CAP6
CAP6
CAP6
Pomilio
C Rse Lse
a) Circuito equivalente de capacitor
C = 100 uF L = 100 nH
10
R = 1 ohm (T = -40 C)
R = .01 ohm (T = 85 C)
1.0m
10Hz 100Hz 1.0KHz 10KHz 100KHz 1.0MHz 10MHz 100MHz
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L
L=1mH
C=220uF
+ Rse=.45 ohm
Rse Ro=.5 ohm
E Ro Vo E=20V
Vo=10V
C
10.04V
10.02V
10.00V
9.98V
9.96V
0s 0.2ms 0.4ms 0.6ms 0.8ms 1.0ms
Ondulação relativa à capacitância Ondulação nos terminais do capacitor
Usa-se definir o "fator de perdas" do capacitor (tg ), o qual se relaciona com Rse pela
seguinte expressão:
tg
R se (6.1)
2fC
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destruir o componente. Por outro lado, a capacitância diminui, uma vez que é aumentada a
espessura do dielétrico.
Assim, a aplicação típica é em tensões contínuas. Tensões alternadas, sobrepostas à
contínua, desde que não alterem a polaridade, podem ser utilizadas. Na verdade as polarizações
invertidas podem ocorrer até cerca de 2 V, que é o potencial no qual se inicia o processo de
deposição de óxido.
Existem capacitores eletrolíticos bipolares que, por construção, já tem ambas folhas de
alumínio oxidadas. Obviamente, a capacitância específica é menor.
Como aplicações típicas em fontes chaveadas pode-se citar:
Filtros de entrada: usa-se capacitor eletrolítico de alumínio, com alto produto capacitância x
tensão (CV) e baixas perdas.
Filtros de saída: capacitor eletrolítico de alumínio, com baixo Rse e Lse, especiais para operação
em altas frequências.
Outra característica importante dos capacitores refere-se à sua confiabilidade. Os
fabricantes especificam seus componentes em função de sua expectativa de vida, sendo os de alta
confiabilidade aqueles que apresentam a maior durabilidade. Esta variável é determinada, para os
capacitores eletrolíticos de alumínio, pela qualidade dos materiais utilizados na fabricação.
Em geral, a um aumento de temperatura corresponde uma redução na vida do capacitor
eletrolítico, de acordo com a expressão:
T To
BT Bo 2 (6.2)
D
R se R s (Tc ) (6.3)
2fC
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6.2.1 Materiais
Os materiais mais utilizados são ferrites, as quais possuem valores relativamente reduzidos
de Bmax (entre 0,3 T e 0,5 T), apresentando, porém, baixas perdas em alta frequência e facilidades
de manuseio e escolha, em função dos diversos tipos de núcleos disponíveis. As ferrites são
constituídas por uma mistura de óxido de ferro (Fe2O3) com algum óxido de um metal bivalente
(NiO, MnO, ZnO, MgO, CuO, BaO, CoO). Possuem resistividade muito maior do que os
materiais metálicos (da ordem de 100k.cm) o que implica em perdas por correntes de Foucault
desprezíveis quando operando com um campo magnético alternado.
Algumas aplicações em que não se pode admitir distorção no campo magnético deve-se
utilizar núcleo de ar, com o inevitável valor elevado do fluxo disperso.
Núcleos de ferro laminado são utilizados apenas em baixa frequência por apresentarem
laço de histerese muito largo, embora possuam um Bmax de cerca de 1,5 T.
Um terceiro tipo de material são os aglomerados de ferro (iron powder) [6.4] que são
constituídos por minúsculas partículas de compostos de ferro, aglomerados entre si, mas que
apresentam um entreferro distribuído ao longo de todo comprimento magnético. É um material
adequando para aplicações em que devem coexistir campos de baixa frequência (60 Hz) e de alta
frequência, garantindo, ao mesmo tempo, que o núcleo não sature e não apresente elevadas perdas.
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Br
-Hc
-3.0 -2.0 -1.0 0.0 Hc 1.0 2.0 3.0
-Br H (A.esp/m)
1 T = 10000 G
-Bmax
-5.0K
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H g g H m c N i (6.4)
B 0 Hg c H m (6.5)
N i Bm g
Hm (6.6)
c 0 c
Nota-se na figura 6.7 que a introdução do entreferro faz com que Hm seja atingido para
valores maiores de corrente. O efeito sobre a curva B x Ni é mostrado na figura 6.7.b. A
indutância incremental se reduz, mas é linearizada. O valor de Br também se reduz. Bmax não se
altera por ser uma característica do material.
