DIREITO CIVIL OBRIGACOES 8 A EDICAO

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WASHINGTON CARLOS DE ALMEIDA

DIREITO CIVIL
OBRIGAÇÕES
8.ª EDIÇÃO

Londrina/PR
2022
Dados Internacionais de Catalogação na
Publicação (CIP)

A447d Almeida, Washington Carlos de.


Direito Civil: obrigações / Washington
Carlos de Almeida. 8. ed. – Londrina,
PR: Thoth, 2022.

314 p.
Inclui índice.
Bibliografias: 297-300
© Direitos de Publicação Editora Thoth. ISBN 978-65-5959-253-1
Londrina/PR.
www.editorathoth.com.br 1. Direito Civil - Brasil. 2. Obrigações
[email protected] (Direito) - Brasil. 3. I. Título.

CDD 346.8102

Diagramação e Capa: Editora Thoth Índices para catálogo sistemático


Revisão: o autor 1. Direito Civil : Obrigações :
Editor chefe: Bruno Fuga 346.8102
Coordenador de Produção Editorial: Thiago
Caversan Antunes
Diretor de Operações de Conteúdo: Arthur
Bezerra de Souza Junior

Proibida a reprodução parcial ou total desta obra


sem autorização. A violação dos Direitos Autorais é
crime estabelecido na Lei n. 9.610/98.
Todos os direitos desta edição são reservados
pela Editora Thoth. A Editora Thoth não se
responsabiliza pelas opiniões emitidas nesta obra por
seus autores.
SOBRE O AUTOR

WASHINGTON CARLOS DE ALMEIDA


Tem pós-doutoramento em Direito pela Universidade de Salamanca - USAL
(2018). Doutor em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo(2008); Mestre em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo (2004); Especialista em Processo Civil pela Pontifícia Universidade
Católica de Porto Alegre - RS (2002); Especialista em Docência do Ensino
Superior da Universidade Federal do Rio Janeiro - RJ, (2001); Graduado
em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo - SP
(1999) e Graduado em Teologia pelo Seminário Presbiteriano Reverendo
José Manuel da Conceição, São Paulo - SP (2002). Atualmente é Professor
Adjunto da Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Advogado militante sócio do escritório Aloia Amaro e Almeida Advocacia
e Consultoria Jurídica.
Dedico esta obra à memória de meus pais,
Manoel Carlos de Almeida e Carolina Bitencourt
de Almeida, bem como aos meus amados filhos
Maria Cristina, Washington Júnior, Elcias Neto
e Carolina e aos meus queridos netos Otto e
Manuela.
SUMÁRIO

SOBRE O AUTOR .......................................................................................................7

CAPÍTULO 1
A POSIÇÃO DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES NO CÓDIGO CIVIL ...15
1.1 Noção geral do Direito das Obrigações.............................................................19
1.1.1 Conceito de obrigação .......................................................................................23
1.2 Características do direito das obrigações ...........................................................29
1.3 Obrigação: evolução histórica..............................................................................35
1.4 Fontes das obrigações ...........................................................................................42
1.5 Elementos que compõem a relação obrigacional .............................................52
1.6 Obrigação civil .......................................................................................................60
1.7 Obrigação moral ....................................................................................................61
1.8 Obrigação natural ..................................................................................................63
1.8.1 No Direito Romano ...........................................................................................63
1.8.2 No direito brasileiro ...........................................................................................65
1.9 Obrigação propter rem .............................................................................................68
1.10 Resumo estruturado: conceito de obrigação e sua evolução histórica ........71
1.11 Resumo estruturado: fontes das obrigações e seus elementos .....................72
1.12 Resumo estruturado: obrigação civil e moral ..................................................72
1.13 Resumo estruturado: obrigação natural e propter rem......................................73
Questões ........................................................................................................................74

