Cap5CirurgiaII 230710 172231 1689063061
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CIRURGIA II
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SUMÁRIO
1. Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2. Quadro clínico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
3. Etiologias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
3.1. Como suspeitar das causas? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Mapa mental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Questões comentadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2
HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA
importância/prevalência
BASES DA MEDICINA
O quadro clínico de uma HDA é a exteriorização
de material hemático de forma anterógrada ou
retrógrada e a repercussão da perda sanguínea.
O ângulo duodenojejunal é o Ângulo de Treitz. A 4ª porção
duodenal é retroperitoneal, escondida atrás do mesocólon Tipicamente, o paciente manifesta hematêmese
transverso, e emerge para a 1ª alça jejunal. Mas lembre-se e melena.
de que a 4ª porção duodenal é ascendente. Isso porque há
o Ligamento de Treitz suspendendo-a. A partir dali, ocorre
a emergência do jejuno, “pendurado” pelo Ligamento de
3
Hemorragia digestiva alta Cirurgia geral
FLASHCARD
DICA
O quadro clínico da HDA é a exterio-
Qual é o quadro clínico característico da HDA?
rização de material hemático (hematême-
Hematêmese, melena e repercussão hemorrágica (ta-
se/melena) e a repercussão clínica hemor-
quicardia/hipotensão).
rágica (taquicardia, hipotensão, anemia).
BASES DA MEDICINA
3. ETIOLOGIAS
A hematêmese é a exteriorização de sangue vivo por
vômitos. A melena, por sua vez, é a exteriorização, na eva-
cuação, de um material escurecido, enegrecido, “em borra Classicamente, as causas de HDA podem ser divi-
de café”, correspondente ao “sangue digerido”. Todavia, didas em 2 grandes grupos:
um sangramento maciço pode manifestar evacuação de
sangue vivo, dado o grande volume, numa enterorragia.
u Varicosas – relacionadas à hipertensão porta.
u Não varicosas – todas as outras causas.
Essa sistematização é utilizada devido a importantes
O quadro clínico consiste em exteriorização de
diferenças no tratamento em um quadro de sangra-
sangramento, na forma de hematêmese ou melena
mento secundário a varizes em comparação a todas
(ou enterorragia, em casos maciços), associada a
as outras causas, que muitas vezes se assemelham
repercussões hemorrágicas.
entre si. Entretanto, devido à enorme relevância da
etiologia péptica nas provas, iremos substituir as
“não varicosas” apenas pelas úlceras pépticas e
DIA A DIA MÉDICO
discutiremos outras causas menos prevalentes ao
final do capítulo.
Eventualmente você vai ver alguém jogar água oxigenada
numa poça de vômito para ver se aquela cor escura era
Quadro 1. Causas mais frequentes de HDA.
sangue ou não. Pois é! Controverso! A verdade é que
o material gástrico muitas vezes fica escuro quando Varicosa Péptica
há estase gástrica funcional, o que muitos pacientes
internados têm. Dessa forma, o aspecto do conteúdo Varizes esofágicas Úlcera duodenal sangrante
gástrico fica enegrecido, parecendo até “borra de café”. Varizes de fundo gástrico/
Todavia, a descrição de borra de café, semiologicamente Úlcera gástrica sangrante
gastropatia hipertensiva
falando, refere-se à eliminação na evacuação de material
hemático velho digerido e não de hematêmese (mas já vi Fonte: Elaborado pelo autor.
questão cujo enunciado confundia isso, viu?). Nessa hora,
plantonistas médicos e não médicos podem se assustar
3.1. COMO SUSPEITAR DAS CAUSAS?
com o conteúdo do vômito pensando em hematêmese.
Se houver uma dúvida real, coletar uma amostra da cuba
onde o paciente vomitou e rodar um hemograma dela
revelará alto teor de hemácias/hemoglobina. Mas, de DICA
Academicamente, se subdivide a
verdade, o quadro clínico é mais completo do que isso. HDA em varicosa vs. não varicosa, e isso é
Uma boa avaliação clínica costuma resolver essa charada. justo, pois orienta a conduta. Contudo, não
é o mais didático, pois não lembra da forma
mais comum de HDA, a péptica.
A repercussão da perda sanguínea se dará em graus
variados de choque hemorrágico (lembra-se do
trauma?). O paciente poderá apresentar taquicardia, 3.1.1. HDA péptica
hipotensão, alargamento do tempo de enchimento A doença ulcerosa péptica complicada com sangra-
capilar, mucosas descoradas e pulsos finos. Ao mento é a causa mais frequente e mais importante
laboratório, haverá queda de hemoglobina. de sangramento digestivo alto. Um caso de HDA
tem origem péptica até que se prove o contrário.
