Fisiologia Do Desporto 2
Fisiologia Do Desporto 2
Fisiologia Do Desporto 2
Tema do Trabalho:
Curso:
Fisiologia do Desporto
Ano de Frequência:
4º Ano
Tema do Trabalho:
Contextualização 1.0
(Indicação clara do
problema)
Descrição dos 1.0
Introdução objectivos
Metodologia 2.0
adequada ao objecto
do trabalho
Articulação e 2.0
domínio do discurso
Conteúdo académico (expressão
escrita cuidada,
coerência /coesão
Análise e textual)
discusão Revisão bibliográfica 2.0
nacional e
internacionais
relevantes na área de
estudo.
Exploração dos dados 2.0
Conclusão Contributos teóricos 2.0
práticos
Aspectos Formatação Paginação, tipo e 1.0
gerais tamanho de letra,
paragrafo,
espaçamento entre
linhas
Referências Normas APA 6ª Rigor e coerência das 4.0
Bibliográficas edição em citações/referências
citações e bibliográficas
bibliografia
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
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Índice
1. Introdução........................................................................................................................1
2. Referencial Teórico.........................................................................................................2
3. Conclusão......................................................................................................................12
4. Referências Bibliográficas.............................................................................................13
1.
2. Introdução
Durante muito tempo o treinamento resistido, também conhecido como musculação, foi
desaconselhado e contra-indicado para indivíduos portadores de diversas cardiopatias, pelo
fato de, durante a execução dessa modalidade de exercícios, a frequência cardíaca e a
pressão arterial poderia sofrer uma elevação exacerbada o que representaria um risco
potencial para o rompimento de aneurismas cerebrais preexistentes.
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3. Referencial Teórico
3.1. Efeitos Adaptativas no Esforço. (Princípios de Adaptação sob aguda e
crónica)
A adaptação é um fenômeno biológico fundamental que tem grande relevância prática nas
atividades físicas e no esporte. Nesse sentido, o treinamento físico regular provoca uma
série de estímulos que produzem modificações e adaptações estruturais e funcionais.
Por outro lado, essas cifras exorbitantes não foram encontradas durante a execução de
exercícios resistidos com intensidades submáximas. Os níveis elevados de pressão arterial
encontrados em estudos com fisiculturistas nos quais os exercícios foram realizados até o
ponto de falência, ou seja, com ações musculares voluntárias máximas, não podem ser
equiparados aos resultados encontrados em outras populações que realizaram exercícios
submáximos.
A esse respeito, em estudo realizado por Meyer et al. em pacientes com insuficiência
cardíaca, que realizaram exercícios no leg press, com carga relativa a 60% e 80% de uma
repetição máxima, as respostas pressóricas foram de 144 mmHg (sistólica) e 71 mmHg
(diastólica), durante 60% de uma repetição máxima, e 145 mmHg (sistólica) e 69 mmHg
(diastólica), durante 80% de uma repetição máxima. De forma semelhante, porém com
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carga relativa a 70% de uma repetição máxima, Mckelvie el al. obtiveram os resultados de
189/98 mmHg para as pressões arteriais sistólica e diastólica, respectivamente.
Consequentemente, as maiores pressões arteriais são alcançadas com séries longas, levadas
até exaustão, o que permite que ocorram todos os fatores que contribuem para um aumento
da pressão arterial e da frequência cardíaca, ao passo que as séries realizadas em
intensidades submáximas são insuficientes em duração e intensidade para aumentar
exacerbadamente a pressão arterial e a frequência cardíaca.
Nessa mesma linha de raciocínio, Fleck e Dean, procurando ilustrar a influência do grau de
treinamento nas respostas cardiovasculares imediatas de um grupo de fisiculturistas,
comparando-o com um grupo de iniciantes e um grupo de sedentários, descobriram que a
experiência de treinamento pode diminuir as respostas pressóricas e a frequência cardíaca
durante o treinamento. Portanto, as respostas máximas da frequência cardíaca e pressões
arteriais sistólica e diastólica foram menores nos fisiculturistas que nos outros grupos para a
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mesma carga relativa. Pode-se especular então, que o treinamento prévio tem um caráter
preventivo, reduzindo os valores opressórios extremos observados nos exercícios com
cargas máximas .
Nesse sentido, pode-se dizer que os exercícios resistidos realizados com intensidade
máxima apresentam uma freqüência cardíaca e uma pressão arterial mais elevada do que os
exercícios resistidos com intensidades submáximas, por possuírem um componente estático
maior.