CAPÍTULO 2
MODALIDADES DAS OBRIGAÇÕES. CLASSIFICAÇÃO ...........................79
2.1 Classificação das obrigações em geral ................................................................79
2.2 Obrigações de dar coisa certa ..............................................................................86
2.3 Obrigação de dar coisa incerta ............................................................................96
2.4 Obrigação de fazer ............................................................................................. 101
2.5 Obrigação de não fazer ...................................................................................... 107
2.6 Descumprimento das obrigações de fazer e de não fazer ............................ 111
2.7 Obrigações alternativas ...................................................................................... 113
2.8 Obrigações divisíveis e indivisíveis .................................................................. 119
2.9 Obrigações solidárias ......................................................................................... 122
2.9.1 Da solidariedade ativa ..................................................................................... 125
2.9.2 Da solidariedade passiva ................................................................................. 128
2.10 Resumo estruturado: obrigação de dar coisa certa ...................................... 134
2.11 Resumo estruturado: obrigação de dar coisa incerta .................................. 135
2.12 Resumo estruturado: obrigação de fazer ...................................................... 135
2.13 Resumo estruturado: obrigação de não fazer ............................................... 136
2.14 Resumo estruturado: obrigações alternativas ............................................... 136
Questões ..................................................................................................................... 137

CAPÍTULO 3
TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES............................................................... 151
3.1 Cessão de crédito ................................................................................................ 151
3.2 Assunção de dívida ............................................................................................. 156
3.3 Resumo estruturado: cessão de crédito ........................................................... 162
3.4 Resumo estruturado: assunção de dívida ........................................................ 163
Questões ..................................................................................................................... 163

CAPÍTULO 4
ADIMPLEMENTO E EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES............................ 175
4.1 Modos de extinção das obrigações .................................................................. 175
4.2 Extinção das obrigações pelo modo direito ................................................... 181
4.2.1 De quem deve pagar ....................................................................................... 181
4.2.2 Daqueles a quem se deve pagar ..................................................................... 186
4.2.3 Do objeto do pagamento e sua prova .......................................................... 190
4.2.3.1 Objeto do pagamento...................................................................................190
4.2.3.2 Prova do pagamento......................................................................................196
4.2.3.3 Do lugar do pagamento................................................................................197
4.2.3.4 Do tempo do pagamento..............................................................................199
4.3 Extinção das obrigações pelo modo indireto ................................................. 200
4.3.1 Pagamento em consignação ........................................................................... 200
4.3.2 Pagamento com sub-rogação......................................................................... 205
4.3.3 Imputação do pagamento .............................................................................. 206
4.3.4 Dação em pagamento ..................................................................................... 207
4.3.5 Novação ............................................................................................................ 210
4.3.6 Compensação ................................................................................................... 215
4.3.7 Confusão ........................................................................................................... 223
4.3.8 Remissão das dívidas ....................................................................................... 227
4.4 Resumo estruturado: pagamento em consignação ........................................ 229
4.5 Resumo estruturado: pagamento com sub-rogação ...................................... 229
4.6 Resumo estruturado: imputação do pagamento ............................................ 230
4.7 Resumo estruturado: dação em pagamento ................................................... 230
4.8 Resumo estruturado: novação .......................................................................... 231
4.9 Resumo estruturado: compensação ................................................................. 231
4.10 Resumo estruturado: confusão ....................................................................... 232
4.11 Resumo estruturado: remissão das dívidas ................................................... 232
Questões ..................................................................................................................... 235

CAPÍTULO 5
INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES ................................................... 243
5.1 Inadimplemento absoluto e relativo ................................................................ 246
5.2 Mora – inadimplemento relativo ...................................................................... 248
5.3 Perdas e danos ..................................................................................................... 261
5.4 Dos juros legais ................................................................................................... 270
5.5 Da cláusula penal ................................................................................................ 272
5.6 Das arras ou sinal................................................................................................ 279
Questões ..................................................................................................................... 283

BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................... 297


GABARITO .............................................................................................................. 301
ÍNDICE REMISSIVO ............................................................................................ 307
CAPÍTULO 1
A Posição do Direito das Obrigações
no Código Civil

