Teste5 - 1.2
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2013
Não é permitido o uso de corretor. Em caso de engano, deve riscar de forma inequívoca aquilo
que pretende que não seja classificado.
Escreva de forma legível a numeração dos grupos e dos itens, bem como as respetivas respostas.
As respostas ilegíveis ou que não possam ser claramente identificadas são classificadas com
zero pontos.
Para cada item, apresente apenas uma resposta. Se escrever mais do que uma resposta a um
mesmo item, apenas é classificada a resposta apresentada em primeiro lugar.
trApo
1. Relacione o estado de espírito do sujeito poético com as condições meteorológicas referidas na primeira
estrofe.
4. Indique quatro dos processos que contribuem para marcar o ritmo do poema, fundamentando a resposta
com elementos do texto.
Num dos seus poemas, Alberto Caeiro escreveu o verso «O meu olhar é nítido como um girassol.».
Explique, fazendo apelo à sua experiência de leitura, a importância do olhar na poesia deste heterónimo
de Fernando Pessoa, fundamentando a sua exposição em dois aspetos relevantes.
observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo
quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra,
independentemente dos algarismos que o constituam (ex.: /2013/).
2. Um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido.
Leia a crónica seguinte. Em caso de necessidade, consulte a nota apresentada a seguir ao texto.
1 Chamar Casa de Papel a uma crónica em torno das coisas dos livros é já denunciar um
saudosismo romântico. Fica um tom melancólico no ar, uma poeticidade a mudar para antiga,
talvez um certo lamento. Não sou nada contra o livro digital e a maravilha que as tecnologias
oferecem. Mas sou do tempo do papel e sonhei com os livros de papel. Quando pensei ser
5 escritor, um livro assim abriu-se acima da minha cabeça imaginária como um telhado sob o
qual passei a habitar.
Guardarei sempre essa ideia, ainda que possa vir a ler em ecrãs sofisticados e frios. O livro
de papel, como o coração, é um símbolo. Habituei-me a conferir-lhe determinadas mágicas
que, por mais sofisticação que me assalte, não serão substituídas. O livro, esse de folhas,
10 pulsa. O livro pulsa.
As casas de papel são modos de pensar na tangibilidade do texto, na manualidade de que
ele dependeu para ser lido. São modos de pensar nos autores. Cada autor como um lugar e um
abrigo. Um lugar. Ler um livro é estar num autor. Preciso de pensar nos objetos para acreditar
nos lugares. Oh, nossa deslumbrante desgraça mudadora, não consigo sentir-me bonito dentro
15 de um Kindle, de um iPad ou de um Kobo. Penso em mim melhor numa coisa entre capas. A
ilustração sem pilhas. As letras sem pilhas. Eternas e sem mudanças. De confiança.
Quantas vezes, estupefacto, abri um livro na mesma página para encontrar a mesma frase
da mesma maneira apresentada? E que prazer saber que a expectativa de que aquele universo
se preserve não sairia gorada, porque os livros de papel são estáveis, não pensam em ser outra
20 coisa senão por dentro das próprias palavras. Precisei muitas vezes de reencontrar páginas
específicas, com o seu grafismo cristalizado, o seu grafismo diamante, a guardarem‑me o que
não podia perder.
Amar um livro é pedir-lhe que seja sempre nosso, assim, como um amor que se conserva
para repetir ou reaprender. Como poderemos jurar fidelidade a um texto que se desliga? É
25 como não ter sentimentos, descansar na morte, não permanecer vivo enquanto espera por
nós. É infiel. Não o podemos sequer perfumar e eu tenho livros que me foram oferecidos com
aroma de buganvílias e canela. Gosto muito. Os leitores, sabemos bem, são territoriais. Como
os cães. Sublinhamos e não suportamos os sublinhados dos outros. Ainda que toscos, mal
alinhados, são a marca da nossa passagem por ali.
