Avaliação Uso Tecnologia
Avaliação Uso Tecnologia
Avaliação Uso Tecnologia
UBERLÂNDIA
2018
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
UBERLÂNDIA
2018
GABRIEL SIQUEIRA D’APARECIDA
Banca de avaliação:
_______________________________________________
(Orientadora)
_______________________________________________
(Examinadora Interna)
_______________________________________________
(Examinadora Interna)
AGRADECIMENTOS
Agradeço a minha professora orientadora Dra. Maria Cláudia de Freitas Salomão por ter me
orientado nesta pesquisa com bastante disposição e comprometimento. Sou grato por todo o tempo
empenhado em me ajudar e pelo seu grande interesse em me guiar e aconselhar da melhor forma
possível.
Agradeço, também, ao engenheiro José Anceloann Lago Grande Martins por ter me escutado e
aconselhado com atenção durante a etapa de estudo e escolha do tema desta pesquisa.
DEDICATÓRIA
Dedico esta pesquisa aos meus pais, Wolmer e Sonia, que sempre fizeram de tudo para que eu
pudesse ter uma ótima formação acadêmica. Os valores que me ensinaram e todo o suporte que me
ofereceram guiaram-me durante toda a trajetória da minha graduação. Igualmente, dedico esta
pesquisa às minhas irmãs, Fernanda e Natália, por todo apoio e carinho recebidos até então.
RESUMO
The number of researches approaching the advantages of BIM in a project has been increasing.
Concurrently, an increase of the use of BIM by different public administration worldwide can be
noticed. A considerable amount of countries has already developed and implemented programs and
standards nationwide to regulate the use of BIM for public construction projects. Brazil,
nevertheless, has just commenced its course of developing such programs and standards. This
research proposes to evaluate the use of BIM as an aid for public project supervision activities.
Particularly, this research proposes to develop an assessment of the BIM uses for project quality
evaluation, clash detection and solution analyses for the clashes detected in the design phase. The
results of the study case reveal that BIM can contribute to the stakeholders by facilitating a broader
comprehension of the entire project and the different discipline plans. Furthermore, the original
plans of the study case present to have incoherent information and insufficient data. At last, a
considerable number of clashes has been detected by the different discipline plans. Thus, the results
are straightforward enough to indicate that the development and implementation of BIM standards
for public projects can assure great benefits for Brazil’s public administration.
CA Caixa de areia
CI Caixa de inspeção
1 INTRODUÇÃO
Segundo a coletânea sobre BIM da Câmara Brasileira da Indústria da Construção - CBIC (2016),
referências indicam que o termo BIM foi utilizado inicialmente por Charles Eastman, um professor
da Georgia Tech School of Architecture. O professor Charles Eastmen definiu BIM como um
modelo virtual responsável por representar um produto, a partir do fluxo de informações do
desenvolvimento do projeto deste produto.
O Australian Construction Industry Forum - ACIF juntamente com o Australian Procurement and
Construction Council - APCC (2017), definem o processo BIM como uma coleção de usos de
modelos, fluxos de trabalho e métodos de modelagem bem definidos utilizados para alcançar
resultados de informação específicos, reproduzíveis e confiáveis a partir de um modelo. A National
BIM Standard-United States - NBIMS-US (2018) define BIM como uma representação digital das
características físicas e funcionais de uma edificação.
Considerando tais definições, percebe-se que a definição sobre BIM não é um consenso e cada
autor ou organização coloca em seu conceito os pontos que melhor acreditam ser os pontos-chaves
para definir BIM. Contudo, entre os pontos-chave de toda essa gama de conceitos e definições
sobre o BIM, destaca-se uma palavra: informação. Ao se trabalhar com BIM, as partes interessadas
e envolvidas estão constantemente lidando com as informações sobre o projeto e a ferramenta
trabalha com essas informações de forma inteligente e automática. Ao se elaborar projetos com
essa tecnologia, é necessário definir e informar os dados dos componentes e dos sistemas, fixando
suas características geométrica e paramétricas. Dessa forma, mudanças do projeto em uma área
específica afeta automaticamente as demais áreas e a interação entre as disciplinas utilizando uma
plataforma BIM propicia grandes funcionalidades e vantagens em relação aos processos
tradicionais de elaboração e gerenciamento de projetos e execução de obras.
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O retorno positivo que essas funcionalidades e vantagens proporcionam faz crescer a quantidade
de países, cidades e regiões que elaboram legislações que regulamentam o uso da tecnologia BIM
para projetos governamentais. Conforme apontam McAuley, Hore e West (2017), países como
Áustria, Noruega, Suécia, Finlândia, Reino Unido, Rússia, Dinamarca, Coreia, Estados Unidos,
Emirados Árabes (Dubai), China (Hong Kong), Austrália e Singapura já apresentam legislações
vigentes que regulamentam o uso de BIM. Já países como Canadá, Portugal, Espanha, Países
Baixos, Alemanha, Japão e China (demais regiões) já estão planejando a implementação ou já estão
implementando legislações e/ou programas para o uso de BIM. O Brasil, ainda não apresenta
legislação implementadas ou em fase de implementação para o uso de BIM. Entretanto, apresenta
uma estratégia para a disseminação de BIM no Brasil, chamada de Estratégia BIM BR, instituída
pelo decreto 9.377 de 2018 (BRASIL, 2018). Além da Estratégia BIM BR, há o Projeto de Lei
6619 de 2016, que pretende “estabelecer a obrigatoriedade do sistema BIM na confecção de
projetos executivos de obras e serviços de engenharia contratados pelos órgãos e entidades da
administração pública” (BRASÍLIA, 2016).
O aumento da adoção de BIM pelos governos indica, portanto, que a tecnologia se mostra uma
facilitadora para o gerenciamento público dos projetos, colaborando com os governos nas
atividades de fiscalização de obras públicas. Considerando esse aspecto, esta pesquisa foi realizada
com o intuito de aferir os benefícios que o uso da tecnologia BIM oferece na fiscalização de obras
públicas, especialmente na fase anterior ao início da execução das mesmas.
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2 OBJETIVOS
O aumento do número de países que estão adotando o uso de BIM para projetos públicos aponta
que a tecnologia contribui no gerenciamento de obras públicas. Sendo assim, a presente pesquisa
apresenta como objetivo geral verificar a viabilidade da utilização da tecnologia BIM como
ferramenta de fiscalização de obras públicas na etapa de projetos. Deseja-se avaliar o uso de BIM
na fase de concepção e elaboração dos projetos a serem utilizados na execução de obras do governo.
Mais especificamente, esta pesquisa pretende, a partir de um estudo de caso, desenvolver uma
avaliação sobre a contribuição do uso de BIM na verificação da qualidade dos projetos antes da
fase de execução, isto é, verificar se os projetos apresentam detalhes e informações suficientes e
coerentes. Além disso, propõe-se avaliar o uso de BIM na previsão de interferências entre os
projetos das diferentes disciplinas antes de se começar a executar a obra. Por fim, pretende-se
avaliar o uso de BIM como ferramenta para propor soluções para as interferências encontradas de
forma a adequar os projetos previamente ao início da obra.
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3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
(2010), afirma que os modelos inteligentes BIM são auxiliam na compreensão dos projetos pelas
partes envolvidas (stakeholders), uma vez que os modelos são tridimensionais e parametrizados.
Os modelos inteligentes também permitem o melhoramento contínuo do sistema, que seria a
disposição das partes ou dos elementos de um todo no modelo, que funcionam como estrutura
organizada. Ainda segundo (2010), o resultado dessa tecnologia é a existência de um banco de
dados e a visualização do trabalho por inteiro, levando a melhores resultados e maior facilidade de
manutenção do espaço construído. Sendo assim, a seguir são apresentadas características
importantes da tecnologia BIM e os impactos positivos que a mesma oferece em novos
empreendimentos em engenharia civil.
Pode-se dividir o ciclo de vida do empreendimento em três grandes fases: pré-obra, obra e pós
obra. A Figura 2 também destaca como o BIM pode ser usado durante o ciclo de vida de um
empreendimento, para todas as fases, isto é, fase pré-obra, fase de obra e fase pós-obra. É
importante destacar que, para as diversas finalidades e para as variadas fases do empreendimento,
pode-se utilizar diferentes ferramentas com tecnologia BIM.
