Curso Material PDF
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EGAS MONIZ
ALTERAÇÕES UNGUEAIS
setembro de 2014
INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
EGAS MONIZ
ALTERAÇÕES UNGUEAIS
setembro de 2014
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Aos meus pais,
que sempre caminharam ao meu lado.
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Agradecimentos
Após cinco anos de muito trabalho e dedicação, chega a altura de agradecer a todas as
pessoas que me acompanharam nesta longa caminhada.
Em primeiro lugar gostaria de agradecer ao Professor Doutor José Martins dos Santos
pela orientação, apoio e todos os ensinamentos transmitidos.
A toda a minha família que sempre acreditou em mim e me apoiou ao longo destes 5
anos.
A todos os meus colegas e amigos que me acompanharam em todo o meu percurso aca-
démico, Ana Serras, Francisca Caetano, Henrique Martins, Patrícia Pereira, Sílvia
Rafael, Solange Fernandes e Zahrá Kará, agradeço por todos os momentos passados.
Sem vocês este percurso não teria o mesmo valor.
Um agradecimento especial para os meus grandes amigos, João Aguiar e Sara Fernan-
des. Muito obrigada pela amizade, pela paciência e por tudo o que aprendi convosco.
Por último, e mais importante, aos meus pais, Isabel e Daniel, e ao meu irmão, Ricardo.
Obrigada por terem tornado este sonho possível, por me terem proporcionado tantas opor-
tunidades, por me terem apoiado e guiado ao longo de todo o meu percurso académico.
Sem vocês não teria sido possível.
Obrigada.
Sofia Silva
Setembro 2014
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Resumo
As alterações ungueais representam um conjunto de patologias que são cada vez mais
frequentemente reportadas em farmácia comunitária. O farmacêutico desempenha um pa-
pel fundamental no diagnóstico e tratamento destas patologias. Este é um dos campos de
intervenção em que o farmacêutico revela algumas falhas, sendo assim de extrema im-
portância o aprofundar desta temática.
As alterações ungueais podem ser de diferentes etiologias tais como, infeciosa e traumá-
tica. A onicomicose e a paroníquia representam duas das alterações mais comuns de eti-
ologia infeciosa. O tratamento destas duas alterações é demorado mas eficaz, no entanto,
torna-se necessário um correto diagnóstico para assim selecionar a terapêutica mais ade-
quada.
A psoríase é uma patologia que está intimamente ligada às alterações ungueais. Obser-
vam-se alterações tais como pitting, onicólise e hiperqueratose. Outra patologia intima-
mente relacionada com esta temática é o hipocratismo digital. Este pode ser representa-
tivo de várias patologias e ainda não existe tratamento específico. No entanto, se a pato-
logia causadora for detetada previamente o hipocratismo poderá ser revertido por com-
pleto.
A indústria dos cosméticos é uma indústria em constante ascensão. Uma parte desta in-
dústria é constituída pelos cosméticos de aplicação nas unhas. Estes, apesar de muito usa-
dos, já provaram ser causadores de deformações e dermatites. Além disto, os procedi-
mentos e técnicas utilizadas na manipulação revelaram ser potenciadores de algumas al-
terações como paroníquia e onicólise.
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Abstract
Nail disorders represent a set of diseases that are increasingly being reported in commu-
nity pharmacy. Pharmacists play a key role in the diagnosis of this diseases as well as in
choosing the most appropriate treatment to be used. This is one of the areas of intervention
where pharmacist reveal some flaws, being extremely important to study this subject.
Nails disorders may have different etiologies such has infectious and traumatic. Ony-
chomycosis and paronychia represent two of the most common disorders of infectious
etiology. Treatment of these disorders is slow but effective, however, it’s required an
accurate diagnosis as well as the selection of the most appropriate therapy.
Traumatic nail changes are very common, especially in men, and occur during routine
tasks. Examples of these are lacerations, wounds and bruises.
Psoriasis is a condition that is closely linked to nail disorders. We observe changes such
as pitting, onycholysis and hyperkeratosis. Another condition closely related to this issue
is clubbing. Clubbing may be representative of many diseases and there is still no specific
treatment. However, if the causing condition is previously detected the clubbing may be
reversed completely.
The cosmetics industry is an industry in constant rise. A part of this industry consists of
nail cosmetics. These, although widely used, have proven to be causing deformations and
dermatitis. In addition, the procedures and techniques used may cause some changes such
as paronychia and onycholysis.
In brief, nail changes represent about 10% of all existing dermatologic disorders and can
have various etiologies (Puri & Kaur, 2012). It is one of the subjects of intervention of
the pharmacist being important to improve the dermatological knowledge of these health
professionals.
