TCC - Igor

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO - UEMA

CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE BACABAL - CESB


DEPARTAMENTO DE LETRAS
CURSO DE LETRAS PORTUGUÊS E LITERATURAS DE LÍNGUA PORTUGUESA

IGOR DA SILVA SANTOS FERREIRA

LÍNGUA E ESCRITA: A Influência da Língua Falada sobre a Língua Escrita.

Bacabal
2022
IGOR DA SILVA SANTOS FERREIRA

LÍNGUA E ESCRITA: A Influência da Língua Falada sobre a Língua Escrita

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Licenciatura em
Letras, com licenciatura em Língua
Portuguesa e Literatura da Universidade
Estadual do Maranhão, para obtenção de
grau de Licenciatura em Letras.

Orientador: Profª. Msc. Silvia Maria de


Souza Ferreira.

Bacabal
2022
LÍNGUA E ESCRITA: A Influência da Língua Falada sobre a Língua Escrita

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado ao Curso de Licenciatura em
Letras, com licenciatura em Língua
Portuguesa e Literatura da Universidade
Estadual do Maranhão, para obtenção de
grau de Licenciatura em Letras.

Aprovado em: / /

BANCA EXAMINADORA

Profª. Silvia Maria de Souza Ferreira.

Orientador

Examinador 1

Examinador 2
Dedicado a Deus e a minha mãe Ivoneide da Silva Santos
AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus que me conduziu e ajudou em cada


detalhe do curso de Letras.

Aos meus pais que sempre me incentivaram e me instruíram em cada


passo da minha vida.

Ao conjunto de professores e a minha turma que caminhou junto comigo


todo esse tempo.

A minha orientadora pela solicitude e direcionamento no processo de


produção.
RESUMO

Esta pesquisa tem como objetivo avaliar, através de textos escritos, a


influência que a língua falada tem sobre a língua escrita, levando em conta os
meios externos como famílias onde o grau de estudo é baixo, sociedade, nível de
escolaridade e os meios virtuais que influenciam de forma direta a forma da escrita
das pessoas, por isso as pessoas possuem uma grande dificuldade de manter um
equilíbrio entre fala e escrita. Foram analisados texto de pessoas com idades
variadas, onde encontramos características da fala na escrita e isso nos leva a
concluir que os resultados obtidos corroboram a ideia de que a língua escrita tem
perdido suas características pela influência da língua falada. Além da abordagem
qualitativa empregada, a metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica –
buscando artigos, livros e documentos que abordam a temática. Como
embasamento, nos estudos da linguística Maria Tasca que aponta que antes do
aluno aprender a escrita ele precisa entender como funciona a fala. Para
compreender tal relação entre fala e escrita a presente pesquisa aponta ainda
características de ambas, para uma melhor compreensão e reconhecimento do
por que das pessoas utilizarem a língua falada como acervo para a produção de
textos e o grau da agressão que a língua escrita acaba sofrendo pela oralidade.
Utilizou-se também como base de estudo, o que preceitua o linguista Luiz Antônio
Marcushi, ao tratar da natureza humana, no que tange à fala e a escrita, bem
como as características dessas duas formas de expressão.

Palavras Chaves: Linguagem. Língua Falada. Língua Escrita. Produção de Textos.


ABSTRACT

This research aims to evaluate, through written texts, the influence that the
spoken language has on the written language, taking into account external means
such as families where the level of study is low, society, level of schooling and the
virtual environments that they directly influence the way people write, so people
have great difficulty in maintaining a balance between speech and writing. Texts
from people of different ages were analyzed, where we found characteristics of
speech in writing and this leads us to conclude that the results obtained
corroborate the idea that the written language has lost its characteristics due to the
influence of the spoken language. In addition to the qualitative approach used, the
methodology used was bibliographic research – looking for articles, books and
documents that address the theme. As a basis, in the studies of linguistics Maria
Tasca who points out that before the student learns writing he needs to understand
how speech works. To understand this relationship between speech and writing,
the present research also points out characteristics of both, for a better
understanding and recognition of why people use the spoken language as a
collection for the production of texts and the degree of aggression that the written
language ends up suffering by the orality. It was also used as a study base, what
the linguist Luiz Antônio Marcushi prescribes, when dealing with human nature,
with regard to speech and writing, as well as the characteristics of these two
forms of expression.

Keywords: Language. Spoken language. Written Language.Text Production.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................9

2. REVISÃO DE LITERATURA...................................................................................11

2.1 A Oralidade e a Escrita............................................................................................11

2.2 Influência da Fala na Escrita....................................................................................17

3. A COMPREENSÃO DE TEXTOS NOS ANOS INICIAIS........................................23

3.1 A linguagem oral como conceito para a formação crítica........................................31

3.2 A língua e os gêneros textuais.................................................................................33

4. A ESCRITA E O LETRAMENTO.............................................................................38

5. METODOLOGIA......................................................................................................43

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................46

REFERÊNCIAS..............................................................................................................48
10

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho “LÍNGUA E ESCRITA: A Influência da Língua Falada


sobre a Língua Escrita” tem como objetivo abordar o quanto a língua falada
influência á escrita nos tempos atuais, identificando as consequências das
variações linguísticas dependendo do ponto de vista em que é abordada, mas o
certo é que ainda nos tempos atuais existe uma grande influência da língua oral
na escrita.
A necessidade de pesquisar sobre esta temática deu-se em buscar
entender as variações da língua falada e da língua escrita, tais análises só foram
possíveis por meio da procura das informações que viessem a despertar uma
reflexão sobre a situação real, sobre a língua e suas variações tanto nas escolas,
como em relação aos professores e alunos.
O modo que usamos nossa língua ao longo do dia vai gerar influências na
formação da nossa escrita, até no meio acadêmico vemos essa realidade,
ainda mais porque boa parte dos alunos estão mais acostumadas como uma
forma de escrita solta e por isso existe grande espaço para essa influência.
A influência da língua falada sobre a língua escrita no Brasil em certo
ponto faz com que jovens transfiram para a escrita a sua forma de falar no meio
social, isso resulta em produções de textos com muitas alterações na escrita. Nas
escolas existem etapas do desenvolvimento da língua portuguesa, cada etapa tem
sua característica própria, por isso os professores usam de metodologias de
ensino da língua portuguesa para conduzir cada etapa ao aprendizado necessário
para os próximos níveis. De certo é correto afirmar que nas primeiras etapas do
aprendizado o aluno confunde a língua escrita e a língua falada, isso se dá por
exemplos pela associação da fonologia com a escrita propriamente dita, notemos
por um contexto geral que a língua brasileira tem suas variações dependo do lugar
e da idade.
A elaboração deste estudo deu-se através da coleta de dados sobre o
assunto, a partir dos estudos bibliográficos nas mais diversas fontes como meios
tecnológicos, livros, artigos monográficos e revistas relacionadas ao tema desta
pesquisa, entre os autores que norteiam este material estão Marchuschi, (2001),
Maria Tasca (2002 ), Favero (2005) dentre outros.
11

O método utilizado para realização deste trabalho é uma pesquisa


bibliográfica, procurando o aprofundamento de uma realidade específica. Sendo
esta também de caráter descritivo onde serão descritas as características
linguísticas.

O uso da descrição qualitativa procura captar não só a aparência do


fenômeno como também suas essências, procurando explicar sua origem,
relações e mudanças, e tentando incluir as consequências.
A relevância desse trabalho está em apontar de que forma acontece as
variações linguísticas nos mais diferentes ambientes e como isso pode viabilizar o
desempenho dos discentes na escola e fora dela, visto que as composições
diferenciadas merecem uma análise profissional acerca do nível de escolaridade e
os meios virtuais que influenciam de forma direta a forma da escrita das pessoas.
O trabalho em questão vai abranger sugestões de alguns teóricos e ideias
propostas para contribuir no que diz respeito á língua e a escrita na educação
podendo ser realizado em qualquer área do conhecimento de forma sistematizada
e contínua, pois entendemos que desenvolver a linguagem escrita, é um processo
lento e deve ser trabalhado interativamente centrado em um apoio cultural
vinculado aos diversos ambientes interativos e científicos, contribuindo assim, para
a transformação da informação em grandes descobertas e conhecimentos e
estimulando infinitamente seres pensantes.
Este trabalho esta estruturado em seis (6) capítulos. Sendo que o primeiro
capítulo tem início com a introdução, cuja abordagem dá-se sobre os relatos sobre
o tema e uma apresentação sucinta da influência da língua falada sobre a língua
escrita. No segundo capítulo serão abordados aspectos sobre a Oralidade e a
Escrita nos seus diversos campos da linguística, assim como a influência da fala
na escrita. O terceiro será enfatizado a compreensão dos textos nos anos finais,
como também a linguagem oral como conceito para a formação crítica e a língua e
os gêneros textuais. O quarto capítulo destaca-se a escrita e o letramento,
enfatizando suas definições e o caminho para se entender todo processo da
oralidade e escrita. Para o quinto capítulo, tem-se a metodologia onde se destaca
o percurso da pesquisa. No sexto capítulo têm-se as considerações finais,
12

destacando os pontos positivos e negativos em relação à temática abordada e por


fim as referências.

2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 A Oralidade e a Escrita

O ato de falar, há um tempo era considerado um ato de grande importância,


sendo a escrita deixada de lado no que se refere a sua magnitude, pois como se
sabe o ato de escrever era realizado apenas para os registros históricos. No
decorrer do processo de aquisição da oratória, a mesma passou a ser ponto de
orientação para outras áreas de estudo, sendo assim a língua passou a esta ligada
á outras áreas de conhecimento no que se refere ao estudo linguístico, a partir daí
língua e escrita passaram a ser sua definição bem clara, sendo distintos e não
podendo ser confundidos diante de suas características.
É importante destacar que a escrita acontece de forma consecutiva à fala,
pois apesar dessa ser mais utilizada pelos indivíduos a escrita não acontece no
mesmo momento. No mundo são diversos os ágrafos existentes, ou seja, estrutura
linguística que não se apresenta na forma de escrita. Estatisticamente a língua
esta representada num quantitativo de 3 mil, porém apenas 110 destas
apresentam escrita .Para Fávero (2005 p.10),no processo histórico da escrita, esta
era vista como uma forma de linguagem, diferente da fala que devido apresentar
flexibilidade na sua estrutura não fazia parte do estudo. Logo após o ano de 1960,
a linguagem falada deixou de ser caracterizada como verbalização e foi inserida
nas análises textuais.
De acordo com Marchuschi, ( 2001, p.25), a fala estar configurada como
elaboração de textos para repassar informações a um ouvinte, deste modo
percebe-se que os sons que saem da nossa forma de falar constituem a
comunicação, pois estes sons apresentam diversos significados e se articulam de
forma que o ouvinte entenda a mensagem de forma clara e objetiva, quando
realizado dessa forma a comunicação é extremamente estabelecida, porém é
importante destacar que existem algumas situações em que não há comunicação
e a mensagem não é transmitida com êxito, devido a fala não estruturada de forma
correta.
13

Cada indivíduo apresenta um modo de falar característico, isso é decorrente


das normas prefixadas no meio social que ele estar inserido, isso depende da fala
individual de cada ser, pois a fala passa por limitações que acontecem de forma
intrínseca e extrínseca.
14

As restrições intrínsecas caracterizam-se por derivações da estrutura da


língua, limitando-se quanto ao uso, por meio das regras apresentadas para
realização de uma boa oratória. No que se refere às restrições extrínsecas se
definem pela forma de falar de um grupo, pois cada grupo possuem suas
características e regras para o uso da fala (TERRA, 1997, p. 20). A oralidade não
deve ser vista apenas como uma etapa a ser desenvolvida no período escolar,
mais sim durante toda a fase da vida do ser humano, sendo esta uma
inquietação que vem desde a antiguidade do antigo Egito.

