TCC Rafael Soares de Oliveira

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CAMPOS DO AGRESTE
NÚCLEO DE ADMINISTRAÇÃO
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO

RAFAEL SOARES DE OLIVEIRA

AVALIAÇÃO TÉCNICA E FINANCEIRA DE UTILIZAÇÃO DA ENERGIA SOLAR,


VIA SISTEMA ON GRID, EM TRÊS MUNICÍPIOS PERNAMBUCANOS: estudo de
casos múltiplos utilizando o software PVSol premium versão 2021

Caruaru
2022
RAFAEL SOARES DE OLIVEIRA

AVALIAÇÃO TÉCNICA E FINANCEIRA DE UTILIZAÇÃO DA ENERGIA SOLAR,


VIA SISTEMA ON GRID, EM TRÊS MUNICÍPIOS PERNAMBUCANOS: estudo de
casos múltiplos utilizando o software PVSol premium versão 2021

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao


Curso de Administração da Universidade Federal
de Pernambuco, como requisito parcial para
obtenção do título de bacharel em Administração.

Área de concentração: Administração Financeira

Orientador: Prof. Antônio César Cardim Britto

Caruaru
2022
Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor,
através do programa de geração automática do SIB/UFPE

Oliveira, Rafael Soares de.


Avaliação técnica e financeira de utilização da energia solar, via sistema on
grid, em três municípios pernambucanos: estudo de casos múltiplos utilizando
o software pvsol premium versão 2021 / Rafael Soares de Oliveira. - Caruaru,
2022.
129 : il., tab.

Orientador(a): Antônio César Cardim Britto


Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Universidade Federal de
Pernambuco, Centro Acadêmico do Agreste, Administração - Bacharelado,
2022.

1. Energia solar. 2. Sistema Fotovoltaico. 3. Tecnologia on grid. 4.


Demanda energética residencial. I. Britto, Antônio César Cardim. (Orientação).
II. Título.

650 CDD (22.ed.)


RAFAEL SOARES DE OLIVEIRA

AVALIAÇÃO TÉCNICA E FINANCEIRA DE UTILIZAÇÃO DA ENERGIA SOLAR,


VIA SISTEMA ON GRID, EM TRÊS MUNICÍPIOS PERNAMBUCANOS: estudo de
casos múltiplos utilizando o software PVSol premium versão 2021

Trabalho de conclusão de curso apresentado


ao Curso de Administração da Universidade
Federal de Pernambuco, como requisito
parcial para obtenção do título de bacharel
em Administração.

Aprovado em: 25/05/2022.

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________
Prof. Antônio César Cardim Britto
Universidade Federal de Pernambuco

______________________________________________
Prof. Mário Rodrigues dos Anjos Neto
Universidade Federal de Pernambuco

______________________________________________
Prof. Carlos Henrique Michels de Sant’Anna
Universidade de Pernambuco - UPE / Universidade Católica de Pernambuco - UNICAP
AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus, por me abençoar e me dar o discernimento


necessário todos os dias.

Agradeço a meus pais, Dionilo Martins (in memória) e Regiane Soares, por todo amor
e carinho dispendidos em minha criação e educação, responsáveis diretos pelo o
homem que me tornei.

Agradeço a minhas irmãs, Maria Teresa, Maria Rafaela, Raiane e Raquele, por todo
o apoio incondicional.

Agradeço a minha namorada, Eduarda Marinho, que além de colega de curso, tornou-
se minha melhor amiga, sendo a minha base nesse processo, me apoiando durante
todo esse difícil trajeto até a conclusão do presente projeto e consequentemente
conclusão do curso de administração.

Agradeço também a todos os meus colegas de curso, pela paciência e troca de


informações, contribuindo de forma fundamental para a minha formação.

Gostaria de demonstrar a minha gratidão também para com o corpo docente da


Universidade Federal de Pernambuco, campus acadêmico do agreste, responsável
por galgar todo o meu conhecimento adquirido ao decorrer desses anos no curso de
administração.

Meu agradecimento em especial ao meu orientador, prof. Antônio César Cardim, que
se tornou também um grande amigo, compartilhando sua experiência e conhecimento
ao longo da elaboração do presente trabalho, tornando possível a sua realização.
“Para sermos mais generosos
diríamos, como não somos gênios,
precisamos de parâmetros para
caminhar no conhecimento. Porém,
ainda que simples mortais, a marca
de criatividade é nossa ‘grife’ em
qualquer trabalho de investigação”.
(MINAYO, 1994, p.17)
RESUMO

O presente estudo visa demonstrar, por meio de uma pesquisa bibliográfica, a


importância da energia solar como fonte de energia limpa e renovável, sendo uma
alternativa complementar para diminuir a dependência hidráulica da matriz elétrica
nacional. E de forma subsidiária colher evidências empíricas sobre a viabilidade
técnica e financeira para implementação de projetos de energia solar com utilização
de placas fotovoltaicas, em residências do estado de Pernambuco localizadas em três
regiões com distintos níveis de Irradiação solar: sertão, zona da mata e agreste, mais
especificamente nos municípios de Petrolina, Vitória de Santo Antão e São Caitano.
Trata-se de uma pesquisa de natureza exploratória, descritiva, bibliográfica, de
abordagem híbrida qualitativa e quantitativa, realizada por meio de uma exaustiva
pesquisa bibliográfica e também por um estudo de casos múltiplos. Utilizou-se do
instrumento da estatística descritiva e também do Software PV Sol – versão 2021,
desenvolvido pela empresa americana Di Valentim Energy Software, e utilizado no
mundo todo para projetos e simulação de sistemas fotovoltaicos. Diferentemente de
fontes como a hidráulica e a eólica, a principal vantagem da matriz solar não está na
construção de grandes usinas, mas sim na instalação de sistemas fotovoltaicos para
a autoprodução. Sendo assim, em diversos países, essa forma de produção vem se
difundindo nos últimos anos e tem apresentado um crescimento exponencial. No
Brasil, a partir da resolução 482/12 da ANEEL, foram instituídas regras para
possibilitar a geração distribuída de energia solar, servindo assim como marco inicial
para a sua utilização em edificações residenciais e comerciais, fato que deve ser
potencializado a partir da instituição da lei nº. 14.300/22. Todavia, diante do grande
potencial brasileiro, o número de instalações ainda é considerado baixo. Isso porque,
diferentemente de grandes potências, como Alemanha e Japão, o Brasil ainda não
adota tantos incentivos fiscais, subsídios e demais políticas públicas capazes de
facilitar o acesso à essa matriz elétrica. Ficou comprovado a viabilidade técnica e
financeira da implantação de sistema fotovoltaicos nas residências estudadas: No
caso de São Caitano (investimento: R$ 2.310,00; energia produzida: 2.465 kwh/ano,
potência fotovoltaica: 1,53KWp; fluxo de caixa acumulado: R$ 29.933,28; pay-back:
1,7 anos); Petrolina (investimento: R$ 2310,00; energia produzida: 2.649 kwh/ano;
potência fotovoltaica: 1,5KWp; fluxo de caixa acumulado: R$ 42.213,27; pay-back: 1,2
anos); Vitória de Santo Antão: (investimento: R$ 2.310,00; energia produzida:
2.511,00 kwh/ano, potência fotovoltaica: 1,5 KWp; fluxo de Caixa acumulado: R$
33.872,22; pay-back: 1,5 anos). O investimento supracitado refere-se apenas a
equipamentos, não incluindo mão-de-obra técnica para projeto, homologação,
instalação e monitoramento.

Palavras-chave: energia solar; sistema fotovoltaico; tecnologia on grid; demanda


energética residencial.
ABSTRACT

The present study aims to demonstrate, through a bibliographical research, the


importance of solar energy as a source of clean and renewable energy, being a
complementary alternative to reduce the hydraulic dependence of the national
electrical matrix. And in a subsidiary way, to collect empirical evidence on the technical
and financial feasibility for the implementation of solar energy projects with the use of
photovoltaic panels, in residences in the state of Pernambuco located in three regions
with different levels of solar irradiation: sertão, zona da mata and agreste, more
specifically in the municipalities of Petrolina, Vitória de Santo Antão and São Caitano.
This is an exploratory, descriptive, bibliographic research, with a hybrid qualitative and
quantitative approach, carried out through an exhaustive bibliographic research and
also through a multiple case study. The descriptive statistics instrument was used, as
well as the PV Sol Software - version 2021, developed by the American company Di
Valentim Energy Software, and used worldwide for projects and simulation of
photovoltaic systems. Unlike sources such as hydraulics and wind, the main advantage
of the solar matrix is not in the construction of large plants, but in the installation of
photovoltaic systems for self-production. Therefore, in several countries, this form of
production has been spreading in recent years and has shown exponential growth. In
Brazil, from ANEEL resolution 482/12, rules were instituted to enable the distributed
generation of solar energy, thus serving as a starting point for its use in residential and
commercial buildings, a fact that should be strengthened from the institution of the law
no. 14,300/22. However, given the great Brazilian potential, the number of installations
is still considered low. This is because, unlike major powers such as Germany and
Japan, Brazil still does not adopt so many tax incentives, subsidies and other public
policies capable of facilitating access to this electrical matrix. The technical and
financial feasibility of implementing a photovoltaic system in the studied residences
was proven: In the case of São Caitano (investment: R$ 2,310.00; energy produced:
2,465 kWh/year, photovoltaic power: 1.53KWp; accumulated cash flow: BRL
29,933.28; payback: 1.7 years); Petrolina (investment: R$ 2310.00; energy produced:
2.649 KWh/year; photovoltaic power: 1.5 KWp; accumulated cash flow: R$ 42,213.27;
payback: 1.2 years); Vitória de Santo Antão: (investment: BRL 2,310.00; energy
produced 2,511.00 kwh/year, photovoltaic power: 1.5 KWp; accumulated cash flow:
BRL 33,872.22; payback: 1.5 years). The aforementioned investment refers only to
equipment, not including technical labor for design, approval, installation and
monitoring

Key-Words: solar energy; photovoltaic system; network technology; residential energy


demand.
LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 - Sistemas on grid e off grid em residências ............................................ 30


Figura 2.2 - Efeito fotovoltaico .................................................................................. 32
Figura 2.3 - Células monocristalinas ........................................................................ 34
Figura 2.4 - Células policristalinas. ........................................................................... 34
Figura 2.5 - Célula filme fino. ................................................................................... 35
Figura 2.6 - Células mono PERC ............................................................................. 36
Figura 2.7 - Estrutura do módulo fv com células de silício cristalino ......................... 37
Figura 2.8 - Produção Mundial Industrial de Módulos Fotovoltaicos ......................... 40
Figura 2.9 - Panorama global de energia fotovoltaica 2001-2020 ............................ 41
Figura 2.10 - Matriz elétrica brasileira ...................................................................... 43
Figura 2.11 - Matriz elétrica mundial ........................................................................ 43
Figura 2.12 - Mapa de radiação solar do mundo ...................................................... 48
Figura 2.13 - Panorama da energia fotovoltaica no Brasil ........................................ 49
Figura 2.14 - Geração distribuída por estados ......................................................... 50
Figura 4.1 - Diferenciação entre sistema off-grid e on-grid ....................................... 72
Figura 4.2 - Áreas que não recebem radiação solar no painel ................................. 74
Figura 4.3 - Evolução do preço dos módulos fv........................................................ 74
Figura 4.4 - Evolução do preço do polissilício .......................................................... 74
Figura 4.5 - Painéis solares instalados no teto da Prefeitura de Curitiba .................. 75
Figura 4.6 – Painéis integrados à faixada do Centro de Pesquisas da CAOA .......... 75
Figura 4.7- Estruturas de suporte com módulos ....................................................... 77
Figura 4.8 - Evolução dos Preços dos sistemas fv nos últimos 5 anos ..................... 79
Figura 5.1 - Geração distribuída por classe de consumo ......................................... 81
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 5.1 - Previsão de rendimento com consumo ................................................ 87


Gráfico 5.2 - Irradiação mensal por módulo ............................................................. 87
Gráfico 5.3 – Fluxo de Energia ................................................................................. 88
Gráfico 5.4 - Previsão do Rendimento por inversor ................................................. 88
Gráfico 5.5 - Irradiação por área do módulo ............................................................. 89
Gráfico 5.6 - Energia Fotovoltaica ao longo do prazo do projeto .............................. 89
Gráfico 5.7 - Temperatura por área do módulo ........................................................ 89
Gráfico 5.8 – Economia de Energia .......................................................................... 94
Gráfico 5.9 - Fluxo de Caixa acumulado .................................................................. 94
Gráfico 5.10 - Evolução dos custos de energia ....................................................... 95
Gráfico 5.11 - Previsão de Rendimento com consumo........................................... 100
Gráfico 5.12 - Irradiação mensal por módulos ........................................................ 100
Gráfico 5.13 - Fluxo de Energia ............................................................................. 101
Gráfico 5.14 - Previsão do Rendimento do Inversos .............................................. 101
Gráfico 5.15 - Irradiação por área do Inversor ........................................................ 102
Gráfico 5.16 - Energia Fotovoltaica por modulo ao longo do prazo ........................ 102
Gráfico 5.17 - Temperatura por área do módulo .................................................... 103
Gráfico 5.18 - Economia de energia ....................................................................... 108
Gráfico 5.19 - Fluxo de caixa acumulado ............................................................... 108
Gráfico 5.20 - Evolução dos custos de energia ...................................................... 109
Gráfico 5.21 - Previsão de Rendimento com consumo........................................... 114
Gráfico 5.22 – Irradiação mensal por módulos ....................................................... 114
Gráfico 5.23 - Fluxo de Energia ............................................................................. 114
Gráfico 5.24 - Previsão do rendimento dos inversores ........................................... 115
Gráfico 5.25 – Irradiação da área por inversor ....................................................... 116
Gráfico 5.26 - Energia fotovoltaica por módulo ao longo do prazo ......................... 116
Gráfico 5.27 - Temperatura por área do módulo .................................................... 117
Gráfico 5.28 - Economia com energia .................................................................... 122
Gráfico 5.29 - Fluxo de caixa acumulado ............................................................... 122
Gráfico 5.30 - Evolução dos custos de energia ...................................................... 123
LISTA DE QUADROS

Quadro 2.1 - Vantagens e Desvantagens do uso da energia solar fv ...................... 31


Quadro 2.2 - Principais desafios e incentivos para a geração solar fv no Brasil ...... 51
Quadro 5.1 – Resultado da área de módulo ............................................................ 88
Quadro 5.2 - Balanço Energético ............................................................................ 90
Quadro 5.3 - Análise Financeira .............................................................................. 91
Quadro 5.4 - Tabela de fluxo de caixa (Projeção para 21 anos) .............................. 92
Quadro 5.5 - Conta de Energia ............................................................................... 93
Quadro 5.6 - Resultado da área por módulos ....................................................... 101
Quadro 5.7- Balanço Energético ........................................................................... 104
Quadro 5.8 - Análise Financeira ............................................................................ 105
Quadro 5.9 - Fluxo de Caixa com prazo para 21 anos .......................................... 106
Quadro 5.10 - Conta de energia ............................................................................ 107
LISTA DE ABREVIATURAS

ABEEOLICA Associação Brasileira de Energia Eólica


ABSOLAR Associação Brasileira de Energia Solar
ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica
BB Banco do Brasil
BEN Balanço Energético Nacional
CB-Solar Centro Brasileiro para Desenvolvimento de Energia Solar Fotovoltaica
CC Corrente Contínua
CEPEL Centro de Pesquisas de Energia Elétrica
CM Centímetros
CRESESB Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sergio Brito
CTA Centro Tecnológico de Aeronáutica
DPS Proteção Contra Surtos
DSV Dispositivo de Seccionamento Visível
EPE Empresa de Pesquisa Energética
EVA Acetato de Etil Vinila
FV Fotovoltaico
GW Gigawatt
IEA Agência Internacional de Energia
INEE Instituto Nacional de Eficiência Energética
INT Instituto Nacional de Tecnologia
IRENA Agência Internacional para Energia Renováveis
KM Quilômetros
KWH Quilowatt-hora
KWP Quilowatt-pico
MW Megawat
NASA National Aeronautics and Space Administration
PDE Plano Decenal de Energia
PEE Programa de Eficiência Energética
PERS Programa de Energia Renovável Social
PET Tereftalato de Polietileno
PRONAF Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
PVF Fluoreto de Polivinila
SCEE Sistema de Compensação de Energia Elétrica
SPDA Sistemas de Proteção Contra Descargas Atmosféricas
USP Universidade de São Paulo
TWh Terawatt-hora
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 17
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ..................................................................................... 19
1.2 PERGUNTA DE PESQUISA ............................................................................. 20
1.3 OBJETIVOS...................................................................................................... 20
1.3.1 Objetivo Geral ................................................................................................ 20
1.3.2 Objetivo Específicos ..................................................................................... 20
1.4 JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 20
2 REVISÃO.......................................................................................................... 22
2.1 FONTES RENOVÁVEIS DE ENERGIA ELÉTRICA .......................................... 22
2.2 ENERGIA SOLAR ............................................................................................. 25
2.3 ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA ................................................................ 27
2.4 CÉLULAS FOTOVOLTAICAS ........................................................................... 31
2.4.1 Silício monocristalino ................................................................................... 33
2.4.2 Silício policristalino ...................................................................................... 34
2.4.3 Filmes finos ................................................................................................... 35
2.4.4 Célula solar perc ........................................................................................... 35
2.5 MÓDULOS FOTOVOLTAICOS ......................................................................... 37
2.6 CENÁRIO HISTÓRICO MUNDIAL .................................................................... 38
2.7 CENÁRIO HISTÓRICO BRASILEIRO ............................................................... 43
2.8 FINANCIAMENTO DE ENERGIA SOLAR NO BRASIL ..................................... 52
3 METODOLOGIA ............................................................................................... 54
3.1 TIPO DE PESQUISA ........................................................................................ 54
3.2 DIMENSIONAMENTO DE SISTEMA SOLAR VIA PVSOL ................................ 55
3.2.1 Sistema de Automação PV SOL Premium versão 2021 .............................. 57
4 SISTEMA FOTOVOLTAICO CONECTADO À REDE ....................................... 72
4.1 PLACA FOTOVOLTAICA .................................................................................. 73
4.2 INVERSORES .................................................................................................. 76
4.3 TIPO DE CONEXÃO DOS MÓDULOS ............................................................. 76
4.4 ESTRUTURA DE SUPORTE ............................................................................ 77
4.5 CABEAMENTO ................................................................................................. 78
4.6 PROTEÇÃO ...................................................................................................... 78
4.7 MEDIDOR BIDIRECIONAL ............................................................................... 78
4.8 INTEGRADORES ............................................................................................. 79
5 ANÁLISE DOS RESULTADOS ........................................................................ 80
5.1 SISTEMA FOTOVOLTAICO ON GRID EM RESIDÊNCIAS .............................. 80
5.2 ANÁLISE TÉCNICA E ECONÔMICA ................................................................ 81
5.2.1 Residência situada no município de São Caitano - Agreste Pernambucano
......................................................................................................................... 82
5.2.2 Residência situada no município de Petrolina - Sertão Pernambucano ... 95
5.2.3 Residência situada no município de Vitória de Santo Antão - Zona da Mata
de Pernambuco ............................................................................................. 109
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 124
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 126
17

1 INTRODUÇÃO

Com o objetivo de ampliar a matriz energética atual, majoritariamente


encabeçada pela hidráulica e biomassa, novas fontes alternativas de energia têm se
destacado no cenário mundial, entre elas, a energia solar e a energia eólica.
Estudos recentes apontam para um significativo crescimento da conversão de
energia solar em energia elétrica a partir de elementos fotovoltaicos, como sendo uma
das formas mais promissoras de energia alternativa, além de agregar o processo da
produção de energia limpa em grandes centros, tanto para demandas residenciais
quanto para empresariais.
A incidência solar sobre a Terra é mais que suficiente para atender toda
necessidade energética do nosso planeta, além de tratar-se de uma energia silenciosa
e não poluente, um legado para sustentabilidade, amadurecimento e respeito ao
ambiente.
De toda energia solar que chega à Terra, aproximadamente metade atinge a
superfície, totalizando cerca de 885 milhões de TWh/ano, mais de 8.500 vezes o
consumo final total de energia mundial (IEA, 2011). Esses valores conferem à fonte
solar, considerando seus múltiplos usos, o maior potencial técnico de aproveitamento
frente a outras fontes renováveis (IPCC, 2011).
De acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA), a matéria-prima para
a geração de energia elétrica é constituída predominantemente por combustíveis,
esses são responsáveis por 65,5% da matriz energética mundial. Ressalta-se que são
fontes finitas e causam elevados impactos ambientais, como a chuva ácida e a
destruição da camada de ozônio, por liberarem gás carbônico no seu processo de
queima (Rezende, 2019, p.1).
Por outro lado, a utilização dos sistemas fotovoltaicas, vem ganhando destaque
graças a sua baixa emissão de poluentes, a necessidade de pouca manutenção, e,
principalmente, por gerar eletricidade localmente, ou seja, não necessita de linhas de
transmissão que provocam perdas e impactos ambientais (IMHOFF, 2007).
Nesse contexto, a energia solar mostra-se como uma alternativa viável, em
virtude das suas características, como fonte inesgotável, o sol, e por não causar
impactos ao meio ambiente durante o processo de conversão da energia solar em
energia elétrica.
18