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Índice Geral
Índice de Figuras .......................................................................................................... 13
2.1 Anatomia....................................................................................................... 23
11
4.2.3 Tratamento .......................................................................................... 41
Conclusão ...................................................................................................................... 55
Bibliografia .................................................................................................................... 57
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Índice de Figuras
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Figura 24 - Paroníquia provocada por manicure excessiva (Adaptado de Iorizzo et al.
2007) ............................................................................................................................... 53
Figura 25 – Onicólise em que se observa a separação da placa ungueal do leito da unha
(Adaptado de Piraccini, 2014) ........................................................................................ 54
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Índice de Tabelas
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Lista de Abreviaturas
C. albicans - Candida albicans
UV – Ultravioleta
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Capítulo 1 - Introdução
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
1.1Introdução
Apesar de muitas vezes serem consideradas problemas estéticos, as alterações mais co-
muns são várias vezes indicativas de infeções ou patologias sistémicas (Shemer & Daniel,
2013). Estas alterações são mais prevalentes na população idosa devido a fatores que afe-
tam esta faixa etária, tais como a má circulação sanguínea, patologias crónicas e um sis-
tema imunitário comprometido (Alavi, Woo, & Sibbald, 2007).
As alterações ungueais podem-se dividir segundo a sua etiologia. De uma forma geral
podemos ter alterações de etiologia infeciosa, traumática e alterações associadas a pato-
logias sistémicas. (Puri & Kaur, 2012). Dentro da etiologia infeciosa podemos ainda dis-
tinguir as infeções por fungos (onicomicoses) e por bactérias (paroníquia, síndrome da
unha verde) (Rich & Jefferson, 2014). As alterações de etiologia traumática englobam os
hematomas, amputações, lacerações, entre outros (Loréa, 2013). Por último temos as al-
terações associadas a patologias sistémicas tais como psoríase. (Puri & Kaur, 2012). A
psoríase estima-se que afete cerca de 1,5-3% da população mundial e em 90% dos casos,
esta patologia está associada a alterações ungueais (Berker, 2013b). Outra das patologias
frequentemente reportada é o hipocratismo digital que é, muitas vezes, representativo de
patologias sistémicas graves
As alterações ungueais influenciam a vida do doente pois causam dor e levam a um des-
conforto social (Alavi et al., 2007). As mãos são uma zona anatómica que está sempre à
vista, quer por parte do doente, quer pelas pessoas que convivem com este. Esta visibili-
dade leva assim a uma maior atenção por parte do doente para as alterações observadas e
uma maior urgência em obter tratamento eficaz.
Cada vez mais a população em geral evita consultar um médico; o farmacêutico desem-
penha assim um papel fundamental auxiliando o doente na escolha do tratamento mais
adequado ou, nos casos necessários, encaminhando para o médico (World Health
Organization, 1998). As principais razões que levam os doentes a procurar a farmácia em
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Alterações Ungueais
Este estudo tem como objetivo realizar uma pesquisa aprofundada sobre as alterações
ungueais mais relevantes e qual o tratamento mais adequado para estas. Sendo esta uma
temática muito ligada à farmácia comunitária tendo em conta que neste tipo de alterações
os doentes recorrem ao profissional de saúde de mais fácil acesso, ou seja o farmacêutico.
Nestes casos, o farmacêutico será preponderante no despiste das patologias, separando
aquelas que necessitam de acompanhamento médico, das que o farmacêutico poderá tratar
com medicação não sujeita a receita médica. Este estudo poderá servir como um manual
de apoio a esta temática, permitindo ao farmacêutico adquirir um maior conhecimento
nesta área nomeadamente, dos meios de diagnóstico e tratamento, visto serem estes os
campos mais relevantes da sua atuação.
1.2 Metodologia
Para o desenvolvimento deste estudo foram consultadas diversas plataformas tais como o
Pubmed, Science direct e b-on, para a consulta de estudos relacionados com a temática.
O período de recolha da pesquisa decorreu de Março de 2014 a Agosto de 2014 e foram
recolhidos artigos originais, artigos de revisão e artigos de revistas. Inicialmente a pes-
quisa foi realizada por palavras-chave gerais como farmacêutico e dermatologia,
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Capítulo 1 - Introdução
anatomia das unhas, alterações ungueais e doenças das unhas. Após esta pesquisa inicial
foi possível detetar as alterações ungueais mais comuns e mais relevantes e realizar uma
pesquisa mais aprofundada e com palavras-chave mais especificas como onicomicose,
paroníquia, psoríase das unhas, lacerações, hematomas, hipocratismo digital. Além destas
plataformas, foram também consultados diversos livros nomeadamente atlas direcionados
para a anatomia das unhas e para as alterações ungueais.
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Alterações Ungueais
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Capítulo 2 – Anatomia e Fisiologia da Unha
A unha é uma estrutura que cobre o dorso da falange distal (Baran & Nakamura, 2012).
