29,9
81,2
18,8
100,0
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Fonte: IBGE, Censos Demogrficos 1970, 1980, 1991. Contagem Populacional 1996 e Censo Demogrfico 2000.
Em segundo lugar, a pesquisa aponta 38% para a poluio de rios, lagoas e praias,
e 18% para problemas de saneamento, estes sim problemas fundamentalmente
urbanos. A mesma pesquisa realizada nos anos de 2001 e 1997 mostra resultados
semelhantes, porm, com incremento para esses dois ltimos problemas.
Informao obtida a partir do conhecimento emprico junto administrao municipal de So Paulo, da arquiteta e ex-secretria municipal de habitao Ermnia
Maricato.
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Poluio hdrica
A contaminao das guas tem contribudo de maneira significativa para agravar o problema da escassez de gua nas cidades brasileiras.
Nos grandes centros, o comprometimento da qualidade causado principalmente por despejo de esgotos domsticos, sem qualquer tipo de
tratamento, nos rios e corpos dgua que so utilizados para o abastecimento. A contaminao por pesticidas e fertilizantes (que ocorre quando estes rios atravessam zonas agrcolas) contribui ainda mais para agravar o problema.
Casos paradigmticos do problema de contaminao das guas so,
por exemplo, o rio Guaba, em Porto Alegre, fortemente comprometido
pelo lanamento de resduos txicos e industriais, alm de fertilizantes e
agrotxicos, e o rio Paraba do Sul, que, alm de constituir a principal
fonte de abastecimento da regio metropolitana do Rio de Janeiro, abastece outras importantes cidades de Minas Gerais e de So Paulo. Neste
caso, so importantes fatores de comprometimento do rio, alm do lanamento de esgotos, o desmatamento, os garimpos ilegais e a eroso
decorrente do mau uso do solo. Problemas semelhantes ocorrem em
Curitiba, onde a ocupao de reas de mananciais nas nascentes do rio
Iguau tem se constitudo no maior desafio para o planejamento metropolitano. O lago Parano, em Braslia, e a lagoa Rodrigo de Freitas, no
Rio de Janeiro, tambm enfrentam problemas de poluio, enquanto a
baa de Guanabara sofre com o lanamento de esgotos residenciais e
industriais, alm de vazamento de leo e produtos qumicos lanados
por navios.
Poluio atmosfrica
Os problemas de poluio do ar, no Brasil, so causados, em grande
parte, pelas emisses provenientes dos meios de transporte5. De acordo
com relatrio do Banco Mundial (Brasil: gesto dos problemas da poluio relatrio de poltica) essas emisses so mais importantes do
que sugerem os inventrios de emisses, visto estarem mais prximas
da superfcie e consistirem em particulados mais finos do que as emisses industriais tpicas. Como resultado desta situao, segundo o mesmo relatrio, calcula-se que os custos para a sade, em So Paulo e no
Rio de Janeiro, incluam cerca de 4 mil casos anuais de mortalidade prematura e cerca de 38 milhes de dias de atividades restritas. Controles
rgidos sobre emisses industriais e de veculos, em So Paulo e no Rio,
teriam um custo anual da ordem de US$ 75 milhes, que deveriam ser
pagos pela indstria e pelos proprietrios de veculos.
A importncia dos meios de transporte como fator de contaminao
do ar confirmada por um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa
Econmica Aplicada (IPEA), em parceria com a Associao Nacional
de Transportes Pblicos (ANTP): Reduo das Deseconomias Urbanas
com a Melhoria do Transporte Pblico 19886. Segundo esse estudo, apenas os congestionamentos severos, no incluindo, portanto, os nveis de
5
Projetar o futuro, a partir de uma anlise genrica da situao urbano-ambiental, obriga a constituio de perspectivas de difcil
sustentabilidade, a longo prazo, para as cidades brasileiras. Entretanto,
ao se analisar alguns setores e algumas iniciativas de sucesso, este exerccio pode se caracterizar, a um tempo, com otimismo e pessimismo. No
setor de resduos slidos, por exemplo, houve importantes mudanas de
atitude por parte de todas as instncias governamentais: os governos
federal e estadual tm aplicado mais recursos e criado programas e linhas de crdito, beneficiando os municpios que, por sua vez, tm tratado com prioridade os problemas de limpeza urbana, criado condies
para expandir o provimento desses servios e manter sua qualidade. A
populao tem acompanhado, com mais rigor, estas questes, assim como
os rgos de controle ambiental, o Ministrio Pblico e as organizaes
no-governamentais de defesa do meio ambiente.
De forma geral, cidades de mdio e grande porte vm adotando,
cada vez mais, a privatizao dos servios como forma de gerenciamento,
o que significa, na realidade, uma terceirizao dos servios at ento
executados pelo Poder Pblico: empresas privadas tm sido contratadas
para realizar a coleta, a limpeza de logradouros, o tratamento e a disposio final dos resduos. Outra tendncia marcante a contratao de
cooperativas ou microempresas, o que tem estimulado a gerao de renda para pessoas de baixo poder aquisitivo. Por outro lado, solues consorciadas para a realizao desses servios no so ainda comuns no
Brasil, a no ser quando se trata de destinao final em aterros, quando
o municpio hospedeiro negocia algumas vantagens financeiras com os
demais municpios a fim de instalar o aterro em seu territrio.
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Tambm na rea de esgotamento sanitrio houve grandes transformaes, principalmente nos ltimos trs anos, com a participao de
empresas privadas na prestao de servios de abastecimento de gua e
coleta e tratamento de esgoto.
O processo teve incio com o veto do Poder Executivo ao projeto de
lei, aprovado pelo Congresso Nacional, que estabelecia as bases do Sistema Nacional de Poltica de Saneamento, ao mesmo tempo em que o
governo anunciava a incluso da rea do saneamento como uma das
prioritrias a serem privatizadas.
Surgiram, ento, as primeiras licitaes para a concesso dos servios em municpios que detinham a operao do sistema. Atualmente,
existem 50 sistemas privatizados, parcial ou totalmente. A Companhia
de Saneamento de Mato Grosso, por exemplo, foi inteiramente
municipalizada e vrias outras esto abrindo seu capital.
Trata-se de um nmero relativamente pequeno, se comparado ao
universo dos municpios brasileiros, mas uma tendncia que se avoluma,
estimada pelo crnico dficit oramentrio do setor pblico. O tema, no
entanto, bastante polmico, e encontra forte reao em alguns setores.
A adoo do conceito privativista contribuiu para o desmonte da estrutura estatal existente para o saneamento, afirma, por exemplo, a deputada Laura Carneiro, receosa de que o conceito de lucro, embutido no
processo de privatizao, deixe de beneficiar, com tarifas subsidiadas,
as populaes mais pobres, alm de tornar mais fracos os mecanismos
de controle.
As discusses continuam, dentro da perspectiva de que, aliada
inquestionvel necessidade de aumento de oferta desses servios populao, pode-se assegurar, alm da participao da comunidade na definio das metas a serem atingidas, o controle dos servios prestados e
a democratizao dos benefcios.
Durante muitos anos, toda a nfase, na maioria das companhias estaduais de saneamento, foi concedida s questes de abastecimento de
gua, ficando o esgotamento sanitrio relegado a segundo plano. Esta
atitude considerada hoje como politicamente errnea, e considerveis
esforos esto sendo feitos pelas companhias no sentido de minorar o
dficit acumulado pelo setor.
Analisando-se a questo do transporte urbano no Brasil, observa-se
que este passa por uma profunda crise. As deseconomias urbanas,
identificadas pelo estudo do IPEA mencionado anteriormente, tendem a
se agravar, com o aumento dos congestionamentos e da poluio do ar
que deles deriva.
Se, por um lado, registram-se iniciativas no sentido de ampliar a
oferta de transporte pblico o aumento da oferta de transporte sobre
trilhos, com a construo do metr de Braslia e a ampliao dos metrs
do Rio e de So Paulo, do Trensurb em Porto Alegre e do trem metropolitano em Recife, por exemplo7 verifica-se, em muitas cidades, o crescimento de sistemas informais lotaes, perueiros e mesmo de nibus , que trafegam sem licena, atestando a incapacidade dos sistemas formais de atender demanda da populao.
A realidade que, talvez devido sua ineficincia, o transporte
pblico por nibus est perdendo passageiros para o automvel. E, o
que pior, est perdendo os passageiros pagantes, o que significa o aumento proporcional do nmero de passageiros no-pagantes pessoas
de mais de 65 anos, estudantes etc. usurios do sistema.
Um estudo publicado no Anurio 2000 da Associao Nacional de
Empresas de Transportes Urbanos/NTU apresenta diversas circunstncias urbanas e sociais que esto provocando a mudana do transporte
coletivo no Pas, e em particular em So Paulo8.
Dentro deste quadro, no muito animador, experincias como as
que foram implantadas em Curitiba e as que esto se desenvolvendo em
Porto Alegre e Goinia, onde o Poder Pblico e a iniciativa privada esto
desenhando novas formas de atuao conjunta, podem representar uma
melhora para o sistema, a mdio e longo prazos. Isso no exclui a necessidade, cada vez mais evidente, de que as autoridades municipais atribuam
Cabe notar que estas medidas, embora importantes, so estatisticamente insignificantes em relao ao problema como um todo.
Em So Paulo, segundo esse estudo, est se vivendo uma queda acentuada da
demanda de transportes coletivos e o esvaziamento do municpio-sede. So pouco mais de 10 milhes de habitantes estabilizados no municpio da Capital, enquanto mais de 8 milhes nos demais municpios tendem a aumentar constantemente. H trs dcadas que cai a mobilidade da populao: 1,5; 1,3; 1,2 viagens
per capita. A diviso modal meio a meio, e se aumenta a parte da demanda
atendida pelos transportes sobre trilhos, diminui a parte dos transportes coletivos por pneus.
Poltica Nacional de Habitao (1996); Poltica de Habitao: Aes do Governo Federal de jan/95 a jun/98 (1998).
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qual, h cinco anos, vem coletando e difundindo experincias bem-sucedidas em gesto ambiental no Brasil e na Amrica Latina; o Programa
Caixa Melhores Prticas, que, com base em uma parceria entre o Instituto de Administrao Municipal (Ibam) e a Caixa Econmica Federal,
incentiva e premia experincias de gesto urbano-ambiental; o Programa de Gesto Ambiental Urbana (GAU), parceria entre Ministrio do
Meio Ambiente, Cooperao Tcnica Alem (GTZ) e o Ibam, que incentiva e difunde a implementao de experincias inovadoras na rea
de gesto urbana. Dentre outros exemplos, estes demonstram a valorizao da transformao imediata de determinados espaos da cidade, a
partir de idias criativas, de baixo custo e que propiciam a obteno
imediata de resultados.
Outro aspecto a ser observado que parece ter perdido importncia
a aparente disputa entre priorizao de problemas sociais e problemas
ambientais, adotando-se a noo ampliada da sustentabilidade, que concilia estes dois aspectos. Esta tendncia foi reforada pelas discusses
da Agenda 21 Brasileira e pelas inmeras iniciativas de formulao das
Agendas 21 locais.
Finalmente, grande relevncia foi dada participao comunitria
na gesto urbana, tendo o Estatuto da Cidade institucionalizado esta orientao ao estabelecer mecanismos e instrumentos de gesto democrtica da cidade.
Reproduo proibida. Art. 184 do Cdigo Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ECOLOGIA E ESPIRITUALIDADE
Leonardo Boff
espiritualidade? Porque em seu seio, normalmente, irrompem os grandes sonhos para cima e para a frente, sonhos que podem inspirar prticas
salvacionistas. Notveis antroplogos, como Claude Lvi-Strauss e C.
Geertz, tm afirmado que quando um paradigma civilizatrio entra em
crise, quando as estrelas-guias se obnubilam e o horizonte de esperana
de um povo perde sua capacidade de gerar sentido, emerge,
irreprimivelmente, a espiritualidade. o que ocorre hoje, praticamente,
em todas as culturas e no mundo inteiro.
Que significa aqui a espiritualidade? Sem detalharmos a resposta
que surgir logo a seguir, espiritualidade uma nova experincia do ser,
o irromper de um novo sonho, o vislumbrar de uma outra ordem, capaz
de ordenar o caos que se instalou. Trata-se aqui de uma experincia de
sentido novo, e no de um saber codificado. Tudo o que tem a ver com a
experincia profunda do ser humano, com seu mergulhar nas razes ltimas da realidade, antes que esta se organize em ordem e sistema, em
saber e instituio, constitui o campo da experincia do esprito, donde
vem espiritualidade. Esprito representa a fora criadora e ordenadora
presente no ser humano, a capacidade de rasgar sentidos novos a partir
das virtualidades presentes na prpria realidade. Desta experincia espiritual nascem os paradigmas civilizacionais, capazes de fazer outra histria e suscitar esperana s comunidades humanas e s pessoas.
Normalmente a espiritualidade encontra seu nicho natural no seio
das religies. Elas nascem da experincia espiritual do fundador, do profeta e do carismtico. No seio delas se elaboram as grandes utopias da
Humanidade, vises de um sentido que transcende a fugacidade dos tempos e alcana a transcendncia e a eternidade. Em pocas de crise, constituem elas o hmus frtil de novas perspectivas. So elas que permitem
a passagem de um paradigma a outro, mantendo o continuum da histria
humana.
Mas a espiritualidade no configura monoplio das religies, embora sejam o campo privilegiado de sua emergncia e expresso. A
espiritualidade representa uma dimenso do profundo humano. Ela pertence estruturalmente ao ser humano com o mesmo direito de cidadania
como o poder, a sexualidade, a racionalidade e o enternecimento. Por
isso ela emerge nas pessoas mesmo que estas no tenham nenhuma inscrio religiosa definida. Esta espiritualidade antropolgica dever ser
evocada quando abordarmos o tema da espiritualidade e da ecologia.
Por fim, h de se superar o antropocentrismo, to visceral em nossa
cultura. A espiritualidade se d nas religies e em cada ser humano, mas
ela vai alm, se encontra tambm na prpria estrutura do universo. O
esprito est em ns porque, anteriormente, est no universo, do qual
somos parte e parcela. A Carta da Terra alude a isso quando se refere ao
nosso parentesco com toda a vida e ao mistrio da existncia, em
face do qual cabe nossa reverncia, humildade e gratido.
Fonte: TRIGUEIRO, Andr (Coord.). Meio ambiente no sculo 21. Rio de
Janeiro: Sextante, 2003, p. 35 a 37
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Port Moresby
Darwin
A U S T R L I A
24
Brisbane
Perth
Adelaide
Sydney
OC
EA
NO
N D
IC O
Hobart
120
132
144
156
A Austrlia, pelo seu isolamento e conseqente pecualiaridade de sua fauna nativa, tem
sido vtima de introdues bem-intencionadas, porm malsucedidas, de espcies
estrangeiras... Uma delas foi o coelho, importado para mero divertimento de seus
colonizadores ingleses.
durante o vo nupcial! Imagine se todas aquelas is que caram na lagoa cada uma carregando mais de 100 mil ovos no abdmen cassem em solo propcio e construssem novos formigueiros! Faa um clculo e veja que, com uma revoada de is por ano, em menos de cinco
anos o volume existente de savas seria maior que o da prpria Terra.
Existem muitos exemplos de superpopulao de um ambiente por
falta de predadores. Um caso muito conhecido o dos coelhos na Austrlia. Durante a colonizao desse pas, os ingleses, sentindo falta de
um animal rpido e esperto que substitusse a raposa europia na prtica
de seu esporte predileto a caa raposa , levaram para l o coelho
da Amrica do Sul. Acontece, porm, que na Austrlia no havia animais capazes de caar o coelho, isto , animais carnvoros, espertos e
traioeiros como a nossa ona, o cachorro-do-mato, a jibia etc. Ora,
todos sabem que o coelho um animal que se reproduz muito, gerando
inmeros filhotes por ano. Resultado: em poucos anos os coelhos formaram uma populao to grande que no havia plantao que resistisse a eles. Tornaram-se um verdadeiro flagelo!
At hoje, muitas tentativas tm sido feitas para controlar a populao de coelhos ou mesmo erradicar, isto , eliminar completamente o
coelho da Austrlia, sem resultado satisfatrio. Uma das tentativas consistiu numa verdadeira e desumana guerra biolgica. Disseminou-se no
continente um tipo de peste de coelho, causada por um vrus altamente
destruidor, que provocava morte por hemorragia interna, bastante dolorosa. Milhes de coelhos morreram dessa forma, mas, algum tempo depois, eles comearam a desenvolver anticorpos e se tornaram imunes
ao do vrus. Hoje esse mtodo j no produz efeito, e os coelhos continuam a proliferar e a destruir plantaes na Austrlia.
Aqui no Brasil tambm h muitos exemplos desse tipo de fenmeno. O episdio com as is um deles e vem ocorrendo com freqncia
cada vez maior porque a vegetao natural da regio, o cerrado, vem
sendo substituda por imensos bosques de eucaliptos. Ora, todos ns
sabemos que os pssaros, tamandus e outros habitantes do cerrado no
se adaptam floresta de eucaliptos. Mas a sava sim. Dessa forma, os
formigueiros ficam livres de seus agressores, e as savas reproduzemse vontade. Seria necessrio conservar espcies de rvores e arbustos
nativos em meio aos eucaliptos, para favorecer a manuteno dos predadores naturais.
Temos outro exemplo interessante. H vrios anos surgiu nos Estados Unidos uma dessas modas esquisitas: sapatos e bolsas de pele de
sapo! claro que o Brasil, pas que abriga diversas espcies desse animal, logo iniciou a matana de sapos e a exportao de suas peles. Em
alguns lugares, principalmente no Nordeste, o sapo tornou-se uma verdadeira raridade, tal a intensidade de seu extermnio. O resultado, na
forma de desequilbrio ecolgico, no se fez esperar. Vrias regies comearam a ser invadidas por milhes e milhes de besouros ou de mariposas. Isso no apenas incomodou terrivelmente seus habitantes porque esses insetos entravam nas casas ou se acumulavam nas ruas, principalmente em volta dos postes de iluminao , como tambm causou
enorme prejuzo s plantaes, pois as larvas dos besouros so brocas
de rvore, e as lagartas das mariposas devoram folhas. Por causa disso,
foi decretada a proibio da matana e exportao de peles de sapos
no Brasil.
Outros fatores de equilbrio das populaes
Naturalmente, existem vrios fatores que impedem a superpopulao
do mundo ou de qualquer tipo de ambiente por uma determinada
espcie de animal ou vegetal. Alm dos predadores, controladores ativos, h os fatores limitantes, passivos, que so os alimentos disponveis.
claro que uma espcie de formiga jamais poderia chegar a ter uma
populao do tamanho da massa da Terra, pois no haveria alimento
suficiente para mant-la. Em geral, a espcie que melhor consegue sobreviver em um determinado ambiente aquela que dispe de maior
capacidade para aproveitar as formas de alimento nele disponveis.
A disponibilidade de alimento em um ecossistema ambiente povoado por vrias espcies em equilbrio geralmente garantida pela
atividade dos seres denominados produtores, ou seja, pelos organismos
vegetais capazes de produzir ou sintetizar compostos orgnicos. Como
todos os seres vivos de um ecossistema dependem de compostos orgnicos para sua prpria constituio, podemos dividi-los em dois grupos
distintos: os que produzem (produtores) e os que consomem (consumidores) matria orgnica.
Se no houver produtores, todo o ecossistema perecer ou ter de
receber alimento de fora. Muitas regies no fundo de mares e lagos, assim como cavernas profundas, possuem ecossistemas que so alimentados
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por rea de terra. Os inseticidas e outros agrotxicos que, como veremos mais adiante, podem tornar-se nocivos ao ambiente e aos seres
vivos, inclusive ao homem foram, em grande parte, responsveis por
esse aumento da produo de alimentos, reduzindo o ataque de pragas
lavoura e protegendo cereais armazenados contra carunchos e outros
seres nocivos.
Mas o crescimento constante das populaes continua sendo maior
que o aumento da produo de alimentos. Por isso, mais de dois teros
da populao mundial vive em condies de subnutrio ou de quase
inanio. Alm disso, as grandes concentraes populacionais principalmente nas cidades vm criando problemas crescentes de poluio dos rios, dos solos e do ar, congestionamento do trnsito, problemas
habitacionais, desmatamento de grandes reas para a formao de novos
pastos, campos de cultivo, represas para o abastecimento de gua potvel ou para a gerao de energia eltrica. H tambm o esgotamento das
reservas de petrleo e outros minerais, como ferro, alumnio, chumbo
etc., a necessidade de construo de novas indstrias e de utilizao de
novos processos de gerao de energia, como a nuclear.
O livro de Malthus foi muito discutido ao longo do sculo XIX.
Deu origem a polmicas interminveis. A maioria dos socilogos e
economistas da poca colocou-se contra sua teoria. Darwin, pelo contrrio, descobriu nela a explicao que faltava para formular sua teoria
da seleo natural sobre o fenmeno da evoluo dos seres vivos. Vrias centenas de livros e artigos foram escritos a respeito do princpio
da populao. Depois ele ficou quase esquecido. Voltou, porm, a ser
lembrado, j em meados do sculo XX, quando os problemas de
superpopulao, poluio, industrializao, uso de agroqumicos etc.
comearam a se avolumar. Hoje novamente se discute e agora com
muito mais vigor a questo da limitao da natalidade, do uso de
anticoncepcionais e at da legitimao do aborto. O que voc pensa de
tudo isso?
Fonte: BRANCO, Samuel Murgel. O meio ambiente em debate.
Coleo Polmica. So Paulo: Moderna, 2004.
AUTO-SUSTENTAO
Ilhas de ordem num oceano de caos, os organismos so muito superiores s mquinas construdas pelo homem. Ao contrrio da mquina a
vapor de James Watt, por exemplo, o corpo concentra a ordem. Ele se
refaz continuamente. A cada cinco dias, temos um novo revestimento
interno do estmago. Ganhamos um novo fgado a cada dois meses.
Nossa pele se repe a cada seis semanas. A cada ano, 98% dos tomos
de nosso corpo so substitudos. Essa substituio qumica ininterrupta,
o metabolismo, sinal seguro de vida. E a mquina requer uma entrada contnua de energia e de substncias qumicas (alimentos).
Os bilogos chilenos Humberto Maturana e Francisco Varela vem
no metabolismo a essncia de algo realmente fundamental para a vida.
Do-lhe o nome de autopoese. Proveniente de razes gregas que significam si mesmo (auto) e fazer (poiein, como em poesia), a
autopoese refere-se produo contnua de si mesma pela vida. Sem o
comportamento autopotico, os seres orgnicos no se sustentariam
no permaneceriam vivos.
Uma entidade autopotica efetua continuamente o metabolismo;
perpetua-se atravs da atividade qumica, da movimentao das molculas. A autopoese acarreta um gasto de energia e a produo de alimentos. Na verdade, ela detectvel pela incessante qumica biolgica e
fluxo energtico que o metabolismo. Somente as clulas, os organismos feitos de clulas e as biosferas feitas de organismo so autopoticos
e podem efetuar o metabolismo.
O DNA uma molcula de importncia incontestvel para a vida na
Terra, mas a molcula em si no tem vida. As molculas de DNA se
replicam, mas no metabolizam nada e no so autopoticas. A replicao
no , nem de longe, uma caracterstica to fundamental da vida quanto
a autopoese. Consideremos: a mula, resultante do cruzamento de jumento com gua, no pode replicar-se. Ela estril, mas seu metabolismo funciona com o mesmo vigor que o de seus pais; sendo autopotica,
ela tem vida. Falando de algo que nos mais prximo, os seres humanos
que j no podem, ou que nunca puderam, ou que simplesmente optam
por no se reproduzir no podem ser relegados, por uma exatido forada da definio biolgica, ao campo dos no-vivos. claro que tambm eles vivem.
Em nossa opinio, os vrus no tm vida. No so autopoticos.
Pequenos demais para se sustentar, no metabolizam nada. Os vrus no
fazem coisa alguma at entrarem numa entidade autopotica: uma clula
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A crise silenciosa
A gua vida para as pessoas e para o planeta. A gua doce , por si
s, o elemento mais precioso da vida na Terra. essencial para a satisfao das necessidades humanas bsicas, a sade, a produo de alimentos, a energia e a manuteno dos ecossistemas regionais e mundiais.
Embora se observe pelos pases mundo afora tanta negligncia e tanta
falta de viso com relao a este recurso, de se esperar que os seres
humanos tenham pela gua grande respeito, que procurem manter seus
reservatrios naturais e salvaguardar sua pureza. De fato, o futuro da
espcie humana e de muitas outras espcies pode ficar comprometido a
menos que haja uma melhora significativa na administrao dos recursos hdricos terrestres.1
O acesso gua j um dos mais limitantes fatores para o desenvolvimento socioeconmico de muitas regies. A sua ausncia, ou contaminao, leva reduo dos espaos de vida, e ocasiona, alm de imensos custos humanos, uma perda global de produtividade social.2 A competio de usos pela agricultura, gerao de energia, indstria e o abastecimento humano tem gerado conflitos geopolticos e socioambientais
e afetado diretamente grande parte da populao da Terra. Mais de 2,6
bilhes de pessoas carecem de saneamento bsico e mais de um bilho
continuam a utilizar fontes de gua imprprias para o consumo. Por falta de gua limpa, metade dos leitos hospitalares disponveis no mundo
ocupada e cerca de 5 milhes de pessoas3, na sua maioria crianas, morrem anualmente. Apesar destes dados assustadores, a crise da gua
uma crise silenciosa.
