Bodea Brochure
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Coordenadoras
Liliana A. M. V. Takaoka
Lúcia Coutinho
Rosa Maria Eid Weiler
3a Edição
Título: Odontopediatria do Bebê ao Adolescente: Uma Visão Transdisciplinar
Coordenadoras: Liliana A. M. V. Takaoka, Lúcia Coutinho e Rosa Maria Eid Weiler
Produção editorial e revisão de texto: Rafael Rodrigues
Diagramação: Luiz Felipe May dos Santos
Capa: Paulo R. Salomão
Todos os direitos reservados à Santos Publicações Ltda. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida,
armazenada ou transmitida por quaisquer que sejam os meios – mecânico, fotocópia, eletrônico ou outros –,
sem a prévia permissão do Editor.
Takaoka, Liliana A. M. V.
Odontopediatria do bebê ao adolescente: uma visão transdisciplinar / Liliana A. M. V. Takaoka, Lúcia Coutinho,
Rosa Maria Eid Weiler. -- 3. ed. -- São Paulo: Santos Publicações, 2024.
Bibliografia.
ISBN 978-65-84536-67-8
1. Odontopediatria I. Coutinho, Lúcia. II. Weiler, Rosa Maria Eid. III. Título.
CDD-617.645
23-165832 NLM-WU-480
Liliana A. M. V. Takaoka
Mestre e Doutora em Ciências Aplicadas à Pediatria
pela EPM-UNIFESP. Coordenadora do Grupo de Aten-
ção Transdisciplinar Materno-Infantil (ATRAMI). Coorde-
nadora da Odontopediatria do Ambulatório de Atendi-
mento ao Prematuro da EPM-UNIFESP. Vice-Presidente
do Viver e Sorrir: Grupo de Apoio ao Prematuro.
Lúcia Coutinho
Cirurgiã Dentista. Especialista em Odontopediatria
pela Universidade Camilo Castelo Branco – São Pau-
lo. Professora Assistente do Curso de Atualização em
Odontopediatria pela, ATRAMI, UNIFESP – São Paulo.
Capacitação em Gestão Empresarial pela FGV. Gesto-
ra e Odontopediatra atuante na Clínica Coutinho há
mais de 30 anos. Autora de 3 livros e diversos capí-
tulos de Odontologia Infantil. Membro Fundadora do
Grupo de Saúde Oral da Sociedade de Pediatria de
São Paulo. Membro do Grupo de Trabalho de Saúde
Oral da Sociedade Brasileira de Pediatria.
III
Autores
V
Ana Carina Tamanaha Andressa Belchior Mior Gambogi
Fonoaudióloga. Doutora em Ciências pela UNIFESP. Especialista em Ortodontia. Mestre em Odontolo-
Pós-doutora em Psiquiatria pela UNIFESP. Professora gia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Afiliada do Departamento de Fonoaudiologia da UNI- Professora Convidada no Curso de Especialização de
FESP. Ortodontia da Faculdade São Leopoldo Mandic em
Belo Horizonte. Professora e Membro da Comissão
Ana Estela Haddad Organizadora do Curso de Abordagem Multidiscipli-
Livre-docente. Professora Associada do Departa- nar na Trissomia do Cromossomo 21 da UFMG.
mento de Ortodontia e Odontopediatria da FOUSP.
Diretora de Gestão da Educação na Saúde do Ministé- Anete Colucci
rio da Saúde (2005-2011). Mestre em Pediatria pela EPM-UNIFESP. Professora
da disciplina Pediatria Geral e Comunitária do Depar-
Ana Lidia Ciamponi tamento de Pediatria da EPM-UNIFESP.
Especialista em Ortodontia pela Associação Bra-
sileira de Ensino Odontológico (ABENO). Mestre em Angela Maria Spinola e Castro
Odontopediatria pela FOUSP. Professora Associada da Professora Adjunta do Departamento de Pediatria.
Disciplina Odontopediatria do Departamento de Or- Chefe do Setor de Endocrinologia Pediátrica da EPM-
todontia e Odontopediatria da USP.
-UNIFESP.
Confesso que foi com muita alegria que recebi pessoalmente, em minha sala na USP, o convite das autoras
para escrever o prefácio do livro Odontopediatria – A transdiciplinaridade na saúde e na educação.
Ao mesmo tempo em que recebia o convite, pensava que houve momentos em minha vida em que a gran-
de alegria era receber o convite para escrever capítulos de livros. No entanto, nos dias atuais, o que me cabe é
me sentir, de fato, muito honrado quando recebo um convite para prefaciar uma obra.
