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Resumo Leishmaniose Tegumentar Americana

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LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA (LTA) – CLÍNICA MÉDICA – DR.

SILVESTRE

 Doença infecciosa, não contagiosa;


 Ocorre em toda a América Latina, exceto Chile e Uruguai;
 L.T.A > 0,7 a 1,3 milhões de caso/ano (OMS)
 No Brasil, entre 2001 e 2005 foram registrados 196.239 casos de LTA, 39% na região Norte;
 Tocantins: 9º lugar
 A forma cutânea representa 92% de todos os casos;
 Sinônimos: Ferida Brava, Úlcera de Bauru;
 É uma infecção zoonótica – afetando outros animais, além do homem.

TRANSMISSÃO

 Flebotomíneos dos gêneros Psychodopygus e Lutzomya, dentre


outros;
 Popularmente: Mosquito palha , birigui, cangalhinha;
 Picada da fêmea durante o repasto sanguíneo;
 Reservatórios do parasita: animais silvestres, roedores, equinos,
cães;
 Período de incubação de 2 semanas a 2 anos.
 No ambiente silvestre, a transmissão ocorre em áreas de
vegetação primária;
 Desmatamento, abertura de estradas, construção de represas, estradas de ferro, etc.

AGENTE ETIOLÓGICO

 O protozoário pertence a:
 Família: Trypanossomatidae, Gênero: Leishmania e
 Sub-gênero: Leishmania(1) e Viannia(6)
o L(V). brasiliensis, L(V). guyanensis e L.(L) amazonenses.
 Formas principais:
o Flagelada ou Promastigota, encontrada no tubo digestivo do inseto transmissor e em
alguns meios de cultura artificiais.
o Aflagelada ou Amastigota, como é vista nos tecidos dos hospedeiros vertebrados (homem
e outros animais superiores).

Há basicamente duas formas:

 Leishmaniose Cutânea
o Única
o Múltipla
o Disseminada
o Difusa
 Leishmaniose Mucosa

FORMAS CUTÂNEAS: ÚNICA OU MÚLTIPLAS

 Aspecto característico:
o lesão única (usualmente), ulcerada, com bordas elevadas em moldura, fundo granuloso,
com ou sem exsudação.
o Em geral as úlceras são indolores;
o A lesão inicial é uma pápula eritematosa, no local da inoculação.
 Outras formas: Úlcero-crostosa, impetigóide, verrucosa, ectimatóide, ulcero-vegetante, tuberosa,
liquenóide.

LEONARDO PEREIRA – MEDICINA


o Nestas outras formas é comum a linfangite e/ou adenopatia satélite, que pode preceder a
lesão.

FORMA CUTÂNEA DISSEMINADA

 Caracteriza-se clinicamente pela presença de múltiplas lesões acneiformes, em pelo menos duas
regiões corporais (disseminação por via hematogênica);
 O quadro surge semanas após a lesão inicial ulcerada característica;
 As lesões evoluem para pápulas, nódulos e ulcerações, que coexistem;
 Sintomas gerais como febre, calafrios e mialgia durante a disseminação podem estar presentes.

Múltiplas pápulas
Lesões acneióides em grande eritematosas com centro
quantidade na região dorsal ulcerado na face

FORMA CUTÂNEA DIFUSA (CUTÂNEA ANÉRGICA)

 É caracterizada por lesões cutâneas, de aspecto queloidiano por toda a


pele, repletas de parasitas.
 Ocorre maciço comprometimento dérmico, de natureza crônica, com
recaídas frequentes e anergia à intradermorreação de Montenegro;
 Os reservatórios são roedores e marsupiais;
 Acre, Amapá, Roraima, Mato Grosso, Rondônia, Amazonas, Pará,
Maranhão e Tocantins apresentam a maior incidência;

 Lesões Nodulares
 lesões Ulceradas
 Planos Pápulo-nodulares

FORMA MUCOSA

 Secundária às lesões cutâneas, surgindo geralmente, um a dois anos após o início da infecção ou
resolução da lesão cutânea;
 Disseminação hematogênica é o padrão usual
 Regiões mais acometidas:
o Septo e asas do nariz, seguido de Faringe, Laringe, e Cavidade oral (palato, lábios,
gengivas e língua).
 Sinais e sintomas típicos:
o Obstrução nasal, Epistaxe, Rinorréia, Odinofagia, Rouquidão, Tosse e Crostas.
 Evolução: infiltração, ulceração, perfuração de septo nasal, lesões, úlcero-vegetantes e úlcero-
crostosas;
 Quando associada a infecção secundária pode comprometer ossos da face, destruindo o maciço
centro-facial;
 Comprometimento ganglionar pode ser primário (enfartamento ganglionar precedendo à lesão de
pele) ou secundário;