O falar bem é, então, conteúdo e objetivo do ensinamento.


Mas o que significa exatamente este falar bem? Creio que
seria totalmente errado considerá-lo em sentido estético-
literário, e que, sem medo de forçar o texto, se possa
afirmar que, pela primeira vez na história, nos encontramos
perante a definição da oratória como arte política [...]
(MANARCORDA apud GERALDI, 2006, p.29).

Muitos alunos por influência do meio social, familiar e digital acabam


tendo sua forma de falar alterada para aquele contexto e no momento da escrita
seja ela na comunicação ou numa produção textual acabam por escrever da
mesma forma que falam. Sobre isso Marcushi ( 2010) afirma:

[...] a língua, seja na sua modalidade falada ou escrita,


reflete, em boa medida, a organização da sociedade. Isso
porque a própria língua mantém complexas relações com as
representações e as formações (MARCUSCHI 2010, P. 35).

Marcuschi (2005) afirma que de forma geral o ser humano é definido


como um ser que fala e não que escreve, porém o mesmo autor adverte que a
oralidade não é superior à escrita e nem a escrita é derivada da fala. Tanto a fala
como a escrita tem características próprias, uma não é maior que a outra, mas
devem andar lado a lado por que cada uma tem o seu papel específico.
Ainda falando sobre oralidade e escrita é importante trazer o fato de que a
escrita não poder ser vista como uma representação da fala, isso porque ela não
consegue reproduzir todos os sons que são reproduzidos através da fala.
Portanto, se torna algo crucial para entender essa questão da influência
da língua falada sobre a língua escrita usada pelos jovens no Ensino
Fundamental, podendo assim ser encontrada falhas nas metodologias usadas
para a educação
15

que resulta em alunos avançados um comportamento que acontece em séries


iniciais.
Na nossa sociedade acontecem vários tipos de evoluções, pois hoje a língua
usada pelas pessoas acaba se submetendo ao gosto de quem escreve e de quem
fala, por isso a realidade dessa concepção merece atenção e também por ser
considerada por vários formalistas da linguagem literária como violência linguística.
Essa interferência tem afetado vários alunos trazendo a eles uma deficiência da
escrita, pois em provas onde um dos requisitos é a escrita de forma padrão, por
exemplo, em universidades, concursos ou até mesmo no Enem onde um quinto da
nota total da redação é dado pelo critério da escrita na forma padrão os alunos
acabam pecando de forma absurda.
A língua e a Fala do Português Brasileiro vêm de um mesmo sistema linguístico,
porém assumem caraterísticas diferentes e cada uma tem sua funcionalidade própria,
dentro disso é importante ressaltar que a escrita e a fala podem ser encontradas
expressas de formas diferentes dentro da sociedade, isso é a forma culta e a
informal.

FALA ESCRITA
Contextualizada Descontextualizada
Implícita Explícita
Redundante Condensada
Não Planejada Planejada
Predominante do ´modus pragmático` Predominância do ´modus sintático`
Fragmentada Não fragmentada
Incompleta Completa
Pouco elaborada Elaborada
Pouco densidade informacional Densidade informacional
Predominância de frases curtas, Predominância de frases completas
simples ou coordenadas com subordinação abundante
Pequena frequências de passivas Emprego frequente de passivas
Pouca nominalização Abundância de nominalização
Menor densidade lexical Maior densidade lexical
Fonte: Koch (2005, p. 78)
16

O linguista Luiz Antônio Marcuschi (2005, p. 18), descreveu um estudo sobre


o evento do Letramento onde havia situações em que a oralidade era misturada a
escrita em cartas pessoais realizadas em família. Essas cartas eram analisadas e
a partir da observação poderia afirmar que o evento de mistura entre língua falada
e escrita estava acontecendo.
É interessante observar a importância da língua falada e da língua escrita e
também da prática leitora, que não é somente formada pelos professores na sala
de aula, mas essa responsabilidade também estar relacionada à família,
sociedade e próprio aluno por mais que o professor tenha um papel de suma
importância nesse processo. A absorção de informação irrelevante faz com que a
prática de leitura acabe cada vez mais sendo prejudicada.

Mas hoje se fortalece nos meios escolares e acadêmicos a


convicção de que a tarefa de desenvolver as habilidades de
leitura e expressão não dependendo só dos professores no
curso de Letras, por mais que, em virtude da formação
teórica que recebem, caiba a eles a parte mais substancial
desse trabalho. (NEVES apud PAULIUKONS e GAVAZZI,
2005, p. 37).

Para a linguista Maria Tasca (2002, p.31) a visão da escrita do aluno vem da
sua capacidade de fala, por isso ela explica que antes que os alunos nos
primeiros anos comecem a entrar no processo de aquisição da escrita eles
precisam primeiro entender como funciona a língua falada. O aluno quando
escreve o seu texto às vezes não percebe que algumas características da fala
não podem estar presentes no texto, como por exemplos, podemos citar o uso de
gírias que normalmente é mais utilizado em meios informais.
O aluno nas séries iniciais usa a fala como uma fonte de procura no
momento da escrita, e por conta disso que a fala tem uma influência negativa
na hora da escrita, partindo dessa ótica é necessário estudar a língua falada, as
características dos sons, pois o que é reproduzido com letras é o que
escutam, dessa forma a escrita não acontece de forma correta. As crianças
reescrevem o que elas ouvem e consequentemente os signos que conhecem e
reconhecem ao longo do seu aprendizado, sendo muitas vezes representados de
forma errada, é sabido que tanto a fala, quanto a escrita possuem regras e ordens
a serem seguidas.
17

Vários estudiosos como Trudgill (1975), apontam que a escola poderá


utilizar o dialeto padrão para o desenvolvimento da escrita durante o processo
de alfabetização, pois é possível realizar tal escrita em diferentes meios de
comunicação utilizando dialeto não padrão e consequentemente dialeto padrão
para escritas mais oficiais e científicas.
No ano de 1980, a fala estava em oposição à escrita, pois as influências
estruturalistas proporcionaram mudanças sociais no que diz respeito aos estudos
da língua. Para Marcushi (2010, p. 17, grifos do autor), [...] é possível definir o
homem como um ser falante e não na perspectiva da escrita, porém a oralidade
não deve ser interpretada como superior a escrita, dessa forma, a fala não pode
ser caracterizada como representação da escrita, como muitos buscam analisar.
Marcushi (2010), o ser humano é capaz de desenvolver mais a fala do
que a escrita, dessa forma não existe derivações entre ambas, pois fazem parte do
mesmo sistema linguístico, e dessa forma caminham juntas, apesar de uma se
desenvolver mais intensamente do que a outra. Assim como já foi dito em
parágrafos anteriores, os signos linguísticos são específicos de um código a ser
seguido, dessa forma a escrita se torna mais complexa para o indivíduo aprender,
pois os rabiscos e linhas se tornam mais difíceis de serem interpretados.
É bem diversificada a opinião dos pesquisadores em relação ao que diz
respeito à oralidade, pois Botelho (2005), diz que a linguagem oral não apresenta
influência sobre a língua escrita, uma perspectiva diferente da idealizada por
Cagliari (1993), que aborda a ideia de que o produtor do texto, não usará de
contextos informais, assumindo assim a oposição enunciativa que apresenta
especificidade na oralidade, sendo esta valorada como oral.
Saber ler e escrever se tornou um instrumento privilegiado de
aquisição do saber/esclarecimento e imperativo do desenvolvimento social.
Tornando-se fundamento da escola obrigatória, leiga e gratuita, sendo este objeto
de ensino aprendizagem caracterizado como técnica ensinada, passando a ser
submetida como ensino organizado, sistemático e intencional, demandando
profissionais capacitados.
O processo de escrita e oralidade é visto como a aquisição de uma
técnica, tornando-se, então, uma aprendizagem apenas mecânica, pois o fato de
dominar a escrita não assegura a capacidade de ler e produzir todos os gêneros
18

textuais, embora a escola seja a instituição responsável em oferecer o letramento.

Segundo, Ferrero (1993),

Na concepção tradicional de aprendizagem, não se


apresenta a escrita como objeto sobre o qual se pode atuar,
um objeto que é possível modificar para compreendê-lo e,
sim, como objeto para ser contemplado e reproduzido
fielmente (sonorizado fielmente e copiado com igual
fidelidade) (1993 p.70).

Reproduzir o conhecimento e o aprendizado por meio da memorização de


conteúdos, de maneira que a reconstrução do conhecimento não é tida como
relevante na percepção do professor. Este priorizando o silêncio como
fundamental para o processo de aprendizagem e desconsidera a interação entre
os alunos, muitas vezes, chega até mesmo a ser vista como sinônimo de
bagunça, assim estimulando o individualismo e a passividade em sala de aula.
A adequação das funções e utilização da leitura e escrita se caracteriza
por serem um processo de alfabetização, estas que são percebidas como
instrumentos essencialmente sociais, uma vez que os sujeitos envolvidos nessa
interação são mediadores.
A partir dos pressupostos construtivistas - interacionistas destaca-se que
se deve valoriza primeiramente a transmissão e reprodução dos conteúdos, pois o
indivíduo é parte integrante e fundamental das atividades organizadas,
envolvendo os usos e funções da linguagem.
Contudo, a leitura e a escrita caminham juntas para o desenvolvimento da
ação cidadã, pois haverá interpretações de signos linguísticos, acontecimentos
apresentados no meio social e escolar. Quem ler consegue interpretar o mundo e
quem escreve relata o acontecimento histórico através dos signos que
interpreta pela oralidade que atende.
O aprendizado fora dos limites da instituição escolar é muito mais
motivador, pois a linguagem da escola nem sempre é a do aluno. Dessa maneira
percebemos a escola que exclui, reduz limita e expulsa sua clientela, seja pelo
aspecto físico, seja pelas condições de trabalho dos professores, seja pelos altos
índices de repetência e evasão escolar ou pela inadaptabilidade dos alunos, pois a
norma culta padrão é a única variante aceita, e os mecanismos de naturalização
dessa ordem da linguagem são apagados. (SOARES , 2003).
A maioria das vezes o aluno se sente excluído por não compreender a
19

língua utilizada dentro da escola, despertando o desejo de não ir mais à


instituição, nos aspectos referentes à leitura e a escrita está ligada à concepção de
que a linguagem é o ensinar e aprender.