No Brasil, a energia elétrica gerada a partir de sistemas fotovoltaicos, pode ser


uma das soluções para a demanda de energia, em função da sua localização
privilegiada, a qual fornece grande incidência solar (Rodrigues, et al., 2019, p.5).
Sob outra perspectiva, as vantagens econômicas proporcionadas pela adoção
da energia solar são evidentes, haja vista a possibilidade de se fazer um investimento
nos mesmos valores desembolsados para pagamento da conta de energia sem
adoção do sistema, por um período de 3 (três) anos, que caracteriza o prazo de
retorno do investimento. Após esse prazo, o sistema fotovoltaico, e o cliente só
assume a tarifa mínima obrigatória, ou seja, 30 kwh.
Dados demonstram que nos últimos anos o Brasil tem se mostrado mais
receptivo a esse novo meio de captação de energia. Segundo levantamento da
Associação Brasileira de Energia Solar (ABSOLAR), o país passou a ocupar em 2020
a 9ª posição no ranking de países que mais instalaram energia solar naquele ano.
A ABSOLAR (2022) destaca ainda que o Brasil ultrapassou a marca histórica
de 15 gigawatts (GW) de potência operacional da fonte solar fotovoltaica. Ressalta-se
que, desde 2012, a fonte já trouxe mais de R$ 78,5 bilhões em investimentos para o
Brasil e gerou mais de 450 mil empregos acumulados. Ao atingir essa marca, o país
passou a integrar o grupo dos 15 países com maior capacidade de geração solar
instalada. Segundo o ranking elaborado pela Agência Internacional para Energia
Renováveis (IRENA, 2021), a lista é liderada pela China (306,4 GW), seguida pelos
Estados Unidos (93,7 GW) e Japão (74,1 GW), sendo o Brasil (13,6 GW), que à época
do levantamento ainda não tinha alcançado os 15 GW de potência instalada, o único
país da América Latina a fazer parte do Top 15.
Para a base desses cálculos, a entidade considerou tanto as usinas de grande
porte, também classificadas de geração centralizada, como os sistemas de pequenos
e médios instalados em telhados, fachadas e terrenos, a chamada geração distribuída.
Ademais, esta última contabilizou um total de 4,9 GW de potência instalada da fonte
solar fotovoltaica, que representa mais de R$ 24 bilhões investidos. Ou seja, 60% dos
investimentos acumulados desde 2012, espalhados pelas cinco regiões do Brasil, com
destaque para os estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato
Grosso e Paraná, estados esses que concentraram os maiores volumes instalados.
Com base no exposto acima, o presente trabalho analisará a viabilidade técnica
e financeira de implantação do sistema fotovoltaico on grid em residências situadas
em diferentes regiões do estado de Pernambuco.
19

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

Galdino (2016), enfatiza o crescimento populacional e os avanços tecnológicos


como justificativas para o exponencial aumento da demanda energética. Destaca que
a partir desse cenário, faz-se a imprescindível necessidade de se investir em novas
formas de energia e tecnologia, visto que a adoção da geração alternativa possibilita
um baixo impacto ambiental e que se apresenta como uma boa solução. Ele ressalta
ainda, que mesmo que as hidrelétricas sejam uma fonte limpa e renovável de energia,
a geração é influenciada pelo nível dos reservatórios e ocorrência de chuvas ao longo
dos anos, tornando-a dependente desse fator climático.
Dentre as energias renováveis existentes, nota-se um efetivo crescimento
mundial nas últimas décadas da energia solar fotovoltaica por promover a geração de
energia elétrica de forma distribuída, não necessitando, portanto, de extensas linhas
de transmissão e distribuição e por ser uma fonte silenciosa, que possibilita instalação
de sistemas de diferentes potenciais e ainda por integrar-se a edificações no meio
urbano, sem necessitar de áreas extras para sua instalação (IPCC, 2014).
Carvalho (2010) descreve que o sol é uma energia renovável e seu uso como
fonte de calor ou luz é considerada uma alternativa energética muito promissora
considerando os desafios do nosso milênio. A quantidade de energia solar que chega
à Terra é 28.000 vezes superior à quantidade primária convencional consumida, ou
seja, em aproximadamente 20 minutos nosso planeta recebe a energia equivalente à
que a humanidade consome anualmente.
O Brasil está em uma região beneficiada por encontrar-se próximo ao Equador,
com grande disponibilidade de raios solares, alta incidência de radiação solar e
elevada insolação diária (Kelman, 2008).
Conforme afirma Fagundes (2012), o local no Brasil onde ocorre a menor
radiação solar global se dá no estado de Santa Catarina (4,25 kWh/m2), valor este, é
cerca de quatro vezes superior ao apresentado para o território da Alemanha, país
que é líder mundial no aproveitamento de energia solar.
Silva (2015) enumera vários benefícios destinados à geração de energia
elétrica proveniente de fonte solar, tais como: Sistema de compensação de energia
elétrica para a microgeração e minigeração distribuída; Redução no imposto de renda;
Condições diferenciadas de financiamento; Apoio a Projetos de Eficiência Energética
(PROESCO).
20

1.2 PERGUNTA DE PESQUISA

Em um contexto atual de avanços tecnológicos, quais fatores os consumidores


residenciais devem avaliar para a escolha da energia solar como uma fonte alternativa
e viável de energia elétrica?

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Avaliar a viabilidade técnica e financeira da instalação de sistemas até 75 kwp


conectada à rede de energia elétrica de baixa tensão em residências localizadas em
três municípios do estado de Pernambuco, utilizando o software PV Sol Premium
versão 2021.

1.3.2 Objetivo Específicos

● Compreender a evolução da energia solar, no contexto nacional e


internacional, e os fatores que motivaram a utilização dessa tecnologia;
● Destacar as vantagens e desvantagens do uso da tecnologia fotovoltaica
do sistema "On Grid ";
● Realizar o dimensionamento de sistema fotovoltaico "On Grid " em três
regiões distintas do estado de Pernambuco: agreste, sertão e zona da
mata, considerando fatores técnicos e financeiros;
● Trazer um guia de instalação de um sistema fotovoltaico conectado à
rede de energia elétrica.

1.4 JUSTIFICATIVA

O tema energia solar está em evidência no mundo atual e segundo dados da


IRENA, entre as fontes renováveis, é a que mais cresceu nos últimos anos. Ela vem
despertando o interesse de consumidores residenciais até grandes empresas como a
Amazon, a Apple e a Google, entre outras gigantes do Vale do Silício ou a Ambev e a
21

Claro no âmbito nacional, que têm investido nessa fonte de energia. Em linhas gerais,
esse fato acontece devido à energia solar apresentar vantagens econômicas,
ambientais e técnicas.
Sob o aspecto econômico, o tempo de retorno do investimento em um sistema
fotovoltaico residencial no Brasil se dá em média de 3 a 5 anos, segundo análises da
ABSOLAR. Considera-se assim um investimento com retorno relativamente rápido e
seguro, diante do tempo de vida útil do kit solar que é em média de 25 a 30 anos, de
acordo com estimativas e garantias dos fabricantes. Além disso, a Resolução
Normativa nº 482, de abril de 2012 da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica),
permite ao consumidor reduzir o valor da conta de energia ou até mesmo conseguir
créditos suficientes para zerar a sua conta elétrica, pagando assim apenas a tarifa
mínima obrigatória.
Sob a perspectiva ambiental, a importância da energia solar se dá por ser uma
fonte limpa e renovável, contribuindo para a redução dos gases poluentes
responsáveis pelo efeito estufa. Segundo um levantamento realizado pela ABSOLAR,
o uso da energia solar no Brasil, entre 2012 e 2021, evitou que mais de 19,6 milhões
de toneladas de gás carbônico fossem jogadas na atmosfera. Além disso, o Brasil é
um dos países que mais possui potencial para explorar esse tipo de energia no mundo,
uma vez que de acordo com o Atlas Brasileiro de Energia Solar, o país recebe durante
todo o ano uma incidência solar diária que vai de 4.500 a 6.300 Wh/m². Enquanto a
Alemanha, um dos países pioneiros em energia fotovoltaica, recebe 40% menos
irradiação solar em sua região de maior potencial.
Por fim, sob o ponto de vista técnico, o equipamento necessário para gerar
energia solar em uma edificação é considerado de fácil e rápida instalação e
manutenção, por ser formado de pequenas peças portáteis, diferentemente dos
utilizados na energia hidráulica e eólica que requerem uma maior logística de
transporte e instalação, tornando o custo inicial dessas fontes mais onerosos.
Consoante a esses fatos, fica evidenciado o potencial de crescimento da
energia solar, demonstrando sua rentabilidade e durabilidade. Dessa forma, o
presente trabalho tem por fim denotar a viabilidade técnica e financeira do uso dessa
energia, especificamente em edificações residenciais, no intuito de estimular e orientar
as pessoas que desejem ampliar o seu conhecimento sobre a utilização de sistemas
fotovoltaicos em suas residências ou negócios, bem como contribuir para tornar esse
planeta mais limpo, em razão da utilização dessa fonte de energia limpa.
22

2 REVISÃO

2.1 FONTES RENOVÁVEIS DE ENERGIA ELÉTRICA

O avanço tecnológico atrelado ao crescimento populacional, industrial e aos


novos padrões de consumo da sociedade requer a utilização intensa da energia
elétrica e como consequência cresce o número de agentes poluentes lançados na
natureza, bem como seus efeitos: desmatamento e desertificação, poluição do solo,
do ar e das águas subterrâneas, aquecimento global, efeito estufa e chuva ácida, além
disso esgotamento de recursos naturais não renováveis.
Sob essa conjuntura, apresenta-se a necessidade de preservação do meio
ambiente aliada ao desenvolvimento humano. Tal reflexão corrobora a ideia de
utilização do desenvolvimento sustentável como mecanismo de melhoria da qualidade
de vida do ser humano na Terra por respeitar a capacidade de produção dos
ecossistemas. Aqui, entende-se a importância de se reduzir a quantidade de
poluentes lançados no meio ambiente com o intuito de dirimir o efeito estufa, o qual
está associado ao alto consumo de energia, ou seja, quando se utiliza fontes que
emitem gases poluentes na atmosfera.
Ademais, outro ponto que merece reflexão é a escassez do petróleo, uma vez
que a reserva de combustíveis fósseis está se esgotando. A energia que movimenta
a atividade econômica é fornecida pela queima de combustíveis fósseis, que produz
o dióxido de carbono (PIVA, 2010). Isso corrobora a incessante procura por fontes de
energias renováveis e limpas no contexto social. Twidell e Weir (2006), definiram de
modo extremamente amplo, as energias renováveis como aquelas “obtidas a partir do
uso recorrente e continuado de energia disponível na natureza”.
A energia renovável é considerada uma fonte de suprimento inesgotável a
longo prazo e os elementos utilizados como matéria-prima podem ser recompostos
na natureza. Em contrapartida, considera-se como fonte de energia não-renovável a
utilização, por meio do sistema, de recursos que irão se esgotar na natureza (CEMIG,
2012).
A demanda mundial e brasileira de energia vem crescendo continuamente,
porém a oferta de energia elétrica não tem aumentado de forma proporcional a esta
demanda. Frente a esse panorama, as fontes renováveis de energia apresentam-se
23

como uma alternativa a ser explorada e avaliada a fim de proporcionar uma maior
qualidade e segurança no abastecimento de energia elétrica (SALAMONI;
MONTENEGRO; RÜTHER, 2009).
Nesse sentido, faz-se importante dissertar sobre as principais fontes renováveis
de energia elétrica, dimensionando cada uma delas, para assim evidenciar suas
importâncias perante os cenários das matrizes elétricas mundial e nacional.
Uma das fontes de energia elétrica mais utilizadas no mundo é a hidráulica,
contribuído com cerca de 16,1%, em 2019, da matriz elétrica mundial (IEA, 2021) e
57,3% da brasileira (ANEEL, 2021). Esse percentual justifica-se pelo fato de o Brasil
possuir a maior bacia hidrográfica do mundo, propiciando um grande potencial para
transformação em força motriz e em energia elétrica.
Entre os países com maior capacidade hidrelétrica instalada, destacam-se nas
primeiras posições a China (352 GW), o Brasil (104 GW) e os EUA (103 GW), que
juntamente com Canadá e Rússia somam mais de 50% da capacidade instalada
mundial (EPE, 2021).
Algumas usinas hidrelétricas possuem reservatórios de acumulação que
podem armazenar eletricidade por semanas, meses ou mesmo anos, dependendo de
suas dimensões, permitindo garantir a produção de eletricidade, mesmo em épocas
de mudanças climáticas adversar e em períodos de seca. Esses reservatórios podem
ser utilizados para prover uma série de serviços não energéticos, como controle de
cheias, irrigação, suprimento de água para consumo humano, recreação e serviços
de navegação. Todavia, a maioria das usinas não possuem esses reservatórios, além
disso, os projetos hidrelétricos de grande porte causam impactos socioambientais
negativos, e também exigem elevados custos de investimentos nos anos iniciais de
construção. Somasse a isso, o fato de que os aproveitamentos hidrelétricos estão
cada vez mais distantes dos grandes centros de consumo, como acontece no Brasil,
o que resulta na necessidade de investimentos adicionais em longas linhas de
transmissão para escoamento da produção de eletricidade (EPE, 2018).
O Brasil utiliza as usinas hidrelétricas para gerar a maior parte da energia
elétrica, fato esse que causa uma grande preocupação por parte dos especialistas em
recursos energéticos, uma vez que os reservatórios de água são frágeis aos novos
regimes hidrológicos e isso vai gerar um impacto sobre o potencial hidráulico
(BARBOSA FILHO e PÊSSOA, 2015).
24

A energia eólica, por sua vez, é uma fonte renovável que vem crescendo
exponencialmente e ganhando relevância, representa atualmente 8,2% da matriz
mundial (juntamente com outras renováveis, maré, solar...) e 11,3% da matriz elétrica
nacional, sendo a segunda fonte de geração de energia elétrica no Brasil.
Segundo a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEolica), o país possui
atualmente 795 usinas de energia eólica instaladas em diversas regiões, mais de
9.000 aerogeradores, acarretando um total de mais de 21 GW de capacidade
instalada e, até 2026, o Brasil terá pelo menos 34 GW de capacidade instalada,
considerando os contratos já assinados. Esses números fizeram o país alcançar o 7º
lugar no mundo em capacidade instalada.
De acordo com o Atlas de Energia Elétrica do Brasil, o território brasileiro é
favorecido em termos de ventos, que se caracterizam por uma presença duas vezes
superior à média mundial e pela volatilidade de 5% (oscilação da velocidade), o que
dá maior previsibilidade ao volume a ser produzido.
A energia eólica, assim como a hidrelétrica, possui um alto custo de
implantação, porém, causa um baixo impacto ambiental em sua instalação e
operação. Além disso, outros fatores contribuem para a sua disseminação:
• Parques eólicos não emitem CO2;
• Um dos melhores custo-benefício na tarifa de energia;
• Fonte de renda para proprietários de terras, por meio de arrendamento
para colação das torres, ressalta-se ainda que a produção eólica pode
coexistir com outras atividades, permitindo, por exemplo, ao proprietário
realizar plantações ou criações de animais;
• Os arrendamentos sofrem tributação e contribuem assim
economicamente para a administração pública;
• Além disso, como a velocidade costuma ser maior em períodos de
estiagem, é possível operar as usinas eólicas em sistema complementar
com as usinas hidroelétricas, de forma a preservar a água dos
reservatórios em períodos de poucas chuvas.

Por fim, tema da presente pesquisa, a energia solar também está em evidência
no cenário da geração de energia elétrica e tem se mostrado uma excelente opção de
fonte renovável. De acordo com dados da IRENA, é a fonte renovável que mais cresce
no mundo, sendo considerada a energia do futuro.
25

Como dito anteriormente, dados da ABSOLAR demostram que o Brasil já


ultrapassou em 2022 a marca de 15 gigawatts (GW) de potência operacional da fonte
solar fotovoltaica, somando as usinas de grande porte e os sistemas de geração
própria, o equivalente a 2,4% da matriz elétrica nacional, ocupando atualmente o 5º
lugar na matriz elétrica nacional.
A energia solar é uma das fontes mais promissoras, consistentes e renováveis
dentre todas as fontes de energia renovável existentes. Esse grande potencial é
explicado pelo fato de ser uma fonte primária, renovável diariamente, podendo ser
explorada de várias maneiras, através das células fotovoltaicas, térmica, entre outras
aplicações (ANEEL, 2008).
O Brasil também é privilegiado quando se fala em potência de geração de
energia solar, pois possui uma das maiores irradiações solares do mundo, presente
durante todo o ano, principalmente na região nordeste.
Essa fonte de energia apresenta muitas vantagens bem como algumas
limitações, sejam elas técnicas, ambientais, sociais, econômicas ou de mercado, que
serão detalhadas ao longo deste trabalho.
Diante desses fatos, pode-se concluir que as fontes eólicas e solares são
postulantes a se tornarem as principais fontes de energia elétrica no Brasil, tornando-
se excelentes alternativas para amenizar os problemas causados pela dependência
hidrelétrica.

2.2 ENERGIA SOLAR

A adoração ao sol remonta às origens da humanidade, quando Astecas na


América, Aborígenes da Oceania, Celtas da Europa, povos da China e Egito
contemplavam e adoravam sua energia e luz. Gregos e romanos já utilizavam seu
calor para aquecer sua arquitetura, entretanto, a crença de que os combustíveis
fósseis jamais acabariam, difundida na Revolução Industrial, retardaria os olhares
para esta fonte de energia.
No entanto, já na década de 1960, se falava em usar o sol como fonte de
energia, mas devido aos baixos preços do petróleo e às comodidades dessa
tecnologia, rapidamente foi descartada, sendo retomada apenas quando houve o
aumento do combustível fósseis durante a guerra de Kippur, Egito x Síria (Dia do
26

Perdão), em 1973. Esse fato, fez a indústria, no início no novo século, voltar seu olhar
para as energias renováveis (DIENSTMANN, 2009).
De acordo com Brito (2006), as fontes de energia são derivadas da energia do
sol e o aproveitamento de sua energia, inesgotável na escala terrestre de tempo, tanto
como fonte de calor quanto de luz, é uma das alternativas energéticas mais
promissoras para enfrentarmos os desafios do novo milênio. Um exemplo disso são
as energias geradas por outras fontes que necessitam do sol para se constituir,
hidráulicas, biomassas, eólicas, combustíveis fósseis e energia dos oceanos, são,
portanto, formas indiretas de energia solar (ANEEL, 2005).
A energia solar pode ser utilizada através de sistemas ativos, como os
aquecedores solares de água; de modo passivo, pela absorção do calor pelas
edificações; por sistema termossolares, com aquecimento de fluídos acoplados a
geradores mecânicos, e pela tecnologia fotovoltaica que converte diretamente a
energia solar em energia elétrica (REIS et al., 2005).
A energia solar térmica (também chamada de termossolar, ou fototérmica)
consiste na utilização do calor do sol para aquecer outro meio, um fluido, geralmente
água. Dessa forma, a energia solar é captada, por meio de placas solares ou tubos a
vácuo e transferida para a água ou outros fluidos.
Assim, a radiação solar, captada por meio de coletores solares, aquece a água
que circula pelas tubulações desses coletores, fazendo com que a água que estava
fria alcance uma temperatura elevada, sendo armazenada então em um reservatório
térmico.
Enquanto na energia solar fotovoltaica, há uma conversão direta da energia
solar em energia elétrica. Para isso, são utilizados módulos fotovoltaicos, que
convertem a energia dos fótons da luz solar.
Neste sistema, os módulos são formados por células fotovoltaicas, compostas
por material semicondutor, capazes de transformar a radiação solar em energia
elétrica de corrente contínua para corrente alternada, viabilizando dessa forma a
utilização dessa energia por aparelhos eletrônicos em residências e empresas.
Nesse sentido, utilizando uma residência como referência, percebe-se que a
principal diferença entre esses sistemas é que enquanto o termossolar consiste no
aquecimento de fluidos, sendo usado para aquecer a água do chuveiro, por exemplo,
o fotovoltaico já faz a conversão em energia elétrica, podendo alimentar todos os
equipamentos elétricos dessa mesma residência.
27

Os sistemas solares térmicos apresentam uma vantagem vertiginosa em


comparação aos fotovoltaicos. Eles não incidem na limitação que esses possuem de
não poder ser utilizados em períodos noturnos. O sistema termossolar pode ser
acoplado em sistemas de armazenamento para uso em outros horários e integrados
em outras aplicações que necessitem de energia térmica.
Todavia, com a progressiva evolução tecnológica dos sistemas fotovoltaicos e
a diminuição significativa de custos de equipamentos necessários, a exemplo dos
módulos fotovoltaicos, a indústria solar térmica começa a encontrar dificuldades nesse
mercado que tem se tornado cada vez mais competitivo.
O crescimento da fonte solar é explicado, entre outros fatores, pela
consolidação da indústria fotovoltaica. Segundo Esposito & Fuchs (2013), nos
mercados desenvolvidos, os aumentos da demanda e da escala de produção e o
desenvolvimento tecnológico viabilizaram a redução de preços e, em decorrência, a
expansão do uso dessa fonte de energia limpa.
Em suma, verifica-se que a substituição da fonte de energia da distribuidora,
nas residências, por uma fonte de geração própria, a partir da geração de energia
solar fotovoltaica individual, é uma realidade hoje e vem na direção de promover maior
eficiência das instalações elétricas residenciais, como também de contribuir com a
economia familiar (MARQUES, et al., 2013).
Diante disso, os conceitos de energia limpa, energia solar e energia fotovoltaica
adentram o léxico social, como caminho para a renovação da energia utilizada pela
sociedade. Ressalta-se assim, que a importância de se estudar os sistemas
fotovoltaicos surge da preocupação com a presente utilização das fontes de energia,
bem como com o futuro das novas gerações.
Desse modo, o presente estudo se concentra no segmento da energia solar
fotovoltaica, mais especificamente na utilização do sistema on grid em residências, a
fim de demonstrar a viabilidade de implantação desse meio de geração de energia
elétrica.