4
Hemorragia digestiva alta
5
Hemorragia digestiva alta Cirurgia geral
Diante de uma HDA varicosa, nós vamos suspeitar de O paciente deve receber reanimação volêmica e, de
que o sangramento seja de varizes esofágicas, pois acordo com a repercussão clínica, pode necessitar
esse é o mais frequente (90%). Isso é importante e de medidas mais invasivas e avançadas, como
orienta a conduta (veremos mais à frente) terapêu- drogas vasoativas e hemocomponentes. Só após
tica no sangramento não estabilizável e no tipo de compensado e estabilizado, esse paciente é levado
medida endoscópica. Havendo varizes esofágicas e para uma endoscopia diagnóstica, que topografará
de fundo gástrico concomitantemente, ainda assim a origem do sangramento, podendo ser terapêutica
atribuiremos o sangramento ao esôfago. também.
Vale destacar, porém, que em tromboses de veia Outras medidas de suporte avançado de vida, como
esplênica (trauma, pancreatite crônica, tumores) intubação orotraqueal e ventilação mecânica, podem
pode haver varizes de fundo gástrico não acompa- ser necessárias, de acordo com a gravidade da
nhadas de varizes esofágicas – hipertensão porta apresentação clínica.
seletiva. No geral, é objetivado alcançar normocardia (FC
<100 bpm), normotensão (PAS >90 mmHg e PAD
>60 mmHg) e diurese >0,5 ml/kg/h.
4. A BORDAGEM INICIAL DE
UM PACIENTE COM HDA
DIA A DIA MÉDICO
Ao lidar com um paciente com HDA, além de histó-
ria detalhada e exame físico completo, em busca Conduta prática num paciente que foi admitido com HDA:
de pistas da origem do sangramento, o primeiro W Sala vermelha e monitorização.
passo não é a endoscopia, mas sim a estabilização
e compensação do paciente. W O 2 suplementar até ter o caso estabilizado, “na mão”:
máscara não reinalante e com reservatório, O 2 100%
(12 L/min).
FLASHCARD
W Dois acessos venosos calibrosos (Jelco 14, fossas
Após o diagnóstico clínico de HDA, qual a condu- antecubitais).
ta INICIAL?
Compensação clínica. W 1 L de SF 0,9% aberto de cada lado.
W 80mg de omeprazol, venoso.
Para isso, o paciente deve ser monitorizado e levado W Se houver estigma de hepatopatia: considerar terli-
a um ambiente intensivo/sala vermelha. Deve-se pressina venosa + norfloxacino.
observar cuidadosamente sua perfusão periférica, W Preparar noradrenalina e deixar a postos.
frequência cardíaca, pressão arterial, diurese e
W Colher laboratório: hemograma, ureia, creatinina, sódio,
colher um laboratório inicial avaliando hemoglobina, potássio, cálcio iônico, coagulograma. Se disponí-
plaquetas e INR. vel, rodar um Hb/Ht na sala vermelha para resultado
expresso da hemoglobina.
Um ataque de inibidor de bomba de prótons em dose
dobrada (ex.: omeprazol 80mg EV) está recomen- W Colher amostra de sangue para tipagem e contraprova:
dado, uma vez que um sangramento péptico é o mais deixando pelo menos 2 concentrados disponíveis.
provável, sendo responsável por estabilizar o coágulo W Pedir ao banco de sangue 2 bolsas não tipadas (O-) e
sangrante. Na vigência de estigmas de hepatopatia também deixar “a postos”.
e sinais de hipertensão portal, aliados à suspeita W Lembrar de transfundir, além de reanimação volêmica,
de varizes esofágicas, pode-se utilizar análogos se choque hemorrágico classe III/IV (lembra-se do
da somatostatina, como a terlipressina (droga de trauma? São aqueles com hipotensão já à apresen-
escolha, pois diminui mortalidade) e octreotide, que tação inicial).
6
Hemorragia digestiva alta
W Sondagem vesical de demora e monitorização do A endoscopia digestiva alta, na HDA péptica, além
débito urinário. de permitir o diagnóstico e o tratamento (veremos
W Ligar para a endoscopia e deixá-los preparados: levar a seguir), é a oportunidade para a pesquisa do H.
o paciente tão logo ele esteja estável. pylori, que deverá ser erradicado.
DICA
Saber manejar uma HDA é básico. FLASHCARD
Vale para a vida. Vale para a prova. Qual o objetivo da Classificação Endoscópica de
Forrest?