LEONARDO PEREIRA – MEDICINA


 Alguns casos graves podem evoluir para óbito pela obstrução das vias aéreas superiores.
 Com a destruição do septo, o nariz tomba para a frente, constituindo o chamado “nariz de anta ou
tapir”

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

 Envolvimento cutâneo:
o Úlceras de estase, Esporotricose, Cromomicose, Sífilis, Úlceras da Drepanocitose, Sífilis
cutânea tardia, Piodermites, Hanseníase Virchowiana, Tuberculose e Carcinoma
espinocelular.
 Acometimento mucoso:
o Paracoccidioidomicose, Rinoscleroma e Histoplasmose, Perfusão septal dos usuários de
cocaína e Neoplasias malignas.

SUSPEITA CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICA

 Nas formas cutâneas: Lesões características que não cedem com medicação não específica;
 Nas lesões de mucosa: ulcerações pregressas na pele de longa duração, cicatrizes, uso de
medicações específicas;
 Procedência de áreas endêmicas;
 Existência de outros casos na região;
 Referência de cães ou equinos com lesões cutâneas.

DIAGNÓSTICO LABORATORIAL

 Exame Parasitológico
o Raspagem ou justaposição da lâmina na ulceração;
o Fixação em metanol;
o Coloração pelo Leishman ou Giemsa;
o Quase sempre positivo em lesões recentes
o Quase sempre negativo em lesões tardias
 Histopatologia
o Biópsia por punch ou incisional;
o Em formas recentes, leishmanias podem ser encon-tradas pela HE.
 Cultura e inoculação
o Empregada em pesquisa, pouco interesse para o diagnóstico;
o Positiva em 40% dos casos;
o Permite a confirmação etiológica e definição da espécie;
o É feita em meio de Novy-McNeal-Nicolle (NNN);
o Após o 5º dia se observa formas promastigotas.

DIAGNÓSTICO IMUNOLÓGICO

 Reação de Montenegro
o Consiste na aplicação de 0,1 a 0,3 de uma solução contendo formas promastigotas de
leishmania;
o Faz-se a leitura após 48 - 72 horas;
o A reação é positiva com pápula > 5,0 mm de diâmetro;
o Sensibilidade e especificidade estão próximas de 100%;
o A reação pode ser negativa até um ou dois meses após o início da doença e continua
positiva após a cura.
 IF apresenta baixa especificidade. É útil p/ seguimento sorológico pós-tratamento. ELISA tem boa
especificidade.

LEONARDO PEREIRA – MEDICINA


 Obs: A intradermorreação de Montenegro pode ser negativa em imunodeprimidos, na
Leishmaniose Tegumentar Difusa (LTD) e na Leishmaniose Visceral.

TRATAMENTO

Antimoniato de N-metil-glucamina (Glucantime®)

o Formas cutâneas: 10-20 mg/Sb5+/Kg/dia.


o (Recomenda-se 15 mg/Sb5+/Kg/dia) por 20 dias.
o Forma Tegumentar Difusa: 20 mg/Sb5+/Kg/dia por 20 dias.
o Forma Mucosa : 20 mg/Sb5+/Kg/dia por 30 dias.
 Cada ampola de Glucantime® possui 5 ml, contendo 81 mg de Sb 5+ por ml, perfazendo um total
de 405 mg de Sb5+ por ampola.
 Contraindicações: Gestantes, cardiopatas, nefropatas, hepatopatas, hipersensibilidade a
medicação.
 Potencial de toxicidade cardíaca, hepática, renal e pancreática.
 Complicações inerentes à terapia: Arritmia, Síndrome do QT longo (+ grave), mialgias, febre,
artralgias, adinamia, anorexia, cefaléia, elevação transitória da amilase e lipase sem repercussões
clínicas.
 Antes de tratar solicitar e avaliar
o ECG
o AST e ALT
o Uréia e creatinina
o Amilase e lipase

Anfotericina B

 Frascos com 50mg de Desoxicolato de Anfotericina B.


 0,7 a 1,0mg/kg/dia. Dose máxima de 50mg-EV.
 Forma cutânea: 1 a 1,5 mg /Forma mucosa: 2,5 a 3 mg.
 Contraindicações: Nefropatas e hipersensibilidade a droga.

Anfotericina B lipossomal

 Frascos com 50 mg. 2 a 5mg/kg/dia. Dose máxima de 40 mg/kg-EV.

Pentamidina (3mg/kg/dia)

Pentoxifilina 400mg cp (3 x dia)

LEONARDO PEREIRA – MEDICINA

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