O Motor A Vapor
O Motor A Vapor
O Motor A Vapor
O MOTOR A VAPOR:
UMA PROPOSTA CONTEXTUALIZADA E INTERDISCIPLINAR
Tubarão
2017
JOÃO MICHELS CARDOSO
O MOTOR A VAPOR:
UMA PROPOSTA CONTEXTUALIZADA E INTERDISCIPLINAR
Tubarão
2017
AGRADECIMENTOS
A minha família, especialmente a minha mãe Márcia, responsável pela minha educação.
Ao minha namorada Renata, pela compreensão e apoio nos momentos mais difíceis.
Ao professor Jair Juarez João, por todo conhecimento disponibilizado e pela orientação nesse
trabalho.
A todos os meus amigos da faculdade, que fizeram esse trajeto de estudo junto comigo.
Aos meus colegas de trabalho dos Colégios São José e Dehon, que me ajudaram em diversos
momentos.
A todos aqueles que de alguma forma me auxiliaram e apoiaram para concluir com êxito essa
etapa da minha formação.
RESUMO
Natural science teachers often face a lack of interests from their students during the classes; in
consequence, the students present an unexpected performance in their evaluations. This fact is,
besides other reasons, connected to the way the classes are taught. We often see classes based
only in expositive method and focused in resolutions of standard exercises. There are many
difficulties why teachers set aside experiments and the relationship between theory and practice.
The present study checked if the thermochemistry teaching practice, in the high school, having
as educational instrument an experiment of simulation of a steam engine might become in a
meaningful content in view of theory of Ausubel, resulting in an actual construction of the
knowledge. This case study was accomplished in a private school in Tubarão, south of Santa
Catarina state, in 2017. The obtained results showed that the study is possible and financially
viable as a teaching proposal of thermochemistry contents in an interdisciplinary work about
steam engines’ studies. Many concepts of Chemical and Physics can be insert with a simple
methodology and in an easy access to any teacher. The students had a satisfactory development
in the contents and in the evaluations.
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................... 9
1.1 OBJETIVOS .................................................................................................................... 10
1.1.1 Objetivo Geral ............................................................................................................. 10
1.1.2 Objetivos Específicos................................................................................................... 10
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................ 11
2.1 APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA ............................................................................ 11
2.2 INTERDISCIPLINARIDADE ........................................................................................ 12
2.3 EXPERIMENTAÇÃO NO ENSINO .............................................................................. 12
2.4 HISTÓRIA DO MOTOR A VAPOR .............................................................................. 13
2.5 A TEORIA TERMODINÂMICA.................................................................................... 14
3 METODOLOGIA ............................................................................................................. 15
3.1 TIPO DE PESQUISA ...................................................................................................... 15
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA.......................................................................................... 16
3.3 O PROCESSO DA PESQUISA....................................................................................... 16
3.4 INSTRUMENTO PARA COLETA DE DADOS ........................................................... 16
3.4.1 Elaboração e aplicação da avaliação ......................................................................... 17
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES.................................................................................... 18
4.1 A PRIMEIRA AVALIAÇÃO .......................................................................................... 18
4.2 O ESTUDO DIRIGIDO ................................................................................................... 19
4.3 A SEGUNDA AVALIAÇÃO .......................................................................................... 21
5 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 24
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 25
APÊNDICE ............................................................................................................................. 28
9
1 INTRODUÇÃO
A Química é uma ciência fundamental que faz uso de leis, modelos matemáticos e
representações para a interpretação dos dados empíricos, explicação de fenômenos cotidianos
e aplicações em diversos setores da indústria. Atendendo a este fato, é importante no ensino da
Química a valorização da experimentação e da aprendizagem do método científico.
Um dos problemas que professores de química enfrentam constantemente em sala
de aula é a falta de interesse por parte dos alunos, que muitas vezes se dispersam e acabam
apresentando um rendimento inferior ao esperado. Podemos relacionar este fato com o modo
como as aulas são ministradas. Encontramos, com frequência, aulas de química baseadas em
métodos puramente expositivos e na resolução de exercícios padronizados. Por diversas razões
- tempo, infraestrutura (laboratório) e deficiências na formação, os professores deixam de lado
a realização de experimentos e a relação teoria-prática. Apesar de possuir caráter experimental,
a química, nas escolas, ainda é ministrada com enfoque fortemente teórico.