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Figura 2 - Uso do BIM nas atividades das fases: Pré-Obra (a); Obra e Pós-Obra (b)
14
Continuação: Figura 2 - Uso do BIM nas atividades das fases: Pré-Obra (a); Obra e Pós-Obra (b)
O uso do BIM pode facilitar até mesmo a adequação da edificação às normas vigentes. Um bom
exemplo é a norma de desempenho, ABNT NBR 15575:2013, que estabelece requisitos e critérios
de desempenho para edificações habitacionais. Os projetistas, incorporadores e construtores devem
se atentar para a Vida Útil de Projeto (VUP) para os diversos sistemas construtivos, como
cobertura, sistemas hidrossanitários, estrutura, pisos e vedações verticais internas e externas. Há
ferramentas com tecnologia BIM que, durante o processo de conceituação, execução do projeto
preliminar e execução do projeto executivo, permitem que sejam feitas simulações computacionais
quanto ao conforto térmico, conforto acústico, análise energética e sustentável, entre outros,
facilitando os esforços dos envolvidos em satisfazer as exigências da norma.
Em virtude dos fatos mencionados, percebe-se que existem variadas ferramentas com tecnologia
BIM disponíveis, sendo que eles foram elaborados para atender necessidades específicas dentro de
todo o ciclo de vida de um empreendimento. No Quadro 1 são listadas as ferramentas BIM
comumente utilizados para diferentes finalidades. É importante destacar que existe uma quantidade
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significativa de opções de ferramentas BIM no mercado e que muitas delas podem não estar
listadas. Também é interessante observar que há um aumento no número de empresas que estão
investindo totalmente em desenvolver ferramentas BIM para o mercado. Algumas delas
desenvolvem ferramentas para as diversas disciplinas, como arquitetura, estrutura, hidráulica,
mecânica, elétrica, construção, infraestrutura, gestão de projetos, gestão da edificação etc. Outras
empresas especializam-se em desenvolver ferramentas para uma ou poucas disciplinas em
específico.
Figura 3 - Visualização 3D dos projetos (a) arquitetônico, (b) estrutural, (c) elétrico, ventilação e hidráulico e (d) dos
detalhes construtivos
A empresa McGraw Hill Construction (2014) realizou várias pesquisas sobre o uso e o impacto da
tecnologia BIM na construção civil em 10 países, sendo eles Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá,
Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Japão, Nova Zelândia e Reino Unido. Em uma de suas
pesquisas, as empresas que usam processos com BIM citaram os três maiores benefícios obtidos
com a tecnologia durante a fase da pré-obra. O resumo das opiniões das empresas dos países
estudados é apresentado pela Figura 4. Como pode-se perceber, 52% das empresas citaram a
visualização da finalidade do projeto e 34% apontaram a execução da modelagem para a avaliação
da construtibilidade como respostas entre as três maiores vantagens do uso de BIM, certificando
que a visualização em 3D é, de fato, um grande benefício.
Figura 4 – Média global da porcentagem de construtores apontando as três principais vantagens no uso de BIM em
suas atividades durante a fase pré-obra (concepção e planejamento)
Outro ponto positivo que pode ser destacado é a facilidade de se ter um compartilhamento eficiente
de informações. Em escala global, confirma-se este ponto analisando a Figura 5, em que mostra a
coordenação multidisciplinar como a vantagem citada com maior frequência durante a fase da pré-
obra. Entretanto, ao analisar os dados da pesquisa em escala regional, percebe-se que o Brasil é o
país que menos aponta a coordenação multidisciplinar como um dos três maiores benefícios ao se
trabalhar com BIM. Isso indica que o Brasil ainda é muito incipiente nas atividades que exigem
trocas de informações entre profissionais de diferentes especialidades na fase da pré-obra, seja por
dificuldade em implementar um processo que integre os profissionais de diferentes disciplinas, seja
por resistência cultural.
Figura 5 – Visão regional da porcentagem de construtores apontando as três principais vantagens no uso de BIM em
suas atividades durante a fase pré-obra (concepção e planejamento)
7. Sendo assim, outro benefício de se trabalhar com BIM a ser apontado é a grande facilidade de
se obter quantitativos do projeto de forma rápida e confiável.
Outra vantagem muito apontada para o uso de ferramentas BIM é a facilidade de se identificar
conflitos entre as diferentes disciplinas de projeto. As ferramentas com tecnologia BIM são capazes
de localizar e informar as interferências entre os projetos de forma automática. Esta função é
inicialmente conhecida como “clash detection”. De acordo com a CBIC (2016), algumas soluções
de ferramentas são capazes de classificar as interferências como leves, moderadas ou críticas. Além
do “clash detection”, que seria as interferências físicas, há programas computacionais que também
realizam o “soft clash”, que seria as interferências funcionais. Um exemplo de “soft clash”,
explicitado pela CBIC (2016), seria o posicionamento de uma lâmpada entre um projetor e a parede
na qual será projetada a imagem do projetor. Algumas ferramentas conseguiriam identificar essa
condição e acusar a interferência funcional, pois a luz da lâmpada diminuiria a eficiência da
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Com a grande utilidade das ferramentas BIM, foi possível que a variável tempo fosse melhor
estudada e acompanhada em projetos. Combinando a plataforma de informação com a preocupação
do tempo, pode-se ter uma nova área dentro das utilidades do BIM: o planejamento de atividades.
De acordo com Barbosa (2014) apud Capiotti (2015), através da funcionalidade do planejamento
de atividades dentro de um modelo tridimensional BIM, surge o BIM 4D. Dessa forma, tem-se
mais um benefício interessante da tecnologia BIM, que é o controle de prazos e atividades mais
facilitado. Como pode ser percebido pela Figura 5 da pesquisa realizada pela empresa McGraw
Construction Hill (2014), o Brasil é o país, entre os 10 estudados, que mais destacou o benefício
do BIM 4D. No Brasil, 72% das empresas destacaram o uso de BIM no cronograma da obra como
uma das três maiores vantagens na fase da pré-obra, sendo que somente 39% as empresas da
França, que foi o segundo país que mais destacou este benefício, citaram esta vantagem.
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De acordo com Mills (2016), BIM 4D é o processo de adicionar o planejamento da obra juntamente
com a plataforma BIM, o que possibilita a geração de um programa de informação preciso para o
planejamento e visualização do passo a passo do desenvolvimento do projeto. Com o uso do BIM,
todas as informações dentro da plataforma são compartilhadas com o planejamento. Sendo assim,
as mudanças no projeto são percebidas automaticamente no cronograma e no planejamento. A
Figura 9 apresenta a utilização do BIM juntamente com o planejamento e controle da obra.
Caso tenha-se posse dos quantitativos e do planejamento da obra utilizando ferramentas BIM, é
possível destacar uma outra grande vantagem do uso da tecnologia BIM: o controle de custos. Ao
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se adicionar a variável custos dentro do modelo BIM 4D, tem-se a modelagem 5D, a qual está
intimamente ligada ao quantitativo, ao modelo 3D e ao planejamento das atividades.
Segundo Azevedo (2009) apud Sakamori (2015), a modelagem 5D (modelagem + tempo + custos)
tem como principal vantagem para os construtores o aumento da precisão durante a construção,
com redução do desperdício de tempo e de materiais e também das alterações durante a execução
das obras. De acordo com The B1M (2018), a partir de um banco de dados bem executado na
programação do BIM 4D e com os valores base de contrato, é possível rastrear o custo previsto e
comparar com o custo real gasto ao longo do curso do projeto, o que se torna uma ferramenta muito
útil no processo de controle orçamental mensal.
Outro grande benefício que o BIM oferece, com um grande impacto nos custos, é a capacidade de
enxergar erros e propor mudanças antes da fase da obra. Com as ferramentas úteis e integradas que
o BIM se dispõe, o acesso à informação é extremamente facilitado e a visualização é feita de forma
mais clara e confiável. Desta forma, mudanças de projeto podem ser realizadas antes do início da
obra, seja qual for o motivo. Mudanças no projeto gera bem menos gastos na fase da pré-obra do
que na fase da obra, conforme mostra a Figura 10.