O fluxo magnético é proporcional a B, enquanto a corrente é proporcional a H. Assim, a
curva de magnetização que relaciona com i, cuja inclinação é a indutância do elemento
magnético, tem o mesmo comportamento da curva B x H.
Em síntese, a presença do entreferro leva a uma diminuição da indutância, à manutenção
de um valor constante, independente da corrente, e aumenta o valor da corrente na qual ocorre a
saturação.
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(6.7)
R fe L (a B f c f e f 2 ) (6.8)
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4,35 103
(6.9)
f
: dimensão dentro da qual, para uma dada frequência, não ocorre redução significativa na
superfície condutora (em metros)
Por exemplo, para 20 kHz, = 0,47 mm, ou seja, um fio com diâmetro de 0,94 mm pode
ser usado para conduzir uma corrente a 20 kHz sem ter sua área condutora significativamente
reduzida pelo efeito pelicular.
Relembre-se aqui que as correntes não são, normalmente, senoidais, de modo que deve ser
considerado certo fator de folga para acomodar as perdas devidas às componentes harmônicas.
A figura 6.8 mostra, para cada frequência, qual condutor (de cobre) pode ser usado de
maneira evitar o aumento das perdas pelo efeito pelicular.
A maneira usual de se contornar este problema é o uso de "fio litz", o qual é um cabo
composto por diversos fios (isolados entre si) de diâmetro adequado à frequência de operação,
cuja secção transversal total permita uma densidade de corrente suficientemente baixa para não
causar perdas elevadas (em geral inferior a 3 A/mm2). Outra possibilidade é o uso de fitas de
cobre com espessura inferior a 2. Como, geralmente, estas fitas não são isoladas, devem-se tomar
cuidados adicionais com este aspecto.
Outro aspecto que deve ser lembrado refere-se à indução de corrente nos condutores
próximos às regiões do núcleo nas quais ocorre um estrangulamento do fluxo magnético com uma
consequente dispersão local pelo ar. É óbvio que este problema é mais grave se for utilizado um
enrolamento com fita metálica, a qual apresenta uma resistência menor do que um cabo litz de
área equivalente (em virtude da isolação entre cada fio).
Em um transformador, caso se faça uso de condutores sólidos, de cabos litz e fitas, a
colocação de cada um no núcleo deve seguir a seguinte ordem: cabo litz mais próximo ao núcleo
(e, assim, mais susceptível ao fluxo disperso), metade do enrolamento do primário, os secundários
com fita, e a segunda metade do primário. Note-se que a posição do secundário enrolado com fio
litz não contido pelo primário, leva a um aumento do fluxo de dispersão, com os inconvenientes já
citados. A figura 6.9 mostra o arranjo recomendado [6.7].
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Diâmetro do fio em mm
10
0.1 4 5 6
1000 1 10 1 10 1 10
f(Hz)
Figura 6.8 Diâmetro de fio que deve ser usado em função da frequência.
Fitas de isolação
Núcleo
1/2 primário
Figura 6.9 Arranjo de enrolamentos em transformador de alta frequência
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Cps
Rp Lp Rs Ls
Cp Lm Cs
Rfe
1:N
a) IDEAL
90d Fase
Rp=.01
Lp=1uH
Rfe=10k
Cp=10pF
Lm=100uH
Cps=10pF
-90d
N=40
10k Módulo Cs=100pF
Ls=10uH
Rs=1
10m
1.0kHz 10kHz 100kHz 1.0MHz 10MHz 100MHz
b)
Figura 6.10 .a) Modelo de parâmetros concentrados para transformador
b) Impedância, vista pelo primário, de transformador.
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Primário Primário
NÚCLEO NÚCLEO
B
Saída realimentada
A
100 120
Potência de saída (%)
Figura 6.12 Tensões de saída normalizadas para fonte com múltiplas saídas.
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Caso este tipo de enrolamento não seja possível, deve-se buscar a melhor disposição
relativa dos enrolamentos, como mostrado nas figuras abaixo.
T1 T2 T3 T4
Primário Secundário 1 Secundário 2
Figura 6.13 Diferentes arranjos de enrolamentos em transformador com múltiplas saídas.