De uma forma geral, a estrutura da unha pode dividir-se em várias subestruturas distintas:
a placa ungual, a matriz proximal, a matriz distal, o leito da unha, a prega proximal, a
cutícula, o hiponíquio, a lúnula e a falange distal (Bolognia, Jorizzo, & Schaffer, 2012).
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Alterações Ungueais
como uma estrutura queratinizada que se desenvolve ao longo do tempo (Baran, Berker,
Holzberg, & Thomas, 2012). Uma das suas funções é exercer pressão, contrabalançando
com a ponta do dedo e contribuir assim para a sensação tátil (Baran & Nakamura, 2012).
Esta estrutura comporta-se como uma massa densa, constituída por várias camadas de
células queratinizadas (Berker, 2013a; Walters, Abdalghafor, & Lane, 2012). A matriz
proximal é responsável por produzir uma das três camadas que constituem a placa un-
gueal. Esta primeira camada fornece rigidez à unha. A camada intermédia da placa un-
gueal é produzida pela matriz distal conferindo assim flexibilidade, e a última camada da
placa é produzida pelo leito da unha permitindo assim o suporte e adesão da placa ao leito
da unha (Shemer & Daniel, 2013).
Geralmente, os homens possuem a placa ungueal mais grossa do que as mulheres. Estes
apresentam cerca de 0,5mm de espessura nas unhas das mãos e 1,38mm nas dos pés. Por
outro lado as mulheres apresentam 0,6mm nas das mãos e 1,65mm nas dos pés (Abdullah
& Abbas, 2011).
O leito da unha situa-se por baixo da placa ungueal, apresenta-se como um leito vascular
que se estende desde a lúnula até ao hiponíquio (Baran et al., 2012; Jiaravuthisan,
Sasseville, Vender, Murphy, & Muhn, 2007). Esta estrutura está intimamente ligada à
placa ungueal e é constantemente queratinizada para garantir a constante adesão (Lai-
Cheong & McGrath, 2013) A placa ungueal apresenta uma estrutura curva permitindo
assim o envolvimento pelas pregas laterais e pela prega proximal (Berker, 2013a)
A prega proximal é constituída por duas camadas de epitélio, a camada dorsal e a ventral
e esta prega encontra-se posicionada ao redor da placa ungueal (Bolognia et al., 2012).
Desde a prega proximal estende-se a cutícula (Baran et al., 2012). A cutícula protege a
placa ungueal dos ataques exteriores pelo meio ambiente (Chu & Rubin, 2014). Por vezes
esta estrutura é retirada aquando da manipulação ou manicura. Este comportamento é
desencorajado uma vez que a retirada desta estrutura torna mais fácil a entrada de agentes
estranhos (Berker, 2013a).
O hiponíquio tem como função proteger e selar a unha do meio ambiente (Rich &
Jefferson, 2014). Este apresenta-se normalmente coberto pela placa ungueal mas pode
tornar-se visível quando as unhas estão muito curtas ou até roídas (Goldsmith et al., 2012).
A lúnula apresenta-se sob a forma de um semicírculo, com uma aparência esbranquiçada
e opaca (Gomes, Lencastre, & Lopes, 2012).
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Capítulo 2 – Anatomia e Fisiologia da Unha
A estrutura ungueal apresenta uma íntima relação com as falanges, causando assim, mui-
tas vezes, alterações ósseas em consequência de problemas ungueais ou alterações un-
gueais consequentes a problemas ósseos (Goldsmith et al., 2012).
2.2 Fisiologia
Durante a nona semana de gestação inicia-se o processo de formação das unhas desde a
epiderme da ponta dos dedos, pela décima quinta semana de gestação a matriz ungueal
está completamente desenvolvida e inicia-se o desenvolvimento do leito da unha que
cresce constantemente ao longo da vida do ser humano (Goldsmith et al., 2012).
As unhas, tal como o cabelo, caracterizam-se por uma estrutura epitelial cornificada,
constituída por queratina dura e mole, proteínas, filamentos, e fosfolípidos que contri-
buem para a elasticidade da unha (Walters et al., 2012).
O tipo de queratina que constituiu esta estrutura é a α-queratina, esta é insolúvel em vários
solventes comuns e caracteriza-se por uma mistura complexa de proteínas (Lusiana,
Reichl, & Müller-Goymann, 2011). A maior parte da queratina encontrada é a dura (que-
ratina do cabelo), esta representa cerca de 80-90%, os restantes 10-20% representam a
queratina mole (queratina do epitélio) (Cashman & Sloan, 2010).