A qualidade e quantidade de gua tm impactos diretos nos meios
de vida das populaes mais pobres, na sua sade e na sua vulnerabilidade
a crises de todos os tipos. Tambm afetam grandemente o estado do
meio ambiente, a capacidade dos ecossistemas de fornecer servios
ambientais e a probabilidade de desastres ambientais. Em todo o mundo, a falta de medidas sanitrias e de tratamento de esgotos polui rios e
lagos; lenis freticos so rapidamente exauridos e contaminados por
mtodos de explorao inadequados; guas superf iciais so
superexploradas pela irrigao e poludas por agrotxicos; populaes
de peixes so sobre-exploradas, reas midas, rios e outros ecossistemas
reguladores de guas so drenados, canalizados, represados e desviados
sem planejamento4. Os estoques de gua doce esto sendo intensamente
diminudos pelo despejo dirio de 2 milhes de toneladas de poluentes
(dejetos humanos, lixo, venenos e muitos outros efluentes agrcolas e
industriais) nos rios e lagos. A salinidade, assim como a contaminao
por arsnico, fluoretos e outras toxinas, ameaam o fornecimento de
gua potvel em muitas regies do mundo.
Uma das conseqncias mais perversas deste mau uso a excluso
hdrica. Hoje, apenas metade da populao das naes em desenvolvimento tem acesso seguro gua potvel. A escassez de gua aumentar
significativamente nos prximos anos, devido ao aumento do impacto
combinado resultante do aumento do uso per capita de gua e dos efeitos das mudanas climticas. O aumento da populao e da renda reflete
diretamente no aumento do consumo de gua e na produo de resduos
poluentes. A populao urbana dos pases em desenvolvimento aumentar dramaticamente, gerando demanda muito alm da capacidade, j
inadequada, de infra-estrutura para fornecimento de gua e saneamento.
* Doutor em Meio Ambiente e Desenvolvimento, Coordenador da Unidade de
Meio Ambiente, Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento
PNUD/Brasil
** Doutor em Ecologia, Analista de Projetos, Programa das Naes Unidas para o
Desenvolvimento PNUD/Brasil
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Reproduo proibida. Art. 184 do Cdigo Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reproduo proibida. Art. 184 do Cdigo Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Em 2050, pelo menos uma em cada quatro pessoas provavelmente viver em um pas afetado por escassez crnica ou recorrente de gua potvel. Isto poder restringir seriamente a disponibilidade de gua para todas as finalidades, particularmente para a agricultura, que atualmente
responde por 70% de toda a gua consumida.5 A falta de conciliao
entre todos esses usos e funes da gua, o aumento da demanda aliado
aos conflitos j existentes e a assimetria de poder entre os interesses
envolvidos criaram uma nova categoria de injustia social, a excluso
hdrica, os povos sem gua.
O cenrio de escassez provocado pela degradao e pela distribuio irregular gera conflitos, seja dentro dos prprios pases ou entre naes. Historicamente, dominar o uso da gua dos rios fez com que algumas civilizaes se utilizassem disso como forma de exercer poder sobre outros povos e regies geogrficas. Um exemplo de conflito moderno pelo uso da gua vivenciado por israelenses e palestinos. Israel
depende das guas subterrneas que esto no territrio palestino ocupado e retira cerca de 30% da disponibilidade do aqfero, comprometendo a capacidade de recarga desse reservatrio.6
O estoque de gua j grandemente desigual. A sia, com 60% da
populao mundial, detm apenas 36% da gua doce mundial. As
disparidades continuaro a crescer. Hoje, vinte pases enfrentam uma
dramtica falta de gua. Em 2050, se mudanas profundas no ocorrerem, a escassez de gua afetar 7 bilhes de pessoas em 60 pases7.
uma crise silenciosa, uma crise dos que no tm voz.
A gua e os Objetivos de Desenvolvimento do Milnio
Como afirmou Nitin Desai, secretrio-geral da Cpula Mundial sobre
Desenvolvimento Sustentvel, no possvel melhorar a difcil situao
dos pobres do mundo sem fazer alguma coisa em relao qualidade da
base de recursos de que dependem: as terras e os recursos hdricos.
Melhorar a utilizao dos recursos hdricos decisivo para todas as outras dimenses do desenvolvimento sustentvel. Para o Programa das
Naes Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), a gua um ponto de
partida cataltico nos esforos para ajudar os pases em desenvolvimento na luta contra a fome e a pobreza, na salvaguarda da sade humana,
na reduo da mortalidade infantil e na gesto e proteo dos recursos naturais.
Durante a Conferncia do Milnio, promovida pela Organizao
das Naes Unidas em setembro de 2000, 191 pases a maioria dos
quais representados na conferncia por seus chefes de estado ou governo subscreveram a Declarao do Milnio, que estabeleceu um conjunto de objetivos para o desenvolvimento e a erradicao da pobreza no
mundo, os chamados Objetivos de Desenvolvimento do Milnio (ODM).
Os oitos objetivos fixados pela Conferncia do Milnio so:
A erradicao da pobreza e da fome
A universalizao do acesso educao primria
A promoo da igualdade entre os gneros
A reduo da mortalidade infantil
A melhoria da sade materna
O combate AIDS, malria e outras doenas
A promoo da sustentabilidade ambiental
O desenvolvimento de parcerias para o desenvolvimento
Dada esta lista de oito objetivos internacionais comuns, 18 metas
e mais de 40 indicadores foram definidos, tendo em vista possibilitar
entendimento e avaliaes uniformes dos ODM, nos nveis global, regional e nacional. A Meta 10 visa reduzir pela metade, at 2015, a
parcela da populao sem acesso seguro e duradouro a gua potvel.
Nenhuma medida poderia contribuir mais para reduzir a incidncia de doenas e salvar vidas no mundo em desenvolvimento do que
fornecer gua potvel e saneamento adequado a todos. Essa afirmao
do secretrio-geral da ONU, Kofi Annan, define de forma categrica o
papel fundamental que a gua e o saneamento desempenham na
erradicao da pobreza e para assegurar o desenvolvimento humano
sustentvel.
No contexto dos ODM, a gua desempenha um papel central devido sua importncia para promover o crescimento econmico e reduzir a pobreza, propiciar segurana alimentar, melhorar as condies da
sade ambiental e proteger os ecossistemas. A expanso do acesso ao fornecimento domstico de gua e aos servios de saneamento contribuir
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Sugestes de atividades
DESENHANDO UM HBITAT
As condies bsicas de alimento, ar, gua e espao desejveis
aos animais parecem bvias, quando se consideram os zos. Todavia,
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IV Questes
1. Liste os componentes de um hbitat adequado, que so necessrios sobrevivncia da maioria dos animais aquticos.
2. Separe um mamfero aqutico, peixe, anfbio ou outro animal
aqutico.
3. Descreva as caractersticas biolgicas de um animal e classifique-o quanto s necessidades para sua sobrevivncia.
4. Compare similaridades e diferenas entre esse animal aqutico e
outro. O que ambos precisam, e cada um deles, para sobreviver?
O que poderia ser diferente no hbitat de cada um, e de ambos, de
forma a continuar garantindo sua sobrevivncia?
Fonte: Ttulo original em Ingls: Designing a habitat. In: WREEC (1987).
Aquatic: project Wild, USA: 19-20.
Traduzido pela Dra Snia Lcia Modesto Zampieron Bolsista DTI/CNPq.
Disponvel em: http://educar.sc.usp.br/biologia/atividades/m_a_atv3.html,
acesso em 23 maio 2005.
CONSTRUINDO UM ECOSSISTEMA
I Objetivo
II Material
vidro de boca larga, com tampa e transparente (vidro de conservas, por exemplo)
pina de fabricao caseira (pode ser de bambu)
pedrinhas
terra e areia
plantas de pequeno porte (dar preferncia para plantas que necessitem de pouca luz direta)
(Obs.: Nos primeiros dias, o interior do vidro pode ficar embaado, devido transpirao de todos os componentes vivos. Caso esse
embaamento dure por muitos dias, abra o vidro, limpe o seu interior e
volte a fech-lo.)
Fonte consultada: http://educar.sc.usp.br/ciencias/ecologia/ativida.ht. Acesso em
07 abr. 2005.
DRAMATIZAO
Tema: Presa e Predador
Esta atividade deve ser realizada com um grupo de no mnimo 20
alunos, em ambiente que tenha espao fsico suficiente para a movimentao de todos, tal como uma quadra de futebol, ou o prprio ptio da
escola. A atividade consiste na representao de uma possvel cadeia alimentar, envolvendo 3 componentes: A plantas (produtores), B pres
(consumidores primrios) e C jaguatiricas (consumidores secundrios).
I Objetivo
1. Analisar a relao produtor / consumidor.
2. Analisar a relao presa / predador.
3. Entender como se processa a transferncia de matria e energia
nas cadeias alimentares.
II Material
III Procedimento
1. Observe a figura durante a execuo da atividade.
PAULO MANZI
Reproduo proibida. Art. 184 do Cdigo Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Modelo da tabela
GERAES
PLANTAS
PRES
JAGUATIRICAS
1
2
3
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2. Lave bem o vidro que ser utilizado para evitar fungos e outros
microorganismos indesejveis; utilize detergente (biodegradvel),
preferencialmente, e deixe secar ao Sol.
3. Separe uma quantidade de terra que corresponda aproximadamente
a 1/4 do vidro. Peneire a terra e deixe-a secar, se estiver mida. O
ideal que seja terra seca.
4. Lave tambm as pedras e a areia.
5. Despeje dentro do vidro uma camada de pedrinhas com, aproximadamente, 2 cm de altura. Em seguida, cubra as pedras com
uma camada de areia da mesma espessura. Coloque, ento, 3 cm
da terra peneirada.
6. Uma vez feita essa preparao, est na hora de fixar as plantas
nesse substrato, com o auxlio da pina de bambu. Aqui, no
existem muitas regras em relao ao arranjo das plantas dentro do vidro. importante apenas no se esquecer de que as
plantas iro crescer e se desenvolver dentro do vidro, embora
lentamente.
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III Procedimento
1. A classe dever ser dividida em 3 grupos, deixando-se, porm, o
grupo das plantas com um nmero ligeiramente maior que os
demais. Da mesma forma, o grupo dos pres deve ser maior que o
das jaguatiricas. Por exemplo, caso a classe possua 30 alunos, o
melhor seria dividi-la da seguinte forma: 14 plantas, 10 pres e 6
jaguatiricas.
2. As fitas devem ser amarradas na cabea ou no pulso de cada um
dos integrantes. Cada cor representa um elo da cadeia.
3. As plantas ficaro espalhadas pelo ptio, os pres devero ser
dispostos em crculo, ficando distantes 5 a 6 metros das jaguatiricas,
que tambm estaro dispostas em crculo, envolvendo o crculo dos
pres, conforme mostra a figura.
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Pres
Jaguatiricas
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PAULO MANZI
Plantas
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Materiais de apoio
Leituras
TRANSGNICOS NA AGRICULTURA
Apesar de que, h alguns milhares de anos, os agricultores vm
paciente e continuamente melhorando as espcies vegetais teis e realizando, de algum modo, um trabalho de gentica sem o saber segundo um importante informe da Academia de Cincias da Frana ,
os melhoramentos e as variedades obtidas tinham carter local, desenvolvendo-se em reas geogrficas restritas, por causa do clima e das
caractersticas do solo. Alm do que, as plantas domesticadas eram
altamente susceptveis ao ataque de uma infinidade de pragas da lavoura. Somente a partir do sculo XX, com o desenvolvimento das tcnicas
de combate aos insetos, aos fungos e a outros parasitas e, posteriormente, com o desenvolvimento da biotecnologia, que os melhoramentos
reais e a produtividade agrcola se tornaram sensveis. Basta dizer que,
na poca de Jlio Csar, o plantio de cada gro de trigo produzia no
mais que trs gros na colheita. Esse nmero elevou-se ao dobro, em
conseqncia do emprego de esterco nas plantaes e da aplicao das
primeiras tcnicas de manejo do solo, durante a Idade Mdia. Atualmente,
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sobre animais, seja pela sua curta persistncia no solo. Alm disso, a
menor necessidade de manejo para remoo das ervas daninhas durante
o crescimento das plantas permite um menor uso de combustveis (para
o funcionamento das mquinas agrcolas) e evita a eroso e a perda de
nutrientes. A Associao Americana da Soja calculou, em seu relatrio
de 2001, uma diminuio de perdas de solos da ordem de 250 milhes
de toneladas durante o ano 2000. Essas vantagens apontadas pelos especialistas permitem considerar a transgnese, nesses casos, como altamente positiva do ponto de vista de uma agricultura sustentvel isto
, uma agricultura que ajuda a proteger o meio ambiente.
Com respeito proteo contra insetos, as atenes dos pesquisadores foram dirigidas especialmente para as possibilidades de transferncia de genes da bactria Bacillus thuringiensis, descoberta no Japo
no incio do sculo XX. Essa bactria uma terrvel praga dos cultivos
de bicho-da-seda, dizimando as populaes de lagartas. Por isso, passou
a ser largamente utilizada, desde 1960, como meio de controle biolgico
de larvas de borboletas nocivas, pelo lanamento de esporos reprodutivos
da bactria sobre plantaes e at florestas. O estudo gentico dessas
bactrias revelou, alm disso, a existncia de diferentes raas genticas
com aes mais ou menos especficas sobre diferentes espcies de larvas de borboletas, o que permitia utilizar somente as raas que atacassem determinadas espcies de lagartas nocivas, e no todas as larvas de
borboletas. A partir dos anos de 1980, genes de Bacillus thuringiensis
foram transferidos para diferentes plantas cultivadas, originando espcies transgnicas de milho, arroz, algodo e batatinha, resistentes ao
de lagartas. A principal vantagem no emprego desses transgnicos, sobretudo do ponto de vista ambiental, est na diminuio da necessidade
do uso de inseticidas, principalmente para o controle das lagartas que se
abrigam no interior das folhas e dos ramos da planta. Isso permite o
aumento natural das populaes de insetos no-nocivos, favorveis ao
controle biolgico, bem como a diminuio dos inseticidas residuais
nos alimentos, nocivos sade.
Uma das primeiras plantas transgnicas desenvolvidas pela engenharia gentica foi um tomate resistente aos vrus do mosaico, em 1988.
Depois, vrias plantas cultivadas foram objeto dessas transferncias
gnicas, impedindo a multiplicao dos vrus no interior de suas clulas: tabaco, abobrinha, melo, pepino, alfafa, batatinha, melancia, mamo, mandioca etc. A maior parte desses transgnicos, porm, continua
a ser objeto de pesquisas aprofundadas sobre a sua persistncia, sobre a
disseminao indesejvel dos genes transferidos por meio dos vrus resistentes, bem como sobre a sua difcil aceitao pblica, em se tratando
de legumes.
O tomate e o melo foram as primeiras plantas em que se realizaram experincias de transgnese visando ao amadurecimento controlado e, assim, ao melhoramento da qualidade nutricional dos seus frutos.
Os frutos obtidos amadurecem mais lentamente, o que permite a sua
colheita mais tardia, e isso d lugar obteno de produtos com melhor
qualidade gustativa e nutricional nas condies de transporte e
armazenamento atuais. Nos Estados Unidos, foi desenvolvida uma
batatinha transgnica com teor modificado de amido, permitindo menor
absoro de gorduras durante a fritura, o que representa vantagens sob o
aspecto diettico. Tambm na colza (variedade de couve comestvel e da
qual se extrai leo) e na soja foram introduzidas modificaes visando
ao aumento do teor de cido olico e reduo do cido linolico, importante no controle de doenas causadas pelo excesso de colesterol.
H pouco tempo, diante da constatao da Organizao Mundial da
Sade (OMS) de que a carncia de vitamina A afeta entre 100 milhes e
200 milhes de crianas nos pases subdesenvolvidos, provocando graves deficincias de viso (cerca de 500 mil casos de cegueira infantil
constatados, alm da morte de mais de 1 milho de crianas em idade
pr-escolar por ano, por avitaminose A), um grupo de cientistas da Sua e da Alemanha conseguiu desenvolver uma variedade transgnica de
arroz rica em betacaroteno, formador dessa vitamina. Por causa dessa
substncia, esse arroz possui uma colorao amarela, tendo sido
apelidado de arroz dourado. Considerando que o arroz um dos alimentos mais utilizados e baratos do mundo, essa constituir, sem
dvida, uma forma de fazer chegar a esses povos carentes as quantidades necessrias da vitamina A, a fim de permitir um desenvolvimento
normal das crianas.
No Brasil, a Embrapa realiza experincias de engenharia gentica
desde 1980. Um importante trabalho j concludo foi o de produzir bananas transgnicas resistentes ao mal de sigatoka, uma doena que ameaa extinguir as bananeiras de todo o mundo. Muitos outros projetos,
entretanto, esto em andamento, como o feijo resistente ao caruncho,
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o rendimento da ordem de cinqenta gros (ou cinqenta sacos) colhidos para cada gro (ou saco) plantado.
Em conseqncia dos melhoramentos alcanados pelas tcnicas
agrcolas durante o sculo XX que se vem conseguindo fazer face ao
vertiginoso aumento da populao mundial ocorrido nessa mesma poca. Assim, por exemplo, entre 1961 e 2000, nos pases em desenvolvimento da sia, a produo de arroz somada de trigo elevou-se de 127
para 762 milhes de toneladas anuais, enquanto a populao cresceu, no
mesmo perodo, de 1,6 bilho para 3,5 bilhes de habitantes. No caso do
trigo, isso s foi possvel graas seleo de uma variedade mutante,
isto , de mutaes gnicas que surgiram ao acaso e que foram isoladas
pelos cientistas japoneses, no final do sculo XIX, e utilizadas na agricultura, com evidentes resultados econmico e social.
Porm, desde os anos de 1970, os bilogos comearam a perceber
que o emprego das tcnicas usuais de melhoramento das plantas, baseadas simplesmente em cruzamentos e aproveitamentos de mutaes casuais, sofria grandes limitaes. A lentido desses processos e a impossibilidade de realizar modificaes segundo as necessidades exigiam o
desenvolvimento de novas tecnologias, de modo a permitir atender s
necessidades crescentes de produo mundial de alimentos. Grandes
investimentos comearam a ser realizados no desenvolvimento da engenharia gentica, inicialmente no melhoramento da resistncia s pragas
das plantas cultivadas; na melhor utilizao da gua na irrigao e dos
fertilizantes nitrogenados; na maior eficincia da fotossntese; e na qualidade nutricional ou industrial de alguns produtos vegetais. No Brasil,
grandes avanos foram conseguidos, sobretudo pela Empresa Brasileira
de Pesquisas Agronmicas (Embrapa), por exemplo, nas modificaes
introduzidas na soja, adaptando essa planta extica ao nosso clima e ao
nosso solo, o que permitiu que nos tornssemos um dos maiores produtores e exportadores dessa leguminosa em todo o mundo. Mas alm da
Embrapa, as universidades brasileiras contriburam significativamente
para o progresso das tcnicas mais avanadas de engenharia gentica.
Foi somente a partir do incio dos anos de 1980, no entanto, que
surgiram os primeiros resultados de transgnese em plantas. Com o apoio
financeiro, finalmente, de grandes empresas produtoras de sementes e
agroqumicos, assim como de laboratrios de produtos farmacuticos,
essas pesquisas foram intensificadas ao longo daquela dcada, dando
seus primeiros resultados em dez anos, isto , em meados dos anos de
1990. Em 1994, a sociedade Calgene, dos Estados Unidos, coloca no
mercado uma variedade de tomate transgnico com amadurecimento
controlvel, evitando, assim, que o amadurecimento rpido da fruta prejudicasse o seu transporte e armazenamento, deteriorando-se antes de
chegar ao consumidor. Logo em seguida, porm, comeam a aparecer
transgnicos voltados a aspectos ambientais, como os resistentes aos
herbicidas, aos insetos daninhos, aos vrus, assim como tambm ao melhoramento das qualidades nutricionais dos produtos, como o caso do
anunciado arroz dourado, rico em vitamina A, destinado a populaes
carentes com alta incidncia de cegueira em virtude da avitaminose.
Um dos primeiros objetivos dessas transgneses consistiu no desenvolvimento de resistncia das plantas cultivadas aos chamados
herbicidas totais, como o glifosato, o glufosinato e a fosfinotricina. Os
herbicidas totais so produtos que destroem indiferentemente quaisquer
tipos de plantas, ao contrrio dos herbicidas seletivos, que matam apenas certos tipos de vegetais, considerados ervas daninhas, e poupam
as plantas cultivadas. Estes ltimos, porm, no so muito eficazes, obrigando o agricultor a empreg-los em altas dosagens, em misturas de
vrios tipos de herbicidas, geralmente muito txicos. Este procedimento
faz com que tais herbicidas permaneam nas plantas e acabem sendo
ingeridos pelas pessoas ou por animais. Alm disso, para alguns tipos de
lavoura, no existem herbicidas seletivos, e uma remoo insuficiente
de ervas daninhas leva a um baixo rendimento e a uma diminuio da
qualidade do produto agrcola. Quanto aos herbicidas totais, estes so
altamente eficazes na destruio das ervas daninhas, mesmo em baixas
dosagens, porm matam tambm a planta cultivada, a no ser que esta
seja semeada aps a destruio daquelas. Alguns produtos possuem um
bom efeito herbicida, ao mesmo tempo que so de pouca permanncia
no solo graas a uma rpida biodegradabilidade , permitindo que
o cultivo se inicie aps algumas semanas.
Os glifosatos so herbicidas totais cuja ao sobre as plantas se d
por meio de reaes exclusivas dos vegetais, no afetando, pois, a vida
animal. Assim sendo, a transferncia para as espcies cultivadas de um
gene que lhes conferisse resistncia ao desse herbicida teria duas
vantagens principais: uma alta eficcia na destruio das espcies nocivas e uma baixa nocividade ao ambiente, seja pela ausncia de efeitos
LINGUAGEM E VIDA
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O que a evoluo no
De todos os conceitos fundamentais nas cincias da vida, a evoluo o mais importante e tambm o mais mal compreendido. Mas como
podemos entender um assunto melhor ao reconhecer aquilo que ele no
, e o que no pode ser, devemos comear com algumas refutaes, reconhecendo para a cincia aquilo que G. K. Chersterton considerou to
importante para as humanidades: Arte limitao; a essncia de cada
pintura a moldura.
Primeiramente, a evoluo, assim como qualquer rea de cincia,
no capaz de sondar a questo das origens fundamentais ou significados ticos. (A cincia, como um empreendimento, busca explicar fenmenos e regularidades do universo emprico, sob o pressuposto de que
leis naturais so uniformes no espao e no tempo. Essa restrio delimita um infindvel e fascinante mundo dentro do quadro; a maioria das
questes relegadas moldura so impossveis de responder, de qualquer forma.) Assim, a evoluo no o estudo da origem primordial da
vida no universo ou do significado intrnseco da vida entre os objetos da
natureza; essas questes so filosficas (ou teolgicas) e no fazem parte do domnio da cincia. (Tambm desconfio que no possuam respostas universalmente satisfatrias, mas isso assunto para outro momento.) Esse aspecto relevante pois fundamentalistas fervorosos, disfarados de criacionistas cientficos, afirmam que a criao deve ser equiparada evoluo e receber tempo proporcional nas escolas, uma vez
que ambas so igualmente religiosas ao lidar com mistrios primordiais. Entretanto, a evoluo no trata desses assuntos de modo algum, e
portanto permanece plenamente cientfica.
Em segundo lugar, evoluo foi acrescentado um conjunto de conceitos e significados que representam mais antigos preconceitos sociais
e crenas psicolgicas da cultura ocidental do que uma descrio da
realidade natural. Tal bagagem pode ser inevitvel em qualquer campo que se relacione de modo to ntimo com preocupaes humanas
profundas, mas esse forte vis social impediu-nos de levar a termo a
revoluo de Darwin. O mais pernicioso e limitante desses preconceitos
a idia de progresso, a noo de que a evoluo possui uma motivao
ou manifesta uma poderosa tendncia de caminhar em direo maior
complexidade, ao projeto biomecnico mais eficiente, a cerbros maiores ou alguma outra definio paroquial de progresso. Esse preconceito
baseia-se num antigo desejo que os seres humanos tm de se colocar no
pice do mundo natural e dessa forma afirmar um direito natural de
dominar e explorar nosso planeta.
Evoluo, na formulao de Darwin, adaptao a ambientes que
mudam, no progresso universal. Elefantes que evoluem para uma
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EQUILBRIO PONTUADO
Os depsitos nos quais so encontrados sucessivos fsseis, de uma
linhagem em evoluo, so muitas vezes separados por interrupes de
pelo menos 50000-100000 anos, de forma que as flutuaes de curto
perodo nas caractersticas de uma espcie raramente so evidentes. Linhagens com registro dos fsseis irregular freqentemente mostram pouca
mudana substancial por milhes de anos. Alm disso, no raro, que
seus descendentes morfologicamente distintos (com diferentes nomes
especficos) apaream subitamente, virtualmente sem nenhuma evidncia de formas de transio intermedirias, depois de longos perodos de
pouca mudana. Exceto em seqncias de fsseis raramente completas,
a impresso de aparente ESTASE por longos perodos, pontuadas por
perodos de mudana muito rpida para uma nova morfologia estvel.
Eldredge e Gould (1972) chamaram este padro de EQUILBRIO
PONTUADO em oposio ao GRADUALISMO FILTICO: mudana
anagentica constante. Para explicar o padro, invocaram a teoria de
Mayr (1954) de especiao paraptrica e propuseram que a maioria das
mudanas evolutivas se propaga rapidamente em populaes pequenas
e localizadas, em unssono com a aquisio do isolamento reprodutivo
(i.., especiao verdadeira) uma idia que o prprio Mayr (1954,
1963) havia prenunciado. Tendo atingido isolamento reprodutivo, a nova
forma se expande do seu lugar de origem para o territrio da espcie
parental que no sofreu mudana e torna-se suficientemente abundante
e amplamente distribuda para ser documentada no registro dos fsseis.
Nesta teoria, portanto, a maior parte da mudana evolutiva est associada e contingente com a especiao (i.., bifurcao de linhagens).
