700 2820 1 PB

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 14

CONCEPÇÕES DE GESTANTES SOBRE A PERDA AUDITIVA

Conceptions of pregnant on hearing loss

Rafaela Simão
Juliana De Conto
Cristina Ide Fujinaga

Resumo
Objetivo: verificar a concepção das gestantes sobre a prevenção, causas e
conseqüências da perda auditiva, além dos métodos de avaliação auditiva infantil.
Método: o estudo foi realizado na Unidade da Saúde da Mulher e da Criança, no qual
participaram 30 gestantes, com idade variando entre 18 a 30 anos. O tipo de estudo
foi descritivo observacional. Foi aplicada uma entrevista com perguntas abertas e
fechadas, para a obtenção de dados referentes à concepção das gestantes sobre as
informações que possuem em relação à perda auditiva. Resultados: verificou-se que as
gestantes não possuem conhecimento técnico sobre prevenção, causas e conseqüências
da perda auditiva, nem dos métodos de avaliação auditiva infantil. Conclusão: Apesar
das gestantes não possuírem estes conhecimentos, sua experiência, capacidade de
observação e cuidados com bebê, proporciona algum outro tipo de conhecimento,
o do senso comum. Há necessidade da inserção do fonoaudiólogo na atenção
primária à saúde, com implemento de ações preventivas quanto à perda auditiva.
Palavras-chave: gestante; perda auditiva.

Abstract
Objective: check the pregnant conceptions about prevention, causes and
consequences of auditive loss and the infant hearing detection methods. Methods: the
study was realized at the Unit of Woman and Children Health, where thirty pregnant
participated, with age between 18 and 30 years old. The study was descriptive and
with observation. Was applied an interview with open and closed questions, to obtain
reports relating to the conceptions of the pregnants about the information that they have
related with hearing loss. Results: pregnants didn’t have technical knowledge about
the prevention, causes and consequences of the hearing loss, and auditive valuation
methods for children. Conclusion: Besides the pregnants don’t have this knowledge,

 Fonoaudióloga, graduada pela Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO, responsável técnica
da Prefeitura de Porto Amazonas.
 Fonoaudióloga, Doutoranda pela Universidade Federal de Santa Catarina, Docente do Departamento de
Fonoaudiologia da UNICENTRO.
 Fonoaudióloga, Doutora pela Universidade de São Paulo, Docente do Departamento de Fonoaudiologia da
UNICENTRO (Orientadora).
Recebido em 07/04/2008 - Aprovado em 31/07/2008
Revista Salus-Guarapuava-PR. Jan./Jun. 2008; 2(1): 23-35 ISSN 1980-2404
Concepções de gestantes sobre a perda auditiva

their experience, observation capacity and care with the infant, provide some other
kind of knowledge, the common sense. There is need for integration of speech
therapist in primary health care, to implement the preventive actions as hearing loss.
Key words: pregnant; hearing loss.

Introdução necessária à compreensão e produção


da fala(1).
A integridade do sistema auditivo Pode-se salientar que o primeiro ano
constitui um dos pré-requisitos para a de vida é considerado como o período
aquisição e o desenvolvimento adequa- crítico para o desenvolvimento auditivo
do da linguagem. Por meio da linguagem, e da linguagem. Para que a linguagem
o ser humano estabelece contato com oral se desenvolva adequadamente, é
o próximo, compartilha experiências, necessário que a criança possua a capa-
pensamentos, idéias e desejos. A lin- cidade de atenção, reconhecimento, iden-
guagem pode ser manifestada verbal- tificação, discriminação, localização e
mente através da fala ou pode ser memória das experiências sonoras que
expressa não verbalmente, utilizando-se a cerca. Qualquer dano ou alteração
gestos, expressões corporais e faciais(1). no sistema auditivo da criança poderá
A audição é iniciada antes do alterar a informação que a mesma recebe
nascimento, sendo a porta de entrada e, conseqüentemente, alterar sua ex-
das informações fornecidas pela mãe ao periência do mundo que a rodeia(4).
seu bebê2. O feto é capaz de diferenciar A perda auditiva na infância pode
diversos sons, como a voz de seus fami- dificultar ou atrasar a aquisição de
liares, altura, intensidade e até a origem linguagem, ou seja, as habilidades
do som. Na décima segunda semana de comunicativas normais. A criança que
gestação, a orelha interna está quase não consegue se fazer entender, nem
formada e por volta da vigésima segunda compreender o que ocorre no seu meio,
semana, o feto já possui a capacidade de poderá tornar-se frustrada e retraída,
reconhecer e manifestar quais os sons que além de desenvolver problemas com-
lhe agradam ou não(3). portamentais(4). Dessa forma, destaca-se
Conforme o crescimento do bebê, a importância da identificação precoce
essas respostas reflexas, que estavam da perda auditiva, possibilitando a crian-
presentes com dois ou três meses de idade, ça surda uma intervenção imediata e
começam a se modificar pelo processo de oferecendo condições básicas para o de-
maturação do sistema nervoso central. senvolvimento da fala, linguagem, social,
Assim, inicia-se um outro processo de psíquico e educacional(5).
aprendizagem e surgem novas respostas Inúmeros programas de identifica-
aos sons, sendo estas dependentes das ção e intervenção precoce têm sido de-
experiências auditivas da criança. Com senvolvidos, com o objetivo de diminuir
isso, a audição do recém-nascido, ao a idade média do diagnóstico auditivo
invés de apresentar-se apenas reflexa, na infância. Desde a década de 60, vêm
passa a ficar mais aguçada e complexa, sendo descritas propostas de triagem