Estratificar o risco de ressangramento.
4.1. ENDOSCOPIA
Risco de
Sangramento? Classificação Feito o ataque de inibidor de bomba de prótons
ressangramento
1A. Arterial
em dose dobrada à abordagem inicial, a terapia é
Ativo mantida em dose plena por 4 semanas. Deve-se
1B. Babação Alto
também suspender o uso de AINEs naqueles que
2A. Vaso visível faziam uso prévio.
2B. Coágulo
Intermediário
Recente aderido
FLASHCARD
2C. Hematina,
base pigmentada
Qual o tratamento endoscópico e medicamentoso da
Baixo doença ulcerosa péptica sangrante?
Ausente
3. Base clara, Dupla terapia endoscópica (adrenalina e outro método)
cicatriz + omeprazol (dose dobrada) + erradicação do H. pylori.
Fonte: Adaptada de Forrest et al.1
7
Hemorragia digestiva alta Cirurgia geral
8
Hemorragia digestiva alta
Deixe o Sengstaken não mais que 24 horas ou o esôfago 6.5. PREVENÇÃO DE (RES)SANGRAMENTO
pode romper. Você ganha esse período para estabilizar
e levar para EDA ou para TIPS.
Como fica a prevenção de sangramento/ressangra-
mento num paciente com varizes esofágicas por
FLASHCARD hipertensão porta? É bem simples.
Qual o tratamento endoscópico e medicamentoso da
HDA por varizes esofágicas?
FLASHCARD
Ligadura elástica e terlipressina.
Quando devemos usar o Balão de Sengstaken Bla-
kemore?
É uma medida quase heroica, com insuflação de Na HDA varicosa, que não atinge estabilidade clínica
para endoscopia ou se persistência de sangramento
um balão na cárdia, outro no esôfago, seguido
importante após tratamento endoscópico.
de tração. Não deve permanecer por mais de 24
horas, por risco de ruptura esofágica, logo, é esse
o tempo que se tem para tentar tornar o paciente A profilaxia primária (ou seja, naquele paciente com
apto à endoscopia terapêutica. Geralmente, conse- varizes, mas sem sangramento prévio) se dá por
gue cessar o sangramento em até 90% dos casos, ligadura elástica seriada de varizes ou, na impossibi-
porém, ao ser desinsuflado após 24 horas, ocorre lidade, com o uso de betabloqueador (propranolol).
ressangramento. Os pacientes que se enquadram nesse grupo são:
pacientes com varizes de grosso ou médio calibre;
pacientes com varizes de baixo calibre que possuem
6.4. INTERVENÇÕES
fatores de risco para sangramento (Child B, Child C
ou presença de red spots na EDA).
FLASHCARD
A profilaxia secundária, por sua vez (aquela no
Qual o tratamento endoscópico das varizes de fun- paciente com varizes que já sangrou e foi estabili-
do gástrico?
zado), se dá por ligadura elástica seriada e uso de
Escleroterapia por cianoacrilato.
betabloqueador.
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Hemorragia digestiva alta Cirurgia geral
FLASHCARD
O duodeno começa na primeira porção, bulbo, junto ao
estômago. Daí ele continua inferior e, posteriormente, Qual a etiologia provável da HDA em um paciente ope-
como segunda porção duodenal, fazendo a curva em dire- rado por aneurisma de aorta?
ção ao lado esquerdo (em formato da letra C), assumindo Fístula aortoentérica.
uma posição retroperitoneal. Na sequência, ele prossegue,
ainda retroperitoneal, de forma horizontal, mais ainda ao
lado esquerdo, na terceira porção duodenal. Por fim, ele São mais frequentes naqueles pacientes com hérnia
ascende como quarta porção duodenal, emergindo no hiatal sintomática (queixas de doença do refluxo
Ângulo de Treitz. Acontece que, ao cruzar a linha média, gastroesofágico, associadas ou não à dor torácica).
na terceira para quarta porção duodenal, adivinha quem
o duodeno cruza? Pois é! A aorta abdominal. Até aí, tudo São diagnosticadas à endoscopia e, quando
bem, é um cruzamento sem grande importância. A não necessário, tratadas de mono ou dupla terapia.
ser que: alguma doença ou alguém incomode essa aorta.
10
Hemorragia digestiva alta
A supressão ácida está indicada. Têm evolução O diagnóstico pode ser feito pela endoscopia, ao
favorável habitualmente. visualizar débito hemático pela papila duodenal ou
em exame de imagem contrastado.