2.3 ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA

A tecnologia fotovoltaica é vista por muitos como um caminho ideal para a


geração de energia, através de uma fonte inesgotável e não poluente. É um método
de produção de energia sustentável e amigável ao meio ambiente, trazendo benefícios
28

tanto ambientais quanto energéticos. Atualmente, existem no mercado algumas


tecnologias fotovoltaicas, baseadas em diferentes elementos (MARINOSKI, et al.,
2004).
A energia solar fotovoltaica é obtida através da conversão da radiação solar em
eletricidade por intermédio de materiais semicondutores, esse fenômeno é conhecido
como efeito fotovoltaico (PINHO, 2012).
Para Esposito e Fuchs (2013), a energia fotovoltaica consiste na geração de
corrente elétrica a partir de fótons advindos da radiação solar que incide sobre um
material semicondutor previamente purificado e dopado.
Segundo Imhoff, (2007) a energia solar fotovoltaica é definida como a energia
gerada através da conversão direta da radiação solar em eletricidade. Isto se dá, por
meio de um dispositivo conhecido como célula fotovoltaica que atua utilizando o
princípio do efeito fotoelétrico ou fotovoltaico.
Quando a luz solar atinge uma célula fotovoltaica, uma pequena corrente
elétrica é formada e posteriormente recolhida por fios ligados à célula e transferida
para os demais componentes do sistema. Sendo assim, quanto mais células
fotovoltaicas são ligadas em série ou em paralelo, maior a corrente e tensão
produzidas (PEREIRA et al., 2006).
Para o entendimento do explanado no presente trabalho, é de suma
importância a compreensão do conceito de geração distribuída e a sua distinção em
relação à geração centralizada acerca do sistema fotovoltaico de energia solar.
A geração centralizada é formada por projetos de energia solar fotovoltaica
acima de 5 MW, como usinas de grande porte. A energia gerada pela geração
centralizada pode ser comercializada em dois ambientes de contratação: o Ambiente
de Contratação Livre e o Ambiente de Contratação Regulada (ABSOLAR, 2022).
Por sua vez, a definição de geração distribuída no Brasil pode ser encontrada
expressa no Decreto lei nº 5.163/2004 de 30 de julho de 2004, artigo 14º:

Considera-se geração distribuída toda produção de energia elétrica


proveniente de agentes concessionários, permissionários ou autorizados (...)
conectados diretamente no sistema elétrico de distribuição do comprador,
exceto aquela proveniente de: hidrelétrico com capacidade instalada superior
a 30 MW e termelétrico, inclusive de cogeração, com eficiência energética
inferior a 75% (BRASIL, 2004).
29

Segundo o Instituto Nacional de Eficiência Energética (INEE), geração


distribuída é uma expressão usada para designar a geração elétrica realizada junto
ou próxima do consumidor, independente da potência, tecnologia e fonte de energia.
Esse tipo de geração é formado por várias unidades geradoras, a microgeração (em
que o sistema fotovoltaico deve ter uma potência de até 75 kW) e a minigeração (na
qual o sistema fotovoltaico possui uma potência entre 76 e 5 MW), instaladas em todo
o país, de forma descentralizada, o que permite maior autonomia de suprimento de
energia.
Logo, depreende-se que enquanto a geração de energia solar fotovoltaica
centralizada é formada por usinas de grande porte (centrais fotovoltaicas), a geração
distribuída se faz presente em instalações de pequeno porte (residências e pequenas
empresas).
A utilização da geração distribuída pode ser realizada por duas formas de
sistemas fotovoltaicos: o sistema isolado (Off-grid) e o sistema conectado à rede (On-
grid). O primeiro é caracterizado por não haver conexão com a rede elétrica, sendo a
energia produzida armazenada em baterias que garantem o suprimento em períodos
sem a radiação solar. O segundo opera em paralelismo com a rede elétrica, com o
objetivo de gerar eletricidade para consumo local, podendo reduzir ou eliminar o
consumo da rede pública ou mesmo gerar excedente de energia (Villalva & Gazoli,
2013).
RÜTHER (2004), acrescenta ainda que os sistemas conectados à rede não
precisam de baterias para armazenar a eletricidade, já que essa pode ser obtida da
própria rede. E o excesso de energia produzida poderá ser injetado na rede gerando
créditos que poderão ser utilizados quando o consumo for superior à geração.
Abaixo, podem ser visualizados com mais clareza os sistemas on grid e off grid
(figura 2.1) instalados em residências. Podemos observar que o sistema off grid
precisa de mais componentes para poder funcionar. Isso se deve ao fato dele ser mais
utilizado em áreas sem acesso à rede, necessitando assim de uma fonte para
armazenar a energia, nesse caso, as baterias.
30

Figura 2.1 - Sistemas on grid e off grid em residências

Fonte: Adaptado de Neosolar (https://www.neosolar.com.br/aprenda/saiba-mais/sistemas-de-


energia-solar-fotovoltaica-e-seus-componentes)

A geração distribuída de energia oferece inúmeras vantagens ao setor elétrico.


A disposição da unidade de geração próxima à carga e a rapidez na implantação são
algumas das interessantes características desse tipo de geração. Além disso, permite
uma maior diversificação das tecnologias empregadas para produção de energia e,
desta maneira, sua escolha pode ser feita em função dos requerimentos específicos
da carga ou da disponibilidade dos recursos energéticos locais (RODRIGUES, 2002).
Nesse sentido, a tecnologia fotovoltaica é considerada uma das mais viáveis
para a utilização no ambiente urbano, devido à sua capacidade de integração às
edificações. Além disso, apresenta baixo impacto ambiental, pois não emite gás
carbônico nem ruídos
A utilização da energia solar fotovoltaica já é uma realidade presente no Brasil.
O país tem registrado um alto crescimento nesse setor, principalmente, através da
utilização da geração distribuída. Em 2020, a tecnologia fotovoltaica distribuída liderou
a adição de capacidade instalada no ano, com 2,5 GW instalados, superando os
números de todas as outras tecnologias, inclusive de geração centralizada.
Diante do explanado até o presente momento, sobre a relevância do uso da
energia solar fotovoltaica, cabe destacar suas principais vantagens e desvantagens
(Quadro 2.1).
31

Quadro 2.1 - Vantagens e Desvantagens do uso da energia solar fv

VANTAGENS DESVANTAGENS

Utilização de energia sustentável, renovável e Custo de implantação elevado;


infinita

Contribui para a redução da emissão de CO2 no Ausência de produção de energia durante a


meio ambiente; noite;

Não produz ruídos ou nenhum outro impacto Dependência climática;


ambiental;

Reduz a conta de energia elétrica em até 95% Baixa geração de energia, quando comparado a
outros modelos

Valorização imobiliária

Fácil instalação e manutenção

Alta vida útil do equipamento (cerca de 25 anos)

Não utiliza peças móveis, o que facilita a sua


utilização em locais isolados

Permite aumentar a potência instalada através


de incorporações de módulos

Fonte: Autoria Própria.

2.4 CÉLULAS FOTOVOLTAICAS

A célula solar é a unidade básica de um bloco fotovoltaico. Considera-se como


um dispositivo de dois terminais, que conduz como um diodo quando célula não
excitada por luz, ou que gera uma diferença de potencial quando sob luz. A célula é,
regularmente, uma fina camada de material semicondutor de cerca de 100 cm² de
área e possui uma superfície tratada para que o mínimo de luz visível seja refletido e
possui aparência escura. Uma rede de contatos metálicos é impressa na superfície
para fazer contato elétrico (DIENSTMANN, 2009).
O efeito fotovoltaico dá-se em materiais da natureza denominados
semicondutores que se caracterizam pela presença de bandas de energia onde é
permitida a presença de elétrons, (banda de valência), e de outra onde totalmente
‘’vazia’’, (banda de condução) (CRESESB, 2006).
A figura 2.2, a seguir, ilustra como acontece o processo do efeito fotovoltaico.
32

Figura 2.2 - Efeito fotovoltaico

Fonte: CRESESB (2006).

O físico francês Edmond Becquerel, em 1839, foi a primeira pessoa a observar


o efeito fotovoltaico. Ele notou o aparecimento de uma tensão entre os eletrodos de
solução condutora, quando esta era iluminada pela luz solar (NASCIMENTO, 2018).
Apesar disso, as primeiras células fotovoltaicas foram fabricadas apenas em
1950, a partir de lâminas de silício e continham uma eficiência de conversão de
energia solar em elétrica de 6%, com potência de 5 MW e área de 2 cm². Para efeito
de comparação, atualmente, as células solares fabricadas com silício possuem uma
taxa de conversão de 25%. Pode-se afirmar então que a taxa de eficiência já era
relativamente alta para aquela época.
A partir daí, foram desenvolvidas várias tecnologias de fabricação de células,
mas as que predominam no mercado mundial são as células de lâminas de silício
cristalino (monocristalinos, policristalinos). Vale frisar que o silício é o segundo
elemento químico mais abundante da crosta terrestre, cerca de 28% da Terra é
formada por esse átomo.
RÜTHER (2004) destaca os principais semicondutores utilizados para a
produção de células solares fotovoltaicas: o silício cristalino (c-Si); o silício amorfo
hidrogenado (a-Si:H ou a-Si); o telureto de cádmio (CdTe) e os compostos
relacionados ao disseleneto de cobre (gálio) e índio (CuInSe2 ou CIS e Cu(InGa)Se2
ou CIGS.
A primeira geração de células solares tem o silício como o seu material
principal, sendo subdividido em 2 processos de fabricação, o silício monocristalino e
também o silício policristalino. Essa tecnologia predomina no mercado atualmente por
possuir a melhor eficiência comercialmente disponível (CEPEL, 2014).
33

2.4.1 Silício monocristalino

O processo básico de fabricação da célula de silício monocristalino é um pouco


complexo, realizado a partir de um único cristal de silício. Sua produção se inicia com
a extração do cristal de dióxido de silício, posteriormente desoxidado em grandes
fornos, purificado e solidificado, chegando a atingir um grau de pureza entre 98 e 99%
um valor razoavelmente eficiente sob o ponto de vista energético e custo. Porém, para
funcionar como célula fotovoltaica, necessita da adição de outros dispositivos
semicondutores e de um grau de pureza que deve chegar à faixa de 99,9999%.
(CRESESB, 2006)
Além do alto grau de pureza, o material deve ter a estrutura monocristalina e
baixa densidade de defeitos na rede. O processo mais utilizado para se chegar às
qualificações desejadas é chamado “processo Czochralski", em que o silício é fundido
juntamente com uma pequena quantidade de dopante, normalmente o boro que é do
tipo p. Com um fragmento do cristal devidamente orientado e sob rígido controle de
temperatura, extraindo do material fundido um grande cilindro de silício monocristalino
levemente dopado. Este cilindro obtido é cortado em fatias finas, formando lâminas
de silício individuais. Após o corte e limpezas de impurezas das fatias, deve-se
introduzir impurezas do tipo N de forma a obter a junção. Este processo é feito através
da difusão controlada onde as fatias de silício são expostas a vapor de fósforo em um
forno onde a temperatura varia entre 800 a 1000ºC. (CRESESB, 2006)
Esse processo resulta em uma quantidade significativa de silício que não é
aproveitada naquela célula fotovoltaica e precisa ser reciclada. Essa, portanto, é uma
das desvantagens do silício monocristalino juntamente com o seu valor que é mais
alto do que o policristalino e do que os filtros finos. Porém, os módulos monocristalinos
possuem a eficiência mais alta dentre as tecnologias comercialmente viáveis. A
eficiência desses painéis está entre 15% e 22%; eles ocupam menos espaço, já que
possuem uma maior eficiência para gerar a mesma quantidade de energia elétrica que
os outros e, também, tendem a funcionar melhor do que os outros painéis em
condições de pouca luz.
34

Figura 2.3 - Células monocristalinas

Fonte: Neosolar

2.4.2 Silício policristalino

O silício policristalino, apesar de ter um processo semelhante de produção,


difere-se por esse processo ser mais econômico e menos rigoroso, já que não
depende de tanta complexidade na produção do cristal, e por isso, são mais baratas
que as de silício monocristalino. Obtido a partir da fusão de silício em moldes, o
material tem um lento processo de solidificação. “Nesse processo os átomos não se
organizam em um único cristal. Forma-se uma estrutura de múltiplos cristais com
superfícies de separação entre os cristais” (NASCIMENTO, 2004).
Diante das barreiras criadas pela estrutura policristalina, temos um fluxo de
elétrons menos eficiente, justificando então uma menor eficiência de um painel
policristalino com relação a um monocristalino. Uma vantagem que pode ser
destacada é a quantidade de energia utilizada no processo de fabricação,
significativamente menor (CEPEL; CRESESB, 2014)

Figura 2.4 - Células policristalinas.

Fonte: Neosolar
35

2.4.3 Filmes finos

O mercado das células solares de segunda geração é dominado por três


materiais de filmes finos, telureto de cádmio, silício amorfo e disseleneto de cobre,
índio e gálio, dentre as vantagens das células dessa geração podemos citar a menor
energia gasta na produção também como a menor utilização em materiais por
necessitarem de uma fina camada de material, nota-se grande avanço na inclusão
dessas células em projetos arquitetônicos visto que apresentam uma melhor
aparência (JOÃO, 2016).
Segundo Rüther (2004), os filmes finos para aplicações fotovoltaicas são
criados visando a geração de potência elétrica com o benefício do custo de produção
reduzido, devido às baixas quantidades de material necessário, pelas quantidades
reduzidas de energia envolvidas em sua produção e pelo grau elevado de automação
dos processos de produção (grande capacidade de produção) e em contrapartida
possui reduzido custo de aplicabilidade.

Figura 2.5 - Célula filme fino

Fonte: Neosolar

2.4.4 Célula solar perc

As células solares de terceira geração são as mais recentes na indústria e ainda


estão em desenvolvimento. Elas possuem como objetivo alcançar altos níveis de
eficiência juntamente com um menor custo de produção, conciliando vantagens da
primeira e da segunda geração. Pode-se incluir nessa definição tecnologias orgânicas,
36

pontos quânticos, células tandem/multijunção, células de portadores quentes, células


solares sensibilizadas por corantes e tecnologias de upconversion (SILVA, 2001).
As células fotovoltaicas de terceira geração são células solares que são
potencialmente capazes de superar o limite Shockley – Queisser de 31–41% de
eficiência energética para células solares com gap único. Isso inclui uma gama de
alternativas para células feitas de junções semicondutoras e células de filme fino,
células de primeira e segunda geração respectivamente.
Umas das células de terceira geração mais utilizadas no mundo e no Brasil,
que têm atraído a atenção dos fabricantes, atualmente, são as PERC, células de silício
cristalino mais finas (lâminas de silício menores do que 200 micrômetros) e fabricadas
com uma camada adicional de passivação. Elas possibilitam a economicidade de
matéria-prima e redução dos custos de fabricação das células de silício. No entanto,
a menor espessura do material semicondutor reduz a eficiência da célula, assim como
acontece com as células de filme fino, devido à recombinação de elétrons na área de
junção. Para resolver esse problema, as células PERC contam com uma camada de
passivação muito fina na parte traseira que reduz a velocidade de recombinação de
elétrons na superfície do silício, aumentando a sua eficiência. Além disso, a camada
com passivação reflete a luz no fundo da célula e faz com que os raios solares
atravessem outra vez o silício, o que aumenta a captação de elétrons e,
consequentemente, a geração de energia do dispositivo (PORTAL SOLAR).

Figura 2.6 - Células mono PERC

Fonte: https://www.eco-greenenergy.com/pt-pt/standard-5bb-vs-half-cut-cells-9bb-the-advantage-of-
new-9bb-pv-module/
37

2.5 MÓDULOS FOTOVOLTAICOS

As células fotovoltaicas são a menor parte do sistema fotovoltaico, isoladas elas


compõem a unidade básica do sistema, mas quando agrupadas eletricamente e
encapsuladas formam o módulo fotovoltaico, conhecido também como placa ou painel
fotovoltaico. Um módulo pode ser constituído por um conjunto de 36 a 216 células
fotovoltaicas associadas em série e/ou paralelo, com parâmetros elétricos (tensão,
corrente e potência) a serem estabelecidos de acordo com a finalidade a qual o
módulo se destina. Estas células são soldadas em tiras, geralmente com soldagem
realizada por iluminação com lâmpadas halógenas ou radiação a laser. Depois de
soldadas, as células são encapsuladas, com a finalidade de protegê-las de condições
climáticas adversas e proporcionar resistência mecânica ao módulo.
O encapsulamento é constituído de um sanduíche de vidro temperado de alta
transparência, acetato de etil vinila (EVA) estabilizado para a radiação ultravioleta,
células fotovoltaicas, EVA estabilizado, e um filme posterior isolante. Este filme é uma
combinação de polímeros tais como fluoreto de polivinila (PVF), tereftalato de
polietileno (PET), dentre outros. O processo de laminação é realizado a temperaturas
de 120 °C a 150 °C, quando o EVA se torna líquido e as eventuais bolhas de ar
geradas são eliminadas. No processo seguinte, é realizada a cura do EVA, que
proporciona uma maior durabilidade ao módulo fotovoltaico. Após este processo,
coloca-se uma moldura de alumínio anodizado e a caixa de conexões elétricas e o
módulo fotovoltaico está finalizado (CEPEL; CRESESB, 2014).

Figura 2.7 - Estrutura do módulo fv com células de silício cristalino

Fonte: CEPEL/ CRESESB (2014).


38

2.6 CENÁRIO HISTÓRICO MUNDIAL

Apesar do efeito fotovoltaico ter sido observado pela primeira vez em 1839 por
Edmond Becquerel, como já citado, foi só a partir de 1956 que a indústria começou a
fabricar células fotovoltaicas para a produção de energia solar. Em um primeiro
momento, voltada para o setor de telecomunicações, posteriormente para o
aeroespacial, uma vez que demonstrava ser o meio mais adequado para prover os
equipamentos eletrônicos durante os longos períodos no espaço.
Em um contexto histórico mundial, alguns eventos foram responsáveis por
impulsionar o interesse na energia solar fotovoltaica, como a crise do petróleo em
1973. Contudo, naquela época, o custo dos módulos fotovoltaicos era
demasiadamente alto, tornando quase inviável o seu investimento.
Os números de produção fotovoltaica só viriam a alcançar maior relevância a
partir de 1978, com os Estados Unidos mantendo a liderança até a maior parte da
década de 90. No final dessa década houve o acordo para redução de CO², previsto
no protocolo de Kyoto, sendo o responsável direto pela alavancagem desse mercado,
principalmente no Japão e na Alemanha.
Desde então, por meio de uma política de subsídio governamental, o Japão tem
realizado a integração da energia gerada por telhados fotovoltaicos, sendo uma das
referências em políticas governamentais desse tipo. Com subsídios de até 70% do
custo do sistema, o país chegou a liderar a produção solar mundial e o mercado
fotovoltaico até 2007, quando foi superado pela Europa e pela Alemanha
respectivamente.
Segundo Espósito e Fuchs (2013) há duas vertentes no mundo que têm como
propósito incentivar a produção de energia solar de forma sustentável: o feed-in tariff
e o net metering. A primeira predomina na Europa e também foi adotada no Japão,
em que ocorre um pagamento de uma tarifa pelas concessionárias locais, para a
geração de energia produzida pelas instalações de energia solar.
O net metering, por sua vez, tem por finalidade regular a troca de energia entre
concessionária e usuários de energia solar. Ao final de cada mês, é realizada uma
análise do quanto foi gerado de energia e quanto foi despendido para saber se o
consumidor tem um crédito ou um débito perante a concessionária. Esse modelo foi
instituído no Brasil a partir da Resolução Normativa 482/2012 da ANEEL.
39

Seguindo essa linha, outro mecanismo que se mostra bastante relevante é o


leilão incentivado (tendering). Este mecanismo busca promover o desenvolvimento
efetivo das energias renováveis ao fornecer um esquema de alocação não
discriminatório e transparente que diminui o suporte público. Como resultado, as
propostas que participam dos leilões buscam reduzir o custo da sociedade limitando
os subsídios do governo às plantas com melhor desempenho. Para atingir essas
promessas, o design apropriado das propostas, desde os critérios de pré-qualificação
e execução até a regulação final é fundamental. (SOLAR POWER EUROPE, 2017)
Não pode deixar de ser citada, a implementação da "renewable energy net
pricing law" (Preço líquido para a energia Renovável) que foi determinante para que a
Alemanha superasse o Japão em crescimento de mercado. A partir dessa política
governamental, o país conseguiu desenvolver rapidamente a sua indústria
fotovoltaica e ainda houve um declínio no custo da geração de energia fotovoltaica,
aproximadamente 20% em três anos, estabelecendo assim um sistema de energia
renovável. A partir disso, leis semelhantes foram instituídas em países europeus e nos
Estados Unidos.
Contudo, ressalta-se que esses mecanismos de incentivos foram utilizados
como uma forma de estimular o desenvolvimento e a popularização da tecnologia do
sistema fotovoltaico como fonte de geração de energia elétrica. Sendo assim,
atualmente, os países, incluindo o Brasil, têm realizado uma revisão da
regulamentação da micro e da mini geração distribuída com o intuito também de inserir
uma maior gama de outros recursos energéticos distribuídos. Países como Alemanha,
Austrália, Japão e Reino Unido, entre outros, reduziram ou extinguiram as tarifas-
prêmio pagas aos geradores pela energia injetada na rede. Enquanto que em outros
houve o aumento da cobrança fixa da tarifa, o implemento de uma taxa anual aos
geradores ou ainda passaram a cobrar uma tarifa dinâmica dos consumidores com
geração distribuída.
Em 1998, a produção mundial de células fotovoltaicas atingiu a marca de 150
MWp, tendo o silício como material preponderante. Cabe destacar que a China teve
um papel importante no desenvolvimento do mercado fotovoltaico, pois foi a partir do
seu rápido aumento de produção que houve uma ascensão desse mercado. Em 2008
a China já estava entre os maiores fabricantes do mundo e em 2009 já liderava a
fabricação de módulos, possuindo um amplo domínio do setor até os dias atuais. Para
se ter ideia, cerca de 82% do módulo fotovoltaico do mundo foi produzido na Ásia no
40

ano de 2010, em 2020 essa produção aumentou para cerca de 92% do total da
produção mundial (conforme figura 2.8), sendo a China responsável por cerca de 97
GW, o que corresponde a 67% dessa produção.