É de conhecimento dos professores de ciências e da comunidade científica geral, o
fato da experimentação despertar um forte interesse entre os alunos em diversos níveis de
escolarização. Os alunos também costumam atribuir à experimentação um caráter motivador,
lúdico, essencialmente vinculado aos sentidos. Por outro lado, não é incomum ouvir de docentes
a afirmativa que a experimentação aumenta a capacidade de aprendizado, pois funciona como
meio de envolver os alunos nos temas que estão em discussão.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) têm como essência a compreensão
de ciência por parte do aluno. Dentre as suas recomendações, propõe-se a introdução do
conceito de energia e suas transformações, para que o aluno da educação básica possa ter uma
visão geral do mundo que o cerca.
Portanto, seguindo esses princípios, o presente trabalho pretende verificar se a
prática docente de termoquímica e termodinâmica, no ensino médio, tendo como
ferramenta didática um motor a vapor, com base numa abordagem contextualizada,
poderá tornar o conteúdo significativo, sob a luz da Teoria de Ausubel, resultando na
efetiva construção de conhecimento. Este estudo de caso foi realizado no ano de 2017, na
cidade de Tubarão, sul de Santa Catarina, em um colégio da rede privada.
10
1.1 OBJETIVOS
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.2 INTERDISCIPLINARIDADE
A primeira ideia de máquina a vapor foi desenvolvida na Grécia Antiga, por Heron
de Alexandria. Consistia em uma pequena esfera de cobre com canos, que continha água em
seu interior. Colocada sobre um tripé e sobre o fogo, o vapor que saia pelos orifícios fazia com
que a esfera adquirisse rotação.
As aplicações para o motor a vapor foram descobertas muitos anos mais tarde.
Conforme Gonçalves (2004, [s.p.]):
Em 1698, mais de mil anos após a máquina de Heron, surgiu a primeira máquina a
vapor de interesse industrial, elaborada por Thomas Savery, um engenheiro militar
inglês. Essa máquina tinha por objetivo retirar água dos poços de minas de carvão,
porém poderia explodir devido à utilização de vapor a alta pressão.
Segundo Callen (1985), físicos, químicos, biólogos e engenheiros tem seu primeiro
contato com os fenômenos naturais tratando de grandezas macroscópicas. Todavia,
especialmente para físicos e químicos, a existência de grandezas de ordens muito menores é
extremamente importante. O autor destaca que o estudo da termodinâmica se baseia nessas
diferentes ordens de grandeza. Se microscopicamente as moléculas de um metal passam a vibrar
mais intensamente, macroscopicamente esse metal está ficando mais quente.
De acordo com Ness (2005, p. 2):
A aplicação da termodinâmica em qualquer problema real inicia com a identificação
de uma parte particular da matéria como foco das atenções. Essa parte de matéria é
chamada sistema, e seu estado termodinâmica é definido por umas poucas
propriedades macroscópicas mensuráveis.
Segundo Ness (2005), o Sol e a energia nuclear são as principais fontes energéticas
para o homem. O autor ainda destaca que, contudo, as mais importantes fontes de potência em
grande escala são a energia química dos combustíveis. Essas instalações dependem da liberação
de calor e posterior conversão parcial em trabalho. Em consequência da segunda lei da
termodinâmica, mesmo com a melhora nos projetos de equipamentos, a eficiência dessa
conversão não se aproxima de 100%. O autor relata que a eficiência tradicional de motores a
vapor, utilizando combustíveis fósseis, raramente é superior à 50%.
15
3 METODOLOGIA
A avaliação aplicada foi elaborada com uma pergunta fechada de múltipla escolha
e quatro questões abertas, sobre os conteúdos (tópicos) de termoquímica trabalhados,
relacionados à aplicação da termoquímica e termodinâmica no funcionamento de motores e
aspectos práticos dessas máquinas.