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Figura 10 - Comparativo entre o processo tradicional de desenvolvimento de projetos (CAD) e o processo BIM
Alguns autores, como Oliveira (2016), gostam de diferenciar os conceitos de Level of Development
e Level of Detail com uma equação, dizendo que o nível de desenvolvimento pode ser descrito
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De acordo com Oliveira (2015), é importante ressaltar que não há um modelo de um projeto com
um com determinado nível de desenvolvimento, visto que em um mesmo modelo haverá elementos
e montagens com diferentes níveis de desenvolvimento. Por conta deste fato, o BIMForum, uma
organização dos Estados Unidos cujo foco é a exploração da tecnologia e a garantia da inovação e
aperfeiçoamento através do BIM, desenvolveu um guia de referência chamado Level of
Development Specification. Este guia define os níveis de desenvolvimento de diferentes tipos de
elementos que pode haver em uma modelagem, classificando-os em 100, 200, 300, 350 ou 400.
Abordam também o nível 500, sendo o nível referente ao que existe em campo do objeto
construído, ou seja, o “as-built”.
Classificações existem para definir o nível de desenvolvimento dos elementos, sendo que diferentes
instituição e organizações podem se diferenciar na elaboração desta definição. Como exemplo, o
Quadro 2 mostra a definição dos níveis de desenvolvimento de 100 a 500, conforme apresentou
AIA (2013) apud Oliveira (2016). A Figura 12 ilustra os diferentes níveis de desenvolvimento pela
definição do BIMForum (2017).
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Maciel (2014), a partir de uma pesquisa feita com diversos escritórios de arquitetura e engenharia
em Aracaju (Sergipe), afirma que o “alto custo de implantação, com a aquisição de máquinas mais
potentes e com o treinamento dos profissionais ainda é um fator que distancia as empresas de
construção civil desta tecnologia”. Feitosa (2016) afirma que o maior desafio para se implantar
uma nova tecnologia é alterar a forma como os engenheiros mais experientes adotam novas
práticas. Os engenheiros mais experientes adquiriram métodos próprios e estão familiarizados com
as ferramentas e os procedimentos que já realizaram até então.
Segundo Eastman et al. (2011) apud Feitosa (2016), há o desafio nessa transição CAD-BIM em
unir a experiência desses profissionais com as novas capacidades que o BIM oferece. Tem-se
algumas maneiras de solucionar esse desafio:
Unir os jovens que tenham conhecimento da tecnologia BIM com profissionais experientes
para integrar a nova metodologia;
Visitar empresas que tiveram sucesso na transição para o BIM, bem como participar de
eventos tais como seminários, congressos etc.;
Executar treinamentos individuais toda semana ou em cronograma similar e;
Organizar treinamentos, em ambientes fora da empresa, para as equipes de design,
possibilitando uma experiência descontraída.
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Conforme apresentado na Figura 10, os custos de mudanças de projeto na fase da obra são maiores
que na fase da pré-obra. Sendo assim, conclui-se que as interferências encontradas somente na fase
da obra representam custos adicionais não previstos no momento da contratação. Esse aumento de
custo pode ser sentido pela construtora contratada, geralmente nos contratos privados, ou pela
esfera pública, como nos contratos públicos, através das emissões de aditivos de obras.
Ainda de acordo com Tonissi e Goes (2011), projetos em 2D não apresentam informações
suficientes para traduzir completamente uma edificação tridimensional. Há informações e detalhes
que não estão explícitos nas plantas ou nos cortes, dificultando a visualização completa do projeto.
Essa situação facilita com que os profissionais responsáveis por esta tarefa cometam erros. Outro
problema que também pode estar ligando intimamente com a falta de informações ou detalhes é a
dificuldade em interpretar os desenhos. Na representação de uma edificação em 2D alguns detalhes
e formas simplesmente são difíceis de serem representados de forma clara e objetiva. Sendo assim,
a interpretação dos projetos apresenta mais uma limitação que é a dependência da experiência do
profissional que está realizando a leitura dos projetos. Por fim, outra limitação que pode ser citada
é o alto consumo de tempo para se realizar a atividade de compatibilização entre os projetos, visto
que trabalhar em plantas bidimensionais exige muito mais atenção justamente pela dificuldade de
visualização.
A plataforma BIM possibilita que todos os projetos sejam integrados virtualmente de forma
inteligente e com informação, o que possibilita posteriormente que os projetos sejam verificados a
fim de conferir interferências, etapa conhecida como clash detection. O termo clash detection pode
ser traduzido como identificação de interferências. Em uma situação ideal, os projetos podem ser
executados em um modelo virtual compartilhado entre as diferentes disciplinas de tal forma que
uma disciplina pode enxergar e acompanhar o desenvolvimento do projeto de outra. Isso possibilita
que os projetos, ao serem finalizados, estejam totalmente livres de interferência, de modo que se a
verificação de interferências fosse realizada, nenhum problema seria encontrado. Esse modo de
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execução de projetos com o uso de BIM segue o princípio de clash avoidance, termo proposto pelo
documento BSI PAS 1192-2 (2013), que pode ser traduzido como prevenção de interferências e
tem o objetivo de ocorrer nenhuma interferência ao se finalizar os projetos.
As Figuras 14, 15, 16 e 17, apresentam um processo que os projetistas podem seguir para se atingir
o clash avoidance antes de entregar os projetos finais para o cliente. Este processo tem como
característica a ótima colaboração e comunicação entre os projetistas das diferentes disciplinas. A
Figura 14 mostra o ponto de partida do processo. Começa pelo arquiteto projetando e modelando
a edificação. Após modelar, o arquiteto deve representar o seu modelo nativo ou original projetado
em um formato de arquivo comum que será usado por todos os projetistas. Esse formato deve ser
definido pelos profissionais no início do processo e serve tanto para se atingir o clash avoindance
ou executar o clash detection. Essa adaptação do modelo nativo ou original a um formato de
arquivo que é comum a todos os profissionais do processo chama-se clash rendition (PAS 1192-2,
2013). Além disso, deve-se preparar os dados para o intercâmbio de informações. Por fim, todos
os documentos, arquivos e dados devem ser entregues ao próximo profissional.
A Figura 15 aborda a etapa após o modelo arquitetônico. Neste ponto, o arquiteto já compartilhou
as informações pertinentes ao projeto arquitetônico com o projetista estrutural, isto é, o modelo
nativo e a representação adaptada, as informações importantes e a documentação. Em posse destes
dados de entrada, o projetista da estrutura elabora o projeto estrutural e o modelo estrutural. Em
seguida, faz a adaptação de seu modelo nativo e compara com a adaptação do modelo arquitetônico.
Logo após, modifica o projeto estrutural caso interferências aconteçam e, então, repete os passos
anteriores até que não haja mais interferências. Adiante, o projetista prepara os dados para o
intercâmbio de informações. Por fim, prepara os documentos que devem ser entregues para o
próximo profissional.
Figura 14 - Procedimentos dos arquitetos em projeto colaborativo para se atingir o clash avoidance
Figura 16 - Procedimentos dos engenheiros MEP e HVAC em projeto colaborativo para se atingir o clash avoidance
Contudo, como se pode perceber pela complexidade do procedimento, garantir o clash avoidance
é extremamente difícil. Exige-se que todos os projetistas envolvidos executem todos os
procedimentos estabelecidos, comuniquem-se entre si de forma eficiente e proponham soluções em
caso de conflitos que apareçam durante o processo. Além de também exigir que os envolvidos
tenham um conhecimento e domínio significativo em ferramentas e funcionalidades BIM de
colaboração de projetos. Por isso, é mais comum, nos casos em que se tem o uso do BIM, cada
projetista executar seu projeto e, posteriormente, entregar ao responsável previamente definido ou
o coordenador de projetos que realizará a verificação de conflitos através de ferramentas BIM de
clash detection.