24

Revista Salus-Guarapuava-PR. Jan./Jun. 2008; 2(1)


SIMÃO, R, CONTO, J DE, FUJINAGA, C I

auditiva em berçários. A preocupação Otoacústicas- EOA e/ou Potenciais


com a identificação precoce da perda Evocados de Tronco Encefálico-PEATE,
auditiva fez com que diversas pesquisas assim possibilitando o diagnóstico antes
fossem iniciadas sobre a triagem auditiva dos três meses de idade.
com recém-nascidos. Primeiramente, em Dessa forma, reconhece-se que os
1969, foi criado o Comitê denominado avanços tecnológicos com diferentes
Joint Committee on Infant Hering (JCIH) procedimentos têm auxiliado as práticas
e, a partir de então, começou a se publicar clínicas no diagnóstico e intervenção
diversas recomendações em relação precoce da perda auditiva. No entanto,
à identificação da perda auditiva. No deve-se considerar que nem todos os
mesmo ano, este Comitê recomendou a serviços de saúde dispõem de tais recursos
utilização do registro de alto risco para a e que a detecção da deficiência auditiva
perda auditiva e a realização da triagem no Brasil ocorre tardiamente. Além disso,
auditiva, preferencialmente utilizando-se a maioria dos profissionais do sistema de
Potenciais Evocados Auditivos de Tronco saúde possui um conhecimento restrito
Encefálico (PEATE), nos recém-nascidos sobre a perda auditiva e métodos de
de alto risco. No ano de 1991, o Comitê avaliação auditiva infantil, podendo
recomendou dez critérios de alto risco causar um atraso na identificação de
para perda auditiva, que são chamados de crianças com perda auditiva congênita9.
indicadores de alto risco para deficiência Deve-se, então, considerar que os
auditiva. Em 1994, o JCIH realizou pais, especialmente a mãe, exercem um
novas recomendações, sugerindo mais grande papel na detecção da deficiência
indicadores de risco para identificação auditiva já que são os primeiros a
da perda auditiva e dividindo-os do suspeitaram da surdez em seus filhos,
nascimento até 28 dias e de 29 dias até dois representando um importante fator para
anos, além de indicar a triagem auditiva a detecção e diagnóstico precoce da
universal e que a mesma seja realizada perda auditiva(10). Assim, o objetivo do
utilizando emissões otoacústicas(6-7). presente estudo foi verificar a concepção
No Brasil em 1999, foi criado o das gestantes sobre a prevenção, causas
Comitê Brasileiro sobre Perda Auditiva na e conseqüências da perda auditiva,
Infância que seguiu as recomendações das além dos métodos de avaliação auditiva
organizações, ou seja, e realizar triagem infantil.
auditiva universal e que todas as crianças
devem ser testadas ao nascimento ou no Método
máximo até três meses de idade e, caso haja
deficiência auditiva confirmada, receber Este estudo se caracteriza como
intervenção educacional até seis meses8. descritivo observacional(11), ou seja, a
Em 2002, o JCIH reconhece a investigação tem o propósito de informar
efetividade dos programas de identificação a distribuição da freqüência de um
precoce da perda auditiva e recomenda evento, sem a preocupação de testar
a triagem universal em berçários pelos hipóteses, além de o evento ocorrer sem
métodos eletrofisiológicos como Emissões a intervenção do pesquisador.

25

Revista Salus-Guarapuava-PR. Jan./Jun. 2008; 2(1)