Qual não foi minha grande alegria quando, imediatamente após aceitar o convite para prefaciá-la, também
recebi o convite para colaborar e escrever um capítulo nela. Assim, na qualidade de prefaciante e colaborador,
com muita honra, descreverê-la-ei de forma sucinta.
As coordenadoras elaboraram um livro que aborda assuntos de transdisciplinaridade na área da saúde em
relação aos períodos gestacionais e à primeira infância que são relevantes e integrados à odontopediatria.
O leitor encontrará informações atuais e cientificamente comprovadas, fornecidas por diferentes profissio-
nais da área da saúde e que têm interface com o crescimento e o desenvolvimento infantil nos primeiros anos
de vida. Todos os profissionais de saúde que estão envolvidos diretamente com a criança sabem que se deve
trabalhar de forma integrada para garantir saúde geral e qualidade de vida dos pacientes infantis.
As coordenadoras, amigas e parceiras de caminhada pela odontopediatria, as quais conheço e admiro há
muito tempo, têm discutido e vivenciado na prática clínica a questão da transdisciplinaridade em suas trajetó-
rias de vida e, por isso, conseguiram reunir e convidar vários profissionais para contribuir com a obra.
Somando todas essas informações a respeito do objetivo da obra, seu conteúdo e o perfil das organizado-
ras, sinto-me seguro em afirmar que se trata de um livro sem igual e que preenche uma lacuna existente na
odontopediatria atual. Boa leitura a todos.
Prof. Marcelo Bönecker
Titular da disciplina Odontopediatria da FOUSP
Membro do Board da International Association Paediatric Dentistry
XVIII
Prefácio II
XIX
Apresentação I
Foi com muito orgulho, satisfação e honra que recebi o convite para escrever a apresentação desta obra cujo
tema principal é Odontopediatria – A transdisciplinaridade na saúde e na educação, das coordenadoras Liliana A.
M. V. Takaoka, Lúcia Coutinho e Rosa Maria Eid Weiler.
De acordo com alguns conceitos, a transdisciplinaridade significa mais do que disciplinas que colaboram
entre si em um projeto com um conhecimento comum a elas; significa também que há um modo de pensar
organizador, que pode atravessar as disciplinas e dar uma espécie de unidade, com interação entre os profissio-
nais e um comprometimento da informação e do trabalho em conjunto.
Ao avaliar os 40 temas dos capítulos que compõem este livro, ficam claras a intenção e a dedicação das coor-
denadoras em elaborar uma obra que envolva todos os aspectos da saúde e da educação na prática clínica da
odontopediatria.
Os temas distribuídos em quatro partes contemplam a transdisciplinaridade, o desenvolvimento da gesta-
ção, a criança e a criança no atendimento preventivo.
Fiquei encantado com a diversidade e a qualidade dos tópicos que foram escritos, principalmente porque o
momento é único, uma vez que a saúde e a educação caminham juntas no propósito de oferecer o melhor para
nossas crianças. A odontopediatria tem avançado cientificamente em todos os aspectos, e este livro fortalece
essas conquistas de maneira muito importante, pois aborda informações e orientações que ainda não foram
disponibilizadas com tantos detalhes e abrangências, em uma interação que só vem a contribuir para o aumen-
to do conhecimento do profissional para as suas tomadas de decisão na promoção da saúde, na prevenção e
no tratamento de problemas que envolvem várias áreas da clínica infantil.
A publicação deste livro é de suma importância e deixa clara a intenção das coordenadoras e dos autores de
colocar, de forma segura e objetiva, o papel da transdisciplinaridade no dia a dia da clínica de odontopediatria.
Boa leitura.