A água também se encontra presente, sendo que os níveis esperados devem ser de cerca
de 18% (Baran, 2011; Cashman & Sloan, 2010; Goldsmith et al., 2012). Esta hidratação
é responsável pela rigidez da unha, se os níveis de água descerem para menos de 16% as
unhas tornam-se quebradiças, se, por outro lado, subirem para mais de 25% teremos unhas
macias (Cashman & Sloan, 2010). O nível de hidratação é mais baixo no inverno do que
no verão e varia ao longo do tempo, devido a porosidade da placa ungueal (Goldsmith et
al., 2012).
Outro constituinte importante das unhas são os minerais. Entre estes destacam-se o mag-
nésio, cálcio, zinco e sódio. Falta de magnésio pode provocar unhas quebradiças
(Cashman & Sloan, 2010).
Em média as unhas crescem cerca de 0,1 mm por dia. Esta taxa de crescimento não é fixa,
sendo afetada por inúmeros fatores tais como a idade e a estação do ano (Wegener &
Johnson, 2010).
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Alterações Ungueais
As unhas das mãos crescem ao dobro da velocidade das dos pés, para uma reposição total
da unha da mão, demora cerca de 6 meses e para a dos pés cerca de 12-18 meses. O
crescimento da placa ungueal é impulsionado por dois fatores: a proliferação da matriz
de queratócitos criando assim uma nova placa ungueal e o leito da unha que se movimenta
lentamente na direção do crescimento da unha (Goldsmith et al., 2012). A partir dos 25
anos esta taxa de crescimento diminui aproximadamente 0,5%/ano (Abdullah & Abbas,
2011).
A unha continua a ser, nos dias de hoje, uma das membranas mais desafiantes para a
criação de formulações que a alcancem e das mais desafiantes para aplicar tratamentos
(Walters et al., 2012).
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Capítulo 2 – Anatomia e Fisiologia da Unha
permitindo uma manipulação mais precisa (Martin, 2013; Wegener & Johnson, 2010). Já
nos tempos primordiais estas eram utilizadas pelo homem para defesa pessoal (Wegener
& Johnson, 2010). Estas estruturas têm também como propósito o de coçar (Loveys &
Conti, 1999; Wegener & Johnson, 2010; Martin, 2013). Sem elas as pontas dos dedos
perderiam a sua sensibilidade em cerca de 50% (Wegener & Johnson, 2010).
No caso dos pés, as unhas protegem os dedos e ainda auxiliam o movimento pedal
(Goldsmith et al., 2012).
Por último, outra das funções que importa referir é a estética. Tanto as unhas das mãos
como as dos pés apresentam também uma função estética e cosmética (Loveys & Conti,
1999; Martin, 2013).
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Alterações Ungueais
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Capítulo 3 – Alterações Ungueais de Etiologia Infeciosa
A onicomicose define-se como uma infeção fúngica da placa ungueal (Gazes & Zeichner,
2013; Tchernev et al., 2013). Esta infeção, pode ser causada por dermatófitos, bolores e
leveduras, sendo que a infeção mais frequentemente encontrada está associada à infeção
por dermatófitos. (Kaur, Kashyap, & Bhalla, 2008; Gelotar, Vachhani, Patel, &
Makwana, 2013; Tchernev et al., 2013).
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Alterações Ungueais
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Capítulo 3 – Alterações Ungueais de Etiologia Infeciosa
Tabela 1 - Prevalência das espécies de fungos causadoras de onicomicose (Adaptado de Gelotar, 2013)
C. albicans + T. rubrum 1
Vários Microrganismos
C. albicans + T. mentagrophytes 1
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Alterações Ungueais
Estima-se que a onicomicose afete mais de 10% da população mundial com menos de 60
anos e cerca de 50% da população com mais de 70 anos de idade (Gazes & Zeichner,
2013).
3.1.3 Diagnóstico
Outro entrave encontrado aquando do diagnóstico prende-se com o facto de, muitas vezes,
a psoríase das unhas ser, erradamente, diagnosticada como uma onicomicose. Muitos do-
entes psoriáticos sofrem de alterações ungueais com elevadas parecenças com as altera-
ções encontradas na onicomicose, nestes pacientes é fulcral o correto diagnóstico para
assim despistar a coexistência de infeções fúngicas (Scher et al., 2014).
3.1.4 Tratamento
A onicomicose é uma patologia difícil de tratar devido à elevada taxa de reinfeção (Scher
et al., 2014). Apresentam-se como terapêuticas possíveis a tópica e a oral. Ambas encon-
tram entraves na sua eficácia. A terapêutica oral tem como obstáculo a penetração ao
nível da placa ungueal pela matriz ungueal e leito da unha, no caso da terapêutica
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Capítulo 3 – Alterações Ungueais de Etiologia Infeciosa
tópica, o sucesso desta é dificultado pela difícil penetração ao nível da placa ungueal
queratinizada e posterior absorção pelos tecidos. Devido a estas dificuldades, ambas as
terapêuticas necessitam de elevadas doses de fármacos. Como tal, isto requer tratamento
aplicado a longo prazo e uma elevada adesão à terapêutica para que o tratamento se mostre
eficaz (Gupta & Simpson, 2012).