Figura 2.8 - Produção Mundial Industrial de Módulos Fotovoltaicos

Fonte: Fraunhofer Institute for Solar Energy Systems, 2021.

A tecnologia fotovoltaica tem mostrado na última década um potencial para se


tornar uma importante fonte de geração de energia para o mundo, apresentando um
crescimento robusto e contínuo, mesmo em tempo de crises financeiras e
econômicas. No final de 2009, a capacidade acumulada instalada no mundo era de
quase 23 GW. No ano seguinte, foi de 40 GW e em 2011, mais de 69 GW estão a
nível mundial, o que representa uma produção de 85 TWh de eletricidade por ano.
Este volume de energia é suficiente para atender às necessidades energéticas anuais
de mais de 20 milhões de domicílios (TORRES, 2012).
No ano de 2012, a capacidade mundial total de energia solar fotovoltaica
rompeu a barreira dos 100 GW. A Alemanha e a Itália eram responsáveis por deter
àquela época mais de 50% dessa capacidade, com 32,3 GW e 16 GW
respectivamente. Além disso, cabe ressaltar que a Alemanha tem planos audaciosos
de atingir 100% de energia limpa e inesgotável em utilização até 2050.
41

Porém, salienta-se que a Europa deixou de liderar o número de instalações à


medida que foram sendo retirados os incentivos. Dessa forma, nos últimos anos tem
sido observada uma transferência da liderança no número de instalações para países
asiáticos, principalmente a China (SOLARPOWER EUROPE, 2015).
Se formos mais à frente na linha temporal, é possível notar o crescimento
substancial da capacidade mundial. Segundo o Global Market Outlook, essa
capacidade subiu de 9.2 GW em 2007 para 404.5 GW em 2017, representando um
aumento de mais de 4.300%. Em 2020, essa capacidade atingiu a marca de 760 GW.
O Brasil também teve sua parcela de contribuição nessa ascensão. Segundo a
ANEEL (2017), o número de conexões de micro e minigeração de energia ultrapassou
sete mil instalações no ano de 2017 com potência instalada de 75.071,09 KW,
enquanto em 2012 havia apenas 4 conexões registradas.
Na figura 2.9, é possível observar a evolução global da energia solar
fotovoltaica entre os anos de 2001 a 2020.

Figura 2.9 - Panorama global de energia fotovoltaica 2001-2020

Fonte: IEA PVPS.

Na última década a energia solar fotovoltaica vem ganhando cada vez mais
destaque no cenário mundial, com uma alta taxa de crescimento, que deverá manter-
se devido ao apelo mundial por energias limpas, sendo essa umas das formas de
geração mais eficientes e menos nocivas ao meio ambiente (SILVA, 2015).
42

Esse crescimento acelerado do uso de energia solar pode ser atribuído, entre
outros fatores, ao avanço da tecnologia que propicia cada dia mais um aproveitamento
mais eficaz na captação e conversão da radiação solar em energia elétrica e a queda
vertiginosa do preço dos painéis fotovoltaicos no mundo, principalmente, os praticados
nos mercados Chineses e Indianos, além da política de fortes incentivos concedidos
para a instalação de sistemas fotovoltaicos, fomentada em países desenvolvidos
como Alemanha, Itália, EUA e Japão.
Hoje, é possível notar a presença da energia solar não só nos países mais ricos
e desenvolvidos, como também em países em desenvolvimento. As instalações
podem ser visualizadas nas mais variadas localidades, desde grandes usinas solares
até as edificações residenciais. Estão presentes em grandes metrópoles e em cidades
do interior; nos aeroportos, nas rodovias, estacionamentos de carros; nos edifícios,
condomínios, estabelecimentos comerciais e na zona rural.
O cenário mundial, tendo como pioneiros países europeus e asiáticos, vem se
mostrando favorável a uma menor dependência das fontes de energias não
renováveis e a uma expansão gradual das fontes renováveis, a fim de preservar-se
de eventuais problemas para atender sua demanda por aquelas fontes, como a atual
crise por petróleo e gás, por exemplo, causada pela guerra entre os países da Rússia
e da Ucrânia. Busca-se desse modo, a prevenção de um eventual colapso da matriz
elétrica mundial.
Como pode ser observado por meio dos gráficos abaixo (figuras 2.10 e 2.11),
a matriz elétrica mundial é formada principalmente por combustíveis fósseis como
carvão, óleo e gás natural, em que as fontes não renováveis somam um total de 73%.
Em contraponto, a matriz elétrica brasileira é em sua grande maioria formada por
fontes renováveis, representando um total de 83%. Isso se deve, principalmente, ao
grande potencial hidráulico brasileiro e ao crescimento das energias eólica e solar.
43

Figura 2.11 - Matriz elétrica mundial Figura 2.10 - Matriz elétrica brasileira

Fonte: International Energy Agency (IEA, 2021). Fonte: Balanço Energético Nacional (BEN, 2021).

De acordo com o plano decenal de energia (PDE 2031), elaborado pela


Empresa de Pesquisa Energética (EPE), há projeções que indicam que a capacidade
instalada de energia elétrica no Brasil vai subir 37,5% em dez anos. Ele indica ainda
que as usinas hidrelétricas devem perder nesse mesmo período espaço para outras
fontes, passando a deter 45% dessa capacidade, em vez dos 58% atuais.
Dentro desses números, vale a pena salientar que a geração distribuída
renovável deve dobrar a sua participação de 8% para 17%, impulsionada pela grande
expansão da energia solar (de 2% para 4%) e também pelo crescimento da energia
eólica (10% para 11%).

2.7 CENÁRIO HISTÓRICO BRASILEIRO

O Brasil utiliza as usinas hidrelétricas para fornecer a maior parte da sua


energia elétrica, fato que gera um grande temor por parte de grandes especialistas
em recursos energéticos, uma vez que os reservatórios de água são frágeis aos novos
regimes hidrológicos e isso vai gerar um impacto sobre o potencial hidráulico
(BARBOSA FILHO PESSÔA, 2015).

O país é muito dependente da energia hidrelétrica, desta forma nos próximos


anos os reservatórios de água estarão vulneráveis aos novos regimes
hidrológicos e isso vai gerar um impacto sobre o potencial hidráulico. As
notícias não são animadoras: de maneira geral haverá uma redução
significativa na disponibilidade hídrica. Mas isso vai depender da bacia,
porque as bacias do Sul terão maiores vazões, enquanto as bacias do Norte,
Nordeste e Centro-Oeste terão reduções significativas. Os impactos serão
44

diferenciados, os quais não se compensam num certo sentido. Então, não vai
adiantar chover mais no Sul e achar que será possível gerar mais energia no
Sul compensando o Norte e o Nordeste, que terão menos energia. Isso
significa que a longo prazo haverá um risco de diminuição de geração de
energia hidrelétrica (MARGULIS 1, 2015, ONLINE)

Diante desse cenário energético nacional, surge a necessidade de se buscar


novas fontes renováveis de energia, as quais sejam capazes de corroborar para a
solução dessa realidade iminente de caos na geração de energia elétrica no país.
A economia do uso das energias renováveis é considerável diante à atual
situação econômica do país. Com o uso de recursos mais baratos apresenta-se a
produção de energia com menor custo para o consumidor final, considerando um
período de 10 anos para a recuperação do investimento inicial, além de favorecer a
preservação do meio ambiente, já que boa parte das renováveis usam de meios
naturais, abundantes e reaproveitáveis para a produção de energia elétrica (BRASIL,
2014).
Nesse contexto, surge a energia solar fotovoltaica como uma forma de energia
limpa e renovável. Essa fonte de energia se mostra com um potencial de transformar
a realidade brasileira, uma vez que o país detém um alto índice de irradiação solar,
que ao ser explorada de maneira correta, pode suprir um percentual relevante da
demanda de energia elétrica nacional.
As células fotovoltaicas começaram a ser desenvolvidas em território brasileiro
na década de 50 pelo Instituto Nacional de Tecnologia (INT) e no Centro Tecnológico
de Aeronáutica (CTA). O primeiro Simpósio Brasileiro de Energia Solar aconteceu no
ano de 1958. Por sua vez, o início do desenvolvimento de células de silício
fotovoltaicas aconteceu na Universidade de São Paulo (USP). Enquanto que o
desenvolvimento de tecnologia de filtros finos começou na década de 1970, no
Instituto Militar de Engenharia, situado no Rio de Janeiro.
Também motivada pela crise do petróleo, nos anos 70, o desenvolvimento no
setor da energia solar fotovoltaica brasileira, já se equiparava ao ocorrido em outros
países pioneiros no mundo, culminando naquele período no estabelecimento de duas
fábricas de módulos no país, mas que nos anos 80 acabariam fechando por falta de
incentivos.
Nos anos 90, a tecnologia fotovoltaica brasileira foi ficando para trás em relação
ao Japão e a países europeus como a Alemanha. Nesses países, havia um incentivo
direcionado ao desenvolvimento tecnológico e industrial e para aplicações
45

residenciais, o que justifica tal acontecimento. Fato esse que só piorou no início do
século XXI, com o avanço industrial na fabricação de células e módulos,
principalmente na China, e o aumento de sistemas fotovoltaicos interligados à rede
elétrica.
Esse cenário começou a mudar a partir da criação do Fundo Setorial de Energia
em 2001, resultando em um crescimento nas atividades de P&D em energia solar
fotovoltaica e na formação de grupos de pesquisa e programas de pós-graduação.
O tardio desenvolvimento do sistema solar fotovoltaico brasileiro frente ao
cenário internacional, é explicado pelo fato de seu posicionamento em relação às
políticas públicas de incentivo e regulamentação só terem acontecido recentemente.
Em 2004 foi criado o Centro Brasileiro para Desenvolvimento de Energia Solar
Fotovoltaica (CB-Solar), de qual pode-se destacar entre suas ações, o
desenvolvimento de tecnologias em escala piloto para fabricação células fotovoltaicas
de silício cristalino e de módulos fotovoltaicos, incluindo análise técnica-econômica da
sua produção em escala industrial.
Mas apenas no ano de 2012 foi estabelecida a Resolução Normativa 482/12,
definindo regras pela primeira vez sobre o tema de geração distribuída e trazendo
mecanismos que serviram para impulsionar o uso dessa geração de energia solar no
Brasil. Entre as quais: o direito à utilização dos créditos por excedente de energia
injetada na rede; a definição da potência instalada para micro (75 KW) e minigeração
(5 MW); possibilitou a geração compartilhada, na qual um grupo de unidades
consumidoras é responsável por uma única unidade de geração; a possibilidade de
autoconsumo remoto, na qual existe a geração em uma unidade e o consumo em
outra unidade de mesmo titular; e, também estabeleceu prazos para processos,
padronização de formulários para solicitação de conexão e definição de
responsabilidades atribuídas aos clientes, à empresa responsável pela implantação
do sistema e à distribuidora
No dia 1 de março de 2016, entrou em vigor, a Resolução Normativa 687/15, a
qual realizou grandes atualizações na resolução 482/12, propiciando melhores
estímulos para o mercado da geração distribuída, desburocratizando o processo de
inserção da energia gerada na rede elétrica. As principais melhorias e pontos positivos
dessa nova resolução foram: diminuiu o prazo de aprovação dos sistemas
fotovoltaicos e ampliou-se o tempo para utilização dos créditos decorrentes do
excedente gerado para 60 meses, podendo ser utilizados em local diferente de onde
46

foi gerado; compensação de créditos entre matrizes e filiais; geração distribuída


condominiais para pessoas físicas e jurídicas; e aumento da potência de 1 MW para
5 MW (ANEEL, 2015).
Desse modo, o Brasil alcançou o nono lugar no ranking dos países que mais
produziram energia solar fotovoltaica em 2020, com quase 3.153 megawatts de
potência adicionados ao sistema, incluindo 2,5 GW em sistemas de geração
distribuída. Apesar desse crescimento, ao analisarmos o potencial disponível de
irradiação solar no país, fica constatado que a conversão fotovoltaica ainda se dá de
forma tímida, se comparada a países europeus, por exemplo, grandes potências
mundiais como Alemanha, Espanha e Itália, os quais possuem um potencial menor
de irradiação ou igual ao do nosso país, mas onde essa conversão já é amplamente
explorada.
Segundo a ANEEL, apesar do grande impacto no cenário econômico mundial
causado pela pandemia, a capacidade total de geração solar distribuída obteve um
aumento de 4,1 GW entre os anos de 2020 (2,6 GW) e 2021 (1,5 GW). Esses números
representam um aumento de mais de 160% no total dessa capacidade, que
anteriormente era de 2,5 GW. Em relação a números gerais, os quais envolvem tanto
a geração distribuída quanto a geração centralizada, o país já ultrapassou a marca de
600 mil sistemas de energia solar, totalizando uma potência disponível de 6,8
Gigawatts, o suficiente para atender cerca de 4,5 milhões de residências populares.
Recentemente, no dia 6 de janeiro de 2022, foi constituída a lei nº 14.300, a
qual representa o Marco Legal da Geração Distribuída, que até então era regulada
apenas por resoluções. A lei prevê mudanças graduais e sutis que devem ampliar os
investimentos no país, estimulando a entrada de novos empreendedores no segmento
de energia solar. Entre as novas implementações que ela traz, a Agência Câmara de
Notícias (2022) destaca alguns pontos:

● Institui novas regras para a microgeração e minigeração aumentando a definição


de potência dos minigeradores que anteriormente era de até 5 MW passando agora
para até 10 MW. Ainda nessa parte, estabelece uma etapa de transição para a
cobrança de tarifas de uso dos sistemas de distribuição por parte de micro e
minigeradores. Prevê também um período de transição até 2045, em que esses
tipos de gerações existentes pagarão os componentes da tarifa somente sobre a
47

diferença entre o consumido e o gerado e injetado na rede de distribuição, como já


acontece;
● Permite a participação no Sistema de Compensação de Energia Elétrica (SCEE)
de empreendimentos criados para esse fim que tenham o objetivo de atender
várias unidades consumidoras, como os condomínios;
● Cria o Programa de Energia Renovável Social (PERS), destinado a financiar a
instalação de geração fotovoltaica e outras fontes renováveis para atender
consumidores de baixa renda. Os recursos devem ter origem no Programa de
Eficiência Energética (PEE);
● A lei também prevê que as bandeiras tarifárias incidirão somente sobre o consumo
a ser faturado, e não sobre a energia excedente usada para compensar o
consumo.
● Além disso, a lei permite a participação das instalações de iluminação pública no
SCEE, devendo a rede de um município ser considerada como unidade
consumidora.

Essa nova lei somada à crise provocada pela pandemia da covid-19 traz
consigo incertezas sobre o futuro da geração distribuída. Diante disso, o PDE 2031
fez projeções considerando alguns cenários. Em um primeiro mais otimista, em que
as regras sejam mantidas como atualmente, com paridade total entre créditos de
energia e tarifa de energia, a Geração Distribuída poderá chegar a 41,6 GW no
período, com R$ 138 bilhões em investimentos. Em um outro cenário mais pessimista,
no qual são removidos os incentivos existentes no Sistema de Compensação de
Energia e passa a aplicar a tarifa binômia, essa estimativa de crescimento da
modalidade seria reduzida em cerca de 50%, chegando em 2031 com 22,8 GW de
capacidade acumulada e R$ 56 bilhões em investimentos.
A grande potência de geração de energia solar no Brasil acontece devido a sua
proximidade da linha do equador, que possibilita que até mesmo no inverno haja luz
solar em todo seu território. De acordo com o Atlas Brasileiro de Energia Solar, o Brasil
recebe durante todo o ano, mais de 3.000 horas de brilho de sol, correspondendo a
uma incidência solar diária que vai de 4.500 a 6.300 Wh/m². Enquanto a Alemanha,
um dos países que mais explora a energia fotovoltaica, recebe 40% menos irradiação
solar em sua região de maior potencial se comparado à incidência brasileira. Esse fato
fica evidenciado no mapa (figura 2.12) a seguir, o qual demonstra a irradiação média
anual e diária no mundo.
48

Figura 2.12 - Mapa de radiação solar do mundo

Fonte: NASA.

O Brasil é um dos países com maior potencial para geração de energia solar
fotovoltaica, isso por que a maior parte de seu território é localizado próximo a linha
do equador o que faz com que o tempo de incidência de luz solar não varie muito e a
média anual pode variar entre 5 a 8 horas diárias (ANEEL, 2005).
A EPE, de acordo com a Nota Técnica DEA 19/14 de 2015, estima uma
produção de 287.5 milhões de MW por ano de energia fotovoltaica, caso todo o
potencial solar fotovoltaico residencial seja aproveitado. A potência gerada seria
suficiente para abastecer mais de duas vezes o atual consumo doméstico de 124,8
milhões de MW por ano do país.
Os dados expressos no gráfico abaixo (figura 2.13) demonstram o crescimento
substancial da energia fotovoltaica no Brasil a partir do ano de 2017 corroborando com
a já citada expansão desse tipo de energia em solo nacional. Podemos observar que
o país praticamente dobra a sua capacidade anualmente.
49

Figura 2.13 - Panorama da energia fotovoltaica no Brasil

Fonte: ABSOLAR / ANEEL, 2022

A energia solar ocupa a quinta posição na matriz elétrica brasileira,


considerando-se a soma da capacidade instalada das usinas solares de grande porte
com a das unidades de geração própria, isto é, as placas solares instaladas nos
telhados das residências e pequenos negócios. A potência instalada de fonte solar
ultrapassou a de termelétricas movidas a combustíveis fósseis (ABSOLAR, 2021).
Segundo a ANEEL (2016), a região nordeste possui um alto índice de irradiação
solar e as condições climáticas apresentam maior instabilidade e maior média anual.
Dessa forma, a região possui o maior potencial para a geração de energia solar
fotovoltaica no país.
De acordo com dados do Atlas Eólico e Solar de Pernambuco, a insolação
média anual do estado apresenta médias em torno de 7,5 horas, destacando-se o
sertão como a área com maior incidência solar. Essa região do estado apresenta um
potencial estimado em 1200 GW, mostrando-se um local altamente propício para a
instalação de sistemas fotovoltaicos. Além disso, deve-se ressaltar que o território
pernambucano possui um potencial de 79% para a geração de energia solar,
equivalente a mais de 77 mil quilômetros quadrados.
50

Em 2021 Pernambuco passou a contar com o maior complexo solar fotovoltaico


do país, localizado na cidade de São José do Belmonte, a 500 km da capital, Recife.
Esse empreendimento custou mais de 3 bilhões de reais e possui sete usinas, que
quando estiverem em pleno funcionamento, serão capazes de gerar 1,1 mil
megawatts.
Dados da ABSOLAR demonstram que em Pernambuco as usinas solares são
responsáveis por alavancar a microgeração distribuída de energia, com um avanço
de 264% através da geração centralizada.
Em um contexto estadual, Pernambuco ocupa atualmente o 11º lugar entre os
estados brasileiros, em potência instalada de geração distribuída, com um total de
318,5 MW (figura 2.14).

Figura 2.14 - Geração distribuída por estados

Fonte: ABSOLAR / ANEEL, 2022

A despeito desse grande avanço no mercado solar fotovoltaico nacional,


propiciado principalmente por causa das resoluções da ANEEL, ainda há muitas
51

questões para o governo solucionar, a fim de fomentar um crescimento exponencial


mais adequado ao potencial solar que o Brasil possui.
No quadro 2.2, pode-se perceber que os principais desafios estão ligados à
produção industrial de matérias-primas utilizadas para a implementação do sistema
fotovoltaico, em que há uma falta de incentivos fiscais, subsídios e aproveitamento da
matéria-prima, desestimulando assim as indústrias e encarecendo o custo desse
material no mercado nacional.
Um exemplo recente dessa falta de estímulo para a produção da indústria
nacional foi quando o atual governo federal zerou a alíquota de importação dos
módulos em 2021, mas não zerou a tributação para a importação de insumos para a
produção local, fazendo com que a produção nacional recuasse a sua participação no
mercado de 19% para apenas 2%. Por outro lado, as importações de módulos
fotovoltaicos tiveram um aumento projetado de 98% em 2021, saindo de US$ 1,02
bilhão em 2020 para US$ 2,03 bilhões.
Vale mencionar também que existem vários mecanismos de estímulos
direcionados aos consumidores finais, por meio de condições diferenciadas de
financiamento, descontos nas tarifas, redução no imposto de renda e sistema de
compensação de energia elétrica.

Quadro 2.2 - Principais desafios e incentivos para a geração solar fv no Brasil


Principais desafios Incentivos existentes
Incentivos fiscais e Desoneração Descontos nas Tarifas de Uso dos Sistemas de Transmissão
monetária (TUST) e de Distribuição (TUSD)
Incentivo a pesquisa e a inovação Descontos de, no mínimo 50%, sobrevindo na produção no
tecnológica para aprimorar consumo da energia
produção Nacional
Fomento de mercado consumidor A venda direta a consumidores considerados ‘especiais’
com base em incentivos (carga entre 500 kW e 3.000 kW) para geradores de energia
de fonte solar e demais fontes renováveis, com potência
injetada inferior a 50.000 kW
Incentivo a indústria de células Sistema de compensação de energia elétrica para a micro e
solares e de módulos fotovoltaicos minigeração
Aproveitamento da Matéria prima e Redução de imposto de renda
Estabelecimento de indústrias
Condições diferenciadas de financiamento
Leilões de compra de energia elétrica específico para fonte

Fonte: Autoria própria.