Concepções de gestantes sobre a perda auditiva

Participaram da pesquisa 30 ges- com 58% (17) apresenta como profissão


tantes maiores de 18 anos, que fizeram do lar e 33% (10) trabalham na zona
acompanhamento pré-natal na Unidade de rural. Resultados semelhantes foram
Saúde da Mulher e Criança do Município encontrados por Wutzke (2006)(12), no
de Palmeira/PR. A amostra foi estabele- estudo em que entrevistou gestantes
cida pelo método não-probabilístico por em uma Unidade Básica de Saúde no
conveniência. município de Irati e que prevaleceu, com
A coleta de dados foi realizada no 44%, a ocupação “do lar”, seguida por
período de março a julho de 2007. Foi “agricultor”, com 28% dos participantes.
realizada uma entrevista com perguntas O fato da maioria das gestantes ter
fechadas e abertas, com gravação das como profissão as atividades do lar e,
falas da amostra estudada para a ob- provavelmente, ter um maior convívio
tenção de dados referentes à concepção e contato com seus filhos, ressalta a
destas sobre a perda auditiva, suas carac- importância do conhecimento das mães
terísticas e conseqüências, além dos sobre a deficiência auditiva já que o acom-
métodos de detecção precoce da perda panhamento do desenvolvimento de seus
auditiva infantil. A entrevista continha, filhos é essencial e deve ser valorizado
ainda, perguntas em relação a dados de pela equipe de saúde, pois são os pais os
identificação como idade, escolaridade, primeiros a suspeitar da perda auditiva(10).
profissão, número de filhos e número de Sobre a escolaridade da amostra,
pré-natais realizados. 57% (17) apresentam ensino fundamental
Os conteúdos das entrevistas foram incompleto e apenas 3% (1) curso técnico.
transcritas e os dados foram agrupados em O baixo nível de escolaridade pode
categorias de acordo com as repostas das limitar o acesso às informações devido
mães, utilizando-se estatística descritiva. a possíveis dificuldades nas habilidades
Para atender aos aspectos éticos, de leitura, escrita ou compreensão. Essa
o projeto foi submetido ao Comitê de condição pode diminuir às oportunidades
Ética em Pesquisa da UNICENTRO/ de aprendizagem relacionadas ao cuidado
Universidade Estadual do Centro- à saúde e, também, não valorizar as ações
Oeste, Campus de Irati/PR, e aprovado preventivas das doenças, demorando
sob o protocolado nº 155/2006. Foi a procurar de assistência médica e
solicitada ainda a assinatura do Termo de propiciando um agravo da doença (13).
Consentimento Livre e Esclarecido. Em relação ao nível socioeconô-
mico, com 37% (11) da amostra ganham
Resultados e discussão um salário mínimo e meio, no período
mensal, 30% (9) ganham um salário
Compôs a amostra da pesquisa um mínimo, e somente 3% (2) ganham de
total 30 gestantes, tendo idade variando três a quatro salários mínimos e meio. Na
de 18 a 30 anos, com 73% e, mais de 30 literatura, observa-se uma correlação entre
anos, com 27%. a miséria e a deficiência, ou seja, quanto
Em relação à profissão, pode-se maior a pobreza maior o crescimento do
verificar que a maior parte da amostra número de deficiências(14).

26

Revista Salus-Guarapuava-PR. Jan./Jun. 2008; 2(1)


SIMÃO, R, CONTO, J DE, FUJINAGA, C I

A incidência de surdez adquirida tem alteração com o bebê.


aumentando muito nesses últimos anos Quanto ao número de consultas pré-
no Brasil, devido à piora das condições natais, verifica-se que 36% da amostra,
básicas de saúde e a falta de prevenção das isto é, 11 das gestantes, realizaram de
principais patologias infecto-contagiosas. cinco a oito pré-natais e 7%, 2 gestantes,
Se existisse melhoria na assistência à realizaram mais de onze pré-natais. Dessa
saúde e prevenção, poderiam ser evitadas forma, todas as gestantes realizaram
mais de 50% das causas de surdez(14). acompanhamento pré-natal de forma
Ao que diz respeito ao número de adequada. O número de consultas pré-
filhos, a tabela mostra que 37% (11) natais é um fator bastante importante e
da amostra encontram-se na primeira pode estar associado à detecção precoce
gestação, 30% (9) na segunda gestação e prevenção de doenças.
e apenas 3% (1), na sétima gestação. Com relação aos conhecimentos
Pode-se inferir que a quantidade de referentes a prevenção da perda auditiva,
filhos que cada gestante apresenta pode foi perguntado as gestantes se as mesmas
influenciar na identificação de alguma já receberam alguma orientação em
alteração no desenvolvimento do bebê, relação as doenças que podem alterar
pois mães que possuem mais de um filho o desenvolvimento auditivo do bebê.
têm maior experiência de vida materna e Cerca de 93%, isto é, 28 gestantes
podem comparar o desenvolvimento de responderam não ter recebido nehuma
um filho com o outro, assim ajudando a informação. Apenas 1 gestante relatou ter
identificar o mais cedo possível alguma recebido estas informações pelos meios

Tabela 1 – Caracterização das 30 gestantes segundo profissão, escolaridade, nível sócio-econômico,


número de filhos e número de consultas pré-natais
Número de
Nível sócio- Número
Gestante Profissão Escolaridade consultas pré-
econômico de filhos
natais
1 sal. mínimo e
1 Zona Rural Ensino médio completo 1 8
meio
2 Do lar Ensino médio completo 4 sal. Mim. e meio 1 2
Ensino fundamental 2 sal. mínimos e
3 Do lar 3 7
incompleto meio
Ensino fundamental
4 Zona Rural 1 sal. mínimo 3 15
completo
Ensino médio
5 Do lar 2 sal. mínimos 3 1
incompleto
Ensino fundamental Um salário
6 Do lar 1 7
incompleto mínimo e meio
Ensino fundamental Menos de 1 sal.
7 Do lar 2 6
incompleto mínimo
Ensino fundamental 1 sal. mínimo e
8 Do lar 2 3
incompleto meio