Paulo Cesar B. Rédua
Presidente da Associação Brasileira de Odontopediatria
XX
Apresentação II
XXI
Introdução
XXII
Sumário
PARTE 1. A Transdisciplinaridade
Capítulo 1 – Transdisciplinaridade em Saúde e Educação: A Arte do Cuidado ..................................... 1
Ivani Catarina Arantes Fazenda, Fernando César de Souza
PARTE 3. A Criança
Capítulo 9 – Desenvolvimento Social da Criança ........................................................................................... 55
Rosana Fiorini Puccini, Anete Colucci, Rosa Resegue
XXIII
Capítulo 14 – Nutrição Pós-aleitamento Materno.......................................................................................... 95
Mauro Fisberg, Priscila Maximino, Rachel Helena Vieira Machado, Abykeyla Tosatti
Capítulo 22 – Terapia Ocupacional: Desenvolvimento das Habilidades Motoras da Criança .................. 165
Pessia Grywac Meyerhof
Capítulo 39 – A Cárie e seu Tratamento por meio da Odontologia Minimamente Invasiva ...................276
Fernando Borba de Araujo, Adriela de Souza Mariath, Joanna Tatith Pereira,
Jonas de Almeida Rodrigues, Luciano Casagrande, Renata Franzon, Stefanie Bressan Werle
PARTE 7. Adolescente
Capítulo 56 – Abordagem Transdisciplinar no Atendimento ao Adolescente
Frente às suas Transformações ........................................................................................................................... 411
Teresa Helena Schoen Ferreira, Dalva Alves Silva, Flávia Calanca da Silva, Maria Sylvia de Souza Vitalle
Capítulo 80 – Protocolos Clínicos Atuais na Clínica Diária da Criança ao Adulto Jovem ....................570
Sandra Kalil Bussadori, Lara Jansiski Motta, Ravana Angelini Sfalcin
XXVIII
PARTE 1
A Transdisciplinaridade Capítulo 1
Resumo
A transdisciplinaridade descrita nesta construção da metáfora da cura é vista como uma arte do cuidado em
três atos: cuidar de si, do outro e do mundo. O desenho metodológico é interdisciplinar e, em alguns momen-
tos, as atitudes são multidisciplinares, mas ambas apontam para o diálogo transdisciplinar, que estabelece as
parcerias, dinamiza o encontro e transcende as práticas. As três linhas de pensamento e ciência – multi, inter e
transdisciplinar – pedem urgência na integração corpo/mente e saúde/doença, em uma constante reverência
às histórias de vidas. Ao considerar os espaços da escola como áreas terapêuticas ou a clínica como espaço
de aprendizagem, os ritos de passagens são ressignificados em direção a uma “educação-próxima-de-nós”. A
pergunta que percorre todo o texto é: o conhecimento cura as pessoas? Assim, são coletadas, em um formato
de ensaio, as contradições entre o ensinar e o aprender na escola ou na clínica, mesclando teorias e práticas na
valoração da autocura inata em cada um, embora ainda não muito compreendida.
Nenhuma teoria pode se desenvolver sem encontrar uma es- A paz social é um objetivo mundial e um desejo
pécie de muro, e é preciso a prática para atravessar o muro.1 humano, mas o lembrete sobre isso vem carregado
Há tempos, os autores deste capítulo optaram pe- pelos noticiários com pautas de crescentes violências
los estudos da interdisciplinaridade em seu construc- que afligem a escola ou a clínica. Com tamanha cruel-
to teórico, conceitual, histórico e prático, o que não dade, é possível esquecer que há muitas experiências
significa que se tornaram limitados diante das outras generosas e colaborativas em todos os lugares. Neste
perspectivas do conhecimento que descrevem e re- capítulo, parte-se de uma óptica ancorada na palavra
desenham o mundo e as ciências. O claustro do co- shalom, que em hebraico significa “estar inteiro ou li-
nhecimento já permaneceu por muitos anos na his- vre”. Estando “inteiro”, pode-se lançar ao estado de pre-
tória humana, deixando os pesquisadores órfãos de sença, em que é possível se apropriar das histórias e
inovações e criatividades. Ser interdisciplinar é parti- se reconstruir diante dos incidentes críticos da vida,*
cipar dos mais variados saberes, fazeres e conviveres. obrigando-se a abandonar a mesmice existencial. Daí
Não se pode colocar-se em um pedestal científico o foco da metáfora da cura vista como cuidado para
qualquer e, do alto, ditar normas para a educação ou
para a saúde. Por isso, este capítulo ousa ao anunciar * Incidente crítico é todo ato de deslocamento que cada in-
divíduo vive diante de algo inusitado ou inesperado. Sensações
a transdisciplinaridade como uma possibilidade de
de inacabamento ou incertezas são constantes, e a instabilidade
conciliação e, ao mesmo tempo, de contradições, existencial é aparente. Esse conceito cunhado por Fazenda expli-
pois o diálogo convoca às reinvenções do cotidiano. ca a natural capacidade humana de adaptação.