7.5. HEMOBILIA O tratamento é conservador e expectante, inicial-
mente. Na persistência do sangramento, lança-se
mão de embolização arterial hepática por radioin-
DICA
Eu sei que você está cansando... tervenção, para conter o foco de sangramento.
mas tenha força! Hemobilia CAI NA PROVA!
FLASHCARD
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Hemorragia digestiva alta Cirurgia geral
Mapa mental
HDA
Varicosas:
Sangramento Não Repercussão
hipertensão Exteriorização:
acima do Treitz varicosas hemorrágica
porta
Esôfago/
Varizes Doença
estômago/ Outras Hematêmese Taquicardia
Duodeno esofágicas ulcerosa péptica
Varizes de
Mallory Weiss Melena Hipotensão
fundo gástrico
*Enterorragia
Dieulafoy (casos Pulsos finos
maciços)
Fístula
Palidez
aortoentérica
Hemobilia
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Hemorragia digestiva alta
Varicosa:
Varicosa:
Reanimação Péptica = terlipressina Fistula
estigmas da Varicosa Hemobiliar
volêmica Forrest + aortoentérica:
hepatopatia
norfloxacino
2A = vaso
Fístula visível =
aortoentérica: dupla terapia
aneurisma/
endoscópica
cirurgia de
aneurisma
2B = coágulo
visível = limpar
Hemobilia: ou adrenalina
icterícia +
instrumentação
ou trauma
hepático 2C =
hematina =
nada a fazer
3 = fibrina =
nada a fazer
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Hemorragia digestiva alta Cirurgia geral
QUESTÕES COMENTADAS
(SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE – SP – 2020) Mulher, 65 ⮧ Ligadura elástica das varizes e octreotide.
anos, hipertensa e diabética, relata que vinha as- ⮨ Cirurgia de emergência (desconexão azigos-
sintomática quando, há 3 dias, teve episódio de -portal).
náusea seguido de vômito com sangue. Desde en- ⮩ Obliteração com cianoacrilato.
tão, vem apresentando evacuações escurecidas
e amolecidas, cerca de 2 vezes ao dia. Foi a um Questão 3
pronto-atendimento por sensação de fraqueza e (FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DA UNICAMP – 2017) Ho-
lipotimia associados ao quadro. Negava dor abdo- mem, 70a, chega ao pronto-atendimento com histó-
minal ou perda de peso. Hemograma realizado na ria de vômitos com sangue há 6 horas. Antecedente
urgência mostrou anemia (Hemoglobina de 8 g/dL), pessoal: hipertensão, em uso de captopril; artralgia,
sem outras alterações. Assinale a alternativa que em uso de diclofenaco. Refere hábito etílico de 2
indica corretamente o diagnóstico mais provável. cervejas no fim de semana. Exame físico: conscien-
⮦ Linfoma MALT. te; descorado ++/4+; FC = 100 bpm; PA = 90 x 50
mmHg. Abdome: flácido, indolor; toque retal: sem
⮧ Úlcera duodenal.
sangue. Hemoglobina = 6,5 g/dL e RNI = 1,1. A etio-
⮨ Úlcera gástrica. logia do sangramento e a primeira conduta são:
⮩ Varizes esofágicas.
⮦ Varizes esofágicas; passar balão de Sengsta-
⮪ Adenocarcinoma gástrico.
ken-Blakemore.
Questão 2 ⮧ Úlcera duodenal; realizar endoscopia digestiva
alta.
(UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – 2017) Homem de 50 anos
⮨ Varizes esofágicas; realizar endoscopia diges-
de idade procura atendimento médico com queixa
tiva alta.
de melena há três horas. Refere que teve episódio
semelhante há um ano, quando foi diagnosticado ⮩ Úlcera duodenal; reposição volêmica e transfu-
sangramento de varizes de esôfago e cirrose hepá- são de sangue.
tica por vírus B. Desde então usa propranolol e faz
sessões de escleroterapia. Recentemente utilizou Questão 4
anti-inflamatórios devido à lombalgia. Na sala de
emergência, apresenta-se orientado, frequência (HOSPITAL UNIVERSITÁRIO JÚLIO MÜLLER – 2018) A hemorragia
cardíaca de 90 batimentos por minuto, pressão digestiva (alta e baixa) é importante causa de mor-
arterial de 80 x 50 mmHg e tempo de enchimento bidade e de atendimentos hospitalares de urgência.
capilar maior que 3 segundos. Submetido à endos- A caracterização em hemorragia alta ou baixa se
copia com achado de varizes de fundo gástrico com dá por sua localização anatômica e de acordo com
sangramento ativo. Qual a melhor conduta indicada algumas etiologias. Assinale a alternativa que ca-
nesse caso? racteriza corretamente as hemorragias digestivas.