As disposições legais, as regras jurídicas devem se harmonizar de


forma que não surjam incompatibilidades entre elas.
No Império Romano, o Imperador Justiniano reuniu todo o direito
num único livro intitulado Corpus Juris Civilis.
Na Europa, no século XIX, houve uma mudança que consistiu num
grande movimento em favor da codificação. Cada país procurou sintetizar
suas regras jurídicas relativas aos diversos ramos do direito em Códigos.
Entretanto, a necessidade dessa codificação advém da sistemática
de potencial interatividade com a qual o homem deparou-se no seu
desenvolvimento e com seu semelhante, de forma que seu relacionamento
não se resumiu apenas à esfera familiar, ampliando-se para diferentes
caminhos, como o profissional, religioso, dentre outros.
Por tal razão, a pulsante necessidade de criação de meios de convivência
socialmente aptos passou pela elevação ao plano do Direito, posto ser um
conjunto de direitos e obrigações reguladores da ordem privada nas mais
variadas e complexas relações humanas.
A amplitude desse vínculo jurídico gerado pela fluidez do direito
obrigacional aportou na legislação dos Estados como um sistema composto
de elementos que ora ampliam, ora diminuem em diferentes graus o plano
concreto da liberdade humana na realização de atos jurídicos.
Dentre os atos jurídicos originados de fatos do mundo cotidiano,
existem aqueles que circundam no âmbito patrimonial dos indivíduos,
ocasionando repercussões imediatas na ordem econômica. Com vistas a
proliferar sua tarefa precípua de regulamentação da vida social, evitando
abusos ou arbitrariedades nas relações entre os homens, o Estado destinou
parcela de sua atuação legislativa para organizar um emaranhado de leis
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OBRIGAÇÕES

capazes de estruturar harmonicamente relações jurídicas entre pessoas cujo


objeto esteja intimamente centrado em bens ou valores econômicos.
Em sendo assim, no Brasil, o Código Civil, após a longa tramitação
de mais de duas décadas, foi sancionado em 10 de janeiro de 2002 pelo
Presidente da República.
Durante a sua tramitação recebeu: 1063 emendas na Câmara
dos Deputados e 332 emendas no Senado Federal. De 1972
até 1984 tramitou na Câmara dos Deputados e de 1985 a
1997 no Senado, retornando a Câmara dos Deputados
novamente face as modificações sofridas, lá permanecendo
até agosto de 2001, quando foi aprovado e encaminhado
para sanção presidencial, sendo sancionado em 10/01/02,
transformando-se na Lei 10.406. (ARNOLDI, 2002).
Ao longo dessa tramitação, ocorreram muitas modificações na vida
política, econômica e social do Brasil e do mundo, conforme menciona
Paulo Roberto Colombo Arnoldi em matéria divulgada:
a) Alterações Políticas – passagem de regime autoritário
(militar) para democrático;
b) Instalação da Assembleia Nacional Constituinte, que
redundou na elaboração da Constituição Federal de 1988;
c) Revolução dos meios de comunicação e da tecnologia,
que desembocou no processo de globalização de economia
em curso;
d) Regionalização da Economia, com a formação de blocos
econômicos como a União Europeia, Nafta, Mercosul este
que nos interessa mais de perto, constituído em 1991 e
consolidado em 1995 com o Protocolo de Ouro Preto.
Miguel Reale (2002), sobre este novo Código, antes mesmo de entrar
em vigor, prelecionou magistralmente:
Quando entrar em vigor o Código Civil, a 10 de janeiro
de 2003, perceber-se-á logo a diferença entre o código
atual, elaborado para um País predominantemente rural, e
o que foi projetado para uma sociedade, na qual prevalece
o sentido da vida urbana. Haverá uma passagem do
individualismo e do formalismo do primeiro para o sentido
socializante do segundo, mais atento às mutações sociais,
numa composição equitativa de liberdade e igualdade.
O Código Civil sofreu mudanças importantes, principalmente porque
essas mudanças procuraram acompanhar a evolução das ideias atuais de
nossa sociedade. É fato que os princípios gerais existentes no Código de
1916 pouco mudaram.
Comparativamente a períodos pretéritos de nossa história, o
Código Civil comportou inegáveis e até então impensáveis avanços, haja
vista que até então todas as aspirações teóricas do direito obrigacional
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estavam estagnadas no adimplemento irrestrito do débito, alavancando,