27

Revista Salus-Guarapuava-PR. Jan./Jun. 2008; 2(1)


Concepções de gestantes sobre a perda auditiva

Ensino fundamental
9 Do lar 1 sal. mínimo 3 7
incompleto
Ensino fundamental
10 Do lar 1 sal. mínimo 1 2
incompleto
Ensino médio 2 sal. mínimos e
11 Cabeleireira 1 8
incompleto meio
Ensino médio
12 Do lar 2 sal. mínimos 1 1
incompleto
Ensino fundamental 1 sal. mínimo e
13 Do lar 2 9
incompleto meio
Ensino fundamental
14 Do lar 1 sal. mínimo 2 7
incompleto
Ensino fundamental
15 Zona Rural 1 sal. mínimo 2 9
incompleto
Ensino fundamental Menos de 1 sal.
16 Zona Rural 4 8
incompleto mínimo
Ensino fundamental 1 sal. mínimo e
17 Do lar 1 7
incompleto meio
Ensino fundamental
18 Do lar 1 sal. mínimo 2 6
incompleto
Ensino fundamental 1 sal. mínimo e
19 Do lar 4 4
incompleto meio
Ensino fundamental 1 sal. mínimo e
20 Zona Rural 3 7
incompleto meio
Ensino fundamental Menos de 1 sal.
21 Zona Rural 1 4
completo mínimo
Auxiliar
22 Curso técnico 3 sal. mínimos 1 10
administrativa
Ensino fundamental
23 Do lar 1 sal. mínimo 5 12
incompleto
24 Do lar Ensino médio completo 2 sal. mínimos 2 5
Ensino fundamental
25 Doméstica 1 sal. mínimo 3 5
incompleto
Ensino médio 1 sal. mínimo e
26 Do lar 3 5
incompleto meio
Ensino fundamental 1 sal. mínimo e
27 Zona Rural 2 9
incompleto meio
Ensino fundamental
28 Zona Rural 1 sal. mínimo 1 3
completo
1 sal. mínimo e
29 Do lar Ensino médio completo 1 2
meio
1 sal. mínimo e
30 Zona Rural Ensino médio completo 2 8
meio

de co-municação, como na carterinha o desenvolvimento auditivo do bebê.


do bebê e outra gestante pela orientação Esses resultados podem ser com-
médica. Entretanto, não souberam relatar parados com o estudo de Hilú (2006)(15),
quais as doenças que podem alte-rar que em sua pesquisa, verificou que todas as

28

Revista Salus-Guarapuava-PR. Jan./Jun. 2008; 2(1)


SIMÃO, R, CONTO, J DE, FUJINAGA, C I

gestantes realizam pré-natal, mas 81% não justificativas para tal fato, pode ser a
receberam nenhuma orientação sobre as ausência do profissional fonoaudiólogo
doenças que podem causar perda auditiva. na unidade e um menor conhecimento
Das mães que receberam orientação sobre a deficiencia auditiva por parte dos
sobre doenças, 3 disseram ter recebido profissionais que ali atuam.
a informação de médicos e as outras 3 Nos Programas de Saúde da Mulher,
relataram que foi por outras vias, como uma das metas é desenvolver práticas e
mídia escrita e falada, entre outros meios. hábitos gestacionias saudáveis, que aten-
Ao serem questionadas quanto ao dam a saúde da mãe e do bebê, englobando
que significa a perda auditiva, 63%, uma assistência multiprofissional, medi-
ou seja, 19 gestantes, responderam que das preventivas, programas educacio-nais
sabem o que significa este termo. No e intervenções específicas (17). Cursos
entanto, ao se questionar a respeito da realizados para gestantes sobre os cui-
detecção precoce da perda auditiva, 83%, dados necessários durante a gestação,
isto é, 25 gestantes nunca ouviram falar a a importâcia da audição e o diagnótico
respeito. Dos 17% (5) das gestantes que precoce da deficiência auditiva podem
responderam conhecer sobre a detecção, ajudar informar as comunidades e prin-
todas relatam ter sido através de meio cipalmente aos pais(18).
de comunicação escrita, como cartazes Os pediatras e neonatologistas são
e a carteirinha do bebê. Estes dados os primeiros profissionias a terem contato
podem ser observados no estudo de com o recém-nascido e, portanto, podem
Ribeiro e Mitre (2004)(16), que avaliaram auxiliar na detecção precoce da perda
o conhecimento das mães de recém- auditiva. O papel do pediatra é essencial
nascidos sobre a triagem auditiva, sendo para detectar e intervir precocemente
que das 25 mães entrevistadas, 78% sobre os problemas de audição, porém
disseram não conhecê-la. é necessário também envolver toda a
No presente estudo, a principal fonte equipe de enfermagem e a família(14).
de informações que as gestantes receberam Entretanto, um estudo realizado sobre
alguma orientação foi atraves de mídia o conhecimento e a conduta de pedia-
escrita, como cartazez e carterinha do bebê. tras diante de perda auditiva(9) mostrou
Ressalta-se, no entanto, que a eficácia da que os pediatras têm um conhecimento
distribuição de foulders informativos é restrito sobre a perda auditiva e méto-
vinculada a uma leitura supervisionada e dos de avaliação da audição. Também
participativa. Somente com tal abordagem ressaltaram que a maioria dos pediatras
obtem-se um aumento do conhecimento obteve informações sobre deficiência
técnico quanto a deficiência auditiva(12). auditiva no curso de graduação em
Assim fica claro pelo presente es- medicina. Assim, mostra-se a necessida-
tudo que, apesar das mães receberem de de reavaliar a formação médica sobre
participado das consultas de pré-natal, questões relacionadas à perda auditiva
o desenvolvimento auditivo, a surdez e e implantar cursos/programas sobre o
métodos de avaliação auditiva na infân- mesmo. Além disso, deve existir uma
cia não são temas abordados. Uma das maior interação entre pediatras e pro-