Muitas das abordagens escolares derivam de concepções de ensino e


aprendizagem da palavra escrita que reduzem o processo de leitura a simples
decodificação dos símbolos linguística. A escola transmite uma concepção de que
a escrita é a transcrição da oralidade. (CAGLIARI, 1989: 26).
Segundo o autor, a escrita só acontece devido à existência da oralidade,
pois a criança representa com sinais gráficos o que ouviu da fala, sendo que o
aprendiz deve ter noção da estrutura da escrita para realizar tal organização
pictográfica e assim possa desenvolver a leitura e escrita em uma relação
harmônica.
Mas a escrita ultrapassa sua estruturação e a relação entre o que se
escreve e como se escreve demonstra a perspectiva de onde se enuncia e a
intencionalidade das formas escolhidas. A leitura ultrapassa a decodificação
porque é um processo de (re) atribuição de sentidos. A visão contemporânea para
construção dos sentidos, seja pela fala, pela escrita ou pela leitura está
diretamente relacionada às atividades discursivas e às práticas sociais as quais os
sujeitos têm acesso ao longo de seu processo histórico de socialização. Como
dito anteriormente, estamos propondo as práticas discursivas de leitura e escrita
como fenômenos sociais que ultrapassam os limites da escola. O trabalho
realizado por meio da leitura e da produção de textos é muito mais que
decodificação de signos linguísticos, é um processo de construção de significado e
atribuição de sentidos.

2.2 Influência da Fala na Escrita

A língua e a fala nos tempos atuais, na nossa realidade a o conforto e a


facilidade a informações como, por exemplo, dados por meio da internet fizeram
como que a fala sofresse várias alterações, alterações onde o grande objetivo é
transferir a informação de forma mais rápido e fácil para o receptor, isso tem como
resultado uma falta de preocupação com a língua falada e a escrita nos meios
digitais, como a acervo da escrita é a fala essa característica também é transferida
20

para a escrita, isso culmina em uma escrita cada vez mais influenciada pela forma
e pelas características da fala.
Essa grande interferência acontece no processo de vida dos alunos pela
falta de princípios na aprendizagem, os princípios necessários para o ensino
sendo estabelecidos resulta na diminuição dessa violência à escrita, sendo
necessário um olhar mais atendo para esse processo, pois com esse avanço das
informações por meio da tecnologia a escrita passou a sofrer reduções nos signos,
ou seja, as palavras passaram a ser incompletas, em algumas situações são
usadas apenas às siglas ou até mesmo as iniciais das palavras.
O processo de identificação de interferências na escrita não é uma tarefa
tão difícil, uma vez que passamos a ter consciência sobre os tipos de
variações e sua característica seja no meio oral, virtual ou escrita. Assim também
passamos a identificar as interferências na escrita quando se deparamos com
elas, podemos ver se na escrita se encontra caraterística própria da linguagem da
internet ou da fala própria de um indivíduo.
O meio virtual tem grande influência sobre os alunos principalmente do
ensino fundamental e do ensino médio, os alunos persistem em usar as
caraterísticas desse meio de comunicação na hora de produzir seus conteúdos
onde é utilizada a escrita e isso causa uma grande agressão nas normas e
podemos aqui ressaltar que a escrita precisa de normas para poder existir, essas
normas não tem espaço na oralidade, pois são realidades diferentes. Entretanto
também temos consciência que existem palavras que migram da fala para escrita
em produções.
O ensino da língua falada e da escrita vem passando por muitas
transformações, deixando para trás o velusto sistema analítico e sintético, no qual
a aprendizagem consistia em um método rígido de decoração para ensinar aos
educandos as associações entre grafia e fonética. Atualmente propõe aos
magistrados um novo ensino, baseado na construção do conhecimento e
valorizando assim o mundo cultural formado no aluno. A leitura e a escrita, passam
a serem matérias lecionadas não só de forma decodificada, mas, de forma
perceptiva, ou seja, que garanta a criança um entendimento além do gráfico
fazendo com que ela possa elaborar um entendimento crítico acerca do tema
exposto.
21

De acordo com Koch (2003, p.16), a leitura pode ser concebida “como
simples produto da codificação de um emissor a ser decodificado pelo
leitor/ouvinte, bastando a este, portanto, o conhecimento do código”.
Nessa concepção, a língua é vista como um código (conjunto de signos),
desconsiderando os aspectos externos ao sistema. Em oposição a essas
perspectivas, surgem muitas propostas interacionistas, porém, ao falar sobre essa
abordagem acabavam trazendo informações ambíguas, incompletas no que se
referia ás implicações dessa concepção de língua para os componentes
curriculares.
[...] ler como se a leitura fosse um ato mecânico, separado
da compreensão, é um desastre que acontece todos os dias.
Estudar palavras soltas, sílabas isoladas, ler textos idiotas e
repetir sem fim exercícios de cópia, resulta em desinteresse
e rejeição em relação à escrita. (CARVALHO, 2012).

Ao entrarem na escola, os alunos já trazem consigo uma bagagem de


conhecimentos. Com certeza já puderam visualizar muitas coisas escritas como
cartazes, placas, faixas, jornais, revistas, embalagens etc, e provavelmente,
entendem que a escrita tem algum significado, embora ainda não a compreendam.
Segundo Carvalho (2002), conforme a classe social da pessoa, as experiências
com a leitura e a escrita poderão variar. Em certas famílias, a escrita faz parte da
vida cotidiana, em outras de classe social pobre, os atos de escrita são raros ou
mesmo inexistentes, seja porque as pessoas não aprenderam a ler, seja porque
suas condições de vida e de trabalho não exigem o uso da língua escrita.
A partir dos anos 80, houve vários estudos sobre a psicogênese da língua,
que segundo Colello ( 2012 ) trouxeram aos educadores o entendimento de que a
alfabetização, longe de ser a apropriação de um código, envolve um complexo
processo de elaboração de hipóteses sobre a representação linguística.
Surgindo como um termo novo e sendo usada pela primeira vez por Mary
Kato, em 1986, na obra “No mundo da escrita: uma perspectiva psicolinguística”, a
palavra letramento segundo Soares (1998), vem do inglês literacy que é o estado
ou condição que assume aquele que aprende a ler e escrever, para esta, quem é
letrado assume uma postura, utilizando os mecanismos construídos pela nova
condição no seu grupo social, ou seja, aprende e faz uso em seu cotidiano.

A escrita é uma prática discursiva que na medida em que


22

possibilita uma leitura critica na realidade, se constitui como


um importante instrumento de resgate da cidadania e que
reforça o engajamento do cidadão nos movimentos sociais
que lutam pela melhoria da qualidade de vida e pela
transformação social. (FREIRE,1991,p.68)

Partindo dessa concepção da língua escrita Ferreiro (2001) afirma que: “A


escrita é importante na escola, porque é importante fora dela e não o contrário”.
Então fica claro que para uma alfabetização plena, faz-se necessário levar objetos
e situações do cotidiano para a sala de aula, afim de que o aluno utilize os
conhecimentos adquiridos na escola, no seu contexto social.

A língua falada, esta ligada a linguagem escrita, dessa forma sofrem


influência uma sobre a outra. Nesse entendimento o discente representa
graficamente o que fala, devido o diálogo que realiza com diversos grupos e acaba
incorporando um vocabulário que acaba interferindo nas suas produções escritas.
De acordo com influência que a fala tem sobre a escrita, em diversas situações o
aluno escreve da mesma forma que realiza a pronuncia das palavras, isso
acontece a partir do momento em que na interação social o sujeito incorpora novas
formas de linguagem e as repeti diversas vezes, ocasionando a inserção da
mesma no processo de construção da escrita.
Nessa perspectiva a escrita é mais ajustável do que a oralidade, pois é
possível ver marcas de oralidades em produções escritas, em virtude disso as
duas linguagens são de grande importância para a Língua Portuguesa. Para
Souza (2011, p 26), os padrões de lexicogramaticalização, fazem parte do
processo da fala e da escrita, estão presentes nas conferências, reuniões de
trabalho, palestras etc.
A linguagem inicia-se através da elaboração organizacional da sociedade,
Geraldi ( 2005 apud XAVIER,p 79),para ele a criação da linguagem favorece a
construção do pensamento, pois essa se apresenta como um processo continuo
de construção e reconstrução.
Segundo Geraldi:

os estudos da linguagem, da língua, do pensamento e da


cultura não pode distanciar-se sob pena de excluir elementos
que lhes são próprios e constitutivos. Esse sistema de
referências não é de categoria somente, mas também de
modos de relação entre essas categorias (GERALDI apud
XAVIER, 2005, p.80).

Para o autor, diz que ao se estudar a linguagem e suas especificidades


23

devem ser levadas em consideração a língua materna, pois não se deve excluir os
elementos que são característicos e constitutivos da língua, sendo estes
relacionados entre si, pelo modo das categorias que pertencem e suas
especificidades, que os definem sua originalidade, preservando assim a cultura
relacionada à linguagem.
A forma que o sujeito fala em muitas ocasiões é a forma que ele escreve
isso foi dito por vários autores, é durante o momento em sala de aula que os
professores começam a perceber quais os grupos sociais as crianças pertencem,
isso é possível durante as produções escritas das crianças.