A terapêutica tópica é segura mas para ser eficaz necessita de uma elevada adesão à tera-
pêutica. Esta terapêutica apenas é utilizada quando a onicomicose afeta um terço da placa
ungueal e inclui fármacos como o ciclopirox e amorolfina (Scher et al., 2014). Estes fár-
macos são eficazes quando ainda não há invasão da matriz ungueal.
A terapêutica deve ser aplicada no mínimo durante 6 meses nas unhas nas mãos e 12
meses nas dos pés (Baran et al., 2003).
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Alterações Ungueais
A terapêutica que provou, nos dias de hoje, ser mais eficaz é a terapêutica oral, com uma
taxa de cura entre 14 e 38% (Scher et al., 2014). Esta terapêutica torna-se necessária
quando há envolvimento da matriz ungueal (Goldsmith et al., 2012). Como terapêutica
sistémica temos como fármacos a terbinafina, itraconazol, fluconazol e a griseofulvina
(Gupta & Simpson, 2012). A terbinafina é o fármaco considerado mais eficaz no trata-
mento sistémico da onicomicose (Gupta & Simpson, 2012). Este é um agente fungicida
e fungistático que atua contra dermatófitos e Aspergillus. Esta não é aconselhada na oni-
comicose provocada pelo género Candida uma vez que a eficácia nestes casos é variável
(Goldsmith et al., 2012). A posologia recomendada são 250mg/dia durante 6 semanas no
caso das unhas das mãos e 12 semanas para as dos pés. Os principais efeitos adversos
reportados são os gastrointestinais (diarreia e náuseas) (Goldsmith et al., 2012; Infarmed,
2013). A taxa de cura encontra-se perto dos 50% (Goldsmith et al., 2012).
Outro derivado triazólico utilizado é o fluconazol. Este tem um amplo espectro de ação,
sendo ativo contra Candida albicans, Candida parapsilosis e Candida tropicalis
(Infarmed, 2011c). Por outro lado, tal como o itraconazol, não é recomendada a sua utili-
zação no caso de infeções por Candida glabrata e Candida krusei. A posologia a aplicar
deverá ser 150mg/semana até a unha infetada ser substituída. Habitualmente, no caso das
mãos será necessário 3 a 6 meses de tratamento e no caso das unhas dos pés 6 a 12 meses
(Infarmed, 2011c; Tchernev et al., 2013).
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Capítulo 3 – Alterações Ungueais de Etiologia Infeciosa
Em qualquer um destes tratamentos é utilizada uma terapêutica muito longa, por isso é
importante ter em conta os efeitos indesejáveis destes fármacos e transmiti-los ao doente.
Os antifúngicos orais têm muitos efeitos indesejados nomeadamente efeitos hepáticos,
como tal é necessário avaliar a função hepática dos doentes antes da administração destes
fármacos (Infarmed, 2013). Além disto, os antifúngicos sistémicos interagem com vários
grupos de fármacos tais como anti hipertensores e antidislipidémicos (Estatinas) (Schmitt,
Trierweiler, Bombonatto, & Fabri, 2013). Esta é uma das questões a que os profissionais
de saúde têm de estar atentos aquando da seleção e implementação da terapêutica.
3.2 Paroníquia
3.2.1 Caracterização geral e etiologia
A paroníquia caracteriza-se por uma inflamação da pele que rodeia as falanges distais das
mãos e/ou dos pés (Rigopoulos, Larios, Gregoriou, & Alevizos, 2008; Shemer & Daniel,
2013). Dependendo da origem da infeção, esta pode ser caracterizada como uma inflama-
ção aguda ou crónica (Rigopoulos et al., 2008; Wegener & Johnson, 2010: Shemer &
Daniel, 2013). Na infeção aguda, observa-se edema, rubor, sensibilidade ao toque e dor
latejante (Figura 10) (Wegener & Johnson, 2010). Esta infeção aguda é habitualmente
bacteriana e causada pela espécie Staphylococcus aureus (Wegener & Johnson, 2010;
Goldsmith et al., 2012; Shemer & Daniel, 2013). Esta infeção pode também ser causada
por outras bactérias tais como Streptococcus pyogenes, Pseudomonas pyocyanea e Pro-
teus vulgaris (Rigopoulos et al., 2008). Além das bactérias, outro agente etiológico da
paroníquia são os vírus, nomeadamente o Herpes simplex (Goldsmith et al., 2012; Shemer
& Daniel, 2013).