TABELA 6.I
Resultados de variação da tensão da saída não realimentada (secundário 2, 12 V) com a variação
da carga na saída realimentada (Vo1 = 5 V e Ro2 = 7,8 )
T1 (V) T2 (V) T3 (V) T4 (V) R01()
18,20 17,20 16,40 16,30 0,44
17,97 16,97 16,26 16,15 0,50
17,78 16,75 16,15 16,00 0,56
17,59 16,45 15,96 15,85 0,65
17,41 16,19 15,76 15,70 0,77
17,20 15,97 15,61 15,55 0,96
17,13 15,74 15,51 15,45 1,27
16,85 15,55 15,36 15,30 1,83
13,36 12,14 12,27 12,26 3,5
6.3 Supercapacitores
Um capacitor tradicional acumula energia no campo elétrico criado pela separação das
cargas elétricas. Este campo existe no dielétrico que se torna polarizado. A capacitância é
proporcional à permissividade do material e à área das placas, sendo inversamente proporcional à
distâncias entre as placas.
Já em um supercapacitor não há um dielétrico, mas um eletrólito. A principal diferença é a
grande área propiciada por materiais porosos, aliada à pequena distância entre as cargas, que é da
ordem de nanômetros. Com um eletrólito aquoso, a tensão por capacitor é de cerca de 1 V,
enquanto para um eletrólito orgânico este valor cresce para 2,5 V. A obtenção de tensão elevada é
feita pela associação em série de capacitores [6.9].
Hermann Helmholtzi, em 1853, descreveu que quando uma tensão é aplicada entre dois
eletrodos de carbono, imersos em um fluido condutor, não há circulação de corrente até que uma
certa tensão limiar seja atingida. Ao se iniciar a condução há também a formação de gás devido à
reação química na superfície dos eletrodos. Abaixo desta tensão limiar o dispositivo se comporta
como um capacitor [6.10 e 6.11].
i
Interessantes transcrições de conferências de Helmholtz estão disponíveis em :
http://www.fordham.edu/halsall/mod/1862helmholtz-conservation.html (em 04/04/2003), On The Conservation Of
Force, 1863.
http://dbhs.wvusd.k12.ca.us/Chem-History/Helmholtz-1881.html (em 04/04/2003), THE MODERN
DEVELOPMENT OF FARADAY'S CONCEPTION OF ELECTRICITY, 1881.
Uma biografia de Helmholtz pode ser obtida em: http://www.geocities.com/bioelectrochemistry/helmholtz.htm (em
04/04/2003).
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O modelo de Stern, leva em conta que parte da carga se apresenta difusa no eletrólito,
podendo-se considerar que há duas capacitâncias em série, uma devido à camada compacta e outra
à camada difusa. A capacitância total será menor do que esta última. Um modelo elétrico que
represente todos estes comportamentos físicos e químicos não é simples. A complexidade do
modelo adotado, no entanto, depende da aplicação específica e do erro admissível em cada análise.
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Um melhor modelo elétrico deve considerar que processos de carga e descarga não são
simultâneos em toda superfície do material poroso, levando a um circuito com capacitâncias
distribuídas, acopladas por resistências, como mostra a figura 6.16. Tais capacitâncias são ainda
dependentes da tensão aplicada.
a) b)
Figura 6.16 Modelo de distribuição de cargas de Helmholtz (a) e de Stern (b)
(Figura obtida em [6.13]).
Figura 6.17 Circuito equivalente para cada “poro” do eletrodo (Figura obtida de [6.12]).
Conforme citado em [6.12], a primeira patente deste tipo de dispositivo é de 1957 [6.14],
com os primeiros componentes aparecendo no mercado em 1970 [6.15], com o chamado SOHIO.
Mas apenas nos anos 90 os supercapacitores começaram a ter um uso mais intenso.
Há várias companhias fabricantes, como a Maxwell Technologies [6.16], a Siemens
Matsushita (através da EPCOS) [6.17], NEC-Tokin [6.18], Panasonic [6.19], ELNA [6.20], AVX
[6.21] (estes quatro últimos com componentes para aplicações eletrônicas, ou seja, de baixa
tensão), Evans [6.22], etc.