Valter Hugo Mãe, «Revista 2», Público,18 de novembro de 2012 (adaptado)
notA
iPad, Kindle, Kobo (linha 15) – dispositivos que permitem a leitura em formato digital.
Escreva, na folha de respostas, o número de cada item e a letra que identifica a opção escolhida.
1.1. A ideia de que o «livro pulsa» (linha 10) opõe-se à ideia expressa em
1.2. Relativamente ao livro digital, Valter Hugo Mãe revela uma atitude de
(A) relutância.
(B) intransigência.
(C) rebelião.
(D) indiferença.
1.3. Na opinião do autor, o prazer da leitura de um livro de papel advém, entre outros aspetos, da sua
(A) imprevisibilidade.
(B) instabilidade.
(C) imutabilidade.
(D) impessoalidade.
1.5. No contexto em que ocorre, a palavra «tangibilidade» (linha 11) está associada
(A) hipónimo.
(B) merónimo.
(C) holónimo.
(D) hiperónimo.
1.7. Na expressão «Oh, nossa deslumbrante desgraça mudadora» (linha 14), o autor recorre à
(A) hipálage.
(B) metáfora.
(C) metonímia.
(D) ironia.
2.2. Indique o antecedente do pronome que ocorre em «Não o podemos sequer perfumar» (linha 26).
2.3. Identifique a função sintática do pronome pessoal sublinhado em «eu tenho livros que me foram
oferecidos» (linha 26).
Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas palavras, apresente
uma reflexão sobre a importância da infância na construção da identidade individual.
Fundamente o seu ponto de vista recorrendo, no mínimo, a dois argumentos e ilustre cada um deles com,
pelo menos, um exemplo significativo.
observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco, mesmo
quando esta integre elementos ligados por hífen (ex.: /dir-se-ia/). Qualquer número conta como uma única palavra,
independentemente dos algarismos que o constituam (ex.: /2013/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados – um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas
palavras –, há que atender ao seguinte:
−− um desvio dos limites de extensão indicados implica uma desvalorização parcial (até 5 pontos) do texto produzido;
−− um texto com extensão inferior a oitenta palavras é classificado com zero pontos.
FIM
Os itens deste grupo visam avaliar conhecimentos e capacidades nos domínios da leitura de um texto literário
e da expressão escrita.
Os cenários de resposta que se apresentam consideram-se orientações gerais, que visam uma aferição
de critérios. Assim, qualquer interpretação que, não coincidindo com as linhas de leitura apresentadas,
corresponda às solicitações do item e seja considerada válida pelo professor classificador deve ser classificada
em igualdade de circunstâncias com as respostas compreendidas nos cenários fornecidos.
1. .................................................................................................................................................... 20 pontos
Cenário de resposta
A resposta pode contemplar os tópicos que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes.
Na primeira estrofe do poema, a relação entre o estado de espírito do sujeito poético e as condições
meteorológicas evolui de uma relação de contraste para uma relação de semelhança:
– no início do dia, o estado de espírito do sujeito poético é de alguma tristeza (v. 4), mas o céu azul indicia
alegria (v. 2);
– no decurso do dia, há uma evolução das condições meteorológicas («O dia deu em chuvoso» – vv. 1, 3
e 7), tornando-se mais parecidas com o estado de tristeza do sujeito poético.
* Vide Fatores de desvalorização, no domínio da correção linguística, dos itens de construção – resposta restrita e
resposta extensa (p. C/5).
Interpreta, de modo não totalmente completo e com pequenas imprecisões, o sentido dos
versos 8 a 13.
2 5
OU
Interpreta, de modo incompleto ou com imprecisões, o sentido dos versos 8 a 13.
Cenário de resposta
A resposta pode contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes.
Nos versos 8 a 13, o sujeito poético assume uma opinião que diverge da opinião dos outros relativamente
ao conceito de elegância associado ao estado do tempo:
– os outros consideram que o tempo chuvoso é elegante e o sol vulgar e desagradável;
– o sujeito poético é indiferente a essa ideia de elegância, preferindo inequivocamente o sol e o céu azul,
já que para tempo chuvoso basta o do seu mundo interior.