35
Alterações Ungueais
O principal fator que leva ao desenvolvimento desta infecção aguda é a lesão da cutícula
ou da prega proximal pois esta lesão proporciona às bactérias um acesso mais fácil de
entrada no organismo. A lesão da cutícula que proporciona esta infeção pode dever-se a
variados fatores e desencadeados por tarefas rotineiras como o lavar a louça, roer as
unhas, uma lesão com uma farpa ou até a manicura que retira a cutícula por completo
(Rigopoulos et al., 2008)
No caso da paroníquia crónica dá-se uma segunda colonização que pode ser causada por
bactérias ou fungos nomeadamente do género Candida. Esta tem a duração de 6 semanas
e resulta de um incorreto tratamento de uma paroníquia aguda ou de uma reação inflama-
tória a irritantes e/ou alergenos (Shemer & Daniel, 2013). A aparência clínica da paroní-
quia crónica é semelhante à da paroníquia aguda. Observa-se eritema, edema, sensibili-
dade ao toque e ausência da cutícula adjacente (Figura 11) (Rigopoulos et al., 2008).
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Capítulo 3 – Alterações Ungueais de Etiologia Infeciosa
Vários estudos indicam que a paroníquia crónica é causada por fungos do género Candida,
no entanto, novos estudos revelaram que esta infeção crónica se trata de uma forma de
dermatite causada por exposição ambiental. Apesar de o género Candida ser muitas vezes
isolado nesta infeção, após a restituição da barreira (cutícula) este fungo desaparece. As-
sim, podemos considerar que a paroníquia crónica não é doença micótica mas sim uma
condição eczematosa (Relhan, Goel, Bansal, & Garg, 2014).
3.2.2 Diagnóstico
O diagnóstico deve ser baseado numa análise observacional e numa avaliação do doente
para analisar se este teve algum comportamento de risco como por exemplo contacto com
secreções de animais o que pode aumentar o risco de infeção por diferentes bactérias
(Shafritz & Coppage, 2014). Também se torna necessário saber se houve contacto com
detergentes, sabão ou outros químicos que possam levar a uma paroníquia crónica. Nor-
malmente os dedos afetados são o polegar e o segundo ou terceiro dedo da mão dominante
(Rigopoulos et al., 2008). No caso da paroníquia aguda, um dos métodos de diagnóstico
utilizado consiste em aplicar uma ligeira pressão no dedo afetado e analisar se se observa
um branqueamento na zona da paroníquia, esse branqueamento é sinal de abcesso (Figura
12) (Shafritz & Coppage, 2014)
37
Alterações Ungueais
3.2.3 Tratamento
Relativamente à paroníquia aguda, se ainda não se tiver formado o abcesso, pode-se optar
pela utilização de compressas de água quente ou a introdução do dedo afetado em vinagre
(Rigopoulos et al., 2008; Shafritz & Coppage, 2014). Para o alívio dos sintomas pode-se
administrar um anti inflamatório não esteroide (AINE) ou paracetamol. No caso de situ-
ações mais graves temos como terapêutica um antibiótico tópico (bacitracina e neomi-
cina) sozinho ou em combinação com um corticoide tópico (betametasona). Para situa-
ções recorrentes é aconselhada terapêutica oral com antibiótico (Rigopoulos et al., 2008).
Relativamente aos antibióticos tópicos, temos como exemplo uma associação da bacitra-
cina com neomicina na forma de pomada. A bacitracina atua sobre a maior parte das
bactérias gram positivas nomeadamente estafilococus e estreptococcus. A neomicina é
eficaz contra as enterobactérias (como por exemplo a E. coli) e apesar de ser ineficaz
contra a maior parte das gram positivas, é eficaz contra a espécie Staphylococcus aureus
(Infarmed, 2009) . Esta pomada deve ser aplicada cerca de 3 vezes por dia durante 5 a 10
dias ( Rigopoulos et al., 2008;Infarmed, 2009). No que diz respeito à paroníquia crónica
é importante evitar o contacto com o irritante ou alergeno causador da inflamação
(Shafritz & Coppage, 2014). O tratamento de primeira linha no caso de paroníquia crónica
deve ser um corticoide tópico. Em alternativa, poderá optar-se por uma combinação de
corticoide tópico com antifúngico tópico como por exemplo a terbinafina. Quando a in-
flamação crónica não responde ao tratamento deve-se considerar a possibilidade de car-
cinoma (Rigopoulos et al., 2008).