O ensino da escrita tem sido uma constante preocupação aos


professores de Língua Portuguesa, embora sua natureza tenha sofrido
mudanças ao longo do tempo, nos dias atuais predominou o ensino e
aprendizagem exclusivamente por meio da Língua Portuguesa na modalidade oral.
No ensino da Língua Portuguesa predomina, a concepção de língua como código,
ou seja, sendo um conjunto de normas e regras onde os alunos deveriam
aprender para entendê-la e usá-la bem.
De acordo com o exposto trabalho foi possível compreender que a
linguagem oral e a escrita se fazem diferente em suas características, no entanto
podemos encontrar conexões da primeira em textos escritos, pois a maioria das
pessoas não percebe que utilizam a mesma linguagem oral quando estão
escrevendo. Este fato se remete ao fato que absorvemos em nosso cotidiano falas
e expressões que fazem parte do nosso espaço, além disso, pode não se tratar
apenas de uma questão de percepção de quem fala, é uma questão de valorizar a
enunciativa e aprendizagem de gramáticas, mais aquisição linguística.
Deste modo, identificamos que as pesquisas voltadas para linguagem
existem uma relação [...] interativa e complementar entre essas as duas
modalidades do sistema linguístico, e da língua, por sua vez, é considerada a
partir de suas condições de produção e recepção, o que provocou uma guinada
nos estudos linguísticos (BESSA, et al., 2012, p. 202).
Dessa forma foi possível aprendermos que o os estudos desta
modalidade de língua possibilita fazer levantamentos do contexto social e histórico
em que cada pessoa estar inserido.
24

Podemos utilizar como exemplos dois modelos de família: A primeira


composta por uma criança filha de advogados que possivelmente ao nascer estar
inserida em uma família com vocabulários cultos, técnicos e formais, ao longo de
sua trajetória linguística ira desenvolver um vocabulário rico e claro, no segundo
exemplo tem outra criança nascida na periferia do Rio de Janeiro, filha de pais
desempregados e sem estudos, provavelmente ira desenvolver o mesmo
vocabulário dos pais que infelizmente não tiveram oportunidades de conhecerem
as técnicas de linguagem oral e escrita.
Ao escrever um texto é possível nos deparar com palavras utilizadas
oralmente, porém essas características próprias da fala não devem estar
presentes na escrita, geralmente se utiliza muito o uso de gírias encontrados com
frequência em textos informais esquecendo-se das normas de registros que regem
nossa língua, quando redigimos uma redação a falta de repertorio linguístico e
conhecimento de leitura pode dificultar a produção do texto ocasionando umas
inadequações de escrita que são (regras gramaticais). A falta do habito da leitura
dificulta sem dúvida na ora de escrever, ocasionado erros grotescos e equívocos
gramaticais de escrita. Sabemos assim que os alunos escrevem como falam, pelo
fato de estarem habituados a pronunciar determinadas palavras em seu ambiente
social e familiar de forma incorreta.
Isso ocorre porque ambas escritas e fala são realizações orais e ditas
letradas, “mas há variação nas formas pelas quais as atividades linguísticas são
distribuídas entre as duas modalidades devido a diferenças temporais, sociais e
individuais (SOUZA, 2001, p. 25). Sobre esse assunto, podemos compreender que
a língua escrita é mais convencional do que a língua falada, pois, em alguns textos
escritos, encontramos marcas da oralidade.
Portanto podemos dizer que as duas são de grande importância na
língua português . Segundo Souza (2001, p. 26), a fala e a escrita possuem “[...]
padrões de lexicogramaticalização preferidos, que podem aparecer cruzados, em
situações inesperadas segundo a intenção do falante”. Desta forma podemos ter
acesso a textos Assim, que passam pela modalidade escrita como os gêneros:
conferência, reunião de trabalho, repente, palestra, e etc.
A respeito disso, Batista Santos (2014, p. 51) elucida que,

[...] a conferência, antes de ser concretizada, exige que o


25

enunciador apoie em textos escritos para fundamentar seu


pensamento e, durante a conferência, ele utiliza-se de um
texto escrito, impresso ou apresentado no Power Point
(preparados previamente). Depois, essa conferência pode
ser publicada em livros ou anais de eventos na forma de
artigo científico.

É possível perceber os fatores familiares e socioculturais influenciam


muito na modalidade oral que cada um carrega ,influenciando diretamente na
escrita, porém sabemos que com conhecimento cada aluno pode aprender
técnicas de escrita e leitura., Marcuschi (2010, p. 35) afirma que :

[...] a língua, seja na sua modalidade falada ou escrita,


reflete, em boa medida, a organização da sociedade. Isso
porque a própria língua mantém complexas relações com as
representações e as formações sociais. Não se trata de
um espelhamento, mas de uma funcionalidade em
geral mais visível na fala. É por isso que podemos
encontrar muitos correlatos entre variação
sociolinguística e variação sociocultural.

Perante exposto trabalho podemos definir que a oralidade caracteriza-se


por ser diferente em suas estruturas, e não dicotômicas, da escrita, porém esta
sofre influência de vários fatores, que por sua vez podem estar relacionados ao
processo de ensino e da aprendizagem, podemos citar a falta de atenção com a
escrita, falta de leitura etc. Em um texto onde é necessário fazer uma é necessário
que as funções da linguagem seja utilizadas corretamente (composição, estilo,
etc),deste modo é imprescindível o conhecimento das técnicas de escrita
,gramática e leitura.

3 A COMPREENSÃO DE TEXTOS NOS ANOS INICIAIS

Nos anos iniciais deve ser comum a utilização de diversos tipos de textos,
onde o professor pode utilizá-los em variados momentos, com enfoque
diferente, pois para Solé (1998, p.27) “a leitura pode ser considerada um
processo constante de elaboração e verificação de previsões que levam á
construção de uma interpretação”, onde o aluno pode trabalhar com o mesmo
texto em situações diferentes, para que tenha oportunidade de compreendê-lo e
criar hipóteses a partir dele.
26

Para Weisz (1998, p.39) “o conhecimento não é algo que está fora e deve
ser consumido, posto para dentro do aprendiz, e sim algo a ser produzido,
construído pelo aprendiz enquanto sujeito e não objeto do processo de
aprendizagem”, então, faz-se necessário, além da leitura de textos, que o
professor sensibilize os educandos a darem sua opinião sobre os mesmos, pois
para (VYGOTSKY ,1998, P.131).
A compreensão da língua escrita é efetuada primeiramente através da
língua falada:
Onde após a leitura do texto, o mesmo pode ser debatido
entre os alunos, com a intervenção do professor, para depois
deste momento os educandos escreverem um novo texto
baseado em suas ideias, á luz do que foi lido anteriormente,
ampliando suas ideias acerca do tema, pois segundo.
(SMITH,1998, p. 21)

O aprendizado pode ser considerado como a modificação do que já


sabemos como uma consequência de nossas interações com o mundo que nos
rodeia, ou seja,
O indivíduo insere no texto os conhecimentos que constrói
suas ideias e inquietações, fazendo uso constante do
procedimento a qual se apropriou, sendo formado assim o
individuo letrado, que participou de “um processo de
aprendizagem social e histórica da leitura e da escrita em
contextos formais para uso utilitário”. (MARCUSHI 2001,
p.21).

A compreensão da língua é uma atividade construtiva, que deve ser


efetivada diariamente, tendo como base os conhecimentos prévios dos
educandos, pois a linguagem escrita vem á auxiliar o educando na sua inserção
no mundo, ajudando-o á significar as suas ações sociais desenvolvidas através da
aprendizagem, que segundo Freire (2005 p. 68-69 ) “ só existe saber na
invenção, na reinvenção, na busca inquieta, impaciente, permanente, que os
homens fazem no mundo, com o mundo e com os outros”.
As línguas estão caracterizadas em duas diferentes modalidades, sendo,
elas a língua oral e a escrita, essas são essenciais para que haja relação entre os
sujeitos envolvidos. No que se refere à fala e a escrita, é necessário destacar que
estes vêm tendo um grande destaque estudos linguísticos. A escrita é visualizada
de forma complexa, devido a sua estrutura, pois a mesma possui características
formais e abstratas, porém a fala se apresenta a partir de um formato mais
simples, informal e dependente do contexto (FÁVERO; ANDRADE; AQUINO,
27

2009, p. 9).

O desenvolvimento da oralidade deve ser realizado para que


o sujeito possa se adaptar a qualquer situação que possa
surgir. É necessário mostrar aos alunos que a fala possui
diversas variações em seus diferentes níveis
,sendo a linguagem coloquial e a linguagem formal ,sendo
definidas tanto na fala quanto na escrita (DIAS, 2001, p.36).

É importante saber, que a fala era vista de forma enunciativa, ou seja,


apenas para atender a necessidade atual, entretanto a escrita estava relacionada
ao contexto cultural de um povo, sendo esta coerente e bem estruturada. Aonde
há humanidade há linguagem oral, enquanto na escrita o processo da leitura esta
a frente, sendo necessário um acompanhamento constante para que haja
decodificação.

[...] porque representa a transgressão de um código


convencionado e prescrito pela ortografia. Aqui também há
um forte componente de avaliação social, pois erros
ortográficos são avaliados muito negativamente. Mas
podemos considerá-lo uma transgressão porque a ortografia
é um código que não prevê variação. A ortografia de cada
palavra é fixada ao longo de anos e até séculos no processo
de codificação linguística. (BORTONI- RICARDO, 2006, p.
273).

Durante o processo da oralidade a sociolinguística considera o “erro”


como variação linguística, sendo estas faladas nas mais diversas regiões do país,
diferente da escrita que há um código já prescrito, sem variação.

[...] O uso, pelos alunos provenientes das camadas


populares, de variantes linguísticas social e escolarmente
estigmatizadas provoca preconceitos linguísticos e leva a
dificuldades de aprendizagem, já que a escola usa e quer ver
usada a variante-padrão socialmente prestigiada. (SOARES,
1989, p. 17).

No contexto institucional, nos dias atuais a escola com seu importante


papel, esta deixando de executa-lo, pois uma parte dos assistidos por ela está
sendo deixados de lado, ocasionando assim as desigualdades sociais, pois além
desse problema, há outro que muito preocupa a sociedade que é a evasão
escolar, a cada dia é sabido que a escola deixa de ser frequentada pelos
estudantes, tendo os fatores externos como uma das implicações para a
marginalização dos que deveriam estar dentro da escola.

“Além disso, a escola não pode ignorar a complexidade da


28

linguagem de qualquer criança, independentemente do meio,


família de que provém e das experiências linguísticas que
tenha vivenciado até então.” (MURRIE; LOPES e LOUZADA;
2001)

Com a realização de estudos textuais, a linguagem deixou de ser


entendida como verbalização, passando a ser inserida nas interpretações dos
textos, sendo assim, a análise textual não deve ser entendida apenas como um
estudo semântico e sim como processo de elaboração constante.