A detecção de conflitos com o uso do BIM após os profissionais terem projetado, mesmo que se
configure um processo inferior ao clash avoidance, ainda é muito superior aos métodos
convencionais de compatibilização de projetos através de projetos em 2D. A detecção automática
das interferências após a elaboração dos projetos ainda garante uma situação mais favorável de
tomadas de decisões para resolver os problemas antes do início da obra. Além disso, a plataforma
BIM oferece informações variadas e confiáveis sobre todo o projeto, de forma rápida e integrada,
o que facilita na tomada de decisão sobre o melhor caminho da adoção de mudanças. Uma vez
adotadas as mudanças, todos os envolvidos podem ter acesso facilitado a elas, conforme foi
explicitado sobre as características da tecnologia BIM em momentos anteriores. Por consequência,
o trabalho do coordenador de obras e do coordenador de projetos é facilitado e o empreendimento
pode ser executado com eficiência e eficácia, evitando atrasos no prazo e aumento dos custos.
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Semelhanças chaves
O principal objetivo é obter modelos livres de
O objetivo é similar.
conflitos e interferências.
Figura 18 - Construtores reportando retornos sobre investimento positivos após a utilização de BIM
Como pode-se perceber pela Figura 19, o Brasil não possui leis ou decretos que condicionam o uso
de BIM. Entretanto, em 2016 foi proposto o Projeto de Lei PL 6619/2016, o qual dá nova redação
ao § 1º do artigo 7º da Lei 8.666, de 21 de junho de 1993. A Lei 8.666 institui normas para licitações
e contratos da Administração Pública. Desta forma, o Projeto de Lei PL 6619/2016 propõe o
estabelecimento da obrigatoriedade do sistema de modelagem da informação da construção (BIM)
na confecção de projetos executivos de obras e serviços de engenharia contratados pelos órgãos e
entidades da administração pública, através da alteração da redação do § 1º do artigo 7º da Lei
8.666 (BRASÍLIA, 2016).
Outro exemplo de desenvolvimento do uso de BIM na esfera pública a ser citado é a iniciativa dos
estados de Santa Catarina e Paraná. Segundo Pessato (2014), em 21 de outubro de 2014, a
Secretaria de Estado do Planejamento de Santa Catarina firmou um acordo de cooperação técnica
com a Secretaria de Infraestrutura e Logística do Paraná, cujo obtivo é a implementação da
tecnologia BIM nos estados. Nesta situação, foi apresentado o planejamento e implantação da
tecnologia na contratação de projetos de obras públicas de Santa Catarina. A partir desta iniciativa,
foi elaborado, pelo governo de Santa Catarina, o Caderno de apresentações de projetos em BIM. O
documento aborda os procedimentos a serem utilizados pelos prestadores de serviços ao estado de
Santa Catarina para a apresentação de projetos em BIM, bem como demais documentações
pertinentes aos projetos elaborados e contratados pelo estado.
Há também outras iniciativas que não foram apresentadas que estão relacionadas com a esfera
pública. Entretanto, percebe-se o desfalque do incentivo e da regulamentação do uso de BIM em
obras públicas no âmbito nacional. O país está em falta de legislações que regulamentem processos
com BIM no governo federal e, como consequência, o país não está tirando proveito de ferramentas
eficientes que podem aumentar a produtividade dos projetos e facilitar o processo de fiscalização
das obras públicas.
Matos (2016), após analisar dados de auditorias do Tribunal de Contas da União (TCU), verificou
que, entre as irregularidades encontradas nas auditorias, o superfaturamento, o projeto
básico/executivo deficiente, a fiscalização deficiente ou omissa e a existência de atrasos
injustificáveis nas obras e serviços podem ser atenuadas através das vantagens que o uso de BIM
oferece, já apresentadas anteriormente. De acordo com sua análise, essas irregularidades
representam 50% de todas as irregularidades apresentadas em obras públicas e são detectadas em
40% das auditorias do período de estudo analisado. Normatizar o uso de BIM para as obras públicas
facilitará a fiscalização das obras e dificultará ocorrências de superfaturamento, atrasos e projetos
deficientes.
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4 METODOLOGIA
A presente metodologia foi planejada para elaborar modelos da informação da construção do bloco
5BSM (Centro Esportivo) construído, do Campus Santa Mônica da Universidade Federal de
Uberlândia e verificar as interferências entre os projetos originais. Para se executar a modelagem
da informação da construção do bloco 5BSM, obteve-se, primeiramente, os projetos originais que
estão disponibilizados no site da Universidade Federal de Uberlândia, na seção destinada à
divulgação dos processos licitatórios.
Após a finalização dos projetos modelados, iniciou-se a identificação das interferências entre os
mesmos. Para essa etapa, utilizou-se a ferramenta Navisworks, também da AutoDesk. A extensão
do arquivo gerado pelo Navisworks é .nwd. Através desta ferramenta, os modelos foram integrados
e a varredura de interferências foi executada. Antes do início da análise das interferências, foram
realizadas visitas no bloco 5BSM para auxiliar na compreensão dos conflitos identificados pela
ferramenta BIM e tentar identificar as soluções adotadas durante a execução da obra.
Por fim, elaborou-se uma análise de todas as interferências encontradas, além de apresentar as
divergências entre os projetos originais e o resultado final do bloco construído. As etapas
executadas para a elaboração desta pesquisa são ilustradas pela Figura 20.
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Figura 21 - Visão superior do bloco 5BSM através do aplicativo Google Earth Pro
por quatro vestiários, um depósito de materiais de limpeza (DML), um almoxarifado, uma sala
técnica e uma academia no nível superior. O Anexo A apresenta as plantas baixas do pavimento
térreo e superior do projeto arquitetônico. Ademais, o bloco apresenta duas rampas, duas escadas
de concreto, uma escada metálica, guarda-corpo metálico, guarda-corpo de alvenaria, bicicletário,
arquibancada e mesas.
Quadro 4 - Resumo das dimensões dos elementos estruturais e de fundação em concreto armado
Elemento Dimensões
Estaca Strauss 32cm de diâmetro e 16,5m de profundidade
Broca Manual 25cm de diâmetro e 5,0m de profundidade
50cm×50cm×50cm
Blocos de Coroamento
150cm×50cm×50cm
Vigas Baldrame 12cm×40cm
Vigas (rampa) 20cm×40cm
Pilares (vestiário) 12cm×30cm
Pilares (rampa) 20cm×30cm
Figura 24 - Projeto hidrossanitário modelado em BIM (a) Visão geral do modelo e (b) Visão destacando os vestiários
A partir desses modelos elaborados, iniciou-se a etapa de identificação das interferências. Vale
destacar que não se desenvolveu a ideia de elaborar os modelos as-built em BIM pelo fato de não
conseguir visualizar quais foram as soluções empregadas na execução. Muitos componentes estão
embutidos na alvenaria ou posicionados acima do forro de PVC, o que impossibilita a visualização
das resoluções adotadas.
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Dentro da disciplina estrutural, verificou-se uma dificuldade na modelagem das vigas metálicas em
arco, relativas às coberturas metálica da quadra e da academia. O Revit apresenta meios de gerar
as ligações metálicas de forma automática, uma vez informado o tipo de ligação (ex.: base de pilar
com topo do bloco de coroamento). Para as vigas em arco e pilares inclinados, o comando de gerar
as ligações de forma automática não eram executados corretamente.
Ao observar o estudo de caso, percebe-se que o bloco 5BSM apresenta níveis consideráveis de
detalhes arquitetônicos e estruturais. As funcionalidades que o programa computacional apresenta
podem não satisfazer a execução da modelagem rápida do empreendimento para alguns detalhes
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em específico, uma vez que tais funcionalidades podem não ser comumente necessárias. Sendo
assim, o programa apresenta algumas limitações de modelagem por falta de funcionalidades.