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Diferentemente do que ocorre com a pressão arterial, durante toda a série de exercícios
resistidos realizados em contração voluntária máxima a freqüência cardíaca permanece
elevada tanto nas contrações concêntricas como nas contrações excêntricas (Figura 1) (26).
As reduções na pressão arterial para valores abaixo dos níveis de controle (pré-exercício)
após o término do exercício físico são denominadas efeito hipotensivo pós-exercício. Por
sua vez, as respostas pressóricas pós-exercício resistido apresentam resultados conflitantes,
bem como os seus mecanismos de regulação permanecem ainda pouco estudados. Nesse
contexto, os estudos que investigam as adaptações agudas pós-exercícios resistidos sobre a
pressão arterial têm constatado aumento (16, 8, 32, 38), manutenção (42, 32, 16) e até
redução da pressão arterial (37, 40, 41 43, 11, 5) após a realização de uma única sessão de
exercícios resistidos.
Percebe-se, então, que a magnitude da elevação da pressão arterial sistólica pode estar
relacionada com a intensidade do exercício. Os maiores períodos em que a pressão arterial
sistólica permaneceu elevada foram relatados com intensidades correspondentes a 80% de
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10RM (15 minutos de elevação da pressão arterial sistólica) e 80% de 1RM (20 minutos de
elevação da pressão arterial sistólica).
Quanto à pressão arterial diastólica, alguns estudos não puderam demonstrar qualquer
efeito hipotensivo após o término de uma sessão de exercícios resistidos. Contudo, Polito et
al. observaram redução na pressão arterial diastólica durante 10 minutos após uma sessão
de exercícios resistidos realizados numa intensidade relativamente baixa, de doze
repetições, com carga correspondente a 50% daquela associada a 6RM.
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Outros autores, como Focht e Koltyn (16) e Rezk, também constataram que a pressão
arterial diastólica diminuiu significativamente em relação ao repouso, entretanto com uma
carga relativamente baixa, entre 40% e 50% de 1RM. Nesse particular, é importante
salientar que o efeito hipotensivo na pressão arterial diastólica pode estar relacionado com a
intensidade do exercício.
Por outro lado, Brown et al. verificaram um efeito hipotensivo na pressão arterial diastólica
para intensidades entre 40% e 70% de 1RM. Esses achados diferem dos estudos de Polito et
al. Focht e Koltyn Rezk, que somente encontraram hipotensão pós-exercício na pressão
arterial diastólica com cargas relativamente baixas.
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Nesse sentido, Fleck assinala que o treinamento resistido pode causar aumento da espessura
da parede ventricular esquerda, porém isso não é uma consequência necessária de todos os
programas de treinamento resistido. Os fatores relacionados à espessura ventricular
esquerda aumentada incluem o nível de treinamento, o fato de as séries serem máximas ou
submáximas e o tamanho da massa muscular envolvida no treinamento.
Com relação ao aumento do volume ventricular esquerdo, que pode ser denominado de
hipertrofia ventricular esquerda excêntrica”, normalmente é considerado um indicativo de
sobrecarga de volume que ocorre tipicamente em atletas de endurance (maratonistas,
ciclistas). Nesse contexto, a maior parte dos estudos que investigaram os exercícios
resistidos indica que o treinamento resistido tem pouco ou nenhum impacto nas dimensões
das câmaras cardíacas.
Nesse sentido, os estudos longitudinais que analisaram os efeitos dos exercícios resistidos
sobre a pressão arterial são escassos e apresentam resultados conflitantes. Esses estudos
têm demonstrado que o treinamento resistido pode levar a um aumento, a um decréscimo
ou a uma manutenção da pressão arterial. De acordo com Fleck e Kramer, a concepção
errônea comum de que o treinamento resistido resulta em hipertensão, quando ocorre,
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provavelmente, está relacionada à hipertensão essencial, excesso de treinamento crônico,
uso de esteróides, grandes aumentos em massa muscular ou aumento no peso total do
corpo.
Convém destacar que, em outros estudos envolvendo treinamento resistido, foi observada
redução na pressão arterial sistólica e diastólica em adultos, e idosos. Confirmando esses
resultados, Kelley e Kelley, utilizando-se de uma metanálise de ensaios clínicos
randomizados envolvendo indivíduos normotensos e hipertensos, observaram que o
treinamento resistido reduziu, em média, 3% a pressão arterial sistólica e 4% a pressão
arterial diastólica em ambos os grupos. Concluíram, assim, que os exercícios resistidos são
eficazes para reduzir a pressão arterial sistólica e diastólica.