O interlocutor ao realizar esse processo de leitura conseguirá perceber por


meio das suas interpretações dicas inseridas pelo autor para o desfecho da
produção.
Para se chegar à produção escrita é necessária uma concentração
por parte do ouvinte, para que esse possa compreender e interpretar o
conteúdo, tal ação recebe o nome de transcrição (ANDRADE e
AQUINO,1999).Para o processo de transcrição é necessário uma analise
sequencial do texto ouvido, porém durante esse processo alguns recursos da
expressão oral devem ser eliminados como: hesitações, pontuação referente a
entonação, repetições entre outros elementos que fazem parte deste processo
(MARCSHI,2000).
Sendo assim, esse processo se torna muito importante, pois leva o aluno
a perceber as diferenças existentes do texto ouvido ao realizar a transcrição, nota-
se que cada tipo de texto possui diferentes organizações e são esses itens que os
alunos devem analisar entre os diferentes textos.
Todo esse trabalho é desenvolvido dentro da escola, que é o ponto de
partida para o ensino da língua e esta deve proporcionar ao aluno o uso da
linguagem de forma adequada, valorizando a produção, analise do texto oral e
escrito em diferentes contextos, para que o sujeito envolvido possa adequá-la em
diversas situações.

O texto oral se intensifica por meio das atividades práticas diárias em


diferentes contextos socioculturais (CASTILHO,1986,p21).Para que fosse
realizado um trabalho com textos em sala de aula, o professor deve fazer uso de
textos orais como referência para que os próprios alunos possam elaborar suas
dissertações, apontando a estrutura só texto, especificidades e as suas unidades
de construção (MARCUSHI,1993).
29

Ao utilizar diferentes tipos de textos em sala de aula se torna necessário


que o professor esteja atento as características linguísticas de cada material, pois
há diversidade de vocabulários em sala de aula, o que permite um trabalho onde
se possa relacionar a linguagem formal e informal, proporcionando uma analise
das falas utilizadas por diversos grupos da sociedade, fazendo assim relação com
as normas gramaticais, permitindo uma reflexão dos diversos gêneros orais que
podem ou não ser considerados como inadequados.
Segundo Castilho (2002,p 21)

O trabalho com variação linguística dentro da sala de aula


permite refletir sobre implicações do preconceito linguístico,
muito negativas e perversas, assim como permite levar o
aluno a ampliar seu conhecimento sobre variedades
adequadas e situações comunicativas diferentes
(CASTILHO, 2002).

O trabalho sobre a língua em sala de aula deve ser realizado por meio de
conhecimentos teóricos e metodológicos que permitem um entendimento a cerca
da língua em uso e de como ela se estabelece. O professor em sala de aula
deve buscar meios que permitem que seus alunos possam compreender a função
e relação desses textos orais e sua transcrição, a prática é fundamental para esse
processo, pois essa práxis pedagógica proporciona um fazer fazendo.
Levar textos, entrevistas, cartas e demais recursos que venham a
desenvolver o conhecimento dos alunos em sala de aula são importantes no
processo de aprendizagem, o que não se deve fazer é deixar o comodismo tomar
de conta e se deixar desanimar pelo despreparo dos alunos diante de uma
formação precária nas escolas, a teoria e prática caminham juntas na formação do
conhecimento.
Os professores de Língua Portuguesa e Literatura devem estar
preocupados em saber se os alunos compreendem que a linguagem deve estar
adequada a diversas situações do cotidiano, ou seja, a partir do momento que
vários falantes e relacionam os indivíduos do grupo busca adequar-se a
linguagem que esta sendo utilizada no meio em que estão inseridos.
A oralidade faz parte da vida do ser humano como parte da ação de
transmissão de conhecimento, sendo que a oralidade esta ligada a aspectos
biológicos dos indivíduos, como a dedicação, visão, tato, pois para que o homem
30

possa realizar o envio de uma mensagem é necessária à utilização de todos os


órgãos dos sentidos.
Para Castilho (2003) a língua apresenta três módulos distintos:
gramatical, semântico e discursivo, sendo esses necessários para a compreensão
dos textos nos mais diferentes gêneros. A conversação é um recurso que deve ser
realizado com pautas bem sucintas, pois analisar a disposição das palavras faz
parte da sintaxe da oralidade, esta que apresenta normas para um bom diálogo e
uma escrita de qualidade.
Na escola, a língua escrita recebe mais destaque de modo que a
oralidade e deixada de lado, porém é uma linguagem rica e cheia de
possibilidades para a construção de textos orais nos mais diversos gêneros. O
texto falado não se relaciona a coerência do que é expresso, sendo assim,
entende-se que a oralidade envolve dois ou mais interlocutores (FAVERO et
al,1999).
O trabalho com textos orais se torna complicado devido o processo de
variação linguística que dificulta a compreensão de alguns textos em relação ao
vocabulário utilizado, porém o ensino deve ser do alcance de todos e com
qualidade sem que haja separação entre o processo de escrita e de fala, pois a
escrita sempre teve um grande destaque no meio escolar e com isso a
oralidade foi deixada de lado, sendo apenas utilizado para a realização de
atividades sem nenhuma relação com processo linguístico, o que leva a
desvalorização integral da língua, pois tanto a escrita quando a oralidade deve ser
trabalhada igualmente para o aperfeiçoamento da aprendizagem da língua e
compreensão dos diversos textos poéticos e seus autores nos mais diferentes
gêneros.
Pode-se perceber que as expressões utilizadas fazem parte da língua
culta e com alguns elementos da linguagem coloquial sendo necessário um estudo
mais aprofundado a respeito das normas gramaticais diante das observações de
textos orais aplicados pelo professor em sala de aula, os quais são de grande
importância para que o aluno possa compreender a estrutura da fala.

Segundo Ausubel (1963) aprender algo equivale a formar uma


representação de um modelo próprio daquilo que se representa como objeto de
aprendizagem, também implica poder atribuir significado ao conteúdo em questão,
31

em um processo que leva a uma construção pessoal de algo que existe


objetivamente.
O que o autor propõe é que o aluno construa a seu modo o entendimento,
a compreensão, ou seja, o conhecimento, demonstrando assim que o entender
perpassa por caminhos heterogêneos, devendo cada pessoa construir o seu. A
partir dessa exposição é possível afirmar que o ensino da escrita e da oralidade
deve manter uma diversidade pedagógica.
Segundo Lemle (2003) o processo de língua e escrita permite que a
sujeito possa desenvolver uma compreensão de diversos aspectos sendo eles
físicos ou até mesmo ambientais, além de perceber que os sons da sua fala
podem ser representados através da grafia. Sendo assim durante essa etapa a
criança está em um constante desenvolvimento e aperfeiçoamento de sua
percepção para que assim consiga futuramente identificar e distinguir as letras e
os seus respectivos sons.
Para Lemle (2003) o discente deve saber os signos linguísticos para que
assim consiga fazer relação com outras unidades para entender a mensagem
apresentada, enfatizando a escrita de cada unidade, especificando que as
mesmas devem esta exposta através de frases, o docente deve apresentar ao
aluno que estas se finalizam com um ponto, ou seja, apresentando a
singularidade de cada contexto a sua respectiva ordem.
Partindo da realidade sociocultural dos educandos em relação ao
processo falado e escrito, verificamos que é necessário repensarmos na
educação do futuro como formação do conhecimento e não apenas como
informação. Partindo dessa realidade, consideramos imprescindível formarmos
sujeitos do conhecimento despertando nos alunos o prazer pela leitura.
O processo de aprendizagem é uma etapa de grande importância para o
desenvolvimento cognitivo das crianças, pois é nesse momento que elas iniciam o
processo de reconhecimento do ambiente que vivenciam por meio do contexto da
sala de aula, este que muita influência e instiga o reconhecimento das letras e
decodificando as palavras que lhes são apresentadas e que a cercam realizando
assim a sua interpretação individual

Segundo Carvalho (2002), o processo de aprendizagem se torna mais


eficaz a partir da inserção de textos que apresentam um vocabulário mais simples
32

e de fácil compreensão, pois quanto mais complexa for à linguagem do texto mais
dificuldades será para iniciar o processo de oralidade. Devido ao
desenvolvimento da fala, ser um processo que depende do trabalho realizado e do
ritmo da criança é importante que a linguagem seja estimulada desde cedo, para
que assim venham se tornar bons leitores e escritores.

Aprender a ler como se a leitura fosse um ato mecânico,


fragmentado da compreensão é um prejuízo atual. Estudar
palavras soltas, sílabas isoladas, ler textos idiotas e realizar
atividades de repetição como cópias, apresenta como
resultado o desinteresse e rejeição pela escrita
(CARVALHO, 2002, p. 26).

O processo para construção do conhecimento através da leitura de


diferentes textos é muito importante, pois o professor deve expor aos seus alunos
livros diversificado e com diferentes linguagens para que esse consiga
compreender as diversas linguagens utilizadas na sociedade, sendo assim , com a
leitura o discente conseguirá desenvolver habilidades que terão um grande
significado em sua vida, o que lhe permitirá uma linguagem oral, ampliação do
vocabulário, desenvolvimento da criatividade e o despertar para o mundo do faz
de conta ,onde as crianças podem viajar através da leitura por diversos lugares
através do faz de conta.

A Linguagem oral promove a criança o desenvolvimento da linguagem e


principalmente a interação durante o conto de histórias por parte dos adultos,
assim esse processo favorece o contato com a linguagem escrita de forma culta o
que difere da relação oral do dia-a-dia.

Muitas das abordagens escolares derivam de concepções de


ensino e aprendizagem da palavra escrita que reduzem o
processo da alfabetização e de leitura a simples
decodificação dos símbolos linguísticos. A escola transmite
uma concepção de que a escrita é a transcrição da oralidade
(CAGILAREI, 1989, p. 26).

A escrita só acontece devido à existência da oralidade, pois representa


com sinais gráficos o que ouviu da fala, sendo que o aprendiz deve ter noção da
estrutura da escrita para realizar tal organização pictográfica e assim possa
desenvolver a linguagem falada e escrita em uma relação harmônica.

A fala ultrapassa a interpretação, por ser um processo de atribuições reais


33

que levam a criança ao desenvolvimento intelectual, por meio de uma visão


contemporânea, percebe-se que a construção do conhecimento, está relacionada
às atividades orais e sociais.
As práticas de leitura e escrita são manifestações sociais que vão além
dos limites da escola, realizando trabalhos que envolvem leitura e produção de
textos, como a decodificação dos signos num processo de construção significativa
de sentidos. Logo abaixo podemos ver as práticas realizadas para o
desenvolvimento da língua falada.

Quadro 1:Prática de leitura.

Prática de leitura em sala de aula

Escuta de textos lidos pelo professor.


• Atribuição de sentido, coordenando texto e contexto (com ajuda).
• Utilização de indicadores para fazer antecipações e inferências em relação ao
conteúdo (sucessão de acontecimentos, paginação do texto, organização tipográfica
etc.).
Emprego dos dados obtidos por meio da leitura para confirmação ou retificação das
suposições de sentido feitas anteriormente.
• Utilização de recursos para resolver dúvidas na compreensão: consulta ao
professor ou aos colegas, formulação de uma suposição a ser verificada adiante etc.
• Uso de acervos e bibliotecas:
• busca de informações e consulta a fontes de diferentes tipos (jornais, revistas,
enciclopédias etc.) com ajuda;
• manuseio e leitura de livros na classe, na biblioteca e, quando possível,
empréstimo de materiais para leitura em casa (com supervisão do professor);
• socialização das experiências de leitura.