Entretanto, ficou evidente durante o processo de modelagem que a utilização da ferramenta Revit
traz resultados mais satisfatórios em relação à ferramenta CAD. A maioria dos detalhes da
edificação apresenta funcionalidades dentro da ferramenta que executa a rápida modelagem. Além
disso, os detalhes que apresentaram dificuldades de modelagem também foram possíveis de serem
modelados, mesmo com maior gasto de tempo. No final, pôde-se perceber que o processo de
modelagem rápida da maioria das características do empreendimento e a modelagem demoradas
de alguns detalhes é mais eficiente e eficaz que o processo tradicional em CAD. É importante
destacar que para profissionais bem habituados com a ferramenta podem não enxergar os pontos
apresentados como dificuldades.
Figura 26 – Quantidade de portas do tipo P1 no Projeto Arquitetônico modelado em (a) .rvt e (b) na tabela de
quantitativos
O erro verificado no projeto original pode ser resultando da falta de atenção na leitura do projeto
durante a quantificação das portas, antes de passar para o quadro de esquadrias. Percebe-se,
portanto, que em projetos em 2D, o trabalho de contagem de itens para elaboração de quadros de
quantitativos configura-se uma tarefa manual e, por consequência, sujeito aos erros humanos. A
partir desse erro, os profissionais que forem utilizar essas informações podem propagar o erro para
as demais etapas, como a etapa de orçamentação. Também vale lembrar que o trabalho manual de
49
contagem de itens pode ser considerado como atividade de baixo valor agregado, visto que neste
tempo o profissional poderia estar dedicando em pontos muito mais importantes do projeto.
Projetos modelados em BIM fornecem tabelas de quantitativos para diversos itens e são geradas
automaticamente, poupando o tempo dos profissionais. As tabelas só constarão erros caso tenha-
se cometido erros durante a modelagem. Contudo, estes erros também podem ser vistos em outros
locais do modelo, como nas plantas baixas, nos cortes e na vista 3D, o que torna mais fácil enxergá-
los.
Figura 27 - (a) Anotação P31 identificada em dois pilares na planta de forma das vigas e pilares e (b) Anotação
correta para os pilares P31 e P32 na planta de locação dos pilares e blocos
Apesar de não se mostrar um erro grave, é interessante destacar que a anotação realizada em uma
ferramenta BIM é capaz de notificar quando se tem pilares com a mesma numeração, destacando
os elementos com anotação duplicada, conforme mostra a Figura 28.
50
Figura 30 – Posicionamento do registro de gaveta no vestiário 04 conforme (a) Planta baixa e (b) Vista V-8
Figura 31 - Posição do registro de gaveta no projeto modelado Vista 3D (a) e Planta baixa (b)
Ainda na área dos vestiários, o chuveiro do banheiro PNE do vestiário 01 não apresenta tubulação
que o alimente, como apresenta a Figura 32. É possível que tenha-se esquecido de considerar essa
tubulação na elaboração do projeto visto que não há indicação de registro de pressão na vista V-2
(Figura 33). Conforme Nunes et al. (2017), o uso de BIM melhora as interpretações do projeto,
uma vez que os desenhos gerados em 3D permite uma melhor visualização sobre qual será o
resultado final do sistema projetado. Por consequência, têm-se maiores chances de se identificar
elementos em falta no modelo com a visualização em 3D.
Figura 33 - Vista V-2 sem indicação de válvula de pressão ou tubulação que alimenta o chuveiro PNE
Como foi discorrido sobre a vantagem em se visualizar em 3D para verificar erros de projeto, a
próxima incoerência apresentada foi facilmente encontrada justamente pela visualização 3D do
projeto. No projeto de esgoto sanitário, a caixa de inspeção CI-08 encaminha o esgoto sanitário
para a caixa de inspeção CI-09 que, por sua vez, encaminha para a coleta pública (Figura 34). A
caixa CI-08 está posicionada no pavimento térreo, com nível de referência +1,80 metros e
profundidade de 1,17 metros. A caixa CI-09 está posicionada no passeio, com nível de referência
+0,30 metros e profundidade de 0,80 metros. A distância da tubulação que as ligam é de 5,60
metros. Com a tubulação partindo do fundo da caixa CI-08 e indo em direção à caixa CI-09 com a
inclinação indicada em projeto de 26%, tem-se que essa tubulação termina em uma cota pelo menos
0,30 metros abaixo do fundo da caixa CI-09. Porém, antes de se realizar as contas, constatou-se o
problema ao se visualizar o projeto em 3D e em corte, como mostra a Figura 35.
Figura 35 - Identificação visual do posicionamento do ponto final da tubulação entre CI-08 e CI-09 (a) em vista 3D e
(b) em corte
Ao visitar a entrada do vestiário, existem três soleiras: uma soleira entre a área externa e a região
de acesso aos vestiários e uma soleira na entrada de cada vestiário (Figura 39). Entretanto, ao se
verificar o projeto arquitetônico, não há indicação de soleira nestes locais, conforme é mostrado
pela Figura 40a. No projeto arquitetônico, onde há soleira, tem-se uma representação gráfica da
soleira com a anotação SG, que é abreviatura para Soleira de Granito (Figura 40b).
Figura 39 - Transição área externa para acesso aos vestiários com soleiras
Figura 40 – Detalhes do projeto arquitetônico sobre indicação de soleira (a) na transição da área externa para acesso
aos vestiários e (b) na transição da área externa para a quadra coberta
Figura 43 - Detalhes do projeto estrutural de concreto armado (a) para os pilares da rampa (20cm×30cm) e (b) para
as vigas da rampa (20cm×50cm)
Entretanto, ao verificar a rampa construída, observou-se que a mesma foi executada em estrutura
mista: pilares e vigas metálicas (Figura 44) e piso em concreto armado. Ao analisar o projeto
estrutural, percebe-se que a representação estrutural da rampa não termina no mesmo local que é
indicado pelo projeto arquitetônico. A estrutura de concreto armado é representada até o terceiro
61
patamar da rampa (Figura 45a) que, segundo o projeto arquitetônico, tem nível de referência +4,29
metros. O nível de referência da academia é de +4,70 metros (Figura 45b). A falta do trecho final
da rampa no projeto estrutural é a provável causa da escolha por executá-la em estrutura metálica
em vez de seguir o projeto estrutural.
Figura 44 - Rampa que liga o pavimento térreo à academia executada em estrutura metálica
Figura 45 – Detalhes da rampa conforme (a) Projeto Estrutural e (b) Projeto Arquitetônico
Projetar a estrutura em BIM em posse do projeto arquitetônico também modelado em BIM evita
este tipo de erro. É possível modelar o projeto estrutural vinculado com o projeto arquitetônico.
Desta forma, o projeto arquitetônico vinculado fica visível durante a modelagem da estrutura, se
tornando uma referência na hora de posicionar os elementos estruturais. É possível alterar a
visibilidade do projeto arquitetônico vinculado para que o mesmo tenha uma visibilidade mais
transparente para que assim os elementos estruturais não se percam no meio de todas as
informações visuais (Figura 46).
63
Outra divergência da edificação construída com os dados dos projetos encontrada foi o valor da
distância de piso acabado (inferior) a piso acabado (superior). Segundo o projeto arquitetônico, o
nível de referência do pavimento térreo é de +1,80 metros e o nível e referência do pavimento
superior (academia) é de +4,70 metros (Figura 47). Ou seja, totalizando uma distância de 2,90
metros. Todavia, após realizar medições no loca, verificou-se que a edificação apresenta distância
de piso a piso de 2,98 metros.
Executar os mictórios sem atualizar os projetos hidráulicos é preocupante, visto que futuras
manutenções não poderão depender da análise dos projetos, uma vez que os mesmos não
representam o que foi realmente executado. É interessante atualizar o projeto hidrossanitário em
BIM a fim de alocar as novas tubulações que não foram previstas no projeto original exatamente
aonde foram instaladas, pois as novas vistas e os novos cortes são gerados de forma automática.
Desta forma, futuros profissionais que precisarem dessas informações não terão problemas ao
acessá-las, facilitando a execução de seus serviços.
