ARCHENTI, Nélida. ALBAINE, Laura. o Feminismo Na Política. Paridade e Violência Política de Gênero Na América Latina.
ARCHENTI, Nélida. ALBAINE, Laura. o Feminismo Na Política. Paridade e Violência Política de Gênero Na América Latina.
ARCHENTI, Nélida. ALBAINE, Laura. o Feminismo Na Política. Paridade e Violência Política de Gênero Na América Latina.
Nélida Archenti
L aur a Alb aine
Resumo
Abstract
* Panamá adotou a paridade política de gênero nas eleições internas e primárias através da Lei Nº 54 (2012).
** Venezuela aplicou a paridade de gênero em nível nacional em duas oportunidades. Em 2005, através
da Resolução Nº 050401-179 e em 2015, mediante a Resolução Nº 150. 625- 147.
Fonte: Elaboração própria com base em dados de Archenti e Tula (2008), do Observatório de gênero da
CEPAL e das páginas na internet dos órgãos eleitorais de cada país.
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pación política de las mujeres y los hombres en los procesos electorales), de 2016,
estabelece como norma geral que nas listas de deputados titulares ao Congresso
Nacional nos Departamentos com três ou mais deputados, a alternância é permi-
tida da primeira à última posição (Art. 7, Inc. 6). Entretanto, dispõe que, para
fins de inscrição, a exigência deste mecanismo vigora a partir da terceira, quarta
ou quinta posição1 (Art. 7, Inc. 7). Isto significa que a aplicação dos mecanismos
de alternância e de ordem sequencial assume caráter mandatório a partir da ter-
ceira posição da lista, enquanto nas posições precedentes, constitui-se como mera
possibilidade sob o critério arbitrário dos partidos políticos.
Considerando a lógica patriarcal que tende a nortear a montagem das listas
eleitorais, existe a possibilidade de que nenhuma mulher seja incluída nas primei-
ras posições, ou que, caso sejam incorporadas, ocupem posições menos vantajosas
de serem eleitas em comparação aos homens. Por exemplo, em um departamento
que elege sete deputados, existe a possibilidade de que as três primeiras posições
da lista sejam ocupadas por homens e que a alternância, em distrito desta magni-
tude, seja exigida apenas a partir da quarta posição.
É oportuno mencionar que em Honduras este marco regulatório funciona
com um sistema eleitoral de voto preferencial que, mediante o desbloqueio da
lista, permite alterar os mecanismos de alternância e de ordem sequencial deter-
minados pela norma de paridade, por meio da preferência dos eleitores. Quando
esse aspecto está associado a um cenário eleitoral fragmentado e à baixa preferên-
cia dos eleitores por eleger candidatas mulheres, as possibilidades de que uma das
mulheres seja eleita é ainda mais escassa, o que restringe ainda mais a eficácia real
da norma de paridade.
Por outro lado, outro aspecto a considerar é a incorporação de disposições
na lei que garantam a aplicabilidade da paridade através de medidas punitivas
quando de seu descumprimento. No caso da Bolívia, por exemplo, a Lei 4021
– Regime Eleitoral Transitório, de 2009, através do Art. 9, “Da Igualdade de
Oportunidades entre Homens e Mulheres” não previa a aplicação de medidas
punitivas para os partidos políticos que não cumprissem com a paridade. Esta
deficiência foi corrigida posteriormente através da Lei 026 – Regime Eleitoral, de
2010, que estabeleceu que as listas que não cumprissem os critérios de paridade e
alternância não seriam aceitas (Art. 107).
1 Nestes casos fica estabelecido que a alternância deve começar com um candidato do sexo
oposto ao do anterior (Art. 7, Inc. 7).
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b) Aplicação da norma
2 Esta disposição foi feita para reafirmar o disposto pela Lei Nº 026 (2010).
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c) Justiça eleitoral
Embora seja possível afirmar que está sendo construído em nível regional
um novo paradigma jurídico mais favorável ao exercício igualitário dos direitos
políticos entre os sexos, anda é possível detectar a dificuldade gerada em certos
casos, pela ação da justiça eleitoral no avanço em direção a uma democracia pa-
ritária substancial.