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Capítulo 4 – Alterações Ungueais de Etiologia Traumática
As unhas e as falanges distais são as partes da mão que mais lesões sofrem (Wegener &
Johnson, 2010). Estas lesões representam cerca de 38% das lesões dos membros superi-
ores (Bot, Bossen, Mudgal, Jupiter, & Ring, 2013). Estes ferimentos podem ser de vários
tipos tais como hematomas, lacerações, contusões, amputações, entre outros (Loréa,
2013)
Afetam homens entre os 4 e 30 anos e entre as causas mais comuns destacam-se: lesões
com serrotes, falanges trilhadas em objetos duros ou em portas (Figura 13). Cerca de 50%
das lesões envolvem também fraturas da falange distal (Wegener & Johnson, 2010). Estas
lesões resultam em perda parcial do leito da unha (Bajantri & Bharathi, 2011)
Estas lesões ungueais devem ser tratadas por pessoal especializado de forma a evitar de-
formações (Bajantri & Bharathi, 2011).
39
Alterações Ungueais
O leito da unha é dotado de uma extensa vascularização. Devido a este facto, qualquer
lesão pode resultar num extenso hematoma (Loréa, 2013). Os hematomas subungueais
podem ser causados por uma lesão aguda ou pela repetição de várias pequenas lesões
(Goldsmith et al., 2012). No caso de um hematoma por lesão aguda, esta lesão tem de ser
severa o suficiente para levar à acumulação de sangue por baixo da placa ungueal e está
habitualmente associada a dor (Bolognia et al., 2012). Quando estamos na presença de
repetidas lesões, estas produzem pequenos hematomas subungueais assintomáticos que
migram consoante o crescimento da unha (Bolognia et al., 2012).
Os hematomas duram vários meses devido ao facto de parte do sangue estar incorporado
com a placa ungueal (Goldsmith et al., 2012).
4.2.2 Diagnóstico
Os hematomas apresentam uma coloração que vai desde o roxo/vermelho até ao preto
(Figura 14). É aconselhado realizar uma análise dermatoscopica para observação da de-
posição de melanina que não é visível a olho nu (Bolognia et al., 2012). No caso de com
esta análise não obtermos resultados fidedignos, torna-se necessário a realização de uma
biópsia para excluir a hipótese de melanoma (Martin, 2013).
40
Capítulo 4 – Alterações Ungueais de Etiologia Traumática
4.2.3 Tratamento
Estudos recentes demonstraram que apenas hematomas que cobrem mais de 50% da unha
necessitam de remoção para reparação da unha. No caso de hematomas muito pequenos
e indolores estes podem curar-se espontaneamente (Loréa, 2013).
Além dos hematomas, outra alteração por vezes encontrada são as hemorragias. Estas
podem ter uma causa local ou sistémica e as mais comuns são lesões provocadas pelo
manuseio de objetos (Berker, 2013b).
41
Alterações Ungueais
42
Capítulo 5 – Patologias Sistémicas
A psoríase afeta cerca de 1,5 a 3% da população mundial e em cerca de 90% dos doentes
encontram-se alterações ungueais consequentes desta patologia (Berker, 2013b). Esta pa-
tologia define-se como uma inflamação crónica da pele e a sua etiologia é ainda desco-
nhecida (Goldsmith et al., 2012). É uma patologia que afeta a qualidade de vida dos do-
entes (Klaassen, van de Kerkhof, & Pasch, 2014).
Esta alteração ungueal está também presente em outras patologias tais como o eczema
atópico e alopecia (Tan et al., 2012)
A onicólise representa a segunda característica mais comum. Esta caracteriza-se pela se-
paração da unha do leito da mesma (Figura 16) (Berker, 2013b) . Esta separação torna-se
numa abertura para o ambiente exterior, favorecendo assim a entrada de bactérias e fun-
gos e propiciando o desenvolvimento de infeções (Edwards & de Berker, 2009).
Devido a esta separação, os doentes devem ter sempre as unhas cortadas e utilizar luvas
aquando de trabalhos sujos que podem facilitar a entrada de bactérias (Berker, 2013b).
44
Capítulo 5 – Patologias Sistémicas
5.1.2 Diagnóstico
45
Alterações Ungueais
O NAPSI permite assim uma avaliação mais objetiva da gravidade da psoríase das unhas
(Sánchez-Regaña & Umbert, 2008). Este índice auxilia no controlo do progresso da do-
ença e permite realizar, aquando da utilização de múltiplas terapêuticas, uma comparação
objetiva da eficácia do tratamento (Rich & Scher, 2003).