52

2.8 FINANCIAMENTO DE ENERGIA SOLAR NO BRASIL

Por exigir um alto investimento inicial, a instalação de um sistema fotovoltaica


ainda é uma realidade distante para boa parte dos consumidores de energia elétrica.
Porém, atualmente, estão sendo ofertadas uma série de linhas de crédito, por meio
de instituições bancárias privadas e públicas, para facilitar a implantação desse
sistema, possibilitando assim a utilização da energia solar por consumidores
residenciais, comerciais e produtores rurais. Cabe ressalvar a importância do
consumidor se atentar aos juros mensais que os empréstimos exigem, pois, se os
juros sobem, o empréstimo fica mais caro. Ressalta-se ainda que a taxa utilizada como
referência para a base de cálculo, geralmente, é a Selic.
Em dezembro de 2021, a Caixa Econômica Federal disponibilizou uma linha de
crédito para financiamento de sistemas de geração de energia solar fotovoltaica com
a menor taxa de juros do mercado, custeando pela Caixa 100% do projeto com
carência de 6 meses e prazo para pagamento de 5 anos.
O Banco do Nordeste oferece uma linha de crédito destinada à micro e
minigeração de energia, destinada às pessoas físicas, produtores rurais, cooperativas,
associações e pequenas indústrias agrícolas localizadas nos estados do Nordeste,
Minas Gerais e Espírito Santo. Nesse financiamento também existe a possibilidade de
custeio de 100% do projeto e o prazo para pagamento é de até 12 anos, com a
possibilidade de carência de 6 meses a 1 ano.
O Banco Santander oferece um financiamento a âmbito nacional, com
parcelamento de até 72 meses e possibilidade de financiamento de 100% do valor.
Destina-se a pessoas físicas, produtores rurais e serviços voltados à sustentabilidade.
O Banco do Brasil disponibiliza um financiamento para sistemas fotovoltaicos
para a geração de energia solar residencial adquiridos de fornecedores conveniados
a este banco. O prazo de financiamento é de até 60 meses, com até 180 dias para o
pagamento da primeira parcela, com limites de contratação: de R$ 5 mil até R$ 100
mil. O percentual de financiamento dos bens somados à instalação é de até 100%.
Há também uma linha disponibilizada pelo BB - PRONAF, a qual se destina a
produtores rurais que queiram melhorar a tecnologia e o trabalho no campo. Entre os
benefícios, estão o pagamento em até 10 anos, com carência de até 3 anos.
O Banco do Brasil ainda possui o Fundo Constitucional de Financiamento do
Centro-Oeste. Com foco em pessoas físicas, jurídicas, produtores rurais, cooperativas
53

e associações da região Centro-Oeste do país, essa linha oferece limite de


financiamento é de até R$ 5 milhões para o setor de comércio e serviços, com outros
serviços podendo financiar até 10 milhões. Caso seja um empreendimento auxiliar no
desenvolvimento de comunidades, o limite pode subir para R$ 100 milhões.
Empresas podem pagar em até 20 anos, incluindo a carência que pode chegar a 5
anos, enquanto os produtores rurais podem ter os mesmos 20 anos para pagar, mas
com uma carência de até 12 anos.
O SICREDI oferece aos seus associados, seja empresa ou pessoa física, a
possibilidade de financiamento de 100% do valor de implantação do sistema
fotovoltaico pagamentos em até 60 meses, com carência de até 90 dias
O Banco da Amazônia oferece financiamento de até 100% do projeto para
pessoas jurídicas, físicas e produtores rurais da região norte do Brasil, com 144 meses
para pagar e 48 meses de carência.
Uma outra boa opção para financiamento do sistema fotovoltaico é por meio
das fintechs. Existem várias no mercado, entre elas, destaco duas abaixo a título de
exemplos:
• A Solfácil financia 100% do projeto, com limite de até R$ 200 mil para
pessoas físicas e R$ 500 mil para pessoas jurídicas, o prazo de
pagamento é de até 10 anos.
• A Solar21 tem como proposta uma assinatura com planos que duram
até 20 anos. A empresa se responsabiliza pela instalação e manutenção
dos painéis.
54

3 METODOLOGIA

Este capítulo apresenta os métodos científicos utilizados para se chegar a


responder à pergunta de pesquisa.

3.1 TIPO DE PESQUISA

Trata-se de uma pesquisa exploratória, descritiva, bibliográfica, utilizando uma


abordagem híbrida, qualitativa e quantitativa, por meio de um estudo de caso
múltiplos.
Exploratória porque procura ampliar o conhecimento sobre o tema estudado,
com vista a torná-lo explícito (GIL, 2002, p.41). Descritiva, porque analisa os dados
coletados, descrevendo e registrando minuciosamente experiência, processos,
situações e fenômenos (GIL, 2002). Bibliográfica, porque utiliza fontes constituídas de
material já publicado, por livros, artigos científicos (Marcone e Lakatos, 1997)
É qualitativa porque procura compreender a complexidade e os detalhes das
informações obtidas e quantitativa, porque quantifica um problema de pesquisa,
fornece, busca coletar dados, números, e transformá-los em informações.
O estudo de caso múltiplo, é o mais adequado, por se tratar de uma
investigação empírica que analisa um fenômeno contemporâneo dentro de seu
contexto da vida real (YIN, 2002). Para Fachin (2005), esse método se caracteriza
por ser um estudo intensivo, onde todos os aspectos do caso devem ser investigados.
Os Projetos de casos múltiplos possuem vantagens e desvantagens distintas
em comparação aos projetos de caso único. As provas resultantes de casos múltiplos
são consideradas mais convincentes, e o estudo global é visto como sendo mais
robusto. Ao mesmo tempo, o fundamento lógico para projetos de caso único, não pode
ser satisfeito por casos múltiplos. É provável que o caso raro ou incomum, o caso
crítico e o caso revelador impliquem apenas em casos únicos, por definição. Qualquer
utilização de projetos de casos múltiplos deve seguir uma lógica de replicação, e não
de amostragem. Os casos devem funcionar de uma maneira semelhante aos
experimentos múltiplos, com resultados similares (replicação literal) ou contraditórios
(replicação teórica) previstos explicitamente no princípio da investigação (Yin, 2002).
Em um primeiro momento, realiza-se uma pesquisa bibliográfica embasada em
artigos acadêmicos, livros e demais trabalhos científicos disponibilizados em
55

endereços eletrônicos de instituições públicas e organizações nacionais e


internacionais, empresas privadas, órgãos ligados ao setor de energia elétrica e na
legislação brasileira pertinente, que pudessem subsidiar a presente pesquisa.
Em um segundo momento, é realizada a coleta de dados, tais como latitude e
longitude, consumo médio de energia kwh e também o levantamento dos custos dos
materiais e demais necessidades para a implantação do sistema on grid nos locais
definidos.

3.2 DIMENSIONAMENTO DE SISTEMA SOLAR VIA PVSOL

Para o dimensionamento de um sistema de geração de energia solar, on grid,


por meio de Painéis Fotovoltaicos, em residências já habitáveis e onde já exista dados
históricos sobre o consumo de energia, deve-se seguir dos seguintes passos:
1º. Passo: Verificar o consumo de Energia na Fatura enviada por sua concessionária
(Exemplo: Neoenergia), considerando o consumo de janeiro a dezembro, e fazendo a
Média Aritmética.
Por exemplo: Média = 428,83 KWh e aí faz-se
= 428,83 – 50 = 478,83 ⩭379 KWh

2º. Passo: Consultar a Classe do Consumidor na Fatura da Neoenergia


• Monofásica: 30 KWh
• Bifásica: 50 KWh
• Trifásica: 100 KWh

Por exemplo: Constatando a sua classe como consumidor Bifásico = 50KWh


3º. Passo: Identificar o IRR (Índice de Radiação Solar diário) no site: cresesb.cepel.br,
da sua cidade ou município.
• Vamos supor Belo Horizonte (BH) = 5,17 KWh/m2 dia

4º. Passo: Calcular a Potência do Sistema Fotovoltaico (PFT)

𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑒𝑚 𝐾𝑊ℎ − 𝐶𝑙𝑎𝑠𝑠𝑒 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜𝑟 𝑒𝑚 𝐾𝑊ℎ


𝑃𝑓𝑣 =
𝐼𝑅𝑅 𝑥 𝐷𝑖𝑎𝑠 𝑑𝑜 𝑀ê𝑠 𝑥 𝐸𝑓𝑖𝑐𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑆𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎
56

379 𝐾𝑊ℎ − 50 𝐾𝑊ℎ


𝑃𝑓𝑣 = = 3,26 𝐾𝑊𝑝
5,17 𝑥 30 𝑥 0,75

3,26 KWp (Quilowatt pico) é a potência do sistema solar, a partir dela pode-se
determinar o Inversor, Micro inversor e a quantidade de placas utilizadas, no processo
de implantação de um sistema fotovoltaico em uma residência.
Sobre o IRR, vale ressaltar que o programa SunData destina-se ao cálculo da
irradiação solar diária média mensal em qualquer ponto do território nacional e
constitui-se em uma tentativa do CRESESB de oferecer uma ferramenta de apoio ao
dimensionamento de sistemas fotovoltaicos. A primeira versão do programa foi
elabora em 1995 com a finalidade de auxiliar o dimensionamento dos sistemas nas
diversas fases do PRODEEM e foi adaptado, no ano seguinte, para consulta via web.
A primeira e a segunda versão do SunData utilizaram dados do Valores Medios de
Irradiacion Solar Sobre Suelo Horizontal do Centro de Estudos de la Energia Solar
(CENSOLAR, 1993) contendo valores de irradiação solar diária média mensal no
plano horizontal para cerca de 350 pontos no Brasil e em países limítrofes. Após a
publicação da 2ª Edição do Atlas Brasileiro de Energia Solar em 2017, o Cresesb
obteve autorização para utilizá-lo na atualização da base de dados do SunData.
Produzido a partir de um total de 17 anos de imagens de satélite e com informações
de mais de 72.000 pontos em todo o território brasileiro, o Atlas Brasileiro de Energia
Solar - 2ª Edição é o que se tem de mais moderno em informações de irradiação solar
no Brasil. Vale lembrar que as informações apresentadas são indicativas e possuem
as limitações dos modelos utilizados. Para avaliações mais precisas recomenda-se a
medição da irradiação no local de interesse (CRESESB, 2022).
É importante salientar que o sistema de busca de localidades próximas é feito
por meio da coordenada geográficas (latitude e longitude) do ponto de interesse. Caso
a cidade de seu interesse não seja listada sugiro selecionar a localidade mais próxima
sugerida pela busca ou a localidade com características mais semelhantes à da
localidade de interesse. O formato numérico de entrada da coordenada geográfica
pode ser em graus decimais (00.00°) ou graus, minutos e segundos (00°00'00"),
conforme a opção selecionada no formulário. (CRESESB, 2022).
O programa fornece os dados de irradiação solar para no mínimo 3 localidades
disponíveis próximas do ponto de interesse. São fornecidos os valores de irradiação
57

solar, em kWh/m2.dia no plano horizontal, correspondentes às diárias médias mensais


para os 12 meses do ano. (CRESESB, 2022)
Os valores válidos de latitude devem estar na faixa de 12° Norte e 40° Sul e de
longitude na faixa de 30° Oeste e 80° Oeste (CRESESB, 2022).
Por conseguinte, com as devidas informações já coletadas, foi realizada a
simulação por meio do software PV Sol Premium para saber a quantidade e tipo de
cada material necessário (como módulos, inversores, cabos conectores) para a
instalação do sistema on grid nas residências escolhidas, situadas em diferentes
regiões de Pernambuco: agreste, sertão e zona da mata, reconhecidas por meios das
suas respectivas latitudes e longitudes
Posteriormente, foi utilizado o custo total do kit fotovoltaico (materiais e
equipamentos necessários), e utilizado o indicador financeiro payback para estimar o
tempo de retorno do investimento e, assim, realizar a análise da viabilidade técnica e
econômica da instalação do sistema on grid em cada residência escolhida.
Em suma, foram coletados os dados necessários sobre cada residência e suas
peculiaridades locais e utilizadas as especificações necessárias por meio do software
PV Sol para, dessa forma, ser verificada a viabilidade econômica da implantação do
sistema, levando-se em conta os custos de implementação e o retorno payback.

3.2.1 Sistema de Automação PV SOL Premium versão 2021

O PV*SOL é um software para modelagem e simulação de sistemas


fotovoltaicos, amplamente utilizado por projetistas no dimensionamento dos sistemas
de geração de energia solar, utilizados por Engenheiros Eletricistas e Técnicos em
Eletrotécnica, devidamente certificados.
Trata-se de um programa de simulação dinâmica, incluindo visualização 3D e
análise de sombreamento para sistemas fotovoltaicos, além da análise econômico-
financeira, payback do investimento, desenvolvido para engenheiros, planejadores e
instaladores que desejam realizar uma análise detalhada do sombreamento
Mundialmente, o software PV*SOL é um dos mais utilizados para simulação de
sistemas de energia solar. Ele fez tanto sucesso porque oferece facilidade de uso e
agilidade no processo da venda, como uma ferramenta avançada para projetistas.
58

O PV*SOL foi desenvolvido pela empresa alemã Valentin Software GmbH, que
efetua a venda direta. No Brasil, a Solarize é sua parceira oficial para promoção,
treinamento e suporte.
O Serviço Nacional da Industrial (SENAI) juntamente com a Universidade
Federal de Pernambuco, Departamento de Energia Nuclear e o Departamento de
Engenharia Elétrica, na UFPE, promovem treinamento nesse segmento.
Abaixo mostra-se a tela de abertura do Software PV Sol Premium, desenvolvido
na Alemanha e comercializado no Brasil.

1ª. Tela - Abertura

A 2ª tela, a seguir, deverá ser preenchida com alguns dados do projeto.


59

2ª. Tela – Dados do Projeto

Essa tela é preenchida com o número da proposta, responsável técnico do


projeto; responsável, Dados do Cliente (nome do cliente, contato, empresa a que
pertence, telefone, e-mail, endereço do cliente); data de início do projeto, nome do
mesmo, imagem do projeto, descrição do projeto e endereço da instalação.

3ª. Tela - Tipo de sistema, clima e rede


60

A 3ª. tela é preenchida com informações do tipo de sistema (ligado à rede de


consumo), também conhecido como on grid, país e local de Instalação, no município,
e respectivo índice IRR (Índice de Irradiação Solar).

3.1 Tela – Opções de programa e opções de projeto

Essa subtela coloca-se a tensão: 220V e fator de potência: 1, a limitação de


potência, normalmente 70% e sequestro de CO2 G/KWh, esses últimos valores são
dados pelo sistema.

4ª. Tela – Consumo


61

A 4ª. Tela nos mostra dados sobre o consumo mensal ou anual. Em um mesmo
CPF o limite é de 100 contas de energia. Inclusive apresenta o Gráfico, considerando
os índices IRR, por mês.

5ª. Tela - Módulos Fotovoltaicos

Nessa tela informa-se o nome do fabricante e modelo do módulo fotovoltaico a


ser instalado, em função da potência do sistema, a situação de montagem, ou seja,
tipo de telhado, a inclinação do mesmo, a orientação ou azimute, sempre procurando
a direção norte.

5.1 Tela - Relação entre a energia fotovoltaica e o consumo


62

Nessa subtela deve-se preencher a relação entre a energia fotovoltaica e o


consumo, sempre colocando 100% ou 110% por ano.

6ª. Tela - Inversor

Após definir os módulos fotovoltaicos, aperta na tecla: “propor configuração”. O


sistema apresentará uma configuração que atenda o PFT necessária e só aquela que
apresentar o dimensionamento correto do inversor aparecerá um “ⱱ”.

7ª. Tela - Cabos


63

O sistema dimensiona automaticamente, após a definição do inversor, a


quantidade de cabos necessários para instalação do sistema fotovoltaico.

8ª. Tela - Diagrama e Planta

O sistema apresenta também o diagrama e planta elétrica, que servirá de base


para instalação do mesmo, pelos técnicos e engenheiros envolvidos com o projeto.

9ª. Tela - Análise Financeira


64

Nessa tela o projetista deverá colocar o preço da tarifa, concessionária de


energia se não tiver sido cadastrada, e inflação projetada da tarifa no intervalo de 1
ano.

10ª. Tela - Resultados

Nessa tela são apresentadas as previsões dos resultados que poderão ser
obtidos por meio do desempenho do sistema adotado.

10.1 - Previsão de Rendimento por Inversor


65

Nessa subtela são apresentadas as previsões de rendimento por inversores.

10.2 - Desempenho do sistema por Inverso

Nessa subtela são apresentadas as previsões de rendimento por inversores.

10.3 - Irradiação por módulos

Nessa subtela são apresentados gráficos da irradiação emitida por área dos
módulos.
66

10.4 - Energia fotovoltaica ao longo do prazo do projeto

Nessa subtela são apresentados gráficos da irradiação emitida por área dos
módulos.

10.5 - Temperatura do módulo

Nessa subtela são apresentados gráficos da irradiação emitida por área dos
módulos.
67

10.6 - Balanço Energético

Nessa subtela são apresentados dados do balanço energético do sistema


fotovoltaico, tais como irradiação global horizontal, irradiação global no plano dos
módulos, energia fotovoltaica nominal.

10.7 - Configuração

Nessa subtela são apresentados outros dados de configuração ainda sobre o


balanço energético.
68

10.8 - Análise financeira

Nessa subtela é apresentada a análise financeira do projeto.

10.9 - Tabela do fluxo de caixa

Nessa subtela é apresentada a análise de fluxo de caixa.


69

10.10 - Conta de Energia

Nessa subtela são apresentados dados como consumo, produção de energia


e economia referentes à conta de energia.

10.11 - Economia de Energia

Nessa subtela são apresentados gráficos da economia com energia que será
alcançada.
70

10.12 - Fluxo de Caixa Acumulado

Nessa subtela são apresentados gráficos do fluxo de caixa acumulado.

10.13 - Evolução dos Custos de energia

Nessa subtela são apresentados gráficos da evolução dos custos de energia.


71

11ª. Tela - Emissão do Relatório Geral

Nessa última tela o projetista pode gerar um relatório com opção de impressão
para entrega à Concessionária e ao Cliente.
72

4 SISTEMA FOTOVOLTAICO CONECTADO À REDE

Esse capítulo tem por fim explanar como se dá o uso da tecnologia fotovoltaica
interligada à rede e quais os equipamentos necessários para esse tipo de instalação
em residências.
Ao realizar uma instalação de um sistema fotovoltaico, deve-se levar em
consideração qual o tipo que mais se adequa àquele ambiente. Para o presente
trabalho, vamos utilizar o sistema on grid, visto que ele é o mais indicado para
residências urbanas, onde há acesso à rede de distribuição e cujo o principal motivo
que enseja a sua instalação é pagar menos na conta de energia elétrica. Logo, o
sistema de créditos e o preço mais barato de instalação são os principais argumentos
para essa escolha.
Após escolhido o tipo de sistema, deve-se observar o ambiente e escolher o
local de maior incidência solar durante a maior parte do dia. Esse local deve ser livre
de sombras de outras estruturas. A orientação deve ser para o norte com inclinação
igual à latitude do local para assim obter a melhor produtividade possível.
Como pode ser observado na figura 4.1, o sistema on grid requer a utilização
de menos materiais que o off grid, pois dispensa o uso de baterias e controlador de
carga, uma vez que toda a energia gerada é direcionada diretamente para a rede. Isso
torna o custo do sistema conectado à rede menor que o do sistema autônomo.

Figura 4.1 - Diferenciação entre sistema off-grid e on-grid

Fonte: Portal energia brasil (https://portalenergiabrasil.com.br/tipos-de-sistemas-fotovoltaicos/).


73

De acordo com CRESESB-CEPEL (2014), um sistema fotovoltaico on grid é


constituído por um bloco gerador, o qual contém arranjos fotovoltaicos, formados por
módulos fotovoltaicos em diferentes associações, o cabeamento elétrico que os
interliga e a estrutura de suporte, e um bloco de condicionamento de potência com
inversores e outros dispositivos de proteção, supervisão e controle.

4.1 PLACA FOTOVOLTAICA

Os módulos fotovoltaicos ou placas solares, como são popularmente


conhecidos, são compostos por células. Os fótons da luz solar colidem com os átomos
do silício nas células, ocasionando assim o deslocamento dos elétrons. Essas células
conectadas em arranjo produzem tensão e corrente suficiente para o processo de
produção de energia solar.
Um sistema fotovoltaico conectado à rede exige, geralmente, a associação de
vários módulos em série, e, a essa associação dá-se o nome de painel solar. Por
causa dessa variação de módulos reunidos é comum encontrar discrepâncias nos
níveis de tensões entre eles.
Existem dois tipos diferentes de módulos: os módulos rígidos, formados por
uma ou mais lâmina de vidro temperado com baixo teor de ferro e moldurados com
perfil de alumínio para facilitar a instalação em painéis solares ou ainda sem moldura,
formando parte de uma construção ou revestimento; e os módulos flexíveis que são
fabricados por deposição de filmes finos utilizados em material flexível como
substrato, normalmente, a partir de polímero ou lâmina metálica.
Apenas uma porcentagem da radiação que atinge os módulos chega em
condições adequadas para que ocorra o efeito fotovoltaico explicado anteriormente.
Dessa parte, apenas uma determinada quantidade consegue ser aproveitada pelas
placas para a geração de energia elétrica solar, devido a perdas por fatores elétricos
e físicos. Na figura 4.2, é possível verificar que essas áreas são formadas
principalmente pela borda, pela moldura e por espaços entre as células fotovoltaicas.
74

Figura 4.2 - Áreas que não recebem radiação solar no painel

Fonte: Blog Blue Sol

Segundo a Greener (2021), os módulos fotovoltaicos representam 38% do


custo final de um sistema fotovoltaico e seu principal insumo, o silício metálico
(matéria-prima para o polissilício) representa 60% do custo de um módulo. Logo, a
variação de preço desse insumo afeta diretamente o valor dos módulos. No ano
passado houve um aumento de 200% no polissilício (figura 4.4) devido a restrições de
produção na China, o que impactou no preço dos módulos, como pode ser observado
na figura 4.3.