65
Figura 50 - Mictórios do vestiário 01 (a) vistos da entrada do vestiário e (b) vistos mais proximamente
Figura 52 - Principais interferências encontradas: (a) tubulação com viga baldrame [64] e (b) tubulação com bloco de
fundação [40]
Sendo assim, enxergou-se três caminhos de execução. O primeiro seria posicionar as tubulações
de esgoto abaixo do nível das vigas baldrames para conectá-las às caixas de inspeção e contornar
as tubulações de água fria que estivessem conflitando com os blocos de fundação. Contudo, não
são todas as tubulações que se mostraram possíveis de passar abaixo das vigas baldrames,
respeitando as declividades impostar pela ABNT NBR 8160:1999. Por isso, esta opção não se
mostrou muito viável.
O segundo caminho seria contornar as tubulações de água fria que estivesse conflitando com os
blocos de fundação e realizar furos nas vigas baldrames na direção de sua largura ( ). Segundo a
ABNT NBR 6118:2014, as vigas podem ser cortadas na direção de sua largura, desde que sejam
satisfeitas as condições impostas pela seção 13.2.5.1. Entretanto, as vigas baldrames apresentariam
grandes quantidades de furos em pequenos trechos, como pode ser visto pela Figura 53,
comprometendo sua resistência. Ademais, o projeto estrutural não previu furos nas vigas, o que
torna a prática do furo um risco à segurança estrutural.
70
O terceiro caminho seria executar as vigas baldrames e os blocos de coroamento em nível inferior
ao térreo, a qual se mostrou mais viável. Sobre as vigas, é executada alvenaria de embasamento,
que é a alvenaria que fica na base da viga baldrame até o nível do piso acabado. Essa alvenaria
possibilita a passagem de tubulações sem que se tenha prejuízo às vigas baldrames. A falta de
indicação do nível das vigas baldrames e dos blocos em relação ao nível acabado do térreo implica
em duas hipóteses:
Ao ler o memorial descritivo1 disponibilizado em 2011 no processo licitatório, tem-se a seção “20.6
- Impermeabilização horizontal das vigas baldrames, alvenarias de embasamento e fundações”,
reforçando a ideia que realmente existe alvenaria de embasamento e, por consequência, que a
fundação está a um certo nível abaixo do nível térreo. Sendo assim, considerou-se a primeira
hipótese, e verificou-se novamente as interferências após deslocar as vigas baldrames e os blocos
1
Memorial descritivo e projetos disponíveis no link: <http://www.licitacoes.ufu.br/licitacoes/2011>.
71
Figura 54 - Interferências encontradas considerando: (a) Vigas baldrames e blocos no nível do térreo - vigas com
furos na direção de sua largura e (b) Vigas baldrames e blocos deslocados 20cm abaixo do nível do térreo
Portanto, o projeto modelado com base no terceiro caminho de execução será considerado para a
análise dos resultados. Constatou-se 6 conflitos entre vigas baldrame e tubulação e alguns dos
conflitos podem ser vistos pela Figura 54. Foi verificado que os conflitos se configuram
interferências rasas, isto é, uma pequena parte de um elemento está conflitando com uma pequena
parte do outro elemento, conforme apresentam as Figuras 55a e 55b. Aparentemente, os conflitos
72
Figura 55 – Exemplo de interferências (a e b) entre vigas baldrames e tubulações e (c, d, e e f) entre blocos de
coroamento e tubulações
Também foram encontradas interferências entre vigas e tubulações que alimentam chuveiros
(Figura 58) e entre vigas e colunas de água fria que alimentam um determinado conjunto de
elementos hidráulicos (Figura 59). No primeiro caso, é provável que o chuveiro tenha sido
deslocado até o ponto que não estivesse coincidindo com a projeção da viga. No segundo caso, a
solução mais provável é redução da altura das colunas de água.
Figura 58 - Interferência tubulação que alimenta chuveiro com a viga V4: (a) visualização em .nwd e (b) visualização
em .rvt
Figura 59 - Tubulação AF-06 conflitando com a viga V11: (a) visualização em .nwd e (b) visualização em .rvt
ABNT NBR 6118:2014 não prevê casos de furos em pilares. Sendo assim, as interferências
encontradas devem ser evitadas de alguma forma. Para as tubulações horizontais conflitando com
os pilares, é possível que estas sejam posicionados na face do pilar e não dentro do mesmo. Já as
tubulações verticais embutidas nos pilares podem ser deslocadas até não coincidirem mais com os
elementos estruturais.
Figura 61 - Tubulação vertical conflitando com o pilar P31: (a) visualização em .nwd e (b) visualização em .rvt
Figura 62 - Tubulação horizontal conflitando com o pilar P29: (a) visualização em .nwd e (b) visualização em .rvt
Foram encontradas nove interferências entre as caixas de inspeção (CI) e caixas de areia (CA) com
a fundação, como lista a Figura 63. Das 9 interferências, 7 são conflitos entre CA ou CI e blocos
de fundação e 2 são interferências entre CI e estacas (Figura 64). Visto que a posição das caixas de
inspeção e de areia não é algo tão rigoso que não possa ser modificado, estas interferências não se
mostram difícil de se resolver. As caixas de inspeção e de areia são moldadas in loco durante a
execução. Moldá-las após executar as fundações garante que aquelas não ocupem o mesmo lugar
que estas. A única preocupação que se deve ter é de averiguar se a mudança de posição das caixas
acarreta um aumento significativo no comprimento da tubulação de tal forma que a cota final do
tubo seja inferior à cota de fundo da próxima caixa. Neste caso, é necessário que a próxima caixa
seja executada com profundidade maior e, por consequência, as caixas subsequentes também
devem ter profundidade aumentadas.
77
Figura 64 - Interferências entre CA/CI e fundação: (a) CA/CI com bloco de fundação [7] e (b) CI com estaca [2]
Após executar os testes entre portas e pilares, foram verificadas três interferências (Figura 65).
Duas interferências são referentes aos conflitos entre as portas dos vestiários 02 e 04 e os pilares
P24 e P23, respectivamente (Figura 66). Pelo projeto arquitetônico, a distância da parte externa da
edificação até as portas é de aproximadamente 22 centímetros, enquanto os pilares apresentam 30
centímetros na direção da maior dimensão (Figura 67). A solução verificada in loco foi o
deslocamento das portas. Verificou-se que as portas foram instaladas a 40 centímetros da face
externa da edificação.
78
Figura 67 - Interferência dos pilares: (a) P23 com a porta de acesso do vestiário 04 e (b) P24 com a porta de acesso
do vestiário 02
A outra interferência acusada não foi confirmada. Ou seja, na realidade não há incompatibilidade
entre pilar e porta. Contudo, a ferramenta acusou a existência de conflito entre os elementos (Figura
68). Isso se deu em razão do tipo de porta utilizado para a modelagem. Os elementos da estrutura
da porta utilizada na modelagem ocupam mais espaço a ponto de invadir ligeiramente o pilar.
Sendo assim, esta interferência mostra-se como uma falha do tipo de porta usada ou limitação de
modelagem e não, de fato, falha dos projetos originais.
b) Vigas × Janelas
Número da
Descrição da Interferência
interferência
1 Janela J2 (vestiário 01) × Viga V16 (12cm×60cm)
2 Janela J2 (vestiário 01) × Viga V4 (20cm×80cm)
3 Janela J1 (vestiário 02) × Viga V11 (12cm×70cm)
4 Janela J1 (vestiário 02) × Viga V4 (20cm×80cm)
5 Janela J2 (vestiário 03) × Viga V11 (12cm×70cm)
6 Janela J2 (vestiário 03) × Viga V7 (20cm×60cm)
7 Janela J3 (vestiário 04) × Viga V16 (12cm×60cm)
8 Janela J3 (vestiário 04) × Viga V8 (12cm×50cm)
Fonte: Autor (2018)
81
Figura 71 - Identificação das vigas e janelas para os casos mais críticos de interferências
Entretanto, ao realizar medições in loco do bloco construído, constatou-se diferenças nas medidas
em relação aos projetos originais (Figura 72). Primeiramente, a distância de piso a piso constatado
foi de 2,98 metros, 0,08 metro maior que a distância prevista pelo projeto arquitetônico. Ademais,
verificou-se que a altura do peitoril da janela é de 1,75 metros, 0,05 metro menor que o previsto
pelo projeto arquitetônico. A seguir, foi constatado que a altura da janela executada é de 0,75 metro,
0,05 metro menor que a altura da janela estipulado pelos projetos originais. Por fim, verificou-se
que há um rodapé de alvenaria ao longo do contorno da academia, aonde foi executado guarda-
corpo metálico, com altura de aproximadamente 0,12 metro.