disseminar uma diferente investigação fundada na
A Tríade do Cuidado
A Transdisciplinaridade
Capítulo 1
te transdisciplinares: como reter as histórias inter- da reaproximação da educação com a saúde, em que
rompidas? Como estimular a leitura nas entrelinhas? curar é cuidar de alguém como um ser integral em
Como legitimar a autoria alheia sem ferir a própria constante evolução e com contínuas interrogações
história ou ciladas egoicas? existenciais. Paralelamente, é preciso que a competên-
cia do professor em cuidar da sua aula ou pensar na sua
Educação e Saúde: Reaproximação, didática o permita “curar-se” das possíveis cegueiras do
um Estado de Constante Querência excesso de informação sem sentido aos que o ouvirão.
Praticar o círculo do cuidado possibilitaria uma diferen-
A busca por entender a urgência da reaproxima-
te composição do currículo da escola ou da formação
ção dos dois campos do saber – saúde e educação
dos futuros médicos ou profissionais da saúde com ob-
– acontece quando se revisita a gênese da palavra
jetivos específicos de humanização em parceria.
“cura”. Em hebraico, encontra-se teraf, da mesma ori-
gem da palavra “terapeuta”, que significa “soltar nós,
abrir-se”, em uma perspectiva de desbloquear o outro A Escola e a Clínica como Espaços de
a alçar voos. Com essa interpretação de que a paz é Diálogo e Aprendizado
nossa meta é que evidenciamos uma nova compe-
Ao expandir a palavra “escola” para todo o espaço que
tência profissional centralizada na força do ato de cui-
propague a educação formal, não formal ou informal,
dar de si mesmo, do outro e do mundo.
são oferecidas mais chances de reescrever os itinerários
Encontra-se, também, a origem latina para a palavra
formativos e as experiências perpassadas pela pergun-
“cura” no sentido primitivo de cuidado, atenção, diligên-
ta: “o conhecimento cura as pessoas?”. Um exemplo está
cia e zelo, assim como o verbo curo ou curare com o sig-
no diálogo entre uma monja e um professor.
nificado de “cuidar de, olhar por, dar atenção a, tratar”.
Diante de tantas traduções, é preciso entender o Um professor pergunta: “o conhecimento cura as
sentido de ser docente ou agente de saúde como ser pessoas?”.
corresponsável pela manutenção da paz coletiva hoje A monja responde: “o que é o estado de doença
e no futuro. Isso nasce da decisão individual de bem- ou de saúde? São diferentes e complementares ao
-estar no mundo, como Jung (1959):‡ mesmo tempo. Penso que o conhecimento cura as
pessoas, pois o erro ou o acerto são necessários para
Quando se tem medo, quando não se vê nada adiante, so-
mente o passado, então a pessoa se petrifica, se põe num
o discernimento e a decisão, assim como a doença e
estado rígido e morre antes do tempo. Mas quando segue a cura: um não vive sem o outro. Como nos manter na
vivendo, esperando pela grande aventura que está por vir, corda bamba para que o equilíbrio esteja presente o
então se vive plenamente. E isso é que a tua consciência está tempo todo? Há uma sutileza e perfeição em perma-
tentando fazer. É assim, simplesmente. necer no equilíbrio entre a doença e a cura do meu
Também é importante ressaltar que o mito gre- estado mais adequado para cada circunstância, não
go de Asclépio apresentava a dualidade herói-deus projetar apenas uma realidade. Buda diz: ‘veja o que
quando ele foi enviado ao monte Pélion para sua é como é’. Significa que podemos usar óculos colo-
formação com Quíron. A figura do centauro Quíron ridos e significa também que, para cada momento,
remonta ao deus que trabalhava e agia com as mãos uma cor diferente será necessária, pois a mente que
porque era cirurgião e grande médico. Ele possuía a se cristaliza está meio adoentada. Dito isso, precisa-
imortalidade em um corpo que era metade cavalo mos quebrar os gelos dessas mentes. Minha supe-
e vivia entre os homens, mas, após ser atingido por riora dizia que uma sociedade e um relacionamento
uma flecha envenenada, passou a sentir fortes dores, vão se congelando porque cada um representa um
já que, como deus, não se curava nem morreria por papel e ninguém quer sair da sua zona de segurança,
esse ferimento. Daí passou a conviver com a dor e e, quando derretemos os gelos, viramos uma coisa
compreendeu que, para melhorá-la, era preciso saber morna, esta coisa vai chegando ao elo do outro num
qual o ponto de maior sensibilidade em seu corpo, processo de derretimento coletivo”.
apontando para a gênese da doença. O que leva a O professor pergunta: “isso poderia ser um tema
pensar sobre qual o ponto mais sensível no ato de essencial na formação de professores?”.
educar e ser educado? Cuidar e ser cuidado? E a monja responde: “realmente muitos professo-
res perderam a noção de valores porque é necessário
‡ Texto extraído da entrevista sobre a morte realizada em 1959. cumprir os conteúdos fixos da escola. Buda utilizava
3
uma metodologia diferenciada com seus discípulos pegando o meu certificado, percebo que estou curado.