FONTE: Adaptado de: BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: língua portuguesa/Ministério


da Educação. Secretaria da Educação Fundamental. Brasília: SEF/MEC, 2001. p. 114-116.
34

3.1 A linguagem oral como conceito para a formação crítica.

Os estudos sobre a psicogênese da língua, que segundo Colello (1997)


trouxeram aos educadores o entendimento de que a fala e a escrita, longe de ser
a apropriação de um código, envolve um complexo processo de elaboração de
hipóteses sobre a representação linguística.
Acredita - se, no entanto, que o contato da criança com livros, mesmo
antes do ingresso na escola, facilita o seu aprendizado e interesse pela leitura.
Para Oliveira (2008) é inegável a importância da apropriação do sistema alfabético
de escrita, mas a inserção social do leitor no mundo da escrita deve ter
continuidade com intervenções didáticas sequenciadas e pautadas nos diferentes
gêneros discursivos, visando à formação do leitor crítico.
Soares (2003, p,09) defende que, para a adaptação adequada ao ato de
ler e escrever, “é preciso compreender, inserir-se, avaliar, apreciar a escrita e a
leitura”. Desta forma, a assimilação das técnicas para a leitura, quanto esse
aspecto de convívio e hábito de utilização da leitura e da escrita, logo, “se uma
criança sabe ler, mas não é capaz de ler um livro, uma revista, um jornal, se sabe
escrever palavras e frases, mas não é capaz de escrever uma carta, é
alfabetizada, mas não é letrada” (D‟ESPINDOLA, APUT SOARES, 2003, p.26).
O ensino é o desenvolvimento, cuja finalidade não é apenas as ações
cognitivas, mas também os conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais,
estes que favorecem a autonomia pessoal, de relação interpessoal e de uma
inserção social do indivíduo com o objetivo do ensino, não está centralizado em
determinados parâmetros finalistas, mas nas possibilidades pessoais dos alunos
através da interação e que nos mostra a importância da aprendizagem do criando
assim condições propicias ao seu desenvolvimento e aprendizagem.
A fala é um instrumento de participação é por meio dela que o aluno
consegue estabelecer relações de comunicação em meio à comunidade. Nos dias
atuais há um grande discursão a respeito do processo de escrita que vem
crescendo constantemente como pode ser visto nas reportagens, vários
congressos e em ambientes acadêmicos que discutem a cerca dessa temática de
grande importância para todos da sociedade.
A linguagem oral é uma condição para que o indivíduo conquiste sua
cidadania plena, pois dessa maneira poderá ter acesso às informações que
35

desejar, além de ingressar no mundo do trabalho, porém a leitura ainda é


praticada por um número pequeno de brasileiros, é por isso que a escola busca
constantemente o apoio da família e demais sujeitos envolvidos no processo de
educação e formaçãode leitores para que assim o indivíduo possa ser
reconhecido como um leitor e consiga entender criticamente além dos símbolos
utilizados.
O leitor é responsável pela construção dos significados textuais, podendo
ler e realizar a interpretação seja qual for o texto, mesmo que não seja
interlocutor do mesmo. Essa ação é importante, pois o leitor independente do
ambiente em que esteja conseguirá compreender textos complexos e assim
estabelecer uma comunicação com os sujeitos envolvidos no ambiente em que
está inserido, sendo isso aperfeiçoado ao longo das suas práticas de leitura e
hábitos adquiridos.
A leitura não deve ser vista apenas como condição para que se tenha a
intelectualidade, mas para que o indivíduo saia de suas limitações e torne-se
protagonista das suas ações e crítico de qualquer texto, pois quando o sujeito ler e
resgata analisando a sua história de vida, adquiri consciência do que favorece a
sua existência, apresentando dinamismo para interferir no mundo.
A linguagem é um instrumento que proporciona a aquisição de
conhecimento contribuindo para a sistematização do conhecimento contribuindo
para a evolução das pessoas e para que se torne um leitor competente.
Lajolo (1999) define esse leitor como:

O leitor ao receber um texto escrito, apresenta autonomia


para decodificar a mensagem literária até as suas relações
estruturais, contextualizando-as a fim que aconteça a
ampliação dos significados dos textos para que assim
conclua-se que houve apropriação efetiva da mensagem do
texto”. (LAJOLO, 1999, p. 105)

3.2 A língua e os gêneros textuais.

A escrita proporciona a elaboração de textos na perspectiva alinhados


nos gêneros textuais, estabelecendo o contato do discente com uma diversidade
textual, circulando de forma social e de opinião. É necessário o bom sendo e
entendimento docente, para que aconteça o desenvolvimento da escrita de forma
36

gradativa, sendo este estudo realizado de forma ampla para um maior


aprofundamento para que as habilidades sejam elaboradas de acordo com o ano e
maturidade dos alunos, pois para melhor entendimento acerca os estudos
linguísticos é necessário maturidade.

[...] a importância da relação aluno-texto expressa-se de


modo ainda mais significativo quando se conjuga ao desafio
de apropriação do código escrito. Aí a leitura é mais do que
uma descoberta e revelação: é posse da linguagem
enquanto forma-substância que conduz à autocompreensão
e ao estabelecimento de mais ricas relações interpessoais
(JURACY ASSMANN SARAIVA ,2001, P. 27).

Saraiva, mostra que o leitor/aluno, elabora seus sentidos e referenciais de


um texto por meio da reflexão de mundo para que assim possam ser encontradas
novas possibilidades para que aconteça a aquisição da escrita.
A língua é uma forma de expressar a compreensão acerca dos objetos
estruturados a partir do sistema de signos assimilados por meio das tradições
culturais estruturadas, com isso é necessário destacar que a língua é assimilada
através da utiliza textos de forma constante, a partir dessa prática o aluno terá
mais conhecimento sobre a diversidade de gêneros textuais, além de permitir a
construção de novos textos.
É necessário saber que o conhecimento sobre a língua, proporciona uma
expansão acerca do desenvolvimento das habilidades para entendimento das
habilidades dos textos lidos e da sua produção.
A aprendizagem e o ensino da língua é a forma como os conteúdos
passam a ser modelados no texto, seja essa. Ode de Camões, um capítulo de
livro ou até mesmo um bilhete. Esses textos são utilizados nas aulas de Língua
Portuguesa para realizar os estudos acerca dos gêneros textuais, suas
características, incluindo parágrafos, períodos e seleção lexical.
Quando se escreve um texto ou realiza-se uma leitura, este apresenta um
sentido a ser atribuído, ou seja, há uma mensagem a ser repassada, dessa forma
durante o trabalho com diferentes gêneros textuais, devem ser analisados a
finalidade das ações de comunicação em seus aspectos orais ou escritos, pois um
mesmo texto pode ser transmitido de diferentes formas textuais.
Os gêneros textuais (cartas, bulas de remédios, crônicas, reportagem,
37

ata, etc), apresentam intenções específicas para que se tenha comunicação tanto
para quem fala ou escreve. De acordo com Azeredo (2005, p.40), os gêneros
textuais, configuram-se nas diferentes formas de comunicação verbal e suas
práticas sociais, pois o que se entende é que há gêneros para as diferentes
práticas sociais e dessa forma o gênero não pode ser alterado.

As inúmeras formas de comunicação verbal entre as pessoas demanda


uma diversidade de gêneros textuais, sendo que alguns apresentam regras rígidas
como anúncios e convites fúnebres e de nascimento, já outros apresentam uma
proposta mais flexível como os textos publicitários.

O contínuo dos gêneros textuais são compatíveis aos textos


de cada modalidade (fala e escrita),assim ás estratégias de
concepção determinam as características que produzem as
alterações das organizações estruturais textuais [...] surgindo
as diferenças ao longo contínuos sobrepostos
(MARCUSCHI,2005,P 42).

A fala e a escrita estão estruturadas a partir de uma análise dicotômica,


numa perspectivo sócio - interacional.
Na imagem abaixo, pode se ver a representação dos gêneros textuais, no
enquadramento da fala e da escrita enfatizando os gêneros mistos que se
aglutina no âmbito da fala e da escrita.
Gráfico 1:Representação do contínuo dos gêneros textuais da fala e na
escrita.
38

Em uma perspectiva sobre uma narrativa oral, a carta pessoal constitui


um gênero textual que apresenta a utilização da língua por meio de práticas
sociais distintas como fala e escrita e oral e escrita, sendo estas pertencentes à
mesma modalidade.

Um exemplo é a linguagem utilizada entre amigos e a linguagem


empregada durante uma entrevista de emprego, pode se perceber que ambas
apresentam gêneros e normas diferentes, pois a primeira segue o padrão coloquial
da língua e a segunda apresenta uma estrutura mais culta no que se refere à
linguagem.
Quando pensamos no ato de ensinar, logo vem em mente o uso dos
genros textuais devemos considerar alguns aspectos que são de grande
importância, que objetivam melhor a prática docente desta forma contribuindo para
uma melhor formação dos alunos. Desta forma os professores podem trabalhar
diferentes gêneros textuais e variados tipos de textos em sala de aula, para que
isso ocorra o professor precisa despertar no aluno o gosto pela leitura, através de
trabalhos em grupos, utilizando textos argumentativos e descritivos com os
alunos a interpretação de texto e a escrita.
Segundo Marcuschi (2005, p. 22) “[...] é impossível se comunicar
verbalmente a não ser por algum gênero, assim como é impossível se comunicar
verbalmente a não ser por algum texto [...]”. Fica claro então, que para o autor a
necessidade de se criar novas formas de ensino durante a aula pode aguçar o
interesse dos alunos em descobrir tipos de gêneros textuais e comunicação e a
distinção entre tipo e gêneros textuais, contribuindo com isso os processos que os
envolvem. Nesse sentido, entende-se que a tipologia textual é empregada para dar
nome a uma sequência teoricamente definida que possui natureza linguística
própria.
Quadro 02: Aspectos Tipológicos.
Domínios sociais de Capacidades de Exemplos de
gêneros
comunicação . linguagem dominantes
orais e escritos.
Cultura literária ficcional NARRAR Mimeses da ação Conto maravilhoso,
através da criação de intriga Fábula Lenda, Narrativa
de aventura Narrativa
de ficção, Científica
39

Narrativa de enigma,
Novela,
Fantástica e Conto
parodiado
Documentação e RELATAR Representação Relato de experiência
memorização de ações pelo discurso de vivida, Relato de
humanas experiências vividas, situadas viagem, Testemunho,
no tempo. Curriculum vitae,
Notícia Reportagem,
Crônica, esportiva e
Ensaio
biográfico.
Discussão de problemas ARGUMENTAR Texto de opinião,
sociais controversos Sustentação, refutação e Diálogo argumentativo,
negociação de tomadas de Carta do leitor, Carta
posição. de reclamação,
Deliberação informal,
Debate regrado,
Discurso de defesa
(adv.) e Discurso de
acusação
(adv.)
Transmissão e construção EXPOR Apresentação Seminário, Conferência
de saberes textual de diferentes formas Artigo ou verbete de
dos saberes. enciclopédia, Entrevista
de especialista Tomada
de notas, Resumo de
textos “expositivos” ou
explicativos, Relatório
cientifico e Relato de
experiência cientifica.
Instruções e prescrições DESCREVER AÇÕES Instruções de
Regulação mútua de montagem, Receita ,
comportamentos. regulamento, Regras de
jogo e Instruções de
uso.
Fonte: Dolz e Schneuwly (2004, p. 121).
40

Sabemos que os gêneros textuais, são divididos em classes:


argumentação, narração, exposição, descrição e injunção, ficam claras a
necessidades da apresentação das características de cada classe durante a aula,
haja vista os ângulos estruturais que cada um possui. Os gêneros textuais, por sua
vez, são criados através dos variados textos que se manifestam na sociedade, que
estão presentes em nosso cotidiano, podendo os mesmos ser orais e escritos.