A título de exemplo, na Província de Buenos Aires, o distrito eleitoral mais
relevante da Argentina, a alternância e sequência entre os sexos por binômios,
prevista pela norma de paridade subnacional (Lei Nº 14.848) foi violada através
da Resolução Nº 114, de 2017, da Junta Eleitoral, que propôs harmonizar este
mecanismo nas eleições gerais com a vontade popular resultante das eleições
primárias. O resultado disso foi que no processo de formação das listas gerais a
partir de duas ou mais listas que haviam concorrido nas eleições primárias, foi
dada prioridade à ordem de candidatos original das cédulas, anulando a aplica-
ção da alternância e sequência por binômios entre os sexos3 previstos na lei. A
decisão da Junta Eleitoral foi baseada em que a norma de paridade ainda não
havia sido regulamentada, apesar de a Lei Nº 14.848 prever mecanismos para sua
aplicação no Art. 2, e que seria um fato do príncipe modificar a vontade popular
que elegeu uma lista, a fim de respeitar a alternância e sequência de sexos esta-
belecidos pela lei.
Este exemplo demonstra que a interpretação e as ações levadas a cabo pelos
órgãos da justiça eleitoral podem condicionar a eficácia da paridade ao flexibilizar
e/ou distorcer o sentido real da lei, assim como a importância social e política
constituída pelas normas que defendem a igualdade entre os sexos no exercício
dos direitos políticos; fato que atenta não apenas contra os direitos de um grupo
social, mas também contra a qualidade das democracias latino-americanas.
3 A Resolução Nº 114 da Junta Eleitoral da província estabeleceu que“as listas de candidatos para
as eleições gerais de uma mesma coligação política ou aliança integrada por duas ou mais listas que
participaram da EPAOS, deverão ser apresentadas sem alterar a ordem prevista nas listas de pré-
candidatos que participaram das eleições primárias, abertas, obrigatórias e simultâneas no momen-
to da integração”.
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■■ A aplicação das cotas e da paridade política tende a ser acompanhada por for-
mas de discriminação e violência de gênero que restringem e/ou anulam o exer-
cício dos direitos políticos eleitorais e direitos humanos das mulheres. Este pro-
blema não deve ser pensado apenas como uma consequência do empoderamento
político deste grupo social associado à implementação de ambas as medidas, mas
deve ser associado à complexa realidade de precarização social e econômica pela
qual passam as sociedades latino-americanas (Segato, 2017). Ou seja, não se trata
de questionar a eficácia da paridade política com relação à sua incidência sobre o
exercício da violência de gênero, mas de promover políticas públicas orientadas à
proteção das mulheres no exercício de seus direitos políticos considerando o con-
texto sociopolítico adverso onde opera.
Como afirma Torres García (2017), “a violência é um conceito complexo e de
difícil compreensão, que tem múltiplas abordagens analíticas, assim como um sentido
multifatorial e multidimensional de causas e consequências”. A violência de gênero
no âmbito político é correlacionado e justaposto a certas formas de violência a
que estão sujeitas as mulheres na sociedade civil que, através das regras que regu-
lam a relação entre governantes e governados e que são próprias das democracias
modernas, se manifestam no espaço político-eleitoral. Embora não se trate de
um problema recente, a novidade é que a violência de gênero no âmbito político
ganhou visibilidade, reconhecimento e relevância no século XXI e foi contex-
tualizada pelo impulso por igualdade observado na América Latina, promovido,
principalmente, por meio dos consensos regionais adotados no início deste mi-
lênio (Consenso de Quito 2007, Consenso de Brasília 2010, Consenso de Santo
Domingo, 2013 e a Norma Marco para consolidar a Democracia Paritária 2015).
Em nível regional, a Declaração sobre a Violência e o Assédio Político contra
as Mulheres (OEA/CIM, 2015), primeiro acordo sobre a matéria, e a Lei Modelo
Interamericana sobre Violência Política contra as Mulheres (OEA/CIM, 2017)
constituem os avanços legais que conceituam esta problemática.