A Transdisciplinaridade
porque não chegava jogando informação, ele utiliza- Muito obrigado a todos os professores e profissionais
va a arte das palavras para preparar os grupos para que ficaram envolvidos nesta minha reabilitação, do
receber os ensinamentos. Assim, é possível quebrar segurança da portaria, do pessoal da limpeza, da recep-
o gelo dos alunos e de seus próprios colegas profes- ção, da biblioteca, do pessoal do suporte e lanche dos
sores”. professores, que sempre receberam a mim e a todos
Pode-se dizer que, na raiz da educação, existe o com um sorriso, compreendendo e aceitando sem pre-
sentido inato do cuidado, nas atividades que articu- conceito nossas adversidades e que acreditou que eu
lam as qualidades físicas, espirituais e morais das pes- poderia ainda ter uma chance de ser curado” [sic].
soas. Por exemplo, em A República, de Platão, Livro X, O relato do aluno exemplifica o que se pretende
há o conceito de aretê, historicamente forjado antes com a valorização dos casos de paz diante da exces-
do conceito de paidos (que significa criança), em que siva propaganda das violências em sala de aula ou na
o fundamental é compreender sua inter-relação com clínica. A prática do cuidado comporia um diferente
a educação proposta na paideia grega. Os sofistas ex- currículo da escola ou da formação dos profissionais da
plicavam que o pedagogo é igual a paidagogós (pais, saúde, influenciando os desenhos das disciplinas e das
paidos = “criança” e agogôs = “guia, condutor”). competências, em uma melhoria didático-pedagógica
Metaforicamente, o pedagogo é, nesta concepção, que levaria a espaços mais saudáveis e, possivelmente,
o condutor ou o guia de crianças nos sentidos físico à sustentabilidade planetária.
e moral, posto que, enquanto conduz a criança, ge- Assim, o relato do aluno foi transformado em um
ralmente andando pelos arredores da cidade ou pe- quadro com três colunas que apontam para espaços
las estradas, constrói um diálogo junto com ela, que convencionais de aprendizagens, paradoxalmente
educa e encanta a ambos. Portanto, o pedagogo é relacionados aos espaços transdisciplinares de cuida-
aquele que conduz “alguém” a “algum” caminho. Isso dos. A primeira coluna trata dos locais convencionais
acontece nas escolas ou nas clínicas atuais. que priorizam seu status quo, muitas vezes imobili-
Deslocar-se das polaridades e permanecer “no meio zados. Na segunda coluna, estão as palavras do alu-
do caminho”, ou seja, a lógica do terceiro incluído – um no, que permitem evidenciar que o acolhimento foi
dos pilares da transdisciplinaridade –, pode ser traduzi- fundamental para seu resgate social e de autoestima.
do pelo relato de um aluno de determinado curso, em A terceira coluna traz a possibilidade de espaços de
uma instituição de educação profissional:§ “Eu era um práticas humanizadas e humanizantes que valoram a
desempregado anônimo, baixa autoestima, rejeitado paz social (Tabela 1.1).