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Hemorragia digestiva alta
⮦ Hemorragia digestiva baixa se localiza abaixo da alerta, orientado, mas algo agitado, ictérico+, hipo-
válvula ileocecal, podendo ser causada por angio- corado++. Ao exame abdominal: fígado e baço não
displasia, doença diverticular, GIST de intestino palpáveis; traube ocupado. O restante do exame
delgado, colite isquêmica, neoplasia de cólon. físico, em uma rápida avaliação, sem particulari-
⮧ Hemorragia digestiva alta se localiza acima do dades. Paciente nega doenças atuais e refere no
ângulo de Treitz, podendo ser causada por varizes histórico pessoal acidente automobilístico há 22
esofágicas, esofagite, neoplasia gástrica, gastro- anos, quando recebeu transfusão de sangue. Você
patia da hipertensão portal, lesão de Dieulafoy. inicia a ressuscitação volêmica e solicita exames
de sangue. Após 30 minutos, o laboratório liga, pas-
⮨ Hemorragia digestiva baixa se localiza acima da
sando os seguintes resultados: Hb = 9,2 g/dl; Ht =
válvula ileocecal, podendo ser causada por angio-
27%; leucócitos = 4.500/mm3 (diferencial normal);
displasia, doença diverticular, GIST de intestino
plaquetas = 68.000/mm3 ; TAP = 40% de atividade de
delgado, colite isquêmica, neoplasia de cólon.
protrombina; albumina = 3,1 g/dl. Após uma hora na
⮩ Hemorragia digestiva baixa se localiza distal- emergência, apresenta um episódio de melena em
mente ao ângulo de Treitz, podendo ser causada grande quantidade e nova queda pressórica. Dian-
por angiodisplasia, doença diverticular do cólon, te desse quadro clínico, assinale a opção correta.
lesão de Dieulafoy, síndrome de Mallory-Weiss.
⮦ Endoscopia digestiva alta deve ser realizada
nas primeiras 12 horas do início da hemorragia
Questão 5
digestiva alta (HDA) com ligadura elástica pre-
(SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE RIBEIRÃO PRETO - SP - 2021) ferencialmente ou escleroterapia de varizes eso-
De acordo com as recomendações da Sociedade fágicas na dependência da dificuldade técnica
Brasileira de Hepatologia, qual a medicação que e da experiência do endoscopista.
é considera- da como sendo de primeira escolha ⮧ O paciente apresenta quadro de hemorragia di-
para diminuir o fluxo portal em pacientes hepato- gestiva alta (HDA), provavelmente varicosa, pe-
patas com hemorragia digestiva alta por varizes los dados iniciais da história, do exame físico e
de esôfago? do laboratório. Ressuscitação volêmica, inibidor
de bomba protônica e vasodilatadores esplânc-
⮦ Serotonina. nicos devem ser prontamente iniciados enquanto
⮧ Somatostatina. o serviço de endoscopia digestiva é acionado.
⮨ Terlipressina. ⮨ A necessidade de reposição de hemoderivados
⮩ Nitroglicerina. deve ser avaliada conforme a intensidade e a
⮪ Propranolol. velocidade de sangramento e a evolução do pa-
ciente, mantendo o Hb-alvo em torno de 10g/dl
e o TAP mínimo de 50%.
Questão 6 ⮩ Antibioticoprofilaxia não é indicada nesse pacien-
(UNIVERSIDADE DE RIBEIRÃO PRETO - SP - 2021) Paciente mas- te devido à ausência de ascite no exame físico.
culino, 51 anos de idade, apresentou mal-estar com ⮪ No caso de sangramento persistente após tera-
náuseas, seguido de hematêmese e pré-síncope pêutica inicial clínica e endoscópica, a coloca-
no centro da cidade de Florianópolis. Acionado por ção da sonda Sengstaken-Blakemore (SSB) é a
populares, o SAMU o removeu para a emergência melhor alternativa de tratamento, não havendo
do Hospital Universitário. No transporte, apresen- benefício de um second look endoscópico.
tou mais um episódio de hematêmese. Chegan-
do à emergência, você é chamado para avaliar o
paciente e constata PA = 90/40 mmHg, FC = 110
bmp, FR = 24 mrm, T = 35,8 ºC, Sat = 95%, palidez
cutaneomucosa, diaforese. Paciente encontra-se
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Hemorragia digestiva alta
GABARITO E COMENTÁRIOS
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Questão 10 dificuldade:
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