Eldredge e Gould (1972) e Stanley (1975) chegaram a argir que devido
s espcies individuais serem estticas, tendncias de longa durao na
morfologia so conseqncias no da mudana anagentica dentro de
linhagens individuais, mas de seleo entre espcies. Caracteres associados com baixas taxas de extino ou altas taxas de especiao iro se
tornar predominantes dentro de um clado e estabelecero uma tendncia
de longa durao, mesmo se a direo da mudana morfolgica durante
o processo de especiao varie ao acaso com respeito tendncia. Stanley
(1975) concluiu corajosamente que a macroevoluo est desligada da
microevoluo e Gould e Eldredge (1977) argram que a anagnese
apenas cladognese acumulada e filtrada pela fora direcionadora de
seleo de espcies.
A teoria do equilbrio pontuado inclui os processos neodarwinistas
tradicionais de evoluo gradual: dentro de populaes que esto se
especiando, os caracteres se alteram de forma gradual, ainda que rapidamente, sob a influncia da deriva gentica e seleo individual. A proposta de que caracteres mudam por saltos macromutacionais descontnuos
totalmente diferente e no necessariamente parte da teoria do equilbrio pontuado. Alm do mais, as mudanas morfolgicas que se acreditam ocorrer durante as pontuaes so preferencialmente modestas e
no foram concebidas para explicar a origem dos txons superiores. Um
dos exemplos originais da teoria do equilbrio pontuado era um decrscimo, de 18 para 15, no nmero de fileiras de facetas oculares do Phacops,
gnero de trilobita (Eldredge, 1971). O descendente no era suficientemente diferente para ser colocado num novo gnero.
A teoria exposta por Eldredge e Gould (1972) e por Stanley (1975,
1979) e as observaes nas quais est baseada so muito controvertidas.
Elas levantam uma srie de questes importantes: se a estase real, como
podemos explic-la? Existe evidncia de que a especiao necessria
para a mudana evolutiva substancial? Se for assim, por qu? A
macroevoluo realmente desligada da microevoluo?
Equilbrio pontuado: prs e contras
Como uma explicao terica de por que a especiao deveria ser
necessria para a mudana evolutiva, Eldredge e Gould (1972) seguiram
Mayr (1963) na argumentao de que conjuntos gnicos coadaptados
resistem a mudana gentica e que uma mudana de um pico adaptativo
para outro facilitada pelo efeito desestabilizador do pequeno tamanho
populacional (efeito do fundador). Stanley (1979), ao contrrio, argiu
que populaes locais de espcies amplamente distribudas esto sujeitas a presses de seleo conflitantes, de forma que o fluxo gnico entre
tais populaes impede a seleo a partir da mudana substancial das
freqncias allicas. Estes argumentos sofreram forte oposio de
geneticistas de populaes, que argumentam que o efeito do fundador,
usualmente, no eficiente para mudar populaes em direo a novos
picos adaptativos (Lande 1980; Barton e Charlesworth 1984) e que o
fluxo gnico raramente suficiente para se contrapor seleo forte
(Charlesworth et al. 1982). Variao geogrfica substancial dentro da
espcie, muitas vezes atravs de curtas distncias, demonstra que a evoluo pode ocorrer sem especiao. Enquanto os que advogam o equilbrio pontuado propem que a evoluo mais rpida em populaes
individuais, pequenas e localizadas, a teoria de Wright (1977), do balano instvel, sustenta que a evoluo adaptativa progressiva mais provvel em espcies de distribuio ampla, compostas de muitas populaes locais, entre as quais existe um baixo nvel de fluxo gnico. Wright
(1982) acredita que a evoluo est concentrada em eventos ocasionais
rpidos que no correspondem especiao, mas sim s mudanas nas
condies ecolgicas (especialmente, disponibilidade de novos nichos
ecolgicos).
Deve-se concluir que a teoria e os dados da gentica de populaes
no sustentam a noo de que a evoluo dos caracteres requer especiao.
Alm disso, para mostrar no registro dos fsseis que mudana rpida
acompanhada por especiao, seria necessrio mostrar que uma forma
ancestral no alterada persiste simpatricamente com seu descendente
modificado. Poucos, se algum, de tais exemplos tm sido documentados. Entretanto, a especiao pode ter um papel no avano anagentico.
Populaes locais de uma espcie de distribuio ampla desenvolvem
adaptaes diversas aos seus respectivos ambientes, mas a espcie como
um todo ir se tornar fixa somente para alelos que so uniformemente
vantajosos em toda sua distribuio e que so espalhados pelo fluxo
gnico. Mas, provavelmente, tais traos geralmente adaptativos (Brown
1959) raramente aparecem; provvel que eles sejam uniformemente
vantajosos apenas se alteraes nas condies ecolgicas forem extensas. Mais ainda, avanos adaptativos em populaes locais podem ser
efmeros ao longo do tempo geolgico, j que populaes locais se extinguem e mudanas na distribuio geogrfica de hbitats podem permitir cruzamento entre populaes anteriormente isoladas e diferenciadas. Atingir o isolamento reprodutivo permite a uma populao com
caracteres divergentes se tornar simptrica com a espcie parental sem
perder sua identidade por meio de intercruzamento; portanto, a especiao, apesar de no necessria para a evoluo de novos caracteres,
pode permitir sua reteno (Futuyma 1986).
Os dados do registro dos fsseis permitem vrias interpretaes.
Existe algum debate, antes de tudo, sobre se algumas seqncias mostram gradualismo ou estase com pontuao. [...] Isto , a distino entre
mudana gradual e pontuada no est bem definida. O problema mais
geral que se as seqncias dos fsseis parecem mostrar rpidas mudanas de uma morfologia estvel para outra, a especiao pode ter ocorrido ou ento pode ter existido apenas um avano anagentico, atravs
de uma srie de passos, em uma nica linhagem, sem especiao. Eventos geologicamente instantneos, aos olhos de um paleontlogo,
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Estase
Talvez o problema mais interessante apresentado pelo registro dos
fsseis seja a estase. Assumindo que muitos caracteres flutuam pouco,
mas rapidamente, e no so na realidade estticos, a constncia relativa
da morfologia por milhes de anos parece, todavia, surpreendente em
vista da extrema inconstncia do ambiente. No apenas fsseis, mas formas sobreviventes tambm fornecem prova de estase. Por exemplo, diferenas nas protenas entre algumas espcies de salamandras do gnero
Plethodon sugerem (assumindo-se uma relativa constncia da evoluo
molecular que as espcies mais distantemente aparentadas divergiram
pelo menos h 60 milhes de anos atrs. Ainda, as numerosas espcies
do gnero so quase indistintas morfologicamente, exceto em tamanho,
cor e pequenas diferenas nas dimenses esquelticas (Wake et al. 1983).
Ocorreu especiao abundante, apesar da divergncia morfolgica substancial ter ocorrido apenas em uma linhagem, a qual se tornou adaptada
a uma zona adaptativa arbrea e que reconhecida como um gnero
distinto (Aneides). Estase em Plethodon seguramente no atribuvel ao
fluxo gnico, que extremamente baixo nestas salamandras.
Do ponto de vista da gentica de populaes, a explicao mais
plausvel para a estase a seleo estabilizadora, mas como pode a seleo favorecer a mesma morfologia face mudana ambiental? precisamente neste contexto que devemos reconhecer que os organismos no
so meramente objetos passivos das influncias ambientais, mas que
eles definem e criam seus ambientes (Lewontin 1983). Tendo evoludo
para usar um certo microhbitat, ou determinados tipos de alimento,
uma linhagem pode estar tamponada em relao a mudanas
macroscpicas adicionais, das quais est, assim dizendo, felizmente
desavisada. Drosophila, dentro de uma garrafa, no pode escapar seleo artificial para tolerncia a altas temperaturas, mas Drosophila, numa
floresta, pode escapar encontrando microhbitats frescos. Salamandras
Plethodon, habitantes da mida serapilheira das florestas e empregando
um mecanismo de alimentao muito generalizado para capturar pequenos invertebrados, podem ter experimentado poucas presses de seleo
novas desde que as florestas midas e os artrpodes do hmus apareceram (Wake et al. 1983). O ambiente de qualquer localidade em particular muda continuamente no decorrer do tempo geolgico, mas hbitats
persistem; eles mudam de lugar e as espcies associadas mudam junto
com eles, enquanto as populaes que colonizaram os hbitats modificados simplesmente se extinguem. Por exemplo, a distribuio de espcies norte-americanas como o abeto (Picea) mudou em conjunto com o
seu hbitat: atravs do Pleistoceno. Populaes do norte se extinguiram
durante perodos glaciais e populaes do sul se extinguiram durante os
perodos interglaciais quentes; no existem abetos adaptados ao calor ao
longo do Golfo do Mxico, onde eles j existiram.
Seleo a nvel de espcies e a natureza hierrquica da evoluo
A especiao no parece necessria para a mudana anagentica,
mas pode, entretanto, ter um importante papel na evoluo de longa durao. A variao entre um grupo de espcies, em um ou mais caracteres,
pode ser muito maior que dentro de uma nica unidade panmtica, porque a recombinao dentro da populao restringe a varincia dentro de
limites bastante estreitos. O isolamento reprodutivo permite o aumento
da varincia, de forma que um grupo de espcies pode ocupar muitos
picos adaptativos, enquanto uma nica populao pode ocupar apenas
um (Hutchinson 1967). Portanto, a especiao um pr-requisito para a
radiao adaptativa dentro de diferentes nichos simptricos. Se um novo
fentipo favorecido por mudanas nas condies ecolgicas, um ou
outro membro de um grupo de espcies ter mais probabilidade de evoluir em direo condio mais favorvel do que uma nica espcie, j
que a varincia gentica do grupo como um todo maior do que a de
qualquer espcie (Arnold e Fristrup 1982). Portanto a especiao pode
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podem exigir milhares de anos durante os quais mudanas considerveis podem ocorrer de forma lenta e gradual aos olhos de um geneticista
de populaes (Stebbins e Ayala 1981). Turner (1986) diz que uma alterao moderada em um carter sob seleo natural ir, quase que inevitavelmente, exigir menos que 50000 geraes, que o que a anlise das
seqncias fsseis feita por Lande (1976) mostra; uma mudana em um
carter, que consuma um perodo de tempo muito maior dever requerer
seleo to fraca, que esta ser superada pela deriva gentica. Evoluo
por seleo natural ir ocorrer usualmente de forma mais rpida, de modo
que um registro fssil comum no possa documentar. Portanto, diz Turner,
a gentica de populaes prediz que a evoluo por seleo natural ser
pontual!.
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No incio da histria humana nossos ancestrais, incapazes de compreender o mundo que os cercava, apelaram para o pensamento mgico.
As relaes estabelecidas entre os fenmenos eram finalsticas ou utilitrias, no se relacionando necessariamente de maneira coerente com os
fatos. Haveria um poder onipotente espiritual e invisvel, nem sempre
coerente, que seria prprio das divindades.
Criou-se assim o mito, ou seja, um conceito ou uma afirmao que
no tem relao com uma causalidade emprica conseqente. E para associar o divino com o natural surgiram inicialmente os feiticeiros ou
curandeiros. A funo do mago era persuadir os espritos contidos no
ambiente em geral a cooperar com a sociedade. As pessoas que se consideravam aptas a tal tarefa receberam ento um status especial, que
lhes assegurava vantagens mas tambm riscos, como no caso apresentado no romance de Darcy Ribeiro.
Com a evoluo das sociedades humanas possibilitada pelas revolues agrria e urbana h todo um desenvolvimento dessas crenas,
surgindo ento as religies, com suas revelaes, mistrios, tradies e
textos sagrados, e montando-se suas rgidas estruturas hierrquicas de
controle. Embora o adepto de uma religio considere que a sua a nica, a humanidade segundo o antroplogo canadense (naturalizado
norte-americano) Anthony F. C. Wallace j criou cerca de 100 mil
religies, e a verificao de que isso pode proporcionar lucro tem resultado (inclusive no Brasil de hoje) em uma proliferao cada vez maior.
Em termos histricos, o auge do idealismo e da f sem razo ocorreu
na Idade Mdia, com a noo de que existiria apenas uma verdade. Seu
personagem paradigmtico Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona,
na atual Arglia, que adotou a doutrina do persa Mani ou Maniqueu (216274?), segundo a qual o universo foi criado e dominado por dois princpios antagnicos e irredutveis: Deus, ou o bem absoluto, e o Diabo, ou o
mal absoluto (esta, alis, a origem da palavra maniquesta).
Para se ter uma idia do clima que reinava na Idade Mdia, pode-se
recorrer novamente literatura, atravs do romance O nome da rosa, do
filsofo e escritor italiano Umberto Eco. Ele retrata de maneira excelente as interminveis discusses sobre detalhes, s vezes nfimos, da doutrina, que podiam resultar em acusaes de heresia e julgamento pela
Inquisio, o temvel tribunal eclesistico criado pelo Papa Gregrio IX
em 1231. Segundo o mdico Carlos Antonio Mascia Gottschall, no livro
Do mito ao pensamento cientfico, a Inquisio representou, por cerca
de sete sculos, a maior mordaa ao conhecimento racional organizado
no mundo ocidental.
O surgimento da razo e da cincia
Obviamente, tal estado de coisas no poderia se eternizar. Definese razo como a faculdade que tem o ser humano de avaliar e julgar
idias universais e de estabelecer relaes lgicas entre os eventos relacionados com o seu dia-a-dia e o mundo exterior. Essa faculdade foi
inicialmente cultivada pelos gregos da Antigidade clssica, exemplificados por Aristteles (384-322 a.C.).
Mas razo s no basta. Ernst Mayr (1904-2005), bilogo
evolucionista alemo (naturalizado norte-americano) e uma das figuras
mais importantes do sculo em que viveu, expressou em livro publicado
no ano passado: O que no compreendo por que a maioria dos filsofos da cincia acredita que os problemas da filosofia da cincia possam
ser resolvidos pela lgica. E concluiu: Um enfoque emprico parece
um melhor caminho.
O que faltava para compreender razoavelmente o mundo era a cincia,
que pode ser definida como um conjunto de registros sistematizados que
visam ao conhecimento de uma parcela da realidade atravs de mtodo prprio, a metodologia cientfica. Esta desenvolveu-se atravs de esforos de
uma trade exemplar: o ingls Francis Bacon (1561-1626), o italiano Galileu
Galilei (1564-1642) e o francs Ren Descartes (1596-1650).
Estabilidade ou mudana?
Na interpretao de nossa existncia podem-se distinguir duas filosofias, uma que d nfase estabilidade, manuteno do status quo, e
outra que coloca como importante a mudana.
De acordo com a viso de religiosos ortodoxos, o mundo est prefixado atravs da criao divina. No que se refere ao mundo biolgico,
deve-se acreditar literalmente na verso da Bblia, documento que registrou histrias orais apresentadas h mais de dois mil anos. Nessa verso,
as espcies so as mesmas desde a sua criao por Deus; nada se modificou desde ento.
Nem todos os religiosos, no entanto, esto de acordo com essas
idias. O padre jesuta francs Pierre Teilhard de Chardin (1881-1955)
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pescoo esticado perpetuou-se talvez porque adoremos uma linda histria, ainda que falsa, e talvez porque no estejamos habituados a questionar pretensas autoridades no caso, a dos livros.
Ainda em 1996, os zologos Robert Simmons e Lue Scheepers publicaram o artigo Winning by a neck: sexual selection in the evolution
of giraffe (Vencendo por um pescoo: seleo sexual na evoluo da
girafa) na American Naturalist (148, p. 771). Segundo eles, as girafas,
na estao seca, alimentam-se dos arbustos. na estao das chuvas,
quando no se espera competio, que se voltam para o alto das accias.
Observaram ainda que as fmeas passam metade de seu tempo alimentando-se com o pescoo em posio horizontal (comportamento to tpico que permite identificar o sexo do animal a distncia). Alm disso,
ambos os sexos alimentam-se com maior freqncia mantendo o pescoo curvado para baixo. Tudo isso, afirmam, sugere que o tamanho do
pescoo no teria evoludo especificamente devido busca de alimento
em pontos mais elevados.
Para refutar a objeo de que a competio entre machos no explicaria por que as fmeas tm pescoos longos, Simmons e Scheepers
argumentam que isso resultaria da correlao gentica entre os sexos, e
que outras espcies exibem correlaes similares. Ou seja, o pescoo
longo das fmeas teria vindo como uma espcie de brinde.
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Sugestes de atividades
PAPEL DO CITOESQUELETO NA DEFINIO
DA FORMA CELULAR
VARIAES DO MODELO
I Objetivo
II Material
fio metlico rgido (por exemplo, fio de cobre com 1,5 mm de
dimetro, ou um arame fcil de dobrar)
fio de nilon fino (linha de pescar)
cola instantnea
cola do tipo epxi (como durepoxi)
alicate
recipiente com gua e detergente
III Procedimento
Cabo
C
Cabo
Cabo
PAULO MANZI
alicate
II Procedimento
1. Fure a bola de isopor com o palito de dente e fixe os canudinhos
de refrigerante, usando cola epxi. Os canudos devem partir radialmente, todos ligados ao isopor central.
2. Corte um feixe de canudinhos com 3 cm e cole prximo ao isopor
para simbolizar o centrolo.
3. Corte os canudinhos fixados na bola de isopor de tal maneira a
dar uma forma ao modelo.
4. Faa uma rede externa de fios de nilon, como foi feito no modelo anterior, s que agora o fio de nilon colado nas extremidades dos canudinhos ou em outro fio de nilon.
5. O modelo est pronto e pode ir direto para a gua com detergente.
Veja Figura 2.
(Obs.: Se ficarem espaos muito grandes entre os fios de nilon, a
membrana ter dificuldades de se formar; quando isso acontecer, acrescente mais fios de nilon.)
Arame servindo
de suporte
Canudinhos partindo
do isopor ao centro
(microtbulos)
Rede de fios
de nilon
(microfilamentos)
4
6
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PAULO MANZI
1. Construir um modelo de citoesqueleto revestido por membranas de sabo. Neste modelo, a bolha de sabo representa a membrana, a estrutura de arame e o fio de nilon representam o citoesqueleto; a forma da bolha representa a forma da clula.
2. Facilitar a percepo da forma celular como uma caracterstica
dependente do citoesqueleto.
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CLULA VEGETAL
I Objetivo
I Objetivo
1. Reconhecer que as clulas vegetais vivas caracterizam-se pela presena de parede celular e de um grande vacolo.
2. Descrever ncleo e vacolo das clulas vegetais.
3. Representar clulas vegetais em esquema.
II Material
lmina
estilete
lamnula
microscpio
pina
cebola
pincel
lugol
PAULO MANZI
Reproduo proibida. Art. 184 do Cdigo Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
III Procedimento
Parede
celular
Vacolo
Suco
vacuolar
(soluo)
Citoplasma
Ncleo
Membrana
vacuolar
FOTOSSNTESE
I Objetivo
1. Identificar que no processo da fotossntese h desprendimento de
um gs.
2. Determinar, em funo do volume de gs oxignio desprendido,
a relao entre taxa de fotossntese e intensidade luminosa.
II Material
tubo de ensaio ou tubo de pequeno dimetro de vidro ou plstico
rolha perfurada
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fita adesiva
II Material
fonte de luz
2 garrafas trmicas
III Procedimento
2 copos
2 termmetros
2 tubos de plstico
suco de uva puro
PAULO MANZI
fermento de padaria
Termmetro
Bquer
Eldea
Tubo de
ensaio
Termmetro
Tubo de vidro
IV Questes
1. Aps um certo tempo, o que voc observou?
2. Pesquise em seu livro de Biologia e responda que processo deve
estar ocorrendo no vegetal?
3. Considerando o resultado de sua pesquisa justifique:
a) O papel do bicarbonato de sdio nesta atividade sobre
fotossntese.
b) Que gs est sendo eliminado?
4. Crie uma forma de evidenciar que gs est se desprendendo da
planta nesse processo.
5. Qual a relao observada (ver procedimento 6) entre intensidade
luminosa e taxa de fotossntese? (Deve-se cuidar para que durante o desenvolvimento da atividade a temperatura da gua do bquer,
onde est o tubo de ensaio, se mantenha constante.)
[Comentrios/Respostas das questes do item IV: 1. A presena de bolhas de gs no interior da soluo. E a gota colorida do manmetro se
movimentou. 2. Fotossntese. 3. a) O bicarbonato de sdio aumenta a
concentrao de gs carbnico da gua e, conseqentemente, a intensidade da fotossntese; b) Oxignio. 4. Para identific-lo, deveramos deixar um fsforo em brasa, abrir o tubo e, rapidamente, colocar esse fsforo em brasa em contato com o gs do tubo. Como o oxignio comburente, deve surgir uma chama, o que demonstra que o gs desprendido
o oxignio. (Obs.: Esta atividade deve ser realizada com a ajuda do professor. No deve haver materiais inflamveis nas proximidades.). 5. Os
alunos devem observar que h uma proporo direta entre a quantidade
de oxignio que as plantas eliminam e a intensidade luminosa]
Nvel do suco
de uva
gua
34
Garrafa
trmica
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PAULO MANZI
Escala
graduada
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III Procedimento
Suporte
pois assim que o levedo usar todo o acar existente no suco de uva a
fermentao pra e a temperatura ir diminuir. O uso da garrafa trmica
importante, pois um frasco de vidro poderia estourar com a presso
dos gases.)]
COMO AGEM OS RNAt
Qual dessas hipteses voc acha que plausvel? Justifique sua resposta.
(Obs.: O aluno deve lembrar-se de que apenas 20 tipos de aminocidos
entram na composio das protenas. Portanto, a primeira hiptese a
correta.)
Fonte consultada: Srie: A prtica pedaggica (2 grau) Qumica e Biologia.
Secretaria da Educao do Estado de So Paulo CENP, 1992.
II Material
cartolina
fita adesiva
clipes
xerox com figuras de RNAt
cola
II Material
1 ou 2 folhas de papel
4 fios de l (cerca de 5 cm de comprimento)
PAULO MANZI
Figura 1
Na meiose, os cromossomos homlogos ficam estreitamente pareados. Este pareamento feito ponto por ponto, ou seja, entre genes correspondentes. A Figura 1 mostra como isso acontece.
Figura 3
A
PAULO MANZI
PAULO MANZI
Reproduo proibida. Art. 184 do Cdigo Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
III Procedimento
IV Questes
1. No modelo, quantos tipos de aminocidos esto ligados a RNAt?
2. Quantos RNAt no se ligam a aminocidos?
3. Que nmeros eles tm e com que aminocidos poderiam ter-se ligado?
4. Esse resultado mostra que um aminocido:
a) s pode ligar-se a um nico RNAt;
b) pode ligar-se a pelo menos dois RNAt.
5. No modelo apresentado, os aminocidos 21, 22, 23 e 24 no se
ligaram a nenhum RNAt. Para explicar esse acontecimento, h
duas hipteses possveis:
a) nem todos os aminocidos entram na composio de protenas.
b) no modelo no foram includos todos os tipos de RNAt; entre
estes estariam os que poderiam se unir aos aminocidos 21 a 24.
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PAULO MANZI
Figura 2
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19
19
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15
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Figura 4a
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PAULO MANZI
A
a
a
Figura 4b
R
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I Objetivo
1. Calcular as freqncias dos alelos em sucessivas geraes.
2. Construir um grfico para representar alteraes nas freqncias
gnicas.
3. Conceituar oscilao gentica.
4. Discriminar os fatores que alteram as freqncias dos alelos das
populaes.
5. Verificar, por meio de um modelo, a oscilao gentica em pequenas populaes.
II Material
48 pinos mgicos (jogo plstico de armar, encontrado em lojas de
brinquedos e supermercados) de duas cores (24 de cada cor)
1 caixa ou saco de papel
1,5 folha de papel almao quadriculado
III Procedimento
1. Observe a tabela.
Geraes
20
Freqncia do alelo A
Freqncia do alelo a
N de gentipos dos descendentes
AA Aa aa AA Aa aa
AA Aa aa
1
2
3
IV Questes
1. Construa um grfico representando as freqncias dos alelos A e
a nas sucessivas geraes. Represente, na abscissa, o nmero de
geraes e, na ordenada, as freqncias dos alelos (0 1.0).
2. Na sua populao, a freqncia dos alelos A e a:
a) oscilou?
b) permaneceu constante, de gerao em gerao?
3. Na sua populao:
a) desapareceu o alelo A?
b) desapareceu o alelo a?
c) no desapareceu nenhum alelo.
4. Rena os dados das equipes, colocando no quadro-de-giz as respostas s seguintes perguntas:
a) Em quantas equipes a freqncia dos alelos oscilou?
b) Em quantas equipes o alelo A desapareceu?
c) Em quantas equipes o alelo a desapareceu?
d) Em quantas equipes no desapareceu nenhum alelo?
(Obs.: Quando as populaes so muito pequenas, a freqncia dos alelos
oscila, nas sucessivas geraes. Essa oscilao deve-se ao acaso e recebe o nome de oscilao gentica. Algumas vezes um dos alelos pode
desaparecer. Isso acontece, por exemplo, quando uma populao se subdivide, originando vrias pequenas, que ficam isoladas por uma barreira
geogrfica: populaes de ilhas, por exemplo. Com o tempo possvel
que as freqncias dos alelos se tornem diferentes nas diversas populaes. Pode tambm acontecer que, por mutaes, as freqncias gnicas
dessas populaes se tornem to diferentes que elas passem a constituir
variedades de uma espcie ou mesmo espcies diferentes.)
Fonte consultada: Srie: A prtica pedaggica (2 grau) Qumica e Biologia.
Secretaria da Educao do Estado de So Paulo. CENP, 1992.
PAULO MANZI
Figura 1
5. Cada cruzamento dar origem a um nico descendente. Marque o
gentipo desse indivduo na tabela e recoloque os pinos na caixa.
6. Repita esse procedimento 12 vezes, representando 12 cruzamentos dessa gerao.
7. Anote, na ltima linha da tabela, o total de gentipos dessa gerao. Essa ser a proporo entre os gentipos da gerao seguinte.
8. Rearranje os pinos de modo a representar os indivduos da gerao seguinte e coloque-os na caixa.
9. Calcule e anote na tabela a freqncia dos alelos A e a nessa nova
gerao.