De acordo com a Lei Modelo Interamericana sobre Violência Política con-
tra as Mulheres, “A ‘violência política contra as mulheres’ deve ser entendida
como qualquer ação, conduta ou omissão realizada de forma direta ou através
de terceiros que, baseada em seu gênero, cause dano ou sofrimento a uma ou a
várias mulheres e cujo objetivo ou resultado seja prejudicar ou anular o reconhe-
cimento, gozo ou exercício de seus direitos políticos. A violência politica contra
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as mulheres pode incluir, entre outras, violência física, sexual, psicológica, moral,
econômica ou simbólica” (Art. 3, CIM/OEA, 2017).
A especificidade da violência política baseada em gênero se sustenta sobre as
assimetrias das relações de poder entre homens e mulheres (Cerva Cerna, 2014)
que configuram a lógica patriarcal do fazer político. Em termos gerais, é possível
afirmar que o poder político está sustentado principalmente em; 1) capacidade de
obter votos do eleitorado e o acesso a cargos decisórios, 2) capacidade de influen-
ciar a dinâmica interna da organização partidária e adquirir disciplina partidária,
3) possibilidade de influenciar o processo de seleção de candidatos e formação das
listas e, 4) disponibilidade de contar com recursos econômicos, acesso aos meios
de comunicação e uso das redes sociais, sobretudo no desenvolvimento das cam-
panhas eleitorais.
O poder político é constituído de forma diversa em termos de gênero nas
instituições políticas como resultado da expressão da vontade geral através das
regras que regem a competência política e de certos comportamentos político
-partidários que tendem a ser desfavoráveis ao exercício real dos direitos políticos
das mulheres. Em alguns casos, os elementos constitutivos do poder político são
utilizados com o propósito de dificultar o acesso, o desempenho e a permanência
das mulheres na política, impossibilitando o exercício real de seus direitos polí-
ticos. Deste modo, o exercício da violência política baseada em gênero aparece
associado ao poder político e pode ser definido como o uso do poder político com
o objetivo de violar os direitos políticos e direitos humanos das mulheres.
Deste modo, é possível detectar formas de violência política baseada em gê-
nero em: 1) instituições políticas entendidas como regimes de gênero (Connell
1987, 1990), que tendem a institucionalizar a desigualdade estrutural entre os
sexos e, 2) certas regras formais e informais que regulam a competência político
-eleitoral, que privilegiam interesses predominantemente masculinos e favorecem
comportamentos eleitorais adversos à participação política das mulheres. Ou seja,
é possível afirmar que existe uma violência política baseada em gênero instituciona-
lizada que é exercida a partir do poder político e que não respeita o espírito dos
marcos regulatórios de âmbito nacional e internacional que defendem a igualdade
entre os gêneros no âmbito político. Exemplos disso são a configuração das nor-
mas que dificultam o exercício dos direitos políticos e eleitorais das mulheres, a
dinâmica das instituições partidárias e legislativas que são governadas por regras
formais e informais baseadas em estereótipos de gênero e certas decisões em ma-
téria eleitoral contrárias às normas que defendem a igualdade entre os sexos no
exercício dos direitos políticos.
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Nesse sentido, podemos afirmar que existem dois níveis de violência política
baseada em gênero: 1) nível invisível – quase imperceptível, normalizado pela es-
trutura social e política – que emana das instituições políticas e se expressa através
da violência política institucionalizada e, 2) nível visível constituído em certos con-
textos políticos e culturais pela violência física contra as mulheres políticas e que
é promovido pela reprodução de padrões socioculturais adversos à participação
política das mulheres através da dinâmica institucional e certas regras formais e
informais que a regulam.