Figura 4.4 - Evolução do preço do polissilício Figura 4.3 - Evolução do preço dos módulos fv

Fonte: Greener (2021). Fonte: Greener (2021).

Apesar de ser mais comum a instalação de painéis solares sobre o telhado de


edificações, por reduzir riscos de sombreamento e também por ocupar uma área que
75

não seria utilizada para outro fim, eles também podem ser instalados em diversos
outros locais como terrenos, tetos de veículos, postes, estacionamentos abertos,
fachadas, varandas ou coberturas de prédios, quintais de condomínios, entre outros,
desde que a área possua uma boa incidência solar e não seja um local com
sombreamentos. Há também um novo conceito surgindo, em que os módulos já se
integram diretamente na estrutura das edificações. Nas figuras 4.5 e 4.6 podem ser
visualizados exemplos de painéis instalados no teto e na fachada de prédios.

Figura 4.5 - Painéis solares instalados no teto da Prefeitura de Curitiba

Fonte: Prefeitura Municipal de Curitiba

Figura 4.6 – PainéisFonte: Prefeitura


integrados Municipal
à faixada de Curitiba
do Centro de Pesquisas da CAOA

Fonte: Portal Solar


76

4.2 INVERSORES

Os inversores são responsáveis por transformar a energia de corrente contínua


para corrente alternada, tornando a tensão e a frequência compatíveis com a rede
elétrica a qual o sistema está conectado, possibilitando assim a utilização de
aparelhos eletrônicos por meio da energia solar presente naquela determinada
edificação.
Por ser de pequeno porte e não produzir ruídos, eles podem ser instalados no
interior da edificação ou mesmo juntos dos módulos, na estrutura de suporte, desde
que possuam índice de proteção IP adequado ou que fiquem protegidos de condições
climáticas adversas.
A forma da onda e a eficiência de conversão do inversor são os indicadores da
sua qualidade e do seu custo. Além disso, os inversores devem possuir características
como alta confiabilidade e baixa manutenção; operação em uma faixa ampla de
tensão de entrada; boa regulação na tensão da saída; baixa emissão de interferência
eletromagnética; tolerância aos surtos de partida das cargas a serem alimentadas e
garantia de fábrica de pelo menos dois anos. Destaca-se que a RN 493/2012 da
ANEEL exige que os inversores para conexão à rede devem apresentar forma de onda
de saída senoidal e com baixa distorção harmônica. No que tange à eficiência, o
INMETRO (2011) especifica que a eficiência do inversor isolado deverá ser superior
a 80% na faixa de operação entre 10% e 50% da potência nominal e igual ou superior
a 85% na faixa entre 50% e 100% da potência nominal (CRESESB-CEPEL, 2014).

4.3 TIPO DE CONEXÃO DOS MÓDULOS

Existem duas formas de conectar os módulos fotovoltaicos (LISITA JÚNIOR,


2005):
• Em série – a conexão dos módulos é realizada ligando-se o polo positivo de
um módulo com o polo positivo de outro e a saída é feita entre o positivo do
primeiro módulo e o negativo do último do conjunto em série.
• Em paralelo – a conexão dos módulos é realizada da mesma forma que em
série, o que difere é que a saída é realizada tomando o polo positivo e o
negativo do último módulo do conjunto em paralelo.

A quantidade de módulos que podem ser ligadas em cada tipo dependerá


77

do modelo do módulo e da faixa de tensão de entrada do inversor. Quanto a potência


do sistema, será determinada pelo arranjo de módulos conectados em paralelo.

4.4 ESTRUTURA DE SUPORTE

As estruturas de suporte com os módulos geralmente são instaladas em


telhados, quando se fala em edificações residenciais, pois, dessa forma, é aproveitada
uma área da casa que não teria utilidade e também por ser o local que mais incide
radiação solar normalmente.
Essas estruturas possuem são de vital importância para o sistema fotovoltaico,
pois desempenham dois papéis fundamentais: o primeiro é o de fixar os módulos
protegendo-os da ação dos ventos e tempestades; e o segundo é de prover a
inclinação ideal dos módulos para assim extrair o máximo de eficiência de geração de
sua energia solar. Consoante a isso, as estruturas são responsáveis também por
proporcionar uma ventilação adequada, dissipando o excesso de calor, para que os
módulos mantenham o seu funcionamento normal.
Ademais, elas devem ser eletricamente aterradas, conter materiais menos
suscetíveis a corrosão e propiciar uma integração estética com a edificação.
Na figura 4.7, há a exposição dos principais locais onde as estruturas
juntamente com os módulos são instaladas: (1) Solo, (2) Poste, (3) Fachada, (4)
Telhado.

Figura 4.7- Estruturas de suporte com módulos

Fonte: CRESESB-CEPEL
78

4.5 CABEAMENTO

Assim como no caso das estruturas metálicas, é importante que os cabos


utilizados nessas instalações estejam preparados para suportar as mais adversas
condições climáticas. Deve possuir características como duplo isolamento que suporte
temperatura elevada, possuir caixa de passagem e de conexão, e ser separados por
polos e eletrodutos distintos. Recomenda-se ainda o dimensionamento de cabos da
instalação de acordo com a temperatura efetiva de trabalho e o método escolhido de
proteção dos condutores utilizando-se o fator de correção de temperatura contido na
Norma Brasileira (NBR5410). Além disso, o material de proteção e isolamento do
condutor também deve ser resistente às condições climáticas, especialmente à
radiação ultravioleta (CRESESB-CEPEL, 2014).

4.6 PROTEÇÃO

Antes de serem conectados ao inversor, os condutores de corrente contínua


(cc) devem chegar a uma proteção. Essa proteção serve para seccionar o circuito de
alimentação em cc, seja para manutenção ou quaisquer outros ajustes no inversor.
Geralmente o elemento utilizado nessa posição é o fusível de cc, por possuir um custo
mais baixo que os disjuntores e proporcionar segurança aos usuários (LISITA
JÚNIOR, 2005).
Além dos dispositivos de proteção integrados aos equipamentos, a instalação
de outros dispositivos de proteção externos deve ser prevista, como dispositivos de
proteção contra surtos (DPS), sistemas de aterramento e sistemas de proteção contra
descargas atmosféricas (SPDA) (CRESESB-CEPEL, 2014).
A ANEEL (2012) exige em regulamentação, como padrão técnico, a instalação,
após o medidor, de uma chave seccionadora sob carga, denominada de dispositivo
de seccionamento visível (DSV), utilizada para garantir a desconexão da geração
fotovoltaica durante procedimentos de manutenção de rede.

4.7 MEDIDOR BIDIRECIONAL

O medidor bidirecional serve para contabilizar o quanto de energia foi


requisitado da rede elétrica para suprir a demanda necessária da edificação em
questão e também o quanto de energia excedente foi gerada e injetada na rede de
79

distribuição, para que ao final de cada mês seja feito o cálculo dos créditos sobre a
conta de energia elétrica que o consumidor eventualmente tenha direito.
Desse modo, a cada instante, apenas o registro em um dos sentidos será
realizado, dependendo da diferença instantânea entre a demanda e a potência gerada
pelo sistema fotovoltaico. Este é o tipo de registro requerido pela Aneel na
regulamentação em vigor. A Aneel estipulou ainda, pela resolução normativa no 569,
de 23 de julho de 2013, que as unidades consumidoras do grupo B, onde os
consumidores residenciais estão incluídos, não podem ser cobradas pelo excedente
de reativos devido ao baixo fator de potência (CRESESB-CEPEL, 2014).

4.8 INTEGRADORES

Os integradores são empresas que oferecem o serviço de instalação do


sistema fotovoltaico, desde o projeto básico e executivo de engenharia, passando pela
fase de autorização na ANEEL e licenciamento, até a implantação do sistema.
Segundo uma pesquisa da Greener (2021), existem mais de 21 mil integradores
fotovoltaicos ativos no Brasil.
Por meio do gráfico abaixo (figura 4.8), é possível verificar que apesar do
aumento dos preços em 2021, houve uma redução do custo médio do kit FV
(equipamentos necessários para a implantação do sistema como: módulos, inversores
e cabos), seguindo uma tendência dos anos anteriores. Em contrapartida, houve um
aumento do preço médio de integração, o que, no entanto, não foi suficiente para
atrapalhar a contínua redução do valor total dos sistemas fotovoltaicos, que caiu 33%
desde 2016.
Figura 4.8 - Evolução dos Preços dos sistemas fv nos últimos 5 anos

Fonte: Greener (2021)


80

5 ANÁLISE DOS RESULTADOS

5.1 SISTEMA FOTOVOLTAICO ON GRID EM RESIDÊNCIAS

Com a crescente utilização do sistema fotovoltaico em residências, essa classe


passou a deter uma participação de mais de 50% no volume total desse tipo de
energia implantando no país, contra 27% da classe comercial. Isso deve-se
principalmente ao impacto provocado no comércio pela pandemia, e também a
tentativa dos clientes residenciais de fugir do excesso tarifário exigido em contas de
energia elétrica, principalmente após a inserção das tarifas das bandeiras amarelas e
vermelhas, que somadas aos constantes aumentos nas tarifas-bases, encarecem
cada vez mais o custo da conta de luz.
O agravamento da crise hídrica, devido à escassez de chuvas e reservatórios
com baixos níveis de armazenagem, fez necessário o acionamento da geração de
energia nas termelétricas, o que encareceu a conta de energia elétrica. Segundo o
IBGE, o preço da energia elétrica acumulou alta de mais de 21% em 2021.
A resolução 482/12 da Aneel serviu como marco inicial para o segmento da
geração distribuída no Brasil, ao permitir que os consumidores realizassem a troca da
energia gerada com a da rede elétrica, criando as regras e o sistema que compensa
o consumidor pela energia elétrica injetada na rede. Nesse sistema, a energia
sobressalente injetada na rede pelo sistema gerador de uma unidade consumidora é
emprestada gratuitamente à distribuidora local e posteriormente compensada sobre o
consumo de energia elétrica ativa nessa mesma unidade consumidora ou em outra,
desde que ambas sejam registradas no mesmo CPF ou CNPJ.
Até 2012, 99,99% dos painéis fotovoltaicos no Brasil eram usados em regiões
isoladas, áreas rurais onde não se tem acesso à rede elétrica. Apenas em 2012, com
a entrada em vigor da mencionada regulamentação da ANEEL que esta fonte
começou a crescer. Desde então, segundo a ANEEL, a instalação de sistemas
fotovoltaicos conectados à rede vem crescendo 300% ao ano.
Nas residências rurais isoladas situadas principalmente nas regiões norte do
Brasil, as quais sofrem com a ausência de energia elétrica, já que a região é
considerada não rentável economicamente, são utilizados sistemas autônomos (off
81

grid), de pequeno porte, com o objetivo básico de atender principalmente a demanda


de iluminação (OLIVEIRA, 2016).
Segundo um estudo estratégico de geração distribuída realizado pela empresa
de consultoria Greener, o país atingiu em 2021, 803,9 mil instalações fotovoltaicas,
um crescimento de 100% em relação a dezembro de 2020, uma vez que no ano
anterior esse número representava 401,8 mil instalações.
Ainda segundo a pesquisa da Greener, a classe residencial se destaca no
avanço da geração distribuída, representando 77% do volume adicionado em 2021,
ao passo que a classe comercial foi responsável por quase 13% deste volume. A
permanência do trabalho remoto, a energia elétrica mais cara e o maior acesso ao
financiamento se mostram fatores decisivos na escolha da geração distribuída pelos
consumidores residenciais nesses últimos anos. De acordo com a ABSOLAR (2022),
no Brasil existem atualmente mais de 930 mil sistemas instalados, totalizando uma
potência de 10 mil MW (figura 5.1).

Figura 5.1 - Geração distribuída por classe de consumo

Fonte: ABSOLAR / ANEEL, 2022

5.2 ANÁLISE TÉCNICA E ECONÔMICA

Para auxiliar na análise da viabilidade técnica e econômica das instalações


fotovoltaicas foi escolhido o programa PVSol, desenvolvido pela empresa Di Valentim
Energy software. Esse programa é amplamente utilizado no mundo para realizar
análises e simulações de sistemas de energia solar isolados e conectados à rede.
Apesar de ser uma ferramenta fácil de usar, por oferecer praticidade ao usuário,
o PVSol possui muitas ferramentas avançadas para projetistas, as quais permitem
estudar a configuração de vários geradores e também possui uma ampla base de
82

dados, módulos, baterias, inversores, e grupos geradores. Por fim, ele também é
capaz de gerar relatórios, retornando os custos de implantação, o valor que será
economizado na conta de energia, o tempo de retorno do investimento, entre outras
várias informações bastante úteis ao usuário.
Assim, realizou-se a análise utilizando três residências com diferentes
consumos de energia elétrica e situadas em diferentes mesorregiões do estado de
Pernambuco. Desse modo, foram escolhidas residências localizadas nas cidades de
São Caitano, Petrolina e Vitória de Santo Antão, localizadas respectivamente nas
mesorregiões do agreste, sertão e zona da mata.

5.2.1 Residência situada no município de São Caitano - Agreste Pernambucano

ARQUIVO: (PV SOL Premium 2021) Projeto de TCC – São Caitano versão 2
a) Município de São Caitano; Latitude: -8,3689522; Longitude: -36.1716502

1. Cálculo do Potencial Fotovoltaico

Visando atender a produção de 1560 KWh + 1000 KWh = 2.560 KWh anual-

𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑒𝑚 𝐾𝑊ℎ − 𝐶𝑙𝑎𝑠𝑠𝑒 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜𝑟 𝑒𝑚 𝐾𝑊ℎ


𝑃𝑓𝑣 =
𝐼𝑅𝑅 𝑥 𝐷𝑖𝑎𝑠 𝑑𝑜 𝑀ê𝑠 𝑥 𝐸𝑓𝑖𝑐𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑆𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎

213,33 𝐾𝑊ℎ − 30 𝐾𝑊ℎ


𝑃𝑓𝑣 = =
5,35 𝑥 30 𝑥 0,75

183,33 𝐾𝑊ℎ
𝑃𝑓𝑣 = ⩭ 1,53 𝐾𝑊𝑝
120,375

b) A partir da Pfv escolher módulos para aproximadamente 1,53 KWp, preferencialmente,


passando desse valor.
83

Nessa tela identificamos a IRR anual da localização tendo como referência a


base de dados fornecida pela empresa, nesse caso 1995 KWm/m2 por ano. Para usar
a fórmula IRR KWh/m2 diário, faz-se:

1995 𝐾𝑊ℎ𝑎 𝑛𝑜
𝐼𝑅𝑅 = ⩭ 5,46 𝐾𝑊𝑝𝑑
365𝑑𝑖𝑎𝑠

Como no site do CRESESB encontramos 5,35 KWp, verificamos que esse valor
está mais atualizado, pois é de 2022, e o IRR acima calculado é do ano de 2015,
adotou-se o valor do site supramencionado.
A partir daí, passou-se ao dimensionamento dos módulos: a) identificando o
fabricante (Canadian Solar Inc.) e a quantidade de Módulos adequado à Potência
Fotovoltaica calculada de 1,53 KWp, no caso o “CS3U-385MS”, o PV Sol dimensionou
04 módulos = 1,54KWp; com a direção norte (orientação 0) e inclinação paralela ao
telhado cerâmico e com boa ventilação traseira de 10o (dez graus).
84

Depois procedemos ao cálculo da potência do inversor necessário a absorver


a energia solar emanada das placas ou módulos FV. O Sistema PV Sol, identificou
que o mais adequada o fabricante: Fronius USA o inversor do modelo Fronius Galvo
1.5/240V, com 01 PMP para 1 string (Fila de Placas) de 4 módulos em série.
85

Posteriormente, identificamos a quantidade de cabos a ser usada, o PV Sol,


calcula e apresenta “Diagrama, planta e a lista de peças” a serem utilizadas, visando
orientar os técnicos para implantação do sistema de energia solar:

A seguir, a lista de peças:


86

Por fim, apertamos o “botão $” para incluir os parâmetros para “Análise


Financeira”: Custo do Projeto, tipo de tarifa, inflação projetada.

A seguir, verificaremos os resultados, analisando os seguintes itens: Vista geral


(previsão de rendimento com consumo); Simulação (editor de diagrama, gráfico do
fluxo de energia, resultado por área de modulo, previsão de rendimento com consumo,
previsão de rendimento com inversor, desempenho do sistema (PR) com inversor,
irradiação por módulo, energia fotovoltaica ao longo prazo do projeto); Balanço
Energético; Análise Financeira (dados gerais, tabela de fluxo de caixa, conta de
energia, economia de energia, fluxo de caixa acumulado, evolução dos custos de
energia).

Resultados obtidos do projeto São Caitano:

a) Vista geral:
87

Gráfico 5.1 - Previsão de rendimento com consumo

Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8).

b) Simulação:

Gráfico 5.2 - Irradiação mensal por módulo

Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8).


88

Gráfico 5.3 – Fluxo de Energia

Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8)

Quadro 5.1 – Resultado da área de módulo

Área do módulo Valor Unidade


Potência do gerador fotovoltaico 1,54 kWp
Área do gerador fotovoltaico 7,94 m²
Irradiação global no plano dos módulos 1956,43 kWh/m²
Irradiação global no módulo sem reflexão 1974,53 kWh/m²
Desempenho do sistema (PR) 83,48 %
Energia do gerador fotovoltaico (rede c.a.) 2539,24 kWh/Ano
Rendimento anual especifico 1648,86 kWh/kWp
Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8)

Gráfico 5.4 - Previsão do Rendimento por inversor

Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8)


89

Gráfico 5.5 - Irradiação por área do módulo

Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8)

Gráfico 5.6 - Energia Fotovoltaica ao longo do prazo do projeto

Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8)

Gráfico 5.7 - Temperatura por área do módulo

Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8)


90

c) Balanço Energético:

Quadro 5.2 - Balanço Energético

Irradiação global – horizontal


1.994,69 kWh/m²
Desvio em relação ao espectro padrão -19,95 kWh/m² -1,00 %
Reflexão do solo (albedo) 3,00 kWh/m² 0,15 %
Orientação e inclinação do plano dos módulos -3,17 kWh/m² -0,16 %
Sombreamento 0,00 kWh/m² 0,00 %
Reflexão na superfície de módulo -18,10 kWh/m² -0,92 %
Irradiação global no plano dos módulos 1.956,47 kWh/m²
1.956,47 kWh/m²
x 7,936 m²
= 15.526,54 kWh
Irradiação global fotovoltaica 15.526,54 kWh
Sujeira 0,00 kWh 0,00 %
Conversão de STC (eficiência nominal do módulo 19,41 -80,59
-12.512,67 kWh
%) %
Energia fotovoltaica nominal 3.013,87 kWh
Comportamento sob baixa irradiação -38,53 kWh -1,28 %
Desvio em relação à temperatura nominal do módulo -198,98 kWh -6,69 %
Diodos -13,88 kWh -0,50 %
Mismatch (indicações do fabricante) -55,25 kWh -2,00 %
Mismatch (conexão/sombra) 0,00 kWh 0,00 %
Energia fotovoltaica (c.c.) sem redução pelo inversor 2.707,23 kWh
Potência CC mínima não atingida -1,05 kWh -0,04 %
Redução devido à faixa de tensão PMP 0,00 kWh 0,00 %
Redução devido à corrente c.c. máx. 0,00 kWh 0,00 %
Redução devido à potência c.c. máx. 0,00 kWh 0,00 %
Redução devido à potência c.a. máx./cos phi -0,08 kWh 0,00 %
Perda no seguidor PMP -0,12 kWh 0,00 %
Energia fotovoltaica (c.c.) 2.705,97 kWh
Energia na entrada do inversor 2.705,97 kWh
Divergência entre tensão de entrada e tensão nominal -21,06 kWh -0,78 %
Conversão c.c./c.a. -119,96 kWh -4,47 %
Consumo em espera (Inversor) -8,96 kWh -0,35 %
Perda cabeamento total 0,00 kWh 0,00 %
Energia fotovoltaica (c.a.) menos consumo em espera 2.555,99 kWh
Energia do gerador fotovoltaico (rede c.a.) 2.564,96 kWh
Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8)
91

d) Análise Financeira:

Quadro 5.3 - Análise Financeira

Dados do sistema Valor Unidade


Energia do gerador fotovoltaico (rede c.a.) 2.565 kWh/Ano
Potência do gerador fotovoltaico 1,5 kWp
Início da operação do sistema 08/05/2022
Prazo do projeto 20 Anos
Juro do capital 1 %

Parâmetros econômicos
Taxa interna de retorno 62,24 %
Fluxo de caixa acumulado 29.935,28 R$
Prazo de amortização 1,7 Anos
Custos de geração da energia 0,05 R$/kWh

Vista geral de pagamentos


Investimento específico 1.500,00 R$/kWp
Custos de investimento 2.310,00 R$
Pagamentos únicos 0,00 R$
Subsídios 0,00 R$
Custos anuais 0,00 R$/Ano
Outros lucros ou economias 0,00 R$/Ano

Remuneração e Economia
Remuneração total no primeiro ano 0,00 R$/Ano
Economia no primeiro ano 1.404,00 R$/Ano
Mono R$/KWh: 0,9 (NEOENERGIA-PE)
Tarifa da energia 0,90 R$/kWh
Base de preço 27,00 R$/Mês
Remuneração por excedente 0,00 R$/kWh
Inflação da tarifa de energia 2 %/Ano

Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8)

Alguns, dados trazem informações importantes no tocante a viabilidade


econômica desse projeto de energia solar, destacando-se o baixo custo do
investimento dos equipamentos (Kits Fotovoltaicos) R$ 2.310,00, além do payback de
92

1,7 anos, representado pelo prazo de amortização, além um fluxo positivo acumulado
de caixa na ordem de R$ 29.935,28, ao final do projeto, somando-se a essa, uma taxa
de retorno do capital investido de 62,24%.