29

Revista Salus-Guarapuava-PR. Jan./Jun. 2008; 2(1)


Concepções de gestantes sobre a perda auditiva

fissionais da área da audição, como fono- preventivas, realização da avaliação


audiólogos e otorrinolaringologistas, já audiológica, entre outras ações.
que tal aproximação entre as áreas pode- Quando perguntado as gestantes se
ria contribuir para a formação e obtenção saberiam reconhecer se seu filho ouve
de conhecimentos mais específicos. ou não quando nascesse, 18 gestantes,
Em outro estudo(15), 82% dos médicos ou seja, 60% responderam que saberiam
e 56% das enfermeiras acreditam que o identificar a perda auditiva no bebê.
diagnóstico da perda auditiva deve ser Ao analisar o conteúdo das respostas,
realizado até os 3 meses de idade e que 18 gestantes que responderam que
a intervenção ocorra até os 6 meses. No saberiam identificar a perda auditiva,
entanto, ressalta-se que os profissionais 13 (72%), disseram que reconheceriam
apresentam um conhecimento restrito através da ausência da reação do bebê pelo
sobre a triagem auditiva neonatal som como se pode evidenciar nas falas:
universal. O mais preocupante é que os
“ bom, geralmente quando a gente fala com a
pediatras são primeiros profissionais a criança ela responde né... mesmo ela sendo novinha
quem os pais recorrem quando percebem ela procura... se ela não procura é porque ela tem
algum problema..”
alguma alteração no desenvolvimento da
criança. Assim, esses profissionais têm Mãe nº: 12
como responsabilidade orientar a família
a procurar o profissional fonoaudiólogo, “... eu acho que sim né... porque... é quando a gente
especializado em avaliação e diagnóstico chama ele não iria né... presta atenção na gente...
e qualquer barulhinho ele já vai olhar tudo se tive
auditivos(19). A literatura indica que os ouvindo bem...”
pediatras não sabem quais são as conse- Mãe nº: 7
qüências da perda auditiva no desen-
volvimento da fala e linguagem da crian- A família exerce um papel essencial
ça, assim não conhecem a importância da na vida da criança com surdez, pois é ela
triagem auditiva neonatal universal(16). que geralmente irá suspeitar da perda
Torna-se necessário que vários pro- auditiva e acompanhar todos os seus
fissionais, como fonoaudiólogos, pedi- passos(20). Os pais são os primeiros a
atras, neonatologistas, obstetras, entre suspeitarem da perda auditiva, entretanto
outros, participem no período pré e pós- foi apontado(21) que os profissionais da
gestacional, orientando os pais em relação saúde são os principais determinantes da
à importância da triagem auditiva neonatal identificação tardia da perda auditiva na
universal(16). Um dos grandes motivos que infância. Isto é alarmante e requer uma
leva a detecção tardia da perda auditiva é maior divulgação dos fatores de risco e
a falta de informação entre os pais e os sinais de comportamento apresentados
profissionais. pela criança surda.
Pode-se evidenciar a enorme im- A literatura aponta que idade da
portância do fonoaudiólogo atuando criança no momento da suspeita da perda
junto com a equipe multidisciplinar, auditiva é de 15 meses, a ida ao médico
trazendo informações acerca dos fatores ou fonoaudiólogo pela primeira vez é
de risco para perda auditiva, medidas de 21 meses, o seu diagnóstico com 26

30

Revista Salus-Guarapuava-PR. Jan./Jun. 2008; 2(1)