por todos os amigos e discriminado na sociedade por As três colunas são complementares e admitem as
não fazer parte da economia de consumo, mas tinha dicotomias e os paradoxos entre o que existe e o que é
que parar com essa vida de desempregado andando desejável, aguçando outros conhecimentos em busca
por aí, distribuindo currículos, fazendo bicos, enfim. do autoconhecimento, pois
Pedi a Deus, eis que veio uma carta me aceitando num esse conhecimento de si não se especializa em um ou em
curso de vocês e aí vi uma luz no túnel, uma forma de vários dos registros das ciências do humano; tenta, pelo
tratamento, já não suportava mais ser um desemprega- contrário, apreender as suas complexas imbricações no
centro da nossa existencialidade. Procura, pois, envolver os
do anônimo. Chegando à escola, a clínica para essa de-
nossos diferentes modos de estar no mundo, de nos pro-
ficiência tão terrível, fui recebido por todos os profissio- jetarmos nele e de o fazermos na proporção do desenvol-
nais e lá deixei de ser um desempregado anônimo para vimento da nossa capacidade, para multiplicar, alargar,
ser um desempregado conhecido onde conheci várias aprofundar as nossas sensibilidades para nós mesmos e
pessoas na minha situação. Foi quando os ‘professores para o mundo [...].5
doutores’ começaram a aplicar doses homeopáticas de
autoestima, conhecimento e também na sala de reabi- O Cuidado como Arte e o Retorno ao
litação, descobrindo, recuperando e trazendo para fora
nossas habilidades. Hoje, faz dois dias que não estou
Coração
mais desempregado, estou caminhando sozinho. Hoje, Concorda-se com Hipócrates que a vida é curta, a
ciência é vasta, a oportunidade esquiva a intervenção
perigosa e o julgamento difícil. Não basta que o médico
§ Caso real vindo da caixa de sugestões de uma instituição edu-
cacional de São Paulo. Aluno bolsista de Programas Sociais, em faça o que é necessário, mas o doente e seus assistentes
2010. devem fazer o que lhes compete. E as circunstâncias de-
4
vem ser favoráveis. Assim, a educação é uma condição Em busca de uma ampliação da consciência no
Capítulo 1
permanente na vida das pessoas, e os ambientes preci- ato de cuidar, é utilizada uma proposta metodoló-
sam ser preparados para que a saúde se estabeleça, de gica para revisitar a formação docente ou médica
modo que os processos de cuidar de si, do outro e do diante dos paradigmas atuais, envolto de um olhar
mundo se efetivem gradativamente nos dois campos: científico que mescla os aspectos de abordagem
saúde e educação. Se for possível definir uma essência
universal, em uma “dança” entre singular-universal,
que abranja o cuidado, encontra-se o redire ad cor (do
simples-complexo ou doença-saúde.
latim “retorna ao teu coração”), reunindo a capacidade
inata de cura e de autonomia do indivíduo. Modificado Ao desbravar alguns territórios antes não com-
por situações saudáveis, ele não temerá o desconheci- preendidos, deixa-se o excesso das especializações
do ato do saber, pois o conhecimento tende a libertar profissionais, que aprisiona, para permitir que outros
de diversas amarras, lugar em que sons, linguagens e complexidades invadam a capaci-
só os espíritos estreitos permanecem prisioneiros de uma dade criativa de ser e agir no mundo. É uma experiên-
perspectiva epistemológica estritamente definida. Os gran- cia que devolve ao sujeito a sua capacidade de auto-
des espíritos olham por sobre os muros da sua especialida- confiança e autocontrole sobre sua vida e sua saúde,
de, ávidos de abraçar vastos horizontes e de realizar no seu
pensamento uma enciclopédia em estado nascente.6 mesmo em um estado de doença, parecido com o
fundamento da medicina integrativa que propõe
A experiência docente ou do agente de saúde
uma parceria entre o médico e seu paciente para a
não se restringe ao tempo de sala de aula ou à práti-
manutenção da saúde. Começa, assim, por colocar o
ca hospitalar, mas ao desejo de decidir permanecer
na incompletude intelectual causada pelas atitu- paciente como ator principal no processo, como seu
des interdisciplinares. Desse modo, com o diálogo próprio agente de saúde.6 Portanto, o “retorno ao seu
fraterno como estímulo e o respeito mútuo em re- coração”7 – redire ad cor – é o primeiro e mais corajoso
verência à sabedoria do outro, abre-se ao diálogo passo para o estabelecimento da paz e a reativação
transdisciplinar. dos processos de autocuras.
5
Acredita-se que os profissionais estariam prontos a
Considerações Finais
A Transdisciplinaridade
Referências Bibliográficas
1. Foucault M. Microfísica do poder. 29. reimp. Organização e tradução de Roberto Machado. Rio de Janeiro: Graal; 2011.
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6. Gusdorf G. O gato que anda sozinho. In: Pombo O, Guimarães HM, Levy T. Inderdisciplinaridade: antologia. Porto: Campos das Letras;
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Bibliografia
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Sciotti LMS, Souza FC. In: Guy B (coord.). ASLC 2013 – Troisièmes ateliers sur la contradiction. Saint Étienne: Libres Opinions. Presses de
Mines; 2014.
