Práticas de Ensino para A Educação Especial Numa Perspectiva Inclusiva
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Preocupação: A educação especial
torna-se onerosa quando os funcionários
de escola têm que lidar com
comportamento difícil ou violento de alunos? 31
6. Referências Bibliográficas 37
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enganado por essa ilusão. Elas são ponto de partida é pensar sobre o
complicadas e complexas. Resista à conceito de deficiência e sobre os
tendência de pensar em “preto no desafios que ela pode apresentar.
branco”, de supor que todas essas
questões podem ser respondidas O que é deficiência?
com “sim ou não” e de esperar por
debates que convencionem clara- É possível pensar que para a
mente “este ou aquele lado”. Lem- pergunta “O que é uma deficiência?”
bre-se que pessoas e culturas têm haja uma resposta simples e direta.
diferentes visões sobre questões Mas não há. Nada é absoluto na
complexas. condição humana, nem mesmo to-
Nenhum de nós vive, de fato, dos os conceitos são compatíveis
em um mundo em preto-e-branco; através das culturas. Muitas respos-
em muitos aspectos, vivemos em tas foram sugeridas para resolver
“cinza e em espaços em branco”. esse impasse. As definições de defi-
Como Hungerford sabiamente salie- ciência divergem em razão das dife-
ntou, há mais de 50 anos, “apenas o renças entre atitudes, crenças, ori-
destemido considera o cinza em entação, áreas de estudo e cultura.
relação ao que não podemos explicar Por exemplo, variadas áreas de estu-
com facilidade”. Pare um momento do oferecem definições diversas de
para ponderar todas as possi- deficiência, e algumas delas incluem
bilidades de quanto tempo você análise das características comuns
dispende de sua vida acadêmica no de um grupo de indivíduos (por
desenvolvimento de um enten- exemplo, habilidades cognitivas e
dimento próprio sobre educação comportamentos estereotipados).
especial, sobre os alunos e as Outras definições têm uma visão
famílias aos quais ela atende. Ao mais sociológica e divergem em sua
examinarmos tais aspectos impor- construção social – mais como uma
tantes, não vamos perder de vista o função do sistema social do que
fato de que estamos refletindo sobre individual.
pessoas, que são importantes Não só as interpretações sobre
membros da sociedade. o conceito de deficiência variam,
Para ser um participante ativo mas também as opiniões em relação
na busca de resultados para os à frequência com que a deficiência
alunos com deficiências, é neces- prejudica a habilidade da pessoa na
sário entender os serviços de que vida em sociedade. Alguns conceitos
eles e suas famílias precisam. Um de deficiência sustentam que ela
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O conceito de deficiência é
uma invenção dos tempos
modernos?
A vida dos habitantes ingleses
de Martha’s Vineyard mostra como A resposta para a pergunta é
a surdez, deficiência historicamente bastante direta: não. Há muitas
considerada muito séria, não afetou evidências de que as deficiências
a rotina ou as realizações daqueles fazem parte da condição humana.
que moravam na ilha. Por mais de Os primeiros registros escritos
uma centena de anos, a vida nesse apresentam apontamentos sobre a
ambiente relativamente restrito e existência de pessoas com defici-
confinado foi muito normal tanto ência. Algumas, particularmente as
para os que tinham como para os que eram cegas, surdas, “um pouco
que não tinham tal deficiência. excêntricas”, ou as que se tornaram
Hoje em dia, contudo, deficientes depois de adultas foram
devemos avaliar se a experiência dos consideradas em tais registros. Na
primeiros habitantes da ilha Mar- verdade, alguns (como o antigo
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poeta grego – Esopo – que era cego) em palácios e cortes reais na Idade
foram respeitados como sábios. Média e na Renascença. Embora
“Lições Morais de Esopo” ou “Fá- pensemos que eles eram tratados
bulas de Esopo” são lidas ainda hoje injustamente, pois tinham a função
nas escolas. É possível que as defi- de proporcionar diversão para a
ciências não sinalizem um problema realeza, eram, na verdade, prote-
social que mereça atenção? Talvez o gidos e viviam em melhores com-
fator relevante não seja a existência dições que pessoas comuns daquela
das deficiências, mas, ao contrário época. Era costumeiro deixar crian-
disso, como as pessoas reagem a ças com deficiência nas florestas ou
elas? Se todos são tratados da atirá-las no rio. Para muitos que
mesma maneira e podem desen- chegaram à idade adulta, o trata-
volver seu potencial com pouco mento era cruel. Balbus Balaesus, o
auxílio, talvez a sociedade, assim Gago, que viveu na Roma antiga, foi
como nós, esteja gastando energia preso e colocado em exibição na
onde não é necessário. Então, estrada Appian a fim de divertir os
examinemos como as pessoas com viajantes que achavam engraçado o
deficiência têm sido historicamente seu modo de falar. Algumas pessoas
tratadas. Essa análise pode nos eram internadas em hospícios ou
ajudar a entender melhor a natureza monastérios; outras eram julgadas
das deficiências e a situação em que bruxas, pois acreditava-se que esta-
essas pessoas se encontram. vam possuídas por demônios.
Você talvez cogite a ideia de
Como tratar pessoas com que tais acontecimentos fazem parte
deficiência independente- da antiguidade. Atualmente, muitas
pessoas com deficiência são incluí-
mente do rumo da his- das no convívio social. Elas têm a-
tória? cesso a prédios públicos, encontram
acomodações adaptadas quando
A resposta é inconsistente e viajam e assumem papéis ativos na
desfavorável. Como você já obser- sociedade. Infelizmente, a história
vou, exemplos da forma de trata- moderna não oferece só bons
mento humano podem ser docu- exemplos. Em meados do século
mentados. Temos, a partir de então, passado, a Alemanha nazista enviou
uma outra perspectiva a ser com- milhões de judeus, de pessoas com
siderada: pessoas com deficiência deficiência e de membros de outros
apresentadas como “bobos da corte” grupos perseguidos para a morte
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Definitivamente o número a-
larmante de pessoas com deficiên-
cias que saem da escola e estão
desempregadas ou subempregadas é
muito maior do que o número de
pessoas sem deficiências, além de
que enfrentam discriminação no lo-
cal de trabalho e na comunidade.
Pense novamente nos adultos com
doença mental que não têm lar e
estão nas ruas porque as mudanças
nas políticas públicas os fizeram
vulneráveis à negligência.
O clima de defesa de seus
direitos, a atmosfera de sensibi-
lidade e o conhecimento de que as
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FUNDAMENTOS E CONTEXTOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL E DA INCLUSÃO ESCOLAR
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6. Referências Bibliográficas
BEHRENS, Marilda Aparecida. O Para-
digma emergente e a prática pedagógica.
Campinas – SP. Editora Papirus, 2010.
JANNUZZI, G. M. A educação do
deficiente no Brasil: dos primórdios ao
início do século XXI. Campinas – SP.
Autores Associados, 2006.
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