82
Desta forma, tem-se que a distância entre o topo da janela e o piso acabado da academia é
aproximadamente 0,38 metro. Não é possível saber somente visitando o bloco construído se as
vigas V16 e V11 apresentam 0,38 metro de altura ou se foram executadas como vigas semi-
invertidas com alturas maiores que 0,38 metro. A viga V4 não apresenta 0,80 metro de altura, pois
foi executado nos vestiários forro de PVC no mesmo nível do topo das janelas. Portanto, é provável
que as interferências encontradas durante a execução tenham sido contornadas com soluções
elaboradas juntamente com o responsável pelo cálculo estrutural; entretanto, essas resoluções não
foram atualizadas nos projetos.
33; 20%
Tubulações × Vigas baldrames 64; 39%
Tubulações × Blocos de fundação
Tubulações × Vigas superiores
Tubulações × Pilares
CA/CI × Blocos e estacas de fundação 19; 12%
40; 24%
Interferências encontradas
2; 20%
Pilares × Portas
Janelas × Vigas
8; 80%
Gráfico 3 - Visão geral das interferências encontradas na verificação Estrutural × Hidrossanitário e Estrutural ×
Arquitetônico
Interferências encontradas
10; 6%
Estrutural × Hidrossanitário
Estrutural × Arquitetônico
165; 94%
7 CONCLUSÃO
Diante do exposto, fica evidente que o uso de BIM traz grandes benefícios na elaboração e
avaliação de projetos. Primeiramente, pôde-se perceber que o uso de BIM auxilia na verificação da
qualidade dos projetos elaborados, isto é, se os mesmos apresentam informações coerentes e
detalhes suficientes. Após a avaliação do projeto arquitetônico original do estudo de caso, foram
identificadas, por exemplo, informação incorreta na tabela de esquadrias do projeto arquitetônico.
Em relação ao projeto estrutural, detectou-se anotação equivocada de numeração de pilares em
diferentes plantas do projeto estrutural. Ainda no projeto estrutural, verificou-se que o projeto de
estrutura de concreto da rampa não considerou o correto tamanho da rampa que liga o pavimento
térreo ao pavimento da academia, conforme indicado no projeto arquitetônico. Em relação ao
projeto hidráulico, constatou-se informações incoerentes sobre a localização de um registro de
gaveta entre a planta baixa e vistas do projeto. Ademais, observou-se a falta de indicação de
tubulação que alimenta um chuveiro. Todas essas informações inconsistentes e em falta sugerem
pontos de carência de qualidade dos projetos.
Outro benefício destacado neste estudo foi a eficiência e a eficácia do uso de BIM na previsão de
interferências. Após modelados os projetos, a identificação das interferências foi realizada de forma
rápida e descomplicada. Verificou-se, em primeiro momento, que havia 165 interferências entre os
modelos estrutural e hidrossanitário. Os conflitos encontrados foram localizados rapidamente e
destacados em vistas tridimensionais pela ferreamenta, o que facilitou o entendimento dos
problemas. A verificação entre os modelos estrutural e arquitetônico encontrou 10 conflitos, sendo
que 8 deles, relativos a interferências entre vigas e janelas, foram identificados como conflitos
graves.
Com isso, tem-se a corroboração de que o uso de tecnologia BIM facilita o trabalho de previsão e
compreensão de conflitos. Ainda, pôde-se perceber que a visualização tridimensional dos conflitos
identificados em BIM colabora na decisão de soluções para os mesmos. Mesmo que não se execute
um processo em que se obtenha o clash avoidance, conforme apresenta o BSI PAS 1192-3 (2013),
executar a varredura de conflitos com o uso de BIM, somente após a elaboração dos projetos das
diferentes disciplinas (clash detection), apresenta-se mais vantajoso em relação aos processos
tradicionais de compatibilização de projetos.
86
A presente pesquisa foi realizada com base em projetos de uma obra pública. Sendo assim, tem-se
mais um indício que o uso de BIM pode ajudar na fiscalização de obras públicas. É importante
exigir que os projetos a serem utilizados em futuras licitações sejam elaborados em BIM. Seguindo
essa linha de mudança, também é importante exigir que as empresas concorrentes de licitações
tenham experiência em ferramentas BIM. Desta forma, uma parceria entre o contratante e o
contratado poderia ser criada a fim de estabelecer o uso de BIM e as responsabilidades de cada
parte envolvida. Neste sentido, as interferências poderiam ser detectadas antes do início da obra de
forma rápida e eficiente e reuniões entre as partes envolvidas seriam realizadas a fim de adotar as
melhores soluções. O contratado, portanto, não precisaria dedicar tanto tempo em problemas de
incompatibilidade entre projetos; e o contratante, desta forma, teria maiores garantias de evitar
problemas de atrasos da entrega da obra e de imprevistos orçamentários devido às interferências
descobertas durante a execução da obra.
87
REFERÊNCIAS
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88
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Information Model, na confecção de projetos executivos de obras e serviços de engenharia
contratados pelos órgãos e entidades da administração pública, e dá outras providências. Disponível
em: <http://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=2120016>.
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89
