Artigo 3314414c Arquivo
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¹Graduanda em Psicologia pela Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, Bahia, Brasil; ²
Graduanda em Educação Física pela Centro de Excelência - UNEX, Feira de Santana, Bahia, Brasil; ³ Graduanda
em Psicologia pela Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, Bahia, Brasil; 4 Enfermeira e
mestre pela Universidade Federal da Bahia – UFBA, Salvador, Bahia, Brasil; 5 Enfermeira e doutoranda pela
Universidade Federal da Bahia – UFBA, Salvador, Bahia, Brasil; ⁶ Enfermeiro e especialista em Enfermagem
em Terapia Intensiva e Alta Complexidade pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Feira de Santana,
Bahia, Brasil.
INTRODUÇÃO: A Política Nacional de Atenção Básica à Saúde (AB) organiza um conjunto de ações de saúde
individuais, familiares e coletivas que conferem a promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento,
reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde. Estas ações são desenvolvidas por
meio de práticas de cuidado integrado e gestão qualificada com equipe multiprofissional e dirigida à população
em território definido, sobre as quais as equipes assumem responsabilidade sanitária. Recentemente foi instituído
um novo modelo de financiamento, o Previne Brasil, através da Portaria GM/MS nº 2.979, de 12 de novembro
de 2019, que altera as formas de repasse das transferências para os municípios com base em quatro critérios:
captação ponderada, pagamento por desempenho, incentivo para ações estratégicas e incentivo financeiro com
base em critério populacional. Entretanto, as alterações implementadas acarretaram no enfraquecimento da AB
com redução na capilaridade de cuidado e assistência em saúde no âmbito do SUS, na qual a AB tem se proposto
numa realidade histórica no contexto de saúde no Brasil. OBJETIVO: Descrever os impactos do modelo de
financiamento do previne Brasil na efetividade da atenção primária à saúde. MÉTODOS: Trata-se de uma
revisão integrativa obtida pela busca de estudos publicados sobre a temática em base de dados da Literatura
Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e na Scientific Electronic Library Online
realizada em dezembro de 2021, utilizando-se Descritores em Ciências de Saúde (Decs) e operadores booleanos
(“Atenção Primária à Saúde AND Previne Brasil”). Após a leitura do título e resumo encontraram-se 20 estudos,
sendo que destes, apenas seis abordaram o impacto na Atenção Primária à Saúde com o novo modelo de
financiamento proposto. Consideram-se como critérios de inclusão os artigos indexados e revisados por pares, a
partir de 2019, excluídas as teses, dissertações, editoriais e duplicatas. RESULTADOS: Os dados dos estudos
selecionados foram agrupados em três categorias temáticas: “Consequências pós golpe parlamentar de 2017”;
“Novo modelo de financiamento”; “Atenção primária reducionista”. Os resultados convergiram em escassez de
recursos, atingindo principalmente os municípios de menor porte por comprometer a manutenção da estrutura e
qualidade dos serviços. Além disso, houve um aumento significativo na incidência das condições crônicas e de
doenças transmissíveis, refletindo de forma negativa na efetividade da AB. CONCLUSÃO: Esse estudo aponta
para um impacto negativo do novo modelo de financiamento na implementação das ações de promoção,
prevenção e reabilitação de agravos em saúde as quais a APS historicamente vem assumindo, que conduziram
para indicadores positivos no quadro de saúde da população brasileira e redução das desigualdades de acesso e
atenção desde a legalização do SUS, encontrando-se claramente ameaçada.
Palavras-chave: Atenção primária à saúde¹; política nacional de atenção básica à saúde²; previne brasil³.
REFERÊNCIAS
1. HARZHEIM, Erno et al. Atenção primária à saúde para o século XXI: primeiros resultados do novo
modelo de financiamento. Ciência & Saúde Coletiva, v. 27, p. 609-617, 2022.
2. MASSUDA, Adriano. Mudanças no financiamento da Atenção Primária à Saúde no Sistema de Saúde
Brasileiro: avanço ou retrocesso?. Ciência & Saúde Coletiva, v. 25, p. 1181-1188, 2020.
3. MIRANDA, Alcides Silva de. A focalização utilitária da Atenção Primária à Saúde em viés
tecnocrático e disruptivo. Saúde em Debate, v. 44, p. 1214-1230, 2021.
4. MOROSINI, Marcia Valeria Guimarães Cardoso; FONSECA, Angelica Ferreira; BAPTISTA, Tatiana
Wargas de Faria. Previne Brasil, Agência de Desenvolvimento da Atenção Primária e Carteira de
Serviços: radicalização da política de privatização da atenção básica?. Cadernos de Saúde Pública, v.
36, 2020.
5. NUNES, Rogerio Pinheiro; CHAOUBAH, Alfredo. Atenção Primaria à Saúde no âmbito do SUS:
mudanças institucionais em curso no cenário pós-2016. Revista de APS, v. 24, n. 4, 2021.