6
Capítulo 2
A Transdisciplinaridade na Saúde
Liliana A. M. V. Takaoka
Lúcia Coutinho
Regina Donnamaria Morais
Rosa Maria Eid Weiler
Capítulo 2
INTERSEÇÃO
Figura 2.3 Esquema de interseção do processo transdisciplinar.
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Psico
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Espera-se que as atitudes e as ações da equipe prevenir e humanizar venham a ser, de fato, o desejo
transdisciplinar não sejam a síntese isolada de todas de toda a equipe. Espera-se que haja troca de sabe-
as especialidades, mas uma única especialidade, gera- res das diferentes especialidades para melhor conhe-
da da proposição conjunta, integrada, em que educar, cer o que significa o “estar doente” em cada cidadão
9
e o que representa esta doença em sua família, em 3. Quais atividades são específicas? Quais ativi-
A Transdisciplinaridade
seu meio social e em seu trabalho, e que a discussão dades são realizadas em conjunto com os de-
dessas ideias, entre todos os profissionais das mais mais profissionais da equipe?
diversas áreas que lidam com o paciente, tornem o 4. O que precisa ser feito para possibilitar a minha
atendimento o mais humanizado possível, em um efetiva integração com todos os demais profis-
contexto biopsicossocial. Neste contexto, a transdis- sionais da equipe?
ciplinaridade favoreceria a interseção entre todas as
disciplinas e interdisciplinas. Para que a configuração Os reducionismos profissionais e as distinções hie-
transdisciplinar seja alcançada, é fundamental que rárquicas podem impedir o desenvolvimento da prá-
esses profissionais de saúde estejam reciprocamente tica transdisciplinar. Por isso, é de suma importância
situados em sua área de origem e na área de cada a construção de espaços sistemáticos, continuados e
um dos colegas. É preciso que cada problema não não hierarquizados para que se instaure uma séria e
solucionado em uma das áreas seja levado para uma frutífera discussão sobre o temário relevante à prática
área vizinha e, assim, seja submetido à luz de um transdisciplinar.23
novo entendimento20-22 (Figura 2.5). É imprescindível que todos os profissionais de-
1. Quais os maiores desafios enfrentados na prá- monstrem profundo conhecimento quanto à sua mis-
tica socioeducacional? Como podem ser supe- são e que, além disso, sejam capazes de compartilhá-
rados? -la com todos os demais membros e parceiros.
2. Que valor tem a minha atuação na equipe? Igualmente, apresenta-se como condição primordial
Como posso aperfeiçoá-la?23 o domínio da cultura da instituição, entendida como
o conjunto de valores e normas informais que cons-
A atuação transdisciplinar carece, por conseguin- tituem percepções, pensamentos e sentimentos co-
te, de uma concepção de gestão pautada em dire- muns de uma organização, ou seja, suposições bási-
trizes democráticas, por meio da qual se atente aos cas consideradas válidas e que influenciam o modo
experimentos, às opiniões, aos conhecimentos e aos de agir dos membros da organização, constituindo
sentimentos manifestados pelos diferentes profissio- uma identidade organizacional.24
nais em relação ao trabalho transdisciplinar. Algumas Desse modo, alguns centros de atendimento já
questões são essenciais à concepção do processo vêm praticando essa atitude. O Ambulatório de Pre-
transdisciplinar e devem ser respondidas por todos maturos da Disciplina Pediatria Neonatal da Escola
os profissionais nele envolvidos, de maneira objetiva Paulista de Medicina da Universidade Federal de São
e transparente: Paulo (EPM-Unifesp) existe desde 1982. Foi criado
1. Quais atividades devo realizar? com o objetivo de prestar assistência multiprofissio-
2. Qual a real demanda e quais os objetivos de nal a crianças nascidas prematuras após a alta hospi-
cada atividade? talar. No Ambulatório, são acompanhados os prema-
turos com peso ao nascer inferior a 2.000 g nascidos
no Hospital São Paulo e aqueles com peso inferior
a 1.500 g nascidos no Hospital Municipal Vereador
José Storopolli e no Hospital Estadual de Diadema.