Desse modo é possível compreender que cada gênero apresenta uma


função social, sendo de grande importância para seu entendimento e discussões
podem citar alguns romances, novela, carta pessoal, receita, fábula, artigo de
opinião, reportagem, dentre outros.

4 A ESCRITA E O LETRAMENTO.

A linguagem se movimenta em vários momentos, dessa forma podemos


dizer que ela está em constante transformação, pois a mesma se modificando todo
o tempo de acordo com o ambiente em que se este inserido os determinados
grupos de pessoas se comunicam por palavras, gestos e outras formas de
linguagem, muitas podemos chamar de gírias que muitas vezes são utilizadas por
jovens. Para entender melhor o espaço da oralidade e da escrita se faz necessário
entender aspectos que conceituam o ato de ler e escrever, nesse universo da
educação e das ciências linguísticas: O letramento ou o termo letrar geralmente
esta associado a alfabetização e acaba sendo confundido em somente alfabetizar,
para entendermos sua importância e significado temos que conhecer primeiro o
real significado da alfabetização.
A definição que encontramos nos dicionários sobre analfabeto. Segundo
Kury (2002, p.56) é “aquele que não conhece o alfabeto”, que não sabe ler e
escrever. Já a pessoa ditas alfabetizadas são aquelas que sabem ler e escrever,
mas isso não e suficiente para conceituar o significado que essas pessoas como
alfabetizadas adquiriram a competência para usar a leitura e a escrita de forma
apropriada.
Como afirma Soares:

As pessoas se alfabetizam, aprendem a ler e a escrever,


mas não necessariamente incorporam a prática da leitura e
da escrita [...] não lêem livros, jornais, revistas, não sabem
41

redigir um ofício, um requerimento [...] (SOARES, 2002, p.


46)

O que se entende por alfabetização e letramento? Existem muitas


dúvidas referentes às diferenças entre os dois tópicos, pode uma pessoa ser
alfabetizada, porém não letrada? É possível pois a alfabetização caracteriza-se
pelas competências da leitura e escrita, e o letramento é responsável pela
interpretação social da leitura e da escrita. São processos complexos, mas que
devem caminhar juntos e, talvez esse seja o maior desafio dos professores
alfabetizadores, pois o processo de interpretação da escrita vai além do saber ler e
escrever. Podemos definir que tanto a alfabetização quanto o letramento
acontecem em um processo contínuo, todos os dias surgem novas descobertas,
novas palavras dependendo do contexto em que estamos inseridos, quando
fazemos uma pesquisa até mesmo este artigo foi necessários estudos e pesquisas
para que entendêssemos o conteúdo proposto para este estudo. Aprendemos que
tanto os professores quanto os alunos se sentem desafiados para novas
descobertas, que vai além de uma página ou texto de livros ou até mesmo da
internet. De acordo com o IBGE, o Brasil é considerado um dos países onde a
taxa de analfabetos é mais expressiva chega a torno de 11,5 milhões de pessoas
que não sabem ler e escrever, a incidência chega a ser quase três vezes maior
entre quem tem 60 anos ou mais (19,3%) e mais que o dobro entre pretos e
pardos (9,3%) em relação aos brancos (4%), podemos analisar que esse quadro
refere-se à distribuição por classe social, pois sabemos qual grande são as
desigualdades educacionais em nosso país. Segundo Soares (2008), a referência
a um método de alfabetização a aquisição de uma técnica ,volta-se como, ao de
que maneira se alfabetiza.

SOARES (2008. p. 119), afirma que:

CONCEPÇÃO DE ALFABETIZAÇÃO: Um meio de


democratização da cultura, como oportunidade de reflexão
[...] um ato de reflexão de criação, de conscientização, de
libertação [...] algo que transforma as relações sociais em
que se alfabetiza: o alfabetizado considerado não como
aluno, mas como participante de um grupo; alfabetizador
considerado não como professor, mais como coordenador de
debates; a interação entre coordenador e participante, o
diálogo.
42

Sendo assim, a alfabetização e o letramento não se resumem em apenas


conhecimento de palavras e frases, mas passa a ser identidade, cultura e
libertação social. A criança quando aprende a ler passa então a vivenciar
fantasias do mundo da leitura, cria suas estórias e vivências [...] Portanto, nosso
dever enquanto cidadãos e docentes é formar as crianças com hábitos de leituras,
pois a leitura traz conhecimento de mundo, através da leitura a criança pode viajar
por lugares que vão além das palavras, uma pessoa que não aprendeu a ler na
infância torne-se um sujeito sem identidade e cultura, fazendo parte dos milhões
de analfabetos que existem no país. Podemos dizer, então, que os professores
são a peça essencial nesse processo de educação, que é de grande importância
em todo o desenvolvimento dos alunos, o professor precisa estar preparado para
desenvolver estas habilidades nos alunos.

Segundo Colello (2006, p. 4):

É responsabilidade de o professor despertar interesses,


fomentar a atividade reflexiva, apoiar o desenvolvimento,
estimular o ambiente rico em experiências ou interações e
promover a ação pedagógica facilitadora para a elaboração
de novas ideias, concepções e hipóteses. Nessa perspectiva
é possível estabelecer algumas frentes de trabalhos
pedagógicas não exclusivas, todas elas fundamentais para a
conquista da língua escrita.

Desse modo, o autor afirma que cabe ao professor despertar interesse nos
alunos, criando assim estratégias e chamando atenção para que o momento
pedagógico torna-se prazeroso e interessante para o aluno, que a ideia de
alfabetizar vá além da sala de aula, tornando-se a linguagem uma conquista
constante. Por tanto, ser alfabetizado vai além de juntar letras para formar sílabas
ou juntar sílabas para formar palavras e palavras para formar frases e frases para
formar textos, e sim ter conhecimento do que está escrevendo, ter noção de
concordância saber se o que está escrevendo tem coerência dizer que um sujeito
é alfabetizado não é tão simples como parece.

Segundo Soares, 2012, apud Guzzi, 2013,

Pode-se concluir que a discussão do processo de


alfabetização a respeito do conceito de alfabetização, que
43

essa não é uma habilidade, é um conjunto de habilidades, o


que a caracteriza como um fenômeno de natureza complexa,
multifacetado. Essa complexidade e multiplicidade de
facetas explicam por que o processo de alfabetização tem
sido estudado por diferentes profissionais, que privilegiam
ora estas ora aquelas habilidades, segundo a 7 área do
conhecimento a que pertencem.

Deste modo podemos ver a importância do ato de aprender a ler e a


escrever, que está fundamentada na ideia de que o homem se faz livre por meio
do domínio da palavra. As linguagens tem uma grande importância, que traça a
linha do tempo no que se refere à história antes e depois da escrita, seja ela por
códigos, letras ou até mesmo números. A partir deste momento, o homem pôde
registrar sua cultura, as descobertas, as emoções, sua poesia, enfim, sua maneira
de ver o mundo. Isso não quer dizer que o homem não manifestasse o desejo de
se expressar no mundo antes de desenvolver a escrita. Podemos destacar
aspectos importantes na construção da leitura e escrita quando se trata da
primeira infância onde as crianças têm seus primeiros contatos com a leitura à
relação do brincar com as variadas formas de aprendizagem, como a criança
aprende brincando, o professor pode transformar uma aula simples em um
momento divertido e cheio de aprendizagem para criança, através do uso de
fantoches podemos desenvolver gosto por aprender na criança.

Quando a criança brinca ela cria a fantasia e realidade buscando novas


formas de interpretar o mundo. De acordo com Vygotsky (1987), um dos principais
representantes dessa visão, o brincar é uma atividade humana criadora, na qual a
imaginação, fantasia e realidade interagem na produção de novas possibilidades
de interpretação, de expressão e de ação pelas crianças, ao trabalharmos
linguagem podemos confeccionar fantoches utilizando caixa de leite, desta forma
as crianças interagiram e aprender diversos gostos pela leitura. Os professores
podem fazer uso de várias ferramentas pedagógicas para desenvolver o cognitivo
da criança auxiliando na alfabetização e no letramento, fazendo assim um trabalho
em que a criança terá mais interesse e motivação para aprender.
A alfabetização e o letramento não podem estar separados, pois são
processos contínuos ambos precisam um do outro para alcançar os resultados. Se
um indivíduo consegue ler, mas não entende este não podem ser considerados
letrado, os professores em sala de aula, são responsáveis por este processo de
44

ensino e aprendizagem. Acompanhando e utilizando os recursos pedagógicos


para facilitar este processo de aprendizagem, sendo encorajado, a pensar, discutir
e o principal o raciocínio sobre escrita alfabética. O professor pode neste momento
fazer uso de cantigas de rodas e parlendas, geralmente usadas na educação
infantil às mesmas são versos infantis e rimas que ajudam as crianças da
educação infantil a compreender ritmos e palavras de forma divertida, pois são
frases em sua maioria repetitivas.
Este momento é muito importante para que os professores comecem o
letramento em sala de aula, pois as crianças aprendem de forma independente
ouvindo música, assistindo TV, e até mesmo ouvindo varias línguas diferentes ao
mesmo tempo. O professor precisa reconhecer o momento certo de inserir na
rotina das crianças atividades que enfatizem o aprendizado e o gosto pela leitura,
porém respeitando o momento cognitivo e as fazes da criança.
Quando se fala de alfabetizar crianças muitos especialistas da educação
infantil tem diferentes opiniões alguns acreditam que as brincadeiras educativas e
outras atividades lúdicas são suficientes para trabalhar na educação infantil, já
outros acreditam que trabalhar conceitos de sílabas e letras é mais importante
para as crianças nessa fase do desenvolvimento, pois antecipam o processo de
alfabetização das crianças.