A avaliação, conforme Apêndice A, foi aplicada no dia 09 de outubro de 2017, no
período vespertino para 36 alunos de uma turma de terceiro ano do ensino médio. O instrumento
foi reaplicado dia 30 de outubro de 2017 com os mesmos alunos, para comparação das respostas
após o projeto de pesquisa.
Depois de aplicadas as avaliações, os resultados foram analisados e interpretados
observando a construção do conhecimento por parte dos discentes.
18
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
13%
32%
36%
20%
A B C D
Após a exposição teórica e aplicação da avaliação, foi solicitada uma pesquisa aos
alunos. Eles deveriam pesquisar na bibliografia, o funcionamento e os aspectos termoquímicos
20
e termodinâmicos dos motores, assim como as transformações sofridas pelos gases durante a
combustão relacionado com a química dos combustíveis, além de um experimento que
simulasse o funcionamento de algum ciclo térmico. Os trabalhos foram apresentados na forma
de seminário, com ampla discussão entre os alunos e o professor.
Eles foram orientados que sua participação seria avaliada e, também pelo fato de
muitos dos alunos se interessarem pelo automobilismo e pela mecânica dos motores a discussão
foi extremamente frutífera. Muitos questionamentos surgiram e a sala teve um rendimento
comportamental extremamente diferente: todos atentos, fazendo apontamentos e querendo
expor suas opiniões.
Os discentes viram na prática coisas que haviam sido comentadas durante a aula ou
pesquisadas no trabalho teórico. Por exemplo: algumas equipes fizeram o motor do tipo Stirling.
Segundo a bibliografia, esse motor apresenta como desvantagem a dificuldade em dar a partida.
Essas equipes relataram que, por mais que fossem impecáveis na montagem do dispositivo, ele
demorava para funcionar.
A abordagem interdisciplinar baseada na pesquisa também trouxe resultados
interessantes como conclusões que os alunos não haviam chego anteriormente. Eles
comentaram que não haviam percebido a relação entre o estudo do calor de combustão, que eles
tiveram em química, com as leis da termodinâmica, na física. Com a abordagem dos motores,
eles visualizaram que o calor da reação química é o mesmo calor da fonte quente que provê
energia para o motor. Esses relatos demonstram que o conhecimento estava sendo construído
de forma significativa, segundo a teoria de Ausubel.
Alguns experimentos realizados pelos alunos podem ser verificados nas figuras
abaixo:
20% 26%
19%
35%
A B C D
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
CALUZZI, João José; MIANUTTI, João; BOSS, Sérgio Luiz Bragatto, Sugestão de
Experimentos referentes a eletricidade e magnetismo para utilização no ensino
fundamental. Física na Escola, v. 12, n. 1, 2011.
DIAS, Ângela Maria Mendes; NOVIKOFF, Cristina; SOUZA, Luiz Eduardo Silva.
Laboratórios de aprendizagem de Física: Resultados de um experiencia pedagógica
sustentável. Física na Escola, Rio de Janeiro, v. 12, n. 2, p.12-14, 2011
MERÇON, Fábio. O que é uma Gordura Trans? Química Nova na Escola, São Paulo, v. 32,
n. 04, p.78-83, maio 2010. Disponível em: <http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc32_2/04-
CCD-9509.pdf>. Acesso em: 09 dez. 2017.
SILVA, Ricardo Oliveira. Cana de Mel, Sabor de Fel – Capitania de Pernambuco: Uma
Intervenção Pedagógica com Caráter Multi e Interdisciplinar. Química Nova na Escola, São
27
APÊNDICE
2) A primeira ideia de máquina a vapor foi desenvolvida na Grécia Antiga, por Heron de
Alexandria. Consistia em uma pequena esfera de cobre com canos, que continha água em seu
interior. Colocada sobre um tripé e sobre o fogo, o vapor que saia pelos orifícios fazia com que
a esfera adquirisse rotação. Qual o princípio básico de funcionamento de um motor?
4) O motor Stirling é uma máquina de ciclo fechado, conhecida também como motor de ar
quente, por utilizar o ar como fluido de trabalho. Quais as vantagens e desvantagens de um
motor Stirling?