A cada ano, mais de 100 prematuros ingressam no
ambulatório e atualmente há cerca de 800 crianças
em acompanhamento, algumas delas já com 18 anos
de idade. Apesar de todos os esforços na melhoria da
assistência a essas pequenas crianças, alguns proble-
mas podem acompanhá-las por toda a vida. Cerca
de 10% das crianças com peso ao nascer menor que
1.500 g apresentam lesão cerebral. Além disso, a bai-
xa condição socioeconômica e cultural é o fator mais
associado com baixos quocientes de inteligência ne-
las. Desta forma, o auxílio social e financeiro às suas
Figura 2.5 Atendimento transdisciplinar: fonoaudióloga orientan- famílias pode contribuir para melhores crescimento e
do a escovação. desenvolvimento.24
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O acompanhamento das crianças de muito baixo equipe já conhece todos os problemas apresentados
Capítulo 2
peso ao nascer ao longo dos anos mostra que elas por esses bebês no início de suas vidas. Como essas
apresentam risco bastante elevado de déficit motor crianças chegam a ficar 2 a 3 meses internadas, cria-se
(12%), auditivo (6%) e de linguagem (21%), além de um vínculo muito grande entre a família e a equipe.24
alterações comportamentais (18%). O déficit visual, Buscando integrar todos os sistemas que envolvem
observado em 10% dessas crianças, é 10 vezes mais este prematuro, sua família e sua situação sociocultu-
frequente comparado ao observado em crianças ral, e também buscando facilitar o comparecimento
com peso de nascimento superior a 2.500 g. Entre as dessas crianças ao seguimento, quando elas recebem
intercorrências clínicas, as doenças respiratórias são alta da unidade neonatal, sua primeira consulta no am-
as mais frequentes (32%).24 bulatório já está agendada e ocorre logo na primeira
Mesmo sem apresentar complicações graves no semana após a alta, visto que é imperioso saber como
período neonatal, as crianças nascidas prematuras está a adaptação do bebê com os pais até este ponto.24
apresentam risco aumentado para problemas de Nessa primeira consulta, o Ambulatório é apre-
desenvolvimento. Ainda que essas alterações sejam sentado à família, informando-a sobre seus objetivos
mínimas, o seu rápido reconhecimento é de funda- e funcionamento.24 A família e seu prematuro rece-
mental importância para a intervenção precoce e a berão atendimento pediátrico, neurológico, fonoau-
obtenção de melhor qualidade de vida.24 diológico, fisioterápico, psicológico e odontológico,
Em relação ao crescimento, os estudos mostram bem como assistência social, além das consultas
que crianças nascidas prematuras, mesmo corrigindo eventuais em caso de necessidade, buscando atua-
a sua idade pelo grau de prematuridade, apresentam ção transdisciplinar (Figuras 2.6 a 2.8).
peso e estatura inferiores aos das crianças nascidas O acompanhamento ambulatorial com as especia-
com 9 meses de gestação, e essas diferenças podem lidades permite o diagnóstico e o tratamento preco-
persistir até a idade adulta. A nutrição adequada e a ce das possíveis sequelas da prematuridade, minimi-
melhoria das condições gerais de saúde propiciam zando suas repercussões.24
crescimento mais adequado.24 O Centro de Atendimento e Apoio ao Adolescen-
Esse panorama indica a necessidade de acompa- te (CAAA), do Departamento de Pediatria da EPM-
nhamento especializado, sendo este o objetivo do -Unifesp, promove atividades de assistência integral à
Ambulatório de Prematuros. Esse acompanhamento saúde do adolescente. Contando com equipe multi-
é realizado por profissionais de diversos segmentos disciplinar formada por médicos, nutricionistas, edu-
da área da saúde, como pediatra, neurologista infantil, cadores físicos, assistentes sociais, fonoaudiólogos,
fonoaudiólogo, oftalmologista, psicólogo, fisioterapeu- dentistas, psicólogos e psicopedagogos, o CAAA rea-
ta, nutricionista, odontólogo e assistente social. Essa liza atendimento gratuito aos adolescentes na faixa
equipe é composta por profissionais que prestaram etária de 10 a 19 anos. Além desses profissionais, gi-
assistência a essas crianças durante a sua internação necologistas e urologistas passaram a prestar atendi-
no berçário, o que facilita o acompanhamento, pois a mento aos adolescentes dentro dos próprios setores.
Figura 2.6 Atendimento multidisciplinar (fisioterapeuta/terapeuta Figura 2.7 Atendimento multidisciplinar (fonoaudióloga/terapeuta
ocupacional) em atuação transdisciplinar. ocupacional) em atuação transdisciplinar.
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integrado a crianças portadoras de deficiência físi-
A Transdisciplinaridade
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Capítulo 2
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