Como características gerais de um supercapacitor, pode-se indicar:
Densidade de energia 100 vezes maior do que um capacitor convencional;
Densidade de potência dez vezes maior do que baterias convencionais;
Densidade de energia na faixa até 10 Wh/kg;
Densidade de potência: 18 kW/l
Capacitâncias até 5000 F por célula;
Tensão nominal entre 2,3 e 100 V (módulos com associação em série);
Corrente nominal entre 3 e 1000 A;
Faixa de potência até 100 kW;
Baixa Rse, o que aumenta a capacidade de suportar elevadas correntes
Temperatura de operação entre –20o C e +55o C;
Modular e “empilhável”;
Menor custo por Farad em relação aos capacitores eletrolíticos;
Não necessita de manutenção;
Não provoca danos ambientais.
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[6.3] S. G. Parler Jr., “Deriving Life Multipliers for Electrolytic Capacitors”. IEEE Power
Electronics Society Newsletter, First Quarter, 2004, pp. 11-12.
[6.4] http://www.micrometals.com (em 23/11/2004)
[6.5] http://www.thornton.com.br/Port/p_linha_de_produtos.htm (em 08/12/2004)
[6.6] http://www.mag-inc.com/pdf/2004_Design_Information.pdf (em 08/03/2005)
[6.7] G. Chryssis: “High-frequency switching power supplies”, McGraw-Hill Book Co. New
York, 1986.
[6.8] W.B.M. Nascimento e J. C. Fagundes, ”Static Cross Regulation Analysis Using a Multiple
Output Forward Converter” 1º Congresso Brasileiro de Eletrônica de Potência.
Florianópolis, Dezembro de 1991.
[6.9] P. Barrade, S. Pittet, A. Rufer: “Energy storage system using a series connection of
supercapacitors, with an active device for equalizing the voltages”, IPEC 2000:
International Power Electronics Conference, 3-7 April, Tokyo, Japan
[6.10] H. L. F. von Helmholtz, “Uber einige Gesetze der Vertheilung elektrischer Strome in
korperlichenLeitern mit Anwendung auf die thierisch-elektrischen Versuche” [Some laws
concerning the distribution of electrical currents in conductors with applications to
experiments on animal electricity]. Annalen der Physik und Chemie, 89(6):211–233, 1853.
[6.11] H. Michel, C. Raible: “Bursting with Power”, PCIM Europe Magazine, 3/1999, pp. 36-37.
[6.12] R. Kotz, M. Carlen: “Principles and Applications of Electrochemical Capacitors”,
Electrochimica Acta, vol. 45, 2000, pp. 2483-2498.
[6.13] F. Belhachemi, S. Rael, B. Davat, “A physical based model of power electric double-layer
supercapacitors”, Proc. of the IEEE IAS Annual Meeting, Rome, Italy, Oct. 2000.
[6.14] H. E. Becker, U.S. patent 2 800 616 (to General Electric), 1957.
[6.15] D. I. Boos, U. S. Patent 2 536 963 (to Standard Oil, SOHIO), 1970.
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Exercícios
1. Com base no modelo apresentado abaixo, determine os parâmetros para o transformador que
apresenta a seguinte resposta em frequência:
Rp Lp
Lm
Cs
Rfe
1 : 100
IDEAL
3. Adicione uma carga de 500 k na saída do transformador e , usando o seu modelo (caso esteja
correto) refaça a análise anterior (impedância vista da entrada). Trace também a curva referente
ao ganho de tensão entre a saída e a entrada. Analise e comente.
6. Simule no tempo o circuito anterior para três situações:
Tensão de entrada de 100 V (valor de pico) e 10 kHz.
Tensão de entrada de 100 V (valor de pico) e 100 kHz.
Tensão de entrada de 100 V (valor de pico) e 300 kHz.
À luz da resposta em frequência do item anterior, analise e comente os resultados referentes à
tensão de saída e à corrente de entrada.
Para esta simulação, imponha fase 90º na tensão de entrada e corrente inicial nula no indutor de
dispersão. Simule pelo menos 10 ciclos para que o efeito do transitório de partida se extinga.
5. Simule em Pspice um conversor abaixador de tensão, com tensão de entrada de 20 V, largura de
pulso de 50%, L=100 uH, carga de 20 ohms, frequência de comutação de 50 kHz. Estude e
comente o comportamento da ondulação da tensão de saída para os casos de capacitor ideal
(100 uF), com Rse=0,1 ohm, e com Rse (0,1 ohm) e Lse de 100 nH.
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