SIMÃO, R, CONTO, J DE, FUJINAGA, C I

meses e a reabilitação com 41 meses. relevante é que as gestantes desconhecem


Estes resultados são muito graves, pois que as doenças infecto-contagiosas podem
os índices ainda são altos se comparados causar a deficiência auditiva, dificultando
com os tempos ideais para a reabilitação que tomem medidas preventivas antes/
auditiva, que é até 6 meses de idade durante a gestação. Agrava-se ao fato de
para detectar a perda auditiva e iniciar o que a maior causa da deficiência auditiva
processo de reabilitação da criança(22). congênita é a rubéola congênita, doença
Ao se questionar quem foi a primeira passiva de ser prevenida(14).
pessoa a suspeitar da deficiência auditiva No estudo sobre os indicadores de
em um grupo de 146 mães ou pais de risco para a perda auditiva, verifica-se
crianças surdas, 50% relataram ter sido que as mães também não possuem níveis
a mãe, 11,6% a avó, 8,9% o pai, 7,5% adequados sobre os cuidados pré-natais
descreveram ser o médico, 5,5% o pai e a que devem ser tomados para a prevenção
mãe juntos, 3,4 % o avô, 2,7% a professora da surdez. Embora as mães demonstrem
e 2,7% outros. A partir desses resultados, preocupação com a audição do seu bebê,
pode-se observar que foi a família 67,8% delas não possuem informação
que suspeitou primeiramente da perda adequada sobre a surdez(23).
auditiva, pois é ela que possui um contato É importante que as mães tenham
mais freqüente com a criança(22). conhecimento e saibam identificar os
As gestantes foram questionadas fatores de risco para perda auditiva, sendo
se sabem o que pode ocasionar a perda esta uma ferramenta essencial para que
auditiva no bebê, assim com 70%, ou o diagnóstico possa ser concluído e as
seja, 21 gestantes relaram que não sabem medidas de saúde pública sejam tomadas.
nada sobre o que pode causar a perda Desta forma, tornam-se evidente a
auditiva. Das 9 gestantes (30%) que valorização da prevenção e orientação as
responderam saber o que pode causar a famílias a respeito da perda auditiva(24).
perda auditiva no bebê, 4 (45%) relataram Quanto às conseqüências que a
ser o “barulho” a sua principal causa, perda auditiva pode trazer para o bebê,
como se evidencia nas transcrições: 50%, ou seja, 15 gestantes responde-
ram saber tais conseqüências. Dessas
“ ...eu acho que o som muito alto prejudica...
falar muito alto prejudica mais...” 15 gestantes, 6 (39%) relataram como
Mãe nº: 24
principal conseqüência da perda audi-
tiva a dificuldade social ou mesmo o
sofrimento, como se pode demonstrar
“ ...eu acho que o barulho né ... pelo meu
conhecimento....” nas transcrições:
Mãe nº: 11 “ ahh...eu acho que a dificuldade no...
relacionamento...até descobrir ...detectar o
Apesar de citados algumas causas de que é...”
alteração auditiva na infância, constata-se Mãe nº: 23
que as gestantes conhecem pouco sobre
a etiologia da surdez, principalmente “ ai tanta coisa né... sofrimento pra ele né...
os fatores pré e peri-natais. Outro fato pra gente...”

31

Revista Salus-Guarapuava-PR. Jan./Jun. 2008; 2(1)


Concepções de gestantes sobre a perda auditiva

Mãe nº: 17 experenciam o mundo visualmente(25).


Ao analisar a transcrição da fala da
“ eu acho que ele vai sofre né... porque ele Mãe nº 13, que relata a necessidade de
não vai escutar...”
tratamento e do aparelho auditivo, pode-se
Mãe nº: 16
destacar o seu saber sobre a existência do
As 15 gestantes relataram como fonoaudiólogo, como uma possibilidade de
conseqüência da perda auditiva a intervenção terapêutica. Realmente, muito
necessidade de tratamento, como se pode se investe na manutenção das crianças
visualizar nas transcrições das falas: deficientes auditivas. O investimento em
uma criança deficiente auditiva é intenso
“acho que ele vai ter que faze um ...tratamento e demorado, sendo que os recursos
assim né..”
públicos oferecidos são poucos e, na
Mãe nº: 16
maioria das vezes, o que pode atrasar
o tempo da reabilitação(26). Já que o
“.... sei lá né... ah... que ia ser difícil né...
mas ele ia ter apoio da família né... por causo custo da perda auditiva para as crianças,
de ajuda né... e hoje em dia tem tanta coisa para seus familiares e para sociedade
né... pode coloca aparelho dependendo do pode ser enorme, salienta-se que com
caso...”
a criação e manutenção de programas
Mãe nº: 13
de detecção e intervenção precoce,
Observa-se que a maioria das gestan- os gastos poderiam ser amenizados.
tes que relataram saber das conseqüências Perante os resultados do estudo,
da perda auditiva, responderam em pode-se destacar que, apesar das gestantes
maior percentagem a necessidade do não terem conhecimento técnico da perda
tratamento e o sofrimento da criança. auditiva, a experiência delas proporciona
A audição é vista pelas gestantes como algum tipo de conhecimento. Isso é muito
essencial para a família, a sociedade importante, pois demonstra a capacidade
e a cultura em que estão inseridas, de observação das gestantes e os cuidados
sendo que a perda auditiva aparece com o bebê, potencializando a valorização
associada ao sofrimento para o individuo. que a equipe de saúde deve ter com
A associação do sofrimento pode ser a família no cuidado aos seus filhos.
vista na grande dificuldade que o surdo tem Quando perguntado as gestantes se
para se comunicar e, que essa dificuldade acham importante detectar precocemente
se dissemina em todos os aspectos durante a perda auditiva, todas as 30 (100%),
toda a sua vida(21). O isolamento social é responderam que acham bastante
uma das conseqüências que aparece na importante, como podemos observar de
perda auditiva e este isolamento pode acordo com a transcrição:
aparecer de formas distintas, como o
“ eu acho muito importante, mas não só pró
isolamento funcional, advindo de um bebê né...”
comprometimento físico e sensorial, Mãe nº:14
o isolamento habitudinal, causado por
diferenças culturais, como a língua de “...acho que sim né...porque tudo o que você
sinais e o modo único como os surdos vê cedo tem tratamento mais cedo né..até a