por consequência, um estatuto normativo capaz de guarnecer os anseios
exclusivamente do credor.
Nessa linha de raciocínio, o núcleo arraigado do adimplemento cedeu
parcela de sua soberania teórica para o acolhimento de uma formulação
dualista capaz de compreender a relação obrigacional como um verdadeiro
“processo” composto de uma consecução de atos tendentes a articular
uma multiplicidade de pretensões e interesses dinâmicos. Percebe-se, dessa
maneira, que o almejado adimplemento não sofre restrição em seu conteúdo,
até porque este figura como um dos objetivos nucleares do adimplemento.
Apenas se desencadeia uma operosidade de situações que não venham a
resultar num desequilíbrio entre as partes figurantes da relação jurídica.
Sobre o assunto, Emilio Betti alude a uma tríplice dimensão do direito
obrigacional, ordenado inicialmente sob o enfoque de uma “conduta de
operação”, afinada com a atitude do devedor em não olvidar esforços em
realizar a prestação positiva ou negativa a que se comprometera. Ressalta-
se igualmente a “utilidade” da prestação, aqui plasmada como a relação
economicamente apreciável da relação obrigacional, contando também com
seus respectivos efeitos (deveres anexos inseridos em cláusulas contratuais).
Por fim, e não menos importante, faz-se menção ao “adimplemento”,
momento ápice do inter-relacionamento dos membros da comunidade e
consistente no predisposto cumprimento do que fora avençado pelas partes
pactuantes (BETTI, 1969, p. 37-43).
Tendo em vista a proliferação de figuras consideradas mais
abrangentes no ambiente econômico pátrio, mormente em setores outrora
em processo de evolução, como o direito do trabalho, direito contratual
e direito comercial, a declaração de vontade como essência do vínculo
jurídico formado entre credor e devedor para a realização de uma dada
prestação forma, conjuntamente com o adimplemento, partes de um todo
orgânico e mais apurado especificado sob a rubrica do direito obrigacional.
Nessa esteira, no Código Civil, na Parte Especial, pertencente ao
Direito das Obrigações, foram mantidos os conceitos básicos referentes a
esta teoria; no entanto, matérias que antes não estavam regulamentadas por
lei, mas que faziam parte da discussão no campo jurídico, fazem agora parte
desse novo Código.
O Código Civil abarca as atividades essenciais da pessoa humana
e da sociedade civil. O Direito das Obrigações, e toda a sua estrutura, é
disciplinado no primeiro livro da Parte Especial.
O primeiro Livro da Parte Especial se refere ao Direito das
Obrigações, sendo disciplinadas unificadamente as civis e as comerciais, fato
que, de resto, praticamente já ocorre atualmente, devido ao obsoletismo do
16 DIREITO CIVIL
OBRIGAÇÕES