É importante enfatizar que devemos encontrar um equilíbrio entre os


cuidados com as atividades a serem trabalhadas, jogos e ações ,pois temos
que esta embasados na LDB 9394/96(Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional) pois a mesma afirma que a educação nesta fase visa o desenvolvimento
integral da criança, física ,mental, intelectual e social‟‟.
É por meio da oralidade os alunos participam de diferentes situações de
interação social e aprendem sobre elas próprias, sobre a natureza e sobre a
sociedade, criando um ambiente descontraído que viabilize a aprendizagem por
meio de suas expressões e linguagens fazendo assim inter-relação com os
colegas na sala de aula e no dia-a-dia.
A alfabetização e o letramento são processos fundamentais no
desenvolvimento das crianças nos primeiros anos escolares, porém cabe ao
professor criar estratégias pedagógicas para que esse processo se torne eficaz e
prazeroso na vida e no desenvolvimento dos alunos. O professor precisa introduzir
45

no cotidiano do aluno exercícios que auxiliem no processo de alfabetização e


letramento, pois não é uma tarefa fácil, ensinar crianças a aprenderem a ler e a
escrever, pois exigi muita paciência e a principal criatividade do professor e dos
familiares. Sendo fundamental o apoio da família nesse processo de
desenvolvimento dos alunos.
Concluímos que o processo de alfabetizar e letrar não se referem a um
ambiente cheio de cartazes e ilustrações, ou a um livro didático e atividades
propostas diariamente pelos professores. Com as dificuldades que os professores
enfrentam em sala de aula é necessário outros meios para atingirmos esses
objetivos, somente uma sala cheia de cartazes e texto não vai alfabetizar os
alunos. É interagindo e criando estratégias tecnológicas, buscando conhecimento
para que desperte o interesse dos alunos, assim teremos condições de avançar
nesse processo de alfabetização e letramento.

5 METODOLOGIA

Este trabalho apresenta uma metodológica de caráter qualitativo, por


meio da realização de uma pesquisa bibliográfica a qual foi de grande importância
para entender e aprofundar o estudo sobre a temática desenvolvida, cujo
objetivo é a abordar o quanto a língua falada influência á escrita nos tempos
atuais.
Segundo GIL, (2008) a pesquisa bibliográfica se desenvolve através da
fundamentação de materiais elaborados, como livros, artigos científicos. A
pesquisa bibliográfica neste trabalho foi realizada através de fontes primárias e
secundárias que serviram de subsídio para entender a temática abordada sobre a
fala e a escrita.
A pesquisa qualitativa caracteriza-se por não existir uma representação
numérica em seu contexto, aprofundando-se apenas na compreensão de um
grupo social, organização. Nessa abordagem os pesquisadores defendem um
paradigma único para todas as ciências através de suas próprias metodologias.
(GOLDENBERG, 1997, p. 34)
Para que este trabalho fosse realizado foram necessárias várias
pesquisas em artigos e dissertações com publicações no Capes, livros e materiais
audiovisuais e nas fontes secundarias com autores como Marchuschi (2001),
46

Maria Tasca (2002 ), Favero (2005) entre outros que fundamentaram este
trabalho.
As estratégias utilizadas para escolha do tema abordado deu-se por meio
de levantamento bibliográfico, sendo este muito importante e necessário para a
elaboração deste estudo contribuindo para a área de conhecimento estudada.
Segundo Vergara (2005, p. 48), a pesquisa bibliográfica é o estudo
sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas,
jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público geral.
Utilizou-se o método experimental a fim de adquirir um número
significativo de informações necessárias para a fundamentação deste trabalho.
Esta pesquisa foi tornando forma diante de cada leitura realizada e aos
poucos foram se construindo significados diferentes sobre o entendimento
linguístico, favorecendo uma reflexão sobre a linguagem falada e a escrita
analisando o quando são importantes no processo de aprendizagem dos
discentes, pois o desenvolvimento da aprendizagem e compreensão que os alunos
possam entender e diferenciar os aspectos linguísticos da fala e da escrita.

As informações obtidas para esse trabalho possibilitaram descreve-lo,


para relatar as necessidades de pesquisar sobre o tema em questão que foi
utilizado para desenvolver o contexto do trabalho.
Muitas fontes serviram de subsídio para que acontecesse esta pesquisa
bibliográfica, sendo necessária uma leitura aprofundada acerca dos textos
relacionados, assim como também imagens e dados favoráveis ao
desenvolvimento da pesquisa.
A fundamentação teórica realizada através do estudo em livros e
materiais impressos que foram primordiais para o início desse estudo, pois a
temática aborda grandes temas que ao longo da pesquisa foram analisados
para que se chegasse a um único campo de informações e este não viesse a ser
confundido pela amplitude de características em relação ao estudo da fala e da
escrita em seus diversos contextos, pois o que se busca é identificar as
consequências das variações linguísticas dependendo do ponto de vista em que é
abordada, mas o certo é que ainda nos tempos atuais existe uma grande influência
da língua oral na escrita nas diversas situações do dia a dia.
A partir do momento em que o problema é encontrado é necessário que
47

se encontre soluções para o mesmo, permitindo assim uma ação importante do


pesquisador que constantemente levanta hipóteses a cerca do que foi detectado
durante a fase de coleta de informações.
As etapas desta pesquisa foram de grande importância, pois a medida
que informações foram se tomando forma qualitativamente ,sendo este importante
para a descoberta e entendimento do fenômeno estudado, assim como as
visões dos sujeitos envolvidos nesta processo (MERRIAN, 2009).
Buscar compreender a importância da influência da fala sobre a língua
escrita permite a criação de vários conceitos referentes ao tema abordado neste
trabalho e com isso uma análise profunda das diversas técnicas que servem para
entender a importância do estudo da fala e da escrita no processo de ensino
aprendizagem.
Os dados da pesquisa foram coletados à medida que a leitura se
realizava, ia se construindo novas percepções e novos significados sobre o
assunto abordado neste estudo, permitindo uma reflexão sobre os pontos positivos
desse processo no ensino aprendizagem, pois a construção do conhecimento
depende também das ações de metodológicas articuladas pelos professores.

A pesquisa qualitativa aconteceu através dos estudos realizados nos


livros utilizados para a elaboração da fundamentação teórica, por meio do
levantamento de hipóteses sobre questões que se relacionavam a definição da
temática que seria abordada.
Depois da ação de levantamento dos dados, foram analisadas diversas
teorias a respeito da temática e estas descritas separadamente. O que se buscou
foi descrever relatos, teorias dos autores utilizados como fonte de pesquisa desta
obra, dando ênfase as características em relação ao processo de oralidade e
escrita.
A análise foi realizada a partir das informações coletadas em documentos
bibliográficos, artigos monográficos e livros para uma abordagem qualitativa,
revisão bibliográfica, e a análise critica do conteúdo estudado.
Segundo André (1983), a apreensão do caráter multidimensional dos
fenômenos se dá em sua manifestação natural, bem como captar os diferentes
significados de uma experiência vivida, auxiliando a compreensão do indivíduo no
seu contexto.
48

O referido processo dá-se com: As ideias iniciais; pesquisa bibliográfica.

Essas etapas foram estabelecidas com o objetivo de organizar os dados


obtidos.

A primeira etapa foi o desenvolvimento das ideias iniciais colocadas


através do referencial teórico, que servirão de subsídio para a decodificação dos
dados obtidos e assim compreendendo as referências.
A pesquisa bibliográfica é estabelecida pela exploração do material, onde
acontece o que chamamos de leitura flutuante sendo contato inicial com os
diversos documentos da coleta de dados, conhecendo os textos, e demais fontes
a serem analisadas.
49

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho buscou abordar os aspectos relacionados a abordar como a


língua falada influência a língua escrita, analisando a sua importância para o
processo de aprendizagem e desenvolvimento da fala, pois esta é vista como
práticas significativas para compreensão do processo linguístico.
No contexto de sala de aula, nas primeiras análises diagnósticas
realizadas é notável que o discente chegasse à escola com a fala desenvolvida,
porém com um vocabulário adquirido em meio ao grupo familiar e social. Diante do
exposto, a escola deverá desenvolver por meio de atividades significativas as
habilidades para que seja exercitando a oralidade nas diversas situações, sempre
enfatizando a valorização de usos da língua.
A partir desse entendimento, acontecerá o trabalho para o
desenvolvimento da língua escrita, está que contém uma grande quantidade de
regras rígidas no que se referem à estruturação, padrões ortográficos e estudo dos
gêneros textuais, estes que fazem parte do processo tanto da escrita, quanto do
processo de desenvolvimento da língua falada.
O professor deve persistir com sua sala de aula diante da busca pelo
conhecimento, estimulando os alunos través de práticas prazerosas e
significativas.
Os métodos utilizados na ação docente devem proporcionar uma
significação no processo de aprendizagem do discente, pois a fala permite que o
sujeito muitas vezes expresse os seus sentimentos mais escondidos de euforia,
alegria o que leva ater um interesse pelo aprendizado e consequentemente a
reprodução escrita.
Utilizar atividades de forma interdisciplinar é uma ação que proporciona
uma melhoria no aprendizado e na qualidade do ensino, um aluno motivado
aprende melhor e isso também pode acontecer através dos recursos utilizados
pelos professores na sala de aula, sendo um desses a produção de textos para o
desenvolvimento da compreensão dos gêneros textuais como modelo de ensino
aprendizagem.
Diante dessas considerações é notável a necessidade do conhecimento
sobre a língua no processo de ensino – aprendizagem da língua.
50

Assim a oralidade na escrita, permite entender a necessidade de realizar práticas


que proporcionem aos discentes o desenvolvimento da linguagem oral e
escrita, para que se possa entender as duas modalidades e consequentemente
reduzir as inadequeções entender as duas modalidades e consequentemente
reduzir as inadequações na ortografia, além de criarem textos onde poderá ser
visto o aperfeiçoamento no vocabulário.
Contudo, representar a realidade através da escrita permite o
desenvolvimento de habilidades e potencialidades devido a sua ação mobilizadora
diante da sensibilidade inclusive de acordo com a aplicação das práticas de
oralidade e escrita desenvolvida na escola
51

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