10. Repita o procedimento at obter 20 geraes ou at um dos alelos
desaparecer.
Por dcadas, o estudo dos seres vivos resumiu-se quase exclusivamente a aspectos sistemticos, como se todas as categorias taxonmicas
fossem gavetas de um enorme armrio. Atualmente, porm, tais gavetas encontram-se entrelaadas por um importante elo: a ancestralidade
comum. Como os ramos de uma grande rvore, os seres vivos evoluem
continuamente, adaptando-se s exigncias ambientais e adquirindo caractersticas anatmicas e funcionais peculiares.
A diversidade das formas de vida, na Terra, enorme e os critrios
de classificao sempre arbitrrios. Optamos, por exemplo, pela classificao em cinco reinos, proposta por Robert Whittaker, embora alguns
autores apresentem classificaes em seis, sete ou at oito reinos. Futuramente, essa nossa opo dever ser revista. Quanto classificao dos
primatas, utilizamos a proposta do Museu de Zoologia da Universidade
de Michigan (1999), que poder provocar alguma estranheza. Sabemos
que escolhas sempre tm um lado pessoal, embora tenhamos nos
escudado na mais recente bibliografia a respeito. A classificao de
protistas (ou protoctistas), e entre eles das algas, baseou-se em extensa
reviso bibliogrfica, apoiada principalmente por Lynn Margulis e
Karlene Schwartz (Cinco reinos Um guia ilustrado dos filos da vida).
Procuramos enfatizar a biologia do ser humano, embora no sejamos partidrios de uma viso excessivamente antropocntrica da cincia. Pareceu-nos pertinente, numa obra com esse propsito, estabelecer
a Biologia Humana como o trilho sobre o qual deveriam caminhar os
estudos de anatomia, fisiologia e reproduo, principalmente.
Na abordagem de alguns aspectos da Biologia Humana, tivemos a
inteno de, ao lado de informaes de carter cientfico, formularmos
questes de natureza moral, tica e social. Quando os temas so as drogas , a gravidez na adolescncia, as doenas sexualmente transmissveis
(como a Aids) e os acidentes, a discusso pode ser aprofundada, e deve
ser encorajada a participao de outros profissionais como professores de outras disciplinas, mdicos, psiclogos e assistentes sociais.
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mgicos de cores diferentes. Dois pinos ligados pelas extremidade representaro um indivduo.)
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Materiais de apoio
Leituras
OS REINOS DA VIDA
Do tempo de Aristteles at meados do sculo vinte, praticamente
todos classificaram os membros do mundo vivo em dois reinos, plantas ou animais. Desde a metade do sculo dezenove, contudo, muitos
cientistas notaram que certos organismos, tais como as bactrias e os
mofos-de-lodo (slime molds), diferiam das plantas e dos animais mais
do que plantas e animais diferiam ente si. O terceiro e quarto reinos
para acomodar estes organismos anmalos foram propostos diversas
vezes. Ernest Haeckel (1834-1919), o proponente alemo e popularizador
da teoria da evoluo de Darwin, por exemplo, fez vrias propostas
para um terceiro reino de organismos. As fronteiras do novo reino de
Haeckel, o reino Protista, variaram durante o curso de sua longa carreira, mas seu persistente objetivo era colocar os organismos mais primitivos e ambguos separados das plantas e dos animais, com a implicao de que os organismos maiores se desenvolveram a partir de ancestrais protistas. Haeckel reconheceu as bactrias e as algas azuisesverdeadas como um grande grupo o Monera, diferenciado pela
ausncia de um grupo celular dentro do reino protista. Contudo, a
maioria dos bilogos ignorou as propostas para reinos adicionais alm
das plantas e animais ou as considerou curiosidades desimportantes,
um pleito especial de excntricos.
As opinies em relao aos reinos da vida comearam a mudar na
dcada de 1960, principalmente devido ao conhecimento obtido pelas
novas tcnicas bioqumicas e da microscopia eletrnica. Estas tcnicas
revelaram afinidades e diferenas fundamentais no nvel subcelular, que
encorajaram uma enxurrada de novas propostas para sistemas de mltiplos reinos. Entre estas propostas, um sistema de cinco reinos (plantas,
animais, fungos, protoctistas e bactrias), primeiramente propostos por
Robert Whittaker em 1959, e grandemente baseado no trabalho anterior
e altamente original de Herbert Copeland de quatro reinos (plantas, animais, protoctistas e bactrias), tem consistentemente se sustentado por
mais de trs dcadas. Com algumas modificaes provocadas por dados
mais recentes, o sistema de Whittaker o usado neste livro. Resumidamente, nossos cinco reinos so Bacteria (com seus dois sub-reinos,
Archaea e Eubacteria), Protoctista (algas, protozorios, mofos-de-lodo
e outros organismos aquticos menos conhecidos e parasticos), Animalia
(animais com ou sem espinhas dorsais), Fungi (cogumelos, fungos e
leveduras) e Plantae (musgos, fetos e outras plantas portadoras de esporos
ou sementes). Em relao ao reino das plantas, para distribuir os 12 filos
entre dois grandes grupos, usamos Bryata, para todas as plantas
avasculares (musgos, hepatfitas e antocerfitas) e Tracheata, para todas as outras isto , as plantas vasculares, seguindo a sugesto de
James Walker (Universidade de Massachusetts, Amherst; comunicao
pessoal). Embora Walker use Anthocerophyta para o grupo de plantas
avasculares, chamamos somente as antocerfitas de Anthocerophyta,
mantendo a poltica deste livro de simplificao dos nomes quando possvel. Agrupamos nossos cinco reinos em dois super-reinos: (1) Prokarya,
contendo somente o reino procariota, as bactrias, e (2) Eukarya, contendo os outros quatro reinos, que englobam todos os eucariotas. Reconhecemos que os termos scio-polticos como reino, classe, ordem e
famlia so anacronismos que eventualmente sero substitudos. Contudo, o seu uso atualmente generalizado torna conveniente para ns continuar a us-lo na nossa classificao de toda a vida na Terra.
A nica ameaa sria para qualquer dos esquemas de cinco reinos
o sistema de trs domnios dos microbiologistas, liderado por Carl Woese
da Universidade de Illinois. Usando critrios moleculares, especialmente seqncias nucleotdicas de RNA ribossmico, esses microbiologistas,
advogam por trs grandes grupos: dois domnios (Archaea e Bacteria)
consistindo em clulas procariticas e um domnio (Eukarya) contendo
todos os outros organismos. Os fungos, as plantas e os animais so trs
dos reinos do domnio Eukarya, da mesma forma como eles esto no
nosso esquema de cinco reinos. Contudo, dentro de cada um dos trs
domnios h numerosos reinos adicionais muitos correspondentes aos
filos no esquema de cinco reinos.
Embora sejamos profundamente devedores a Carl Woese (Universidade de Illinois), Mitchell Sogin (Laboratrio Biolgico Marinho em
Woods Hole) e outros analistas de seqncias moleculares por suas contribuies inigualveis reorganizao do mundo vivo, rejeitamos o esquema de trs domnios bacteriocntricos em bases biolgicas e pedaggicas. Biologicamente, esta trifurcao falha em reconhecer a simbiognese
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da clula (fuso de bactrias anteriores) como a principal fonte de inovao na evoluo dos eucariotas. Alm disso, os seus trs domnios e
mltiplos reinos so estabelecidos somente pelo critrio das comparaes de seqncias moleculares, enquanto cada reino no nosso esquema
de cinco reinos s pode ser definido usando todas as caractersticas do
organismo moleculares, morfolgicas e de desenvolvimento. Didaticamente, a existncia de tantos reinos no sistema de trs domnios destri o propsito de uma classificao gerencivel da biodiversidade terrestre, na forma de uma informao que possa ser obtida pelos professores, naturalistas e outros no especialistas. Por estas razes, embora tenhamos feito extensivo uso dos dados de seqncia molecular na nossa classificao, rejeitamos o esquema que tem nestes dados o seu critrio nico.
Fonte: MARGULIS, Lynn et al. Cinco reinos Um guia ilustrado dos filos da
vida na Terra. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.
PROTOCTISTA
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Fonte: MARGULIS, Lynn et al. Cinco reinos Um guia ilustrado dos filos da
vida na Terra. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.
ANIMALIA
(Do latim anima, respirao, alma)
[Organismos diplides que se desenvolvem de embries (blstulas)
e que se formam por fuso (fertilizao: citogamia e cariogamia) de
vulos e espermatozides haplides (anisogametas). A meiose de
gametas produz anisogametas.]
Na classificao de dois reinos (animais e plantas) mais antiga e
no usada neste livro os animais compostos de muitas clulas
(multicelulares) eram referidos como Metazoa para distingui-los dos
Protozoa (animais unicelulares). No nosso sistema, no h animais
unicelulares; os protozorios tradicionais esto colocados no Reino
Protoctista. Definimos animais como organismos heterotrficos,
diplides, multicelulares, que normalmente (exceto as esponjas) se desenvolvem a partir de uma blstula. A blstula, um embrio multicelular
que se desenvolve do zigoto diplide, produzido pela fertilizao de um
grande vulo haplide por um pequeno espermatozide haplide, exclusiva dos animais.
Devido aos gametas animais o vulo e o espermatozide diferirem em tamanho, eles so chamados anisogametas. O zigoto diplide
produzido por fertilizao se divide por divises celulares mitticas, resultando numa massa slida de clulas, que normalmente se torna oca
para se transformar numa blstula. Em muitos animais, a blstula desenvolve uma abertura chamada de blastporo, que a abertura para o desenvolvimento do trato digestivo, e ser o local da boca em animais pertencentes a alguns filos, ou o nus em animais pertencentes a alguns
outros filos. Certos animais em alguns filos no apresentam nenhum
destes padres; em vez disso, estes animais com segmentao espiralada
produzem um blstula (estereoblstula) que uma massa slida de clulas suas afinidades permanecem obscuras at que se descubra mais
acerca de sua biologia. Os moluscos cefalpodes, que tm muita gema
no seu ovo, no possuem blastoceles (cavidades embrionrias). A diferenciao e as migraes celulares transformam a blstula numa gstrula,
um embrio com uma invaginao fechada, que o trato digestivo embrionrio na maioria dos animais.
Os detalhes de desenvolvimento embrionrio posterior diferem largamente de filo para filo. Contudo, padres de desenvolvimento comuns proporcionam pistas para as relaes entre os filos. Em muitos
filos, os detalhes do desenvolvimento so conhecidos para muito poucas espcies at o momento; em alguns filos, para nenhuma das espcies. Como o desenvolvimento intricado e complexo, no podemos
resumi-lo em poucas palavras. Por razes semelhantes, definies concisas e precisas dos filos nem sempre podero ser dadas. Nossas descries so mais informais.
A multicelularidade no privilgio dos animais; organismos
multicelulares so abundantes em todos os reinos. Exemplos incluem a
maioria das Cyanobacteria e Actinobacteria no Reino Bacteria;
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O conhecimento crescente sobre a ultra-estrutura, a gentica, o ciclo de vida, o desenvolvimento dos padres, a organizao cromossomial,
a fisiologia, o metabolismo, a histria fssil e especialmente a sistemtica molecular de protoctistas tm revelado muitas diferenas entre eles
e os animais, os fungos e as plantas. Os grandes grupos de protoctistas,
descritos aqui como filos ou grupos de filos, so to distintos a ponto de
merecerem o status de reino nas mentes de alguns autores, como explicado no Handbook of Protoctista (Manual de Protoctistas) (Margulis,
Corliss, Melkonian e Chapman, editores) e o Illustrated Glossary of
Protoctista (Glossrio Ilustrado de Protoctistas) (Margulis, McKhann
e Olendzenski, editores). O Glossrio contm sete tabelas taxonmicas,
incluindo as classes, nomes comuns e sumrios de critrios tcnicos para
distinguir estes grupos. Novos dados sobre a biologia molecular relativos nos txons protoctistas so descritos por Mitchell Sogin, e o livro
contm um glossrio de organismos (aps o glossrio geral), onde centenas de categorias e nomes taxonmicos em uso corrente so definidos
e esboados. J que nenhuma pessoa ou grupo sozinho pode dominar
todos os detalhes biolgicos dos protoctistas, esperamos anos de discusso animada pela frente sobre sua melhor taxonomia. Com uma reverncia diversidade protoctista, um reconhecimento da sua herana
eucaritica comum e um senso de humildade tanto em relao sua
complexidade quanto nossa ignorncia, apresentamos nossos 30 filos
protoctistas.
OS PRIMATAS
O homem classificado na ordem Primatas:
Subordem
Superfamlia
Espcie
Reproduo proibida. Art. 184 do Cdigo Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Prossimili
Anthropodea ceboideia
lmur (Madagscar)
macacos das Amricas
platirrinos (narizes chatos)
ceropithecidae babunos e macacos da
frica
hominoidea
pongidae: gorila,
orangotango, chimpanz,
gibo
hominidae: homens e seus fsseis
Proconsul
poca em que
viveram
21 000 000 a
10 000 000
Caractersticas
Ereto, o ancestral dos
chimpanzs e gorilas.
Dente canino grande.
Provavelmente no fazia
artefatos para se defender.
Vivia na frica.
Ramapithecus
14 000 000 a
12 000 000
provavelmente o mais
antigo primata
semelhante ao homem.
Arco dental curvado.
Provavelmente vivia em
rvores.
Australopithecus
4 000 000 a
900 000
Homo erectus
Homem de
Pequim
800 000 a
400 000
Homo sapiens
Java
300 000 a
50 000
Homo sapiens
Neanderthal
200 000 a
40 000
Homo sapiens
Cro-Magnon
40 000 a
10 000
CONSCINCIA E DOGMA
A ORIGEM DO HOMO SAPIENS
A histria do surgimento do homem a partir da evoluo gradual de um antigo ancestral, que tambm deu origem aos grandes
macacos est bem documentada por evidncias cientficas acumuladas desde que Darwin e Wallace ousaram defender uma verso
diferente da registrada no texto bblico. O confronto entre o conhecimento e o mito, porm, permanece vivo, como mostra o crescimento, inclusive no Brasil, do movimento criacionista. Os textos
religiosos so belos em sua fora simblica e valiosos para a cultura, mas sua interpretao dogmtica representa um srio obstculo
compreenso do mundo e, portanto, prpria compreenso da
espcie humana.
Olhando em volta nos vemos diferentes dos outros animais. Muitas
vezes, at, nos achamos to afastados deles que falamos como se eles
pertencessem natureza e ns, os Homo sapiens, no. Falamos com
freqncia na dicotomia o homem e a natureza, embora esta seja apenas aparente. O que acontece que, como humanos, vemos o mundo
atravs de nossa tica. O que nos aponta alguma semelhana so as nossas necessidades bsicas, metablicas.
Na verdade, o que nos distinguiu dos demais seres vivos foi a nossa
capacidade de desenvolver uma linguagem articulada, que permite combinar palavras seguindo uma gramtica e assim construir frases que adquirem um sentido mais amplo que a simples adio dessas palavras.
uma linguagem de dupla articulao, j que se utiliza das palavras e dos
sentidos. Essa linguagem, surgida no se sabe quando, deu-nos uma nova
capacidade que no parece ser encontrada em nenhum outro ser vivo: a
conscincia. Somos animais que temos conscincia da morte, que vivemos as aflies do futuro, que encontramos a nossa identidade no passado. Olhamos o mundo com um olhar prprio e podemos enxergar alm
do horizonte.
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O mito e a matemtica
Os mitos tm duas funes essenciais para a preservao da cultura.
Em primeiro lugar, eles respondem s nossas perguntas existenciais mais
primrias Como surgiu o mundo? Como, e quando, ele acabar? Quem
foi o primeiro homem? O que ocorre depois da morte? A outra funo
a de justificar um sistema social existente e dar sentido a costumes e
ritos tradicionais, criando, assim, um sentido de pertencimento ao grupo. A linguagem simblica dos mitos exige uma permanente interpretao e uma adequao aos acontecimentos que caracterizam a histria da
cultura.
Grande parte dos mitos inicia sua narrativa afirmando que no incio
era o caos, ou o nada, e que em dado momento alguma entidade
sobrenatural criou tudo o que viria depois. Esse elemento comum pode
estar relacionado ao fato dos mitos de origem serem, em ltima instncia, mitos fundadores de culturas. Eles nos dizem quando se comea a
ter conscincia do mundo, ou seja, quando a linguagem de dupla articulao permitiu ordenar e classificar o mundo sensvel, dando a este um
significado.
Interpretar um mito sem levar em conta sua linguagem simblica
nos leva a uma posio delicada, que desfaz a fora do prprio mito. Um
exemplo marcante dessa apropriao do mito, retirando dele seu valor
simblico, ocorreu no sculo 17. A cincia moderna mal iniciava sua
trajetria. O fsico e astrnomo italiano Galileu Galilei (1564-1642) havia publicado os seus dilogos e mostrado que a matemtica era a linguagem que se podia usar para compreender os fenmenos naturais,
anunciando uma revoluo de maiores conseqncias que iria transformar por completo a maneira ocidental de se olhar o mundo. Nesse
momento de transformao, tentou-se estudar a Bblia usando a matemtica. Isso tornou possvel fazer uma contagem regressiva do Velho
Testamento e chegar ao dia em que Deus teria criado Ado. O dia e a
hora aproximada, como afirmava o telogo ingls John Lightfoot (16021675), vice-chanceler da Universidade de Cambridge. Ele havia refeito
os clculos do arcebispo irlands James Ussher (1581-1656) e obtido o
que julgava ser uma preciso maior. Para Lightfoot, Ado teria surgido
no mundo por criao divina no dia 23 de outubro de 4004 a.C., por
volta das nove horas da manh.
A cronologia da criao passou a ser adotada como dogma e
publicada nas Bblias inglesas at o sculo 19. Foi nelas que Charles
Darwin (1809-1882) aprendeu a religio. Durante sua viagem ao redor
do mundo no Beagle, Darwin ainda era um ortodoxo. Acreditava que o
mundo no tinha mais que seis mil anos. E suas observaes como naturalista foram influenciadas por essa crena.
Antes do incio da viagem de Darwin j existia a noo de que as
espcies haviam evoludo e muitas delas desaparecido. A interpretao
dos fsseis como registros do passado levou o paleontlogo francs
Georges Cuvier (1769-1832) a afirmar que os ossos fossilizados que
analisava no eram de espcies atuais (lhomme fossile nexiste pas,
dizia ele: o homem fssil no existe mais). Decorrncia dessa afirmao o fato de que espcies do passado no esto mais presentes, ou
seja, o ser vivo passou por mudanas. As idias de evoluo remontam a
essa poca. Jean-Baptiste Monet, cavaleiro de Lamarck (1744-1829),
no admitia que as diferentes espcies presentes tivessem surgido na
criao, como afirma a Bblia, e se mantido estticas desde ento, pois
se isso tivesse ocorrido elas no poderiam sobreviver s alteraes
ambientais. Sua concluso foi a de que as espcies se transformavam
continuamente para poder sobreviver a um ambiente que se altera o tempo todo.
Uma das mais importantes descobertas no campo da geologia foi
feita pelo ingls William Smith (1769-1839) no incio do sculo 19. Smith
descobriu que as camadas de sedimentos so registros de tempos antigos, e isso o levou a concluir que a Terra no foi, no passado, semelhante
ao que hoje. Ou seja, a prpria Terra tem uma histria. A interpretao
das camadas sedimentares mostrou que o planeta muito mais antigo do
que se poderia supor. Sua histria ultrapassa muito a marca de alguns
milhares de anos. De fato, pelas observaes atuais, a Terra surgiu a
partir da aglomerao de tomos e molculas, quando o sistema solar se
formou, h uns 4,5 bilhes de anos. A vida, por sua vez, parece ter surgido apenas uns 500 milhes de anos aps a formao do planeta.
Nessa nova percepo do tempo de existncia da Terra, existe tempo para que os mecanismos que atuam sobre a transformao do ser
vivo possam ocorrer. Trata-se, portanto, de uma viso radicalmente diversa daquela vivida por Darwin em sua viagem, quando ele tinha como
dogma a cronologia de Ussher. De fato, em seis mil anos seria impossvel pensar em mudanas dos seres vivos. Mas nesse perodo to curto
tambm seria impossvel pensar nas transformaes geolgicas observadas, como havia mostrado outro gelogo, o escocs Charles Lyell
(1797-1875), amigo de Darwin. Para Darwin, era fundamental reformular
sua idia do tempo de origem da Terra e do surgimento do homem no
planeta. E, sem dvida, esse foi um dos obstculos que ele teve que
ultrapassar para poder formular uma teoria de evoluo por seleo natural. Em sua autobiografia, Darwin deixa claro que teve muita dificuldade em abandonar sua viso ortodoxa da religio.
Espcies em transformao
A evoluo por seleo natural, proposta por Darwin e Alfred Russel
Wallace (1823-1913) em 1858, tem como elemento essencial o tempo.
Wallace realizou uma expedio Amaznia no perodo de 1848 a 1852,
quando manteve contato com outro naturalista ingls, Henry Walter Bates (1825-1892), que esteve na mesma regio de 1848 a 1859. provvel, como aponta o bioqumico Ricardo Ferreira, da Universidade Federal de Pernambuco, que a semente da teoria da evoluo por seleo
natural tenha nascido ainda em 1850, quando do ltimo encontro de
Wallace e Bates em uma regio prxima a Manaus (ver A natureza brasileira e a teoria da evoluo, em CH n 127).
Quando de seu retorno Inglaterra, em 1852, Wallace sofreu um
naufrgio e perdeu todas as suas anotaes e colees. Sem poder apresentar seu trabalho, ele seguiu para a Indonsia em 1854, onde permaneceu at 1862. L, Wallace escreveu dois artigos sobre a idia de
evoluo por seleo natural. O primeiro, On the law which has
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Reproduo proibida. Art. 184 do Cdigo Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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regulated the introduction of new species (Sobre a lei que tem regulado a introduo de novas espcies), escrito em 1855, foi encaminhado
para publicao. Uma cpia do artigo de 1858, intitulado On the
tendency of varieties to depart indefinitely from the original type (Sobre a tendncia das variedades de se afastar indefinidamente do tipo
original), foi encaminhada para Darwin para comentrios. Menos de
um ms depois que este recebeu o manuscrito, ainda em 1858, os trabalhos de Wallace e de Darwin sobre a evoluo foram apresentados
na Linnean Society. No ano seguinte foi publicado o livro de Darwin,
A origem dos espcies, onde se pode notar a influncia das idias de
Wallace sobre o processo de seleo.
A idia-mestra do processo de evoluo por seleo natural , em
linhas gerais, a de que uma parcela de uma populao, ao sair de um
ambiente inicial, se mantm isolada da populao de origem. Com o
tempo, no novo ambiente, alguns caracteres presentes nesse grupo que
permitem uma melhor adaptao ao novo ambiente sero selecionados
(j que seus portadores tero vantagens para sobreviver e deixar descendentes) e iro dominar na populao. Os caracteres selecionados, diferentes dos que dominavam na populao antes do isolamento, do origem a novos estados. Nem todas as mudanas sobrevivero, pois a seleo natural age no sentido de eliminar aquilo que no se adapta ao meio.
Com o tempo e o isolamento, uma nova espcie, derivada da primeira,
ir surgir no novo ambiente. Essa trajetria explica, entre outras coisas,
a tendncia a uma maior diversidade das espcies e no, como se poderia pensar, a um estrangulamento que levaria sobrevivncia de apenas
uma espcie.
Nem Darwin nem Wallace poderiam dizer como os caracteres alteravam-se, pois nenhum dos dois tinha conhecimento dos princpios da
gentica segundo a qual as mutaes ocorridas nos genes so responsveis por essas alteraes. A gentica, em particular a gentica molecular,
s iria aparecer muitos anos depois da publicao dos trabalhos iniciais
sobre a evoluo por seleo natural. Hoje, com o desenvolvimento de
tcnicas extremamente precisas, possvel comparar a informao gentica de diferentes espcies e estabelecer seu grau de parentesco.
A teoria da evoluo por seleo natural teve de imediato uma enorme resistncia, pois via-se nela uma negao frontal ao carter particular e divino do homem. As maiores crticas vieram dos setores mais
conservadores. Como, estes perguntavam, podia-se afirmar que o homem, feito imagem e semelhana de Deus, vinha do macaco?
Essa questo, uma entre as muitas que perduram h mais de um
sculo, revela uma leitura superficial e equivocada das idias que aparecem na teoria da evoluo por seleo natural. O Homo sapiens apenas
um parente de gorilas e chimpanzs. Os estudos em gentica e em
paleontologia mostram que essas trs espcies devem ter se originado a
partir de um ancestral que viveu h mais de 10 milhes de anos, muito
antes do surgimento de qualquer cultura. Essa espcie, extinta h milhes de anos, deu origem a espcies diferentes que, por sua vez, acabaram originando as trs atuais. Gorilas, chimpanzs ou homens no conseguiriam sobreviver s condies ambientais em que viveu o seu ancestral comum, nem este se adaptaria ao mundo de hoje.
A vida vem mudando permanentemente, embora muito lentamente.
Mas nem gorilas nem chimpanzs foram capazes de desenvolver uma
linguagem articulada. J foi demonstrado, por exemplo, que os grandes
macacos podem aprender quase mil palavras, mas so incapazes de formar uma frase. Os macacos podem, sem dvida, construir instrumentos
rudimentares e, como muitos outros animais, conseguem se comunicar
com eficincia. Mas a gramtica s foi desenvolvida pelo homem. E
isso o que nos diferencia dos demais animais.
Razo, simbolismo e dogma
A extrapolao das idias evolucionistas para o campo social mostrou-se, como era de se esperar, um desastre. No se pode pensar em
evoluo em tempos histricos. A evoluo um processo que precisa
de tempo de muito tempo para agir. Um fato importante que devemos ter em mente o de que a compreenso da teoria da evoluo por
seleo natural, uma teoria elaborada, exige um grande conhecimento
de suas bases. Uma leitura superficial leva no compreenso das idias
que formam a base dessa teoria.