32

Revista Salus-Guarapuava-PR. Jan./Jun. 2008; 2(1)


SIMÃO, R, CONTO, J DE, FUJINAGA, C I

cura...e no caso do meu irmão ele tinha que não apresentaram conhecimento técnico a
coloca um aparelho...até hoje não coloco...
então eu acho que criança né...quanto mais cerca da prevenção, causas e conseqüências
cedo melhor...” da perda auditiva;
Mãe nº:12 • As gestantes do presente estudo
não apresentaram conhecimento quanto
A prevenção é essencial em qualquer aos métodos de avaliação auditiva infantil;
área da saúde, pois ela aumenta o bem • Apesar das gestantes não possuí-
estar da população, promove a saúde e, rem conhecimentos técnicos em relação
conseqüentemente, diminui o surgimento à perda auditiva, sua experiência, capaci-
das patologias(17). dade de observação e cuidados com bebê,
Analisando a fala da Mãe nº 12, pode-se proporciona algum outro tipo de conhe-
destacar a sua visão do caráter “biológico” cimento, o do senso comum.
e da “cura”, tendo uma dificuldade em A partir das conclusões ressalta-se
aceitar a reabilitação. Tal sentimento é a importância de se avaliar e conhecer
presente nas mães de deficientes auditi- as concepções que as gestantes possuem
vos, pois se acredita numa “reversão” do sobre como detectar precocemente a
quadro. A principal expectativa dos pais perda auditiva em seus filhos e também
quando vão procurar um profissional é seus conhecimentos em relação à perda
de que o filho poderá voltar a ouvir(22). auditiva, suas causas e conseqüências,
Finalizando, o presente estudo uma vez que estas geralmente estão em
demonstra a necessidade da inserção do contato direto e contínuo com a criança.
profissional fonoaudiólogo nas ações Além disso, aponta-se que, apesar
de promoção e prevenção a saúde, das gestantes realizarem acompanhemen-
atuando na atenção primária a saúde, to pré-natal adequado, não receberam
principalmente nas consultas pré-natais e orientações sobre o desenvolvimento
no Programa de Saúde da Família, pois só auditivo, a surdez e métodos de ava-
assim poderá exercer um papel decisivo liação auditiva na infância. Uma das
na prevenção e detecção precoce da justificativas para o pouco conhecimento
deficiência auditiva, além de promover das gestantes em relação à perda auditi-
ações de educação em saúde junto as va pode ser a ausência do profissional
famílias, especialmente com as mães. fonoaudiólogo na unidade e um menor
conhecimento por parte dos profissionais
Conclusão que ali atuam.
Finalmente, destaca-se a necessidade
A partir dos resultados pode conclui- da inserção do fonoaudiólogo na atenção
se que: primária à saúde, com implemento de
• As gestantes do presente estudo ações preventivas quanto à perda auditiva.

Referências

1 - Russo ICP, Santos TMM. Audiologia infantil. São Paulo: Cortez; 1994. 

33

Revista Salus-Guarapuava-PR. Jan./Jun. 2008; 2(1)


Concepções de gestantes sobre a perda auditiva

2 - Knobel KA. Audição: Texto da fonoaudióloga. 2004. abr; [citado 05 abr 2007]. Disponível
em: <http://www.fonoesaude.org/audicao>.

3 - Lewis DR. As Habilidades Auditivas do recém-nascido e a triagem auditiva neonatal. In:


Andrade CRF. Fonoaudiologia em berçário normal e de risco. São Paulo: Lovise, 1996. 

4 - Lichtig I, Monteiro SRG, Couto MIV, De Haro FMB, Campos MSC, Vaz FAC, Okay
Y. Avaliação do comportamento auditivo e neuropsicomotor em lactentes de baixo peso ao
nascimento. Rev Assoc Med Bras, 2001; 47(1): 52-8.