Quadro 5.4 - Tabela de fluxo de caixa (Projeção para 21 anos)

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5


Investimentos -R$ 2.310,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Economia de energia R$ 1.363,44 R$ 1.403,86 R$ 1.417,76 R$ 1.431,80 R$ 1.445,97
Fluxo de caixa anual -R$ 946,56 R$ 1.403,86 R$ 1.417,76 R$ 1.431,80 R$ 1.445,97
Fluxo de caixa acumulado -R$ 946,56 R$ 457,30 R$ 1.875,06 R$ 3.306,86 R$ 4.752,83
Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10
Investimentos R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Economia de energia R$ 1.460,29 R$ 1.474,75 R$ 1.489,35 R$ 1.504,10 R$ 1.518,99
Fluxo de caixa anual R$ 1.460,29 R$ 1.474,75 R$ 1.489,35 R$ 1.504,10 R$ 1.518,99
Fluxo de caixa acumulado R$ 6.213,12 R$ 7.687,87 R$ 9.177,22 R$ 10.681,32 R$ 12.200,31
Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 14 Ano 15
Investimentos R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Economia de energia R$ 1.534,03 R$ 1.549,22 R$ 1.564,56 R$ 1.580,05 R$ 1.595,69
Fluxo de caixa anual R$ 1.534,03 R$ 1.549,22 R$ 1.564,56 R$ 1.580,05 R$ 1.595,69
R$
Fluxo de caixa acumulado R$ 13.734,33 R$ 15.283,55 R$ 18.428,15 R$ 20.023,84
16.848,10
Ano 16 Ano 17 Ano 18 Ano 19 Ano 20
Investimentos R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Economia de energia R$ 1.611,49 R$ 1.627,44 R$ 1.643,56 R$ 1.659,83 R$ 1.676,26
Fluxo de caixa anual R$ 1.611,49 R$ 1.627,44 R$ 1.643,56 R$ 1.659,83 R$ 1.676,26
R$
Fluxo de caixa acumulado R$ 21.635,33 R$ 23.262,77 R$ 26.566,16 R$ 28.242,42
24.906,33
Ano 21
Investimentos R$ 0,00
Economia de energia R$ 1.692,86
Fluxo de caixa anual R$ 1.692,86
Fluxo de caixa acumulado R$ 29.935,28
As taxas de degradação e aumento de preço são aplicadas mensalmente sobre todo o prazo do projeto,
começando logo no primeiro ano.
Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8)

Observa-se que ainda no 2º. Ano, passou de um valor negativo de R$ 946,56


para positivo de R$ 457,30. O quadro, também demonstra a economia de energia
realizada anualmente: nos primeiros 5 anos, foi de R$ 7.062,83, nos 5 anos seguintes
foi de R$ 7.447,48, entre o 10º. Anos e o 15º. Ano foi de R$ 7.823,55 e nos cinco anos
que se seguiram até o 20º., foi de R$ 8.218,18, perfazendo um acumulado de R$
30.552,04, que mais a ano 21 de R$ 1.692,86, perfaz R$ 32.244,90. O fluxo de caixa
93

negativo no primeiro ano deveu-se ao desembolso ou investimento de R$ 2.310,00


menos a economia de energia de R$ R$ 1.363,44, perfazendo um fluxo de caixa
negativo de R$ - 946,56.

Quadro 5.5 - Conta de Energia

Nome Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Soma

Consumo 132,49 119,67 132,49 128,22 132,49 128,22 132,49 132,49 128,22 132,49 128,22 132,49 1560,00

Produção de energia 230,08 202,96 231,38 214,86 196,71 170,41 180,31 207,25 217,70 230,83 240,13 233,38 2555,99

Produção de energia
(inclusive. Degradação 230,08 202,96 231,38 214,86 196,71 170,41 180,31 207,25 217,70 230,83 240,13 233,38 2555,99
do módulo)
Saldo -97,59 -83,29 -98,89 -86,64 -64,21 -42,19 -47,81 -74,76 -89,48 -98,33 -111,91 -100,89 -995,99

Crédito utilizado 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Novo crédito 97,59 83,29 98,89 86,64 64,21 42,19 47,81 74,76 89,48 98,33 111,91 100,89 995,99

Conta de crédito 97,59 180,88 279,77 366,41 430,62 472,81 520,62 595,38 684,86 783,19 895,11 995,99 995,99

Fatura 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Perda devido à
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
quantidade mínima
Economia
132,49 119,67 132,49 128,22 132,49 128,22 132,49 132,49 128,22 132,49 128,22 132,49 1560,00
Valores em kWh
Custos sem sistema
119,24 107,70 119,24 115,40 119,24 115,40 119,24 119,24 115,40 119,24 115,40 119,24 1404,00
fotovoltaico
Custos com sistema
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
fotovoltaico
Economia 119,24 107,70 119,24 115,40 119,24 115,40 119,24 119,24 115,40 119,24 115,40 119,24 1404,00
Valores em R$
Obs.: As taxas de degradação e aumento de preço são aplicadas mensalmente sobre todo o prazo do projeto,
começando logo no primeiro ano.

Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8)

Observa-se que o total de 1.560 KWh utilizado em um ano pela residência de


São Caitano, nos meses de janeiro a dezembro de 2021, multiplicado pela tarifa de
energia da concessionária Neoenergia – CELPE de R$ 0,90/KWh = a economia de
energia proporcionada pelo sistema fotovoltaico que é de R$ 1.404,00
94

Gráfico 5.8 – Economia de Energia

Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8)

Gráfico 5.9 - Fluxo de Caixa acumulado

Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8)

Observando-se o gráfico, é possível identificar o Payback de 1,7 anos (ver


Quadro 4.3) no eixo das abcissas, o ano 1 e 2. A partir de pouco mais da metade do
ano 2, verifica-se um fluxo de caixa positivo, o que demonstra um período excelente
no retorno do investimento realizado.
95

Gráfico 5.10 - Evolução dos custos de energia

Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8)

Observa-se um custo de energia no primeiro ano de R$ 1.403,99, no quinto ano


R$ 1.519,73, no décimo ano de R$ 1.677,98, no vigésimo ano de é de mais de R$
2.045,36 e no último, ano 2021 de R$ 2.086,00, denunciando uma distância cada vez
maior entre os custos da energia solar, ou seja, aquela produzido pelas placas
fotovoltaicas e respectivo inversor (linha amarela) e o aumento da taxa mínima de 30
KWh exigida pela concessionária Neoenergia (linha azul).

5.2.2 Residência situada no município de Petrolina - Sertão Pernambucano

ARQUIVO: (PV SOL Premium 2021) Projeto de TCC – Petrolina – versão 2


a) Município de Petrolina; Latitude: -9.3978592; Longitude: -40.5113718

1. Cálculo do Potencial Fotovoltaico

𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑒𝑚 𝐾𝑊ℎ − 𝐶𝑙𝑎𝑠𝑠𝑒 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜𝑟 𝑒𝑚 𝐾𝑊ℎ


𝑃𝑓𝑣 =
𝐼𝑅𝑅 𝑥 𝐷𝑖𝑎𝑠 𝑑𝑜 𝑀ê𝑠 𝑥 𝐸𝑓𝑖𝑐𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑆𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎
96

182 𝐾𝑊ℎ − 30 𝐾𝑊ℎ


𝑃𝑓𝑣 = =
5,77 𝑥 30 𝑥 0,75

152,00 𝐾𝑊ℎ
𝑃𝑓𝑣 = ⩭ 1,17𝐾𝑊𝑝
120,825

b) A partir da PFV escolher módulos para aproximadamente 1,17 KWp, de


preferencialmente passando desse valor

Nessa tela identificamos a IRR anual da localização tendo como referência a


base de dados fornecida pela empresa, nesse caso 2069 KWm/m2 por ano. Para usar
a fórmula IRR KWh/m2 diário, faz-se:

2069 𝐾𝑊ℎ 𝑎𝑛𝑜


𝐼𝑅𝑅 = ⩭ 5,66 𝐾𝑊𝑝𝑑
365𝑑𝑖𝑎𝑠

Como no site do CRESESB encontramos 5,77 KWp, verificamos que esse valor
está mais atualizado, pois é de 2022, e o IRR acima calculado é do ano de 2015,
adotou-se o valor do site supramencionado.
97

A partir daí passou-se ao dimensionamento dos módulos: a) identificando o


fabricante (Canadian Solar Inc.) e a quantidade de módulos adequado à potência
fotovoltaica calculada de 1,17 KWp (Quilowatt pico), no caso o “CS3U-385MS”, o PV
Sol dimensionou 04 módulos = 1,54KWp; aceitou, mesmo com a potência acima das
Placas Fotovoltaicas, com a direção norte (orientação 0) e inclinação paralela ao
telhado cerâmico e com boa ventilação traseira de 10o (dez graus).

Depois procedemos ao cálculo da Potência do Inversor necessário a absorver


a energia solar emanada das placas ou módulos FV. O Sistema PV Sol, identificou
automaticamente que o fabricante mais adequado: Fronius USA, com o Inversor do
modelo Fronius Galvo 1.5/240V, com 01 PMP para 1 string de 4 módulos em série.
98

Posteriormente, identificou-se a quantidade de cabos a ser usada, o PV Sol,


calcula e apresenta “Diagrama, planta e a lista de peças” a serem utilizadas, visando
orientar os eletricistas, técnicos e engenheiros para implantação do sistema de
energia solar:
99

Na próxima tela, apresentamos a lista de peças:

Depois apertamos o “botão $’’ para incluir os parâmetros para “Análise


Financeira”: Custo do Projeto, tipo de tarifa, inflação projetada.

Por fim, verificaremos os Resultados, analisando os seguintes itens: Vista geral


(previsão de rendimento com consumo); Simulação ( Editor de diagrama, gráfico do
Fluxo de energia, resultado por área de modulo, previsão de rendimento com
100

consumo, previsão de rendimento com inversor, desempenho do sistema (PR) com


inversor, irradiação por módulo, energia fotovoltaica ao longo prazo do projeto);
Balanço Energético; Análise Financeira ( Dados Gerais, Tabela de Fluxo de Caixa,
Conta de energia, economia de energia, fluxo de caixa acumulada, evolução dos
custos de energia)

Resultados obtidos do projeto Petrolina:

a) Vista geral:

Gráfico 5.11 - Previsão de Rendimento com consumo

Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8)

b) Simulação:

Gráfico 5.12 - Irradiação mensal por módulos

Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8)


101

Gráfico 5.13 - Fluxo de Energia

Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8)

Quadro 5.6 - Resultado da área por módulos

Área do módulo 1 Valor Unidade


Potência do gerador fotovoltaico 1,54 kWp
Área do gerador fotovoltaico 7,94 m²
Irradiação global no plano dos módulos 2047,07 kWh/m²
Irradiação global no módulo sem reflexão 2065,11 kWh/m²
Desempenho do sistema (PR) 83,29 %
Energia do gerador fotovoltaico (rede c.a.) 2649,48 kWh/Ano
Rendimento anual específico 1720,44 kWh/kWp
*
Fonte: Elaborado pelo Autor - PV SOL Premium 2021 (R8)

Gráfico 5.14 - Previsão do Rendimento do Inversos

Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8)


102

Gráfico 5.15 - Irradiação por área do Inversor

Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8)

Observa-se que a irradiação no plano horizontal, 2068,5 KWh/2/ano, e a


irradiação sobre o plano inclinado, 2047,1 5 KWh/ 2/ano, são bastantes próximas,
denotando que o dimensionamento foi correto.

Gráfico 5.16 - Energia Fotovoltaica por modulo ao longo do prazo

Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8)

Praticamente não há oscilação de produção de energia solar, por meio de


placas fotovoltaicas sugeridas.
103

Gráfico 5.17 - Temperatura por área do módulo

Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8)

A temperatura das placas acompanha a temperatura externa com a diferença


de 7º. Graus a mais por todo período do ano.
104

c) Balanço Energético:

Quadro 5.7- Balanço Energético

Irradiação global - horizontal 2.068,53 kWh/m²


Desvio em relação ao espectro padrão -20,69 kWh/m² -1,00 %
Reflexão do solo (albedo) 3,11 kWh/m² 0,15 %
Orientação e inclinação do plano dos módulos 14,15 kWh/m² 0,69 %
Sombreamento 0,00 kWh/m² 0,00 %
Reflexão na superfície de módulo -18,03 kWh/m² -0,87 %
Irradiação global no plano dos módulos 2.047,07 kWh/m²
2.047,07 kWh/m²
x 7,936 m²
= 16.245,57 kWh
Irradiação global fotovoltaica 16.245,57 kWh
Sujeira 0,00 kWh 0,00 %
Conversão de STC (eficiência nominal do módulo 19,41 -80,59
-13.092,13 kWh
%) %
Energia fotovoltaica nominal 3.153,44 kWh
Comportamento sob baixa irradiação -37,18 kWh -1,18 %
Desvio em relação à temperatura nominal do módulo -219,58 kWh -7,05 %
Diodos -14,48 kWh -0,50 %
Mismatch (indicações do fabricante) -57,64 kWh -2,00 %
Mismatch (conexão/sombra) 0,00 kWh 0,00 %
Energia fotovoltaica (c.c.) sem redução pelo inversor 2.824,56 kWh
Potência CC mínima não atingida -1,32 kWh -0,05 %
Redução devido à faixa de tensão PMP 0,00 kWh 0,00 %
Redução devido à corrente c.c. máx. 0,00 kWh 0,00 %
Redução devido à potência c.c. máx. 0,00 kWh 0,00 %
Redução devido à potência c.a. máx./cos phi 0,00 kWh 0,00 %
Perda no seguidor PMP -0,11 kWh 0,00 %
Energia fotovoltaica (c.c.) 2.823,13 kWh
Energia na entrada do inversor 2.823,13 kWh
Divergência entre tensão de entrada e tensão nominal -22,07 kWh -0,78 %
Conversão c.c./c.a. -124,82 kWh -4,46 %
Consumo em espera (Inversor) -8,80 kWh -0,33 %
Perda cabeamento total -26,76 kWh -1,00 %
Energia fotovoltaica (c.a.) menos consumo em espera 2.640,68 kWh
Energia do gerador fotovoltaico (rede c.a.) 2.649,48 kWh
Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8)
105

d) Análise Financeira:

Quadro 5.8 - Análise Financeira

Dados do sistema
Energia do gerador fotovoltaico (rede c.a.) 2.649 kWh/Ano
Potência do gerador fotovoltaico 1,5 kWp
Início da operação do sistema 08/05/2022
Prazo do projeto 20 Anos
Juro do capital 1 %

Parâmetros econômicos
Taxa interna de retorno 85,10 %
Fluxo de caixa acumulado 42.213,27 R$
Prazo de amortização 1,2 Anos
Custos de geração da energia 0,05 R$/kWh

Vista geral de pagamentos


Investimento específico 1.500,00 R$/kWp
Custos de investimento 2.310,00 R$
Pagamentos únicos 0,00 R$
Subsídios 0,00 R$
Custos anuais 0,00 R$/Ano
Outros lucros ou economias 0,00 R$/Ano

Remuneração e Economia
Remuneração total no primeiro ano 0,00 R$/Ano
Economia no primeiro ano 1.938,60 R$/Ano
Mono_R$/KEh :0,9 (NEOENERGIA-PE)
Tarifa da energia R$/kWh
Base de preço 0,90 R$/Mês
Remuneração por excedente 27,00 R$/kWh
Inflação da tarifa de energia 0,00 %/Ano
2

Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8)


106

Alguns, dados trazem informações importantes no tocante a viabilidade


econômica desse projeto de energia solar, destacando-se o baixo custo do
investimento dos equipamentos (Kits Fotovoltaicos) R$ 2.310,00, além do payback de
1,2 anos, representado pelo prazo de amortização, além um fluxo positivo acumulado
de caixa na ordem de R$ 42.213,27, ao final do projeto, somando-se a essa, uma taxa
de retorno do capital investido de 85,10%.

Quadro 5.9 - Fluxo de Caixa com prazo para 21 anos

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5


Investimentos -R$ 2.310,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Economia de energia R$ 1.882,59 R$ 1.938,41 R$ 1.957,60 R$ 1.976,98 R$ 1.996,55
Fluxo de caixa anual -R$ 427,41 R$ 1.938,41 R$ 1.957,60 R$ 1.976,98 R$ 1.996,55
Fluxo de caixa
-R$ 427,41 R$ 1.511,00 R$ 3.468,60 R$ 5.445,58 R$ 7.442,13
acumulado
Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10
Investimentos R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Economia de energia R$ 2.016,32 R$ 2.036,29 R$ 2.056,45 R$ 2.076,81 R$ 2.097,37
Fluxo de caixa anual R$ 2.016,32 R$ 2.036,29 R$ 2.056,45 R$ 2.076,81 R$ 2.097,37
Fluxo de caixa
R$ 9.458,46 R$ 11.494,74 R$ 13.551,19 R$ 15.628,00 R$ 17.725,37
acumulado
Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 14 Ano 15
Investimentos R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Economia de energia R$ 2.118,14 R$ 2.139,11 R$ 2.160,29 R$ 2.181,68 R$ 2.203,28
Fluxo de caixa anual R$ 2.118,14 R$ 2.139,11 R$ 2.160,29 R$ 2.181,68 R$ 2.203,28
Fluxo de caixa
R$ 19.843,51 R$ 21.982,62 R$ 24.142,90 R$ 26.324,58 R$ 28.527,86
acumulado
Ano 16 Ano 17 Ano 18 Ano 19 Ano 20
Investimentos R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Economia de energia R$ 2.225,09 R$ 2.247,12 R$ 2.269,37 R$ 2.291,84 R$ 2.314,53
Fluxo de caixa anual R$ 2.225,09 R$ 2.247,12 R$ 2.269,37 R$ 2.291,84 R$ 2.314,53
Fluxo de caixa
R$ 30.752,95 R$ 33.000,08 R$ 35.269,45 R$ 37.561,29 R$ 39.875,82
acumulado
Ano 21
Investimentos R$ 0,00
Economia de energia R$ 2.337,45
Fluxo de caixa anual R$ 2.337,45
Fluxo de caixa
R$ 42.213,27
acumulado
As taxas de degradação e aumento de preço são aplicadas mensalmente sobre todo o prazo do
projeto, começando logo no primeiro ano.
Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8)
107

Observa-se que ainda no 2º. Ano, passou de um valor negativo de R$ 427,41


para positivo de R$ 1.511,00. O quadro também demonstra a economia de energia
realizada anualmente: nos primeiros 5 anos, foi de R$ 7.062,83, nos 5 anos seguintes
foi de R$ 7.447,48, entre o 10º. ano e o 15º. ano foi de R$ 7.823,55 e nos cinco anos
que se seguiram até o 20º., foi de R$ 8.218,18, perfazendo um acumulado de R$
30.552,04, que mais a ano 21 de R$ 1.692,86, perfaz R$ 32.244,90. O fluxo de caixa
negativo no primeiro ano deveu-se ao desembolso ou investimento de R$ 2.310,00
menos a economia de energia de R$ 1.363,44, perfazendo um fluxo de caixa negativo
de R$ 946,56.

Quadro 5.10 - Conta de energia

Nome Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Soma
Consumo 182,94 165,24 182,94 177,04 182,94 177,04 182,94 182,94 177,04 182,94 177,04 182,94 2154,00
Produção de
223,29 195,27 231,63 212,90 203,29 188,70 203,16 234,80 240,87 246,29 234,70 225,78 2640,68
energia
Produção de
energia (incl.
223,29 195,27 231,63 212,90 203,29 188,70 203,16 234,80 240,87 246,29 234,70 225,78 2640,68
Degradação do
módulo)
Saldo -40,35 -30,03 -48,69 -35,86 -20,35 -11,66 -20,22 -51,86 -63,83 -63,34 -57,66 -42,84 -486,68
Crédito utilizado 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Novo crédito 40,35 30,03 48,69 35,86 20,35 11,66 20,22 51,86 63,83 63,34 57,66 42,84 486,68
Conta de crédito 40,35 70,38 119,07 154,93 175,28 186,93 207,15 259,01 322,84 386,18 443,84 486,68 486,68
Fatura 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Perda devido à
quantidade 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
mínima
Economia
182,94 165,24 182,94 177,04 182,94 177,04 182,94 182,94 177,04 182,94 177,04 182,94 2154,00
Valores em kWh
Custos sem
sistema 164,65 148,71 164,65 159,34 164,65 159,34 164,65 164,65 159,34 164,65 159,34 164,65 1938,60
fotovoltaico
Custos com
sistema 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
fotovoltaico
Economia
164,65 148,71 164,65 159,34 164,65 159,34 164,65 164,65 159,34 164,65 159,34 164,65 1938,60
Valores em R$
Obs.: As taxas de degradação e aumento de preço são aplicadas mensalmente sobre todo o prazo do projeto, começando
logo no primeiro ano.
Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8)

Observa-se que o total de 2.154 KWh utilizado em um ano pela residência de


Petrolina, nos meses de janeiro a dezembro de 2021, multiplicado pela tarifa de
energia da concessionária Neoenergia - CELPE de R$ 0,90/KWh gera uma economia
de energia proporcionada pelo sistema fotovoltaico de R$ 1.938,60.
108

Gráfico 5.18 - Economia de energia

Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8)

Gráfico 5.19 - Fluxo de caixa acumulado

Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8)


109

Gráfico 5.20 - Evolução dos custos de energia

Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8)

Observa-se um custo de energia no primeiro ano de R$ 1938,59, no quinto ano


R$ 2.098,39 no décimo ano de R$ 2.316,80 no vigésimo ano é de mais de R$ 2824,16
e no último ano 2021 de R$ 2880,65, denunciando uma distância cada vez maior entre
os custos da energia solar, ou seja, aquela produzida pelas placas fotovoltaicas e
respectivo inversor (linha amarela) e o aumento da taxa mínima de 30 KWh exigida
pela concessionária Neoenergia (linha azul).