Como entender, sem essa compreenso, que as espcies tm
caracteres, que existem variedades ou estados, que os genes atuam no
processo de seleo? Como compreender que a informao da vida est
contida em quase todas as clulas do corpo humano em uma molcula
microscpica, o DNA, que, estendido, teria mais de 1 m de comprimento? So conceitos muito distantes do senso comum, embora, muitas vezes, possam com este se confundir. Aqui ingressamos em um dos aspectos que desafiam todos os que se dedicam divulgao da cincia. Como
falar de teorias elaboradas para um pblico que no tem conhecimento
de conceitos bsicos?
A leitura sem orientao leva o leitor a um emaranhado de idias
confusas, que no fazem sentido. Como salienta o antroplogo francs
Claude Lvi-Strauss no prefcio de seu livro Histria de lince (Companhia das Letras, 1993): Para o homem, volta a existir, portanto, um
mundo sobrenatural. () Aos olhos dos leigos (ou seja, de quase toda a
humanidade), esse mundo sobrenatural apresenta as mesmas propriedades que as do mito: tudo acontece de um modo diferente do que no
mundo comum e, freqentemente, ao inverso. Para o homem comum
todos ns esse mundo permanece inatingvel, exceto pelo vis de
velhos modos de pensar que o especialista consente em restaurar para o
nosso uso. () Do modo mais inesperado, o dilogo com a cincia
que torna o pensamento mtico novamente atual.
nesse cenrio que as idias criacionistas ressurgem com fora na
sociedade tecnolgica. Idias que oferecem um forte obstculo para a
compreenso do mundo atual, pois baseiam-se em leituras dogmticas
de textos que so belos por sua fora simblica e que no podem, de
forma alguma, ser abandonados, pois constituem nosso mito de origem
e contribuem para a construo de nossa cultura. Mas so textos que
devem ser lidos com a mente aberta para que se entenda o simbolismo,
uma das mais fortes caractersticas de nossa linguagem articulada. No
devemos errar como o reverendo Ussher ou o vice-chanceler de
Cambridge e racionalizar o simblico. Seria uma perda irreparvel.
Fonte: BARROS, Henrique Lins. Centro Brasileiro de Pesquisas Fsicas. Revista
Cincias Hoje. Rio de Janeiro: SBPC, vol. 36, n 215.
A SADE GLOBAL
Por que global?
possvel que o adjetivo global venha a ser equivocadamente entendido como sade perfeita e total, como ausncia de qualquer doena,
defeito ou imperfeio. Essa utopia encontrou algum respaldo na definio cunhada pela Organizao Mundial da Sade (OMS), segundo a
qual a sade um estado de completo bem-estar fsico, mental e social, que contribuiu para ampliar (at demais, s vezes) o horizonte muitas vezes puramente organicista da biomedicina. Nos corredores da OMS
em Genebra, porm, s vezes ouviu-se sussurrar: Se algum vier aqui e
afirmar que se encontra num estado de completo bem-estar etc., etc.,
etc., vamos intern-lo no manicmio. Na verdade, a sade no um
estado e no perfeio. uma condio em equilbrio varivel, que
diferentemente do passado pode-se hoje mudar notavelmente para melhor. Parece-me tambm pouco provvel que se possa atingir a perfeio
humana por meio da higiene e da medicina; s vezes, essa tentativa induz as pessoas a realizar excessos, os mdicos a tratar o suprfluo e os
Estados a perpetrar abusos.
Assim, entendo por sade global aquela de todos os sujeitos humanos, e penso que existam motivos vlidos para pr esse conceito no centro da reflexo biotica sobre a relao entre sade e doena. O motivo
principal que a sade, a qual ao mesmo tempo um dos processos
mais ntimos da pessoa e um dos fenmenos mais ligados vida coletiva, tem um carter duplo no plano moral: intrnseco, como presena,
limitao ou ausncia de capacidades vitais (no limite, como anttese
entre vida e morte), e instrumental, como condio essencial para viver
em liberdade. De fato, a liberdade substancial fica reduzida quando a
doena predomina: a) porque o indivduo normalmente fica impedido
em uma ou mais das suas faculdades de decidir e de agir; b) porque a sua
sorte confiada a poderes estranhos, sobretudo se ele no mais considerado, enquanto doente, um cidado detentor de direitos; c) porque a
doena, quando grave e persistente, freqentemente lana o indivduo
(assim como as naes) para baixo, para um crculo vicioso de uma
regresso que pode se tornar irreversvel. Isso foi o que ocorreu muitas
vezes no passado, e que est acontecendo agora. Para muitos camponeses chineses, por exemplo, desde que foi reduzida ou eliminada a assistncia pblica, adoecer tornou-se a causa principal da sua precipitao
na pobreza, como acontecia nos campos h um ou dois sculos. Em
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alguns pases africanos, a combinao entre AIDS, pobreza e a indiferena do mundo significa cair numa crise dificilmente reversvel.
Sade global, tambm, porque a sade um bem indivisvel. Nesse campo, e vou insistir nisso, o gnero humano est ligado por um
destino comum. Por isso paradoxal que enquanto so globalizadas as
finanas, a informao simultnea, a migrao dos povos e a transferncia de mercadorias, a criminalidade organizada, os conhecimentos
cientficos e as tecnologias, os sistemas de poder, a produo, o consumo e o trabalho humano, um bem essencial como a sade seja negligenciado ou deteriorado por uma globalizao to proeminente e
invasiva. Exatamente porque a globalizao representa a fase atual e
futura do desenvolvimento e porque pode responder a muitas exigncias do gnero humano, a sade deve ser encarada hoje como uma
finalidade global, como um bem que em toda parte seja tratado de
forma explcita e programada.
A dimenso global da sade e das escolhas morais ligadas a tal dimenso, que agora predominante, na verdade, no totalmente nova.
Apresentou-se, muitas vezes, nos sculos que constituem a poca moderna, de formas diferentes daquelas que se est vivendo. Por isso, tratarei esse tema sob uma perspectiva diacrnica, correspondente aos eventos e s orientaes que efetivamente estiveram em cena na histria do
mundo. Assim, tentarei descrever as vrias fases na forma de um prlogo e mais trs atos: cada um deles com caractersticas prprias e suas
prprias coordenadas morais. Nas partes conclusivas, farei ento referncia questo crucial da eqidade na sade, s tendncias atuais da
globalizao e as escolhas morais que seguem a isso.
Reproduo proibida. Art. 184 do Cdigo Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
sentido de reconhecer que a competncia sobrenatural do juiz das almas, telogo e confessor, pai espiritual e exorcista deveria ser substituda pelo juzo natural sobre os influxos mrbidos da alma sobre o corpo e pela competncia do mdico. Porm, apenas no sculo XIX, foram verificados os trs pressupostos indispensveis a qualquer ao eficaz contra as doenas: a) o conhecimento das suas causas; b) a
individuao de recursos preventivos e teraputicos; c) a vontade de agir
contra as doenas no mbito internacional.
Essa possibilidade tivera uma primeira confirmao j no final do
sculo XVIII, com o incio da difuso mundial da inoculao preventiva
da varola contra as suas formas mais violentas. Essa era praticada j h
tempos na sia, com o uso da serosidade extrada de pstulas varilicas
j curadas. A prtica veio ao conhecimento da Europa pela Turquia, onde
as curandeiras empricas conseguiam provocar a doena nas crianas de
forma atenuada, criando nelas uma imunidade permanente. Tambm para
a Amrica, o mesmo conhecimento emprico fora trazido pelos escravos, que o haviam conhecido na frica. Entretanto, a vacinao apenas
se difundiu pela Europa, e depois para o mundo, quando Jenner, tendo
tambm aproveitado a experincia popular feminina, a reinventou e a
aperfeioou; e quando, aps ter promovido a experimentao com presidirios e crianas rfs, a famlia real inglesa aceitou ser inoculada e
divulgar a prtica.
Dentre as razes pelas quais a vacinao emprica difundira-se to
tardia e lentamente na Europa, duas merecem uma reflexo. Uma consiste na cegueira epistemolgica e na arrogncia profissional dos mdicos europeus, que julgavam no ter nada a aprender com pessoas que
os seus preconceitos induziam a considerar como trs vezes subdesenvolvidas intelectualmente: porque mulheres, porque curandeiras e porque turcas. A outra est no debate teolgico sobre o prprio princpio da
vacinao: de um lado, aqueles que se opunham a ela porque contrariava
os desgnios da providncia divina, nico rbitro da vida, da doena e da
morte. A isso acrescentava-se um duplo agravante especfico: o fato
de que o remdio era uma inveno dos turcos infiis, aperfeioada e
difundida na Europa pelos mdicos da Inglaterra protestante. Do outro
lado, aqueles que a justificavam, tambm em nome de Deus. Na Itlia,
teve muita repercusso o parecer de trs conhecidos telogos toscanos,
os quais sustentavam que quem desafiava Deus eram aqueles que rejeitavam a vacinao, pondo em risco a vida dos homens; e afirmavam que
o Senhor ensina a aceitar serenamente da sua mo as doenas, mas no
probe de acautelar-se contra elas. A batalha desenrolou-se usando tambm a arma das citaes bblicas: Non tentatibis Dominum Deum
vostrum contra Honora medicum propter necessitatem, etenim illum
creavit Altissimus; e a medicina, felizmente, venceu a partida. Posteriormente, na encruzilhada entre a afirmao de que doenas e sofrimento so um dom do Senhor e a vontade de utilizar a cincia mdica para
socorrer os aflitos, depois de muita discusso, a Igreja Catlica
freqentemente elegeu a via mais humanitria, baseando-se na tradio
de beneficncia e contribuindo para difundir sentimentos e prticas de
solidariedade.
A poca de maior progresso na luta contra as doenas epidmicas
foram as dcadas entre os sculos XIX e XX. Descobriram-se muitos
micrbios, os agentes de infeces letais como a tuberculose, a peste e o
clera, assim como foram comprovados os canais da sua transmisso
por meio de artrpodes vetores ou alimentos e gua contaminados. Foram introduzidos soros e vacinas. Muitas cidades foram saneadas. Votaram-se leis para reduzir a jornada de trabalho de 12/14 horas para 8, dar
garantias s mulheres grvidas, impor limitaes aos trabalhos dos menores. Formou-se a idia de que, mesmo sendo o livre mercado um fator
decisivo para o progresso econmico, algumas coisas no poderiam sujeitar-se inteiramente a ele: os seres humanos, antes de mais nada, pois de
outro modo a segurana e a dignidade de todos seriam comprometidas.
Nessa base, foram formuladas as regras universais contra a escravido e,
posteriormente, as leis nacionais sobre o trabalho. Proliferaram os seguros sociais e outras formas coletivas de proteo sade, promovidas ou
garantidas pela ao dos Estados. Enfim, firmaram-se acordos entre naes contra a transmisso de doenas de uma parte do mundo a outra.
A primeira tentativa nessa direo foi feita com a Conferncia Sanitria Internacional de 1851, qual estiveram presentes onze pases europeus mais a Turquia, quando ainda conheciam-se apenas a distribuio
geogrfica e a alta capacidade letal das epidemias mais graves (clera,
peste e febre amarela), ao passo que a etiologia e a transmisso permaneciam ignoradas. A vontade de agir precedeu assim a certeza cientfica.
Todavia, apenas depois de quarenta anos e muitas conferncias conseguiu-se atingir (VII Conferncia, Veneza, 1892) um limitado acordo para
impor a quarentena aos navios que chegavam Europa vindos do Oriente. Uma das razes dessa lentido foi a oposio, principalmente inglesa, a qualquer regra que pudesse obstaculizar o comrcio.
O tema do conflito entre o livre mercado e o controle sanitrio, isto
, da prioridade entre o valor do lucro e o valor da sade, j havia sido
tratado na Toscana renascentista e estava destinado a reapresentar-se de
maneiras sempre novas, resolvendo-se com o prevalecimento de um ou
outro interesse ou ento com acordos mais ou menos razoveis. A outra
razo do atraso em adotar medidas antiepidmicas internacionais foi a
contenda cientfica entre a teoria dos miasmas e a teoria do contgio, as
duas hipteses cientficas sobre a origem e a disseminao das epidemias que disputaram terreno at os ltimos anos do sculo XIX. Quando
foi formado o Office International dHygine Publique, com sede em
Paris (1907, com a concordncia de 23 naes europias), a descoberta
dos microorganismos como agentes infecciosos j havia solucionado essa
contenda.
Quando a tese do contgio (que j havia sido sustentada por Girolamo
Fracastoro em 1546, com o seu livro De contagione et contagiosis morbis
e a sua hiptese dos germes, definidos como seminaria prima) triunfou
graas a Pasteur, Koch e outros cientistas, o debate cientfico entrelaou-se quase que imediatamente com as escolhas a serem feitas na poltica sanitria, e essas com as diversas orientaes morais. Um dos temas
mais controversos (e ao se substituir a palavra micrbio pela palavra
gene reporta-se atualidade) foi a influncia relativa dos micrbios, do
meio ambiente, da natureza e da cultura na origem e na disseminao
das doenas. Houve na Itlia, por exemplo, speras polmicas entre dois
grandes estudiosos da malria, Giovanni Battista Grassi e Angelo Celli:
o primeiro tendia a reduzir o ciclo patognico da doena equao homem doente + anfeles = malria, enquanto o segundo acrescentava a
esta equao outros fatores que so determinantes na epidemiologia da
malria, como as condies de vida e de trabalho, a gua, a nutrio, a
instruo; e afirmava que para combater a doena era necessria a participao de pelo menos trs pessoas: o mdico, o encanador e o professor. Como observou Bernardino Fantini, a equao de Grassi era vlida
quanto causalidade especfica da malria, mas em relao ao sucesso
contra a endemia no podiam ser ignoradas as indicaes de Celli.
Outro tema controvertido, que nos reporta diretamente sade global, nasce dos resultados insatisfatrios da deciso de criar barreiras de
controle, destinadas a conter a chegada de epidemias exticas na Europa. Identificou-se, como escreveu Fantini, a exigncia de repensar o
conjunto das estratgias defensivas contra as doenas epidmicas. J
no bastava proteger as fronteiras dos pases ocidentais ou os assentamentos dos colonos brancos contra os riscos de invaso. Em 1896,
Robert Koch falou Sociedade Alem para a Sade Pblica, criticamente, sobre as orientaes destinadas a impedir a difuso do clera
mediante os cordes sanitrios: Sou da opinio que esses esforos internacionais sejam totalmente suprfluos, dado que a melhor proteo
internacional seria que cada Estado fizesse aquilo que ns fazemos, ou
seja, pegar o clera pelo pescoo e aniquil-lo para sempre. Poucos
anos depois, Angelo Celli observava, nas suas Lies de higiene, que
desde os tempos da primeira Conferncia Sanitria Internacional a inteno limitava-se a impedir a importao da peste bubnica e do clera, doenas causadas por germes que no eram normalmente presentes
nos nossos territrios: Os conceitos predominantes na epidemiologia
do clera eram muitos, diferentes dos atuais: tinha-se uma grande confiana em poder manter o clera distante fechando as fronteiras dos Estados, levantando em terra e no mar barreiras de quarentena que alguns
pases, tomando ao p da letra, prolongavam por quarenta dias. Depois,
viu-se que isso perfeitamente intil.
interessante recordar, como exemplo de interesses contrastantes
que podem convergir a favor da sade, que entre o final do sculo XIX e
o incio do sculo XX, em vrios continentes, muitas descobertas de
agentes biolgicos e de vetores de doenas epidmicas foram feitas por
mdicos coloniais ou por comisses cientficas militares que trabalhavam aps as ocupaes realizadas pelos exrcitos: no norte da frica, o
plasmdio da malria (Laveran, 1880); na China, o micrbio da peste
(Yersin, 1894); na ndia, o papel das pulgas e dos ratos na transmisso
dessa doena; na Amrica Central, o papel do mosquito Aedes aegypti
(j assinalado pelo cubano Carlos Finley em 1891) como vetor da febre
amarela, na poca da abertura do canal do Panam.
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Reproduo proibida. Art. 184 do Cdigo Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
SEXUALIDADE
Sexualidade o conjunto de caracteres prprios de cada sexo, que
se expressa e visvel de acordo com a construo cultural e as possibilidades de orientao sexual. A sexualidade existe e se realiza no corpo
humano, logo est relacionada a todos os aspectos da vida humana.
Quase todas as sociedades ditas civilizadas tm encarado a sexualidade como um aspecto muito importante da vida social, a ponto de o
exerccio da sexualidade ser cercado de ritos de passagem, de tabus e
ser alvo de regulamentaes.
A sexualidade feminina atravs dos tempos recebeu duas formas de
tratamento, ambas discriminatrias e reforadoras da inferioridade da
mulher:
reafirmao da sexualidade masculina (mulher como parte ou instrumento da satisfao masculina);
negao da sexualidade feminina como fonte de prazer e sua afirmao como prtica necessria apenas procriao/reproduo
da espcie.
Tais maneiras de tornar pblica a sexualidade evidenciam a forma diferenciada como historicamente mulheres e homens vm sendo tratados:
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A procriao humana
Procriar gerar um ser semelhante. Historicamente a procriao
humana apresenta duas dimenses de desejos contraditrios: a vontade de ter e a de no ter uma prole, em dado momento da vida. Para
contemplar as faces diferentes dessa aspirao, a humanidade viabilizou
a concepo e a contracepo artificiais. Ambas possuem histrias interessantes e reveladoras do quanto so insondveis os conflitos do
agir humano.
No conceber quando no se desejar faz-lo um sonho muito antigo das mulheres. Talvez por essa razo o aborto seja uma prtica milenar
em todas as sociedades estudadas at hoje.
Contraceptivos contemporneos
Os contraceptivos esto agrupados em trs mtodos principais: de
barreira, naturais e hormonais.
a) Mtodos de barreira
Consistem em artefatos que impedem fisicamente a passagem do
esperma para o tero e em produtos qumicos que objetivam destruir os
espermatozides, associados a uma base de substncia espessa que diminui a motilidade dos espermatozides e assim impede sua passagem.
Esses mtodos existem na forma de espumas, gelias, cremes e supositrios. So comercializados sob a forma de espermicidas ou espermaticidas, esponja contraceptiva vaginal, diafragma, capuz cervical, camisa-de-vnus ou condom, e DIU (dispositivo intra-uterino).
b) Mtodos naturais
So aqueles que se baseiam no conhecimento da fisiologia do organismo feminino (maturao de vulos) e do masculino (produo de
espermatozides), ou seja, no conhecimento do ritmo do organismo
humano. Consistem sobretudo em saber como e quando ocorre a ovulao e impedir que acontea a fecundao.
Os mtodos naturais esto agrupados em dois tipos:
1. Teoria/Mtodo do ritmo. Consiste na abstinncia sexual nos dias
do ciclo menstrual nos quais a probabilidade de fecundao maior, ou
seja, no perodo da ovulao. Subdivide-se em: mtodo da tabela, mtodo da temperatura basal do corpo e mtodo do muco cervical.
2. Outros mtodos naturais:
Coito interrompido. Interrupo da relao sexual antes da
ejaculao.
Aquecedor dos testculos. O calor atua como contraceptivo masculino, pois afeta a produo de espermatozides. A temperatura
do saco escrotal sempre mais baixa que a do restante do corpo,
a ponto de, naturalmente em temperaturas elevadas, os testculos
se afastarem e, no frio, se aproximarem do corpo. Por dificultarem esse movimento de defesa natural, vestimentas que apertem
ou comprimam essa regio so contra-indicadas.
Amamentao. O ato de amamentar funciona como um mtodo
contraceptivo, pois enquanto a mulher est aleitando em geral h
supresso do estmulo da hipfise para o ovrio, e em tais condies a ovulao no acontece.
c) Mtodos hormonais
Consistem na utilizao de hormnios sexuais sintticos para impedir a ovulao e, por decorrncia, a concepo. Em outras palavras, so
um mecanismo que tapeia o organismo feminino para suprimir a ovulao. A elaborao desse mecanismo foi simples para os cientistas. Conhecedores da fisiologia do organismo feminino, imaginaram uma maneira que impedisse a hipfise de estimular os ovrios a desencadear a
ovulao mensal, para que assim se evitasse a gravidez. isso que a
plula hormonal faz, pois utiliza hormnios similares aos que os ovrios
secretam normalmente. Assim, o setor da hipfise que secreta os estimulantes dos ovrios fica desativado. A mulher no se ressente dessa
inatividade de parte da hipfise e dos ovrios, pois os hormnios sintticos suprem a cota hormonal, mas e depois? Hipfise e ovrios,
aps longos perodos de repouso forado, readquirem a capacidade de
funcionar?
Os contraceptivos hormonais possuem ainda a capacidade de engrossar o muco cervical (para dificultar a motilidade do espermatozide)
e afinar o revestimento do tero para que, mesmo ocorrendo a fertilizao, o ovo no consiga se implantar e se desenvolver.
No caso do organismo masculino, os contraceptivos hormonais atuam impedindo a produo de espermatozides ou destruindo-os.
Atualmente, os mtodos hormonais existem nas seguintes apresentaes:
contracepo oral: plulas;
injees de progesterona;
implantes subcutneos;
anis vaginais;
DIU hormonal;
vacina antifertilidade, cujo objetivo geral produzir a infertilidade
temporria mediante a reorientao do sistema imunolgico,
para atuar contra a produo de espermatozides (vacina masculina) e/ou a maturao dos vulos, ou de hormnios da gravidez
(vacina feminina). No podemos deixar de assinalar que a vacina
antifertilidade uma abordagem distorcida da gravidez, como se
ela fosse uma doena contra a qual as mulheres precisassem ser
imunizadas;
RU-486, molcula antiprogesterona que possibilita a interrupo
da gravidez a partir do oitavo dia. Trata-se de uma substncia
qumica abortiva, logo, conceitualmente no um mtodo
contraceptivo, pois no impede a concepo; atua aps a concepo. Sua ao acontece via bloqueio da taxa normal de progesterona uterina secretada e por aumento das prostaglandinas naturais substncias que agem naturalmente na estimulao das
contraes uterinas durante o trabalho de parto; e
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utilizou-se uma diferena biolgica para construir uma desigualdade social que perdura at nossos dias.
A heterossexualidade tem sido apresentada como a face normal
das relaes sexuais, e o menino estimulado a exercit-la desde a mais
tenra idade. Quando adulto, espera-se que ele seja um macho que goste
de fmeas. O exerccio da sexualidade feminina reprimido em todas
as idades e em quase todas as culturas. Talvez seja essa a origem do
medo que as mulheres em geral tm de falar sobre sexo e das dificuldades em buscar e em sentir prazer. Parece que essas tm sido as regras da civilizao.
Embora esteja comprovado que a homossexualidade feminina e a
masculina no so doenas, elas ainda so vistas com reservas. Existe
at uma pontinha de esperana de que haja um tratamento, ou pelo
menos a redescoberta de que a homossexualidade seja mesmo uma
doena.
Desde a descoberta de que o ato sexual gera prole, a sexualidade
feminina e a procriao passaram a ser consideradas fenmeno nico e
indissocivel. Essa viso foi reforada pelas religies, sobretudo as crists, e a catlica em especial. A vinculao entre sexualidade e a
obrigatoriedade de sempre gerar prole concorre para manter a opresso
da mulher, impedindo-a de decidir sobre o seu corpo, de exercitar sua
sexualidade em plenitude e de ter direito ao prazer (relao sexual com
fins ldicos).
Da dcada de 1960 para c, chegou-se realmente possibilidade
de SEPARAR sexualidade de procriao/reproduo, via mtodos
contraceptivos modernos, eficazes. Essa possibilidade colocou para
as mulheres situaes novas e conflituosas, em particular na rea de
sade (os mtodos so incuos?) e sobre o que fazer com essa tal
liberdade.
importante destacar que existe o desejo das mulheres de controlar
a fecundidade. A prova disso que hoje so raras as que aceitam passivamente parir at quando Deus quiser, isto , at que seus vulos
acabem. H uma demanda real por um jeito que permita mulher no
engravidar quando no quer!
Em face de tudo isso, urge que compreendamos que h uma convergncia de desejos: a aspirao das mulheres (de controlar a sua
fecundidade) e a imposio da sociedade (de controlar a natalidade) para
determinados agrupamentos humanos. O que tico questionar at
que ponto hoje em dia o contedo das aspiraes das mulheres influenciado e/ou determinado pelo aumento da conscincia do direito autodeterminao e at onde as presses da sociedade capitalista induzem
ou anulam as aspiraes libertrias.
A verdade que, por outros motivos que no os desejos das mulheres,
o capitalismo respondeu a uma demanda delas. Essa a razo pela qual o
mercado de contraceptivos sempre ser muito rentvel e ter consumidoras(es) fiis, mesmo arriscando-se a sade e at a prpria vida.
Reproduo proibida. Art. 184 do Cdigo Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
A razo mais evocada para esta prtica o fato de elas no quererem ter mais filhos. () A falta de programas pblicos de sade
sexual e reprodutiva que ofeream um repertrio de mtodos anticoncepcionais e as dificuldades para adquirir plulas, preservativos
ou outros mtodos reversveis acabam por colocar as mulheres frente
a uma encruzilhada: ou fazer a laqueadura, ou provocar o aborto, ou
prosseguir com uma gravidez indesejada. Da a opo pela
anticoncepo cirrgica. Mesmo sabendo da irreversibilidade de tal
prtica, 50% destas mulheres foram esterilizadas antes dos 30 anos
de idade.
Entre a satisfao, o desejo, e a satisfao de um desejo, no
campo dos direitos reprodutivos, h sempre um longo caminho a
percorrer. Recursos disponveis, livres de discriminao, permitiro que escolhas informadas dem s mulheres negras e brancas
possibilidades de satisfazer seus desejos.
Fonte: OLIVEIRA, Ftima. Biotica Uma face da cidadania. Coleo
Polmica. So Paulo: Moderna, 2004.