É fundamental confrontar a violência política institucionalizada uma vez que,
historicamente, essa prática foi naturalizada ou normalizada constituindo uma
forma de reprodução de condições de desigualdade entre homens e mulheres na
arena política que, em certos contextos políticos e culturais pode resultar em femi-
nicídio de mulheres políticas. Um caso emblemático, e que permanece impune,
é o de Juana Quispe Apaza, conselheira do município de Ancoraimes de La Paz,
Bolívia, assassinada em 2012. Segundo testemunhas, antes de ser assassinada, ela
sofreu discriminação e constantes agressões verbais e físicas por parte do prefeito e
dos conselheiros que ela havia denunciado por corrupção, negando-lhe, inclusive,
sua participação nas sessões do conselho4 (Associação de Conselheiros da Bolívia
(ACOBOL)5. O assassinato de Juana Quispe Apaza resultou na aprovação da Lei
Nº 243 contra o assédio e/ou a violência política baseada em gênero no contex-
to da fundação de um novo tipo de Estado de caráter plurinacional (Archenti e
Albaine, 2013).
A título de conclusão
4 Ver nota Tribunal de Mulheres ameaça recorrer à Corte Interamericana de Direitos Humanos.
Agencia de noticia FIDES, 30 de noviembre de 2017. Disponible en https://www.noticiasfi-
des.com/nacional/seguridad/
tribunal-de-las-mujeres-anuncia-que-acudira-a-la-cidh-por-casos-de-acoso-politico-y-femini-
cidio-383905
5 Ver nota Conselheira Juana Quispe Apaza: assassinada. Instituto de Ciencia, Economía, Edu-
cación y Salud, 23 de marzo de 2012. Disponible en http://www.icees.org.bo/2012/03/conce-
jala-juana-quispe-apaza-asesinada/
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segundo tipo mais avançado que o primeiro. Ambas as normas tiveram impactos
positivos, mas também encontraram obstáculos importantes à sua implementa-
ção. Estes, são desenvolvidos, principalmente em três níveis: a) na confecção da
norma em si, b) na sua implementação pelos partidos políticos e, c) nas decisões
da justiça eleitoral.
É importante notar que estas medidas foram sendo aperfeiçoadas em dife-
rentes países ao longo do tempo para tentar superar os obstáculos que iam apare-
cendo. Desta forma, foi incorporada a ordem de posição para evitar que as can-
didatas mulheres fossem incluídas ao final da lista; as medidas foram declaradas
de “ordem pública” a fim de que qualquer cidadão possa denunciar transgressões
à lei; foram estabelecidas medidas punitivas para o não cumprimento de modo
que os partidos políticos assumissem a obrigatoriedade da norma e, recentemen-
te, foi estabelecida a paridade horizontal para evitar o persistente encabeçamento
das listas por candidatos homens. No entanto, algumas dificuldades são de difícil
solução como é o caso das tensões produzidas ao incorporar as normas de gênero
ao sistema eleitoral.
Juntamente com o desenvolvimento deste tipo de medidas, destaca-se a dis-
criminação e a violência baseadas em gênero que surgem ante o empoderamen-
to das mulheres pela implementação de normas que abrem caminho para o seu
acesso aos cargos políticos em contextos de persistente desigualdade. Este tipo de
violência foi denominada violência política baseada em gênero, denotando sua
vinculação com o poder político. Dois elementos são necessários para a constitui-
ção da violência politica baseada em gênero: a) o uso do poder político orientado
à b) violação dos direitos políticos das mulheres. Ou seja, quando o uso do poder
político, de qualquer maneira, mesmo em omissão, viola os direitos políticos das
mulheres ou as impedem de exercer seus direitos políticos, estamos diante de atos
de violência politica baseada em gênero.
A violência política de gênero foi reconhecida em documentos nacionais e
internacionais através de relatórios e leis como um problema grave para a demo-
cracia. No entanto, ainda não existem projetos institucionais eficientes para sua
eliminação. O único país da América Latina que adotou uma norma específica
capaz de abordar esse problema é o Estado Plurinacional da Bolívia, através da lei
No 243, de 2012, que enfrenta dificuldades em sua implementação e na resolução
dos casos.
Em resumo, as normas que defendem a igualdade na participação política
entre os sexos não bastam para o estabelecimento de uma democracia paritária
substancial. A constituição da democracia paritária substancial requer profundas
o f e mi n i s m o na po l ít ic a 21
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