* Vide Fatores de desvalorização, no domínio da correção linguística, dos itens de construção – resposta restrita e
resposta extensa (p. C/5).
Cenário de resposta
A resposta pode contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes.
A referência às memórias da infância permite realçar o contraste entre um passado feliz e um presente
infeliz.
* Vide Fatores de desvalorização, no domínio da correção linguística, dos itens de construção – resposta restrita e
resposta extensa (p. C/5).
Indica, adequadamente, quatro dos processos que contribuem para marcar o ritmo do
4 9
poema, fundamentando a resposta com elementos do texto.
Indica, adequadamente, três dos processos que contribuem para marcar o ritmo do
3 7
poema, fundamentando a resposta com elementos do texto.
Indica, adequadamente, dois dos processos que contribuem para marcar o ritmo do
2 5
poema, fundamentando a resposta com elementos do texto.
Indica, adequadamente, um dos processos que contribuem para marcar o ritmo do poema,
1 3
fundamentando a resposta com elementos do texto.
Cenário de resposta
A resposta pode contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes.
* Vide Fatores de desvalorização, no domínio da correção linguística, dos itens de construção – resposta restrita e
resposta extensa (p. C/5).
* Vide Fatores de desvalorização, no domínio da correção linguística, dos itens de construção – resposta restrita e
resposta extensa (p. C/5).
A resposta pode contemplar os aspetos que a seguir se enunciam, ou outros considerados relevantes.
Na poesia de Alberto Caeiro, o olhar assume uma importância central. Podem apontar-se os seguintes
exemplos da significação que o olhar pode assumir:
– a recusa do pensamento e das ideias feitas, que deformam o real («Compreender isto com o pensamento
seria achá-las todas iguais.»; «Procuro despir-me do que aprendi»; «E raspar a tinta com que me
pintaram os sentidos»);
– a recusa da subjetividade («Amei as coisas sem sentimentalidade nenhuma.»);
– a recusa em atribuir sentidos ocultos às coisas («Porque o único sentido oculto das cousas / É elas não
terem sentido oculto nenhum.»; «As cousas não têm significação: têm existência.»);
– a (re)descoberta do real na sua autenticidade («Trago ao Universo um novo Universo / Porque trago ao
Universo ele-próprio.»);
– o reencontro da inocência do homem em contacto com a Natureza («E o que vejo a cada momento / É
aquilo que nunca antes eu tinha visto»);
– a aposta nas sensações («Eu nem sequer sou poeta: vejo.»).
nota – Não é obrigatório o recurso a citações, ainda que estas figurem, a título ilustrativo, no cenário de resposta.
Os itens deste grupo visam avaliar conhecimentos e capacidades nos domínios da leitura e do funcionamento
da língua.
Item Pontuação
1.1. (D) 5
1.2. (A) 5
1.3. (C) 5
1.4. (B) 5
1.5. (C) 5
1.6. (B) 5
1.7. (D) 5
O item deste grupo visa avaliar conhecimentos e capacidades no domínio da expressão escrita.
Tratando-se de um item de resposta extensa, no qual se requer um texto de reflexão, o professor classificador
deve observar as capacidades seguintes:
– estruturação de um texto com recurso a estratégias discursivas adequadas à defesa de um ponto de vista
e refletindo uma planificação produtiva;
– elaboração de um texto coerente e coeso;
– produção de um discurso correto nos planos lexical, morfológico, sintático, ortográfico e de pontuação.
Cenário de resposta
Sempre que o examinando apresente um texto com extensão inferior a oitenta palavras, é atribuída à resposta
a classificação de zero pontos.
* Vide Fatores de desvalorização, no domínio da correção linguística, dos itens de construção – resposta restrita e
resposta extensa (p. C/5).
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