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PLANTAE
(do latim planta, planta)
[Organismos haplides de sexos complementares crescem de esporos
produzidos pela meiose (meiose esporognica) que ocorre no adulto diplide. Estes haplides produzem gametas por meiose. A fertilizao por espermatozides (citogamia e cariogamia) ou ncleos
do plen (cariogamia) conduz a embries diplides retidos pelo organismo haplide feminino durante o desenvolvimento inicial. Os
registros fsseis se estendem desde a Era Paleozica Inferior (450
milhes de anos atrs) at o presente.]
Os membros do reino das plantas se desenvolvem de embries
estruturas multicelulares envolvidas em tecido materno. Devido a todas as plantas formarem embries, elas so todas multicelulares. Alm
disso, devido aos embries serem os produtos da fuso sexual de clulas, todas as plantas potencialmente tm um estgio sexual em seus
ciclos de vida (embora isso nem sempre ocorra). No estgio sexual, o
gameta masculino (ncleo espermtico, haplide) fertiliza o gameta
feminino (oosfera, ou ncleo do saco embrionrio, haplide). Muitas
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Outra razo absolutamente fantasiosa para a clonagem de seres humanos est refletida na vaidosa frase Eu quero viver para sempre. H
quem acredite que quando morrer seja por acidente, doena ou velhice , se for gerado um clone seu, estar recomeando sua vida toda de
novo! Que se fizer isso sucessivamente poder at atingir a vida eterna!
Vejamos o que acontece com os clones naturais que conhecemos, os
gmeos univitelinos. Cada indivduo de um par de gmeos univitelinos
possui identidade e conscincia prprias, e apesar de serem geneticamente idnticos so pessoas diferentes. Da mesma forma, o clone possuir tambm identidade e conscincia diferentes das de sua matriz. Ele
no herdar os conhecimentos adquiridos pela matriz ao longo de sua
vida estes no esto escritos no nosso genoma, mas esto escritos em
todas as conexes nervosas que desenvolvemos durante a vida. Assim,
no espere que o seu clone nasa com a sua conscincia Ele ser um
recm-nascido comeando uma nova vida que, fora as informaes contidas em seu genoma, ter pouca relao com a sua.
Finalmente, algumas pessoas vem na clonagem a possibilidade de
reaver um ente querido falecido. A partir de umas poucas clulas desta
pessoa, a gerao do seu clone seria quase uma forma de ressurreio.
Pode parecer absurdo, mas imagine o desespero de um casal que acaba
de perder seu filho querido quase irresistvel a idia de driblar a
terrvel irreversibilidade da morte recomeando a vida do filho por meio
da clonagem. Mas voc ver que a coisa no to simples assim.
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I Objetivo
1. Criar uma cultura de microorganismos.
2. Identificar organismos microscpicos.
3. Reconhecer que as populaes dos organismos microscpios esto constantemente variando.
4. Reconhecer que fatores como espao, alimento e predatismo limitam o tamanho e determinam os tipos de populaes.
II Material
folhas de alface
microscpio
lmina
lamnula
conta-gotas
frasco de boca larga
gua de lago ou charco
III Procedimento
1. Lave e enxge muito bem o frasco.
2. Coloque no seu interior as folhas de alface e encha-o com gua
de lago ou charco.
3. Etiquete o frasco, colocando a data em que a infuso foi preparada.
4. Observe ao microscpio uma gota dessa infuso. Nessa cultura
voc, provavelmente, poder observar seres microscpicos, como
bactrias, algas (diatomceas e clorofceas), rotferos, amebas e
outros. Talvez nas primeiras observaes possam ser vistos alguns paramcios. Porm, na segunda semana o nmero de
paramcios aumentar, facilitando sua visualizao. Depois da
terceira semana seu nmero diminuir.
5. Os paramcios locomovem-se com extrema rapidez, o que torna
difcil a sua visualizao. Para dificultar seus movimentos, coloque na gua da lmina uns fios de algodo esparsos e entrecruzados.
IV Questes
1. Represente em esquemas cada um dos organismos encontrados
nessa infuso. Procure identific-los com o auxlio de seu professor e das figuras encontradas no captulo 20.
2. Observe o paramcio e com o auxlio da figura 8 da pgina 190,
procure determinar as partes que o constitui.
3. Elabore uma hiptese que justifique a causa da diminuio dos
paramcios a partir da terceira semana em que essa infuso foi
formada.
(Comentrios/Respostas das questes do item IV: 1. As respostas iro
variar de acordo com as observaes feitas. 2. Figura de um paramcio
indicando partes. 3. A diminuio de paramcios pode ser causada pelo
desenvolvimento de populaes de outros organismos que competem
pelo mesmo alimento. A causa provvel desse desaparecimento o aumento de rotferos e a diminuio de bactrias que lhe servem de alimento.)
Sugestes de atividades
OBSERVAO DE CULTURA DE PARAMECIUM
E OUTROS ORGANISMOS MICROSCPICOS
As populaes das culturas de organismos microscpicos apresentam variaes. O alimento, o espao e o predatismo determinam os
tipos de populaes, assim como limitam o seu tamanho. A atividade poder ser realizada na Unidade II, no estudo das clulas, ou na
Unidade III, onde ser desenvolvido contedo relativo s bactrias.
s algas e aos protozorios, seres estes comumente encontrados na
infuso proposta.
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A
B
C
D
E
F
=
=
=
=
=
=
IV Questes
1. Puxe a membrana que representa o diafragma para baixo e para
cima. O que acontece?
2. Relacione o que foi observado na realizao dessa atividade com
a biomecnica do sistema respiratrio dos mamferos.
DRAMATIZAO
Tema: Deve-se limitar a natalidade?
I Objetivo
Levar o aluno a analisar o problema da limitao da natalidade.
[Comentrios/Respostas das questes do item IV : 1. Quando a membrana puxada para baixo, a bexiga que representa os pulmes enche-se
de ar. Quando empurrada para cima, a bexiga elimina o ar. 2. Somente
os mamferos possuem diafragma, msculo que separa a cavidade torcica
da abdominal. Ao se contrair, o diafragma desloca-se em direo ao abdome, aumentando o volume da caixa torcica. Ao mesmo tempo, entre
as costelas existem os msculos intercostais, que, ao se contrarem,
tracionam as costelas para a frente, aumentando ainda mais o volume
da caixa torcica. Com o aumento de volume, a presso interna torna-se
menor que a presso atmosfrica, forando a entrada de ar nas vias areas (inspirao). Com o relaxamento dos msculos intercostais e do
diafragma, h diminuio do volume da caixa torcica, forando a sada
de ar pelas vias areas.]
DETERMINANDO O CICLO MENSTRUAL
E O PERODO FRTIL
I Objetivo
Levar o aluno a:
1. Conhecer o prprio corpo.
2. Determinar as diferentes etapas do ciclo menstrual e do perodo
frtil em que se pode engravidar.
3. Diminuir o nmero de gravidez indesejvel.
II Procedimento
PAULO MANZI
5
6
28
27
1. Divida a classe em grupos. Cada um representar uma das personagens citadas abaixo. Todos os alunos dos grupos defendero o
posicionamento da personagem designada para o grupo. Os dados referentes a essas personagens devem estar impressos e entregues aos participantes de cada um dos grupos na aula que preceder a atividade.
importante recomendar aos alunos que preparem em casa sua argumentao. No dia destinado a essa atividade, cada grupo formar um semicrculo voltado para o centro da sala. Antes de iniciar a discusso, um
representante de cada grupo falar, expondo rapidamente o ponto de
vista do seu personagem. A discusso ter incio quando o mdico anunciar que, no Posto de Sade onde trabalha, comear a ser distribudo
anticoncepcional gratuitamente.
Personagem 1 Mdico
Voc mdico e atende a mes solteiras pobres. Muitas dessas mes
no tm condies de criar seus filhos e estes so encaminhados a orfanatos e instituies. Voc a favor de campanhas de esclarecimento junto ao pblico, bem como distribuio de anticoncepcionais nos Postos
de Sade. Acha que um pas com assistncia mdica to precria como o
Brasil no deve ter uma populao muito grande.
Personagem 2 Operrio
Voc um operrio e ganha menos que dois salrios mnimos. casado, tm trs filhos pequenos e luta com grande dificuldade para manter
a famlia. Voc e sua esposa no querem ter mais filhos (ela j fez dois
abortos), pois a vida foi sempre difcil nesses oito anos de casados.
Personagem 3 Economista
Voc economista e trabalha como assessor do governo. Tem apenas
dois filhos e no pretende ter mais nenhum. Porm, contra as campanhas
de controle da natalidade pela populao. Voc acha que a populao do
pas deve crescer bastante, pois quanto maior o nmero de pessoas maior
o mercado consumidor. Isso significar mais fbricas e empregos. Acha
que o aumento da populao uma forma de estimular o progresso.
II Procedimento:
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Personagem 4 Militar
Voc militar sediado h muitos anos na Amaznia. contra o
controle da natalidade, pois h vastas regies desocupadas no Brasil,
que so um atrativo para as potncias estrangeiras.
Personagem 5 Padre
Voc padre e acredita que qualquer tipo de interferncia no controle da natalidade, como a doao de anticoncepcionais, contra a natureza humana. Na sua opinio, deve-se cuidar das crianas, dando escolas, assistncia mdica, trabalho para os pais etc., pois a vida um
dom divino e no cabe a ns decidir quantos devem nascer e viver.
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III Procedimento
CULTURA DE PRTALOS
I Objetivo
1. Identificar os soros, os esporngios e os esporos.
2. Identificar o prtalo.
3. Analisar as etapas do ciclo de reproduo das pteridfitas.
II Material
pires
copo
pincel
folha de samambaia com soros
lmina
lamnula
microscpio
(Obs.: Caso a escola no tenha microscpio, pode-se fazer a cultura
e observar sua germinao.)
Reproduo proibida. Art. 184 do Cdigo Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
III Procedimento
1. Ponha uma folha ou pedao de folha de samambaia com soros
dentro de um saco plstico.
2. Agite o saco vagarosamente e observe se os esporos esto se soltando.
3. Coloque um pouco de gua em um pires e dentro dele um pedao
de telha ou tijolo. O pires deve ser mantido sempre com gua para
que a telha ou o tijolo se mantenham midos.
4. Coloque sobre a telha ou o tijolo os esporos retirados dos soros.
5. Para evitar a evaporao da gua, cubra o pires com um copo de
vidro. Aps alguns dias, a superfcie do tijolo ou da telha comear a ficar verde.
6. Retire com o pincel alguns esporos que esto germinando e coloque-os na lmina com uma gota dgua. Cubra com a lamnula e
observe ao microscpio.
7. Desenhe sua estrutura.
8. Continue observando periodicamente at o prtalo tornar-se adulto.
IV Questes
1. Relacione fololos, soros, esporngios e esporos.
2. Reveja o ciclo de vida das pteridfitas.
(Comentrios das questes do item IV: 1. As folhas das pteridfitas
so subdivididas em fololos. Na parte inferior dos fololos esto os soros, que contm os esporngios, e estes, os esporos.)
ESTUDO DA ANATOMIA DE UMA FLOR
(Obs.: Nesta atividade ser desenvolvido o estudo de uma flor
dicotilednea. A escolha da azalia deve-se ao fato de seus verticilos
serem facilmente detectados. A representao esquemtica da flor encontrada na pgina 327 poder ser usada como norteadora para a determinao dos elementos da flor em estudo. No caso de no poder trabalhar com essa flor, procure iniciar esse trabalho com uma outra, que
tambm tenha todos os verticilos.)
I Objetivo
1. Identificar as partes de uma flor completa.
2. Classificar um vegetal a partir dos seus elementos florais.
II Material
flor de azalia
estilete
lpis e papel
III Procedimento
1. Analise inicialmente a flor sem abri-la, anotando os dados em seu
caderno. Veja se uma flor completa (tem pednculo e os quatro
verticilos florais: clice, corola, androceu e gineceu) ou incompleta (falta uma ou mais de uma de suas partes).
2. Observe e descreva o clice. Qual sua cor? Conte o nmero de
suas spalas.
3. Observe e descreva a corola . Verifique sua cor, o nmero de
ptalas e se as ptalas esto unidas ou separadas. Abra cuidadosamente a flor. Retire o clice e a corola para poder observar seus
rgos reprodutores.
4. Observe o androceu e conte o nmero de seus estames.
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Captulo 2
1.
2.
3.
5.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
Avaliao
A avaliao de uma atividade de campo no pode ser restringida ao
relatrio apresentado pelo aluno ou grupo. A avaliao deve iniciar no
momento em que a atividade comea e terminar aps a construo do
texto coletivo. A postura, a responsabilidade, o compromisso na realizao da atividade so dados que no podem ser desprezados e que devem
ser considerados.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
Captulo 1
1. c, a, b
2. Biodiversidade significa o nmero de espcies em certo ambiente
(diversidade de espcies). Em certos contextos, pode significar a
diversidade gentica dentro de uma espcie (diversidade gentica)
ou o nmero de diferentes ecossistemas em determinada regio geogrfica (diversidade ecolgica).
3. c
4. Um dos ratinhos reage a estmulos ambientais (percebe, por exemplo, a borda da mesa), alimenta-se, gera filhotes, apresenta processos metablicos (defeca e urina) etc.
5. c, g, a, f, e, h, d, b
6. d
7. Uma possvel explicao seria que, no solo das florestas, os
caramujos de concha escura podiam escapar mais facilmente dos
predadores (as aves). Da mesma forma, caramujos de concha clara,
vivendo nos campos, podiam se confundir com o ambiente, enganando a viso dos tordos canoros.
21.
j, h, b, i, f, g, a, d, e, c
b
e 4. c
d 6. d
c, b, e, a, d
a) O gavio, que, ao mesmo tempo, consumidor secundrio e
tercirio. b) As plantas so os produtores e fornecem energia para
todos os demais componentes da teia.
b
a) A quantidade total de energia qumica acumulada nos membros
daquele nvel trfico. b) Porque os componentes de cada nvel trfico
gastam grande parte da energia na respirao celular aerbia, enquanto uma outra parcela perdida na forma de calor.
c
a
No. Em uma floresta em equilbrio, a quantidade de oxignio liberada pela fotossntese praticamente igual consumida na respirao celular aerbia. A maior produo lquida de oxignio ocorre
nos oceanos, pela atuao do fitoplncton (algas marinhas).
a) Folhas insetos rs jararaca gavio. b) Folhas (produtor);
insetos (consumidor primrio); rs (consumidor secundrio); jararaca
(consumidor tercirio); gavio (consumidor quaternrio). c) O sabi,
que atua como consumidor primrio (ao se alimentar de folhas e sementes) e consumidor secundrio (ao se alimentar de insetos).
Planta (produtor) camundongo (consumidor primrio) cobra
(consumidor secundrio) perdiz (consumidor tercirio) raposa (consumidor quaternrio).
c
Porque, medida que os nveis trficos se afastam do nvel trfico
dos produtores, a quantidade de energia disponvel para o nvel
trfico seguinte diminui, perdendo-se na forma de calor.
e
c
Maior populao humana seria suportada na ilha em que as pessoas
se alimentam de vegetais, pois, no nvel dos produtores, a quantidade total de energia e a oferta de energia para o nvel trfico imediatamente superior so maiores. Havendo menos nveis trficos entre
os produtores (plantas) e os consumidores (populao humana), a
quantidade de energia disponvel maior.
a) Porque a fotossntese principal processo responsvel pela produo de matria orgnica libera oxignio. A quantidade liberada
desse gs deve ser proporcional taxa de fotossntese e, portanto,
produtividade primria. b) Nas garrafas escuras, as algas no realizam a fotossntese, mas apenas a respirao celular aerbia, que consome oxignio. A quantidade de oxignio consumida pelas algas que
esto na garrafa escura deve ser igual quela consumida pelas algas
da garrafa clara. Portanto, se na garrafa escura foi consumido um
volume V1 de oxignio e na garrafa clara foi liberado um volume V2,
esse volume V2 corresponde apenas ao saldo liberado. O verdadeiro
volume produzido na fotossntese pelas algas da garrafa clara
corresponde a (V1 + V2). c) So principalmente as algas, organismos
microscpicos fotossintetizantes, componentes do fitoplncton.
Captulo 3
1. d, e, a, c, f, b
2. e
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Reproduo proibida. Art. 184 do Cdigo Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reproduo proibida. Art. 184 do Cdigo Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
3. a) Fungos e bactrias podem atuar como decompositores, convertendo a matria orgnica morta em nutrientes inorgnicos, que podem ser reaproveitados por produtores (por exemplo, algas e plantas). b) Certos fungos produzem antibiticos, substncias que impedem ou dificultam o desenvolvimento de bactrias e/ou outros
fungos.
4. b
5. Trata-se de protocooperao. Embora paguro e anmona-do-mar sejam beneficiados pela associao, no dependem dela para se manter, podendo sobreviver independentemente um do outro.
6. a) Na sociedade das formigas h uma ntida diviso de trabalho, e a
sobrevivncia do formigueiro considerado por alguns bilogos
um hiperorganismo depende de cada casta executar suas atribuies. Se ocorrer a rebelio proposta por Calvin, a sociedade se
desestrutura, acarretando a morte de seus componentes. b) Cupins
e abelhas.
7. Soma = 27 (01 + 02 + 08 + 16)
8. a) o estgio X. b) No estgio X, em que h maior diversidade de
nichos ecolgicos. c) Estgio X (comunidade clmax): equilbrio
entre a incorporao e a liberao de carbono (fotossntese = respirao celular aerbia). Estgio Y (comunidade pioneira, aumentando a biomassa): predomnio da incorporao sobre a liberao de
carbono (fotossntese > respirao celular aerbia).
9. f, e, d, b, a, c
10. b
11. a)
Ano Tamanho inicial da populao Tamanho final da populao
1984
600
1985
600
700
1986
700
850
1987
850
1.270
1988
1.270
1.540
Bois
Seres humanos
Palmas
Decompositores
Cochonilhas
Joaninhas
17.
Joaninhas
Cochonilhas
Palmas
1.000
900
800
700
600
500
400
300
200
100
84 85 86 87 88 89 90 91
Captulo 4
1. c, b, a, d
2. Em relao s monoculturas, os ecossistemas naturais apresentam
maior diversidade de espcies (maior biodiversidade) e, portanto,
menor susceptibilidade a pragas, em virtude da presena de inimigos naturais dos eventuais invasores.
3. b
4. 1) O peixe extico pode atuar como predador de espcies nativas,
reduzindo suas populaes. 2) No novo ambiente, o peixe extico
pode no encontrar predadores, parasitas e outros inimigos naturais. Aumentando rapidamente a populao, a espcie introduzida
pode esgotar recursos naturais que eram compartilhados com outras espcies.
5. f, b, g, c, h, a, e, d
6. D, A e F, respectivamente.
7. d
8. c
9. e
10. Soma = 21 (01 + 04 + 16)
11. b
12. b
13. Na floresta tropical, a preservao de todas as espcies s possvel
com a manuteno da rea integral (portanto, 500 hectares). Na floresta temperada, a manuteno de aproximadamente 100 hectares
seria suficiente para preservar toda a biodiversidade da regio.
14. 1) As abelhas exgenas (ou exticas) poderiam competir por alimento ou abrigo com as espcies nativas, que seriam eliminadas. 2) As
abelhas exgenas poderiam atuar como agentes polinizadores de plantas invasoras, provocando a exploso populacional dessas pragas agrcolas. (Alm dessas, outras hipteses podem ser propostas.)
57
MP_BIO Col. Base_2
57
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14.
Captulo 5
1. g, h, f, j, i, a, b, c, d, e
2.
15.
16.
Tipo de poluente
Material
particulado
xidos de
nitrognio
xidos de
enxofre
xidos de
carbono
Chumbo
17.
18.
20.
21.
22.
Captulo 6
1. e, b, a, d, f, c 2. c
3. a) Compostos inorgnicos nitrogenados (nitrognio tambm pode
ser aceito como resposta). b) Pela denitrificao (graas ao de
bactrias denitrificantes), na forma de N2 (nitrognio gasoso). c) A
associao com bactrias ocorre em ndulos que se formam nas
razes das leguminosas.
4. Coppodes manjubas pescadas atobs. O DDT tende a se
concentrar nos nveis superiores das cadeias alimentares, fenmeno
chamado magnificao trfica.
5. d 6. c, e, b, a, d 7. b 8. b 9. c
10. a) X: bactrias denitrificantes, pois liberam nitrognio gasoso para
a atmosfera. Y: decompositores, que so praticamente os nicos organismos que digerem a quitina da carapaa de artrpodes. Z: produtores (auttrofos), porque realizam a fotossntese e liberam oxignio. W: consumidores de primeira ordem, pois digerem o amido
e, portanto, devem alimentar-se de algas ou plantas. b) Os organismos Z, que so os produtores e esto na base da pirmide de energia
e, em geral, na de biomassa.
11. d
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Reproduo proibida. Art. 184 do Cdigo Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
15. e
16. Entre outros fatores, poderamos citar a grande disponibilidade de
gua, a abundante exposio luz solar, o grande potencial bitico
das populaes de algas, a elevada capacidade de carga dos ecossistemas marinhos etc.
17. Regio ocenica abissal: escassez de luz. Deserto: escassez de gua.
Tundra: baixas temperaturas. Floresta tropical pluvial: temperaturas elevadas e abundante oferta de gua e de luz. Esturios: grande
disponibilidade de nutrientes trazidos pelos rios.
18. a) 4 (Caatinga) e 2 (Cerrado), respectivamente. b) a rea 7 (Pampa
gacho), que, assim como as pradarias norte-americanas, so classificados como formao herbcea e se caracterizam pelo predomnio de gramneas e outras plantas de pequeno porte.
19. Soma = 11 (01 + 02 + 08)
12. O ecossistema agrcola o indicado pela letra a, que dispe de energia em grande quantidade para crescer e se reproduzir; dessa forma,
deve gerar um saldo de matria orgnica, que o produto da prtica agrcola. O ecossistema b deve corresponder floresta pluvial
tropical, em estado de equilbrio e, portanto, com menor saldo de
energia e de matria orgnica.
13. d
14. As queimadas destroem plantas invasoras e incorporam no solo
os materiais oriundos da incinerao dos restos vegetais. Entretanto, a elevao da temperatura elimina a comunidade de seres
vivos (como bactrias, fungos, insetos e aneldeos) que participam da reciclagem da matria. Isso acaba por empobrecer o solo.
Como remove a cobertura vegetal, aumenta a exposio direta
do solo ao das chuvas e dos ventos, intensificando a eroso e
a lixiviao.
15. a
16. Sendo biodegradveis, iro se decompor ao longo do tempo, reduzindo a quantidade total de resduos gerados e evitando o esgotamento dos aterros sanitrios.
17. d
4.
5.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
Reproduo proibida. Art. 184 do Cdigo Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Captulo 7
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
c, g, e, a, f, b, h, d
c
c
a) Polissacardio de reserva animal: glicognio (encontrado no fgado e nos msculos). Polissacardio de reserva vegetal: amido (encontrado em razes e caules). b) Os animais alternam perodos de
alimentao com intervalos relativamente longos durante os quais
eles dependem dos estoques de glicose, armazenada na forma de
glicognio.
a
b, e, f, d, c, a, g
b
a
a
Soma = 53 (01 + 04 + 16 + 32)
No tubo 1 nada ocorrer; no tubo 2 ocorrer formao de bolhas
(correspondentes ao oxignio liberado na degradao enzimtica
da gua oxigenada); no tubo 3 ocorrer formao de bolhas; no
tubo 4 ocorrer intensa formao de bolhas, pois a triturao aumenta a superfcie de contato da gua oxigenada com as enzimas
presentes no fgado; no tubo 5 no haver formao de bolhas,
pois a fervura prvia desnaturou irreversivelmente as enzimas do
fgado.
c
a
e
H uma associao direta entre a porcentagem de gorduras saturadas
na dieta e a incidncia de doenas cardacas em seres humanos.
a) A presena de glicina (ou de valina) na dieta essencial para o
desenvolvimento normal de larvas de moscas do gnero Heliothis.
b) Servir como grupo-controle (ou referncia) para comparao com
os grupos experimentais (sem glicina e sem valina).
F, V, F. importante destacar que apenas a afirmativa II demonstrada pelo experimento, independentemente de as afirmativas I e III
serem ou no verdadeiras.
V, V, V, F
No tubo I, h substrato (gorduras do leite) e a enzima correspondente; ocorre a hidrlise e a formao de cidos graxos e, portanto, o meio se torna cido, mudando a cor do indicador que se
torna azul. No tubo II, h substrato, mas no h enzima; conseqentemente, no se formam cidos graxos e o indicador permanece rosa. No tubo III, est presente a enzima, mas no o
substrato; ento, o indicador permanece rosa, pois no se formam cidos graxos.
d
Captulo 8
1. c, h, g, e, i, a, f, d, j, b
2. a) procaritica, pois no possui envoltrio nuclear nem organides
citoplasmticos membranosos. b) 1. membrana plasmtica; 2.
nucleide (ou cromossomo circular); 3. ribossomo; 4. parede celular.
3. a
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
A 1; B 2; C 4; D 6; E 3; F 5
c 6. c
d, a, c, b, e
a) 1 Procariontes possuem membrana plasmtica. 2 Clulas animais possuem complexo golgiense. 3 A maioria das clulas de
vegetais com flores no possui centrolos. 4 Clulas de vegetais
com flores possuem mitocndrias. b) Membrana plasmtica e
centrolos, respectivamente.
a) A soluo do recipiente I era hipertnica em relao ao contedo
intracelular; a do recipiente II era isotnica. b) Significa que as clulas perderam gua, por osmose, para o meio extracelular e diminuram de volume, a ponto de a membrana plasmtica afastar-se da
parede celular.
Trata-se de uma clula vegetal. 1 cloroplasto (fotossntese); 2
parede celular (proteo); 3 vacolo central (equilbrio osmtico).
a) I retculo endoplasmtico granuloso (ou rugoso); II complexo golgiense. b) III (mitocndria) respirao celular aerbia; IV
(centrolos) participam da diviso celular e, em alguns tipos celulares, da organizao de clios e de flagelos.