Código Comercial de 1850. Esse Livro é enriquecido com novos modelos


de contratos-tipo, reconhecendo-se sempre a sua função social (REALE,
2002).
O legado trágico deixado para humanidade pela 2ª Guerra Mundial
despertou o legislativo para tomada de medidas urgentes acerca do respeito
aos Direitos Humanos, por conseguinte o Estado teve que adotar uma
postura mais voltada ao social.
Obviamente, que essa nova postura não surtiu efeitos instantâneos,
a assimilação desse novo modo de pensar foi moroso e gradual, seus
reflexos no campo do direito privado, podem ser identificados no nas
normas que regulam os contratos, os quais, atualmente, não se limitam
mais ao interesse individual, o contrato ganhou status de instrumento que
viabiliza pacificamente as relações sociais, ou seja, os contratos tornaram-se
importantes meios de realização de negócios, instituindo obrigações entres
as partes, mas sua função passou a ser vista em prol do social.
Os Direitos Sociais previstos no artigo 6º da Constituição Federal
de 1988, tais como, a moradia, educação, saúde, trabalho, lazer, segurança,
previdência social, proteção a maternidade e a infância, assistência social
entre outros, por sua própria natureza assumem características de interesse
preponderantemente coletivos, cujo objetivo é o conceber de uma vida
digna em sociedade.
Nesse sentido expressa Luiz Neto Lôbo que a evolução da teoria dos
contratos, se deu, principalmente pela necessidade da relação obrigacional,
acompanhar a Formação do Estado Social.
...o Estado Liberal assegurou os direitos do homem de
primeira geração, especialmente a liberdade, a vida e a
propriedade individual. O Estado Social foi impulsionado
pelos movimentos populares que postulam muito mais que
a liberdade e a igualdade formais, passando a assegurar os
direitos do homem de segunda geração, ou seja, os direitos
sociais (LÔBO, nº 722, p.42).
Ainda para Lôbo, o reconhecimento dos direitos Transindividuais
foi o que deu cabo ao Estado Liberal. De maneira que, a inserção dos
direitos difusos, coletivos ou individuais homogêneos, direitos passaram a
se sobrepor aos interesses particulares das partes da relação contratual.
Esse movimento contínuo e progressivo de mudanças interpretativas
do direito obrigacional comportou inclusive a contemplação de valores e
princípios alheios num plano preliminar à realização privada de interesses
meramente negociais das partes envolvidas. Relações de índole moral
ou de conduta pessoal meritoriamente reconhecidas mereceram detida
atenção do legislador, que entrelaçou a dignidade da pessoa humana, direito
fundamental rotulado pela Constituição Federal, com a estipulação de um
• WASHINGTON CARLOS DE ALMEIDA 17

conteúdo minimamente ético no plano obrigacional, capaz de conferir


confiabilidade desde o nascedouro do desenlace jurídico. Ocorrendo na
pratica uma constitucionalização do direito privado.
Logo, a grande novidade do Código em relação ao Direito das
Obrigações brasileiro foi a adoção do princípio da boa-fé objetiva. Esse
princípio deverá guiar todo o ordenamento privado, provocando alterações
profundas na lógica que presentemente reside no campo das obrigações.
A disciplina das obrigações sofreu algumas alterações, e a adoção
do princípio da boa-fé no Direito das Obrigações deverá dirigir todo o
ordenamento privado.
Tanto, a função social, quanto, o princípio da boa-fé foram
consignados como normas de ordem pública, conforme expresso no artigo
422 do Código Civil. Vale ressaltar que a boa-fé, a qual a lei se refere, trata-
se da boa-fé objetiva, e não, a boa-fé subjetiva, esta segunda é evocada
pela intencionalidade do indivíduo em gerar, ou não, a lesão ao direito de
outrem, deste modo, temos que a intenção de provocar o dano a outrem
é nada mais, nada menos que a má-fé. Todavia, a boa-fé subjetiva não é
descartada, ela apenas é analisada com foco no possível desconhecimento
acerca do ilícito do ato.
Em que pese, à nova lei simplesmente se referir ao termo como o
princípio da boa-fé, a doutrina passou a nomear nas relações contratuais,
como a boa-fé objetiva, tendo em vista, seu escopo ser o de impor aos
contratantes uma conduta de acordo com os ideais de retidão e lealdade,
dito de outra forma, não se considera o subjetivismo do agente, uma vez
que as partes contratuais devem agir conforme um padrão de conduta
social, sempre respeitando a confiança e o interesse do outro contratante.
Nessa espécie, não pode prevalecer à intenção de prejudicar, desta forma,
tal ato violador de um dever anexo ao contrato contraria a busca da vida em
harmonia dentro da comunidade.
Depreende-se, da inserção da boa-fé objetiva e da função social
nas relações contratuais que ambos os conceitos estão imbricados entre
si e coligados aos ideais do Estado Social, e que as partes contratantes se
obrigam a embasar seus atos em todos os momentos da relação contratual
nesses princípios.

1.1 NOÇÃO GERAL DO DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

O Direito das Obrigações é matéria que pertence ao Direito Civil, e é


aquela que disciplina as relações jurídicas patrimoniais, em que são tratadas
as relações obrigacionais que ligam um sujeito ao outro.
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