5.2.3 Residência situada no município de Vitória de Santo Antão - Zona da Mata


de Pernambuco

ARQUIVO: (PV SOL Premium 2021) Projeto de TCC - Vitória de santo Antão -
versão 2
a) Município de Vitória de Santo Antão; Latitude: -8.1318060; Longitude: -35.2926850

Cálculo do Potencial Fotovoltaico

𝑀é𝑑𝑖𝑎 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑒𝑚 𝐾𝑊ℎ − 𝐶𝑙𝑎𝑠𝑠𝑒 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜𝑟 𝑒𝑚 𝐾𝑊ℎ


𝑃𝑓𝑣 =
𝐼𝑅𝑅 𝑥 𝐷𝑖𝑎𝑠 𝑑𝑜 𝑀ê𝑠 𝑥 𝐸𝑓𝑖𝑐𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑆𝑖𝑠𝑡𝑒𝑚𝑎
146 𝐾𝑊ℎ − 30 𝐾𝑊ℎ
𝑃𝑓𝑣 = =
5,26 𝑥 30 𝑥 0,75
110

116 𝐾𝑊ℎ
𝑃𝑓𝑣 = ⩭ 0,9801𝐾𝑊𝑝
118,35

b) A partir da PFV escolher módulos para 0,98 KWp, aproximadamente 1 KWp,


de preferencialmente passando desse valor

Nessa tela identificamos a IRR anual da localização tendo como referência a


base de dados fornecida pela empresa, nesse caso 1996 KWm/m2 por ano. Para usar
a fórmula IRR KWh/m2 diário, faz-se:

1996 𝐾𝑊ℎ𝑎 𝑛𝑜
𝐼𝑅𝑅 = ⩭ 5,46 𝐾𝑊𝑝𝑑
365𝑑𝑖𝑎𝑠

Como no site do CRESESB encontramos 5,26 KWp, verificamos que esse valor
está mais atualizado, pois é de 2022, e o IRR acima calculado é do ano de 2015,
adotou-se o valor do site supramencionado.
A partir daí, passou-se ao dimensionamento dos módulos: a) identificando o
fabricante (Canadian Solar Inc.) e a quantidade de Módulos adequado à Potência
Fotovoltaica calculada de 1,53 KWp, no caso o “CS3U-385MS”, o PV Sol dimensionou
111

04 módulos = 1,54KWp; com a direção norte (orientação 0) e inclinação paralela ao


telhado cerâmico e com boa ventilação traseira de 10o (dez graus).

Depois procedemos ao cálculo da Potência do Inversor necessário a absorver


a energia solar emanada das placas ou módulos FV. O Sistema PV Sol, identificou
automaticamente que o fabricante mais adequado: Fronius USA, com o Inversor do
modelo Fronius Galvo 1.5/240V, com 01 PMP para 1 string de 4 módulos em série.
112

Posteriormente, identificou-se a quantidade de cabos a ser usada, o PV Sol,


calcula e apresenta “Diagrama, planta e a lista de peças” a serem utilizadas, visando
orientar os eletricistas, técnicos e engenheiros para implantação do sistema de
energia solar:

Na próxima tela apresentamos a lista de peças:


113

Depois apertamos o “botão $’’ para incluir os parâmetros para “Análise


Financeira”: Custo do Projeto, tipo de tarifa, inflação projetada.

Por fim, verificaremos os Resultados, analisando os seguintes itens: Vista geral


(previsão de rendimento com consumo); Simulação ( Editor de diagrama, gráfico do
Fluxo de energia, resultado por área de modulo, previsão de rendimento com
consumo, previsão de rendimento com inversor, desempenho do sistema (PR) com
inversor, irradiação por módulo, energia fotovoltaica ao longo prazo do projeto);
Balanço Energético; Análise Financeira ( Dados Gerais, Tabela de Fluxo de Caixa,
Conta de energia, economia de energia, fluxo de caixa acumulada, evolução dos
custos de energia)

Resultados obtidos do projeto Vitória de Santo Antão:

a) Vista geral:
114

Gráfico 5.21 - Previsão de Rendimento com consumo

Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8)

b) Simulação:

Gráfico 5.22 – Irradiação mensal por módulos

Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8).

Gráfico 5.23 - Fluxo de Energia

Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8)


115

Quadro 5.1 – Área do Módulo

Área do módulo Valor Unidade


Potência do gerador fotovoltaico 1,54 kWp
Área do gerador fotovoltaico 7,94 m²
Irradiação global no plano dos módulos 1959,78 kWh/m²
Irradiação global no módulo sem reflexão 1977,41 kWh/m²
Desempenho do sistema (PR) 82,43 %
Energia do gerador fotovoltaico (rede c.a.) 2510,87 kWh/Ano
Rendimento anual específico 1630,43 kWh/kWp
Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8)

Gráfico 5.24 - Previsão do rendimento dos inversores

Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8)


116

Gráfico 5.25 – Irradiação da área por inversor

Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8)

Observa-se que a irradiação no plano horizontal foi de 1995,6 KWh²/ano,


bastante próxima da irradiação sobre o plano inclinado, que foi de 1959,8 KWh²/ano,
denotando que o dimensionamento foi correto.

Gráfico 5.26 - Energia fotovoltaica por módulo ao longo do prazo

Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8)


117

Praticamente não há oscilação de produção de energia solar, por meio das


placas fotovoltaicas sugeridas.

Gráfico 5.27 - Temperatura por área do módulo

Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8)

A temperatura das placas acompanha a temperatura externa com a diferença


de 7 graus a mais por todo período do ano.

c) Balanço Energético:
118

Quadro 5.2 – Balanço Energético

Irradiação global - horizontal 1.995,63 kWh/m²


Desvio em relação ao espectro padrão -19,96 kWh/m² -1,00 %
Reflexão do solo (albedo) 3,00 kWh/m² 0,15 %
Orientação e inclinação do plano dos módulos -1,27 kWh/m² 0,06 %
Sombreamento 0,00 kWh/m² 0,00 %
Reflexão na superfície de módulo -17,63 kWh/m² -0,87 %
Irradiação global no plano dos módulos 1.959,78 kWh/m²
1.959,78 kWh/m²
x 7,936 m²
= 15.552,81 kWh
Irradiação global fotovoltaica 15.552,81 kWh
Sujeira 0,00 kWh 0,00 %
Conversão de STC (eficiência nominal do módulo 19,41 -80,59
-12.533,84 kWh
%) %
Energia fotovoltaica nominal 3.018,97 kWh
Comportamento sob baixa irradiação -39,31 kWh -1,30 %
Desvio em relação à temperatura nominal do módulo -233,58 kWh -7,84 %
Diodos -13,73 kWh -0,50 %
Mismatch (indicações do fabricante) -54,65 kWh -2,00 %
Mismatch (conexão/sombra) 0,00 kWh 0,00 %
Energia fotovoltaica (c.c.) sem redução pelo inversor 2.677,70 kWh
Potência CC mínima não atingida -1,17 kWh -0,04 %
Redução devido à faixa de tensão PMP 0,00 kWh 0,00 %
Redução devido à corrente c.c. máx. 0,00 kWh 0,00 %
Redução devido à potência c.c. máx. 0,00 kWh 0,00 %
Redução devido à potência c.a. máx./cos phi 0,00 kWh 0,00 %
Perda no seguidor PMP -0,12 kWh 0,00 %
Energia fotovoltaica (c.c.) 2.676,41 kWh
Energia na entrada do inversor 2.676,41 kWh
Divergência entre tensão de entrada e tensão nominal -21,19 kWh -0,79 %
Conversão c.c./c.a. -118,99 kWh -4,48 %
Consumo em espera (Inversor) -8,94 kWh -0,35 %
Perda cabeamento total -25,36 kWh -1,00 %
Energia fotovoltaica (c.a.) menos consumo em espera 2.501,93 kWh
Energia do gerador fotovoltaico (rede c.a.) 2.510,87 kWh

Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8)


119

d) Análise Financeira:

Quadro 5.3 - Análise financeira

Dados do sistema Valor Unidade


Energia do gerador fotovoltaico (rede c.a.) 2.511 kWh/Ano
Potência do gerador fotovoltaico 1,5 kWp
Início da operação do sistema 15/05/2022
Prazo do projeto 20 Anos
Juro do capital 1 %

Parâmetros econômicos
Taxa interna de retorno 69,14 %
Fluxo de caixa acumulado 33.875,22 R$
Prazo de amortização 1,5 Anos
Custos de geração da energia 0,05 R$/kWh

Vista geral de pagamentos


Investimento específico 1.500,00 R$/kWp
Custos de investimento 2.310,00 R$
Pagamentos únicos 0,00 R$
Subsídios 0,00 R$
Custos anuais 0,00 R$/Ano
Outros lucros ou economias 0,00 R$/Ano

Remuneração e Economia
Remuneração total no primeiro ano 0,00 R$/Ano
Economia no primeiro ano 1.576,80 R$/Ano
Mono R$/KWh :0,9 (NEOENERGIA-PE)
Tarifa da energia 0,90 R$/kWh
Base de preço 27,00 R$/Mês
Remuneração por excedente 0,00 R$/kWh
Inflação da tarifa de energia 2 %/Ano

Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8)

Alguns, dados trazem informações importantes no tocante a viabilidade


econômica desse projeto de energia solar, destacando-se o baixo custo do
investimento dos equipamentos (Kits Fotovoltaicos) R$ 2.310,00, além do payback de
1,5 anos, representado pelo prazo de amortização, além um fluxo positivo acumulado
120

de caixa na ordem de R$ 33.875,22, ao final do projeto, somando-se a essa, uma taxa


de retorno do capital investido de 69,14%.

Quadro 5.4 - Fluxo de caixa com prazo para 21 anos

Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5


Investimentos -R$ 2.310,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Economia de energia R$ 1.502,44 R$ 1.576,65 R$ 1.592,26 R$ 1.608,02 R$ 1.623,94
Fluxo de caixa anual -R$ 807,56 R$ 1.576,65 R$ 1.592,26 R$ 1.608,02 R$ 1.623,94
Fluxo de caixa acumulado -R$ 807,56 R$ 769,08 R$ 2.361,34 R$ 3.969,37 R$ 5.593,31
Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10
Investimentos R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Economia de energia R$ 1.640,02 R$ 1.656,26 R$ 1.672,66 R$ 1.689,22 R$ 1.705,95
Fluxo de caixa anual R$ 1.640,02 R$ 1.656,26 R$ 1.672,66 R$ 1.689,22 R$ 1.705,95
R$ 7.233,33 R$
Fluxo de caixa acumulado R$ 8.889,59 R$ 12.251,47 R$ 13.957,42
10.562,25
Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 14 Ano 15
Investimentos R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Economia de energia R$ 1.722,84 R$ 1.739,89 R$ 1.757,12 R$ 1.774,52 R$ 1.792,09
Fluxo de caixa anual R$ 1.722,84 R$ 1.739,89 R$ 1.757,12 R$ 1.774,52 R$ 1.792,09
Fluxo de caixa acumulado R$ 15.680,26 R$ 17.420,15 R$ 19.177,27 R$ 20.951,79 R$ 22.743,88
Ano 16 Ano 17 Ano 18 Ano 19 Ano 20
Investimentos R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00 R$ 0,00
Economia de energia R$ 1.809,83 R$ 1.827,75 R$ 1.845,85 R$ 1.864,12 R$ 1.882,58
Fluxo de caixa anual R$ 1.809,83 R$ 1.827,75 R$ 1.845,85 R$ 1.864,12 R$ 1.882,58
Fluxo de caixa acumulado R$ 24.553,71 R$ 26.381,46 R$ 28.227,30 R$ 30.091,42 R$ 31.974,00
Ano 21
Investimentos R$ 0,00
Economia de energia R$ 1.901,22
Fluxo de caixa anual R$ 1.901,22
Fluxo de caixa acumulado R$ 33.875,22
As taxas de degradação e aumento de preço são aplicadas mensalmente sobre todo o prazo do projeto,
começando logo no primeiro ano.
Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8)

Observa-se que ainda no 2º. Ano, passou de um valor negativo de R$ 807,56


para positivo de R$ 769,08. O quadro, também demonstra a economia de energia
realizada anualmente: nos primeiros 5 anos, foi de R$ 7.903,31, nos 5 anos seguintes
foi de R$ 8.364,11, entre o 10º. ano e o 15º. foi de R$ 8.785,46 e nos cinco anos que
se seguiram até o 20º., foi de R$ 9.230,13, perfazendo um acumulado de R$
34.283,01 que somado ao ano 21, R$ 1.901,22, perfaz o valor de R$ 36.184,23. O
fluxo de caixa negativo no primeiro ano deveu-se ao desembolso ou investimento de
121

R$ 2.310,00 menos a economia de energia de R$ R$ 1.502,44, perfazendo um fluxo


de caixa negativo de R$ - 807,56.

Quadro 5.5 - Conta de energia

Nome Jan Fev Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Soma

Consumo 146,00 146,00 146,00 146,00 146,00 146,00 146,00 146,00 146,00 146,00 146,00 146,00 1752,00

Produção de energia 221,03 198,06 228,57 208,17 197,41 171,93 182,03 202,36 210,60 227,71 230,44 223,62 2501,93

Produção de energia
(inclusive. Degradação 221,03 198,06 228,57 208,17 197,41 171,93 182,03 202,36 210,60 227,71 230,44 223,62 2501,93
do módulo)
Saldo -75,03 -52,06 -82,57 -62,17 -51,41 -25,93 -36,03 -56,36 -64,60 -81,71 -84,44 -77,62 -749,93

Crédito utilizado 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Novo crédito 75,03 52,06 82,57 62,17 51,41 25,93 36,03 56,36 64,60 81,71 84,44 77,62 749,93

Conta de crédito 75,03 127,09 209,66 271,83 323,24 349,17 385,02 441,56 506,16 587,87 672,31 749,93 749,93

Fatura 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Perda devido à 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
quantidade mínima
Economia 146,00 146,00 146,00 146,00 146,00 146,00 146,00 146,00 146,00 146,00 146,00 146,00 1752,00
Valores em kWh
Custos sem sistema 131,40 131,40 131,40 131,40 131,40 131,40 131,40 131,40 131,40 131,40 131,40 131,40 1576,80
fotovoltaico
Custos com sistema 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
fotovoltaico
Economia 131,40 131,40 131,40 131,40 131,40 131,40 131,40 131,40 131,40 131,40 131,40 131,40 1576,80
Valores em R$
As taxas de degradação e aumento de preço são aplicadas mensalmente sobre todo o prazo do projeto, começando
logo no primeiro ano.
Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8)

Observa-se que o total de 1.752 KWh utilizado em um ano pela residência de


Vitória de Santo Antão, nos meses de janeiro a dezembro de 2021, multiplicado pela
tarifa de energia da concessionária Neoenergia - CELPE de R$ 0,90/KWh = a
economia de energia proporcionada pelo sistema fotovoltaico é de R$ 1.576,80.
122

Gráfico 5.28 - Economia com energia

Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8)

Gráfico 5.29 - Fluxo de caixa acumulado

Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8)


123

Gráfico 5.30 - Evolução dos custos de energia

Fonte: Elaborado pelo Autor - PV* SOL Premium 2021 (R8)

Observa-se um custo de energia no primeiro ano de R$ 1938,59, no quinto ano


R$ 2.098,39 no décimo ano de R$ 2.316,80 no vigésimo ano é de mais de R$ 2824,16
e no último ano 2021 de R$ 2880,65, denunciando uma distância cada vez maior entre
os custos da energia solar, ou seja, aquela produzida pelas placas fotovoltaicas e
respectivo inversor (linha amarela) e o aumento da taxa mínima de 30 KWh exigida
pela concessionária Neoenergia (linha azul).
124

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante das constantes mudanças climáticas que o planeta tem enfrentado e


principalmente diante da crise hídrica no país, é essencial que haja uma diversificação
da matriz energética. Por conseguinte, tendo em vista os benefícios relatados no
presente estudo sobre a matriz solar, essa demonstra ser uma excelente alternativa
para complementar e até mesmo otimizar a matriz energética nacional.
Acerca da parte técnica, o software não encontrou fatores impeditivos para a
instalação do sistema em nenhum dos três locais escolhidos, conseguindo calcular
todos os componentes necessários para a implantação do sistema, servindo assim
parâmetros para que os proprietários das residências supracitadas utilizem antes da
escolha pelo uso da energia solar em seus domicílios. Desse modo, pode-se concluir
pela viabilidade técnica desses projetos.
Considerando a média nacional de tempo de retorno do investimento em
sistemas fotovoltaicos, a qual varia entre 3 e 5 anos, a depender da região e variáveis
como fatores técnicos, potência do sistema de energia solar e tarifa de energia, o
payback estimado nos três projetos ficou abaixo da média, com um retorno do
investimento em 1,2 anos para Petrolina; 1,5 para Vitória de Santo Antão e 1,7 para
São Caitano. Além disso, os resultados apresentaram fluxos positivos acumulados de
caixa na ordem de R$ 42.213,27 na residência de Petrolina; R$ 33.822,22 na de São
Caitano e R$ 29.935,28 em Vitória de Santo Antão ao final dos projetos, somando-se
a esses, uma taxa de retorno do capital investido de 85,10%; 69,14% e 62,24% nas
respectivas cidades, o que proporciona embasamento suficiente para concluir pela
viabilidade econômica dos projetos.
Cabe ressalvar que para a presente pesquisa foram considerados apenas os
custos com o kit fotovoltaico, devendo ainda ser realizado antes da implantação o
orçamento do projeto com um engenheiro e o pagamento das taxas devidas à
concessionária em questão. O que, no entanto, não pode ser considerado um fator
impeditivo para a realização do projeto, uma vez que diante da média desses custos,
o tempo de retorno ainda ficaria dentro da média nacional.
Apesar de a energia solar ter inicialmente se expandido pelo uso em
propriedades rurais e em estabelecimentos comerciais, por demandarem mais energia
que a maioria das residências, ficou evidenciado neste estudo que a viabilidade
125

técnica e econômica da implantação do sistema fotovoltaico em residências se dá


mesmo em pequenas edificações com baixo consumo de energia.
Um outro ponto evidenciado na presente pesquisa é a falta de linhas de créditos
mais atraentes para o consumidor e de incentivos fiscais para a produção nacional
dos equipamentos necessários. Apesar de haver várias opções ofertadas, essas
linhas de créditos ainda não chegam a ser acessíveis para a maioria dos brasileiros,
tornando o investimento inicial um grande obstáculo, principalmente, para sua
utilização em residências, cujos proprietários dispõem de menor poder aquisitivo que
os donos de estabelecimentos comerciais e produtores rurais. O governo federal,
portanto, precisa intervir mais ativamente nesse processo, oferecendo incentivos
tributários e subsídios, por meio de políticas públicas que incentivem a produção
nacional e facilitem a aquisição do kit solar, para assim superar tais obstáculos e
fomentar de forma mais eficaz a utilização de sistemas solares fotovoltaicos.
No aspecto geral, é nítido que diante do potencial do Brasil, ainda há muito a
avançar para utilizar e explorar essa tecnologia, para assim aproveitar da melhor
forma o que essa matriz energética tem a oferecer.
Em linhas gerais, considera-se que os objetivos da presente pesquisa foram
alcançados. Consoante as diferentes faixas de consumos apresentadas nas
residências escolhidas e as especificidades climáticas e geográficas das regiões nas
quais estão localizadas, ficou comprovada a viabilidade técnica e econômica dos
projetos, independentemente de suas características, demonstrando a possibilidade
de implantação do sistema fotovoltaico on grid nas residências situadas nas cidades
de São Caitano, Petrolina e Vitória de Santo Antão no estado de Pernambuco.
Vale salientar que com a aprovação da Lei nº 14.300, que instituiu o marco legal
da microgeração e minigeração distribuída, o SCEE e o PERS, novas regras passarão
a valer a partir do ano de 2023. Desse modo, devem ser realizados novos estudos
para analisar o comportamento do mercado após essas mudanças. Todavia, há boas
expectativas desse contínuo crescimento exponencial de instalações de sistemas
fotovoltaicos no Brasil.
Por fim, ficou constatado que a utilização da energia solar fotovoltaica já é uma
realidade presente no Brasil e no mundo, e o crescimento registrado no país
demonstra que essa tecnologia desponta como uma grande alternativa de geração de
energia elétrica, capaz de prover vantagens econômicas e técnicas alinhadas ao
conceito de sustentabilidade.
126

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