Colocados em ambiente hipertnico, os alimentos perdem gua por
osmose. Isso tambm acontece com os microorganismos (bactrias
e fungos, por exemplo) que, porventura, neles existirem. Dessa forma, tais microorganismos no conseguem sobreviver.
A fagocitose est associada ao englobamento de partculas alimentares (por exemplo, nos protozorios) e ao combate a agentes infecciosos, como bactrias (em animais).
Com o rompimento da membrana lisossomal, as enzimas hidrolticas
destroem os macrfagos, extravasam e acabam por destruir o tecido
pulmonar.
b
Durante as quarenta semanas da gestao humana, o tero aumenta
consideravelmente, passando de 7,5 cm de comprimento e 50 g de
massa para 30 cm de comprimento e 1.100 g de massa. pela atuao das enzimas digestivas (hidrolases) presentes em lisossomos
que ele diminui aps o parto, readquirindo seu tamanho normal em
cerca de dez dias.
d
a) So eucariticas as clulas A e B, que possuem envoltrio nuclear; a clula C, que no o possui, procaritica. b) Bactrias: clula
C (no possui envoltrio nuclear nem organides citoplasmticos, a
no ser ribossomos). Animal: clula A (eucaritica, sem parede celular nem cloroplasto). Vegetal: clula B (eucaritica, dotada de
parede celular e cloroplastos).
c
e
Captulo 9
1. g, d, e, f, c, a, b, h
2. Os pigmentos fotossintetizantes esto em organides chamados
cloroplastos (estruturas microscpicas), no interior dos tilacides
(estruturas submicroscpicas). No vegetal, a maior quantidade se
encontra nas clulas das folhas (rgos), no parnquima clorofiliano
(tecido). Esta localizao particularmente vantajosa porque as folhas, com pequena massa de tecido, conseguem grande rea de exposio luz solar.
3. a) Fotossntese e respirao celular aerbia. b) As substncias produzidas em cada um desses processos so consumidas no outro
(glicose e O2 so produzidos na fotossntese e consumidos na respirao celular aerbia; gs carbnico e gua so produzidos na respirao celular aerbia e consumidos na fotossntese).
4. a
5. c
6. a) Deve permanecer parado, pois a quantidade de gases liberados
igual quantidade de gases absorvidos. b) o gs oxignio, produzido na fotossntese.
7. d, b, c, h, f, a, e, g
8. d 9. d
10. e
11. c
12. a) A substncia o gs carbnico. A seqncia : fitoplncton,
moluscos filtradores, peixes carnvoros e decompositores. A substncia liberada ser o gs carbnico. b) Os processos de captao e
liberao so, respectivamente, a fotossntese e a respirao. Somente o fitoplncton faz os dois processos.
59
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Captulo 10
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
b, e, g, d, h, i, f, a, c
b
d
Podem ser UGAGGCGAAUCC ou ACUCCGCUUAGG. Os dois
filamentos que compem essa molcula de DNA transcrevem cadeias diferentes de nucleotdios em molculas de RNA mensageiro.
O HIV possui RNA como material gentico, sendo chamado retrovrus
por determinar a sntese de DNA, tendo o RNA como modelo.
d, a, b, c, e
Trata-se de um organismo procarionte, pois h contato direto entre
o DNA e os ribossomos, indicando que esto no mesmo compartimento celular (no citoplasma) e que no h carioteca.
d
No obrigatoriamente. Como o cdigo gentico redundante (ou
degenerado), dois ou mais cdons diferentes podem codificar o mesmo aminocido.
c
a
A: 19,6%; B: 29%
a) CAUCGGAUC. b) No, pois o RNA mensageiro formado a partir do filamento complementar a este no teria a mesma seqncia
de nucleotdios.
Protenas (A); RNA mensageiro (D); RNA ribossmico (F); ATP (G).
a
16.
17. Foi a valina, pois a dcima base nitrogenada pertence ao quarto cdon
(agrupamento de trs em trs nucleotdios). Portanto, haver alterao no quarto aminocido.
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Reproduo proibida. Art. 184 do Cdigo Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Captulo 11
PAULO MANZI
Reproduo proibida. Art. 184 do Cdigo Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Captulo 12
1. d, c, a, f, e, b, g
2. a) Fortaleceram a hiptese da biognese, porque reforavam a idia
segundo a qual a vida s poderia surgir a partir de outra preexistente.
b) Os frascos mantidos abertos serviram de controle para comparao, demonstrando que as larvas surgiam a partir de ovos depositados pelas moscas. Essas larvas, ao se desenvolver, originavam moscas da mesma espcie daquelas que Redi observava voando ao redor dos frascos.
3. V, V, F, F, V, V
4. a) Metano, amnia e hidrognio. b) Elevadas temperaturas e grande
incidncia de radiaes e descargas eltricas. c) Substncias orgnicas, como aminocidos, carboidratos e bases nitrogenadas. d) No
prprio ambiente, onde as substncias orgnicas teriam se formado
em decorrncia das condies da Terra primitiva. e) Teria sido a
fermentao de substncias orgnicas obtidas no ambiente.
5. b
6. Pertence hiptese da abiognese (ou gerao espontnea). falha porque no impede que ratos previamente existentes alcancem
o material (camisa suja e gros de trigo) e depositem nele seus
filhotes.
7. d
8. A primeira equao resume a fotossntese e relaciona-se com a hiptese autotrfica, que afirma terem sido auttrofos os primeiros
seres vivos. A segunda equao resume a fermentao e relacionase com a hiptese heterotrfica, que afirma terem sido hetertrofos
fermentadores os primeiros seres vivos.
9. e
10. b
11. b
12. e
13. a
Captulo 13
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
d, f, e, b, a, g, c, h
e
e
a) A escolha da cala e da camisa so eventos independentes, cuja
probabilidade de ocorrncia dada pelo produto das probabilidades
de ocorrncia de cada evento: P = P (cala jeans) P (camisa azul)
P = 3/5 5/20 P = 15/100 = 0,15 (15%). Conclui-se que a
probabilidade de voc escolher cala jeans e camisa branca de
15%. b) A escolha da camisa bege ou verde so eventos mutuamente exclusivos, cuja probabilidade de ocorrncia dada pela soma
das probabilidades de ocorrncia de cada evento: P = P (camisa
bege) + P (camisa verde) P = 5/20 + 6/20 P = 11/20 = 0,55
(55%). Portanto, a probabilidade de voc escolher camisa bege ou
camisa verde de 55%.
a) A probabilidade de que a primeira criana seja um menino de
50%, independentemente de quantos filhos o casal pretende ter. b)
A probabilidade de nascimento de uma menina igual a 50%. Como
3 nascimentos so eventos independentes, temos:
P = 0,125 (12,5%). A probabilidade de nascimento de 3 meninas
igual a 12,5%.
b, f, a, d, c, g, e
a) O ovrio retirado da cobaia preta produzia vulos com o alelo
que condicionava a pelagem preta, mesmo depois de implantado na
cobaia albina. b) Fmea preta: gentipo AA; descendentes: gentipo
Aa. c) O resultado no seria o mesmo, pois o ovrio da fmea albina
continuaria produzindo apenas vulos portadores do alelo para
pelagem albina.
a
b. Cuidado com seus clculos! Como o carneirinho branco, a probabilidade de que tenha gentipo Pp de 2/3, pois exclui-se a
Captulo 14
1. a, e, f, d, b, c
2. a
3. a) 50% azuladas e 50% brancas. b) 50% pretas e 50% azuladas.
c) 100% azuladas.
4. Soma = 01 (01)
5. a) Polialelia ou alelos mltiplos. b) CC, Ccch, Cch e Cca. c) Aguti
(50%), himalaia (25%) e albino (25%). d) Cch (25%), Cca (25%),
chca (25%) e caca (25%).
6. a) AA, Aan e Aa. b) 50% ana (flor normal) e 50% aa (flor rainha).
7. e, f, b, a, g, d, c
8. e
9. a
10. d
11. a) O casal Lucchesi B (gentipo IB_) e AB (gentipo IAIB) no
poderia ter um filho como o beb n 1, do grupo O (gentipo ii),
mas poderia ter um filho do grupo A (gentipo IA_), desde que a
Sra. Lucchesi fosse heterozigota (gentipo IBi). Analogamente, o
casal Hart B (gentipo IB_) e B (gentipo IB_) no poderia ter
um filho como o beb n 2, do grupo A (gentipo IA_), mas poderia
ter um filho do grupo O (gentipo ii), desde que ambos fossem
heterozigotos (gentipo IBi). b) Considerando que, de fato, ocorreu
a troca de bebs, e que o beb n 2 filho do casal Lucchesi, a
probabilidade de que este casal (gentipos IBi e IAIB) tenha outra
criana do grupo A igual a 0,25 ou 25%.
61
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Captulo 15
1. d, b, c, a
2. e
3. a) No h uma resposta nica; todavia, devem ser aceitas como vlidas somente as respostas que colocarem cada par de alelos em um
par diferente de cromossomos homlogos. b) O quinto par de alelos
(Ee) est obrigatoriamente no mesmo par de cromossomos ocupado por um dos outros quatro pares (qualquer um deles).
4. c
5. a) Macho: Dd Mm; fmea: dd Mm. b) Filho preto e branco (Dd mm)
e fmea de gentipo igual ao da me (dd Mm). Probabilidade de
nascimento de um filhote igual a ele (preto e branco) = 25%.
6. a) Macho: pelagem preta. Fmea: pelagem amarela. Gerao F1:
100% pelagem preta (gentipo Bb Ee). b) No cruzamento entre
machos Bb Ee e fmeas Bb Ee, encontraremos, na gerao F2, as
seguintes propores genotpicas (com os fentipos correspondentes): 9/16 B_ E_ (pelagem preta); 3/16 bb E_ (pelagem chocolate);
3/16 B_ ee (pelagem amarela); 1/16 bb ee (pelagem amarela). c) o
cruzamento amarelo amarelo. Animais de pelagem amarela
(gentipo ee), cruzados entre si, sempre originam descendentes
amarelos (gentipo ee).
7. a)
Dd EE x dd Ee
dE
De
DE
Dd EE
Dd Ee
dE
dd EE
dd Ee
Surdos
vB
vb
Vb
Vv Bb
Vv bb
vb
vv Bb
vv bb
45% Aa Bb
45% ab
45% aa bb
5% Ab
5% Aa bb
5% aB
5% aa Bb
62
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Reproduo proibida. Art. 184 do Cdigo Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Captulo 16
g, b, f, d, e, a, c
c
Soma = 18 (02 + 16)
a) Como o principal interesse comercial desses criadores a produo de leite, no lhes interessa o nascimento de um grande nmero
de bezerros machos, que devem representar apenas consumo adicional de pastagem e de silagem. b) Porque a presena do cromossomo
Y indica certamente que o embrio pertence ao sexo masculino. Se
fosse pesquisado o cromossomo X, os resultados obtidos seriam
inconclusivos, pois machos (caritipo XY) e fmeas (caritipo XX)
o possuem.
5. b, a, d, c
6. a 7. c
8. a)
1.
2.
3.
4.
X
X
Reproduo proibida. Art. 184 do Cdigo Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
X X
A
X Y
X
A
X X
X Y
Captulo 17
1. f, g, a, c, e, d, b
2. a) O texto conceitua a mutao gnica. b) A mutao gnica pode
determinar o surgimento de novas caractersticas, sendo um dos
mecanismos responsveis pelo aumento da variabilidade gentica
intraespecfica. A diversidade, submetida aos critrios da seleo
natural, promove modificaes graduais no conjunto de caractersticas da espcie. Variedades adaptativas tendem a ser selecionadas e
a se manter, enquanto as variedades no adaptativas tendem a desaparecer.
3. a 4. a
5. c 6. a
7. a
8. Freqncia do alelo dominante = 0,4 (40%). Freqncia do alelo
recessivo = 0,6 (60%). Freqncia do heterozigoto = 0,48 (48%).
9. b
10. a) So os casais [Sarah Josiah de Etrria] e [Emma Charles
Robert Darwin]. b) Casamentos consangneos aumentam a probabilidade de que alelos recessivos deletrios e raros ocorram em
homozigose, manifestando-se. c) Chamemos Dd o gentipo de Josiah
de Maer e de Susannah. Pela raridade do alelo d, Elizabeth e Robert
63
MP_BIO Col. Base_3
63
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Captulo 18
1. b, g, a, f, h, d, c, e
2. b 3. d
4. a) Atendendo aos interesses dos criadores, desde h muitos sculos,
as diversas raas de ces foram se mantendo isoladas, restringindose o fluxo gnico entre os seus membros. Os ces selvagens, ao
contrrio, cruzam-se livremente na natureza, permitindo um intenso intercmbio gentico entre os animais, cujos grupos se mantm
mais homogneos. b) o nvel de raa (ou subespcie), pois no h
isolamento reprodutivo entre seus membros. Ainda que mediante
raas intermedirias que atuam como pontes genticas, pode haver fluxo gnico entre os membros de todas as raas de ces. c) Ao
longo de milnios, foram sendo selecionadas linhagens de ces resistentes aos mais diversos agravos ambientais (agentes infecciosos, intempries, escassez de alimentos etc.).
5. a) Anmonas e orelha-de-pau so eucariontes, pluricelulares e
hetertrofos (embora existam cogumelos unicelulares). b) As
anmonas (reino Metazoa) so digestores (incorporam os alimentos e os digerem no interior do corpo); reproduzem-se geralmente
por brotamento ou por meio de gametas. As orelhas-de-pau (reino
Fungi) so absorvedores (lanam no meio as enzimas digestivas e
absorvem os nutrientes previamente digeridos); reproduzem-se geralmente por meio de esporos.
6. Soma = 99 (01 + 02 + 32 + 64)
7. Soma = 13 (01 + 04 + 08)
8. e
9. d
10. b
11. d (Cuidado! O enunciado diz podem possuir. A alternativa b
falsa, pois elas certamente pertencem mesma classe.)
12. e
13. e
14. a) Os espermatozides do jumento tm 31 cromossomos; os gametas
femininos da gua, 32 cromossomos. Portanto, os zigotos resultantes da fecundao tm 63 cromossomos. b) No, pois o descendente
(o burro) geralmente estril, ou seja, entre gua e jumento h isolamento reprodutivo.
Captulo 19
1. d, e, c, b, a
2. Porque os vrus so parasitas intracelulares obrigatrios, ou seja, a
sua existncia pressupe haver clulas que eles possam invadir e
parasitar e nas quais se reproduzem.
3. c
4. F, V, V, F, V
5. a) uma clula procaritica, pois o material gentico (cromossomo)
encontra-se disperso no citoplasma, e no envolvido pela carioteca.
Alm disso, no se observam outras estruturas citoplasmticas
membranosas. b) 1. membrana plasmtica; 2. nucleide (ou cromossomo circular); 3. citoplasma; 4. parede celular. c) Benficas: fixao
do nitrognio atmosfrico; reciclagem da matria; controle biolgico
de pragas agrcolas; produo de alimentos (p. ex. iogurtes); produo de alguns antibiticos (p. ex. a polimixina B). Prejudiciais: doenas em seres humanos (p. ex. difteria, sfilis e ttano); doenas em
animais (p. ex. brucelose) e plantaes (p. ex. amarelinho) de interesse econmico; contaminao de alimentos (p. ex. botulismo) e de
reservas de gua para uso da populao (p. ex. contaminao de mananciais com cianobactrias que produzem toxinas).
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
e
c, e, d, b, a
d
b
a
d
Capa protica e RNA da linhagem A, porque, ao assumir o controle
metablico das clulas infectadas, o material gentico do vrus determina a produo de capas proticas especficas, alm de replicar
e originar cpias de si mesmo.
A curva A corresponde epidemia de clera. Como as bactrias
contaminavam a nica fonte de gua da populao, a epidemia deve
ter se espalhado rapidamente, atingindo simultaneamente um grande nmero de pessoas. J a curva B deve corresponder epidemia
de gripe. Como a transmisso ocorre de uma pessoa para outra, a
disseminao provavelmente mais lenta.
b
a) Fermentao (que um processo anaerbio, ou seja, independe
do gs oxignio). b) O estufamento da tampa da lata deveu-se, principalmente, ao acmulo de gs carbnico, que liberado na fermentao por microorganismos contaminantes.
c) A afirmao I, embora verdadeira, no deve ser considerada vlida nesse contexto, pois a gua lquida tambm est presente no leite
mantido em geladeira.
a
a) Formam-se pela associao entre fungos e algas ou entre fungos
e cianobactrias. b) Trata-se de um caso de mutualismo (benefcio
mtuo com interdependncia obrigatria).
d
V, V, V, V
Captulo 20
1. b, a, d, c
2. b
3. A produo lquida de gs oxignio elevada apenas nas florestas
jovens em rpida expanso, o que no o caso da maior parte da
Floresta Amaznica, um bioma em equilbrio e que consome quase
tudo o que produz. A maior produo lquida de gs oxignio, na
Terra, ocorre nos oceanos, graas atividade fotossinttica das algas e cianobactrias que compem o fitoplncton.
4. e
5. Episdios de mar vermelha decorrem da proliferao excessiva de
dinoflagelados, variedade de algas que possui algumas espcies capazes de liberar na gua uma potente toxina. Animais aquticos
(moluscos e crustceos, por exemplo) podem absorver e concentrar
essa toxina, que afeta o sistema nervoso de outros animais (como
peixes ou seres humanos) que deles se alimentam.
6. a, d, b, c
7. Soma = 15 (01 + 02 + 04 + 08)
8. F, F, V, V
9. a) Iriam romper-se por causa da entrada excessiva de gua, por
osmose. b) Porque a soluo salina do frasco 5 deve ser isotnica ou
hipertnica em relao ao meio intracelular das amebas. Em solues isotnicas, h equilbrio hdrico entre os meios intra e
extracelular; em solues hipertnicas, as amebas no absorvem,
mas perdem gua, por osmose, para o meio extracelular. c) Ao rim.
10. Cissiparidade, uma forma de reproduo assexuada.
11. a
12. a) um caso de mutualismo, pois h benefcio mtuo e
interdependncia obrigatria. b) Os animais so beneficiados porque aproveitam parte da matria orgnica produzida pelas algas,
por meio da fotossntese. Elas, por sua vez, recebem proteo e exposio adequada luz solar.
13. V, V, F.
14. b
15. F, F, V
Captulo 21
1. g, b, d, c, f, i, a, e, h
2. a) So cnidrios (filo Cnidaria). b) Em seus tentculos, esses animais possuem cnidcitos, que so elementos de defesa e captura de
alimentos. Quando um cnidcito mecnica ou quimicamente estimulado, o oprculo do nematocisto abre-se e o filamento urticante
desenrola-se para fora, eliminando em sua extremidade uma substncia txica.
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Estrutura
Funo
Ocorrncia
Coancitos
Circulao de gua e
captura de alimento
Porferos
Cnidoblastos
Cnidrios
Protonefrdio
(ou clulas-flama)
Excreo
Platelmintos
Nefrdios
Excreo
Aneldeos
23. a) Reino Metazoa, filo Arthropoda, classe Insecta. b) Apresentam corpo com trs segmentos, trs pares de patas e um par de antenas. c) Borboletas, besouros, formigas, abelhas e traas-dos-livros
tambm so insetos.
24. d
25. c
26. a) Hemimetbolo. b) Grilo, gafanhoto, louva-a-deus, percevejo e
liblula.
27. b
28. B, C, F
29. a
30. a) Filo Echinodermata. Exemplo: ourio-do-mar. b) 1. boca; 2. intestino; 3. nus.
Captulo 22
1. f, c, b, a, d, e
2. I. Equinodermos (estrela-do-mar); II. platelmintos (planria);
III. protocordados (anfioxo); IV. moluscos (polvo); V. aracndeos
(aranhas).
3. e
4. b
5. a) Os equinodermos so invertebrados possuidores de um
endoesqueleto calcrio, cuja principal funo a proteo. Os
artrpodes tm exoesqueleto com quitina, que, alm de proteo,
funciona como estrutura de fixao dos msculos. b) So os peixes
cartilaginosos ou condrictes (classe Chondrichthyes).
6. d, c, e, a, b
7. e
8. Respirao pulmonar: adequada s trocas gasosas entre o sangue e
o ar atmosfrico; revestimento espesso e queratinizado: impermevel, restringe a perda de gua pela superfcie corporal; excreo de
resduos metablicos pouco txicos (como o cido rico), cuja eliminao menos dependente de diluio em grandes volumes de
gua; fecundao interna: prescinde de ambiente lquido no deslocamento dos gametas masculinos em busca dos gametas femininos.
9. a) Msculos peitorais desenvolvidos, ossos pneumticos, formato
aerodinmico, ausncia de reto e de bexiga urinria. b) Proteo
trmica. c) Os plos.
10. a) Aves. b) Rpteis. c) Peixes. d) Mamferos.
11. a) B (anfbios), E (mamferos), C (rpteis), D (aves) e A (peixes). b)
Respirao branquial na fase adulta (A); excreo de cido rico (C
e D); ectotermia (A, B e C). c) Tegumento espesso e impermevel,
pulmes desenvolvidos, excreo de cido rico, fecundao interna, embrio no interior de um ovo com casca e outros revestimentos. d) Durante a vida embrionria, presena de um tubo nervoso
dorsal, notocorda e fendas branquiais na faringe.
12. Soma = 45 (01 + 04 + 08 + 32)
13. e 14. Soma = 15 (01 + 02 + 04 + 08)
15. a) Fase larvria: respirao branquial; fase adulta: respirao pulmonar e respirao cutnea. b) Durante a fase larvria, os anfbios
apresentam respirao branquial, adaptada vida aqutica. Com a
metamorfose e a transio para a vida terrestre, passam a apresentar
respirao pulmonar e respirao cutnea, formas mais adequadas
ocorrncia de trocas gasosas entre o sangue e o ar atmosfrico.
16. Soma = 47 (01 + 02 + 04 + 08 + 32) 17. c
18. a) O acidente deve ter sido causado por cascavel. b) A peonha
crotlica tem ao hemorrgica (causa sangramento) e miotxica
(provoca leso muscular e, em conseqncia da liberao de
mioglobina do tecido muscular, deixa a urina escura).
19. 1) Presena de envoltrio nuclear (so eucariontes). 2) Ausncia de
parede celular. 3) Incapacidade de sintetizar substncias orgnicas a
partir de substncias inorgnicas (so hetertrofos); 4) Pluricelularidade. 5) Organizao corporal com tecidos diferenciados e sistemas de rgos. 6) Presena de celoma (so celomados). 7) Presena
de sistema cardiovascular . 8) Presena de sistema nervoso. 9) Presena de esqueleto (exoesqueleto em insetos; endoesqueleto em
equinodermos, anfbios e aves).
20. a) Mamferos (classe Mammalia); b) produo de leite e presena
de plos; c) rpteis (classe Reptilia), desenvolvimento embrionrio
externo no interior de ovos.
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1. a, b, i, e, c, g, d, j, f, h 2. e
3. a) No sangue do paciente I, notam-se plasmdios (parasitas do gnero Plasmodium) no interior das hemcias. No sangue do paciente
II, vem-se formas flageladas do tripanossomo (Trypanosoma cruzi),
agente etiolgico da doena de Chagas. b) As vias naturais de infeco dos seres humanos pelo tripanossomo e pelo plasmdio so,
respectivamente, as fezes de barbeiros e a picada do mosquito-prego (gnero Anopheles).
4. b 5. Soma = 23 (01 + 02 + 04 + 16) 6. a 7. d, a, c, f, g, b, e, i, h
8. a) No. Pessoas infectadas por tnias eliminam proglotes, que so
segmentos que se desprendem do corpo do parasita, o qual permanece no intestino. Alguns so proglotes grvidos, pois contm ovos.
b) O parasita uma tnia (gnero Taenia), que pertence ao filo dos
platelmintos (Platyhelminthes).
9. a) a seta 3, pois o porco no elimina ovos com as fezes. b) O
hospedeiro intermedirio da T. solium o porco, e o parasita geralmente se instala no tecido muscular. c) Somente o sistema genital.
Embora seja um platelminto, a adaptao vida parasitria resultou
na ausncia do sistema digestrio.
10. a
11. a) Sim. Pessoas parasitadas eliminam ovos de esquistossomo com
as fezes. b) Sim. Pessoas parasitadas eliminam ovos de scaris com
as fezes. c) No. Pessoas parasitadas no eliminam ovos, cistos ou
formas infectantes do parasita pelas fezes.
12. e
13. a) a ascaridase. b) Porque, em seu ciclo evolutivo, o parasita realiza o chamado ciclo pulmonar. As larvas, presentes no sangue, rompem os capilares e a parede dos alvolos pulmonares e caem nas
vias areas, causando inflamao e tosse. c) Educao sanitria,
saneamento bsico, com nfase para o destino adequado das fezes
humanas, tratamento da gua usada para consumo humano, cuidado no preparo dos alimentos (particularmente de verduras), higiene
pessoal, combate aos insetos domsticos, pois moscas e baratas podem veicular os ovos, tratamento das pessoas parasitadas.
14. a) So nematdeos (filo Nematoda) das espcies Ancylostoma
duodenale e o Necator americanus. b) Educao sanitria (cuidados com as fezes e como evitar sua eliminao no solo), saneamento bsico (rede de esgotos, construo de fossas etc.), uso de calados ( atravs da pele dos ps que as larvas em geral penetram),
prticas de alimentao que melhorem o estado nutricional das pessoas, tratamento das pessoas parasitadas (pois so a fonte de parasitas para o ambiente).
15. e
16. Soma = 58 (02 + 08 + 16 + 32)
17. Podem ser citadas a malria e a febre amarela; a primeira causada
por plasmdios (protozorios do gnero Plasmodium); a segunda,
por vrus. Os dois agentes etiolgicos so transmitidos para os seres
humanos pela picada de mosquitos (respectivamente, do gnero
Anopheles e Aedes). Os mosquitos proliferam em colees de gua,
como a que se acumula em bromlias, e podem penetrar com facilidade em casas de pau-a-pique.