Entretanto, o simples fato de o exercício resistido não provocar elevações crônicas nos
valores pressóricos já é, por si, um dado importante, visto que as qualidades físicas força e
resistência muscular localizada, desenvolvidas com essa atividade são essenciais no
desenvolvimento das atividades da vida diária, o que justifica a aplicação desse tipo de
exercício para efeito de melhora na aptidão física.
Embora existam evidências de que o treinamento resistido provoque uma diminuição nos
valores pressóricos, essa problemática ainda precisa ser mais bem estudada, haja vista que o
efeito hipotensivo não se apresenta de forma consensual na literatura através do exercício
resistido.
Em relação à bradicardia de repouso, convém destacar que freqüências cardíacas baixas são
normalmente aceitas como um possível efeito do treinamento e são geralmente
fundamentadas pelo treinamento aeróbio. Assim, aumentos na massa muscular e na massa
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corpórea total associada aos exercícios resistidos resultam numa larga demanda no débito
cardíaco na ordem de suprir um aumento no metabolismo de repouso. Esses aumentos na
massa muscular e na massa corpórea total podem ser paralelos e proporcionais ao volume
sistólico de repouso. Nesse sentido os aumentos no volume sistólico possibilitam que o
coração satisfaça à demanda por sangue sem aumentar a freqüência cardíaca.
Conforme Fleck, em geral, a literatura tem apontado para o fato de que os fisiculturistas e
os levantadores de peso têm uma freqüência cardíaca entre 60 e 74 batimentos por minuto,
que não è significativamente diferente daquela dos sujeitos sedentários. Porém, outros
estudos com períodos curtos em torno de 6 a 20 semanas têm reportado diminuições
significativas, de 4.7% até 12.7%, na freqüência cardíaca de repouso.
De acordo com Brown e Brechue, dois cenários podem ocorrer com essa observação, visto
que o treinamento resistido em indivíduos destreinados pode induzir a uma adaptação
precoce similar à que ocorre no treinamento aeróbio, ou seja, aumento no volume sistólico;
sem um concomitante aumento no metabolismo de repouso e na demanda por sangue, a
frequência cardíaca é diminuída.
Com relação ao volume sistólico, estudos longitudinais têm relatado que atletas altamente
treinados com peso têm um volume sistólico maior se comparados a um grupo controle ou
a indivíduos que treinam recreacionalmente. Assim, parece razoável sugerir que o grau de
treinamento pode influenciar no volume sistólico absoluto. Contudo, aumentos absolutos no
volume sistólico em atletas treinados em resistência em comparação ao grupo de controle
podem ser explicados, em parte, pelo aumento da massa corpórea total.
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4. Conclusão
Revisadas inúmeras pesquisas a respeito dos exercícios resistidos e suas relações com as
adaptações cardiovasculares, percebe-se que há uma tendência entre os estudiosos de
afirmar que, se realizados de forma apropriada, os exercícios resistidos podem ser muito
seguros para a saúde cardiovascular da população em geral.
Diante do exposto, espera-se ter reunido informações que venham contribuir para ampliar
os atuais níveis de conhecimento quanto aos exercícios resistidos e que os resultados
possam servir como referencial para futuras intervenções investigativas em diferentes
populações, com metodologias que possam esclarecer melhor todas as questões ainda
obscuras sobre o assunto.
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5. Referências Bibliográficas
ARAÚJO CGS. Fisiologia do exercício físico e hipertensão arterial: uma breve introdução.
Hipertensão. 2001; 4: 78-83.
BRUM PC, FORJAZ CLM, TINUCCI T, NEGRÃO CE. Adaptações agudas e crônicas do
exercício físico no sistema cardiovascular. Rev Paulista Edu Fís. 2004; 18: 21-31.
FISHER MM. The effect of resistance exercise on recovery blood pressure in normotensive
and borderline hypertensive women. J Strength Cond Res. 2001; 15: 210-216.
FLECK SJ. Cardiovascular adaptations to resistance training. Med Sci Sport Exerc.1988;
20: s146-s151.
FLECK SJ, DEAN LS. Resistance training experience and the pressor response during
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FLECK SJ, KRAEMER WJ. Fundamentos do treinamento de força muscular. 2. ed. Porto
Alegre: Ed Artes Médicas Sul Ltda, 1999.
FOCHT BC, KOLTYN KF. Influence of resistance exercise of different intensities on state
anxiety and blood pressure. Med Sci Sport Exerc. 1999; 31: 456- 463.
KELLEY GA, KELLEY KS. Progressive resistance exercise and resting blood pressure: a
meta-analysis of randomized controlled trials. Hypertens. 2000; 35: 838-843.
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