5.1.3 Tratamento
Habitualmente, o tratamento da psoríase das unhas não é uma prioridade, uma vez que o
tratamento é considerado lento e pouco eficaz (Langley, Saurat, & Reich, 2012). A pso-
ríase das unhas é, habitualmente, persistente e resistente aos tratamentos. O tratamento a
aplicar varia consoante as alterações ungueais encontradas, tendo em conta que certos
tratamentos são mais eficazes em determinadas alterações. No entanto, qualquer que seja
46
Capítulo 5 – Patologias Sistémicas
Relativamente à terapêutica tópica, existem poucos dados que comprovem a sua eficácia
(Jiaravuthisan et al., 2007; Oram & Akkaya, 2013). Por vezes esta terapêutica é utilizada
mas devido à dificuldade dos fármacos atravessarem a placa ungueal, para ser eficaz,
seriam necessários cerca de 8 a 12 meses para se gerar uma nova unha saudável (Feldman,
2014). Uma das terapêuticas tópicas utilizadas consiste na solução ou gel de clobetasol
(Oram & Akkaya, 2013; Feldman, 2014). O clobetasol pertence ao grupo farmacotera-
pêutico dos corticosteroides de aplicação tópica. Possui atividade anti-inflamatória, va-
soconstritora e antipruriginosa (Infarmed, 2014b). Este deve ser aplicado duas vezes por
dia. Uma forma de otimizar o tratamento será utilizar a combinação de um corticosteroide
tópico com um análogo da vitamina D, como por exemplo o calcipotriol com betameta-
sona ( Sánchez-Regaña & Umbert, 2008; Feldman, 2014; Infarmed, 2014a). A betameta-
sona é um corticosteroide que possui as atividades já referidas anteriormente. O calcipo-
triol é um análogo da vitamina D e pertence ao grupo farmacoterapêutico dos medica-
mentos queratolíticos e antipsoriáticos (Infarmed, 2014a). Os análogos da vitamina D
mostraram ser eficazes ao nível da psoríase que afeta o leito ungueal mas não tão eficazes
no que diz respeito às alterações da matriz ungueal devido ao facto de os análogos não
conseguirem penetrar nesta zona. Ao utilizarmos a combinação com corticosteroide, au-
mentamos assim a penetração na matriz e conseguimos melhores resultados especial-
mente no que diz respeito ao pitting (que ocorre na matriz ungueal) (Sánchez-Regaña &
Umbert, 2008).
A terapêutica sistémica poderá ser mais eficaz que a tópica e deve ser utilizada nos casos
mais severos de psoríase ungueal. Um dos fármacos utilizados é a acitretina, um análogo
do ácido retinóico (Feldman, 2014). O seu mecanismo de ação é ainda desconhecido mas
tem sido utilizada durante vários anos no tratamento da psoríase e de outras perturbações
de queratinização. A posologia deve ser definida consoante a gravidade. No entanto, re-
comenda-se uma dose inicial de 25 a 30 mg por dia durante 2 a 4 semanas. Após esta fase
poderá aumentar-se a dose, se necessário, até um máximo de 75 mg por dia (Infarmed,
2011a).
47
Alterações Ungueais
48
Capítulo 5 – Patologias Sistémicas
49
Alterações Ungueais
5.2.2 Diagnóstico
Uma das características mais comuns e visíveis desta doença consiste na alteração do
tamanho do ângulo formado entre placa ungueal e a prega proximal. A abertura deste
ângulo é de habitualmente <180°. Quando estamos na presença de hipocratismo, este ân-
gulo supera os 180° (Rich & Jefferson, 2014; Zaiac & Walker, 2013).
Além do ângulo, podemos observar que, numa unha normal, a distância do ponto A ao
ponto B, numa linha vertical, é maior do que a distância do ponto C ao D também em
linha vertical. Quando estamos na presença de hipocratismo, observa-se o contrário e a
distância maior é a entre o ponto C e D (Figura 20) (Rich & Jefferson, 2014).
50
Capítulo 5 – Patologias Sistémicas
5.2.3 Tratamento
Não existe tratamento específico para o hipocratismo digital. Nos casos em que a altera-
ção é detetada e a patologia tratada precocemente, o hipocratismo digital é revertido por
completo (Martins & Neves, 2009). No entanto, após o tratamento da patologia causadora
desta alteração ungueal, poderá levar até 6 meses até ao desaparecimento completo (Alavi
et al., 2007). Nos casos em que a patologia é detetada tardiamente, poderá não haver
reversão do hipocratismo digital (Martins & Neves, 2009).
51
Alterações Ungueais
52
Capítulo 6 – Alterações Ungueais associadas ao uso de Cosméticos
A simples aplicação de verniz pode provocar dermatite. Esta dermatite apresenta como
características clínicas o eritema e descamação das pregas proximais e das pontas dos
dedos (Figura 23) (Jefferson & Rich, 2012)
53
Alterações Ungueais
54
Conclusão
Conclusão
O farmacêutico necessita de estar apto para diagnosticar ou, quando não é possível o di-
agnóstico, despistar as patologias ungueais existentes, encaminhando assim o doente seja
para uma consulta com o médico ou para uma terapêutica com MNSRM que o farmacêu-
tico pode aconselhar.
55
Alterações Ungueais
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