18. a) Porque no ser humano (hospedeiro intermedirio) ocorre a fase
assexuada da reproduo do parasita, cuja reproduo sexuada acontece no sistema digestrio do mosquito (parasita definitivo). b) O
desmatamento altera o hbitat dos mosquitos transmissores da malria (gnero Anopheles), que passam a encontrar nas moradias uma
fonte alternativa de alimento.
19. d
20. d
21. b
22. T. vaginalis: contato sexual; P. falciparum: picada de mosquito do
gnero Anopheles; S. mansoni: penetrao ativa de cercrias atravs
da pele.
23. Sim, um nico miracdio pode originar centenas de cercrias.
24. a) Porque muitos caramujos predados pertencem ao gnero
Biomphalaria, nos quais os miracdios do S. mansoni se desenvolvem e originam cercrias (formas infestantes do parasita). b) Aquelas cujos mosquitos tm larvas que se desenvolvem em reservatrios de gua. o caso da malria e da leishmaniose.
25. b
Captulo 24
1. e, b, f, c, d, a 2. d
3. Nutrientes energticos: so os carboidratos e os lipdios, que fornecem energia para as atividades metablicas. Nutrientes plsticos (ou
construtores) so as protenas, usadas como blocos de construo
de componentes do corpo. Nutrientes reguladores so as vitaminas,
das quais muitas atuam como co-enzimas.
4. d 5. 1, 4, 2, 3, 5
6. c
7. g, e, b, d, f, c, a, h
8. a
9.
Enzima
pH timo
Substrato
Sntese
Ao
Ptialina
Neutro
Amido
Glndula salivar
Boca
cido
Protenas
Mucosa do estmago
Estmago
Pncreas
Intestino
delgado
Pepsina
Tripsina
Bsico
Protenas
(ou alcalino)
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Captulo 23
Reproduo proibida. Art. 184 do Cdigo Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
13. d
14. Aves tm desenvolvimento embrionrio no interior de um ovo com
casca calcria. Durante esse desenvolvimento, o cido rico (seu
principal resduo nitrogenado) armazena-se no interior do ovo na
forma de cristais, o que s possvel por ser insolvel e praticamente atxico. Os mamferos tm desenvolvimento embrionrio
interno e as fmeas realizam trocas de substncias com os embries
atravs da placenta. Sendo solvel em gua e menos txica que a
amnia, a uria pode atravessar a placenta e ser eliminada pela me.
Captulo 26
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
Captulo 25
1. g, f, d, e, a, h, c, b
2. A respirao celular aerbia a degradao intracelular de molculas orgnicas, que disponibiliza a energia qumica dessas substncias para a realizao de atividades metablicas. Esse processo consome gs oxignio e elimina gs carbnico, cujas concentraes no
meio interno se mantm relativamente estveis, graas s trocas
gasosas ocorridas entre o sangue e o ar que penetra nos pulmes.
Portanto, a respirao pulmonar viabiliza a respirao celular aerbia.
3. a) Na gua: I e IV; no ar: II, III e IV. b) Minhoca: IV; barata: III;
crocodilo: II; camaro: I; porfero: IV. c) a respirao cutnea,
que acontece atravs da superfcie do corpo (sistema IV).
4. d
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
d, f, b, g, h, e, a, c
3, 1, 4, 2, 2
d
a) A formao de hemcias ocorre no tecido hematopotico localizado na medula ssea vermelha (principalmente na medula dos ossos achatados). b) a hemoglobina, cuja produo depende, entre
outros nutrientes, do elemento ferro.
c
b, h, d, a, g, c, e, f, i
d
Macrfagos e linfcitos so clulas fundamentais na defesa do organismo contra agentes infecciosos. Os macrfagos so clulas capazes de fagocitar e destruir partculas estranhas, como bactrias, e
de apresentar os antgenos (fragmentos desses agentes infecciosos)
para os linfcitos T. Por isso, so chamadas clulas apresentadoras
de antgenos. Os linfcitos T comandam a resposta imune, enquanto os linfcitos B esto associados produo de anticorpos.
a) Trata-se de imunidade ativa artificial (vacinas). b) A primeira
aplicao do antgeno estimula a produo de anticorpos e o desenvolvimento de clulas de memria imunolgica. Em uma segunda
aplicao, a produo de anticorpos mais rpida e mais intensa
devido presena dessas clulas.
a) Sndrome da imunodeficincia adquirida. b) Geralmente os
linfcitos T, embora outras clulas tambm possam ser parasitadas.
c) Porque o HIV parasita clulas importantes do sistema imunolgico
(de defesa), como os linfcitos T. d) Micoses, tuberculose e infeces por Pneumocystis carinii. e) Uso de preservativos, testes adequados de amostras de sangue usadas em transfuses, no compartilhar agulhas ou seringas.
o tecido conjuntivo, que se caracteriza por diversidade de tipos
celulares, abundncia de material intercelular, com presena de fibras proticas e rica vascularizao.
a) A medida IV, por elevar a ingesto de ferro. b) Cries dentrias,
osteoporose e hemorragias podem se associar deficincia de clcio, evitada pela medida I, pois no leite e em derivados esse mineral
se encontra em grande quantidade. Cries dentrias tambm podem
ser evitadas pela medida II (fluoretao da gua). Hemorragias podem ser previnidas pela medida V, pois frutas e verduras contm
vitamina K.
b
d
a) HIV: linfcitos; plasmdio: hemcias. b) HIV: transfuso de sangue, agulha ou seringa contaminada, relaes sexuais sem proteo, outras formas de contato com fluidos humanos etc. Plasmdio:
picada do mosquito-vetor.
b
Captulo 27
1. h, c, e, f, d, a, g, b
2. b
3. A seqncia correta : 3 1 2. Com a separao completa do
ventrculo, no h mistura de sangue arterial e sangue venoso, aumentando a oxigenao dos tecidos.
4. b
5. a) Sstole (presso mxima) e distole (presso mnima). b) Presso
de 12 por 8 indica que, na sstole, a presso arterial equivale a uma
coluna de mercrio com 12 cm de altura (presso sistlica ou mxima) e, na distole, a uma coluna de mercrio com 8 cm (presso
diastlica ou mnima).
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Captulo 28
1.
2.
3.
4.
5.
c, a, g, b, e, f, d
I, II, III e IV.
c
c, a, g, h, b, f, d, e
e
6. d
7. a) So a coagulao do sangue e a contrao muscular, respectivamente. b) Ambos dependem do clcio.
8. a) o cido lctico. b) Quando o ATP gerado na respirao celular
aerbia no suficiente para suprir a demanda gerada na contrao
muscular, as clulas musculares passam a executar, simultaneamente,
a fermentao lctica, que produz cido lctico.
9. b
10. So os grficos II e I, respectivamente.
11. Sustentao do corpo: tecido conjuntivo (mais especificamente, o
tecido sseo e o tecido cartilaginoso). Produo de suor: tecido
epitelial (lembrando que as glndulas sudorparas tm origem
epitelial).
12. a) Tecido epitelial (epiderme). b) Ambiente terrestre mido ou ambiente aqutico. c) Plos, glndulas sudorparas, vasos sangneos
na derme. d) As camadas de quitina limitam o crescimento do animal aos perodos de substituio do exoesqueleto (muda ou ecdise).
13. b
14. Para o pncreas, funo endcrina a produo de hormnios (insulina, por exemplo), secretados na corrente sangnea, que os transporta para os tecidos; funo excrina a produo do suco pancretico, lanado atravs de um canal na cavidade do duodeno (primeira poro do intestino delgado).
15. C, A, D, B
16. S ocorre contrao muscular no recipiente 2, em que existe ATP
(fonte de energia) e clcio (que permite o fracionamento do ATP, a
liberao de energia e o deslizamento das fibras de actina e miosina).
17. O aumento da capacidade de utilizao do oxignio (chamada capacidade aerbia) ocorre por aumento do volume-minuto respiratrio e do volume-minuto cardaco.
18. O exerccio fsico redistribui o fluxo de sangue, desviando-o dos
rgos da digesto para os msculos. Com isso, a digesto e a absoro ficam prejudicadas.
Captulo 29
1. e, d, j, h, i, b, c, f, a, g
2. a) O sistema nervoso da hidra difuso, ou seja, no apresenta nenhum grau de centralizao (ou cefalizao). b) No animal C, aumenta o grau de cefalizao. c) A existncia de centros nervosos
bem definidos e centralizados aumenta o grau de controle sobre as
diversas funes, principalmente a contrao muscular e a produo de determinadas secrees. Alm disso, a cefalizao associase concentrao, na regio anterior do corpo, de estruturas sensoriais, que permitem a melhor explorao dos ambientes.
3. d
4. d
5. a
6. c
7. e
8. f, d, h, i, b, c, e, a, g
9. e
10. b
11. A glndula a tireide, e a substncia o iodo.
12. a) O hormnio a insulina; a glndula o pncreas. b) A insulina
diminui a concentrao de glicose no sangue porque estimula a captao desse monossacardio pelas clulas, principalmente musculares e do fgado.
13. I C; II B; III A; IV D.
14. e
15. a
16. b
17. a
18. c
19. e
20. a) Risco de seo da medula espinhal, que provoca perda da sensibilidade e dos movimentos voluntrios nas regies do corpo abaixo
do nvel da leso. b) Deitado e imobilizado sobre uma superfcie
plana e rgida.
21. e
22. e
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6. e, b, c, d, a
7. Reao 1: ocorre nos capilares dos alvolos pulmonares e permite
hemoglobina ligar-se ao gs oxignio do ar alveolar. Reao 2: ocorre
nos capilares sistmicos, liberando o gs oxignio para os tecidos.
Reao 3: ocorre nos capilares dos tecidos, onde recolhido o gs
carbnico, que convertido em ons bicarbonato, forma na qual ele
ser transportado aos pulmes.
8. Se uma pessoa se desloca de uma cidade ao nvel do mar para outra,
de grande altitude (com menor presso atmosfrica e ar rarefeito),
h um estmulo para que o tecido hematopotico produza hemcias
e aumente a concentrao de hemoglobina. Tal adaptao ocorre
em um perodo de duas a trs semanas e aumenta a capacidade de
captao e de transporte do gs oxignio, compensando a menor
oferta de gs oxignio do ar.
9. O monxido de carbono liga-se s molculas de hemoglobina, dificultando o transporte do gs oxignio dos pulmes para os tecidos.
A conseqncia a diminuio da oferta de oxignio s clulas.
10. a) As plaquetas e os fatores da coagulao (protenas plasmticas).
b) Inicialmente, ocorre adeso de plaquetas s bordas da leso
vascular e agregao das plaquetas umas s outras. A seguir, protenas plasmticas chamadas fatores de coagulao reagem em cascata, culminando com a formao de uma rede de fibrina (uma protena insolvel). A rede de fibrina e os elementos figurados nela retidos principalmente as hemcias formam o cogulo sangneo.
11. A inibio do desenvolvimento de vasos sangneos diminui a nutrio e a oxigenao do tumor, cujas clulas morrem.
12. Soma = 1 (01)
13. a) Dos peixes: duas cavidades (um trio e um ventrculo); dos mamferos: quatro cavidades (dois trios e dois ventrculos). b) Porque, nos peixes, o sangue completa a passagem pelo sistema
cardiovascular com apenas uma passagem pelo corao, ao passo
que, nos mamferos, o sangue passa duas vezes pelo corao. Em
outras palavras, nas circulaes dos peixes h apenas um circuito
(corao brnquias tecidos do corpo corao), enquanto
nos mamferos h dois circuitos (corao pulmes corao e
corao tecidos do corpo corao).
14. No. As artrias pulmonares conduzem sangue venoso (pobre em
oxignio), enquanto as veias pulmonares conduzem sangue arterial
(rico em gs oxignio).
15. a) Porque a parede muscular do corao espessa, impedindo a
difuso de gases e nutrientes do sangue s clulas. b) A irrigao
sangnea do corao ocorre a partir dos ramos das artrias
coronrias, que se originam da aorta e, portanto, conduzem sangue
ricamente oxigenado.
16. Quando os seres humanos esto em p, a gravidade dificulta o retorno do sangue dos membros inferiores para o corao, pelas veias. Com o fluxo mais lento, o sangue acumula-se e as veias dilatamse, afetando a funo das vlvulas. Com o tempo, as veias tornamse dilatadas e deformadas, constituindo as varizes. Pessoas que permanecem muito tempo em p, como dentistas e professores, sofrem
de varizes com freqncia maior que a populao em geral. Nas
mulheres, a gestao representa um outro fator desencadeante, pois
o tero aumentado comprime a veia cava inferior, dificultando o
retorno venoso.
17. a) Sangue venoso: ponto 1 (sangue com presso parcial de gs oxignio baixa). Sangue arterial: ponto 2 (sangue com presso parcial
de gs oxignio alta). b) A hemoglobina fetal tem maior afinidade
pelo gs oxignio que a hemoglobina do adulto. Essa diferena
necessria, pois o sangue fetal retira gs oxignio do sangue materno. c) Aps o nascimento, o sangue da criana passa a recolher o
gs oxignio do ar atmosfrico e no mais do sangue materno.
18. a) O paciente III, cuja contagem de plaquetas inferior ao padro
normal. b) O paciente III, cuja contagem de eritrcitos (ou hemcias)
est abaixo do normal.
Captulo 30
Reproduo proibida. Art. 184 do Cdigo Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
1. b, d, c, a, g, f, h, i, e
2. F, V, V, V
3. e
4.
Testculos
Ovrios
Quatro
Um
Longa
Curta
Curta
Longa
No
Sim
Sim
No
Captulo 31
1. a, b, h, g, c, f, d, e
2. a) O folculo ovariano maduro e o corpo albicans. b) A estrutura 2
o corpo lteo, que permanece ativo durante o primeiro trimestre da
gestao, graas ao da gonadotrofica corinica.
69
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Captulo 32
1. c, a, b, h, j, f, d, e, i, g
2. a) No, pois resultam da fecundao de seus vulos. b) O animal
obtido geneticamente igual ao animal Y, doador do ncleo (onde
est o material gentico).
3. a) A: zigoto, B: mrula; C: blstula: D: gstrula; E: nurula. b) De
B em relao a A: por mitose, o zigoto origina as numerosas clulas
que compem a mrula. De C em relao a B: acumula-se lquido
no embrio, cujas clulas delimitam uma cavidade interna (a
blastocele). De D em relao a C: uma invaginao da blastoderme
forma o arquntero (intestino primitivo), diferenciando-se duas camadas de clulas (ou folhetos embrionrios), a endoderme e a
ectoderme. De E em relao a D: surgem a notocorda, o tubo neural
e o terceiro folheto embrionrio (a mesoderme).
4. 2, 1, 2, 3, 1, 3, 1, 3, 2, 3
5. a) a: saco vitelnico; b: crio; c: mnio; d: embrio; e: alantide. As
estruturas que aparecem s a partir desse tipo de ovo so o crio
(letra b), o mnio (letra c) e a alantide (letra e). b) A ocorrncia de
fecundao interna.
6. a) A placenta. b) A placenta realiza com mais eficincia atividades
desempenhadas por outros anexos embrionrios presentes no ovo
de aves e rpteis, como as trocas gasosas, a nutrio e a excreo.
7. a) a placenta. b) O lquido amnitico evita o dessecamento do
embrio, alm de oferecer proteo contra choques mecnicos e auxiliar na manuteno da temperatura.
8. Sapo: fecundao externa; saco vitelnico; uria.
Jacar: fecundao interna; saco vitelnico, mnio, crio e alantide;
cido rico.
Coelho: fecundao interna; saco vitelnico, mnio, crio, alantide
e placenta; uria.
9. Porque o embrio da vaca (animal mamfero) depende nutricionalmente das reservas do gameta feminino apenas durante os primeiros dias de seu desenvolvimento. Aps concluda a implantao do
embrio no tero, a placenta permite a passagem de nutrientes da
circulao materna para o embrio. J o embrio de galinha nutrido durante todo o seu desenvolvimento a partir das reservas alimentares recebidas do gameta feminino.
10. a
11. a) So, respectivamente, o sistema nervoso central e a coluna vertebral. b) A gstrula.
12. VI, I, IV, V, III, II
13. a
14. c
15. 1 mnio; 2 alantide; 3 saco vitelnico.
16. a) Anfbios: 3 cmaras cardacas (2 trios e um ventrculo); aves: 4
cmaras cardacas (2 trios e 2 ventrculos). b) Anfbios: somente o
saco vitelnico; aves: saco vitelnico, mnio, crio e alantide.
17. c
18. a) O mnio evita o dessecamento do embrio, alm de oferecer proteo contra choques mecnicos e oscilaes intensas de temperatura. b) Est presente em rpteis, aves e mamferos.
19. a
20. F, F, V
Captulo 33
1. d, e, c, j, b, i, f, a, g, h
2. I Presena de vasos condutores de seiva. II Presena de
cloroplastos. III Presena de tecidos verdadeiros. IV Presena
de sementes. V Presena de frutos.
3. c
4. Os vasos condutores de seiva, que permitiriam uma rpida e eficiente distribuio de materiais (principalmente gua) por toda a planta.
5. a) X zigoto; Y esporo; Z gameta. b) I: gametfito; II: esporfito.
6. a) Os pontos escuros na face inferior das folhas so estruturas normais em samambaias, denominadas soros. b) Porque se trata de uma
pteridfita, planta que no desenvolve flores nem sementes. c) Plantas com flores so chamadas fanergamas (gimnospermas ou
angiospermas).
7. e, d, g, a, b, h, c, f
8. d
9. a) A flor A pertence a uma angiosperma dicotilednea, pois se notam peas florais em nmero mltiplo de 5. A flor B pertence a uma
angiosperma monocotilednea, porque tem peas florais em nmero mltiplo de 3. b) Esto apontados o filete (1) e a antera (2). c) 1
ptala; 2 spala; 3 antera.
10. a) A principal semelhana a presena, em ambos, de flores e sementes. A mais significativa diferena que, nas angiospermas, as
sementes encontram-se no interior de frutos, ausentes nas
gimnospermas. b) O sucesso evolutivo das angiospermas relacionase aos seus eficientes mecanismos de disperso de plen e, principalmente, de sementes, que se afastam da planta-me, reduzindo a
competio intra-especfica.
11. Na escurido da noite, o papel da viso pequeno; portanto, os animais
polinizadores (principalmente insetos e aves) so atrados por plantas
com artifcios que independem da viso, como o caso de flores bastante perfumadas, detectadas pelo olfato. J a atrao diurna, sob iluminao, acontece principalmente pela viso. Nesta circunstncia,
vantajosa a presena de flores vistosas, que se destacam do ambiente.
12. Porque frutos suculentos, ricos em matria orgnica e geralmente
doces, atraem animais, que deles se alimentam e dispersam as sementes. As plantas resultantes tendem a se estabelecer afastadas
umas das outras e da planta-me.
13. O corpo ramificado dos vegetais associa-se disposio das folhas,
que, assim expostas, aumentam a rea de captao da luz solar. J
os animais, que so hetertrofos e em geral se deslocam em busca
de alimentos, so beneficiados pela forma mais compacta, que facilita a movimentao.
14. a) H pelo menos 400 milhes de anos. b) Devem ser as plantas
vasculares sem sementes, como as pteridfitas. c) Foram os frutos,
presentes apenas nas angiospermas.
15. a) So as brifitas. b) Porque no possuem sistemas eficientes de
transporte e distribuio de gua. c) a ausncia de vasos condutores de seiva, presentes em pteridfitas.
16. c
17. a) Esporo e zigoto, respectivamente. b) A gerao esporoftica (ou
esporfito) da samambaia tem razes, caule e folhas, em cuja face
inferior encontram-se os soros, que so agrupamentos de esporngios
(estruturas produtoras de esporos). A gerao gametoftica (ou
gametfito) o prtalo, pequena plntula clorofilada, com poucos
milmetros, com gametngios (estruturas produtoras de gametas).
18. a) Na Regio Sul (mais especificamente, na paisagem fitogeogrfica
denominada Mata de Araucria). b) A gralha-azul alimenta-se de
sementes (pinhes) do pinheiro-do-paran. c) A gralha-azul o principal agente de disperso das sementes de araucrias.
19. a) No ciclo de vida das plantas, gametfitos so os indivduos responsveis pela produo de gametas. b) No. Gametfitos sero
formados apenas nos procedimentos I (que d origem a prtalos) e
II (que formar tubos polnicos, que so os gametfitos masculinos
maduros). O procedimento III formar uma planta duradoura, que
nas angiospermas (como o caso do feijoeiro) o esporfito.
20. Porque o crescimento do tubo polnico coloca o gameta masculino
(ncleo gamtico) diretamente em contato com o gameta feminino
(oosfera), diferentemente do que ocorre em plantas criptgamas
(brifitas e pteridfitas), nas quais o gameta masculino (o anterozide) nada at alcanar o gameta feminino (oosfera).
21. a
Captulo 34
1. g, d, f, b, c, a, i, e, h 2. b, d, e, a, c
3. Esclernquima e tecido sseo so tecidos responsveis pela sustentao dos organismos (plantas e vertebrados, respectivamente). Por
sua vez, pele e sber so estruturas de revestimento, com importante papel na proteo dos organismos.
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Reproduo proibida. Art. 184 do Cdigo Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reproduo proibida. Art. 184 do Cdigo Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Captulo 35
1. f, a, d, b, c, e
2. a) o parnquima clorofiliano palidico. b) Seta 2. c) O CO2
utilizado na fotossntese, responsvel pela produo da matria orgnica consumida pelas plantas e que, direta ou indiretamente, serve de alimento para os demais seres vivos dos ecossistemas.
3. V, F, V, V, F, F
4. a) A transpirao foliar ocorre pelos estmatos e, em menor escala, atravs da prpria cutcula que recobre as folhas. A absoro de gua pelas
razes acontece atravs dos plos absorventes. b) Pela presena, revestindo a epiderme, de uma cutcula pouco permevel gua e pelo fechamento dos estmatos. c) Porque, em certas circunstncias (escassez hdrica
no solo, por exemplo), importante que a planta economize gua.
5. d
6. c
7. c, b, d, f, g, j, a, i, h, e
8. a) A plo absorvente; B epiderme; C floema; D xilema. b)
Xilema: transporte de seiva bruta; floema: transporte de seiva elaborada; epiderme: revestimento e proteo; plo absorvente: absoro de gua e sais minerais. c) No floema: elementos de tubos crivados; no xilema: traquedes e elementos de vaso lenhoso.
9. A gua com o corante foi absorvida pela planta e atingiu as ptalas
atravs dos vasos condutores do xilema.
10. d
11. a) A rvore deve morrer, pois a retirada de um anel completo da
casca interrompe o floema, bloqueando o fluxo de seiva elaborada
(substncias orgnicas) das folhas para as razes. O bloqueio do fluxo provocar espessamento do tronco por acmulo de seiva acima
da regio de onde se retirou o anel da casca. b) Neste caso, no
ocorrer a morte da rvore, cujas razes continuaro recebendo a
seiva elaborada proveniente de outros ramos. Os frutos do ramo do
qual foi retirado o anel da casca devero se desenvolver mais, devido ao acmulo de matria orgnica conseqente interrupo do
fluxo de seiva elaborada para fora do ramo. c) A produo de matria orgnica se reduz por diminuio da taxa de fotossntese, em
razo da queda das folhas e da menor disponibilidade de luz.
12. a) Folha. b) O tecido 1 a epiderme, tecido de revestimento que
protege a folha de agresses ambientais e, graas a um revestimento pouco permevel gua, restringe a perda de vapor dgua da
folha para o ambiente. c) A estrutura 2 um estmato.
13. a
14. b
15. b
16. O revestimento das folhas com vaselina obstrui os ostolos (abertura dos estmatos), reduzindo a entrada de gs carbnico no mesofilo.
Com isso, pode ocorrer reduo da taxa de fotossntese do
parnquima clorofiliano, que se tornar menor que a das plantas do
grupo controle. Tambm limita-se a transpirao e, conseqentemente, interfere-se no fluxo de gua pela planta.
17. a) Os pulges atingem o floema, de onde sugam seiva elaborada,
rica em matria orgnica (alimento). b) Os pulges so parasitas
das plantas, das quais retiram alimento. Portanto, trata-se de um
caso de parasitismo.
18. a) Porque a falta da clorofila impede a ocorrncia da fotossntese,
que produz matria orgnica (alimento). b) As plantas sobrevivem
custa da matria orgnica que recebem dos tecidos de reserva das
sementes.
Captulo 36
1. f, d, b, e, c, a
2. V, F, F, F
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14. a) Entre outros efeitos, as giberelinas estimulam a distenso e a diviso celular, a florao, o desenvolvimento do fruto (inclusive a
partenocarpia) e quebram a dormncia de gemas e de sementes. b)
A massa fresca das plantas do lote B deve ser maior, uma vez que a
maior quantidade de tecidos retm maior quantidade de gua.
15. Notam-se algumas caractersticas importantes, tais como a associao entre forma e funo, a resposta a estmulos ambientais e a execuo de movimentos.
16. A figura 3. A raiz apresenta geotropismo positivo, que acarretar
sua curvatura no sentido do solo.
17. Porque a luz provoca o deslocamento das auxinas para o lado no
iluminado, que passa a crescer mais rapidamente que o lado iluminado, determinando a curvatura da planta no sentido da fonte de luz
(fototropismo positivo).
18. Regio I (raiz): baixa concentrao de auxinas (regio a, do grfico) estimula o crescimento, provocando curvatura no sentido do lado
oposto. Regio II (raiz): alta concentrao de auxinas (regio b, do
grfico) inibe o crescimento. Regio III (caule): alta concentrao
de auxinas (regio b, do grfico) estimula o crescimento, provocando curvatura no sentido do lado oposto.
19. Iluminao lateral: crescimento do caule no sentido da luz
(fototropismo positivo); temperatura: dormncia de sementes; gravidade: crescimento da raiz no sentido do solo (geotropismo positivo); disponibilidade de gua (abertura e fechamento de estmatos).
20. V, V, F
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