5 - Rabinovich K. Avaliação da audição na criança. In: Lopes Filho O. Tratado de


Fonoaudiologia. Ribeirão Preto: Tecmedd, 2005.

6 - Joint Committee on Infant Hearing. Joint Committee on Infant Hearing 1994 Position
statement . Pediatrics. 1995; 95(1):152-6.

7 - Joint Committee on Infant Hearing. Position statement: principles and guidelines for
early hearing detection and intervention programs. Am J Audiol. 2000; 9(1):9-29.

8 - Comitê Brasileiro de Perda Auditiva na Infância. Recomendações n.01/99; 2000 do Comitê


Brasileiro de Perda Auditiva na Infância. J Cons Fed Fonoaudiol. 2000; 5:3-7.

9 - Barros ACT, Galindo MAC, Jacob RTS. Conhecimento e conduta de pediatras frente à defi-
ciência auditiva. [Monografia]. Presidente Prudente (SP): Universidade do Oeste Paulista; 2002.

10 - Zorzi JL. Aquisição da linguagem infantil, desenvolvimento, alterações, terapia. São


Paulo: Pancast; 1993.

11 - Pereira MG. Epidemiologia teoria e prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1995.

12 - Wutzke DS. Implicação da distribuição de um folder informativo no conhecimento


que as pessoas expressam sobre a prevenção da surdez em uma unidade básica de saúde.
[Monografia]. Irati (PR): Universidade Estadual do Centro-Oeste; 2006.

13 – Pace AE, Ochoa-Vigo K, Caliri MHL, Fernandes APM. O conhecimento sobre diabetes
mellitus no processo de autocuidado. Rev Lat-Am Enfermagem, 2006; 14(5): 728-734.

14 - Lichtig I, Carvallo RMM. Audição: abordagens atuais. Carapicuíba: Pró-fono, 1997. 

15 - Hilú MRPB. O Conhecimento e a valorização da triagem auditiva neonatal e a intervenção


precoce da perda auditiva. [Dissertação]. Curitiba (PR): Universidade Tuiuti do Paraná; 2006. 
16 – Ribeiro FG, Miltre EI. Avaliação do conhecimento sobre triagem auditiva neonatal de
pacientes no pós-parto imediato. Rev Cefac, 2004; 6(3):.294-299.

17 - Andrade CRF. Ações fonoaudiológicas na saúde materno-infantil. In: Andrade CRF.


Fonoaudiologia em berçário normal e de risco. São Paulo: Lovise, 1996.

18 – Filho OAC, Lewis DR. Surdez no recém-nascido. In: Vilarim YS. Tratado de

34

Revista Salus-Guarapuava-PR. Jan./Jun. 2008; 2(1)


SIMÃO, R, CONTO, J DE, FUJINAGA, C I

otorrinolaringologia - doenças otológicas. São Paulo: Roca; 2003.

19 - Oliveira TMT, Zanelli AC, Mainardi J. Conhecimento e atitudes das mães frente a
triagem auditiva neonatal universal. Rev Fonoaudiol Brasil, 1998; 1(1):18-21.

20 - Guarinello AC. A influência da família no contexto dos filhos surdos. J Bras Fonoaudiol,
2000; 3:28-33.

21 - Mendonça CL. Diagnóstico precoce na deficiência auditiva. Centro de especialização


em Fonoaudiologia clinica e audiologia clinica. 1999; [citado 26 ago 2006]. Disponível em:
<http://www.cefac.br/library/teses/93d1d321ef46daf002231881df4015c2>.

22 - Heck F, Raymann BCW. Tempo decorrido entre a suspeita da surdez, a primeira ida ao
médico e/ou fonoaudiólogo, o diagnóstico e o início da reabilitação com crianças surdas. J
Bras Fonoaudiol, 2003; 4(16):175-85.

23 – Niemeyer TC, Feminan MR, Meyer ASA. Estudo investigatório dos indicadores de
risco para deficiência auditiva. J. Bras de Fonoaudiol, 2001; 2(8): 202-7.

24 - Silva LPA, Queiros F, Lima I. Fatores etiológicos da deficiência auditiva em crianças e


adolescentes de um centro de referencia APADA em Salvador-BA. Rev Bras Otorrinolaringol,
2006; 72 (1): 33-6.

25 - Guarinello AC, Kochen AP, Bonilauri D, Borne R, Bomfim R. A Percepção dos pais
ouvintes sobre sua comunicação com seus filhos surdos. J Bras Fonoaudiol, 2005; 5(23):
401-5.

26 - Balieiro CR, Pupo AC, Ficker LB. Deficiência auditiva: ênfase na reabilitação precoce.
Rev Soc Bras Fonoaudiol, 1997; 1(2):14-6.

35

Revista Salus-Guarapuava-PR. Jan./Jun. 2008; 2(1)

Você também pode gostar