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5 BE
3 7 3
SO
3
SO
+1,80
3
BE
SO
+1,80
SOBE
4
BE
2 2
1 2
SOBE
78 +1,80 a=9,28 m²
9 4
10 P1 (VER DETALHE)
P2
VESTIÁRIO PAREDE COBOGÓ 3 8 2 2
+1,785 a=48 m² P2
2 1 4
(VER DETALHE 3
P2 VESTIÁRIO 01)
P2 a=64 m²
P2
P2
BEBEDOUR
BEBEDOUR
O P1 (VER DETALHE) PAREDE COBOGÓ
7 (VER DETALHE
P2
SANITÁRIO 02)
P2
P2 +1,785 a=48 m² P2
P2 P2
J1 1 1 1 5 6 7
P2 P2
P3
3 2 1 4
(VER DETALHE 3
P2 VESTIÁRIO 01)
P2 P2
3
+1,80
P2
P2
P2 P2 P2
RETIRAR
P3 +1,785
P1
P5 J2
+1,785
P2 3
3 P2
PAREDE COBOGÓ
P1
1 1
RAMPA
P1 1 5 6 7 P2
i=8,33%
3 P2 P2 P2
P1
P2 BEBEDOU
RO
2 VESTIÁRIO P2
BEBEDO
URO
a=64 m²
3 P2
3 BEBEDOU
RO
P2 +1,785 P2 P2 BEBEDO
URO
sob
e P2 P2
P2
(VER DETALHE P2
SANITÁRIO 02)
P3
PATAMAR P2 VESTIÁRIO P2 3 P2
P2 a=59 m²
BEBEDOU
RO P2
(VER DETALHE
P2 P2
P2 P2 J3
P2 VESTIÁRIO 04) J1 1 1 P3
1
3
O
BEBEDOUR
5 6 7
J2 P2
P2 +1,785
P2
P2 P2
P2 1 1
1 5 6 7
P2 P2
,33 A
P3
P
VESTIÁRIO
%
P2
M
2 P2 P2
RA
P2
a=48 m²
i=8
3 3 3
P2
(VER DETALHE
VESTIÁRIO 03)
ALMOXARIFADO
SALA TÉCNICA a=7,14 m² P2 +1,80
P2
a=6,56 m²
P2
1 1 1 5 6 7
+1,785
+1,785
P1
RETIRAR
2 1
sobe
BANCO C= 500cm
2
2
2 1 4 P1
4
P1
RETIRAR
BANCO -reserva
P2 3
15
2
MURETA COM TELA
ver detalhe
PATAMAR
3 8
P1 +1,785
6 +1,80 SG
P1
CAMPO SOCIETY 3 P2
DEMOLIR
CASA DE MÁQUINAS
50x30m P1
A
URO
MP
3 P2
,33
CONFORME DETALHAMENTO
RA
7 P2
i=8
3 BEBEDO
URO
P2 +1,785 P2
5 P2 P2
so
be
P3
+0,70 P2 VESTIÁRIO P2 3
P2 a=59 m²
VISTA
BEBEDO
URO P2
8
6 P2
(VER DETALHE P2
3 J3
P2 VESTIÁRIO 04)
8
RETIRAR URO
BEBEDO
3
P2 +1,785
J2 P2 P2
P2 1 1 1 5 6 7
P3
2 P2 VESTIÁRIO P2
P2 P2
6 QUADRA 2 2 a=48 m² 3
(VER DETALHE ALMOXARIFADO
34x18 m P2
VESTIÁRIO 03) P2 SALA TÉCNICA a=7,14 m²
7 1 1 1 5 6 7 a=6,56 m² +1,785
+1,785 P1
2 2 1 4
BANCO C= 500cm
2 1 4 P1
2
RETIRAR
ARQUIBANCADA
ARQUIBANCADA
BANCO -reserva
Seixo rolado
15
2
MURETA COM TELA
JARDIM
6
ver detalhe
3 8
RETIRAR
6 +1,80 SG
NOME DIMENSÃO MATERIAL TIPO QUANT. 7 ÁREAS VERDE GRAMA - VER PROJETO PAISAGÍSTICO
PORTAS
RETIRAR
ALUMÍNIO COM VENEZIANA VENTILADA
1 TETO
P1 90x210 ABRIR - 1 FOLHA 01
COM PINTURA ELETROSTÁTICA BRANCA AMBIENTE DESCRIÇÃO
ALUMÍNIO COM VENEZIANA VENTILADA
P2 60x180 ABRIR - 1 FOLHA 48
COM PINTURA ELETROSTÁTICA COR BRANCA 1
VESTIÁRIOS, DML, ALM., PINTURA LATEX PVA BRANCO NEVE SOBRE LAJE
8 SALA TÉCNICA
ALUMÍNIO COM VENEZIANA VENTILADA 04
P3 90x180 ABRIR - 1 FOLHA
COM PINTURA ELETROSTÁTICA COR BRANCA FORRO COLMÉIA DE PVC NOVEL 4X4 cm- COR
2 SANITÁRIOS
8
SANITÁRIOS
CAMPO E QUADRA
DIVISÓRIA SANITÁRIA GRANITO ITAUNAS - VER DETALHE
s/ escala OBS:
1-AS SOLEIRAS DAS PORTAS SERÃO EM GRANITO ITAÚNAS
2-OS PEITORIS DAS JANELAS SERÃO EM GRANITO ITAÚNAS
3-TODAS AS BANCADAS SERÃO EM GRANITO ITAÚNAS
SG SOLEIRA GRANITO
ANEXO A: PROJETO ARQUITETÔNICO
Folha 02/02 94
RAMPA
PATAMAR i=8,33%
4
+2,53
PATAMAR
+3,25
A
MP %
RA 8,33
i=
PA
RAM 3%
i=8,3 4
desce
+1,80
PATAMAR
+4,29 RAMPA
i=8,33% 4
desce
4
PO DE
A-COR 17 16151413 121110 9 8 7 6 5 4 3 2 1
GUARD IA h=1,30 m
AR
ALVEN GUARDA-CORPO
URO
BEBEDO
BEBEDO
URO CONF. DETALHE
h=1,30 m
GUARD IA h=1,30 m
ALVEN
AR
A-COR
+1,80
GUARD ETALHE
CONF.
h=1,30
PO DE
D
A-COR
m
ACADEMIA
PO
a=260 m²
+4,70
1 1 4
GUARDA-CORPO DE
ALVENARIA h=1,30 m
PO
A-COR
GUARD ETALHE
D
CONF.
m
h=1,30
1.90 10.30
P2-2
0x30 15 Ø 1/2"-12.00
-1.50
0 L2 RAMPA
P1-2
0x3
h=12
C/15
-1.50
i=8,33% x30
P5-20
5/16"
L3
+2,53 h=12
52 Ø
C/15
5
1.4
48 P4-20x
3 0
8.
6"
PATAMAR
50
Ø 5/1
0x30 7.93
-9.
+3,25
ANEXO B: PLANTA DE FORMA DAS VIGAS SUPERIORES
P3-2
/2"
Ø1
1.50
-1.5
15 ,74
L1 /10-7
52
A
P h=12 1/2"
C x30
C/15
M 3% x30 P9-20
15 Ø
0
A ,3 P7-2
-1.50
.20 L5
/13-3
R 8
= i
1/2"C h=12
5/16"
1.28
7.74
12 Ø
C/15
52 Ø
L4
/16"
,74 h=12
/10-7
x30
0x30 P8-20
C
1/2"
P6-2
2Ø5
15 Ø
5
x30
3.73 P13-12
21 Ø 5/16" C/18-2,73
2.67 2x30
P12-1
1.52
25 Ø 5/16" C/15-2,73
E ARMAÇÃO DAS LAJES MACIÇAS
2x30 0
2.67 V1-12x4
P14-12x30
P11-1
Ø 1/4" C/15-2.20 L2
x30 H=12 P15-12x30 P16-12x30
P10-12 V12-12x40 V2-12x40
2.47
3.02 3.02
L1 Ø 1/4" C/15-2.20
1.60
1.56
Ø 1/4" C/15-2.20
Ø 1/4" C/15-2.20
14 Ø 5/16" C/18-3.68
46 Ø 5/16" C/15-4,32
0
7-12x3
P18-12x30 V3-12x40
P19-12x30
4.39
P1
N Ø 5/16" C/15-2,73
L3
2.50 2.50 3.68
H=12
Ø 5/16"C/15-3.20
L4
2.77
H=12
2.73 24 Ø 5/16" c/18-var.
Ø 5/16"C/15-3.20
Ø 5/16"C/15-3.20
P20-12x30
V4-20x80
8.19 6.80
1.73
Ø 5/16"C/15-3.20
19 Ø 5/16" c/18-var.
50 Ø 5/16" C/15-3.58
55 Ø 5/16" C/15-4.32
P21-12
24 Ø 5/16" c/18-var.
3.53
L6
H=12
x
4.39
30
L5
1.85
V13-12x40
H=12
Ø 5/16"C/15-3.20
Ø 5/16"C/15-3.20
V11-12
0.80
P23-1
x
Ø 5/16"C/15-3.20
V5-12x40 P22-12x30
70
2x30
3.71 3.71 3.71 3.71
P26-12x30
2x30
P25-12x30 V6-12x40
P24-1
Ø 1/4" C/15-2.20
1.85
30
P27-12x 47 Ø 5/16" C/15-3.71
5.79
3.71
L9
4.63
H=12
28 Ø 5/16" C/18-7.05
21 Ø 5/16" C/18-7.05
V16-12
7.05
V14-20x70
L7
2.85
H=12 L8 x60
Ø 5/16"C/15-3.20 H=12
Ø 5/16"C/15-3.20
P28-12x30
6.60
V7-20x60
P37-1
Ø 1/4" C/15-2.20
44 Ø 5/16" C/15-3.22
Ø 5/16"C/15-3.20
Ø 1/4" C/15-2.20
2x30
1.37
18 Ø 5/16" c/18-var.
1.62
Ø 1/4" C/15-2.20
0.74
2.98 2.24 2.71
L10 P30-12x30
3.27
H=12 V8-12x50
18 Ø 5/16" C/15-=var.
P29-12x30
Ø 1/4" C/15-2.20
1.60
18 Ø 5/16" C/18-5.96
1.56
12 Ø 5/16" C/18-5.96
V15-12x40
Ø 5/16"C/15-3.20
40 Ø 5/16" C/15-7.05
2.07
3.71
0
P36-1
x3
L11
H=12 L12
P31-12
Folha 01/01
3.02 3.02
1.52
V10-12x
40
P35-12
x30 3.03
x30
P34-12
P33-12x30
3.02
3.02